domingo, 18 de agosto de 2019

.: Ilan Brenman lança dois livros inéditos sobre famílias e refugiados

Escritor também lança site exclusivo com obras reformuladas, novos projetos gráficos, capas, ilustrações e algumas até com novos títulos

Nesse mês, Ilan Brenman, novo autor exclusivo de obras de literatura infantojuvenil da Editora Moderna, lançará dois livros inéditos: "Famílias" e "Refugiados". Os novos títulos marcarão a inauguração do site do autor (www.bibliotecailanbrenman.com.br), que será organizado em coleções e reunirá gradativamente as mais de 60 obras do escritor, todas reformuladas e com novos projetos gráficos, capas, ilustrações e alguns até com novos títulos.

Em um dos seus títulos inéditos, o livro "Famílias", Ilan Brenman e o ilustrador Guilherme Karsten criam de maneira lúdica um inventário de famílias muito diferentes entre si. Cada uma com suas excentricidades e hábitos - todas à sua maneira, surpreendentes. O modo como o autor e o ilustrador brincam de sobrepor atividades cotidianas a contextos extraordinários, convidam cada família a identificar suas paixões e hábitos, dando charme e humor a obra. 

Os sobrenomes das famílias são irreverentes e as ilustrações são repletas de detalhes inusitados, como "Os Aquasnorkells", uma família que usa snorkells e vive no fundo do mar com criaturas aquáticas, além dos "Rockestones", que possuem um visual e atitudes "Rock'n'roll", e "os Thomaedisons", que são estudiosos, tecnológicos e inventores, entre outras famílias curiosas.

O escritor conta que a obra nasceu após uma situação vivida com sua família. "Minha filha chegou em casa falando da experiência de ter ficado na casa de uma amiga da escola". O relato contava sobre uma jiboia de estimação, uma ida para comprar comida para o bichinho e a imagem de vê-la devorando o petisco comprado. "Minha filha estava deslumbrada com essa família que no lugar de um cachorrinho, gatinho etc., tinha uma jiboia. Aquele relato me fez pensar na quantidade de famílias diferentes que existem no mundo", afirma. A obra "Famílias" trata temas relacionados a vida familiar e social e é indicada para leitores a partir de sete anos.

Já em "Refugiados", Brenman e Guilherme Karsten apresentam um dos temas mais difíceis da história da humanidade. De maneira sensível, o livro mostra situações de famílias em êxodo: o momento da saída de seu lugar de origem, em circunstâncias difíceis, e em seguida sua chegada em um novo lugar. Cada família é recebida com hostilidade e desconfiança pelos habitantes locais. 

A medida em que as histórias acontecem o autor mostra que os povos são duros em relação aos refugiados recém-chegados e, que, muitas vezes se tornam, gerações depois, aqueles que se veem obrigados a emigrar em situação vulnerável. Por meio de seu olhar, Ilan traz argumentos para compreender e acolher o outro. O autor explica que "a história dos refugiados é um pouco da história de cada família viva nos dias atuais, em algum momento e pelos mais diversos motivos, tivemos que abandonar nosso lar para procurar um novo começo".

Com referências sobre educação em direitos humanos, relações étnico-raciais e diversidade cultural, o livro Refugiados é indicado para leitores a partir de nove anos. "Famílias" e "Refugiados", e mais alguns títulos estarão no catálogo do autor e poderão ser vistos por meio do link www.bibliotecailanbrenman.com.br.

Ilan Brenman e Editora Moderna
Em 2019, Ilan se juntou ao time de autores exclusivos da Editora Moderna. Hoje, estão no time da Moderna e Salamandra Ruth Rocha, Pedro Bandeira, Eva Furnari e Walcyr Carrasco. A obra completa desses grandes autores possui bibliotecas próprias as quais adotaram seus nomes, e reúnem incríveis histórias e best-sellers.

O autor 
Ilan Brenman tem um amor profundo pelas mais diversas narrativas. Esse afeto está ligado diretamente à origem do autor, pois ele é israelense, naturalizado brasileiro, filho de argentinos, neto de poloneses e russos. Psicólogo de formação, Ilan é mestre e doutor pela Faculdade de Educação da USP, já ministrou centenas de cursos e palestras pelo país afora, sempre discutindo a importância das histórias lidas e contadas oralmente na vida de bebês, crianças, jovens e adultos.

.: 31º Troféu HQMIX comemora 150 anos do primeiro quadrinho brasileiro

Neste ano, a estatueta será do personagem "Nhô Quim", criação de "Angelo Agostini" publicada em 30 de janeiro de 1869, no semanário "Vida Fluminense"

A 31ª edição do Troféu HQMIX vai comemorar os 150 anos da publicação do primeiro quadrinho brasileiro. A coordenação do evento apresenta a escultura da estatueta, baseada no personagem "Nhô Quim", do autor Angelo Agostini, para ser o troféu deste ano. A escultura foi confeccionada no processo 3D pelo artista plástico Itamar Braga, com a reprodução do artista Wilson Iguti. 

Já, o escolhido como o Grande Mestre dos Quadrinhos, desta edição, é Carlos Edgard Herrero, que trouxe grande contribuição para toda a área das HQs no Brasil.

O Brasil é um dos pioneiros na publicação de quadrinhos na era Gutemberg. Muito antes do que os americanos dizem ser o início dos quadrinhos no mundo, com a publicação do personagem "Yellow Kid", de "Richard Felton Outcault", no jornal "New York World", em 1895. Na verdade, "Angelo Agostini", italiano radicado no Brasil, foi personagem importante da época, como ativista pelo movimento republicano e antiescravagista. Considerado o maior artista gráfico do segundo reinado, começou a publicar quadrinizações antes dessa data, em "O Cabrião", em São Paulo. Mas, foi na primeira graphic novel do mundo, "As aventuras de Nhô Quim", que criou personagem fixo e com capítulos semanais, publicados na revista "Vida Fluminense". 

Baseado nas pesquisas realizadas pela "Associação dos Caricaturistas e Quadrinhistas de São Paulo", fundada à época pelo cartunista JAL e o editor Gualberto Costa, em 1984, foi criado o "Dia do Quadrinho Brasileiro", na data de 30 de janeiro e comemorada em todo o País desde então.

Carlos Edgard Herrero será o homenageado como Grande Mestre
Herrero, paulistano, corintiano roxo, nasceu em 2 de agosto de 1944. Estudou na Escola de Belas Artes e desenhou cerca de quatro mil páginas de quadrinhos Disney para a Editora Abril. Criou o visual de diversos alter egos do personagem Peninha, como o herói Morcego Vermelho e o caubói Pena Kid. Também colaborou com a revista Crás! e desenhou HQs de suspense, terror, ficção científica e faroeste, além de escrever e ilustrar livros infantis.
Ele tem uma agência de publicidade e, em janeiro de 2015, foi premiado com o Prêmio Angelo Agostini, na categoria Mestre do Quadrinho Nacional.  

Concorrentes aos Troféus de Projeto Editorial e Projeto Gráfico
Duas categorias com grande concorrência pela qualidade gráfica e pela qualidade editorial estão concorrendo a duas premiações. O resultado desses e de todos os outros itens da premiação serão divulgados dias antes do evento que acontecerá em 15 de setembro de 2019, às 17h30, na comedoria do SESC Pompeia, com apresentação de Serginho Groisman.

Projeto editorial
1. "A Arte de Charlie Chan Hock Chye" (Pipoca & Nanquim)
2. "A Zika #5" (Independente)
3. "Estórias Tristes e Piadas Ruins" (Independente)
4. "Frankenstein 200" (Clepsidra)
5. "Imaginário Coletivo" (Darkside)
6. "Isto Não É Um Assassino" (SESI-SP)
7. "Luto" (Peba)
8. "Paraíso Perdido" (Darkside)
9. "QP" (Lote 42)
10. "Refugiados – Última Fronteira" (Darkside)
11. "Teatro do Pavor" (Skript)
12. "Todos os Santos" (Veneta)
13. "Estórias Tristes e Piadas Ruins" (Independente)

Projeto gráfico
1. "5 Por Infinito" (Pipoca & Nanquim)
2. "Ayako" (Veneta)
3. "Billy Soco Vol. 2" (Independente)
4. "Box Noites de Trevas – Metal X Sepultura" (Panini)
5. "Imaginário Coletivo" (Darkside)
6. "O Perfeito Estranho" (Veneta)
7. "Partir" (Independente)
8. "Projeto Corsários – Os Senhores do Novo Mundo" (Independente)
9. "Smoking Mata" (Independente)
10. "Tekon Kinkreet" (Devir)
11. "Uma Dobra no Tempo" (Darkside)
12. "Uzumaki" (Devir)

Sobre o Troféu HQMIX
O Troféu HQMIX foi criado em 1988, pela dupla JAL e Gualberto Costa, no programa TV MIX, da TV Gazeta. O prêmio logo foi apadrinhado pelo então apresentador do programa, Serginho Groisman. A votação nacional é feita pela categoria dos desenhistas de HQs e Humor Gráfico, por meio da Associação dos Cartunistas do Brasil (ACB) e do Instituto Memorial das Artes Gráficas do Brasil (IMAG).

sábado, 17 de agosto de 2019

.: "Arco de Fogo": entrevista com João Carlos Borda e Edson Sousa

Por Letícia Santiago, em agosto de 2019.


Entrevista com os autores do livro "Arco de Fogo: Um Relato Sobre Uma das Maiores Operações Policiais em Região Amazônica". João Carlos Borda à esquerda e Edson Geraldo de Souza à direita. Foto: Andrea Ferreira

“Uma guerra quase invisível no coração da Amazônia” é o subtítulo que chama a atenção para o livro "Arco de Fogo", escrito pelo jornalista João Carlos Borda e o delegado Edson Geraldo de Souza. A história retrata a rotina vivida pelo doutor Edson e equipes policiais durante uma missão nas regiões de Floresta Amazônica com ênfase no desmatamento ilegal em regiões como Santarém, é um romance policial de ficção, porém envolvendo o leitor em fotos e documentos reais da missão e cativando-o em momentos de suspense, ação e muita emoção.

A obra trata o tema de fiscalização madeireira e políticas ambientais conscientizando o leitor e fazendo-o refletir sobre esquemas ilegais na floresta, entretendo com um roteiro cativante do começo ao fim. Tivemos a oportunidade de conversar com os autores sobre o livro, a experiência e o que eles esperam com a publicação deste exemplar denunciando as tentativas de contenção de crimes ao meio ambiente. O livro "Arco de Fogo" já está disponível nas livrarias brasileiras e em formato eBook. Os autores da obra estarão na Bienal do Livro, no próximo dia 31, às 18h, recebendo os leitores para bate-papo e autógrafos.

RESENHANDO: O nome do livro, “Arco de Fogo”, faz referência à operação policial ocorrida na Amazônia e vivenciada pelo Dr. Edson Geraldo de Souza. O que a operação e o livro significaram para vocês?
EDSON GERALDO DE SOUZA - O nome "Arco de Fogo" se refere a uma operação que foi mantida por anos pela Polícia Federal, por meio de uma força tarefa composta também por Ibama e Força Nacional. Havia bases estrategicamente localizadas em áreas identificadas como de alto risco para o meio ambiente, especialmente no chamado arco do desmatamento, que é uma região onde a Amazônia sofre maior ação predadora. Trabalhar na operação foi uma experiência intensa e diferente de tudo o que já havia feito, fornecendo uma visão completamente diferente do que seja Lei, Estado e visão social sobre prioridade. Escrever o livro, em conjunto com o João Carlos Borda, foi, ao mesmo tempo, um exercício literário e uma realização pessoal.
JOÃO CARLOS BORDA - Significam um limite estratégico e geográfico da Polícia Federal para combater os crimes ambientais na Amazônia. Mas, a título de conscientização, representa uma alavanca para remodelar as nossas concepções sobre a fragilidade de um sistema ambiental, frequentemente ameaçado.

RESENHANDO: Há algum acontecimento específico que não esteja no livro ou toda a experiência está relatada ali?
E.G.S. - Quando traçamos o que queríamos escrever sobre os fatos, decidimos que queríamos uma literatura policial ágil, dinâmica e objetiva. Um livro que fosse a essência, condensado para ser rápido e visual, dispensando qualquer elemento, descrição ou fato que não estivesse diretamente ligado à narrativa. Então, o essencial ao enredo está lá. Poderíamos escrever um livro de mil páginas, mas, neste caso, teríamos falhado no objetivo de apresentar uma obra literária revestida de linguagem dinâmica e leitura rápida. Não dá tempo do leitor respirar, não pode perder a atenção, o foco. Se o fizer, terá que voltar algumas páginas para ler de novo.
J.C.B - O que havíamos planejado está contemplado. É claro que, além da objetividade no relato dos fatos, prepondera também uma subjetividade literária que, em muitos casos, julgo, ganha densidade por conta da leitura pessoal de cada um.

RESENHANDO: Além da experiência pessoal dos policiais federais envolvidos na operação, houve alguma outra inspiração para que o livro fosse publicado?
E.G.S. -   Sou fã de literatura, cinema e música - acredite, o livro tem trilha sonora composta especialmente para ele - e pensamos em misturar um pouco de tudo: linguagem visual, enredo consistente, ausência de ordem cronológica linear, diálogos fortes e constantes. Com inspiração em Giuseppe Tornatore, Tarantino, Guy Ritchie, Javier Moro, Henry Charriere e muito indie rock, entregamos a obra Arco de Fogo aos leitores.
J.C.B - Quando a criação e a tinta entram em convergência, ou seja, quando damos forma a ideia, transformando fatos em literatura, somos impelidos a construir um mundo. O Dr. Edson viveu a realidade, esteve à frente de tudo, e captou com os olhos e o coração o que hoje o leitor assiste como se estivesse diante de uma tela do cinema.

RESENHANDO: Qual mensagem vocês esperam que os leitores possam receber desta obra?
E.G.S. - O prazer da leitura, uma história inspirada em fatos reais, muita adrenalina e a consciência de como as coisas realmente são no coração da Amazônia.
J.C.B - A consciência de preservação não brota do simples convite ao ativismo. A gente só preserva, aquilo que conhece. Espero que o livro abra essa janela e através dela conduza o leitor a essa prática de luta pela preservação da Amazônia.

RESENHANDO: Na capa do livro, por que vocês denominam a operação como “uma guerra quase invisível”?
E.G.S. - Desde há muito se fala em desmatamento, em perda de espaços cada vez maiores de vegetação nativa, em áreas correspondentes a tantos campos de futebol a menos, em destruição do habitat natural de inúmeras espécies, em extinção de espécies e, parece-me, que isso se tornou normal, aceitável, acadêmico, técnico, distante das conversas cotidianas. Preservação e sustentabilidade se tornaram, para a maioria, palavras atreladas a marketing institucional de empresas. Não me parece algo que esteja ocorrendo de verdade. Todos sabem que há uma luta pela preservação, mas que luta é essa, onde ocorre, como ocorre? É quase como se não ocorresse, não existisse, "quase invisível". Se não fosse o livro você teria conhecimento que houve uma operação denominada "Arco de Fogo"?
J.C.B - Está nos labirintos da compreensão da grandeza da Amazônia e nos conflitos de quem luta contra os crimes ambientais, como o faz a Polícia Federal, a invisibilidade da imensidão da selva e a sua complexa leniência para se manter em pé. Nem sempre o que os olhos não captam é inexiste. Pelo contrário.

RESENHANDO: Como identificar o real e o fictício no livro?
E.G.S. - A história está romanceada por inteira, mas fortemente inspirada em fatos. O que é real e o que é ficção na obra deixamos para o leitor descobrir. Há referência a datas, locais e fotos. O leitor terá em mãos um livro que pode ser usado como referência, fonte de informação ou apenas uma obra escrita com muito esmero para divertir toda sorte de fã de literatura, com ação, emoção, suspense e alguma dose de humor autêntico.
J.C.B - O Dr. Edson conseguiu, com maestria, criar essa atmosfera envolvente que faz o leitor andar sobre uma corda bamba, pela qual transitam, de forma simultânea, o real e o quase real.

RESENHANDO: Como o Dr. Edson G. de Souza se envolveu na operação Arco de Fogo?
E.G.S. - Fui designado para trabalhar por um período em uma das diversas base da operação, as quais ficam na linha de frente do trabalho da Polícia Federal na luta contra os crimes ambientais e o crime organizado que atua no desmatamento. Não foi uma escolha, e sim o cumprimento de uma ordem da instituição. Mas, não há pontas soltas no livro, está tudo lá, inclusive a ordem e a reação ao recebê-la.

RESENHANDO: Qual a sensação de escrever este romance policial e saber que vivenciou tudo isso?
E.G.S. - Ao escrevermos queríamos que o leitor vivenciasse cada fato, cada experiência, queríamos colocar o leitor dentro da operação, da base, dos fatos. Então, o leitor vai estar em uma experiência 4D, dentro do teatro de operações. O que eu senti, o leitor vai sentir também. Temos certeza disso. Alguns leitores nos relataram adrenalina, palpitação, sonhos com a história.

RESENHANDO: Quais os prejuízos e consequências ocasionados por esse desmatamento ilegal na região?
E.G.S. - Quando falamos de Amazônia, estamos falando de 49% do território nacional, de um bioma que abriga 20% das espécies de animais do planeta. Acredita-se que a Terra tenha 11 biomas. O Brasil tem seis deles terrestres e um marítimo. Um deles é a Amazônia. Estamos falando de uma riqueza biológica que abrange flora e fauna, sem contar a riqueza mineral da região amazônica. Todo e qualquer estrago ali representa um prejuízo patrimonial natural irrecuperável. No romance há passagens específicas sobre isso.
J.C.B - Não é só Amazônia o prejuízo. É para o Brasil e o mundo.

RESENHANDO: Quais suas opiniões sobre as políticas ambientais atuais e o que vocês sugerem de mudança para reverter o quadro de aumento do desmatamento na região amazônica?
E.G.S. - Embora a experiência do Borda quanto ao jornalismo investigativo e denunciativo sobre crimes ambientais e a minha experiência descrita no romance, não queremos - não podemos e tampouco devemos - ser vistos como ativistas, ambientalistas ou especialistas. Há pessoas estudando, trabalhando e dedicando sua vida inteira a essa causa. Nossa visão é de colaboradores, de pessoas comuns que querem levar às pessoas igualmente comuns, distante desse tema, uma visão verdadeira, única e fácil de assimilar. Um romance, uma obra literária divertida, dinâmica, escrita sobre um cenário extraordinariamente verdadeiro. Não é um manual, não é um relato jornalístico. É uma autêntica obra literária, um romance policial. E, com muita autocrítica, é um bom livro.
J.C.B - Eu, particularmente, entendo que este governo jogou uma banana de dinamite bem no coração da Amazônia. Como um Nero dos tempos modernos, o presidente Bolsonaro assiste a selva se transformando em cemitério de carvão.


.: Expulso do PSL, Alexandre Frota estará no "Roda Viva" desta segunda


O deputado federal Alexandre Frota (SP), expulso pelo PSL na última terça-feira, dia 13, estará no centro do "Roda Viva", na segunda-feira, dia 19. O programa da TV Cultura será exibido a partir das 22h, ao vivo, com apresentação de Daniela Lima e desenhos do cartunista Paulo Caruso. A entrevista também poderá ser acompanhada no site da emissora, no Twitter, no Facebook, no YouTube e no aplicativo Cultura Digital.

Eleito com 156 mil votos, Alexandre Frota era filiado ao partido desde abril de 2018. O pedido de sua expulsão foi feito pelo próprio presidente do PSL, o deputado Luciano Bivar (PE). Na reunião realizada em Brasília, estavam presentes o senador Major Olímpio (SP), a deputada Carla Zambelli (PSL-SP), o líder da legenda na Câmara, Delegado Waldir (GO), e outros membros da sigla. A votação foi unânime, com nove integrantes se posicionando a favor da expulsão. O deputado foi enquadrado em artigo do regimento referente a desalinhamento partidário.

De apoiador do governo, nos últimos meses Frota passou a fazer duras críticas ao presidente Jair Bolsonaro, seus filhos e correligionários. Além disso, ele se absteve na votação de 2º turno da reforma da Previdência.

Compõem a bancada de entrevistadores José Alberto Bombig, editor-executivo do jornal O Estado De S. Paulo; Fernando Rodrigues, diretor de redação do jornal digital Poder360; Tatiana Vasconcellos, âncora da rádio CBN; Fábio Zanini, repórter da Folha de S.Paulo; e Carlos Andreazza, editor-executivo do grupo editorial Record, comentarista de política da rádio Jovem Pan e articulista do jornal O Globo.

Deputada Carla Zambelli comenta sobre expulsão
A deputada Carla Zambelli (PSL-SP), fundadora do movimento Nas Ruas, que ganhou notoriedade nas manifestações em favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, participou do programa "Pânico na Rádio", da rádio Jovem Pan, no último dia 16.

Durante a entrevista, a deputada esclareceu sobre um dos assuntos mais comentados da semana, que foi o pedido de expulsão do deputado Alexandre Frota. “Pedi expulsão dele da forma como ele vem agindo. Você pode criticar o fato que é diferente de fazer uma crítica generalizada sem apontar o erro”, diz.

Segundo Zambelli, a expulsão de fato não se deu através do pedido dela, mas pelo fato do deputado se abster no processo da previdência. “Só o Frota perdeu com isso”, afirma. A deputada ironizou dizendo que “agora o Frota está do lado certo no PSDB. Ele quer que o Dória seja presidente em 2022”.

.: Iggy Pop lança clipe para a nova “James Bond”


Iggy Pop lançou o primeiro vídeo do seu próximo álbum "Free", disponível no dia 6 de setembro via Loma Vista Recordings. Dirigido por Simon Taylor, o clipe de “James Bond” foi gravado em Miami, na Sweat Records. "James Bond” é a segunda música do novo álbum a ser lançada, e foi considerada “infecciosa” pela Paste e “uma mudança estilosa e magnética” pela Consequence Of Sound.

Nas palavras do próprio Iggy, “James Bond” conta uma história. “Eu não sei o que ela está tramando exatamente, mas o jogo parece estar virando, e ela está dominando. Bom, por que não? Vou tentar tudo uma vez só”.

Iggy Pop - “James Bond”


Tracklist de "Free"

1. "Free"
2. "Loves Missing"
3. "Sonali"
4. "James Bond"
5. "Dirty Sanchez"
6. "Glow In The Dark"
7. "Page"
8. "We Are The People"
9. "Do Not Gentle Into That Good Night"
10. "The Dawn"

.: 4ª edição do Prêmio Kindle de Literatura abre inscrições

Autores independentes podem publicar obras inéditas até o dia 15 de outubro para participar

A partir de 15 de agosto estão abertas as inscrições para a 4ª edição do Prêmio Kindle de Literatura. O prêmio é uma parceria entre a Amazon.com.br e a Nova Fronteira para reconhecer o trabalho de autores independentes e já atraiu mais de 4.500 novos livros publicados nas edições anteriores, todos lançados pela ferramenta de autopublicação da Amazon, o Kindle Direct Publishing (KDP). 

O vencedor receberá um prêmio em dinheiro de R$ 30.000,00 e um contrato para a versão impressa do livro pela Editora Nova Fronteira. Nesta edição, os finalistas do Prêmio também concorrerão com finalistas dos outros prêmios literários da Amazon de todo o mundo por uma chance de assinar um contrato de opção de produção audiovisual com a Amazon Prime Video.

Para participar do Prêmio Kindle de Literatura, autores podem publicar suas obras no KDP da Amazon (kdp.amazon.com.br) de 15 de agosto até 15 de outubro de 2019. Os autores devem colocar o termo PremioKindle no campo de palavras-chave durante o processo de publicação e registrar os livros sob a categoria Ficção. Os títulos enviados precisam ser romances originais em português, não publicados anteriormente, à venda exclusivamente na Amazon durante o período da premiação, precisando estar inscritos no programa KDP Select. Os termos e condições do Prêmio Kindle de Literatura podem ser acessados em amazon.com.br/premiokindle.

"Com as inscrições abertas, começamos agora uma competição cultural diferente. É uma disputa salutar, em que todos os participantes poderão desde já oferecer seus livros a leitores em todo o mundo, independente do resultado do prêmio", diz Alexandre Munhoz, Country Manager para Kindle na Amazon do Brasil. "Este ano há a possibilidade de concorrer a mais de um prêmio. Autores que forem finalistas de prêmios literários da Amazon no mundo todo concorrerão também a um contrato de opção com a Amazon Prime Video com adiantamento de US$10.000,00. Este contrato dará a oportunidade do livro ser transformado em uma obra áudio visual produzida pela Amazon e disponibilizada no Prime Video".

O KDP é uma forma simples e gratuita de escritores e editoras publicarem seus livros por conta própria e disponibilizarem para venda a leitores ao redor do mundo. Com a autopublicação pelo KDP, os autores têm total controle do processo, do design da capa até a definição do preço e podem receber até 70% de royalties. Todos os romances inscritos no prêmio são disponibilizados na Loja Kindle, além de estarem disponíveis para assinantes do Kindle Unlimited. Os eBooks Kindle podem ser adquiridos e lidos com o aplicativo gratuito Kindle para computadores, tablets e smartphones Android ou iOS, além de e-readers Kindle.


.: Orkut, aquele das redes sociais, estreia como colunista de blog gay


A partir desta semana, Orkut Buyukkokten, fundador do Orkut, estreia como colunista em um veículo de comunicação brasileiro voltado para o público LGBT+, o GAY.BLOG.BR. Seu primeiro artigo já está no ar: "Os Donos da Razão".

Além de comentarista, o Orkut adora dançar e é conhecido por fazer uma das melhores festas durante a Pride em São Francisco. O Orkut voltou, mesmo que nunca tenha nos deixado. A partir desta semana, o fundador do orkut.com e da rede social hello estreia como colunista no veículo de comunicação brasileiro GAY.BLOG.BR. Depois de desenvolver a plataforma social pioneira do Brasil, que em seu auge teve mais de 300 milhões de usuários, o Orkut prossegue a inspirar pessoas ao redor do mundo a se unirem e fazerem conexões autênticas através de sua experiência.

Seu ativismo pela causa gay nunca foi algo velado, além de estar fortemente envolvido nos Estados Unidos com grandes instituições que visam a igualdade para LGBT+, Orkut Buyukkokten hospeda uma das festas mais disputadas durante a Pride de San Franciso. No Brasil, sua voz agora terá alcance através do GAY.BLOG.BR.

"Estou aqui para dizer que ainda podemos. Podemos encontrar pessoas para conversar e para nos apoiar. Podemos ainda fazer amigos para compartilhar momentos de alegria. Podemos encontrar amor, empatia e comunidade online se realmente quisermos. Podemos preencher o mundo com nosso calor e amor, em vez de nossas inseguranças e incertezas", entusiasma-se Orkut.

Crítico aberto do bullying online, o ávido programador é um dos maiores comentaristas da atualidade sobre os impactos positivos e negativos das mídias sociais. "A tecnologia deveria nos conectar, não nos dividir", completa.

"Colheita Feliz"
Para Vinícius Yamada, editor do GAY.BLOG.BR, empoderar a voz do Orkut no Brasil tem mais a finalidade de conscientizar as pessoas sobre o uso da tecnologia e refletir sobre a igualdade do que despertar o saudosismo popular, ainda que isso aconteça involuntariamente.

"Obviamente que a figura do Orkut remete à situações que vivemos há dez anos, e isso é bom. É importante termos a referência de como éramos. Naquela época, as pessoas 'liam, respondiam e apagavam' comentários no scrap de seus perfis da rede social para preservar a privacidade. Atualmente, há uma competição de quem consegue expor mais a própria intimidade, que frequentemente resulta em pessoas forjando a própria realidade para elas mesmas. Quando pude entrevistar o Orkut pela primeira vez, notei que é um excelente momento para conscientizar sobre o modo de como se lida com a tecnologia. Precisamos ter uma 'Colheita Feliz'", comenta Vinícius.

Sobre o Orkut
Há 15 anos, enquanto trabalhava como engenheiro na Google, fundou pioneira rede social que levava o seu próprio nome. Em outubro de 2008, a plataforma contava com mais de 600 aplicativos para os usuários escolherem, sendo alguns dos mais utilizados o "BuddyPoke" e a "Colheita Feliz". Em 2014, a rede social tinha se tornado uma comunidade com mais de 300 milhões de pessoas. 

O alvo inicial do da plataforma era os Estados Unidos, mas a maioria dos usuários foram do Brasil e da Índia. No Brasil, a rede social teve mais de 30 milhões de usuários. Desde 2016, Orkut gerencia a a rede social hello.com (disponível para iOS e Android), "a primeira rede social construída através de amizades profundas, não 'likes'". É possível seguir o Orkut no Instagram em @orkutb. Participe da nova rede social em www.hello.com.

sexta-feira, 16 de agosto de 2019

.: "...E o Vento Levou": os 80 anos de um clássico do cinema


Por Oscar D’Ambrosio*, em agosto de 2019.

Há 80 anos, o mundo conhecia o filme “...E o Vento Levou”. Impressiona muito que ele continue forte e imortal apesar das oito décadas e de suas 4 horas de duração. Pensar no fascínio que resiste ao tempo obriga a refletir sobre elementos míticos que ali se fazem presentes, que envolvem o pano de fundo da Guerra Civil dos EUA entre o norte industrial e o sul agrícola.

Nesse sentido, vemos como a plantação da Georgia sulista, chamada Tara, é arrasada no conflito, levando ao desespero a jovem Scarlett (Vivien Leigh). Também ouvimos um discurso de Rhett Buttler (Clarrk Gable) muito pertinente sobre como, ao contrário do que a maioria ali pensa, os ianques liderados por Lincoln, com fábricas, estaleiros e minas de carvão vencerão.

Restariam aos sulistas algodão, escravos e arrogância. Esse tripé leva à derrota e à decadência. O filme recebeu dez prêmios Oscar e foi uma das maiores bilheterias de todos os tempos e teve como base o romance (1936) de Margaret Mitchell (1900 – 1949), que escreveu apenas este livro, que a tornou milionária, inclusive com a venda de direitos para o cinema.

Margaret abandonou a carreira literária, dedicou-se à filantropia e morreu bisonhamente atropelada por um taxi. Sua trajetória, de certa maneira diferenciada para uma mulher de sua época, encontra paralelo na heroína no sentido de estar fora dos padrões comuns do período. Scarlett, igualmente, embora mimada e temperamental, revela fibra perante a o conflito civil que destrói a fazenda de algodão da família e, mesmo derrotada em todas as suas ambições, consegue cair de pé. Para ver e rever sempre!

Oscar D’Ambrosio* é jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e pós-doutorando e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

.: Concurso "Viajantes Literários" premia com publicação em livro


A terceira edição do Prêmio Viajantes Literários está com inscrições abertas até o dia 5 de setembro. O concurso, promovido pela plataforma de leitura digital Árvore de Livros, é gratuito e destina-se a alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental ao Ensino Médio. 

Durante o projeto, as escolas selecionadas ganham acesso à plataforma e realizam atividades alinhadas às competências da Base Nacional Comum Curricular. Ao final, serão escolhidos 30 trabalhos, entre textos narrativos e crônicas, para publicação em um livro impresso e digital. Mais informações e regulamento completo pelo site https://www.arvoredelivros.com.br/viajantes. As vagas são limitadas.

.: "O Percevejo" no Espaço Parlapatões em curtíssima temporada até dia 30

Com tom circense e fantástico, espetáculo em curta temporada até 30 de agosto, todas as quintas e sextas-feiras, às 21h. Foto: Victor Pollac
"O Percevejo" estreia em São Paulo, em curta temporada, no Espaço Parlapatões, até dia 30, sob a direção de Francisco Hashiguchi. Dividida em nove cenas, a comédia com narrativa em tom circense e fantástico traz treze atores na adaptação de Francisco Hashiguchi e Laís Patrocínio para o texto do Russo Vladimir Maiakovski (1893-1930).

Com apresentações todas as quintas e sextas-feiras, sempre às 21h, a obra escrita em 1928, em plena consolidação do regime stalinista, o espetáculo "O Percevejo" é uma crítica política e conta a história de Prissípkin, vivido pelo ator Felipe Macedo, um ex-operário que abandona seus ideais para se casar com a filha de um aristocrata, mas no dia do casamento um incêndio extermina todos sem deixar sobrevivente. Até que, 50 anos depois, um mistério se desvenda em um futuro imaginado por Maiakóvski, com um grande desenvolvimento tecnológico mas com pessoas frias e desumanizadas, o corpo de Prissípkin é encontrado congelado e através de uma votação decide-se pelo descongelamento do corpo, onde acaba sendo descongelado também um percevejo que estava em seu colarinho.

A partir disso, tudo vira uma bagunça. A sociedade asséptica passa a se "infectar" com Prissípkin, os operários começam a se embebedar, as moças começam a se apaixonar e as pessoas começam a dançar. Por fim, Prissípikin e o percevejo vão parar em um zoológico, onde os dois são considerados parasitas para aquela sociedade.

Encenada pela primeira vez em 1929, sob direção de Vsévolod Meyerhold, a obra é uma crítica política sobre a conduta do governo stalinista. Meyerhold constrói uma história de maneira sarcástica. O dramaturgo e diretor brasileiro Luiz Antônio Martinez Corrêa foi quem traduziu e encenou a peça pela primeira vez no Brasil em 1981, uma obra de extrema crítica ao governo da Ditadura Militar.

“A encenação da peça 'O Percevejo', de Vladimir Maiakóvski, busca uma atmosfera circense, própria da encenação de Meyerhold, para contar a história dessa comédia sarcástica, fazendo seus devidos paralelos com o cenário político vigente no nosso país. Trata-se também dos relacionamentos humanos, de nossas condutas e de possíveis consequências no futuro de como estamos nos conduzindo nesses tempos de tanto julgamento, ódio e intolerância ao que é diferente. O texto foi adaptado trazendo as falas para o tempo atual e algumas cenas acontecem no meio do público, sugerindo que os espectadores participem e se coloquem como sujeitos ativos na peça como um despertar de consciência sobre nossos verdadeiros papéis como cidadãos”, declara Francisco Hashiguchi.

Sinopse:
Escrita em 1928 pelo russo Vladimir Maiakovski (1893-1930), em plena consolidação do regime stalinista, o espetáculo O Percevejo é uma crítica política. Dividida em nove cenas, a comédia tem narrativa de tom circense e fantástico. Com treze atores em cena, a adaptação de Francisco Hashiguchi e Laís Patrocínio conta a história de Prissípkin, um ex-operário que abandona seus ideais para se casar com a filha de um aristocrata, mas no dia do casamento um incêndio extermina todos sem deixar sobrevivente. Até que, 50 anos depois, um mistério se desvenda.




Serviço:
"O Percevejo"
Espaço Parlapatões
De 15 a 30 de agosto | quintas e sextas | 15, 16,  22, 23, 29 e 30 de agosto de 2019
Horário: 21h
Preço: R$ 30 (inteira) | R$ 15,00 (meia) | R$ 15,00 (lista amiga)
Endereço: Praça Franklin Roosevelt, 158 - Consolação –SP
Classificação etária: 16 anos
Duração do espetáculo: 90 minutos
Lotação do teatro: 96 lugares
Ingressos no site: https://ingressoindependente.com.br/pecas/agenda/90

Elenco:
Bianca Batemarque, Carol Berres, Daniel de Mello, Felipe Macedo, Goretti Smarandescu, Janaína Bentos, Júlia Bruck, Laís Patrocínio, Lisandra Paixão, Natália Bittar, Olavo Gomes, Pérola Amaral e Reyson Moraes

Ficha técnica:
Texto: Vladímir Maiakóvski
Adaptação: Francisco Hashiguchi e Laís Patrocínio
Produção: Besouro Produções Artísticas
Direção: Francisco Hashiguchi
Cenografia: Arlete Rua
Ass. Cenografia: Larissa Guimarães
Figurino: Elen Carvalho
Ass. Figurino: Lara Bezerra
Iluminação: Laís Patrocínio
Direção Musical: Salomão Waisman
Composição musical entreato: Gabriel Miranda Turner
Visagismo: Lucas de Oliveira
Ass. Visagismo: Tainá Lasmar
Designer gráfico: Kyanne Montes
Fotos divulgação: Victor Pollak
Preparação corporal: Natália Bittar
Assessoria de imprensa: MAIC Comunicação (Maria Inês Costa) e Passarim
Comunicação (Silvana Cardoso)

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