domingo, 28 de janeiro de 2018

.: Do creme de avelã caseiro ao quase adeus de meu liquidificador

Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em janeiro de 2017



A verdade é que comprei aquelas 200 gramas de avelã com casca há um tempinho. O pacote rolou para um lado e para outro. Chegou em casa com a intenção de fazer a tal da "Nutella caseira". O tempo passou e já não lembrava mais onde foi que tinha visto o vídeo que me inspirou.

Ok! O dia para a feitura foi escolhido: 27 de janeiro de 2018. Bati o martelo e informei ao maridão: É hoje que vamos abrir esse pacote de avelãs. Chega de enrolar! Peguei uma tábua e o martelinho de carne. Fizemos o trabalho que rendeu pouco. Levei aquele tiquinho ao micro-ondas e já começou a dar errado, o potinho descascou. Passei para um pratinho e colocamos mais 1 minuto. As avelãs do meio queimaram um pouco. Por que fiz isso? Para tirar a pele da especiaria -outra indicação "interneteira" que afirmou "o torradinho é mais gostoso". Ledo engano!

O próximo passo foi o de fazer uma farofa de avelã, segui tudo o que foi indicado por uma "Youtuber" com o intuito de "ensinar" e ser engraçadinha. Contudo, a gracinha mor na explicação ainda estava por vir em casa. Após ter a farofa de avelã com açúcar mascavo, acrescentei o chocolate derretido, com duas colheres de óleo, além de um pouco de sal -era para ser somente uma pequeníssima pitada. Foi então que a porca quase torceu o rabo de vez. Senti um cheiro de queimado e deixei de olhar pelo buraco da tampa do liquidificador. Sim! Estava já saindo fumaça do meu amigão.

Ah! Confesso que esse é o meu eletrodoméstico favorito desde pequena, pois era o único que minha mãe deixava eu mexer, desde que não ousasse lavar a parte das hélices. Foi no liquidificador que eu passei a fazer o que ainda amo loucamente: vitamina (quase sempre de mamão, banana e maçã com aveia e Neston).

Tragicamente, o destino do meu Arno, presente dado por minha mãe, de casamento, parecia estar fadado. O cheiro de queimado tomou conta da cozinha e meu olhar ficou totalmente desolado. Só pensava no quanto eu desejei exatamente aquele aparelho e no cuidado que sempre dei a ele. Diante da situação, fiquei desesperada. Contudo, a minha metade da laranja pediu para que eu me acalmasse e deixasse o aparelho esfriar. Esperei, testei e não teve resposta!

Experimentamos o creme que não ficou gostoso, mas também não tão ruim. Maridão tentou me reconfortar que era só mandar para o conserto, enquanto que eu rebatia com a seguinte pergunta: Como é que vamos fazer vitamina agora? Depois de lavar toda a louça, o copo e a hélice do liquidificador o novo teste teve êxito. O meu amigão funcionou!

Pois é, coleguinhas, a lição aprendida foi a de não inventar moda seguindo dicas desse povo afetado que somente busca fama. Nutella é cara? Sim! Mas todo o trabalho e risco não valem a pena, em nada. Nunca mais tentarei fazer Nutella no meu lar doce lar! Deu vontade? Sem dúvida, comprar no mercado sai muito mais em conta e evita qualquer surpresa desagradável! Essa lição... eu aprendi.


*Editora do site cultural www.resenhando.com. É jornalista, professora e roteirista. Twitter: @maryellenfsm
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