quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

.: "Melhores Poemas Torquato Neto", um dos fundadores da Tropicália

“Torquato marca uma mudança radical, um salto qualitativo, na história disso que se chama, na falta de um termo melhor, poesia brasileira.” Paulo Leminski

Com seleção e prefácio de Claudio Portella, essa antologia dos "Melhores Poemas Torquato Neto" (Global Editora, 200 páginas, R$ 32), em formato pocket, é uma ótima oportunidade de embarcar nessa psicodelia que nasce do registro da manifestação. Toda e qualquer manifestação.      

Torquato Neto foi poeta, jornalista e compositor. Atuou como agente cultural e defensor das manifestações artísticas de vanguarda, como a Tropicália, o cinema marginale e a poesia concreta. Diversos artistas gravaram suas composições. Entre eles, Elis Regina e Jair Rodrigues ("Louvação"), Gal Costa e Caetano Veloso ("Nenhuma Dor").

“Dividir o que é poesia e o que e letra de música da obra de Torquato Neto é trabalho possivel, mas nada esclarecedor. Conforme José Miguel Wisnik, ele é o primeiro poeta a unificar a densidade entre a poesia escrita e a cantada. Assim sendo, todos os textos selecionados tambem são poemas”, escreve Claudio Portella.    

Sobre o autor:
Nascido em Teresina, Piauí, em 1944, Torquato Neto foi poeta, compositor, jornalista, ator e cineasta. Em 1961, foi para Salvador, onde conheceu Gilberto Gil, Caetano Veloso e Gal Costa. Posteriormente, no Rio de Janeiro, formou com estes e outros artistas como Capinam e Tom Zé o movimento tropicalista, o qual fundia referências de diferentes gêneros musicais diversas como a bossa nova, o rock e ritmos regionais. 

Em 1968, após a prisão de Caetano e Gilberto Gil, resolveu deixar o Brasil. Depois de um ano morando em Londres e Paris, ele retornaria ao Rio de Janeiro, conseguindo, em 1971, um emprego no jornal Última Hora, onde criaria a coluna “Geleia Geral”. Nela, veiculava notícias e críticas sobre música, poesia e cinema, privilegiando a produção dos artistas marginais com os quais se identificava. Seus poemas demonstram grande liberdade de pensamento e de forma. 

Foi autor de letras com colegas do tropicalismo e teve poemas de sua autoria transformados em música, como foi o caso da canção “Go Back”, dos Titãs, composta a partir de um poema de Torquato escrito em 1971. Faleceu no Rio de Janeiro, em 1972.

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