sábado, 21 de novembro de 2020

.: O Caso Collini: entrevista com Marco Kreuzpaintner, diretor do filme

Foto: Anne Wilk - © Anne Wilk

Em colaboração com German Film – texto de Patrick Heidmann, tradução de André Cavallini.

.: Crítica de "O Caso Collini": assassinato em filme remonta época sombria alemã

Todo mundo precisa de férias de vez em quando, mas poucos ganharam tanto no verão de 2019 quanto Marco Kreuzpaintner. “Pela primeira vez em dois anos, estou conseguindo pensar em paz”, o diretor ri ao telefone e lembra como os últimos 24 meses foram estressantes, mas, acima de tudo, produtivos.

Só no outono de 2019, por exemplo, a série "Beat" foi lançada no serviço de streaming Amazon Prime. Kreuzpaintner não só teve a ideia para o thriller ambientado na vida noturna de Berlim, mas também dirigiu todos os sete episódios. “Ao contrário de muitos colegas, eu não tinha nenhuma ideia sobre uma série que pudesse estar guardada em uma gaveta, quando me chamaram para conversar”, lembra o cineasta de 42 anos. “Simplesmente porque não tive intervalos suficientes entre meus projetos para colocar as ideias no papel. Mas, para usar uma comparação literária, havia um grande apelo em retratar um longo romance em vez de um conto, para variar”. Foi anunciado, algum tempo depois, que não haveria uma segunda temporada. Todavia, o fato de a série ter recebido o renomado Prêmio Grimme deve ser uma fonte de profunda satisfação para seu criador.

Kreuzpaintner tem o mesmo orgulho de seu último longa-metragem, "O Caso Collini", em que - como ele destaca - orgulho não é uma palavra com a qual ele realmente descreve o prazer que obtém de seus projetos. Ele conseguiu conquistar o astro internacional Franco Nero para um papel principal na adaptação cinematográfica do bestseller de Ferdinand von Schirach, e também deu ao astro da comédia

Elyas M’Barek uma nova imagem, como defensor público em um suspense dramático. Por semanas após sua estreia, nenhuma produção alemã havia atraído mais espectadores aos cinemas na Alemanha em 2019, quando o longa chegou e ficou em cartaz por nove semanas. “O fato de termos provado com este filme que mesmo um drama judicial referente a um caso histórico pode ainda funcionar no cinema se for devidamente produzido, encenado e com um elenco de destaque é o que me faz mais feliz”, diz o cineasta, para deixar tudo bem claro. “Talvez isso dê esperança a todos aqueles que, de outra forma, tenderiam a ser pessimistas sobre o futuro da indústria”. 

A visão de Kreuzpaintner sobre a indústria cinematográfica alemã e o gosto do público sempre foi um pouco diferente de muitos colegas. A renovação que paira no ar – também influenciada pelos hábitos de visualização americanos – que o trouxe para o cenário do cinema alemão aos 20 anos atraiu alguma atenção. O trabalho de Kreuzpaintner quase foi recebido melhor no exterior do que em seu país: Tempestade de Verão (2004) não apenas estreou em Toronto, mas foi até lançado em cinemas nos EUA e na Coreia do Sul. Seu compatriota Roland Emmerich acabou se tornando um fã proeminente, que rapidamente escolheu o jovem colega sob sua proteção como mentor e ainda é um amigo próximo hoje. Marco, apoiado por Emmerich como produtor, finalmente fez sua estreia em Hollywood com Desaparecidos (2007), um drama sobre tráfico humano, que se tornou o primeiro filme a ter sua estreia mundial na Assembleia Geral das Nações Unidas.

Desde então, Kreuzpaintner manteve um ritmo de trabalho notavelmente rápido quase constantemente, de acordo com o lema “meu espaço de trabalho é meu lugar feliz”, como ele colocou uma vez no Instagram no passado. “Quando me interesso por um projeto, costumo pensar comigo mesmo: vá em frente, quem sabe que possibilidades haverá daqui a alguns anos”, brinca o diretor, que ocasionalmente dirige filmes ou comerciais para televisão e há muito sonha realizar um filme biográfico sobre Rainer Werner Fassbinder. “Além disso, o próximo filme é sempre o mais importante. Pensando no futuro - acho isso saudável”.

Depois de lançar ""O Caso Collini" na Alemanha, nada de férias ou um tempo sabático para o cineasta - após lançar seu longa mais recente na França, Grã-Bretanha, Israel, Japão e Holanda, Marco Kreuzpaintner se estabeleceu, pelo menos temporariamente, na Inglaterra, para o trabalho em uma nova série da AMC, Soulmates, estrelada por Malin Akerman e criada por William Bridges e Brett Goldstein. Assim como em Londres, ele recentemente encontrou um novo agente nos EUA que está de olho em projetos em inglês. No entanto, isso não significa afastar-se de casa, como ressalta em suas considerações finais: “Prefiro uma produção internacional que tenha alguma relação com a Alemanha. E já estou trabalhando em algumas coisas”.



.: Peça de Alex Gruli, "Só" estreia em temporada gratuita online


Espetáculo conta a história de quatro pessoas da mesma família que se encontram através de uma sala de reuniões online para acompanhar o desligamento dos aparelhos que mantêm uma integrante da família viva no hospital. Foto: Agência Ophelia

“Só” é um espetáculo de teatro virtual de Alex Gruli, que junta em seu elenco quatro artistas da formação inicial da Cia. Os Fofos Encenam: o próprio Gruli, Fernando Neves, José Roberto Jardim e Kátia Daher. Peça é uma das primeiras a entrar em cartaz através de recursos vindos da Lei Aldir Blanc.

O texto conta a história de quatro pessoas da mesma família que se encontram através de uma sala de reuniões online para acompanhar o desligamento dos aparelhos que mantêm uma integrante da família viva no hospital. Apenas um dos personagens está falando presencialmente do hospital, acompanhando o acontecimento; os outros, estão presentes de modo virtual pois existe uma pandemia que os obriga ao isolamento. Conversando online, os familiares relembram histórias da parente hospitalizada, resolvem questões internas de relacionamento e se despedem da familiar. 

“A utilização de uma ferramenta de conversas virtual para a criação de um novo olhar sobre a criação cênica, colocando os artistas à distância (numa arte – teatro - que prevê o encontro) é instigante. Como disse Fernando Neves - isso é o artista furando, abrindo uma brecha na impossibilidade”, comenta o autor.

A temporada online do espetáculo está sendo produzida com recursos da Lei Federal de Emergência Cultural Aldir Blanc. O espetáculo “Só” estreou na última sexta-feira, dia 20 de novembro, e fará 12 apresentações gratuitas, durante quatro semanas, sextas e sábados às 20h, e domingos às 18h, encerrando a temporada no dia 13 de dezembro. Serão disponibilizados 200 ingressos gratuitos por espetáculo, totalizando 2.400 ingressos gratuitos pra população (a distribuição será feita no mesmo dia do espetáculo, pelo site Sympla). 

"Só" é um texto escrito em 2015 para ser realizado em palco convencional, com público presente. Com o início da pandemia, veio ao autor Alex Gruli a ideia de adaptá-lo para o formato on-line: com algumas alterações, toda a história que se passava na sala de espera de um hospital entre 4 pessoas da mesma família foi trazida para uma reunião on-line através do aplicativo Zoom. Assim começou o processo de criação desse espetáculo, que estreou dentro da programação Palco Virtual do Itaú Cultural, realizando duas apresentações nos dias 8 e 15 de setembro. 

Ficha técnica - "Só":
Texto e direção: Alex Gruli
Elenco: Alex Gruli, Fernando Neves, José Roberto Jardim e Kátia Daher
Criação visual e suporte técnico: Eduardo Reyes e Pedro Henrique Moutinho
Duração do espetáculo: 50 minutos
Lotação da sala online: 270 pessoas
Classificação: 18 anos
Os ingressos são gratuitos; a distribuição será realizada a cada dia de espetáculo, iniciando-se às 08:00 h. (oito da manhã) do dia da apresentação.
Temporada: de 20 de novembro a 13 de dezembro. Sextas e sábados às 20h, e domingos às 18h
Espetáculo idealizado, escrito, dirigido e interpretado por Paulo Azevedo é livremente inspirada nas vidas e músicas de astros da cultura rock dos anos 60 e 70 e aborda valores submersos no cotidiano contemporâneo, como a tentativa de controlar o tempo, a busca da identidade, a anestesia dos afetos e o respeito pelas diferenças. A dramaturgia, que transita pela auto ficção, é baseada em biografias, músicas e filmes em torno desse universo. Para confirmar presença, escolha a sessão que você quer assistir e aguarde nossa orientação.

.: "Eu Não Nasci Mãe", o primeiro livro de educadora parental Lua Barros


Editora Nacional lança "Eu Não Nasci Mãe", primeiro livro de educadora parental Lua Barros. Autora se baseia em experiência própria com os quatro filhos para propor parentalidade mais saudável.

Para muitas mães e pais, é tentador acreditar na ilusão de que criar um filho depende de seguir manuais. Os modelos de parentalidade são múltiplos e, apesar da existência deles, cuidadores continuam sofrendo com a culpa e o receio de não fazer um bom trabalho. Por isso, ao invés de buscar respostas prontas, se faz cada vez mais necessário desenvolver um novo olhar para a parentalidade. Nesse sentido, Lua Barros se vale de sua experiência como educadora parental e mãe para, ao invés de propor fórmulas ou receitas, trazer questionamentos em "Eu Não Nasci Mãe", seu primeiro livro.

A obra que toma como base a experiência de uma mãe de quatro filhos e uma das mais relevantes educadoras parentais do país para levantar questões e trazer luz sobre temáticas que assolam a vida de toda mãe, pai ou cuidador de criança. As questões que Lua levanta se baseiam em suas próprias experiências e em teorias da educação, com o intuito de conduzir o leitor a se perceber no processo de educar a criança e, principalmente, se (re)educar para encarar uma parentalidade mais saudável. A primeira edição da obra conta com um pôster exclusivo criado pelo calígrafo e ilustrador Fabio Maca.

Embora não haja manual que sirva para todos – e este livro nem se pretenda ser um guia –, em Eu não nasci mãe Lua Barros aponta direções e saídas que podem tornar as relações parentais muito mais saudáveis, acolhedoras e, sobretudo, respeitosas entre mães, pais, cuidadores e filhos. Você pode comprar o livro neste link.

Sobre a autora
Lua Barros trabalha como Educadora Parental e Especialista em Equilíbrio Emocional. Fundou, em 2019, a Rede Amparo – uma instituição que funciona como uma rede de acolhimento e afeto para mulheres, gestantes e pessoas interessadas em se (re)conhecer. Além de desenvolver cursos e fazer atendimentos individuais, palestras e workshops em empresas, ela apresenta o podcast Dilemas em parceria com Pedro Fonseca, seu companheiro e pai de seus quatro filhos.

Informações
Título: "Eu Não Nasci Mãe: O que Precisei Desaprender para Aprender a Ser Mãe" 
Autora: Lua Barros
ISBN: 978-8504021943
Número de páginas: 168
Preço de capa: R$ 46,90
Link na Amazon: https://amzn.to/3fmwAsm

.: Samuel Rosa é entrevistado por Marcelo Tas no #Provoca

No programa da TV Cultura, o músico fala sobre o fim do Skank, política, família e futebol


O #Provoca desta terça-feira (24/11) recebe o músico Samuel Rosa. Na edição, o artista fala sobre política, democracia, sua relação com o medo, o fim da banda Skank, relacionamento familiar, futebol, seu time do coração - Cruzeiro - e outros assuntos. Sob o comando de Marcelo Tas, o programa vai ao ar a partir das 22h15, na TV Cultura.

Quando questionado quanto ao medo do fim do Skank, anunciado pela banda ainda em 2019, o músico afirma que precisa correr riscos, e quem corre riscos tem medo. Samuel Rosa diz que "o medo só é problemático quando paralisa". E completa que é normal senti-lo. "Eu vou conversando com ele, vamos juntos, [o medo] não me paralisa", completa.

Na edição, ao falar de política, ele diz que esperava que o povo brasileiro tivesse aprendido com as vivências do período de ditadura e não que um governo com o perfil do atual poderia emergir. Além disso, responde a Marcelo Tas, em tom de brincadeira, que se tivesse que escolher entre um Brasil sem corrupção ou o Cruzeiro Campeão Mundial, escolheria um Brasil sem corrupção. Ele ainda acrescenta dizendo que "mais do que um país sem corrupção, uma bela democracia".

Samuel Rosa também diz que a sua carreira musical tem grande influência da mãe, que mesmo sem saber cantar, cantava Simonal o dia todo em casa. De um cenário recheado de músicas, festas e roda de violão, o músico conta que aprendeu a tocar com seu tio, irmão mais novo da mãe. E quanto ao futebol, ele afirma que sempre viu o time de futebol como diretoria: "bons dirigentes geralmente resultam em bons times". E acrescenta dizendo que quando o cenário é ruim, "não há como tirar a culpa dos jogadores, né?".

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

.: Crítica de "O Caso Collini": assassinato em filme remonta época sombria alemã

Filme baseado no romance de Ferdinand von Schirach estreia nos cinemas


Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em novembro de 2020


"O Caso Collini", filme dirigido por Marco Kreuzpaintner, baseado no romance bestseller de Ferdinand von Schirach, apresenta o dilema do advogado recém-formado Caspar Leinen (Elyas M'Barek), obrigado a defender, em seu primeiro caso, o italiano Fabrizio Collini (Franco Nero, grande nome do cinema), assassino confesso do respeitado industrial Jean-Baptiste Meyer (Manfred Zapatka).

Nas primeiras imagens, Collini avança em um corredor de hotel até chegar à porta da suíte presidencial do Hotel Circle, em Berlim. Lá, está Jean-Baptiste Meyer, conhecido como Hans Meyer. Longe do hotel, num ringue está Caspar Leinen, quem enfrentará uma batalha por Fabrizzio Collini.

Inexperiente, tendo tal adjetivo destacado pelos advogados contrários diversas vezes, o jovem Leinen descobre que Collini matou um conhecido de infância: Hans Meyer, homem que foi uma presença masculina em sua formação, quando o pai o abandonou com a mãe. Assim, o drama recebe toques de suspense fisgando o público de vez.

Enquanto que as pistas são dadas, tornando a narrativa ágil e empolgante, a relação de Leinen com a família de Hans Meyer não fica presa apenas à gratidão da convivência na infância até a adolescência, o advogado também tem uma relação romântica com Johanna Meyer (Alexandra Maria Lara), neta de Meyer. Em meio às audiências do julgamento, revelações bombásticas são expostas e vão preenchendo as lacunas criadas em cenas provocativas anteriores.

Embora Collini opte por se calar, mantém a consciência de que o crime terá punição. No entanto, Leinen, tendo como rival o lendário advogado, o Professor Doutor Richard Mattinger (Heiner Lauterbach), parte em busca de novas informações, incluindo uma visita à Itália. Enquanto levanta informações para defender o cliente, descobre que o bom Hans Meyer cometeu crimes durante a Segunda Guerra Mundial. 

Há filmes que instigam com imagens do trailer, alguns com a sinopse e outros em ambos. Esse é o caso do excelente longa-metragem "O Caso Collini". Com uma linda fotografia e elenco em perfeita atuação, a ritmada produção alemã de narrativa estimulante de suspense dramático, cresce na tela tal qual um mágico em show: surpreende os espectadores de modo sequencial ao tirar trunfos inimagináveis da cartola. Imperdível!

O filme estreou nos cinemas de todo o Brasil em 19 novembro de 2020 e tem distribuição da A2 Filmes.

Filme: O Caso Collini (The Collini Case, Alemanha)

Ano: 2019 

Duração: 123 min. 

Gênero: Drama, Suspense 

Direção: Marco Kreuzpaintner

Roteiro: Christian Zübert, Robert Gold, Jens-Frederik Otto

Baseado no romance de Ferdinand von Schirach

Elenco: Elyas M'Barek, Alexandra Maria Lara, Heiner Lauterbach

Distribuição: A2 Filmes

Classificação indicativa: 14 anos

Lançamento nos cinemas em 19 de novembro de 2020


Trailer




.: Atriz Analice Pierre conta detalhes da carreira em live do portal Resenhando


Atriz , apresentadora e locutora, Analice Pierre foi entrevistada na live #ResenhandoCom. Na ocasião, em clima descontraído, os editores do portal Resenhando, Mary Ellen Farias e Helder Moraes Miranda fizeram perguntas sobre a carreira da artista.

Linda, carismática e extremamente simpática, ela falou sobre o trabalho que vem realizando no teatro, cinema e televisão, com muitos detalhes importantes sobre a própria biografia. A conversa foi tão boa que rendeu duas lives, que já estão disponíveis em um vídeo no YouTube do Resenhando e pode ser acessada neste link. A live foi realizada na última quarta-feira, dia 18, às 21h, nos instagrans @portalresenhando e @analicepierre.

Sobre Analice Pierre
Artista flexível e versátil, preparada para atuar do drama à comédia, no teatro, na TV, no cinema, publicidade e séries, Analice Pierre iniciou a carreira em 2000 em Ribeirão Preto, em São Paulo, com Teatro e TV. Fez Faculdade de Artes Cênicas (2003) e estreou sua primeira peça profissional "O Mágico de Oz", ainda em Ribeirão Preto, e desde então, coleciona 13 peças teatrais (profissionais) em seu currículo, de autores como Nelson Rodrigues, Plínio Marcos, Shakeapeare, Federico Garcia Lorca, Domingos Oliveira, Vladimir Capella, entre outros. 

Em 2010, formou-se pela Escola de Atores Wolf Maya. No cinema, atuou em “Desculpe o Transtorno”, produzido pela Gullane Filmes, com Marcos Caruso e Gregório Duvivier, em cartaz nos cinemas em 2016. Foi protagonista no Curta-Metragem “Heleninha Costa, Um Furacão Radiofônico”, e atriz coadjuvante em mais três curtas, pelo Projeto Memórias-Velhos Nomes, Novos Talentos e participou também como atriz, assistente de direção e produtora da webSérie "Isso Não É Uma História de Amor", no festival de curtas Mulheres no Cinema em SP 2020 e no Rio WebFest 2020 concorrendo a dois prêmios. 

Na TV, participação na novela "Uma Rosa com Amor" (SBT); Seriado "Mothern"(GNT); Série "Desprogramados”(Multishow). Fez mais de 30 campanhas publicitárias, foi apresentadora de alguns curtas e atualmente está em seis microvídeos da Natura, fez algumas locuções e ficou em cartaz no Teatro de Arena em São Paulo com uma peça inspirada nas obras de Plínio Marcos – “Bendito Seja Seu Maldito nome”, em sua quarta temporada.  Ficou em cartaz no Teatro Folha com o espetáculo "As Guerreiras do Amor", com André Mattos, por três meses, direção de Isser Korik. 

Esteve em cartaz com o espetáculo infanto juvenil "Miranda" , de Vladimir Capella, no Teatro Alfredo Mesquita em 2019, e foi indicado ao prêmio de melhor espetáculo infanto juvenil pela Aplauso Brasil 2020. Além de atriz, é também diretora e produtora do Coletivo Floresce Menina com o espetáculo "Página em Branco", selecionado para o Festival de Curitiba na Mostra Fringe 2019 e Satyrianas de São Paulo 2018, onde teve destaque no site oficial e também na Virada Cultural de São Paulo 2019; algumas apresentações por São Paulo em escolas, clínicas e em 2020 no Teatro West Plaza. 

Conversa com a atriz Analice Pierre por Helder e Mary Ellen Miranda do Resenhando.com




.: "Homegrown": disco perdido de Neil Young dos anos 70 é lançado em CD


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.

Um disco gravado por Neil Young nos anos 70 e que acabou sendo deixado de lado pela gravadora naquela ocasião foi redescoberto e finalmente lançado em formato CD. "Homegrown" traz 12 canções, das quais sete nunca haviam sido lançadas, ou seja, trata-se de um verdadeiro tesouro musical.

O disco foi gravado entre junho de 1974 e janeiro de 1975, após o lançamento de "On The Beach" e antes das sessões de "Zuma". E a exemplo desses dois álbuns, as canções tinham material inspirado pelo relacionamento de Neil Young com a atriz Carrie Snodgress, que não vinha atravessando uma fase boa naquele período.

A lista de "Homegrown" ficou pronta e chegou a ser mostrada para os executivos da gravadora. Entretanto, os diretores optaram por lançar outro, o "Tonight´s The Night", engavetando e deixando esquecidas as canções de "Homegrown".

Dessa lista de canções, sete não tinham sido lançadas anteriormente: "Separate Ways", "Try "" México, "" Kansas, "We Don't Smoke It No More", "Vacancy" e "Flórida" (uma narração falada). Também estão incluídas as primeiras gravações de "Love Is A Rose", "Homegrown", "White Line", “ Little Wing "e" Star of Bethlehem "- todas em diferentes versões das quais apareceriam mais tarde em outros álbuns.

É um disco com sonoridade mais focada na música folk, que foi determinante para a formação de Neil Young como músico. Há momentos de pura jam session como a faixa "We Don't Smoke It No More", um blues bem ao estilo original americano.

Neil Young toca solo em algumas faixas (guitarra, piano e gaita) E é acompanhado por uma banda de amigos em outras faixas, incluindo Levon Helm, Ben Keith, Karl T. Himmel, Tim Drummond, Emmylou Harris e Robbie Robertson.

Gravado em analógico e masterizado a partir das fitas master originais, este álbum há muito perdido é uma adição maravilhosa ao catálogo do músico canadense, apontado como um dos mais influentes da história do rock.

"Homegrown"

"Vacancy"


 
"Separate Ways"

.: Rafaela Ferreira e Isabella Moreira estreiam "Sigo de Volta" no YouTube


Destaques da novela "As Aventuras de Poliana", as atrizes Rafaela Ferreira e Isabella Moreira protagonizam o espetáculo gratuito "Sigo de Volta". As fotos são de Erik Vesch

Espetáculo para crianças e adolescentes, que vai acontecer de forma online e gratuita a partir do dia 20 de novembro de 2020, "Sigo de Volta" trata da relação dos jovens com as tecnologias de comunicação, em especial, as redes sociais. O texto é de Ana Paula Anderson com direção de Leticia Cannavale.

As atrizes Rafaela Ferreira e Isabella Moreira dão vida às personagens Úrsula e Giovana. Elas participaram de todo o processo de idealização e concepção da peça. A motivação para mergulhar nesse universo veio da relação que as duas têm com as redes sociais – juntas somam quase 5 milhões de seguidores no Instagram. Com o grande crescimento que experimentam nessas redes, elas alcançam esse grande público, entre outros motivos, pela participação no elenco da única novela infantil da rede aberta de televisão, As Aventuras de Poliana no SBT. 

“O projeto é uma oportunidade de dar voz às questões expressas por esse público fiel, majoritariamente jovem e feminino, incluindo as questões que nós temos em relação a autoimagem e autoestima”, contam Rafaela e Isabella. 

Sinopse 
Duas irmãs, diferentes mundos, um choque, faíscas: Giovana (Isabella Moreira) tem passado seus dias imersa num jogo de realidade virtual enquanto Úrsula (Rafaela Ferreira) está fazendo uma longa viagem de bicicleta. Quando elas se encontram virtualmente, após os embates iniciais, cada uma vai se deixando seduzir pelo universo da outra, o diálogo flui e as irmãs elaboram uma experiência em comum.

"Sigo de Volta" foi criado para estrear no palco, presencialmente. Essa ideia não foi descartada, mas, neste momento de pandemia, a equipe decidiu apresentar o espetáculo de maneira online. A dramaturga Ana Paula Anderson adaptou o texto, que segundo ela, é essencialmente sobre a habilidade de conversar.

“Passamos por outros temas, também: a performance de si no mundo virtual, o desejo por conexões genuínas com outras pessoas e com o próprio coração, a descoberta do corpo, as limitações impostas aos corpos femininos de experimentarem o mundo livremente. Mas na base de tudo está a necessidade de se aprender a correr os riscos de uma conversa não mediada por telas, onde não podemos controlar como aparecemos para o outro”, conta Ana Paula. 

A dramaturga cita, ainda, a psicóloga norte-americana Sherry Turkle, que pesquisa cultura digital há mais de 30 anos e tem um estudo sobre o poder da conversa para a formação dos jovens em termos de autoconhecimento, empatia, criatividade, capacidade cognitiva e valorização da democracia. “Parece óbvio afirmar que saber conversar é importante para cultivar tudo isso, mas aparentemente não é - e essa questão é ainda mais urgente desde que a pandemia exacerbou nossas interações no mundo virtual. Como os mais jovens podem se exercitar em conversas espontâneas, em debates ao vivo, em sustentar serem o que são se o tempo todo podem editar o que dizem e como aparecem?”, completa. 

Sobre a encenação, por Leticia Cannavale
“A peça fala sobre comunicação. São duas irmãs que vivenciam realidades objetivamente opostas, uma viajando o mundo de bicicleta e a outra viajando pelos ambientes que ela mesma cria dentro do mundo virtual. Será que a vida dentro da rede e os diálogos através de videochamadas e lives são capazes de reduzir as distâncias e ausências geradas pelo mundo contemporâneo? 'Sigo de Volta' foi escrito pela Ana Paula para ser encenado no teatro onde seria acentuada a importância do encontro e da presença física para a comunicação completa acontecer. Com a pandemia tivemos o nosso processo interrompido e percebemos que podíamos falar da importância do encontro real a partir da impossibilidade de vivenciá-lo. O mundo passou por este desafio e o discurso ficou ainda mais potente depois do que vivenciamos coletivamente no período de isolamento social. Então decidimos montar o espetáculo virtual sob esse novo ponto de vista, mas ainda mantendo todos os temas do texto original. É um grande desafio dirigir um espetáculo nessa nova plataforma artística e procurei sempre manter a teatralidade dentro da virtualidade imposta por esse novo veículo.”

Com a utilização da tecnologia cada vez mais precoce e frequente e com crianças e jovens substituindo as amizades reais pelas virtuais preferindo se divertir aderindo ao mundo virtual através de jogos eletrônicos e redes sociais, "Sigo de Volta" se faz um espetáculo urgente e necessário. Com ingressos gratuitos e sendo transmitido pelo Youtube, a equipe pretende atingir um público diverso de diferentes lugares do Brasil. 

Leticia Cannavale - Direção 
Letícia Cannavale é atriz formada pela CAL e arte educadora formada em Licenciatura em Artes Cênicas pela UniRio, ambas na cidade do Rio de Janeiro. Coordenou o Ponto de Cultura Rede Moinho, entre 2008 e 2012, de onde saiu o Cinema sem Fronteiras, frente artística que levou oficinas de cinema e de produção de curtas-metragens, feitos com equipamentos alternativos, para as escolas municipais e comunidades que ficam em área de grave risco no Município do Rio de Janeiro. Em 2014 idealizou e dirigiu, em parceria com Filipe Codeço, o solo performático PóS_Tudo, onde interpretava uma personagem que, inspirada nos livros de Zygmunt Bauman, tinha uma existência líquida e transitava entre o real e virtual através de projeções e videoarte performativas. Letícia tem 18 anos de carreira como atriz e trabalha como arte educadora há 14 anos oferecendo oficinas em diversos formatos buscando sempre um espaço onde a arte se comunique diretamente com o espírito humano. No teatro já trabalhou com nomes importantes como, João Fonseca, Jô Bilac, Alexandre Mello, Alexandre Elias, Roberto Bomtempo, Renato Farias e Renato Livera. Trabalha no cinema e na TV desde 2006 e recentemente esteve no ar em "As Aventuras de Poliana" no SBT interpretando a atrapalhada personagem Claudia. 

Ana Paula Anderson - Dramaturgia
Formada em Letras pela USP. Roteirista do departamento de criação da MTV Brasil de 2004 a 2010, criando e escrevendo vinhetas, minisséries e campanhas sobre música, humor e cidadania para público jovem. Roteirista freelancer desde 2010, escrevendo programas, documentários e institucionais para TV, rádio e web como "Mundo Sem Mulheres" (Globo/GNT), "Café Filosófico" e "Invenção do Contemporâneo" (TV Cultura), "Minha Canção" (Rádio Eldorado), "Xingu, o rio que pulsa em nós" (Instituto Socioambiental), "Instagram América Latina" (Instagram), entre outros. Autora de livros e zines que circulam em feiras de publicação independente como Plana Festival, Tijuana, Miolos e NY Art Book Fair. Educadora de tecnologias e artes no SESC-SP desde 2017, criando e ministrando cursos e oficinas nas áreas de roteiro e produção audiovisual, literatura, desenho, editoração, história da internet, privacidade online e segurança digital. 

Rafaela Ferreira - Atriz
Rafaela Ferreira é atriz e educadora. Graduada em Artes Dramáticas e especializada em Psicopedagogia. Na televisão, interpretou as personagens, Nanci em As aventuras de Poliana (SBT), Juju em Malhação ID (Globo), Penélope em Rebeldes (Record), e participou das produções: Adorável Psicose (Multishow), Dupla Identidade, Aquele Beijo e Zorra Total (Globo). No teatro, integra o elenco da peça "Se existe eu ainda não encontrei" de Nick Payne, com direção de Daniel Alvim. Atuou nas peças "A Diferença Selvagem" e "Leda Lingueta" de Lucio Manfredi, com direção de Monique Bernal e Anderson Oliveira, e Segura essa Marimba! de Oscar Saraiva. É educadora desde 2011, em projetos como: Piá - Programa de iniciação artística da SMC/SP, Mostra Antro Hilda Hilst, Olhares Cruzados na Diversidade de SP, Feira do Livro Infantil de Salvador, Festival CineAdapt, Cia. Ato Livre, entre outros. 

Isabella Moreira - Atriz 
Atriz e cantora, atua em teatro musical desde os 10 anos, tendo participado dos clássicos A Noviça Rebelde e Gypsy de Moeller & Botelho e O Rei e Eu de Jorge Takla, entre outros. Em 2016 participou de dois longas, É Fada e Eu Fico Loko. Na televisão, fez AS AVENTURAS DE POLIANA no SBT.

Serviço - "Sigo de Volta"
Pelo página do Youtube do projeto SIGO DE VOLTA e da COMPLEMENTAR PRODUÇÕES
20 de novembro a 7 de dezembro de 2020, às 19h.
Sessões: 20, 21 e 22 de novembro
27, 28 e 29 de novembro
4, 5, 6 e 7 de dezembro
Grátis

.: Com Paulo Azevedo, e inspirado em David Bowie, "HERÓIS" estreia


David Bowie foi a principal inspiração do espetáculo, que fica em cartaz até dia 13 de dezembro. Foto: Vitor Vieira.

"HERÓIS", episódio “Música” da “Trilogia Solo”, é idealizado, escrito, dirigido e interpretado por Paulo Azevedo  e realizado pela SUACOMPANHIA Criações Artísticas. A peça que estreia em versão online é livremente inspirada nas vidas e músicas de astros da cultura rock dos anos 60 e 70. 

Aborda valores submersos no cotidiano contemporâneo, como a tentativa de controlar o tempo, a busca da identidade, a anestesia dos afetos e o respeito pelas diferenças. A pesquisa dramatúrgica, que transita pela auto ficção, é baseada em biografias, músicas e filmes em torno desse universo.

Espetáculo estreia em versão online dia 20 de novembro e fica em cartaz sextas, sábados e domingos até 13 de dezembro. David Bowie foi a principal inspiração do personagem. Porém, outros astros do rock britânico e americano dos anos 60 e 70, como Lou Reed, Jim Morrison, Bob Dylan e The Rolling Stones, além do lendário fotógrafo Mick Rock, também estão entre as influências da montagem. Inclusive, referência a autores, como Clarice Lispector, Guimarães Rosa e Samuel Beckett; e filmes como “SHOT! O Mantra Psico-Espiritual do Rock”, de Barney Clay; e “Encontros e Desencontros”, de Sofia Coppola, também estão presentes. “Esse espetáculo fala sobre um indivíduo só (mesmo cercado de muitos), tomado de questões acumuladas ao longo de uma vida. Esse momento da vida, em que se abre uma fresta (como que estamos passando em escala mundial!), e podemos acompanhar os minutos de extrema potência em que tudo pode ser visto de “um novo lugar. Seguir, fazer, reinventar a própria vocação por meio de novas e antigas companhias”, comenta Paulo Azevedo.

Sobre a encenação
A encenação se apropria do conceito de que o protagonista é o agente da cena. Acompanhamos o seu fluxo de pensamento no trânsito intenso entre os espaços de "fora" (realidade, o cotidiano) e o de "dentro" (o imaginário, o desejo, onde suas ideias e pensamentos se realizam com extrema liberdade). Como na performance, o jogo cênico é revelado a todo instante, temos um intérprete que, por vezes, canta, dubla ou apenas acompanha a tradução projetada em vídeo das canções e das rubricas (como uma ordem suprema para o performer, numa metáfora da presença do autor/diretor) - reflexões focadas no ser humano por trás do "artista/herói". O desvelar dos bastidores de uma criação aponta para um relato formado por muitas vozes. Os limites entre o que é real e o que é imaginário enriquecem o essencial: compor uma obra cênica compartilhada “com” e construída “para” o espectador.

Mais que escrever uma peça teatral, o autor buscou criar algo como uma entrevista com um artista. Por isso, a audiência assume um papel: a de jornalistas em uma coletiva de imprensa com o astro do rock, criando um jogo entre a ator e o espectador.

A trilha sonora traz composições originais e releituras de clássicos do rock, criadas por Barulhista, a partir da seleção musical de Paulo Azevedo. As cenas foram pensadas como faixas de um álbum, com títulos e minutagem, na qual as letras das músicas pontuam determinados momentos da narrativa. Alguns dos títulos vieram de nomes de canções de rock stars que inspiraram a obra. “Atravesse para o outro lado”; “Onde Estamos Agora?”; e “Voltando à Vida” são alguns deles. As letras das canções são também dramaturgia. Foram escolhidas a dedo. Por isso, a tradução em português é projetada pra que a audiência possa solfejar em inglês. Para que ao mesmo tempo, possa senti-la em nossa jovem língua mãe.

A trilogia
A “Trilogia Solo” é idealizada, escrita e dirigida por Paulo Azevedo sobre a relação entre o teatro e outras áreas afins - a música (“HERÓIS”), as artes plásticas (“PASSE-PARTOUT”) e o rádio (“FORA DO (M)AR”). Compõe a cena como um reflexo do impacto das questões contemporâneas nos indivíduos com uma linguagem baseada na confluência do teatro com a música, a literatura, as artes plásticas, o audiovisual e o rádio. Em comum, personagens que tornam o espectador cúmplice da própria condição universal do ser humano de estar em constante adaptação e vulnerabilidade diante das transformações da sociedade. Além disso, trazem um olhar aguçado e poético sobre o cotidiano, as contradições do ser urbano e seus conflitos, sem perder de vista um humor refinado e a poesia. O blog Suacompanhia traz vídeos, entrevistas e clipes que inspiraram a montagem, além de impressões sobre o processo de criação: blogsuacompanhia.blogspot.com.

Sinopse
Ele é um astro do rock no auge da fama. Está esgotado pelas demandas de ser um mito. Precisa apenas de um respiro. No caminho para mais um compromisso com sua banda, Ele se depara com uma formiga. Esse encontro inesperado provoca uma jornada interna. Nisso, resgata questões deixadas para trás na correria da vida.

Exposto ao seu próprio cansaço nos bastidores, Ele se pergunta: "Por que eu levo esse tempo?"; "Em que momento eu crio? "; "Por que as pessoas admiram um artista? "; e "Vale a pena ser um herói? ". Nesse mergulho, busca as razões mais íntimas para seguir em frente, rumo a um novo lugar.

Escrito, encenado e com atuação de Paulo Azevedo, "HERÓIS" é inspirado livremente pelas músicas e vidas de David Bowie, Lou Reed e outros rock stars dos anos 60 e 70. O roteiro original cria um panorama do rock dos anos 60 e 70, com lendárias canções de David Bowie, Elton John, Lou Reed, Pink Floyd, The Rolling Stones, The Doors, entre outros. A montagem parte dos mitos em torno do artista para abordar a relação com o tempo e os valores do mundo contemporâneo, além de revelar como somos todos um pouco heróis.

O caminho de "HERÓIS" até aqui
"HERÓIS" marcou o início do coletivo, fundado em 2014 por Paulo Azevedo e baseado em São Paulo, com a colaboração de antigos parceiros de diversos estados brasileiros. A primeira versão do texto escrito em 2014 tinha o título “HERÓIS: UMA PAUSA PARA DAVID”. Foi contemplada com o 1º lugar no Prêmio Funarte Myrian Muniz e cumpriu estreia e temporadas no SESC Palladium (2015) e CCBB BH (2016), sendo interpretada pela atriz Samira Ávila.

Bate papo com convidados especiais 
Após as sessões de domingo (dias 22 e 29 de novembro; 6 e 13 de dezembro), a Suacompanhia, em parceria com o podcast Almasculina, recebe um/a convidado/a especial. Na conversa, será abordado temas relacionados ao espetáculo, como: a relação com artista convidado com a criação, o tempo, as influências e confluências de linguagens em sua obra, além de como cada um tem se reinventado em tempos pandêmicos. O encontro é aberto e gratuito para o público que assistir a sessão do dia. Em seguida, o material gravado será divulgado nas redes sociais da Suacompanhia. Entre os confirmados, estão o escritor e dramaturgo Marcelino Freire (Prêmio Jabuti 2006 pela obra “Contos Negreiros” e convidado do episódio #7 do podcast Almasculina) e o ator do Grupo Galpão, Paulo André.

Sobre a SUACOMPANHIA
Fundada em 2014 pelo ator, autor, diretor teatral e comunicador Paulo Azevedo é um coletivo artístico sediado em São Paulo, com colaboradores de diversos estados brasileiros, caracterizado pela confluência de linguagens, a atualidade temática (as formas de relação e a busca de identidade na contemporaneidade) e o encontro de artistas com carreiras reconhecidas e fortemente ligadas a importantes projetos teatrais nacionais. O resultado são obras originais pautadas pela mescla de linguagens (teatro, cinema, dança, literatura, artes em geral) e experiências, que tocam a sensibilidade do espectador. Os espetáculos têm em comum o olhar aguçado e poético sobre o cotidiano, as contradições do homem urbano e seus conflitos éticos e políticos, o respeito pelas diferenças, sem perder de vista um humor refinado e a poesia.

Foi contemplada por importantes prêmios que subsidiaram alguns de seus trabalhos: Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz 2014 (“HERÓIS: UMA PAUSA PARA DAVID”, apresentado no CCBB BH e SESC Minas, em 2015 e 2016) e ProAC de Criação Literária – Texto de Dramaturgia 2015 (“PASSE-PARTOUT”). Já o espetáculo “A[R]MAR” foi subsidiado por meio de parcerias e também do aporte financeiro de 150 colaboradores por meio do Benfeitoria (plataforma de financiamento coletivo), estreou e cumpriu duas temporadas em São Paulo (Teatro Sérgio Cardoso e Cacilda Becker, em 2018) e integrou o Circuito Cultural Paulista.

Para 2021, prepara três novos trabalhos: a adaptação para versão online do 2º (“PASSE- PARTOUT”, com atuação de Fafá Rennó) e do 3o episódios (“FORA DO (M)AR”, com atuação de Paulo Azevedo) da “Trilogia Solo”; e o espetáculo “UM QUADRADO PARA MAURA”, inspirado na obra da escritora Maura Lopes Cançado, em parceria com os criadores-intérpretes Ana Paula Cançado, Janaína Castro e Vitor Vieira. Além disso, prepara um documentário, abordando o universo das masculinidades, tema do podcast e blog Almasculina – Conversas Sobre Masculinidades, também idealizado por Azevedo, no ar desde agosto de 2019. YouTube: https://www.youtube.com/channel/UCKJvHWYxOxRQm7VQv4KaZZA 

Sobre Paulo Azevedo
É ator, diretor e autor teatral, além de comunicador (UNI-BH, em 2000). Atua há mais de 20 anos nas artes cênicas como ator, autor, diretor e produtor teatral. Participou de espetáculos com grupos e diretores reconhecidos da cena brasileira, tais como: Hector Babenco (Hell), Cibele Forjaz (Cia Livre), Eric Lenate (A Serpente) e Yara de Novaes (Cia. Móvel). É fundador e ex-integrante do Grupo Espanca!, responsável por espetáculos premiados. Na companhia mineira, Paulo foi indicado pela criação de “Por Elise” na categoria especial do Prêmio Shell SP 2005 e como Melhor Ator Prêmio Qualidade Brasil SP e Usiminas SINPARC 2008 por “Amores Surdos”. Fundador da Suacompanhia, realizou, escreveu e dirigiu os espetáculos “Heróis: Uma Pausa Para David” (Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz 2014), “A[r] mar” e “Passe-Partout” (ProAC Dramaturgia 2015). Dirigiu os espetáculos “O Menino Que Tinha a Cara do Sol”, “Histórias de Chocar” e “A Carne Exausta” e ainda assinou a dramaturgia de “Sonetos de Areia” e “Nômades”. Foi parceiro e performer da artista de dança Dudude Herrmann de 2002 a 2009. Integrou oficinas em cinema, dança e teatro ministradas por Mikhail Chumachenko (GITIS), Yoshi Oïda (Teatro Bouffes du Nord - interpretação), Marco de Marinis (Itália), Cristiane Paoli Quito (técnica de clown), Christian Duurvoort, Sérgio Penna, entre outros.

No cinema, atuou em 7 longas e 10 curtas-metragens, sendo vencedor na categoria Melhor Ator na Competição Nacional do Prêmio Português CinEuphoria 2017 (Prêmio do Público) pelo seu trabalho como protagonista no filme “Estive em Lisboa e Lembrei de você”, baseado na obra homônima de Luiz Ruffato e dirigido pelo português José Barahona. Pela mesma produção, foi indicado como Melhor Ator Filme Estrangeiro no “Melhores Filmes SESC 2016”. Na TV, atuou em de séries produzidas e exibidas pela Globo, Netflix, HBO, FOX, TNT, History Channel, TV Cultura e Record. Em 2019, participou da novela das 6 da TV Globo, "Éramos Seis", como Capitão Alves. Desde 2019, idealiza, roteiriza e apresenta o podcast e blog Almasculia – Conversas sobre masculinidades, disponível no Spotify e diversas plataformas de podcast.

Ficha técnica - "HERÓIS"
Direção, texto e atuação: Paulo Azevedo
Codireção: Ana Paula Cançado
Consultoria dramatúrgica: Adélia Nicolete
Direção de arte e figurinos: Martielo Toledo
Trilha sonora original: Barulhista
Seleção musical: Paulo Azevedo
Consultoria de desenho de luz: Marina Arthuzzi
Direção vocal: Lucia Gayotto
Preparação de canto: Mariana Brant
Cabelo: Ricardo Rodrigues
Modelista/pilotista: Noemi Bernardes
Projeto gráfico: Glaura Santos
Fotos e diretor de streaming: Vitor Vieira
Consultoria de streaming: Janaína Patrocínio
Teasers e vídeos: Paulo Azevedo (roteiro, edição e direção), Vitor Vieira (direção de fotografia), Barulhista (trilha sonora) e Camila Picolo (operação de drone)
Operação de câmera e luz: Camila Picolo
Revisão de textos: Soraia Azevedo
Tradução espanhol e inglês: Gladys Souza
Produção executiva: Dora Leão - PLATÔproduções
Corealização: Comcultura Comunicação e Cultura
Realização: Suacompanhia Criações Artísticas
Apoio cultural: RIRO Salon, JPZ Comunicação, Vitor Vieira Fotografia e Podcast Almasculina
Agradecimentos: Secretaria Municipal de Cultura, São Paulo Film Commission/Spcine

Serviço "HERÓIS":
Duração aproximada: 50 minutos
Classificação etária recomendada: 12 anos
Gênero e modalidade: Drama cômico
Link para acessar ingresso: https://beta.sympla.com.br/eventos/teatro-espetaculo
Valor: de R$ 10 a R$150
De 20 de novembro a 13 de dezembro, sextas e sábados, às 21h e domingos, às 17h

Teaser de "HERÓIS":   


.: Teatro: "Os Insensatos" estreia em quatro alegorias da insensatez social


Estreia em 24 de novembro: a mundana companhia apresenta quatro alegorias da insensatez social brasileira em “Os insensatos”

Como desdobramento da investigação sobre as relações entre europeus e indígenas no início da colonização das terras litorâneas de São Paulo e Rio de Janeiro (século XVI), proposta pela mundana companhia no fim de 2019, constitui-se "Os Insensatos", o mais recente trabalho da companhia, fruto da concepção de um grupo de roteiristas da equipe que realizou a pesquisa.

Partindo de uma ideia original de Cristian Duarte e uma seleção de textos de André Sant’Anna, Aury Porto, Joana Porto, Roberta Schioppa, Rogério Pinto e Zahy Guajajara e o próprio Cristian criaram um roteiro partindo da premissa de exploração que os colonizadores europeus estabeleceram com as terras “brasileiras” e com seus povos originários, desde o início do processo de colonização no século XVI.

“Exploração que atravessou os séculos mantendo os mesmos procedimentos que fermentaram uma certa mania predatória e uma ânsia de exclusão social que, para além das qualidades positivas e anedóticas, nos caracterizam como brasileiros”, diz Aury Porto.  

"Os Insensatos", que estreou com seis apresentações ao vivo diretamente da Teatro de Contêiner Mungunzá e faz em 24 de novembro a abertura da temporada digital gravada no YouTube e Facebook da mundana companhia, apresenta quatro alegorias da insensatez social brasileira. O mal-uso da coisa pública, o consumismo, o desinteresse pela racionalidade e a relação superficial com o conhecimento são algumas das características das figuras de cena. O brasileiro aqui é olhado pela lente da insensatez. E essa lente foi aumentada fazendo com que as figuras superem suas características elementares de personagens humanos à medida que seus corpos vão absorvendo características das coisas do em torno e vão tomando formas carregadas de signos.

A peça é constituída de algumas camadas de leitura e de relações com a questão central – a insensatez – construindo percursos próprios, por vezes dialogando com as outras camadas e às vezes não. A trilha sonora, os figurinos, as frases escritas nas camisetas, os textos, o gestual dos atores e os objetos de cena constituem um corpo cênico feito de elementos que não necessariamente são complementares ou equivalentes, permitindo até mesmo interpretações independentes.      

Os ensaios presenciais tiveram de ser interrompidos em meados de março, e passaram a ser virtuais devido a pandemia da covid-19, a peça "Os Insensatos" é um dos resultados que a mundana companhia irá apresentar desta pesquisa desenvolvida nesses 11 meses.

mundana companhia
Desde o ano 2000, inspirados pela militância política dos artistas de teatro da cidade de São Paulo junto ao movimento “Arte contra a Barbárie”, Aury Porto e Luah Guimarãez desejavam criar um núcleo artístico formado essencialmente por atores-produtores. Almejavam formar uma companhia teatral na qual, a cada projeto, idealizado e produzido necessariamente por um ou mais atores, um diretor, com afinidades afetivas e estéticas com os membros da companhia, seria convidado a integrar-se a esta. O mesmo ocorreria com os profissionais das outras áreas, como cenografia, figurino, música, luz, e até mesmo com outros atores.

A cada projeto, a companhia teria um novo corpo forjado na ideia de continuidade na transitoriedade. Com esse pensamento é que foi gestada a mundana companhia. Essa companhia de encontros conscientemente transitórios recebe o adjetivo antes do substantivo e tem seu nome integralmente grafado com letras minúsculas.

Esboçou-se assim um projeto de frátria em dissonância com a supremacia do ideário de pátria tão caro à maioria das sociedades do século XX. Essas mudanças nas relações internas deverão necessariamente refletir-se nas relações com os espectadores e, obviamente, nos temas a serem investigados a cada novo projeto. Apesar de elaborado desde a virada do século, o primeiro trabalho deste núcleo artístico só veio a realizar-se muitos anos depois.

Criações: Medeamaterial, Máquinas do Mundo, Necropolítica, Dostoiévski-Trip, Na Selva das Cidades- Em Obras, O Duelo, Pais e Filhos, O Idiota – Uma Novela Teatral, Tchekhov4 – Uma Experiência Cênica, A Queda, Das Cinzas.

Ficha técnica - "Os Insensatos"
Elenco: André Sant’Anna, Aury Porto, Érika Puga e Zahy Guajajara
Participações: Cristian Duarte e Ivan Garro
Direção coletiva: mundana companhia
Assistência de direção: Roberta Schioppa
Textos: André Sant’Anna
Roteiro: Aury Porto, Cristian Duarte, Joana Porto, Roberta Schioppa, Rogério Pinto e Zahy Guajajara
Colaboração conceitual: Renato Sztutman e Stelio Marras
Direção vocal interpretativa: Lucia Gayotto
Direção de movimento: Cristian Duarte
Trilha sonora: Gui Calzavara
Operação de som e de corte: Ivan garro
Câmera, captação e edição de vídeos e sistema de transmissões: Bruna Lessa - Bruta Flor Filmes
Cenografia_Rogério Pinto
Assistência de cenografia: Ana Tranchesi
Cenotecnia: Marcus Garcia
Figurino: Joana Porto e Rogério Pinto
Maquiagem: Rogério Pinto
Luz:Wagner Antônio
Assistência e operação de luz: Dimi Luppi
Montagem de luz: Douglas de Amorim e Paloma Dantas
Assessoria de imprensa: Adriana Monteiro
Mídias digitais: Yghor Boy
Fotos: Alessandra Nohvais
Projeto gráfico: Mariano Mattos Martins
Produção executiva: Bia Fonseca
Produção: Aury Porto e Marlene Salgado

Serviço - "Os Insensatos"
Temporada online: 24 de novembro a 13 de dezembro, às 22h, no YouTube e Facebook da mundana companhia.
YouTube: https://www.youtube.com/channel/UCUoj0JCsV2OJ4NQIJd4w6RA
Facebook:  https://www.facebook.com/mundanacia
Duração: 50 minutos
Indicação etária: 14 anos
Equipe: Adriana Monteiro, Alessandra Nohvais, Ana Tranchesi, André Sant’Anna, Aury Porto, Bia Fonseca, Bruna Lessa, Cristian Duarte, Dimi Luppi, Douglas de Amorim, Érika Puga, Gui Calzavara, Ivan Garro, Joana Porto, Lucia Gayotto , Marcus Garcia, Mariano Mattos Martins, Marlene Salgado, Paloma Dantas, Roberta Schioppa, Rogério Pinto, Renato Sztutman, Stelio Marras, Wagner Antônio, Yghor Boy e Zahy Guajajara.


Da esquerda para direita Zahy Guajajara, Aury Porto, Érika Puga e André Sant’Anna. Foto: Alessandra Nohvais
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