quarta-feira, 11 de maio de 2005

.: Resenha de "A Princesa À Espera", Meg Cabot

Uma princesa apaixonadamente à espera de seu consorte
Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em maio de 2005


Em "A Princesa À Espera", quarto volume da série "O Diário da Princesa", romance sobre a adolescente nova-iorquina, Mia Termopolis, que descobre ser na realidade a princesa de Genovia, Amelia Mignonette Grimaldi Thermopolis Renaldo, a jovem desengonçada e apaixonada está à espera do reencontro com o seu novo namorado, Michael Moscovitz, irmão de sua melhor amiga Lilly. Detalhe: em "A Princesa Apaixonada", os dois iniciam namoro, mas logo em seguida, a princesa precisa ser apresentada ao povo de Genovia, e conseqüentemente eles ficam separados.

É então o momento em que a princesinha que encantou jovens de todo o mundo precisa passar as férias na Genovia, a milhares de quilômetros de seu amado. Com uma contagem regressiva para o reencontro, Mia, assume inúmeras responsabilidades, tendo sempre a chata avó, Grandmére, junto dela. Contudo, o problema maior é quando ela tenta separar Michael e Mia, fazendo de tudo para atrapalhar a paixão dos dois, ou melhor, amor.

Além de suas estripulias, Mia, fica em dúvida se Michael a ama como amiga ou como namorada. Para conseguir escapar desta dúvida, apesar da grande distância, ela resolve ligar para sua mais nova amiga, Tina. "'Bem', disse eu. 'Talvez eu devesse falar só tipo assim, 'você gosta de mim como amiga ou gosta de mim como namorada? / 'Mia', disse Tina. 'Eu realmente não acho que você devia perguntar a Michael assim, direto. Ele pode sair correndo de medo, como um cervo assustado. Garotos têm uma tendência a fazer isso, sabe. Eles não são como a gente. Eles não gostam de falar sobre os sentimentos deles'. / É tão absolutamente triste que para conseguir qualquer tipo de conselho confiável sobre os homens eu tenha de ligar para alguém a 13 mil quilômetros de distância. Graças a Deus por Tina Hakim Baba existir, é tudo o que tenho a dizer".

Passados os dias das férias, o casal se reencontra via internet, sendo que no dia seguinte conseguem se ver, e final dar um beijo apaixonado, mesmo que tenha sido na frente de sua amiga Lilly e de todos que estavam na Quinta Avenida. É só com tanta paixão que ela consegue esquecer, mesmo que momentaneamente, de seus compromissos oficiais.

A linguagem de Meg Cabot é a mesma, isto é, leve e direta, além de ter um toque de comicidade, principalmente ao falar sobre relacionamentos, já que muitas adolescentes sempre estão em dúvida se estão realmente correndo atrás de seus namorados, ou não. Este quarto livro sobre Mia é totalmente indicado para garotas que namoram, mas muitas vezes não sabem quando e se devem dizer que ama o seu par perfeito!

Livro: A Princesa À Espera
Título Original: Princess in Waiting
Autora: Meg Cabot
256 páginas
Ano: 2004
Tradução: Maria Cláudia de Oliveira
Editora: Record

terça-feira, 10 de maio de 2005

.: Resenha de "Noites Paulistanas", Helvio Borelli

A literatura da cultura brasileira: Música brasileira nos anos 50 e 60 
Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em maio de 2005


Um registro histórico da música brasileira. Após muito pensar é certo que o primeiro livro que vem à mente é o famoso Noites Tropicais, do músico Nelson Motta. Bom, até o presente momento, sim, esta seria a lembrança. Contudo, neste ano de 2005, a literatura nos presenteia com uma novidade sobre o universo musical nas décadas de 50 e 60, isto é, "Noites Paulistanas: Histórias e Revelações Musicais das Décadas de 50 e 60", de Helvio Borelli, da Arte e Ciência Editora.

A obra de Borelli enfoca a vida cultural no centro da cidade de São Paulo, a qual deixou marcas na história da Música Popular Brasileira. Noites Paulistanas traz 40 entrevistas, entre eles, músicos e personagens da noite paulistana do período, com supervisão e consultoria do músico Sabá (contra-baixista do Jongo Trio).

Ao levar em conta que os anos 60 foram de profundas transformações no mundo, causando o rompimento das barreiras da moral e dos costumes, Borelli, retrata a época em que havia grande facilidade de encontrar Vinícius de Moraes, Maysa, Gilberto Gil, César Camargo, João Gilberto, Tom Jobim, Chico Buarque, Jair Rodrigues, Caetano Veloso, Claudete Soares e Johnny Alf, simplesmente, no cotidiano da cidade, seja em uma casa de luxo ou em um boteco.

De acordo com Borelli, a literatura sobre a cultura brasileira, especialmente a musical, está muito centrada no Rio de Janeiro, porque era a capital. "Mas a vida boêmia paulistana criou, lançou e projetou expoentes em todos segmentos artísticos, como só uma cidade aberta ao novo - como é S.Paulo - poderia registrar".

O destaque da obra é a emoção com que tantas e tantas histórias musicais são contadas, sejam as primeiras apresentações de César Camargo Mariano com 13 anos ou o histórico show Três na Bossa, em abril de 1965 com Elis Regina, Jair Rodrigues e Jongo Trio. O livro que relata as histórias de personagens, bares, boates e restaurantes, conta com o prefácio do produtor e crítico de música Zuza Homem de Mello, que na época despontava como um dos mais importantes agitadores culturais do país. Já o contra-baixista do Jongo Trio, Sabá e apresentador de programa de rádio sobre MPB, foi o inspirador e consultor da obra, participou de toda pesquisa e entrevistas com as personagens do livro.

Autor: Helvio Borelli é jornalista há 30 anos, premiado com APCA em reportagem de rádio, foi repórter das rádios Jovem Pan, Globo/Excelsior, do jornal Folha da Tarde e hoje trabalha na Rádio Trianon de S.Paulo. Esse é o primeiro livro do jornalista, um aficcionado por MPB, futebol e pela cidade de São Paulo.

Livro: Noites Paulistanas: Histórias e Revelações Musicais das Décadas de 50 e 60
Autor: Helvio Borelli
156 páginas
Editora: Record

segunda-feira, 9 de maio de 2005

.: Resenha de "A Verdade Por Trás de O Código Da Vinci", Richard Abanes

Um minucioso estudo da realidade e da ficção
Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em maio de 2005


A união matrimonial de Jesus e Maria Madalena, aquela que foi nomeada líder da Igreja. A caça às bruxas que ocorreu para torturar e matar as mulheres de pensamento liberal. A linhagem real de Jesus Cristo que tem sido narrada com detalhes exaustivos por muitos historiadores. O significado de Mona Lisa, nome que vem de duas divindades egípcias: o deus Amon e a deusa Ísis, cujo "antigo pictograma foi uma vez chamado L´ISA". A ordem dos Cavaleiros Templários que foi fundada pelo Priorado de Sião. Serão verdadeiras, estas e outras afirmações da obra O Código Da Vinci? Pelo menos Dan Brown, em seu romance, "revela" que sim. Contudo, "A Verdade Por Trás de O Código Da Vinci: Uma resposta desafiadora à ficção mais vendida", de Richard Abanes comprova que não, seja por meio de registros históricos e citações bíblicas. 

Já no Prefácio da edição brasileira, escrito por Dom Estevão T. Bettencourt, introduz a tradução da obra de Abanes em grande estilo. Neste, o leitor, é informado que O Código Da Vinci é um romance policial, uma "ficção bem-arquitetada, versando sobre temas da atualidade, provoca suspense e sensacionalismo". 

Para apresentar a obra, Abanes, utiliza o título Estremecido por um suspense e já de início diz: "Traição, fanatismo religioso, assassinato, uma conspiração antiga, sociedades secretas, espiritualidade erótica, feminismo e lendas inspiradoras. Esses são os elementos de um enredo que em 2003 ajudaram a popularizar um dos livros mais intrigantes e ainda perturbadores das listas dos mais vendidos - O Código Da Vinci".

É por meio desta ficção de sucesso que Abanes leva o leitor para dentro de uma grande engrenagem, desvendando as bases turvas dessa potente bomba de milhões de cópias que confundiu leitores pelo mundo a fora.

Dividido em cinco capítulos, o livro é mais do que um estudo apurado sobre a obra de Brown, mas um retorno ao estudo da história. Como por exemplo em A Caça às Bruxas, no capítulo 3, Maria Madalena, a Igreja e culto à deusa, Abanes diz a a verdade por trás de O Código Da Vinci. "A referência de O Código ao Malleus maleficarium (1486) e a 'caça às bruxas' que ele semeou estão recheadas de erros. Esse livro medieval, por exemplo, foi usado para perseguir mulheres e homens. Além disso, o uso dessas notas para indicar que as palavras 'os perigos das mulheres de pensamento liberal' podem ser encontradas no Malleus maleficarium é equivocado. A frase, na realidade não aparece em nenhum lugar do texto".

Outro item interessante é Os Cavalheiros Templários, localizado no capítulo 4, O Graal, o Priorado de Sião e os Cavaleiros Templários, que o estudioso diz: "Os Cavaleiros Templários foram fundados como uma ordem militar religiosa em aproximadamente 1118, por Hughes des Payens, 'um cavaleiro de Burgundy, e por Godofredo de St. Omer, um cavaleiro do norte da França'".

Outro ponto explicado é sobre o quadro de Leonardo Da Vinci, Mona Lisa, no capítulo 5, Leonardo, Mona Lisa e A última ceia, Abanes revela que o artista trabalhou no quadro por no mínimo quatro anos e quem nem mesmo Da Vinci deu um nome à pintura. "A ortografia real da denominação da pintura em italino é Monna Lisa. Monna é a contração de Madonna, isto é, madame. O nome simplesmente significa Madame Lisa".

Enfim, este é uma obra de grande interesse, não só por conter explicações de fatos levantados erroneamente em O Código Da Vinci, mas por servir de base para muitos estudos, sejam eles religiosos ou históricos. Agora, como você percebeu nem todas as afirmações do início foram esclarecidas porque seriam necessárias muitas e muitas matérias, por esse motivo, a dica é primeiramente ler A Verdade Por Trás de O Código Da Vinci: Uma resposta desafiadora á ficção mais vendida e em seguida, a aclamada ficção muito comentada, O Código Da Vinci. Boa leitura!

Livro: A Verdade Por Trás de O Código Da Vinci: Uma resposta desafiadora à ficção mais vendida
Autor: Richard Abanes 
127 páginas
Editora: Celebris

domingo, 8 de maio de 2005

.: Resenha de "Uma Comovente Obra de Espantoso Talento", Dave Eggers

Vinte e poucos anos, pouca sorte e com pé na estrada
Por: Helder Moraes Miranda
Em maio de 2005


Lançado pela Editora Rocco, o livro "Uma Comovente Obra de Espantoso Talento", que vendeu mais de 700 mil exemplares e teve os direitos vendidos para o cinema, é mais que uma autobiografia de uma celebridade nos estados Unidos, é uma crônica sobre como a dor, por maior que seja, pode se transformar em uma ponte para o autoconhecimento e maturidade. 

Marca a estréia na literatura do ex-VJ da MTV e fundador da revista Might, Dave Eggers, girando em torno dos problemas do autor aos 22 anos. O enredo é tão dramático quanto um folhetim no horário nobre, com a diferença de ser real: os pais morrem em um intervalo de cinco semanas. Recém-formado e com a responsabilidade de criar o irmão de oito anos, ele reúne tudo o que os dois têm e viaja de carro para São Francisco. 

Focalizando a chamada Geração X, o livro retrata as angústias típicas dos jovens e é ,ambientada na sociedade americana de 1990. Em sua obra, Eggers critica a si mesmo e principalmente, sua irmã mais velha, Beth. 

Uma Comovente Obra de Espantoso Talento tem o mérito de arrancar elogios de importantes escritores ingleses, como Nick Hornby (autor de sucessos como Um Grande garoto - adaptado para o cinema com Hugh Grant no papel principal - e Como ser Legal) e Jim Lewis. 

É bom prestar atenção, pois o livro tem tudo para se tornar um hino para esta geração, segindo o exemplo do superestimado O Apanhador no Campo de Centeio, hino literário dos jovens dos anos 60 e das que se seguiram. A diferença é que a história de Eggers é muito mais comovente, principalmente por ser verídica e abordar uma geração com um olhar crítico. 

Descreve pessoas cujos maiores ideais são participar de um reallity show na MTV, comprar roupas modernas, ouvir músicas legais e tentar provar e mostrar a todos o que é ser descolado. É mais que um bom livro, é uma lição de vida. 

Sobre o autor - Fundador da revista Might, é editor da revista trimestral Mc Sweeney, considerada a nova revista cult dos Estados unidos. Participa da coletânea de contos Falando com o Anjo, com a renda revertida para ajudar crianças autistas nos Estados Unidos, editada por Nick Hornby e publicada no Brasil pela Editora Rocco.

Livro: Uma Comovente Obra de Espantoso Talento
Autor: Dave Eggers
Editora: Rocco

sábado, 7 de maio de 2005

.: Resenha de "O Quinze", Rachel de Queiroz

À espera da chuva
Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em maio de 2005


O romance mais popular da escritora Rachel de Queiroz, "O Quinze", retrata a esperança, a fome, o milagre, a morte, a separação e a fé em Deus de que um dia chuvoso irá melhorar a vida de muitos retirantes sofredores. A obra que foi escrita em 1930, conta a saga de retirantes com muita fome que chegam a se alimentar de tripas de carneiro durante a seca de 1915, que também foi vivida pela escritora.

O Quinze que está na 72ª edição, publicada em 2002, pela Editora ARX, é dividia em dois planos. No primeiro está o criador de gato Vicente, a professora Conceição e o vaqueiro Chico Bento e sua família. A jovem Conceição é prima de paixonite pelo rude primo, porém não pensava em se casar. 

Nas férias a professora ia para a fazenda da família, localizada em Logradouro, próximo a Quixadá. Com a previsão da chegada da seca, a avó de Conceição, Mãe Nácia, resolver ir para a cidade e deixar Vicente responsável pela fazenda. Vicente trabalhava incansavelmente para manter os animais vivos. Conceição vai trabalhar no campo de concentração, lugar em que os retirantes ficam alojados e aí descobre algo muito desagradável de seu primo. 

No segundo plano está Chico Bento, marido de Cordulina. O casal e seus cinco filhos vivem a tragédia da seca, representando então, os retirantes. Chico Bento é obrigado a abandonar a fazendo em que trabalhava. Com um dinheirinho, tenta comprar passagens de trem, tentativa sem resultados. Com este dinheiro Chico Bento compra alimento e uma burra. E diz: "- Que passagens! Tem de ir tudo é por terra, feito animal! Nesta desgraça quem é que arranja nada! Deus só nasceu pros ricos!".

Junto á família quem caminha é a morte. Durante o percurso a fome bate, e Josias, o filho mais novo, come mandioca crua, envenenando-se e por fim morre. A família segue o seu destino. A fome não espera e o vaqueiro encontra uma cabra, à mata e as tripas do animal. 

Após muito andar Chico Bento sente a falta de Pedro, filho mais velho. Em Aracape encontram um compadre delegado. Lá recebem mantimentos e descobrem que o garoto fugiu com comboeiros de cachaça. Mas é quando a família, ou melhor, o que restou da família, chega ao campo de concentração que surpresas acontecem.

Na literatura brasileira há várias obras que contam a história de sertanejos que emigram isolados ou em grupo, fugindo da seca. Entre eles estão Vidas Secas, de Graciliano Ramos, Morte e Vida Severino, de João Cabral de Melo Neto.

Até a dupla Zezé Di Camargo & Luciano interpretou a canção Seca Malvada que resume bem a história dos fugitivos da seca. "A chuva que demora// Tenho que ir embora // Quando abrir esta carta //  Você vai saber, amor, não chora // Eu já estou na estrada // Já vou longe de casa // Tudo o que levo é a coragem // A dor da saudade, seca, malvada".

Para aqueles que gostam de saber e ouvir histórias de tanto sol, tanta fome, tanta sede, O Quinze, é uma excelente dica, mesmo porque a história foi inspirada em fatos reais vividos pela própria autora.


Livro: O Quinze
Autora: Rachel de Queiróz
150 páginas
Editora: ARX

quinta-feira, 5 de maio de 2005

.: Resenha de "O Beco do Pilão", Naguib Mahfuz

Outra Cidade de Deus
Por: Helder Moraes Miranda
Em maio de 2005


A Editora Planeta que relançou o livro, "O Beco do Pilão", romance publicado originalmente em 1947 e  contemplado com o Prêmio Nobel de Literatura em 1988,  tem o mérito de trazer para o escritor egípcio Naguib Mahfuz esse prêmio, inédito até então para um autor de origem árabe. É uma iniciativa corajosa comercializar um livro excelente, mas com pouco apelo comercial, justamente por ser perfeito em termos de representar a literatura como manifestação artística. 

Em plena Segunda Guerra Mundial, grandes personagens circulam livremente pelo Beco do Pilão, uma rua sem saída, parte antiga do Cairo. Lá, histórias como a do barbeiro Helu, apaixonado pela ambiciosa Hamida, a sabedoria, religiosidade e esperança de Radwan Hussein, as fantasias do cinqüentão Alwan, ou a homossexualidade de Kircha, o dono do café, se desenrolam sem interferir na continuidade do livro. 

Narrado em episódios independentes e memoráveis, todos os personagens tornam-se protagonistas de histórias que ocorrem em um bairro pobre. A rua sem saída é uma analogia à situação dos personagens, jogados no tempo e no espaço, em eterno estado de indiferença e esquecimento, expostos ao abismo que os separa do restante do mundo. 

O Beco do Pilão ainda é valorizado pela belíssima e expressiva foto de capa, ilustrando a essência do livro, e seu ótimo acabamento, acaba por incentivar o prazer a uma leitura desconcertante. Por esse motivo, arrisque-se a ler algo que não é comercial e, com certeza, não irá se arrepender. 

Mesmo sem ter nada a ver com o enredo do romance Cidade de Deus, de Paulo Lins, este livro remete ao regionalismo e a realidade do livro brasileiríssimo. A diferença é que a história do livro publicado pela Editora Planeta se passa em uma cidade árabe. Embora com cultura e problemas completamente diferentes, a temática pode ser analisada da mesma forma. 

Sobre o autor: Um dos escritores mais representativos do Egito, Naguib Mahfuz é considerado um dos inventores do romance moderno em sua língua, já que a sua obra contribuiu para levar as linguagens das ruas para os textos literários. Também escreveu Trilogia do Cairo.

Livro:  O Beco do Pilão
Autor: Naguib Mahfuz
Editora: Planeta do Brasil

quarta-feira, 4 de maio de 2005

.: Resenha de "Novo Mundo - As cartas Que Batizaram a América", Américo Vespúcio

A história redescoberta
Por: Helder Moraes Miranda

Em maio de 2005


Lançado pela Editora Planeta, o livro Novo Mundo - As cartas Que Batizaram a América, de Américo Vespúcio com apresentação e notas de Eduardo Bueno, recria e mostra um pouco dos bastidores do descobrimento da América. Ricamente ilustrado, gira em torno das cartas escritas por Américo Vespúcio, um dos mais controversos exploradores do Novo Mundo. 

As cartas dele, embora traduzidas do latim e do italiano, é um brinde à língua portuguesa e a história de um povo. O livro, repleto de notas explicativas e curiosas, reúne os escritos do explorador, além de relatar peculiaridades e peripécias sexuais do povo do século XVI. 

Não faltam descrições de belos corpos nus, puros ou depravados, safadinhos e condutas que o tempo todo parecem clamar por sexo. As cartas se tornaram alvo de curiosidade da corte, seja para que, escandalizados criticassem o comportamento alheio ou se deliciassem ao imaginar cenas de alto teor erótico para a época, e se transformaram em best-sellers, que imortalizaram os despudorados. 

Um ótimo presente para quem pretende viajar pelas páginas de uma história não contada nas escolas, mas que pode ser deliciosamente redescoberta por leitores àvidos por mais "informações", aquelas que podem ser encontradas nas entrelinhas de um passado distante.

Livro: Novo Mundo - As cartas Que Batizaram a América
Autor: Américo Vespúcio
Organizador: Eduardo Bueno
192 páginas
Ano: 2003
Editora: Planeta do Brasil

terça-feira, 3 de maio de 2005

.: Resenha de "Sobre o perdão", Richard Holloway

Apologia ao bem
Por: Hely Celeste Moraes Miranda

Em maio de 2005


"Sobre o perdão", de Richard Holloway, nos leva à reflexão de como todas as mágoas que guardamos fazem tanto mal a nós quanto a quem nos magoa. Livrando-nos delas, nosso caminho fica mais fácil e nosso "fardo mais leve". 

É claro que não é tão fácil, como explica Richard. Para isso, a religião serve como apoio pois, independente das crenças, a maior parte delas prega o perdão. Isso parece tarefa para homens especiais como Jesus, Buda, Ganhi, que foram capazes de atos tão sublimes. 

Mas, se formos modificando aos poucos nossas concepções, primeiro refletindo sobre pequenos atos que nos oprimem individualmente, seremos capazes, aos poucos, de ir modificando nossos valores e, quem sabe, um dia diminuir consideravelmente com a violência, com as guerras e tornar o mundo mais justo. 

Não é que devamos aceitar as injustiças com resignação, mas que saibamos que muitos dos atos ofensivos cometidos por nós ou contra nós, são reflexos de uma sociedade que carrega há séculos as culpas, as angústias, os medos e pesadelos do passado e que não soube avaliar os reais motivos das agressões, não soube perdoar.

Livro: Sobre o perdão - Como perdoar o imperdoável
Autor: Richard Holloway
Editora: Planeta do Brasil

.: Resenha de "A Princesa Apaixonada", Meg Cabot

Uma jovem princesa que vê o mundo cor-de-rosa
Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em maio de 2005


Em "O Diário da Princesa" conhecemos Mia, uma adolescente nova-iorquina, que apesar de comum descobre ser, na verdade, a princesa Amelia Mignonette Grimaldi Thermopolis Renaldo, da Genovia. Uma surpresa e tanto. E Mia passa a ser invejada, pois todos acham que ela é a garota mais sortuda do mundo.

É aí que está o grande erro! A vida de Mia não fica mais fácil com a descoberta, pelo contrário, fica bem mais complicada pela quantidade de responsabilidades que estão nos ombros desta garota. Mia precisa se preparar para ser apresentada à sociedade de seu pai, Genovia, e, para isso sobre com lições de sua elegante avó. 

Em meio às aulas de etiqueta ela consegue até arranjar um namorado, o azarado Kenny, na história do livro "A Princesa Apaixonada", de Meg Cabot. "Quando Kenny pega minha mão, no cinema, ou onde for, não é como se minha mão ficasse latejando na dele, do jeito que as mãos das garotas ficam naqueles livros. / E quando ele me beija? Aqueles fogos de artifício. Zero. Nada. [...] Mas agora que eu realmente tenho um namorado, o que eu faço quase todo o tempo é tentar encontrar maneiras de escapar dos beijos dele".

Entre uma fuga e outra de Kenny, a princesa de Genovia acaba tendo alguns problemas. Afinal, Mia, na verdade, está apaixonada por outro rapaz, o gatinho: Josh Richter. E vai ter que enfrentar o mau humor de sua avó Grandmère, os engarrafamentos e o frio de Nova York. 

São tantos príncipes encantados que Mia fica na dúvida: Qual deles é o seu amor? O mais interessante é que o coração de Mia não é de Kenny e nem de Josh, mas de um rapaz que ela nem se quer pensou em enamorar-se, isto é, o amor da jovem está bem ao lado dela.

Em "A Princesa Apaixonada", a escritora Meg Cabot mantém o seu texto voltado ao público adolescente. Com um bom humor, Meg, relata as dúvidas de uma adolescente apaixonada, desde as dúvidas do primeiro beijo à saber o que é paixão na adolescência.

Livro: A Princesa Apaixonada
Título Original: Princess in Love
Autora: Meg Cabot
256 páginas
Ano: 2003
Tradução: Maria Cláudia de Oliveira
Editora: Record

segunda-feira, 2 de maio de 2005

.: Resenha de "A Casa da Mãe Joana - Curiosidades nas origens das palavras, frases e marcas"

Conheça A Casa da Mãe Joana
Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em maio de 2005


A fala é um dom do ser humano. Muitas vezes falamos e falamos, mas muitas vezes não sabemos o verdadeiro significado do que estamos falando. Para acabar com esta confusão e para você não ficar “entre a cruz e a caldeirinha”, o livro "A Casa da Mãe Joana: Curiosidades nas origens das palavras, frases e marcas", (Editora: Campus, 2002), desvenda muitos mistérios em 262 páginas.

Reinaldo Pimenta, escritor da obra mantém o humor no decorrer deste dicionário da curiosidade. “A Casa da Mãe Joana é onde se hospedam as mais divertidas e curiosas histórias de palavras e expressões do nosso dia-a-dia”, já alerta o autor.

Surpreendente, interessante e totalmente divertido o livro fala daquilo tudo que você vive dizendo, mas nem sabe porque. Reinaldo traz várias curiosidades como a origem dos nomes dos naipes das cartas. Por que dizemos meia-tigela quando nos referimos à algo insignificante. Como surgiu a palavra bingo. Por que o delicioso doce brigadeiro ganhou este nome, além de outras coisas que você é doidinho para saber o que é, mas nem os grandes dicionários respondem.

Entre palavras e dizeres que o leitor fica cada vez mais afoito para terminar a leitura e saber o que é o que nos mínimos detalhes. Como por exemplo, você sabe o que é Hora H? Pois é frase é muito dita, no entanto apenas a repetimos diariamente.

Conforme o livro A Casa da Mãe Joana, esta expressão vem do inglês (H-hour, D-day), que pertencem à terminologia militar e indicam a hora ou dia escolhido para uma operação de guerra. As letras são simplesmente as iniciais das palavras hora e dia. Ou então leilão? Calam este não é o aumentativo do nome Leila. A sua origem é árabe e quer dizer estandarte. Antigamente se pendurava uma pequena bandeira vermelha no portal da casa onde se realizava um leilão. Então, você sabia? Nem eu. 

Eu acho que esta você também não deve saber. Você sabe qual foi a origem da Barbie? Não, né? Mas o Reinaldo conta no livro que num tranqüilo lar norte-americano, em 1959, a mãe observava a filha brincando com bonecas de papel. Uma cena comum, se não fosse o marco inicial do maior sucesso empresarial de todos os tempos no setor de brinquedos. 

O nome da menina era Bárbara. A mãe, Ruth Handler, mulher de Eliot Handler, um dos fundadores da Mattel pensou, que numa época em que as bonecas à venda eram todas bebês, as meninas iriam gostar de ter uma boneca com a beleza que elas poderiam ter quando moças. Surge, então, a idéia de fazer uma boneca adolescente, com seios. O nome? Barbie, homenagem à filha inspiradora da idéia. O marido e a Mattel desenvolveram o projeto. 

A primeira Barbie apareceu na feira de brinquedos de Nova Iorque em 1959 e logo se tornou uma coqueluche mundial. Menos no Japão. Quer saber porque? Então, procure nas melhores livrarias ou peça um volume pelo endereço virtual da Editora Campus: www.campus.com.br. Vale a pena ter A Casa da Mãe Joana na sua casa! 

AUTOR: Reinaldo Pimenta é advogado, formado pela Universidade do Estado de São Paulo do Rio de Janeiro, UERJ e autor de Português Urgente! Método Simples e Rápido Para Escrever Sem Errar (Editora: Campus, 1998). É professor de Língua Portuguesa, prepara estudantes para vestibulares e ministra cursos em empresas.

Livro: A Casa da Mãe Joana - Curiosidades nas origens das palavras, frases e marcas
Autor: Reinaldo Pimenta
262 páginas
Editora: Campus

.: Entrevista com Rodrigo Capella, escritor

"O cão tem uma capacidade incrível de mudar as pessoas e de torná-las mais humanas" - Rodrigo Capella

Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em maio de 2005



Rodrigo Capella, autor de Como Mimar seu Cão, iniciou na carreira editorial ainda em 1997, com contos e poesias. Em 1997, lançou o primeiro livro, Enigmas & Passaportes, cuja tiragem rapidamente se esgotou. 

Após dez anos procurando um tema de interesse público, o escritor, produziu Como Mimar Seu Cão, que apresenta 50 dicas importantes para o dono transformar seu pet num grande companheiro. 



RESENHANDO - Quanto tempo levou para produzir Como Minar o Seu Cão?
Rodrigo Capella - Cerca de dois anos e meio, levando em conta todas as fases de escrita e de publicação. O livro traz informações essenciais para o amadurecimento físico e psicológico do seu cão. Ele conta com 72 páginas e está recheado de ilustrações e dicas. A linguagem é leve e divertida! Vale a pena conferir. Estreite o relacionamento com seu cão e leia Como mimar seu cão. Ele está á venda nas melhores livrarias e pet shops. 


RESENHANDO - Por que escrever um livro sobre o universo canino?
R.C. - O cão tem uma capacidade incrível de mudar as pessoas e de torná-las mais humanas. O mundo precisa de pessoas assim. Vamos mudar, antes que seja tarde! Como Mimar seu Cão apresenta 50 dicas importantes para transformar seu animal de estimação num grande companheiro. A cada caminho percorrido, o leitor é conduzido para uma nova etapa até conquistar o chamado Grande Prêmio. Dividido em cinco estágios, o livro tem uma linguagem leve e divertida, mesclando acontecimentos do cotidiano com histórias fantásticas.


RESENHANDO -  Há de fato uma brincadeira sobre o tema do livro?
R.C. - O livro traz histórias fantásticas, mas também cotidianas e busca discutir os relacionamento humanos, seja entre homens e cães ou entre homens e homens. Precisamos ser mais sociáveis com o próximo. Vamos mudar antes que seja tarde! 


RESENHANDO -  Vender seu livro em Pet Shops, é uma saída para aumentar a venda de Como Minar o Seu Cão?
R.C. - O livro já está à venda nas melhores livrarias e pet shops. Além disso, pode ser comprado pela internet, no site da Livraria Cultura: www.livrariacultura.com.br. Estou realmente surpreso com a vendagem do livro. Outro dia, conversei com o editor e ele me informou que o número de livros vendidos já superou a expectativa. Isso é ótimo! Acho que o público está gostando da obra e está recomendando para amigos e conhecidos. Vendê-los em pet shop tem sido muito interessante, pois o livro fica em contato direto com o leitor. E o principal objetivo do livro é justamente mostrar que os cães devem ser mais valorizados e que a relação deles com os donos precisam de mais destaque dentro de uma sociedade cada vez mais individualista e conservadora. 


RESENHANDO -  Como surgiu a idéia de escrever este livro?
R.C. - Durante quase dois anos eu acompanhei o relacionamento do Brutus, um mini-yorkshire de três anos, com minha mãe, meu irmão e eu. Em certo momento, acreditei que essa relação daria uma boa história e comecei a fazer anotações, num pequeno caderninho que eu levava a todo lugar. O resultado disso foi a publicação de Como mimar seu cão. Antes, eu não gostava de cães, mas a convivência com o Brutus mudou a minha percepção e eu conto um pouco disso no livro. Ao me aproximar de Brutus, mudei profundamente e hoje sou uma outra pessoa. O livro fala um pouco sobre isso, de maneira mais geral, mas sempre focando o cão como protagonista. Afinal, quem tem um pet o considera como um filho e o ama como tal. Isso precisava ser dito no livro.


RESENHANDO -  Descreva a emoção de ter um livro publicado.
R.C. - Foi muito enriquecedor. Toda obra teve o seu momento marcante e me ensinou muito, com esse livro aconteceu o mesmo. Quero continuar aprendendo cada vez mais. Gosto de ter um relacionamento muito próximo com o leitor e descobrir o tema que realmente ele gosta. Acho que essa é a principal função do escritor. Eu insisto: “Temos que estar a serviço do leitor e escrever sobre o que ele gosta!”



RESENHANDO -  Qual o seu estilo literário preferido? Por quê?
R.C. - Gosto de misturar gêneros e traçar linhas que, ao mesmo tempo, mostrem momentos de mistério, romance, humor e alegria. Essa mistura é uma característica minha. Utilizando essa técnica, consigo imprimir momentos de ação e pausas na hora necessária, demarcando o tempo certo de cada cena, momento, acontecimento. 


RESENHANDO -  Quais os seus escritores preferidos? Por que?
R.C. -Agatha Christie, pela ousadia e pelas histórias sempre criativas, e Sir Arthur Conan Doyle, pela inteligência ao criar e dar vida ao Sr. Holmes. No Brasil, admiro Pedro Bandeira, um escritor que
consegue imprimir um bom texto em suas histórias, convidando o leitor para virar a página e descobrir um outro mundo, totalmente diferente do anterior. Ele é fantástico!


RESENHANDO -  Há quanto tempo está inserido no mercado editorial?
R.C. - No começo, eu escrevia contos e poesias, depois, em 1997, lancei o primeiro livro, chamado Enigmas & Passaportes, cuja tiragem rapidamente se esgotou. Fiquei quase dez anos procurando um tema que realmente interessasse ao público e esse ano chegou. Chegou o momento de Como Mimar Seu Cão, que apresenta 50 dicas importantes para o dono transformar seu pet num grande companheiro. O livro é prefaciado pelo consagrado cineasta Carlos Reichenbach, diretor de importantes obras como Dois Córregos e Garotas do ABC. Nesse ano, eu estarei lançado Transroca, o navio proibido. O livro conta a história de Kall, um detetive altamente qualificado, que, em sua lua-de-mel, tem que desvendar um mistério. A obra é prefaciada por Ricardo Zimmer, um cineasta ousado, conhecedor da sétima arte e diretor do ótimo Catarina, que com certeza irá comover muitos brasileiros. Ainda esse ano, vou lançar o livro Rir ou Chorar: o cinema sentimental, uma biografia sobre o cineasta Ricardo Pinto e Silva, que trabalhou em mais de vinte filmes. A obra faz parte da Coleção Aplauso, coordenada pelo mestre Rubens Ewald Filho. Além disso, terminei recentemente mais um livro, o meu quinto, cujo projeto está guardado a sete chaves, mas posso adiantar que será o meu primeiro trabalho em co-autoria.

domingo, 1 de maio de 2005

.: Resenha de "Senhora", José de Alencar

Mulher com "M" maiúsculo
Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em maio de 2005


O escritor José de Alencar foi um dos primeiros escritores românticos do Brasil. Autor de grandes obras como "O Guarani", "Diva", "Iracema", entre outros, marca o romantismo brasileiro com a personagem de Aurélia Camargo, em "Senhora". Esta obra retrata o amor acima das dificuldades, pois Aurélia é uma jovem bela que luta por seus sonhos e ideais, mesmo após ser traída.

Pobre, esta moça acaba sendo trocada pelo homem que amava, Fernando Seixas, pela bagatela de um dote de trinta contos de réis, desembolsados por Adelaide Amaral, filha de um empregado da Alfândega.

Aurélia recebe uma herança e fica extremamente rica e despreza a todos os homens que a cortejam. Agora, esta 'Senhora' traída em sua sensibilidade não a perdoa. Em resposta ao acontecido, para vingar-se, usa o que mais aversão: o dinheiro.

Com muita astúcia, ela pede a seu tio e tutor, Lemos, que ofereça a sua mãe a Seixas, recém-chegado na corte. No entanto, há a condição de que a identidade dela não seja revelada e que o dote proposto seja irrecusável.

Fernando, em mão situação financeira, além de precisar comprar o enxoval da irmã não recusa. Os planos de Aurélia entram em ação. Até que o grande momento acontece. Ele é apresentado a sua futura esposa: ao (re)encontrá-la, acredita ter unido o amor e a fortuna, já que ela é um amor antigo que foi abandonado pelo dote de Adelaide.

Ledo engano do pobre rapaz. Na noite de núpcias é que são revelados os verdadeiros papéis do casal, ela a mulher traída, ele o homem vendido. Neste clima de casamento de conveniência que a história de amor da moça rica é contada. Aurélia, acaba que expondo os seus sentimentos a cada linha que compõem a obra.

Esta mulher que, inicialmente, é vista como um ser divino acaba tornando-se um misto de anjo e demônio. Personagem de contradições, tendo dentro de si 'a bela e a fera'. Ao maltratar o seu grande amor é que a 'Senhora' prova a sua dignidade.

Livro: Senhora
Autor: José de Alencar
215 páginas
Editora: Ática

.: Resenha de "Estrelas Tortas", de Walcyr Carrasco

Livro narra a batalha de um  deficiente 
Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em maio de 2005.


A história de uma garota bonita, alta, jogadora de vôlei. Esta é a jovem Marcella. "Estrelas Tortas", de Walcyr Carrasco, narra a batalha de uma adolescente que após um acidente de carro fica paraplégica. A obra publicada em 1997, na Coleção Veredas, pela Editora Moderna, soma 96 páginas de pura emoção.

Contada na visão de vários personagens que convivem ou tentam conviver com a garota. Juntos, familiares e amigos, descobrem o quanto é difícil perder, e o quanto é precioso aprender a ganhar. "'Sua irmã nunca mais vai andar'. Foi assim que papai me deu a notícia. Quando ele falou, fiquei um tempão tentando entender o que queria dizer, exatamente". É desta forma que o irmão de Marcella, Guilherme, chamado carinhosamente de Gui, começa a contar a história.

A sequência da história fica por conta da sua melhor amiga, Mariana. Na terceira parte está a visão de Bira, o garoto mais bonito da escola e namoradinho da jovem. A mãe, Aída e o irmão, são os que falam da atenção e carinho que devem ser dados a um deficiente. A história ganha um toque especial quando Emílio revela como entrou na vida da personagem principal. No capítulo sétimo, o de Bruno, pai de Marcella, fica visível sua insatisfação ao desconfiar que sua filha está namorando Emílio. 

Detalhe: Bruno pensa que a filha tornou-se um vaso que poderia quebrar a qualquer momento e que necessita de de muito cuidado, isto é, Marcella havia tornado-se uma eterna dependente. No oitavo capítulo é que Marcella tem voz. Nele, a adolescente mostra-se capaz e quer vencer todas as barreiras.

No décimo capítulo é Gui quem finaliza a história de sua vida, vida que teve uma grande mudança ao precisar acompanhar a irmã em muitas coisas. "A gente é como um pedaço da noite. De longe, estrelas perfeitas. De perto, estrelas tortas".

"Estrelas Tortas" é um livro o qual mostra a dificuldade e o sofrimento de um deficiente e das pessoas que o rodeiam, ao menos, até acostumar com o problema. O escritor comenta que preferiu falar da vida de uma paraplégica, para mostrar, também, como todos nós somos livres para voar. "Só quem tem força interior supera as dificuldades do dia-a-dia e brilha, enfim, como estrela", diz. 

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Livro: "Estrelas Tortas"
Autor: Walcyr Carrasco
96 páginas
Ano: 1997
Coleção: Veredas
Editora: Moderna
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*Mary Ellen Farias dos Santos é criadora e editora do portal cultural Resenhando.com. É formada em Comunicação Social - Jornalismo, pós-graduada em Literatura, licenciada em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos e formada em Pedagogia pela Universidade Cruzeiro do Sul. Twitter: @maryellenfsm

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