sábado, 12 de novembro de 2016

.: "De médico e louco Trump não tem nada", afirma ex-sócio brasileiro


Na semana em que Donald Trump foi eleito presidente dos Estados Unidos, Mariana Godoy e Mauro Tagliaferri conversaram com um amigo e ex-sócio de Trump, o empresário brasileiro Ricardo Bellino. Ele, que mora em Miami, ainda não tem condições de votar para a presidência dos Estados Unidos, mas ao ser questionado se votaria no ex-sócio, caso pudesse, foi direto: "Com certeza absoluta".

O empresário brasileiro falou sobre algumas características do futuro homem número um dos Estados Unidos: "Ele é um personagem e ele assume esse personagem. Ele é um cara obstinado, que não aceita o não como resposta. Ele assumiu que poderia sair de ser ninguém e se tornar o candidato vencedor". Bellino prosseguiu: "Ele adora brigar, ele assumiu o princípio de que para vencer ele tem que brigar".

Ao comentar os protestos de rua que se espalharam pelos Estados Unidos depois da eleição de Trump, Bellino observou: "Ele tem essa capacidade de gerar essa tensão". Para ilustrar, o brasileiro citou o programa "O Aprendiz", em que o norte-americano demitia os participantes na mesa de reunião, e concluiu: "As pessoas gostam de pessoas com posições fortes".

Bellino citou uma frase muito usada nos Estados Unidos, "quando você é muito grande para quebrar", para firmar que "a América está quebrada". Para o empresário brasileiro, "mudanças causam dor". Ele ainda opinou: "Não tem como mudar com discurso morno".

Para atestar a capacidade de Trump, Bellino foi taxativo: "Esse homem não imprime dinheiro, ele gera dinheiro. Ele tem uma visão do mundo real, goste dele ou não goste dele. Ele mostra às pessoas que você aprende quando cai. Ele tem essa capacidade".

Ao ser questionado sobre quem é Donald Trump, Bellino não pensou duas vezes: "Ele é um cara comum, com uma personalidade muito forte. Ele construiu uma história. Ele não tem problemas em romper limites. Ele é um cara agressivo, no bom sentido da palavra". O brasileiro ainda falou sobre a capacidade de liderança do amigo norte-americano: "Esse homem nunca delegou, ele sempre foi o comandante-chefe do negócio dele. Ele é um cara comprometido demais com o negócio".

Bellino, no entanto, reconheceu que a situação agora é outra e falou sobre a capacidade de Trump de se cercar de profissionais competentes: "Ele construiu o que construiu porque criou uma rede de colaboradores e parceiros". Para o empresário brasileiro, Trump mudou a skyline de Nova Iorque: "Não pode achar que um sujeito desse é maluco. De médico e louco o Trump não tem nada".

Sobre o "personagem" encarnado pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Ricardo Bellino defendeu: "É populista sim e tem que ser". Para o brasileiro, não fosse por essas características, as pessoas não sairiam de casa para votar, haja vista que o voto no país é facultativo.

Ainda sobre características pessoais de Trump, Bellino observou: "Ele sempre foi um cara de educação muito rígida. Ele é um cara muito família, esse eixo para ele é muito importante".

Mauro Tagliaferri questionou como Trump lidaria com os mais pobres do país, uma vez que corre na imprensa uma máxima de que Trump teria repúdio ao fracasso e aos fracassados. Bellino observou: "Ele mesmo já fracassou várias vezes. Ele realmente entende e trata de divulgar que você pode cometer erros, mas você tem que ter a vontade de voltar a tentar de novo".

O empresário brasileiro garantiu: "O personagem não vai morrer". Bellino ainda comentou que Trump terá facilidades para compor com o Congresso e a Suprema Corte do país para implementar suas ideias.

Para finalizar, Ricardo Bellino atestou: “A diferença é que ele realmente não é o cara do discurso pronto, por isso ele fala deste jeito, é autêntico. Goste dele ou não, você vai saber que ele não está lendo um papel”.

Além do empresário Ricardo Bellino, o programa "Mariana Godoy Entrevista" desta sexta-feira, 11 de novembro, discutiu a reforma da previdência, alardeada pelo governo brasileiro como uma das prioridades para o país. Para esmiuçar o tema, foram convidados o professor da Faculdade de Economia da Univesidade de São Paulo (USP) José Roberto Savoia, o advogado especialista em direito previdenciário João Alexandre Abreu, o presidente da União Geral dos Trabalhadores Ricardo Patah, o professor de direito previdenciário da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Daniel Pulino, e a presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados de São Paulo Tônia Galetti.

José Roberto Savoia foi direto em sua primeira observação sobre a Previdência: "Ela precisa sofrer um ajuste e esse ajuste tem que ser agora"João Alexandre, por sua vez, fez questão de mostrar outro lado da questão: "Não se fala, por incrível que pareça, que a Previdência tem um superávit". Segundo dados do especialista, ela arrecada 700 bilhões de reais e gasta 500 bilhões, mas é mal administrada, pois os recursos são usados por outras áreas do governo. Ele criticou a Desvinculação de Receitas da União (DRU), que permite ao Governo Federal usar 20% de todos os tributos federais livremente. Ele ainda questionou: "Se está deficitário, por que vai para outras áreas?".

Ricardo Patah opinou: "Concordo com o João que há um superávit, mas o governo tem que, ao meu ver, fazer o seu dever de casa". Patah falou sobre imóveis da Previdência que estão ociosos e ainda citou créditos que o governo "não saberia cobrar". Segundo ele, há muitas coisas a serem feitas antes de se tirar direitos dos trabalhadores.

Outro tema abordado pelos especialistas foram as aposentadorias muito altas do funcionalismo público, que apesar de beneficiarem um número relativamente pequeno de pessoas, têm impacto praticamente igual ao de toda a previdência "comum" no país.

João Alexandre explicou o que, ao seu ver, poderia ajudar nas contas do governo e ainda ser uma saída mais justa para os trabalhadores do país, a "Fórmula 85/95", que ele e Mariana Godoy explicaram. Ele ainda observou: "Quem começa a trabalhar cedo não começa porque quer". Então, para ele, não é justo que se fixe uma idade mínima para a aposentadoria.

Tônia Galetti comparou a idade de aposentadoria em países da Europa com a do Brasil, mas apontou as gritantes diferenças sociais existentes. Para ela, não levam em conta a realidade do brasileiro na proposta de reforma da Previdência.

Para finalizar, cada um dos especialistas apresentou, de forma sintética, a sua visão sobre a reforma da Previdência.

Para Savoia, "o Brasil gasta demais com previdência, precisamos corrigir isso, precisamos ter um sistema mais justo". Patah observou: "É preciso, nesse momento de crise, que haja diálogo. A sociedade toda tem que participar". Daniel Pulino foi enfático: "Precisamos de Previdência básica, que combata a pobreza. Quem ganha mais precisa ter uma Previdência complementar forte".

Tônia Galetti, por sua vez, resumiu o que pensam os aposentados do país com uma provocação: "O que nós queremos para nossos idosos? Eu não queria meu pai, minha mãe, precisando de dinheiro, passando necessidade. Essa é a grande pergunta, nós estamos falando de seres humanos, não de números".

Programa na íntegra: http://www.redetv.uol.com.br/jornalismo/marianagodoyentrevista/videos/programas-na-integra
Crédito/Fotos: Divulgação/RedeTV!

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