quarta-feira, 16 de setembro de 2009

.: Resenha de "Asfalto Selvagem - Engraçadinha", Nelson Rodrigues

Engraçadinha é eterna
Por: Helder Miranda

Em outubro de 2009


Releitura: O que esperar de um livro que se relê 13 anos depois? Engraçadinha, de Nelson Rodrigues, pode superar as suas expectativas!


Intrigante reler um livro depois de muito tempo. Assustador, ao mesmo tempo. Não sei se porque 13 anos depois, quase a idade com que li o livro a primeira vez, aos 14, sou outro, ou porque "Asfalto Selvagem – Engraçadinha, Seus Amores e Seus Pecados", que reúne em um só exemplar as duas partes do folhetim, relançado em uma impecável edição da Agir, continua exercendo o mesmo fascínio.

Explico: quando li a obra pela primeira vez, entre a minha casa e as carteiras do primeiro colegial, conheci, sobre um primeiro olhar, quem era Engraçadinha. Enigmática, talvez seja a personagem que sintetize toda a essência da obra do controverso autor, que vem sendo republicado pela Agir com edições que remetem a um merecido reconhecimento.

A história, originalmente publicada como folhetim de 112 capítulos no jornal Última Hora, entre agosto de 1959 e fevereiro de 1960, gira em torno da trajetória de Engraçadinha, uma mulher traumatizada por uma tragédia em sua adolescência, quando pertencia à alta sociedade, e supostamente regenerada, já em um subúrbio carioca. Enquanto tenta, de maneira autoritária e, ás vezes, desesperada, fazer com que a filha caçula, a sensual Silene, não repita os mesmos erros de sua juventude, que a marcaram e destruiram sua vida, Engraçadinha reencontra personalidades que fizeram parte de seu passado nebuloso, que tenta esquecer a todo custo.

Só pelos termos propostos no livro – incesto, lesbianismo e estupro – em uma época em que o moralismo imperava, Nelson já pode ser considerado um visionário e, principalmente, um corajoso. Asfalto Selvagem é um livro que, embora tenha sobrevivido ao tempo, é daqueles que tem a marca de uma época, muito doce, que já não volta mais.

Se os títulos da coleção são capazes de atrair o interesse das novas gerações, justamente pelo cuidado com que são produzidas e diagramadas, fato raro quando se trata de Nelson Rodrigues, na época em que li pela primeira vez não havia exemplares novos disponíveis nas livrarias, o que me fez recorrer a sebos. Leia Asfalto Selvagem – Engraçadinha, Seus Amores e Seus Pecados, de Nelson Rodrigues e viva intensamente cada palavra desta obra rodrigueana!

Livro: Asfalto Selvagem – Engraçadinha, Seus Amores e Seus Pecados
Autor: Nelson Rodrigues
655 páginas
Ano: 2008
Editora: Agir

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

.: Resenha crítica do longa "O Sequestro do Metrô 1 2 3"

Edição favorece a adrenalina em longa com Travolta e Washington
Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em setembro de 2009


Sequestro inusitado dá a Travolta a chance de ser um grande vilão. Saiba mais de "O Sequestro do Metrô 1 2 3"!


Um ser humano sem dó e piedade de tudo o que está além dele. Estes são alguns traços de Ryder (John Travolta), líder de um grupo de sequestradores que ataca o metrô Pelham. Do outro lado da balança está o controlador de tráfego do metrô da cidade de Nova York, Walter Garber (Denzel Washington). Inicialmente Ryder é o bandido, enquanto que Garber é o mocinho, mas, no decorrer da história, descobre-se que nem todo mundo é tão perfeito quanto parece ser.

Ryder dá início ao sequestro às 01h23, quando o metrô parte da estação de Pelham, no Brooklyn, em direção a Manhatan. Esperto e rápido, seu plano, embora seja complexo e muito bem executado, cria tensão em todos os moradores de Nova York que acompanham tudo "ao vivo" pela televisão, graças ao notebook de um garoto que teclava com a namorada enquanto tentava fazer o seu caminho. É por meio da tecnologia que o bando acaba sendo reconhecido por ex-colegas de trabalho. Entretanto, todo cuidado é pouco, pois Ryder sabe muito bem o que quer e adora fazer joguinhos psicológicos com as pessoas.

Após render o maquinista e parar em um ponto estratégico, Ryder faz contato com a central do metrô nova-iorquino e pede a bagatela de 10 milhões de dólares. Com o prazo de uma hora para a entrega da quantia, cada minuto de atraso equivale a um refém morto. É então que Ryder, junto de sua equipe, não pensa duas vezes em acabar com a vida do azarado que estiver por perto.

Enquanto, a tensão cresce entre Garber e Ryder, o público fica no meio deste "fogo cruzado" com a adrenalina a mil. A diminuição de tempo para cumprir o trato é lembrada na telona, o que contribui para que a ansiedade cresça e envolva o espectador. Contudo, o melhor do longa está reservado para a atuação marcante de Travolta na pele de um criminoso irracionável. 

O desfecho da história pode não ser convincente. Afinal, como Garber foi sair justamente diante de nosso vilão e, assim, dar início ao embate esperado entre "mocinho" e bandido? No entanto, temos novamente a história do bom americano que defende a sua nação com unhas e dentes e, até, colocando a próxima vida em risco, sem nem se quer pensar na família que o espera em casa.

Filme: O Sequestro do Metrô 1 2 3 (Taking of Pelham 1 2 3, EUA)
Ano: 2009
Gênero: Aventura / Ação
Duração: 121 minutos
Direção: Tony Scott 
Roteiro: Brian Helgeland
Elenco: Denzel Washington, John Travolta, John Turturro, Luis Guzman, Michael Rispoli, James Gandolfini, Ramon Rodriguez

.: Resenha crítica de "Up - Altas Aventuras", animação Disney Pixar

A redenção de um tremendo rabugento
Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em setembro de 2009


Um velhinho que sempre está de mal com o mundo e um garoto curioso rumo ao desconhecido. Saiba mais de Up - Altas Aventuras!


Um senhor rabugento que gosta de se isolar em casa e um garotinho que está em busca da sua derradeira medalha de escoteiro. Ao brincar com os contrastes e semelhanças entre Carl Fredricksen (Edward Asner) e Russell (Jordan Nagai), a Disney-Pixar dá o seu recado e convence mais uma vez. "Up - Altas Aventuras" é simplesmente perfeito e com grande folga garante o seu espaço entre os melhores filmes exibidos na telona em 2009.

Como encantar-se com um senhor sem paciência e, por muitas vezes, grosseiro? Eis que a animação cheia de detalhes e um colorido de dar inveja nos outros estúdios, consegue tal proeza. Embora Carl seja a antipatia ambulante do desenho, fica fácil aceitá-lo e, até, estabelecer alguma identificação com ele. Resultado: Protagonista e público criam um elo emocional.

 Consequentemente fica fácil embarcar, literalmente, na história do vendedor de balões de 78 anos. Afinal, Carl está prestes a perder a casa em que sempre viveu com sua esposa, a falecida Ellie. Tudo porque a casa dele está no lugar errado, ou melhor, está "atrapalhando" um empresário na construção de um moderno edifício. Fato muito corriqueiro nos dias atuais, isto é, mais um ponto positivo para o protagonista de "Up - Altas Aventuras". De fato, envolver-se com a história de Carl é somente uma questão de alguns minutinhos de película.

Para piorar toda a situação, ao defender a sua moradia, o senhor Carl perde o controle de sua bengala, arruma uma grande confusão (que inclui um homem ferido) e, ao ser considerado ameaça pública, acaba não tendo escolha: terá que deixar sua casa e viver no asilo. Na tentativa desesperada de salvar sua casa e todas as lembranças de sua finada esposa, Carl enche milhares de balões em sua casa, fazendo com que ela levante vôo. 


Ao obter total sucesso na execução de seu plano, ele segue rumo a uma floresta na América do Sul, local em que Carl e Ellie sempre desejaram morar. Contudo, já no início do trajeto o senhor descobre não estar sozinho, mas ter a companhia do escoteiro de 8 anos, Russel. Ao tentar resolver este "probleminha" de percurso, o vendedor de balões chega até a imaginar o que fazer para se livrar do garotinho (cena hilária).

"Up - Altas Aventuras" não só proporciona minutos agradáveis em família. O longa de animação aborda com maestria alguns dilemas da vida, como por exemplo, a dor da perda, a inevitável passagem do tempo e a busca pela renovação. Sem deixar de comentar a redenção do protagonista, esta que acontece de modo envolvente e eletrizante, tornando Up - Alta Aventuras simplesmente imperdível!

Filme: Up - Altas Aventuras (Up, EUA)
Ano: 2009
Gênero: Aventura / Animação
Duração: 96 minutos
Direção: Pete Docter, Bob Peterson
Roteiro: Pete Docter, Bob Peterson, Thomas McCarthy
Elenco: Edward Asner, Christopher Plummer, Jordan Nagai, Bob Peterson, Delroy Lindo, John Ratzenberger


.: Resenha crítica de "A Verdade Nua e Crua", com Gerard Butler

A guerra dos sexos modernizada
Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em setembro de 2009


Uma mulher controladora e um homem despojado mostram detalhes sobre A Verdade Nua e Crua. Saiba mais desta comédia romântica!


Abby Ritcher (Katherine Heigl), produtora de televisão, é uma mocinha que vive integralmente para o trabalho e pensa que os relacionamentos devem acontecer de modo metódico e milimetricamente do seu jeito. Mike Chadway (Gerard Butler) é um machão que, com muita criatividade e ousadia, deu vida a um programa na TV a cabo para falar a verdade e seu lado negro nos relacionamentos entre homem e mulher. Essencialmente, este é "A Verdade Nua e Crua" (The Ugly Truth). Contudo, o tempero a mais do longa metragem dirigido por Robert Luketic está na atuação de Butler.

Tudo acontece entre uma produtora de programa de TV e um conselheiro amoroso às avessas. Embora não se conheçam pessoalmente, Abby e Mike trocam farpas por telefone, após, o gatinho da moça, acidentalmente, pisar no controle remoto da televisão e "colocar" no programa A Verdade Nua e Crua (The Ugly Truth). Para piorar a situação, o programa em que Abby é produtora está perdendo audiência e a moça corre o risco de ficar desempregada. Em uma solução relâmpago Mike ganha espaço no programa em que Abby comanda por trás das câmeras. Entretanto, os atritos entre os dois somente cresce, afinal ela espera demais dos homens, enquanto que ele sabe o que os homens querem. 

O ex-Fantasma da Ópera domina todas as cenas e torna as peripécias de Mike cada vez mais convincentes. Embora esteja um pouco fora de forma física (há um certo volume em seu abdômen), o galã usa e abusa de todo o seu poder de sedução e, sempre, deixa um gostinho de quero mais! É impossível não notar que Butler está totalmente seguro na pele deste mulherengo de plantão!

Enquanto isso, a verdade é que Katherine Heigl teve a oportunidade de mostrar seus talento na pele de Abby, mas não conseguiu atingir todas as expectativas, talvez por Butler roubar as cenas em grande estilo. No entanto, talento não se perde, mesmo diante de um showman, mas Heigl terá muitas chances de mostrar a que veio. O negócio é esperar que isso aconteça!

Esta comédia romântica, embora dê um toque de frescor no gênero, acaba se tornando um tanto que pesadinha, devido ao tom sensual em seus diálogos e algumas piadas picantes, algo que se torna mais ameno na versão dublada. Pelo sim e pelo não, todos sabemos que tais piadas são verdadeiras. 


"A Verdade Nua e Crua" é imperdível para aqueles que gostam de uma história de amor cheia de provocações. É claro que o longa de Robert Luketic tem grandes chances de não ser o filme da sua vida, mas conseguirá deixar o seu dia muito mais alegre, seja pelas piadas "saidinhas" ou pela presença marcante de Gerard Butler. Confira!

Filme: A Verdade Nua e Crua (The Ugly Truth, EUA) 
Ano: 2009
Gênero: Romance / Comédia
Duração: 96 minutos
Direção: Robert Luketic
Roteiro: Nicole Eastman, Karen McCullah Lutz, Kirsten Smith
Elenco: Katherine Heigl, Gerard Butler, Bree Turner, Eric Winter, Nick Searcy, Cheryl Hines

terça-feira, 1 de setembro de 2009

.: Entrevista com Paula Fernandes, cantora de sucessos da teledramaturgia

“Quero agora colher o que eu plantei até agora. Os primeiros frutos estão sendo deliciosos e nutritivos.” - Paula Fernandes


Por: Patrick Selvatti
Em setembro de 2009


Intérprete de canções que embalaram e embalam casais da teledramaturgia brasileira, cantora jovem, representa a ala feminina no sertanejo. Saiba tudo de Paula Fernandes!


Com apenas 25 anos e já no seu quinto disco, Paula Fernandes, mineira de Sete Lagoas, é dona de voz impressionante e uma das poucas compositoras brasileiras dedicadas ao gênero sertanejo – ou pop rural, como prefere frisar - com jeitão de MPB, com doses de rock/folk e atmosfera new age. Seu atual CD, Pássaro de Fogo, possui 14 canções com assinatura própria, sozinha ou com parceiros como Victor Chaves (da dupla Victor e Léo) e Marcus Vianna. 

É de Paula Fernandes a voz que embala, ao lado de Almir Sater, a canção Jeito do Mato, tema dos protagonistas da novela global Paraíso. Assim como também na canção Ave Maria natureza - tema da novela América e que, durante muitos anos, cantou pelos rodeios do Brasil afora – e em Dust in the wind, que entrou na trilha da novela Páginas da vida. 

Pássaro de Fogo é o quinto trabalho e o quarto CD de Paula Fernandes, que começou a cantar com 8 anos e, aos 10, já atuava profissionalmente, lançando, à época, disco de vinil. Aos 12, se mudou com a família para São Paulo, atrás do sonho de se tornar cantora sertaneja. Viajou pelo Brasil com grupo de rodeios durante cinco anos, cantando inclusive a Ave Maria que abre as competições. Inspirada no sucesso da novela Ana Raio e Zé Trovão, lançou o CD Voarei. Muitos obstáculos no caminho fizeram com que, aos 18 anos, desistisse da carreira artística e voltasse para Minas Gerais. Faz curso de geografia e, paralelamente, tocava e cantava em barzinhos. 

Sou totalmente pé vermelho”, brinca a artista, valendo-se de expressão usada para definir quem gosta da roça e, especialmente, de terra que tem minério no solo. “O que faço é versão feminina da canção sertaneja, que ganha um toque especial pelo modo diferente de a mulher se colocar no mundo. Sei que as mulheres vão se identificar com o mundo brejeiro, romântico, falando do que esperamos dos homens”.




RESENHANDO - Como você define, de fato, o seu trabalho?
PAULA FERNANDES - A minha raiz é totalmente sertaneja. Eu fui criada no interior, ouvi moda de viola, mas, na medida em que fui crescendo, essa questão da personalidade musical foi fluindo o lado de compositora. Eu me considero pop rural, uso elementos do campo, falo sobre o amor puro, como eu acho que deveria ser, não banalizado como está. O que faço é versão feminina da canção sertaneja, que ganha um toque especial pelo modo diferente de a mulher se colocar no mundo. Sei que as mulheres vão se identificar com o mundo brejeiro, romântico, falando do que esperamos dos homens. É uma mistura, mas eu não posso perder a essência, que é sertaneja. Mas acho importante essa renovação, para sair do repetitivo.


RESENHANDO - A música brasileira está passando por nova releitura?
PAULA FERNANDES -As pessoas estão se ligando na boa música brasileira novamente. Esse mercado onde estou entrando é tipicamente masculino, mas é um momento bacana para as mulheres, tanto cantando como compondo, porque se trata de uma linguagem diferente. Acredito que haverá, sim, uma grande renovação.


RESENHANDO - Como a música entrou na sua vida?
PAULA FERNANDES - Foi tudo muito naturalmente. A música faz parte da minha vida desde que me entendo por gente. Eu não escolhi: fui escolhida pela música. É profissão como qualquer outra, a diferença vem de ser atividade envolvida em magia.


RESENHANDO - A letra da canção Jeito do mato foi escrita especialmente para você como uma declaração. Como você recebeu isso e decidiu transformá-la em música?
PAULA FERNANDES - Em resumo, eu estava fazendo uma matéria para um jornal e esse amigo, o jornalista Maurício Santini, sabendo da minha história real, e não aquela que é contada pelos outros, ficou muito inspirado, muito emocionado e escreveu a poesia, da forma dele, para aqueles olhos tristes, para a menina da voz doce... A poesia chegou para mim ainda sem nome e eu coloquei melodia nela e batizei de “Jeito de mato”. Depois disso, a coisa fluiu, o Almir [Sater] gravou comigo, antes mesmo do contrato com a Universal Music e, depois, foi uma grande surpresa, porque a música de trabalho nem ia ser ela, mas ela acabou entrando na novela, casou perfeitamente com a personagem Santinha e a coisa está aí, do jeito que está...



RESENHANDO - Essa não é a primeira música sua que entra na trilha de uma novela, mas, certamente, é a que faz mais sucesso. Como isso afeta sua carreira?
P.F. - Eu acho que este é um momento ímpar, porque é a primeira vez que eu estou numa multinacional, fui independente até o ano passado. Então, já gravar um disco, que é uma grande responsabilidade para a gravadora, ter uma canção que é tema do casal protagonista de uma novela da Rede Globo, tudo isso foi um presentão da vida. Eu só tenho a agradecer...


RESENHANDO - Quem são os seus maiores ídolos na música? 
P.F. - Eu ouço de tudo, desde Tião Carreiro & Pardinho até Simon & Garfunkel, Bee Gees, adoro Almir Sater, Victor & Léo, Shania Twain, Roberta Miranda, Ana Carolina. Acho que a música deve ser explorada em seus mais diversos estilos. Sendo boa, eu ouço de tudo. Eu gosto muito da música folk, mas aqui no Brasil não se usa muito esse termo. E, fazendo trilhas, acho impressionante a sensibilidade de Marcus Vianna...


RESENHANDO - Apesar da pouca idade, você já tem alguns anos de estrada, mas ainda é uma cantora jovem. Qual é o seu maior sonho? 
P.F. - Eu acho que já me considero uma pessoa vitoriosa por tudo que já passei desde os oito anos de idade. Estou num momento em que tudo o que vier será muito bem-vindo. Quero agora colher o que eu plantei até agora e os primeiros frutos estão sendo deliciosos e nutritivos. O que vier a partir de agora, será lucro.
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