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quinta-feira, 23 de maio de 2024

.: Entrevista com Manuel de Oliveira: entre a música flamenca e o jazz


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. 

O renomado violonista ibérico Manuel de Oliveira veio ao Brasil para se apresentar na capital paulista e em Illhabela. Natural de Guimarães, Portugal, o guitarrista contemporâneo tem sido presença destacada nos principais festivais de jazz europeus. Com mais de 20 anos de carreira, Manuel de Oliveira consolidou-se como um dos mais proeminentes violonistas contemporâneos. Autodidata, ele absorveu influências de diversas culturas musicais, incluindo flamenco, música sul-americana e fado, criando uma identidade sonora reconhecível em constante evolução. 

Seus concertos e documentários foram lançados pela Qwest TV, canal do icônico Quincy Jones, ao lado de músicos como Brad Meldhau e Chick Corea, ele se estabeleceu como um dos pioneiros do estilo flamenco-jazz. Em entrevista para o Resenhando.com, ele conta como a nossa música brasileira imapctou em su formação e explica como preparou o seu "Looping Solo". “A música instrumental etno contemporânea, que dialoga entre várias culturas, é uma tendência global e de uma riqueza enorme”.


Resenhando.com - O Brasil tem uma relação muito próxima de Portugal com a música. Como a música brasileira impactou em sua formação musical?
Manuel de Oliveira -
A música do Brasil é de uma riqueza infinita e depois tem uma natural identificação com a cultura portuguesa, mesmo para além da língua - artistas da área instrumental como Egberto Gismonti, Rafael Rabelo, Hermeto Pascoal, os grandes da MPB também, como Chico Buarque, Tom Jobim, Caetano Veloso, enfim, é ao mesmo tempo um espanto pela qualidade e um vislumbramento do potencial criativo de um diálogo cultural que não tem barreiras.


Resenhando.com - No Brasil há uma queixa recorrente dos músicos para ganhar mais espaço na mídia para a música instrumental. Como está o espaço em Portugal para esse estilo?
Manuel de Oliveira -
É de fato um problema. Ainda bem que aqui há queixa. Em Portugal, acho que ainda nem sequer chegou a isso. A música instrumental no Brasil vai tendo alguns contatos importantes, como festivais e o próprio Sesc, apesar de ser muito pouco. Não só há poucos contextos no geral para a música instrumental, como os que existem são muitas vezes fechados a géneros como o jazz ou a clássica. A música instrumental etno contemporânea, que dialoga entre várias culturas, é uma tendência global e de uma riqueza enorme. É realmente necessário criar mais contatos e canais de comunicação para esta vertente.


Resenhando.com - O que é o “Looping Solo”?
Manuel de Oliveira -
O "Looping Solo" é o nome que dei ao meu show a solo, com o uso uma tecnologia que me permite em tempo real gravar uma série de partes. Assim eu estabeleço no fundo um diálogo comigo mesmo.


Resenhando.com - O estilo flamenco ainda tem influência no jazz contemporâneo? Cite alguns exemplos.
Manuel de Oliveira  -
Muito. O flamenco e o jazz abriram um caminho sem retorno nos anos 80 com artistas como Paco de Lucia, Jorge Pardo, Carles Benavent, tem cada vez mais artistas a explorar esses caminhos - sendo uma música urbana por si, é um diálogo muito natural de estabelecer, como o fado com o flamenco, o tango com o fado, o blues com a bossa, enfim. Entre os exemplos de artistas do Flamenco Jazz, citaria Nino Josele, Josemi Carmona, Jorge Pardo, Ano Dominguez, entre muitos outros.


Resenhando.com - Quais os músicos que influênciaram na sua formação musical?
Manuel de Oliveira -
Paco de Lucia, José Afonso e Egberto Gismonti, acho que assim como uma matriz, entre várias outras influências.

sábado, 18 de maio de 2024

.: Capítulo 5: Projota conta com Lou Garcia em novo single e clipe "Ninguém”


O rap se diferencia de outros estilos musicais porque reflete, em seus versos rimados, questões referentes à realidade cotidiana envelopadas numa batida intensa que ecoa e ultrapassa as barreiras dos locais onde nasce. Nas canções, o amor e as suas diferentes formas servem de pano de fundo para os enredos, mas nem sempre ganham protagonismo. Se antes não existia muito espaço para letras e melodias de love songs no rap, hoje o cenário já é um pouco diferente. O rapper Projota, nome de referência na arte e música urbana, une o amor e o rap em suas canções desde que começou a carreira, mas, agora, ele chega com o maior e mais audacioso projeto de sua trajetória.

Em seu novo álbum, "Alguém Tinha Que Falar de Amor", Projota, reconhecido por sua habilidade lírica e narrativa autêntica, volta a abordar o tema em seu novo projeto, produzido para ser trilha sonora de uma série audiovisual exclusiva, disponibilizada em streaming gratuito no YouTube. O projeto inédito do artista promete oferecer ao público uma experiência sonora única, incorporada a um material visual envolvente, que se desenrola ao longo de oito faixas.

O single “Ninguém”, em colaboração com a nova aposta do pop, a cantora Lou Garcia, que chega hoje a todos os tocadores digitais, com videoclipe no YouTube, é a quarta faixa prévia do novo projeto do rapper. Ouça e baixe aqui: https://umusicbrazil.lnk.to/Ninguem.

O projeto completo é composto por oito faixas musicais, com seus respectivos clipes, mais oito capítulos da série centrada em uma narrativa romântica. O álbum conta com a participação dos artistas Mumuzinho, Priscilla, Budah (em “Coisas da Vida”), Sotam e Lou Garcia. Além das duas faixas já citadas, também fazem parte as canções “Lo-fi Luv”, com participação de Sotam; “Coração”, single solo; “Ninguém”, com participação de Lou Garcia; “Acabou 2”, single solo; “Recomeço”, com a participação de Priscilla; e “Talvez”, com a participação de Mumuzinho.  Assista aos vídeos no canal oficial do artista no YouTube.

A série “Alguém Tinha Que Falar de Amor”, de nome homônimo ao do projeto, foi desenvolvida com a participação de mais de 70 profissionais de cinema, em um formato inédito jamais visto no mundo do rap. Dirigida por Drico Mello e com produção executiva de Haroldo Tzirulnik, a série contou com a participação dos atores Patrique Novais, Nathalia Mastrobiso, Leo Drummond, Samantha Prates, Letícia Festi, João Vitor da Luz, Thauany Silva Santos e Lucas Krueger.

O enredo, eletrizante e misterioso, gira em torno de um rapaz que se relaciona amorosamente com uma inteligência artificial. Interpretando vários personagens diferentes, Projota atuará fazendo parte desta narrativa amorosa, que se desenvolve nos ambientes virtual e urbano, costurada por videoclipes musicais onde o rapper canta sobre os temas que se desenrolam na história. Toda semana, será lançado um clipe da música e um capítulo da série no perfil oficial do artista, no YouTube, e uma faixa do álbum, nas plataformas musicais. Na oitava semana, juntamente com o último capítulo, será lançado o disco completo.

“Este projeto é, provavelmente, o mais ambicioso da minha carreira. Depois de tantos anos criando, eu precisava mesmo me desafiar dessa forma. O álbum navega pelas variadas fases de um relacionamento, e a série veio para ampliar esse horizonte e surpreender, com uma história que vai além do próprio amor ali presente. Fiquei muito feliz com o resultado, tanto musical quanto visual. Estou ansioso para compartilhar com geral”, disse Projota.

Projota é cantor e compositor, com 23 anos de carreira e uma coleção de faixas inéditas que destacam a habilidade sonora do artista e sua diversidade musical. Tornou-se um dos nomes mais prestigiados do rap e hip-hop nacional acumulando mais de 2.2 milhões de ouvintes no Spotify. O rapper já gravou com grandes nomes da música nacional, como Anitta, Emicida, Marcelo D2, MV Bill e Anavitória, além de parcerias internacionais com J Balvin e a banda Thirty Seconds to Mars.

Projota - "Capítulo 5 "- Ninguém (Participação Especial Lou Garcia)

sexta-feira, 17 de maio de 2024

.: Banda Selton apresenta o álbum "Gringo", análise do crítico musical Otero

Banda Selton. Foto: Simone Biavati

Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. 

É possível uma banda de pop rock ter nascido no Brasil, se criado na Espanha e se consolidar na Itália? No caso da Selton, essa situação inusitada já é uma realidade há 15 anos. O mais recente trabalho do grupo, o álbum Gringo, que conta com a participação de Ney Matogrosso, apresenta uma sonoridade mais próxima do universo radiofônico pop.

Formada por Ramiro Levy, Daniel Plentz e Eduardo Stein Dechtiar, o projeto começou como uma banda tocando covers dos Beatles nas ruas de Barcelona. Depois que um produtor da MTV italiana os viu tocando nas ruas, o grupo assinou seu primeiro contrato de gravação na Itália, onde estão na cidade de Milão há 15 anos.

A produção é de Ricky Damian, vencedor de um Grammy Award com “Uptown Funk” de Bruno Mars, que se mudou para Londres. Juntos, a banda e Damian  gravaram grande parte do disco no estúdio de Damon Albarn (das bandas Blur e Gorillaz).

Banda Selton. Foto: Simone Biavati

Além das canções autorais, há uma interessante releitura de Sangue Latino, do Secos e Molhados, com letra em italiano. Essa faixa tem a participação de Ney Matogrosso, cuja presença para os músicos representou uma benção. A ideia de fazer uma versão italiana de Sangue Latino, segundo eles, veio uma noite em um sonho que acabou se tornando realidade. “A letra original parece ter sido escrita já pensando que algum dia ela seria traduzida ao italiano. De alguma maneira sentimos que essa canção nos pertence, pertence a esse nosso momento”, explicam os músicos.

As canções oscilam entre o pop e a MPB, criand0 uma sonoridade próxima do chamado som Indie alternativo. Faixas como Café para Dois, Maresia e Fatal apresentam elementos pop com potencial radiofônico.  O álbum Gringo é uma surpresa agradável de uma banda cuja trajetória une Brasil, Espanha, Itália e Inglaterra.


Sangue Latino


Fatal


Calma Cara



quarta-feira, 15 de maio de 2024

.: Sesc Consolação: Fat Family participa da programação da Virada Cultural

Fat Family. Foto: divulgação

Fenômeno dos anos 1990 e 2000 e, na época, formado pelos oito irmãos Celinha, Celinho, Deise, Kátia, Sidney, Simone, Sueli e Suzete, o Fat Family conquistou o público com suas vozes potentes, gingado e um toque de referências ao gospel norte-americano. Um ano após anunciar a nova formação — com Suzete, Katia e Simone —, o trio de irmãs tem a missão de atravessar o país em celebração aos 25 anos de trajetória da banda. Agora, nos dias 18 e 19 de maio, como parte desta comemoração, o trio participará da Virada Cultural de São Paulo, no Sesc Consolação, com o show especial em homenagem a Tim Maia e outro da turnê 25 anos. Ambos apresentações têm entrada gratuita e os ingressos estarão disponíveis para retirada a partir do dia 18 de maio, às 12h (acesse aqui).

Com a premissa de celebrar a história do Fat Family, sua contribuição ao R&B e ao pop brasileiro, a nova turnê faz ode à música, à família e à energia contagiante da banda que conquistou o público — do norte ao sul do país — por meio de canções como “Fim de Tarde”, “Jeito Sexy” e “Eu Não Vou”. “Estamos preparando um show repleto de hits da nossa carreira! Apesar de termos rodado grande parte do Brasil e também muitos países no exterior, queremos nos reencontrar com quem sempre nos acompanhou, mas também com as novas gerações. Esta celebração é pra gente e pra todo mundo, pra toda família!”, conta Simone. 

Já a conexão entre o Fat Family e Tim Maia é antiga: as canções do cantor sempre permearam o repertório do grupo, ecoando não apenas nos palcos durante os shows, mas também na vida cotidiana de cada um dos integrantes. “Era como se o Tim fosse parte da nossa família. Nós ouvíamos as músicas dele dia e noite, repetidamente”, comenta Suzete. Para eles, Tim Maia era muito mais do que um ícone nacional, ele era uma fonte de inspiração que influenciou a arte e o estilo do Fat Family, ajudando a compor a identidade sonora do conjunto. “Ele representava o soul de verdade. Levar o repertório dele aos palcos hoje, com certeza, é reviver nossa infância”, finaliza Suzete.

A carreira do grupo Fat Family é gerenciada pela Listo Music, com empresariamento artístico de Marina Amano e a venda de shows é realizada pela agência Let’s GIG.


SERVIÇO

Fat Family @ São Paulo

Datas: 18 e 19 de maio de 2024 (sábado e domingo)

Horário: Sábado, a partir das 20h. Domingo, a partir das 18h

Local: SESC Consolação - R. Dr. Vila Nova, 245 - Vila Buarque, São Paulo/SP

Ingressos: https://www.sescsp.org.br/programacao/fat-family-canta-tim-maia/

sexta-feira, 10 de maio de 2024

.: Catia de França: disco autoral marca os 50 anos de carreira


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. 

Um disco que une o passado e o presente, que resgata memórias e perspectivas ao longo de 77 anos bem vividos. Em 12 faixas inéditas, músicas que revelam desde os sentimentos juvenis até às incertezas da censura imposta aos artistas brasileiros. “No Rastro de Catarina”, novo disco da multiartista paraibana Cátia de França, chega às plataformas digitais com toda força e vitalidade de uma artista com influências em diversas gerações da música brasileira.

Com seis discos lançados entre 1979 e 2016, Cátia de França transita entre palcos e parceiros musicais dos quatro cantos do país. Sua história envolve evolução de ritmos, experimentações e parcerias com artistas como Zé Ramalho, Dominguinhos, Sivuca, Lulu Santos, Chico César, Elba Ramalho e Bezerra da Silva em seus discos.

“No Rastro de Catarina” é uma obra que expõe a poética e sonoridade múltipla de Cátia de França. O disco percorre toda a história da artista, desde “Indecisão”, um poema de amor escrito quando Cátia tinha 14 anos e só agora musicado, ao mergulho em seu envelhecimento com “Malakuyawa”, cantando sobre seus cabelos brancos, veias aparentes e sorriso sem dentes. “No Rastro de Catarina” foi gravado em João Pessoa, terra natal da cantora, no Estúdio Peixeboi. O disco foi produzido pelo selo Tuim Discos, também da Paraíba. O lançamento no exterior será pelo selo Amplifica Music.

A banda foi composta só por músicos paraibanos: Cristiano Oliveira (viola, violão e violão de aço), Marcelo Macêdo (guitarra e violão de aço), Elma Virgínia (baixo acústico, baixo elétrico e fretless), Beto Preah (bateria e percussões) e Chico Correa (sintetizadores e samplers), que também assina a produção musical do disco ao lado de Marcelo Macêdo. O disco conta ainda com participação de Gláucia Lima no vocal, Dina Faria na direção artística e Felipe Tichauer na masterização.

Cátia de França representa na MPB aquele tipo de personagem inusitado, capaz de surpreender sempre com sua sonoridade a cada trabalho realizado. E nem mesmo os seus 77 anos representam uma barreira no processo criativo de sua música, que permanece fértil e interessante.

"Fênix"

"Negritude"

"Conversando com o Rio"



 

domingo, 5 de maio de 2024

.: Depois do show histórico, biografia de Madonna chega para arrebatar


Com escrita envolvente, Mary Gabriel faz em "Madonna: uma Vida Rebelde", lançado no Brasil pela editora BestSeller, um relato impactante sobre a vida de uma das maiores artistas do mundo, um ícone cultural que mudou os rumos da música pop. A biografia, que destaca a influência da cantora e sua obra na cultura e na sociedade mundial, foi indicada como livro do ano pelo Sunday Times, biografia do ano pelo Guardian e melhor livro do ano sobre música pelo Telegraph, além de estar entre as biografias indicadas pelo New York Times Editor’s Choice de 2023. A autora foi finalista dos prêmios Pulitzer, National Book Award e National Book Critics Circle Award. A tradução é de Patrícia Azeredo, Luana Balthazar e Alessandra Bonrruquer.

No último sábado, dia 4 de maio, Madonna fez o encerramento mundial da Celebration Tour, que comemorou os 40 anos de carreira da artista em um show inesquecível na praia de Copacabana, no Rio. O show gratuito, descrito no oficial da artista como a maior pista de dança do mundo, entrou para a história. Quando decidiu escrever "Madonna: uma Vida Rebelde", em 2016, Mary Gabriel, autora finalista dos prêmios Pulitzer e National Book Award, não imaginava que o resultado seria um trabalho monumental, com mais de 800 páginas. Escrever sobre uma artista como Madonna não é tarefa fácil, afinal, não se trata apenas de um ícone do entretenimento, mas de uma artista que teve impacto na cultura mundial.

A menina comum que perdeu a mãe para o câncer de mama e precisou amadurecer rápido demais para cuidar dos irmãos se transformaria em algo muito maior do que uma estrela da música pop: um ícone cultural e uma das artistas mais influentes da indústria. Questões culturais, religiosas, sociais e políticas sempre foram o combustível que alimentava a criatividade de Madonna, por vezes fazendo a artista ser alvo de polêmicas e sofre críticas vorazes. Mas ela nunca deixou de aproveitar a notoriedade de que desfrutava para - muitas vezes de forma chocante e até mesmo feroz - defender bandeiras: a liberdade sexual feminina, os direitos da comunidade LGBTQIAPN+, o antirracismo e a luta contra o patriarcado, o machismo e a xenofobia. Com falas de pessoas próximas à artista, "Madonna: uma Vida Rebelde" apresenta tudo o que influenciou (e ainda influencia) a obra da maior artista performática da nossa era.

Com escrita empolgante e pesquisa embasada, Mary Gabriel nos apresenta uma biografia monumental retratando as múltiplas faces de uma artista ousada, disciplinada e visionária, costurando os dramas da vida pessoal, o ativismo, o questionamento diante da sociedade e os feitos de uma das maiores artistas do nosso tempo. Compre o livro "Madonna: uma Vida Rebelde", de Mary Gabriel, neste link.


Sobre a autora
Mary Gabriel
é jornalista e já escreveu quatro livros, incluindo Amor & capital, sobre o casamento de Jenny e Karl Marx, que foi finalista dos prêmios Pulitzer, National Book Award e National Book Critics Circle Award. A autora trabalhou em Washington, D.C., e em Londres como editora da Reuters por quase duas décadas. Ela mora na Irlanda. Garanta o seu exemplar de "Madonna: uma Vida Rebelde", escrito por Mary Gabriel, neste link.

sábado, 4 de maio de 2024

.: "Radical Optimism" de Dua Lipa, álbum que foi chamado de “felicidade pop”


Dua Lipa
acaba de lançar o aguardado álbum “Radical Optimism”. O novo projeto da artista traz 11 músicas, incluindo as estrondosas “Illusion” e “Training Season”, além do hit “Houdini”. “Eu compus esse álbum enquanto estava solteira”, diz Dua. “Sempre entrei no estúdio com alguma história engraçada e todas inspiraram músicas diferentes. Há uma honestidade que eu não tinha antes”, revela. Ao fazer o álbum, Dua trabalhou com uma equipe de colaboradores, incluindo Kevin Parker, do Tame Impala, Caroline Ailin, Danny L. Harle e Tobias Jesso Jr.

Sobre o projeto, a artista acrescenta ainda: “As origens e formas de trabalhar de todos combinaram muito bem, como amigos e musicalmente. Éramos muito abertos um com o outro e senti que naquela sala poderia ficar vulnerável e falar livremente sobre minhas experiências. A musicalidade disso parecia tão rica e emocionante, e eu queria mergulhar e fazer parte disso”.

Dua Lipa
 descreve “Radical Optimism” como um “pop psicodélico” e observa que há pausas musicais e uma mistura de sons diferentes. "Quando você ouve com os olhos fechados, abre um mundo muito visual”. O álbum foi inspirado na autodescoberta de Dua e fala da pura alegria e felicidade de ter clareza em situações que antes pareciam impossíveis de enfrentar. A Rolling Stone chamou o álbum de “felicidade pop”, ao mesmo tempo em que observou que o projeto é “único e totalmente Dua Lipa: pop dançante e confiante, cheio de frases espirituosas”.

No próximo sábado, 4 de maio, Dua retornará ao renomado programa de TV americano “Saturday Night Live”, onde terá dupla função como apresentadora e convidada musical da noite. A artista esteve no programa pela última vez em 2020, quando cantou “Don’t Start Now”, “Levitating” e fez sua estreia como Marjorie.

Dua Lipa anunciou recentemente a primeira série de datas da nova turnê, com shows em Berlim, Pula e Nimes, em junho, que já estão com ingressos esgotados. Além disso, a popstar fará sua estreia no Pyramid Stage, como atração principal da noite de sexta-feira, no Festival de Glastonbury deste ano, em 28 de junho, e fará um show no icônico Royal Albert Hall de Londres, no dia 17 de outubro, que também já esgotou os ingressos. Compre o álbum "Radical Optimism", de Dua Lipa, neste link.

"Radical Optimism" - Tracklist completa:

1. "End Of An Era"
2. "Houdini"
3. "Training Season"
4. "These Walls"
5. "Whatcha Doing"
6. "French Exit"
7. "Illusion"
8. "Falling Forever"
9. "Anything For Love"
10. "Maria"
11. "Happy For You"

sexta-feira, 3 de maio de 2024

.: Música: há 50 anos, calava-se a voz maravilhosa de Mama Cass


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. 

Há 50 anos, Cass Elliot, mais conhecida como “Mama Cass” do grupo The Mamas & The Papas, saia de cena deste mundo. Tinha apenas 32 anos e uma curta carreira em grupo vocal e como artista solo. Mas deixou um inegável legado com o talento de sua voz e ao quebrar tabus e preconceitos na sociedade da sua época.

Feminista pioneira e ícone da cultura pop, ela foi uma das maiores cantoras de sua geração e a voz poderosa por trás de hits como “California Dreamin'”, “Monday Monday” e “Dream a Little Dream of Me” - canções essas que marcaram uma era musical, misturando os gêneros folk, rock e pop.

Nascida Ellen Naomi Cohen em 19 de setembro de 1941, Cass Elliot desenvolveu uma intuição para a boa música. Encontrando seu caminho na cena folk-rock dos anos 60, Cass se tornaria uma das vozes definidoras do movimento da contracultura e, mais tarde, uma presença querida na televisão americana.

Pessoas que a conheceram descrevem o magnetismo que ela gerava em torno de si, uma força de autodeterminação, humor e carisma que a acompanhou ao longo de sua breve carreira no show business. Ainda por cima era uma “casamenteira” nata, pois foi pelo menos parcialmente responsável pelas uniões do trio Crosby, Stills & Nash e do grupo The Lovin’ Spoonful.

No início, Cass teve uma experiência no teatro. Mas a partir de 1962, ela encontrou seu lugar na música, no caso, na música folk com o grupo The Big 3 e depois com o The Mugwumps, em paralelo com o auge da Beatlemania nos Estados Unidos.

Em 1965 ela se juntou com Denny Doherty, ex-colega de banda do The Mugwumps, que já havia feito parceria com John e Michelle Phillips do The New Journeymen. Estava formado o quarteto original que se chamaria The Mamas and Papas.

O grupo vocal obteve um rápido sucesso comercial após o lançamento de “California Dreamin'”, seu primeiro single, no final de 1965. A música terminou em primeiro lugar no Cash Box Year End Hot 100 e em décimo lugar no single Hot 100 de final de ano da Billboard de 1966. Outros sucessos como “Monday, Monday”, “Creeque Alley” e “Dedicated to the One I Love” atingiriam em cheiio as paradas americanas. Seu primeiro show foi realizado no mítico Hollywood Bowl e a banda encerrou o icônico festival pop internacional de Monterey em 1967, ao lado de artistas como Jefferson Airplane, The Who, Grateful Dead e Jimi Hendrix.

O grupo se separou em 1968 após gravar quatro álbuns. Enquanto isso, Cass escolheu conscientemente a maternidade solteira, e sua filha Owen Vanessa nasceu durante o último ano de Cass na banda. Além de enfrentar o então tabu social de ser mãe solteira, Cass decidiu seguir com sua tão esperada carreira solo.

No final dos anos 60, ela participava regularmente de programas noturnos populares de televisão americana, chegando a apresentar dois especiais de televisão no horário nobre em 1969 e 1973. A inteligência e a determinação de Cass valeram a pena; ela lançaria cinco álbuns solo e um single top 40, “Make Your Own Kind of Music”, antes de seu falecimento repentino em 1974, aos 32 anos de idade.

Cass Elliot faleceu em julho de 1974, após realizar um show em Londres, na Inglaterra, onde foi aplaudida por um numeroso público. Morreu dormindo no quarto de um hotel, vítima de insuficiência cardíaca devido a degeneração miocárdica provocada pela obesidade.

Por coincidência, quatro anos depois, nesse mesmo quarto de hotel, o baterista da banda The Who, Keith Moon, morreu em função de uma overdose de medicamentos para controlar o alcoolismo. O fato de ser obesa, fora dos padrões estéticos do show business, não impediu que ela brilhasse intensamente na música. Ela não só quebrou os tabus como ainda abriu caminhos para a presença feminina na música.

Sua obra musical permanece incrivelmente atual. Com sua interpretação singular, baseada na música dos anos 40 e 50 e na folk music, acabou se tornando referência para outras gerações. A cantora britânica Adele, por exemplo, mostra algumas influências da eterna Mama Cass. Se estivesse viva, talvez unisse forças com outros músicos de gerações mais recentes. Não é difícil imaginar, por exemplo, o duo Pet Shop Boys chamando Mama Cass para gravar alguma canção dançante bem ao estilo techno-pop.

Coube a filha de Cass, Owen Vanessa, manter vivo o legado da mãe, por meio de um site oficial (www.casselliot.com) e a representando por exemplo na indicação do Mamas & Papas no Hall of Fame do Rock. Recentemente Cass Elliot ganhou postumamente uma estrela na famosa Calçada da Fama de Hollywood, em solenidade com participação de Owen.

"It´s Getting Better"

"Dream a Little Dream Of Me"

"Make Your Own Kind of Music"

terça-feira, 30 de abril de 2024

.: Egberto Gismonti volta a São Paulo para mostrar seu trabalho atual


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

Um dos músicos mais conceituados do país está de volta aos palcos de São Paulo. O compositor, multi-instrumentista e arranjador Egberto Gismonti, com mais de 45 anos de carreira e mais de 60 discos gravados, é a atração do projeto Estação Brasileira, do Sesc Belenzinho, entre os dias 3 e 5 de maio, sexta e sábado, às 21h00, e domingo, às 18h00.

O músico carioca apresenta show inédito, dando uma prévia de seu novo álbum, cujo lançamento está previsto para ocorrer ainda em 2024. No repertório, além das composições inéditas, Gismonti interpreta alguns clássicos da sua carreira.  Seja qual for a fase a ser mostrada neste show, sempre haverá algo mágico e interessante para quem for conferir.

Egberto Gismonti, 77 anos, nasceu em Carmo, no Rio de Janeiro. Sua obra não comporta classificações de gênero. As fronteiras entre música popular e erudita são diluídas em suas músicas, trazendo uma sonoridade ímpar e original. Com formação erudita, o artista é notório pela pesquisa em música popular e folclórica brasileiras, além de ser um dos primeiros músicos do país a usar sintetizadores em seu trabalho. Além da vasta discografia, ele assina diversas produções e arranjos para outros artistas. 

Aclamado internacionalmente, Gismonti já apresentou sua música em várias partes do mundo, tendo discos lançados em países como França e Alemanha. É também autor de dezenas de trilhas sonoras para cinema, teatro, balé, séries de televisão e projetos de artes visuais. Impossível destacar um item apenas de sua extensa discografia, pois todo o material é interessante e relevante para o ouvinte.

Passa por uma rica obra autoral em discos como "Circense", "Em Família", "Mágico" e o antológico "Dança das Cabeças", ao lado do percussionista Naná Vasconcelos. E ainda inclui ótimas releituras da obra do compositor Heitor Villa-Lobos no disco "Trem Caipira". O show em São Paulo será uma rara oportunidade para o público conferir de perto a genialidade desse músico, cuja produção extrapola até as fronteiras do Brasil. Sua música é universal.

Serviço
Show Egberto Gismonti
Projeto: Estação Brasileira
Dias 3, 4 e 5 de maio de 2024.
Sexta e sábado, às 21h. Domingo, às 18h.
Valores: R$ 50 (inteira), R$ 25 (meia-entrada), R$ 15 (Credencial Sesc).
Ingressos disponíveis somente nas bilheterias das unidades Sesc.
Limite de dois ingressos por pessoa.
Local: Teatro (374 lugares). Classificação: 12 anos. Duração: 90 min.


Sesc Belenzinho
Endereço: Rua Padre Adelino, 1000.
Belenzinho – São Paulo (SP)
Telefone: (11) 2076-9700 
sescsp.org.br/Belenzinho  


"Palhaço"


"Baião Malandro"


"Mais que a Paixão"

sábado, 27 de abril de 2024

.: Zeca Baleiro estreia podcast "Evoé!" com Milton Leite e Maurício Noriega


Misto de talk show e podcast, "Evoé!" acaba de estrear em primeira mão no canal de Zeca Baleiro no YouTube. No primeiro episódio, Zeca conversa com dois craques do jornalismo esportivo, Milton Leite e Maurício Noriega, e dá uma canja com seu parceiro e amigo, o guitarrista Tuco Marcondes.

No programa, Baleiro recebe convidados de diferentes universos para conversas descontraídas, buscando trazer à tona as memórias de cada um, seus hábitos, costumes e opiniões sobre o mundo contemporâneo, na tentativa de revelar algo além dos personagens públicos. Além de uma boa conversa, Zeca e seus convidados sempre presenteiam a audiência com pequenas canjas musicais.

A primeira temporada de "Evoé!" foi gravada em agosto passado, em três noites especiais na Casa de Francisca em São Paulo, com a participação de Milton Leite e Maurício Noriega, Linn da Quebrada, Zezé Motta, Benito Di Paula e Rodrigo Vellozo, Leandro Karnal e Alaíde Costa. "Evoé!" é uma espécie de desdobramento do show “José”, apresentado por Baleiro entre 2021 e 2022, onde ele simulava estar na sala de sua casa, cantando, contando histórias e falando de sua memória afetiva e suas referências culturais.

sexta-feira, 26 de abril de 2024

.: Orquestra Jazz de Matosinhos toca clássicos da MPB, por Luiz Otero

CD reúne clássicos da MPB com músicos lusitanos. Foto: divulgação


Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.


Lançado simultaneamente no Brasil e em Portugal, o álbum “MÚSICAS BRASILEIRAS, MÚSICOS PORTUGUESES”, da Orquestra Jazz de Matosinhos,  contou com a curadoria do musicólogo, jornalista, radialista e produtor musical Zuza Homem de Mello (1933-2020). O projeto reúne versões primorosas de canções da MPB feitas sob um olhar jazzístico por músicos lusitanos.

No repertório há clássicos como “Corcovado”, “Wave” (Antônio Carlos Jobim), “Carinhoso” (Pixinguinha), “Nanã (Coisa nº 5)” (Moacir Santos), “Linha de Passe” (João Bosco) e “Canto Para Nanã” (Dorival Caymmi), que ganharam versões instrumentais impecáveis da Orquestra, com aquele conceito de Big Band dos anos 40 e 50.

O projeto foi um dos últimos que Zuza realizou. Ganhou arranjos especialmente escritos por Antonio Adolfo, Mario Adnet, Letieres Leite, Nelson Ayres e Nailor Proveta.

O fato é que os arranjos acabaram se tornando fundamentais para o êxito desse projeto. Todos os arranjadores são músicos de primeira linha e souberam traduzir a emoção de cada canção para a orquestra interpretar. Percebe-se isso principalmente nas duas canções de Tom Jobim (Wave e Corcovado).

É necessário destacar as participações dos músicos Kiko Freitas (baterista eleito ‘o melhor do mundo’ na categoria de World Music da revista americana Modern Drummer, em 2019), e Gabi Guedes (percussionista baiano, integrante da Orkestra Rumpilezz). O resultado ficou acima da média. Vale muito a pena a audição.

Wave


Linha de Passe


Carinhoso



terça-feira, 23 de abril de 2024

.: “LOOM”: Imagine Dragons anuncia single “Eyes Closed” e turnê

“Imagine Dragons está voando mais alto do que nunca... Dez anos após seu estouro comercial, os roqueiros de Las Vegas seguem emplacando sucessos que transcendem gêneros musicais e tocando para casas lotadas, numa trajetória longeva ao estilo U2” — “Billboard”



 “Imagine Dragons ainda sabe fazer estádios tremer de forma eficiente...

A banda de rock alternativo permanece confiável e radioativamente enorme”

— “Rolling Stone”


Inaugurando uma nova fase audaciosa, o Imagine Dragons vai revelar seu ansiosamente aguardado sexto álbum completo, “LOOM” (KIDinaKORNER/Interscope), em 28 de junho de 2024. Ao lançar o disco, a banda embarca em sua maior turnê norte-americana até hoje. A turnê começa em 30 de julho de 2024 em Camden, Nova Jérsei, no Freedom Mortgage Pavilion, passa pelos principais mercados de costa a costa e termina em 22 de outubro de 2024 no icônico Hollywood Bowl, em Los Angeles.

O sexto álbum de estúdio do Imagine Dragons, “LOOM”, representa o auge da jornada artística de autodescoberta do grupo e marca o melhor trabalho que eles já fizeram. Produzido inteiramente pelo Imagine Dragons e seus colaboradores de longa data Mattman e Robin, “LOOM” traz um equilíbrio perfeito entre os sons clássicos que os tornaram superstars e o frescor que lhes trouxe alegria no estúdio. Apresentando 9 faixas inéditas, incluindo o single de sucesso “Eyes Closed”, “LOOM” representa novos começos e entusiasmo por um novo dia e por momentos que ainda estão por vir.  A versão física do álbum estará disponível para pré-venda na UMusic Store. Saiba mais em: umusicstore.com/imagine-dragons.

No ano passado, os integrantes do Imagine Dragons tiveram uma rara e merecida folga da estrada, talvez a mais longa em muitos anos. Aproveitaram ao máximo esse tempo, dedicando-o à família e aos amigos. Energizada por essa pausa com perspectiva renovada, a banda se reuniu no estúdio e foi fundo a mesma fonte de inspiração que alimentou seu material mais amado pelos fãs. Os músicos refletiram sobre o passado para se lançar em um futuro em que as fronteiras estilísticas desapareceram completamente e tudo parece possível em termos criativos. Essa jornada os levou ao seu trabalho mais dinâmico e definitivo, “LOOM”.

Ao anunciar “LOOM”, a banda está compartilhando seu novo hino, o single “Eyes Closed”. Confira o vídeo AQUI. A faixa mostra sua capacidade de romper fronteiras. Esticando os limites da paisagem sonora quase até o ponto de ruptura, eles exploram uma explosão de energia com poderoso refrão preparado para sobrevoar multidões na nova turnê.

domingo, 21 de abril de 2024

.: Universal Music lança reedição em vinil do álbum "Vida", de Chico Buarque


Disco é o primeiro de uma série composta por quatro álbuns, que serão lançados em vinil ao longo deste ano.


A Universal Music lança reedição em vinil do álbum “Vida” (1980), do cantor e compositor Chico Buarque, o primeiro de uma série que reúne quatro icônicos álbuns, que serão apresentados ao longo deste ano. Saiba mais aqui: https://www.umusicstore.com/chico-buarque .

Além de “Vida”, que ganha agora uma versão em vinil verde translúcido, também os discos “Meus Caros Amigos” (1976), “Chico Buarque” (1978) e “Chico Buarque de Hollanda N.º4” (1970) também ganharão versões em vinil. Esses antológicos discos serão disponibilizados na UMusic Store, plataforma de e-commerce da Universal Music.

Recheado de clássicos, “Vida” traz um artista em fase exuberante, inspirado em letra, música e canto. Aos 36 anos, mesmo ao gravar músicas que já tinham feito sucesso em registros marcantes, como “Bastidores” (que reaqueceu a carreira de Cauby Peixoto) e “Morena de Angola” (estourada por Clara Nunes), Chico Buarque mostra-se excelente intérprete da própria obra.

Lançado em dezembro de 1980, quando, entre bombas e atentados, o Brasil ensaiava sua redemocratização, o disco traz um autor menos visado pela censura. No irresistível samba de gafieira “Deixa a Menina”, ele se diverte, encaixando uma resposta feminista ao clássico sincopado “Sem Compromisso”, de Geraldo Pereira: “Por trás de um homem triste, há sempre uma mulher feliz/ E atrás dessa mulher, mil homens, sempre tão gentis”.

A faixa-título, de acento cubano, foi composta para a peça “Geni”, de Marilena Ansaldi, e revela uma personagem que, perto da morte, faz um balanço doce-amargo, mas se agarra ao amor pela vida. “Luz, quero luz”, canta Chico, parafraseando as famosas últimas palavras de Göethe (“luz, mais luz”), em meio à orquestração sublime de Francis Hime.

“Vida” consolida o período áureo da sinergia com o parceiro Francis. É ele quem assina os magistrais arranjos em dez das doze canções, expandindo a delicadeza de joias antológicas como “Mar e Lua” e “Qualquer Canção”, e conferindo a grandiosidade adequada a “Fantasia”.

Na obra-prima “Eu te Amo”, escrita com Tom Jobim para o filme homônimo de Arnaldo Jabor, o arranjo e o piano são do próprio Tom. Tal qual o paletó que enlaça o vestido da amante nos versos lapidares de Chico, música e letra valsam abraçadas — e a voz ímpar da mineira Telma Costa, um cometa que a MPB perdeu em 1989, aos 35 anos, torna tudo mais perfeito.

Outra faixa clássica é “Bye Bye, Brasil”, feita em parceria com Roberto Menescal para o filme homônimo de Cacá Diegues. É uma versão abolerada, diferente da gravação funky lançada em single em 1979, com arranjo classudo de Menescal. Na letra, com humor pop, Chico destrincha o Brasil profundo em transformação na década que terminava. Tesouro da memória afetiva de diversas gerações de fãs de MPB, “Vida” ganha agora reedição em vinil da Universal Music.

“O valor artístico e histórico da obra de Chico Buarque é gigantesco e deve ser multiplicado e perpetuado nas mais variadas plataformas, para todas as gerações. A reedição  desses quatro álbuns em vinil certamente alcançará novos, mas também os eternos fãs de Chico, em qualquer tempo”, afirma Paulo Lima, presidente da Universal Music Brasil. Ouça os sucessos de Chico Buarque na playlist Clássicos da MPB, do UMusicPlay, aqui: https://umusicplay.lnk.to/ClassicosDaMPB

Tracklist de “Vida”, de Chico Buarque:
 

Lado A
1. “Vida”
2. “Mar e Lua”
3. “Deixe a Menina”
4. “Já Passou”
5. “Bastidores”
6. “Qualquer Canção”
7. “Fantasia”

Lado B
1. “Eu Te Amo”
2. “De Todas as Maneiras”
3. “Morena de Angola”
4. “Bye Bye, Brasil”
5. “Não Sonho Mais”

sábado, 20 de abril de 2024

.: Taylor Swift lança álbuns “The Tortured Poets Departament” e se expõe mais


O tão aguardado 11º álbum de estúdio de Taylor Swift, “The Tortured Poets Departament”, chegou às plataformas de streaming na 1h00 da manhã (horário de Brasília) da última sexta-feira, dia 19 de abril, com 16 faixas. Para a produção do novo projeto, Taylor conta com seus parceiros habituais, Aaron Dessner e Jack Antonoff, além da participação e uma composição com Florence Welch, vocalista do grupo Florence + The Machine. 

Ouça e baixe aqui: https://taylor.lnk.to/thetorturedpoetsdepartment. Duas horas depois, a cantora apresentou uma versão surpresa do disco, com outras 15 faixas também inéditas. Ouça e baixe aqui: https://taylor.lnk.to/TTPD-theanthology. O novo single da cantora, “Fortnight”, uma composição conjunta de Taylor com Post Malone, está no Top 3 dos vídeos de áudio de música mais vistos do YouTube, ultrapassando 2.3 milhões de views. 

A página de contagem regressiva para o novo álbum de Taylor, quebrou o recorde de pre-saves no Spotify, sendo o álbum mais aguardado pelos usuários da plataforma. Versões físicas do álbum estão disponíveis para venda na UMusic Store, em versões em CD e vinil. As edições limitadas contam com capas colecionáveis e um livreto com as letras da músicas. Saiba mais aqui: https://www.umusicstore.com/Taylor-Swift.

A cantora divulgou o lançamento de seu novo trabalho durante a cerimônia do Grammy®, em fevereiro deste ano. Em suas redes sociais, a cantora definiu seu novo trabalho como "uma antologia de novas criações que capturam acontecimentos, opiniões e sentimentos de um momento tanto emocionante quanto melancólico". “The Tortured Poets Departament” chega 18 meses depois do aclamado álbum “Midnights”, de 2022.


Taylor Swift - “Fortnight” (feat. Post Malone) 



sexta-feira, 19 de abril de 2024

.: Dori Caymmi – 80 anos com Prosa e Papo, por Luiz Otero

Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.


Não são muito músicos que chegam aos 80 anos ainda em plena forma, produzindo novas canções com a maestria de sempre. Dori Caymmi com certeza está inserido nesse seleto grupo, com seu mais recente lançamento, o álbum Prosa e Papo, que contou com participações de vários convidados especiais.

Das 11 canções do álbum, oito são inéditas: além do poeta e compositor Paulo César Pinheiro, Roberto Didio divide com Dori a autoria de duas canções.

Todas as músicas do disco são letras que Dori musicou de forma brilhante. O MPB4 surge na música título e também em “Um Carioca Vive Morrendo de Amor”, da safra recente de parcerias com Paulo César Pinheiro. A canção exalta o sentimento do cidadão carioca, amenizando um pouco as notícias que chocam os leitores de jornais e noticiários sobre o Rio de Janeiro. Nesta faixa participam ainda Joyce Moreno e Zé Renato (do Boca Livre).

Foto: Nana Moraes

Falando em Joyce Moreno, a cantora e compositora brilha ainda em “Evoé, Nação!”, faixa na qual divide os vocais com Mônica Salmaso. Duas vozes femininas que sempre abrilhantam as canções que ambas interpretam. Joyce e Mônica aliás já haviam participado juntas de um disco lançado em 2015, com textos de Mario Lago musicados por Dori.

O cantor Renato Braz dá voz a “Canto para Mercedes Sosa”, uma bela homenagem a cantora que foi uma das maiores intérpretes da América Latina. E o mais jovem dos convidados é o cantor e compositor João Cavalcanti, na bem humorada “Chato”. A gravação de “Canção Partida” conta com as participações de Ana Rabello no cavaquinho e Julião Pinheiro no violão 7 cordas.

O disco traz lembranças do pai de Dori, Dorival Caymmi, ao utilizar expressões que o velho mestre da MPB usava nas conversas. A sua voz grave e suave segue impecável, assim como o som inconfundível de seu violão. Prosa e Papo é um daqueles lançamentos para ser apreciado por todos que curtem uma MPB de qualidade.


Um carioca vive morrendo de amor


Prosa e Papo


Evoé Nação



sexta-feira, 12 de abril de 2024

.: André Morais chega ao terceiro disco com “Voragem”, por Luiz Otero

André Morais. Foto: divulgação

Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.


Com 20 anos de carreira, o multiartista paraibano André Morais (ator, diretor, cantor e compositor) está divulgando seu terceiro álbum autoral, intitulado Voragem. As dez canções do disco apresentam o olhar do artista sobre o mundo, contando com as participações de Ney Matogrosso e Fabiana Cozza.

Nesse trabalho, André Morais reafirma sua parceria com a compositora Lucina e abre parcerias com a cantora e compositora paraibana Socorro Lira e com a potiguar Valéria Oliveira, construindo um universo criativo em que a presença do feminino é essencial.

Ney Matogrosso participa de “Cantar e Sangrar”, primeiro single lançado do álbum e um dos destaques desse trabalho. E Fabiana Cozza participa na canção “Pátria” (parceria dele com Valéria Oliveira), proporcionando outro momento interessante.

“Voragem” é um álbum de sonoridade acústica, construído com um olhar da Paraíba e do Nordeste, mas de braços abertos para o mundo. Com produção musical de Helinho Medeiros, pianista e acordeonista paraibano, em parceria com o violonista e professor Pedro Medeiros, “Voragem” tem arranjos construídos de forma coletiva, com a liderança e execução de Helinho (piano acústico e acordeom), Pedro Medeiros (violão, violão de 7 cordas, violão de aço e viola caipira), João Cassiano (Percussões) e Victor Mesquita (baixo acústico).

André Morais e Ney Matogrosso . Foto: divulgação

As canções seguem aquele padrão interessante da nossa MPB, com alguns arranjos inspirados nos ritmos nordestinos. André não tem uma extensão vocal muito grande, mas compensa isso utilizando um tipo de interpretação que intensifica a mensagem das canções. A sua escola como ator deve ter sido fundamental para moldar o cantor, pois ele consegue transmitir a emoção na dose certa, auxiliado pelos ótimos arranjos coletivos feitos pelos músicos da banda de apoio. 

André Morais é um artista com trajetória pavimentada por três pilares fundamentais: a música, o teatro e o cinema. Nascido na cidade de João Pessoa, Paraíba, é autor de canções em parceria com nobres nomes da música popular brasileira como Chico César, Carlos Lyra, Ná Ozzetti, Sueli Costa, Ceumar, Milton Dornellas, Socorro Lira e Seu Pereira. Já cantou e gravou ao lado de nomes como Elza Soares, Ney Matogrosso, Mônica Salmaso, Naná Vasconcelos e Tetê Espíndola. Lançou o seu primeiro álbum, Bruta Flor, em 2011, sendo vencedor do Prêmio Nacional Grão de Música. Seu segundo álbum, Dilacerado, foi eleito um dos 100 melhores lançamentos nacionais de 2015.

No teatro, viajou pelas cinco regiões do país, em mais de 60 cidades, como ator e criador do monólogo “Diário de um Louco”, baseado no conto russo de Nicolai Gogol. No cinema, é diretor e roteirista. Seu primeiro filme, o curta-metragem “Alma”, participou de mais de 20 festivais no Brasil e no exterior. Recebeu o prêmio de Melhor Curta do Festival Latino-Americano de Toronto no Canadá. Seu primeiro longa-metragem como autor e diretor, “Rebento”, estreou em janeiro de 2018 na seleção oficial da Mostra de Cinema de Tiradentes e foi vencedor de 27 prêmios nacionais e internacionais.


Cantar e Sangrar


A Lira Nua


Maré Alta


.: "D Ao Vivo Maceió": a casa e as casas de Djavan nas plataformas

Cantor e compositor lança o álbum "D Ao Vivo Maceió", nas plataformas a partir de 11 de abril, onde reúne sucessos e belezas nada óbvias pinçadas de seu repertório. Gravado em sua terra natal e dedicado aos povos indígenas, show aponta para o sentido da origem. O registro audiovisual sai ainda no primeiro semestre


Voz e violão, sua música no sumo portanto, Djavan canta frente à multidão de mais de 20 mil pessoas: “Eu fui batizado na capela do farol, Matriz de Santa Rita, Maceió”. Finca o pé na origem, aponta de onde veio — o que diz muito do passado, mas mais ainda das escolhas presentes e dos caminhos futuros. Casa, enfim. É esse o sentido que atravessa “D Ao Vivo Maceió”, álbum que documenta a turnê do disco “D” — a inicial do nome do artista, em mais um simbolismo que marca o valor essencial do início. O disco chega às plataformas digitais de música no dia 11 de abril, enquanto o registro audiovisual será lançado ainda no primeiro semestre de 2024.

“Eu tenho um amor profundo e uma gratidão imensa pela minha cidade, por Maceió”, derrama-se o compositor, em conversa em seu estúdio, no Rio. “Porque foi ali que eu me formei, foi ali que eu conheci tudo que eu precisava pra ter uma formação diversa como a minha intuição e o meu espírito gostariam. Ali eu conheci o jazz, o R&B, a música flamenca, a música nordestina, a música do Brasil... Me formatei ali”.

O sentido de “casa” que atravessa o show, porém, não é um só. Porque, para além de sua cidade natal, são muitas as casas, as origens, os lares que Djavan evoca no palco. A primeira, ainda antes de entrar em cena, fala de nossa essência como povo, pela voz de uma de suas representantes mais ilustres, Sonia Guajajara. Na abertura de “D: ao vivo Maceió”, ouve-se a líder e ministra dos Povos Indígenas lendo um texto de sua autoria, feito especialmente para a turnê: “Gritamos e ressoamos o ´reflorestarmentes´, para que de uma vez por todas o nosso direito à vida seja conquistado, com base na natureza e na ancestralidade”, diz um trecho.

É ainda sobre o eco dessas palavras que Djavan abre o show com “Curumim”. Lançada em 1989, é uma canção de amor feita da perspectiva de um menino indígena, um curumim que entrega tudo à menina amada (“O que era flor/ Eu já catei pra dar/ Até meus lápis de cor/ Eu já dei/ G.I. Joe, já dei/ O que se pensar/ Eu já dei/ Minhas conchas do mar”) e se angustia com o fato de não ser correspondido.

“Escrevi ´Curumim´ depois de ter ficado muito impressionado quando vi na televisão uns meninos indígenas brincando com esses bonequinhos G.I. Joe (lançados no Brasil como Comandos em Ação)”, conta Djavan, que dedica o show aos indígenas e a todas as minorias do Brasil. “Você vê a infiltração de outras culturas ali, como isso pode matar a cultura indígena. E eu trago na letra, pra sedimentar essa questão, o nome de várias etnias. Nomes belíssimos, sonoros, musicais. Assim como a expressão ´G.I. Joe´ também me pareceu, ali, extremamente musical”.

A fala nos lembra que, para Djavan, a casa é também a música — esteja ela guardada nos sons de Txucarramãe ou de G.I. Joe.

O compositor nota que o lápis de cor, o G.I.Joe, as conchas são na verdade apenas representações da sedução — “algo que é inerente a qualquer povo, a qualquer civilização”,  reflete: “Estou tentando dizer, portanto, que os indígenas somos nós. Quando falo dos indígenas, das minorias, estou falando também de mim”, diz o compositor, que já em segundo disco, de 1978, trazia uma canção sobre o tema, “Cara de índio”.

Como pode ser visto nos palcos e em breve estará no registro audiovisual, ao longo de todo o show, o telão projeta imagens de artistas indígenas e periféricos, na cenografia assinada por Gringo Cardia. Desenvolvido por Marina Franco, em parceria com o estilista convidado Lucas Leão, o figurino de Djavan — uma elegância ao mesmo tempo crua e futurista, ancestral e moderna, marcada por tons terra — dialoga com o cenário, assim como com a luz de Césio Lima, Mari Pitta e Serginho Almeida. Produção esmerada que compensa a espera: gravado em 31 de março de 2023, “D: ao vivo Maceió” ganha as ruas dez anos depois do registro audiovisual anterior de Djavan, o “Rua dos amores ao vivo”.

Depois de “Curumim”, o roteiro prossegue com “Boa noite”, lançada em 1992 — o show reúne músicas que vão desde seu primeiro disco até “D”, de 2022, num panorama amplo de sua carreira. Já nos primeiros versos, Djavan brinca com a ideia do engano de quem se acha dominador. No caso, na dinâmica de um casal no jogo da sedução, mas que pode ser estendido à arrogância do colonizador que toma a terra que não é dele: “Meu ar de dominador/ Dizia que eu ia ser seu dono/ E nessa eu dancei”.

Outras essências de Djavan são tocadas ali (“Ainda bem que eu sou Flamengo”, que ele trata na canção como um modo de lidar com o sofrimento e seu propósito). E já se amplia no groove tão irresistível quanto surpreendente de “Boa noite” uma percepção que “Curumim” já anunciava: de como o artista tem uma linguagem musical sedimentada e, mais do que isso, como ela é amparada por sua banda. Estão no palco com o cantor instrumentistas que já estiveram com ele em diferentes momentos, que aprenderam a entendê-lo e ajudaram a dar forma ao que hoje se entende como a “assinatura Djavan”.

“Desde sempre tenho uma percepção musical diferente. Minha, né? Pessoal. E ninguém é obrigado a tê-la”, explica o artista.  “Mas uma coisa que Deus me deu, que é muito importante pra mim, é saber pedir, fazer com que o sujeito embarque na minha e se sinta confortável com isso. Os músicos que estão comigo hoje já passaram por esse processo várias vezes. ´Curumim´, por exemplo, Nossa Senhora! Ela tem uma divisão inusual, estranha pra quem não tá naquilo. Esses mesmos músicos de hoje relembram, toda vez que a gente vai tocar o ´Curumim´, a dificuldade que era. Mas hoje eles sabem”.

Os “músicos de hoje” a que Djavan se refere são Paulo Calasans (piano e teclado), Marcelo Martins (saxofone e flauta), Marcelo Mariano (baixo), Renato Fonseca (teclado), João Castilho (guitarra, violão e ukulele), Jessé Sadoc (trompete e flugelhorn) e Felipe Alves (bateria). São eles que temperam o balanço bluesly de “Desandou” (do álbum “Matizes”, de 2007); gingam com graça e malícia no medley de sambas djavânicos que une “Limão” (1994), “Avião” (1989) e “Flor de lis” (1976); incendeiam o baile caribenho de “Tanta saudade” (parceria de Djavan e Chico Buarque de 1983) — apenas para citar alguns momentos do show.

Retomando a sequência de “D: ao vivo Maceió”: depois de “Boa noite”, Djavan segue mapeando sua casa em “Sevilhando”, do álbum “D”. O compositor cria o verbo do título para descrever seu movimento por suas raízes espalhadas pelo mundo: “Sevilha plantou/ Na Alagoas nata/ Um fiel servidor”.

“A influência moura, que grassa em Maceió, em Alagoas, no Nordeste, está em mim muito fortemente. Em ´Sevilhando´, trouxe a ligação que há entre a música negra e a música da Andaluzia”, explica Djavan. “Quando eu estive em Sevilha pela primeira vez, senti uma emoção fortíssima. Entrei naquelas vielas medievais e senti um cheiro que era uma coisa louca, um cheiro que estava dentro de mim, que eu nunca tinha sentido, mas eu sabia que aquele cheiro era meu, era da minha vida, da minha ancestralidade. Sentei no meio-fio e comecei a chorar”.

“Te devoro” (1998), “Dou-não-dou” (1987) e “Outono” (1992) exploram, cada uma à sua maneira, os cômodos de outra das casas de Djavan — a casa do desejo. O desejo que sobrevive à chuva e ao frio em “Te devoro”, que se manifesta na fera ronronando com doçura em “Dou-não-dou” e na boca que beija bem em “Outono”.

O som do acordeom do sertão sobre o relevo lindamente acidentado da música de Djavan chamam de novo pro Nordeste em “Seca” (1996). A canção nos encaminha para o já citado medley de sambas — gênero no qual, desde seu primeiro disco, o músico soube instalar seu lar. Outra do álbum “D”, “Um mundo de paz” projeta, com suingue, a ideia de um futuro melhor para o amor — Djavan só acredita em utopias que dançam.

No esperado momento voz-e-violão do show, Djavan canta “Ventos do norte” (1976), “Meu bem querer” (1980), “Alagoas” (1978) e “Oceano” (1989). Presente em seu disco de estreia, “Ventos do norte” é retomada pela primeira vez no palco — Djavan a tocou só na época do lançamento. “Alagoas” também é outra que há décadas não fazia parte de suas apresentações ao vivo.  

O show traz outras novidades no roteiro. “Tanta saudade”, lançada na trilha do filme “Para viver um grande amor” (1983), é incorporada na discografia do Djavan pela primeira vez em sua concepção original — antes, ela estava só numa versão remix no álbum “Na pista, etc.”, de 2005. “Dou-não-dou” nunca havia sido levada ao palco. É o mesmo caso de “Você é” (do álbum “Bicho solto”, de 1998), que, como nota Djavan, também trata de sua origem, identidade, casa:

“Na letra, falo do negro, do árabe e do indígena. Eu me considero um misto dessas três entidades”.

Após o momento voz-e-violão, a banda retoma o palco com “Iluminado”, que Djavan gravou no disco “D” com seus filhos e netos. No show, sua família se expande para a banda e para a plateia, que canta junto e ergue as luzes de seus celulares. A já citada “Desandou” antecede “Tenha calma/ Sem você” (Djavan gravou sua canção e a de Tom Jobim e Vinicius de Moraes juntas dessa forma no álbum “Malásia”, de 1996).

Gravada nos Estados Unidos, “Luz” (1982) sinaliza outra ampliação da casa da música de Djavan para além das fronteiras brasileiras — e, em paralelo, marca a certeza do artista de pertencimento ao seu chão.

“Nessa época a Sony queria que eu fosse morar nos Estados Unidos”, lembra o artista. “Sempre tive isso como um sonho. Chegava a ter dúvida de se não seria melhor pra mim se eu tivesse nascido nos Estados Unidos. Mas quando isso ficou prestes a ser concretizado, a primeira coisa que me veio na cabeça foi o seguinte: como é que eu vou criar com outros elementos que não os do Brasil, a cultura brasileira, as cidades, os lugares, os dizeres, as amarguras, as benesses, tudo que o Brasil pode oferecer? Viver em dólar não pagaria eu me apartar da minha cultura. Fiquei aqui. Foi a decisão mais acertada que eu tomei na vida”.

“Tanta saudade” abre espaço para “Asa” (1986), aproximando em sua letra o deus grego Zeus e o primeiro deputado federal indígena Mário Juruna — céu e chão. No meio da canção, em diferentes momentos, Djavan saúda ainda o CSA (clube de Maceió) e a lua — chão e céu.

“Se” (1992), sua música mais executada nas plataformas, é seguida de “Você é”, que prepara o terreno para a reta final explosiva do show. “Samurai” e “Sina” — ambas do álbum “Luz”, de 1982 — se mostram tão novas e infalíveis como quando foram lançadas. Em ambas, os metais brilham, como que assinando sua importância central ao longo de todo o espetáculo. No solo de Maceió, no palco armado à beira-mar, o verso “Como querer djvanear o que há de bom” parece fazer ainda mais sentido.

Indo do romantismo à catarse, o bis com “Pétala” (1982) e “Lilás” (1984) cumpre seu papel de arremate preciso.

“Você já imaginou fazer um bis e matar o que você acabou de apresentar?” pergunta Djavan, abastecido de sua experiência e sabedoria na comunicação com o público. “O bis é determinante para fazer com que as pessoas vão pra casa com a certeza de que acabaram de ver um grande show”.

Iluminadas, enfim. Djavan, afinal, conhece a importância do movimento da volta pra casa.


Ouça o álbum: http://SMB.lnk.to/DAoVivoMaceio

Assista ao clipe de ‘Ventos do Norte’: http://SMB.lnk.to/ClipeVentosDoNorte


.: “Espresso”: Sabrina Carpenter lança aguardadíssimo single novo

Sabrina Carpenter lança hoje aguardadíssimo single novo, “Espresso”, via Island Records. Ouça aqui. Sabrina compôs o novo single com três parceiros habituais: a vencedora do prêmio GRAMMY Amy Allen (com quem co-escreveu o recente single #1, “Feather”), Julian Bunetta (com quem havia feito “Nonsense”), que também é o produtor de “Espresso”, e Steph Jones (também parceiro em“Nonsense").

Junto com o lançamento do single, Sabrina apresenta o videoclipe oficial da música, que foi dirigido pelo renomado diretor Dave Meyers (Ariana Grande, Bad Bunny, Harry Styles), ganhador do prêmio GRAMMY. Assista ao vídeo aqui.

“Espresso” chega no momento em que Sabrina está prestes a fazer sua estreia no Coachella hoje à noite no palco principal. Sintonize a transmissão ao vivo aqui. O novo single também vem na esteira de outro marco na carreira de Carpenter, que recentemente conquistou seu primeiro número 1 no top 40 das rádios com o single de platina “Feather” e manteve o primeiro lugar por duas semanas consecutivas. No início deste ano, Sabrina ganhou as manchetes ao se juntar a Taylor Swift na etapa internacional de sua aclamada ERA'S Tour por México, América do Sul, Austrália e Cingapura.

Recentemente, Carpenter também foi capa da revista “Cosmopolitan” (edição de março/abril) — leia a matéria aqui. Na semana passada, ela foi apresentada como o novo rosto da marca SKIMS em sua mais recente campanha. Leia sobre isso na “W Magazine” aqui.  

“Espresso” dá aos fãs um gostinho do que está por vir com a cantora, antes da chegada de outras músicas novas. A versão física do single já está disponível para pré-venda da UMusic Store. Saiba mais em: https://www.umusicstore.com/sabrina-carpenter.


Sabrina Carpenter encantou milhões de pessoas como cantora, compositora, atriz e ícone de estilo. Com sua música, ela tem entregado um hino após o outro no palco e no estúdio, ganhando vários certificados de ouro e platina e se apresentando para multidões em todo o mundo.  Na tela, gerou um mega-fandom a partir de uma série de papéis como protagonista na televisão e no cinema. Ela assinou contrato com a Island Records e lançou vários singles de sucesso: "Skin", "Fast Times", "Vicious", "Because I Liked A Boy" e "Nonsense", certificado de platina nos EUA. Seu aclamado quinto álbum de estúdio, “emails i can't send”, apareceu em muitas listas de Melhores de 2022, incluindo as das revistas americanas “Rolling Stone” e “Billboard”, e foi certificado de ouro pela RIAA. O álbum traz o single “Feather”, que acaba de alcançar o primeiro lugar na Top 40 Radio, garantindo a Sabrina seu primeiro lugar. O single de platina também chegou à 26ª posição na Billboard Hot 100, acumulando mais de 600 milhões de transmissões globais até o momento. Além de sua crescente lista de créditos em atuação e música, ela foi selecionada para a prestigiosa lista 30 Under 30 da “Forbes”. Sua turnê emails i can't send, com ingressos esgotados, rodou América do Norte, Europa, Ásia e Brasil. Há pouco, Sabrina abriu para Taylor Swift em datas da Era’s Tour por América Latina, Austrália e Cingapura. Hoje, Sabrina fará sua estreia no Coachella.




segunda-feira, 8 de abril de 2024

.: “Hit me hard and soft”: Billie Eilish anuncia terceiro álbum de estúdio

 

Billie Eilish revelou detalhes de seu aguardadíssimo terceiro álbum de estúdio, “Hit me hard and soft”, que terá lançamento global em 17 de maio via Darkroom/Interscope Records. Foto da capa: William Drumm


Trabalho mais ousado de Billie até o momento, “Hit me hard and soft” é uma coleção de canções diversificada e coesa, para ser idealmente ouvida na íntegra do início ao fim. O álbum faz exatamente o que o título sugere: atinge você com força e suavidade, em letra e sonoridade, rompendo fronteiras entre gêneros e desafiando tendências no caminho. “Hit me hard and soft” viaja por uma paisagem sonora ampla e expansiva, que deixa os ouvintes mergulhados em um espectro completo de emoções. É aquilo que a vencedora de vários GRAMMY® e do Oscar faz de melhor; um álbum que continua a afirmar Billie Eilish como a compositora mais empolgante de seu tempo.

Pré-encomenda/add/save “Hit me hard and soft”. A pré-venda da versão física do álbum está disponível, em breve, na UMusic Store. Saiba mais em: umusicstore.com/billie-eilish.

“Hit me hard and soft” foi composto por Billie Eilish e FINNEAS, seu irmão e habitual parceiro, que também atua como produtor do álbum. Como parte de um esforço para minimizar resíduos e combater as mudanças climáticas, “Hit me hard and soft” estará disponível no mesmo dia em todas as plataformas digitais e em todos os formatos físicos, em variantes limitadas, com a mesma lista de faixas e usando materiais 100% recicláveis. Para mais informações sobre todas as práticas sustentáveis para o lançamento deste álbum, acesse:

“Hit me hard and soft” será lançado mundialmente em 17 de maio.


sexta-feira, 5 de abril de 2024

.: Entrevista: Zé Geraldo, o menestrel folk da MPB

Zé Geraldo. Foto: Paulo Higa/Divulgação

Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.


Mineiro da Zona da Mata e radicado em São Paulo há vários anos, Zé Geraldo construiu uma carreira que sempre se manteve bem próxima do público.  Mesmo longe da grande mídia, seus shows sempre foram procurados tanto pelos admiradores de seu trabalho como pelos que curtem uma música com mensagens reflexivas e interessantes. Com forte influência da música folk representada principalmente por Bob Dylan, ele conseguiu produzir um repertório que se tornou atemporal, cada vez mais atual. Ele se apresentará com sua banda neste sábado (6) a partir das 20h30 no Sesc Belenzinho, da Capital Paulista. Em entrevista para o Resenhando, Zé Geraldo conta detalhes de sua carreira e como desenvolve sua produção musical. “Minha música é feita com liberdade total”.


Resenhando - Seu estilo de compor é frequentemente associado ao rock rural, mas percebe-se outras influências em seus trabalhos. Quais foram suas referências na música?

Zé Geraldo – A minha primeira influência veio da música caipira tradicional, bem simples em termos de harmonia. Quando cheguei em São Paulo, percebi que essa música tinha algumas semelhanças com o rock. Então, quando comecei a compor e cantar, o saudoso Zé Rodrix falava que eu fazia rock rural. Já o Renato Teixeira dizia que minha música era folk. Aí então assumi essas características da influência do rock dos anos 60 e 70 e do blues, mesclando com a música caipira e, claro, tendo Bob Dylan como referência também.


Resenhando - Seus três primeiros discos contém canções que se tornaram clássicos (Como Diria Dylan, Milho Aos Pombos, etc.) de seu repertório. Essa produção autoral surgiu a cada disco mesmo ou você já tinha esse material produzido antes de grava-lo?

Zé Geraldo – Quando eu lancei meus três primeiros discos pela CBS, eu tinha uma quantidade boa de músicas. Daria até para gravar mais dois discos naquela época. Uma ou outra foi composta naquele momento, mas a maioria eu já tinha realmente pronta na minha sacola de versos.


Resenhando - A indústria da música vem mudando nos últimos anos. Como você analisa o quadro atual para o músico?

Zé Geraldo – Depois dos discos na CBS e dos dois da gravadora Copacabana, em me tornei um artista independente, apesar de ter discos distribuídos pela Gravadora Eldorado, por exemplo. A partir do momento que eu descobri que eu tinha uma legião de admiradores, isso salvou a minha carreira. Eu estava pensando seriamente em parar, depois que as gravadoras passaram a investir para tocar seus lançamentos. Nessa época eu fui deixado de lado. Então, quando percebi que tinha admiradores, virei as costas para o mercado e cai na estrada para levar minha música para o público.


Resenhando - Como funciona o seu processo criativo? O que vem primeiro, melodia ou letra? Ou vem os dois simultaneamente?

Zé Geraldo – Eu não tenho um modelo definido. Às Vezes vem um pedaço de letra que cantarolo ao violão. Na maioria das vezes eu escrevo a letra primeiro. Mas já tive momentos em que a melodia veio antes da letra. Na verdade, não tenho um esquema definido. Minha produção é com liberdade total.


Resenhando - Você também participou de festivais nos anos 70. Ainda há espaço para novos festivais na atualidade?

Zé Geraldo – Sim. Eu acredito que há espaço. Lembro dos festivais das emissoras de TV que foram importantes em suas épocas. Eu sempre aconselho os músicos iniciantes a tocar nos festivais, que ainda são um veículo eficaz de divulgação. Eu sempre procuro tocar em festivais, porque gosto muito daquele ambiente que se cria nesses eventos.


Resenhando - Em um de seus trabalhos tem parceria com o Zeca Baleiro. Fale sobre essa parceria e cite outros parceiros também

Zé Geraldo – O Zeca Baleiro era meu vizinho na Vila Madalena. Minha filha uma vez me disse que eu tinha que conhecer um músico, que veio do Maranhão. Um belo dia ele convidou minha filha para almoçar em casa e disse para me levar junto. Daí nasceu nossa primeira parceria. E já tem uma segunda pronta que lançarei em breve. Ele é um grande amigo e um talento raro na música. Mas tive outros parceiros, como o Mario Marcos, irmão do saudoso Antonio Marcos, o Antonio Porto, músico do Mato Grosso do Sul. Não são muitos parceiros, mas todos eles são muito especiais.


Milho aos Pombos


Como Diria Dylan


Cidadão



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