quinta-feira, 10 de setembro de 2015

.: Finalmente, 33 anos: o que aprendi com a vida

Por Helder Miranda
Em setembro de 2015

A imagem mais nítida que tenho de uma véspera de aniversário meu foi na transição entre os 15 para 16 anos em um banho, num banheiro pequeno, e não sei dizer o porquê disso. Eu era um menino cheio de sonhos que se tornou um homem cheio de sonhos e, se tudo correr bem, um velho cheio de sonhos. 

Sempre adorei fazer aniversário, mas idades ímpares, acho a sonoridade de idades pares feia, a não ser em datas simbólicas, como fazer 18 anos e completar a maioridade, e as que nos fazem completar mais uma década.

Já se passaram 33 anos e hoje sei exatamente como é ter a idade que mais marcou Jesus Cristo. Entendo o que ele pensava, os anseios dele, os questionamentos, porque também passei por tudo isso. Mas não acho que tudo passou muito rápido, acredito que vivi cada momento aproveitando um pouco mais, ou um pouco menos, a vida. E nesse caminho fiz erros e acertos como qualquer pessoa que acaba de completar 33 anos.

A sensação é a de que ainda há muito para conquistar, mas há muito para agradecer também. Porque parece que para chegar à linha de chegada é preciso passar por vários obstáculos. E de uma maneira geral as pessoas estão aí para julgar o que você é por fora. Muitas querem ser você, sem imaginar o que você passou para estar até ali. 

E, com minha cara de bem-nascido, sem ter um tostão no bolso, e talvez uma postura mais elegante, minha pré-disposição para ser o vilão da história sempre me perseguiu. Talvez pelo meu jeito de falar tudo o que penso sem ter um filtro entre cérebro e boca, o que é um prato cheio para os desafetos que acumulei pelo caminho, as tão cansativas “vítimas das circunstâncias”. 

Não tenho essa pré-disposição, nunca tive, então sou um prato cheio para quem se vitimiza me tornar o ruim da vez.  Mas eu sigo e, vira e mexe, caio e levanto quantas vezes forem necessárias. O que aprendi ao longo da vida é que quando você está bem, há muitos amigos por perto. Quando está por baixo, as pessoas somem, mas ficam as verdadeiras. E são essas as que importam. O resto fica pelo caminho e recomenda-se não olhar para trás.



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