segunda-feira, 7 de junho de 2021

.: Obra máxima de Lévi-Strauss, marca abordagem do pensamento indígena


"O Cru e o Cozido" é o primeiro volume da série "Mitológicas", do antropólogo Claude Lévi-Strauss. A tetralogia será lançada pela zahar com prefácios inéditos, este primeiro escrito por beatriz perrone-moisés, tradutora da série.


Publicado originalmente em 1964, "O Cru e o Cozido" é o primeiro volume da extraordinária série Mitológicas, de Claude Lévi-Strauss. Partindo do mito de referência do “desaninhador de pássaros”, colhido entre os Bororo do Brasil Central, o autor vai aos poucos mobilizando centenas de narrativas de todo o continente americano. 

São mitos que falam da passagem da natureza à cultura, do contínuo ao descontínuo, e revelam uma lógica nada arbitrária de ver e pensar o mundo, que se expressa não por categorias abstratas — como os conceitos utilizados pela ciência —, mas por categorias empíricas como cru, cozido, podre, queimado, silêncio, barulho.

Ao desvelar a singularidade e a riqueza de um pensamento extremamente sofisticado e original, a obra de Lévi-Strauss lança luz sobre a inestimável contribuição da mitologia ameríndia para o conhecimento.

"O Cru e o Cozido" inaugura a edição dos quatro volumes das Mitológicas na Zahar, com prefácios inéditos elaborados por estudiosos da obra de Claude Lévi-Strauss. O primeiro deles, publicado agora, é de Beatriz Perrone-Moisés, tradutora da série. Os volumes seguintes, com lançamentos previstos até o próximo ano, serão  "Do Mel às Cinzas", com prefácio de Oscar Calavia Sáez; "A Origem dos Modos à Mesa", com prefácio de Renato Stutzman; e "O Homem Nu", com prefácio Manuela Carneiro da Cunha.

“Dessa obra mestra pode-se dizer muita coisa — e sempre haverá mais. O fato é que só pode ser apreciada e fazer sentido na execução — como música. É preciso que cada leitora e leitor execute com Lévi-Strauss cada passagem do texto, tendo como instrumento sua mente, feita ‘lugar vazio onde algo acontece’.” — Do prefácio inédito de Beatriz Perrone-Moisés, tradutora da série.

Sobre o autor
Claude Lévi-Strauss (1908-2009) foi um dos maiores nomes das ciências humanas no século XX. Criador da antropologia estrutural, escreveu obras fundamentais como Tristes trópicos, O pensamento selvagem e a tetralogia Mitológicas, dedicada aos mitos dos povos indígenas americanos.


Ficha técnica
Livro: 
"O Cru e o Cozido"
Autor: Claude Lévi-Strauss
Tradução: Beatriz Perrone-Moisés
Número de páginas:
512
Tiragem: 3 mil
Link na Amazon: https://amzn.to/3vR5PUd



domingo, 6 de junho de 2021

.: "Doramar ou A Odisseia" o novo livro de Itamar Vieira Junior, de "Torto Arado"


Em junho, Itamar Vieira Junior, autor do celebrado romance "Torto Arado", retorna à cena com histórias envolventes e emocionantes de personagens que não aceitam as condições de um Brasil paralisado na história.

Quem se deslumbrou com a maestria narrativa, a sólida e delicada construção de personagens, a linguagem apurada e a temática brasileira de "Torto Arado", romance que converteu Itamar Vieira Junior em um dos nomes centrais da literatura contemporânea, vai encontrar neste "Doramar ou A Odisseia: Histórias" ainda mais motivos para celebrar a ficção do autor. Consdiderado pelo consagrado Milton Hatoum como um dos escritores mais talentosos da nova geração, Itamar Vieira Junior volta com contos.

E não são mesmo poucas as razões. Num diálogo permanente com nossas questões sociais e a tradição literária brasileira, Itamar enfeixa um conjunto de histórias a um só tempo atuais e calcadas na multiplicidade de culturas que formam o país: negros, indígenas, ribeirinhos, a força inesgotável das mulheres, as religiões de matriz afro, a sabedoria ancestral dos povos originais.

Parte dos textos deste volume foram publicados em "A Oração do Carrasco" (2017), finalista do Prêmio Jabuti em 2018. A estes, foram acrescidos outros, inéditos em livro. Lidos na sequência, atestam a vitalidade de um escritor que encontra uma boa parcela de inspiração em personagens que desafiam os limites que lhes foram impostos e abraçam a existência em toda a sua plenitude.

Assim, contos como “A Floresta do Adeus”, “Voltar” e a história que dá título a este volume falam, com sensibilidade, de personagens femininas que enfrentam as condições mais adversas. Outros, trazem luz sobre nosso passado escravocrata, evocam a cultura afro-brasileira (“Farol das Almas”, “Alma”), a ancestralidade indígena (“O Espírito Aboni das Coisas”), a marginalidade e a loucura (“Manto da Apresentação”, sobre o artista Arthur Bispo do Rosário). E há espaço inclusive na imaginação de Itamar para uma história como “Na Profundeza do Lago”, em que algo de gótico se insinua pelas franjas da trama.  Com este "Doramar ou A Odisseia: Histórias", o autor prova, mais uma vez, que está construindo uma das obras mais fecundas da língua portuguesa.


O autor
Itamar Vieira Junior nasceu em Salvador, em 1979. Seu romance "Torto Arado" (Todavia, 2019) venceu os prêmios Leya, Oceanos e Jabuti.


Ficha técnica:
Livro: "Doramar ou A Odisseia: Histórias"
Autor: Itamar Vieira Junior
Editora: Todavia
Gênero: ficção brasileira
Categoria: contos
Capa: Elisa v. Randow
Páginas: 160
Formato: 13,5 × 20,8 × 1,0 cm
Peso: 220 gramas
Link na Amazon: https://amzn.to/3ppNkDM




.: A reedição especial de "As Mulheres de Tijucopapo", de Marilene Felinto


Ubu lança nova edição de romance emblemático de Marilene Felinto, "As Mulheres de Tijucopapo", em momento de visibilidade das lutas antirracista e feminista. Livro aponta para a excelência literária desse romance premiado, com prefácio inédito da escritora Beatriz Bracher, posfácio da pesquisadora Leila Lehnen e fortuna crítica com ensaios e resenhas de Ana Cristina Cesar, João Camillo Penna, José Miguel Wisnik, Marilena Chaui e Viviana Bosi. Mas é a nova geração, engajada nas lutas feminista e antirracista, que se apropriará do romance. Um livro para ser lido hoje. 

A potência da linguagem da escritora e tradutora Marilene Felinto se mostra mais atual do que nunca. Romance emblemático da autora, "As Mulheres de Tijucopapo" ganha nova edição, com prefácio inédito da escritora Beatriz Bracher, posfácio da pesquisadora Leila Lehnen e fortuna crítica com ensaios e resenhas de Ana Cristina Cesar, João Camillo Penna, José Miguel Wisnik, Marilena Chaui e Viviana Bosi.

Escrito em 1982, quando a autora tinha 22 anos, o livro narra a viagem de retorno da narradora Rísia a Tijucopapo, localidade fictícia onde sua mãe nasceu, que evoca a história real de Tejucupapo, no Pernambuco. No século XVII, a cidade foi palco de uma batalha entre mulheres da região e holandeses interessados em saquear o estado. Nas entrelinhas de "As Mulheres de Tijucopapo", conta-se a história das mulheres guerreiras de Tejucupapo.

O livro se constrói como um fluxo de consciência literário cujo teor histórico, feminista e antirracista se evidencia no trajeto que a narradora faz de volta a essa terra mítica, iluminando as contradições inerentes à sociedade e à cultura multirracial brasileira. Nas palavras da poeta Ana Cristina Cesar, a narrativa autobiográfica é "traçada em ziguezague, construída toda em desníveis, numa dicção muito oral, atravessada de balbucios, repetições, interrupções, associações súbitas".

Em trajeto reflexivo, a personagem vai em busca das origens, para assimilar as experiências da infância e a dor da diferença vivida na capital paulista. Quanto mais ela se aproxima de Tijucopapo, mais perto chega de se tornar, ela própria, uma mulher de Tijucopapo. A força das guerreiras pernambucanas é a imagem invertida da fraqueza de Rísia, menina pobre de muitos irmãos, que se refugia na gagueira por impossibilidade de exprimir seu ódio.

A obra rompe com definições normativas, ocupando um espaço novo entre a narrativa ficcional, o depoimento pessoal e o discurso poético. De acordo com Caio Fernando Abreu, "com voz inconfundível, sensibilidade, talento e precisão, a autora demarca um território novo na literatura brasileira".


Sobre a autora
Marilene Felinto nasceu em Recife, em 1957, foi criada em São Paulo e é formada em Letras pela USP. Seu primeiro romance, "As Mulheres de Tijucopapo", lhe rendeu o Prêmio Jabuti de Autor Revelação (1983) e o prêmio de Melhor Romance Inédito da União Brasileira de Escritores (1982) e foi traduzido para o inglês, o francês, o holandês e o catalão. Felinto tem outros romances publicados, coletâneas de contos e ensaios diversos, entre eles "Autobiografia de Uma Escrita de Ficção", ou "Porque as Crianças Brincam e os Escritores Escrevem" (ed. de autora, 2019); "Fama e Infâmia: Uma Crítica ao Jornalismo Brasileiro" (ed. de autora, 2019); "Contos Reunidos" (ed. de autora, 2019); "Sinfonia de Contos de Infância" (ed. de autora, 2019); "Obsceno Abandono" (Record, 2002); "Jornalisticamente Incorreto" (Record, 2000); "O Lago Encantado de Grongonzo" (Imago, 1992); "Outros Heróis e Este Graciliano" (Brasiliense, 1983). 

É também tradutora do inglês (Edgar Allan Poe, Virginia Woolf, Ralph Ellison, Tom Wolfe, Richard Burton, entre outros). Foi escritora convidada da Universidade da Califórnia, Berkeley (Estados Unidos, 1992), da Haus der Kulturen der Welt (Alemanha, 1994), do Ministério da Cultura da França (1998), da Universidade de Utrecht (Holanda, 2012) e da Universidade de Coimbra (Portugal). Atuou em órgãos de imprensa, como a Folha de S.Paulo e a revista Caros Amigos. Foi autora convidada da Feira Literária Internacional de Paraty 2019 e do Festival de Literatura Latino-Americana 2019, em Houston e San Antonio, nos Estados Unidos.

Trechos do livro

"Só sei que minha mãe nasceu em Tijucopapo. Lugar de lama escura. O resto, mistério, nem ela sabe. Só eu que sei."

"Me disseram que eu vivo é em guerra. Em pé de guerra. E vivo mesmo, e acrescento que vivo em batalha, em bombardeio, em choque. E só vou conseguir sossegar quando matar um."

"Minha mãe foi dada numa noite de luar. Minha vó não podia. Era o seu décimo e tanto filho. Não podia matar mais um daquela fome que era toda de farinha e charque e falta d'água."

"Parar de brincar é parar de viver. Eu parei de brincar muitas vezes por causa de mamãe. Mamãe foi quem me deu a vida e a morte. Mamãe me cansava de indiferença, mamãe era uma merda."

"E o meu sentimento-choro era de que: para onde iam aqueles barcos que eu não podia ir? A palavra 'coisa' é a própria indefinição de tudo."

"O entardecer é o desembocar de todas as ausências. É o vento soprando saudade e dores. Não sei como ainda não morri. Mas estou morro não morro. E acho que é mesmo no entardecer que desemboco a morrer, cada tarde um bocado."

"Quando você morreu eu vou fazer uma elegia. Não me levanto em crer. Quando você morreu eu vou buscar, em todas as fotos de antes, os meus sorrisos. Não terei mais risos? Quando você morreu eu choro minhas lágrimas de sal. E o mar estronda lá mas eu queria que fosse aqui dentro de mim. E que eu engolisse ondas d'água para esse vazio, oco, seco. Quando você morreu eu desembesto campina afora como égua acuada. E, ironia, eu corro de novo a liberdade das minhas pernas de égua. Não quero mais o mundo e ninguém."

"Hoje estou tomada por um asco ao mundo. Há uma ânsia de vômito inerente a mim; é ela manifestar-se como hoje e todos os cheiros me fazem pior. Não posso com cheiro de nada."

"No meu caminho há babaçus e mocambos. Não sei direito por que vou aqui afora, talvez por minha crueldade. Quero ver flores."

"Saí de São Paulo porque lá, se eu quisesse eu não podia. Porque lá não chovia, não tinha areia, não tinha pitomba. Lá, se eu quisesse não podia. No centro da cidade de São Paulo havia concreto armado contra mim."

"Quando eu acordei havia mulheres em volta da cama onde me tinham deitado. Eu estava seminua e molhada. Havia dez mulheres minhas mães. Dez rostos de mulheres minhas mães. Tinha dez mães. Nenhuma servia. Eu estava tão fraca e desprotegida que nem dez mães serviriam. Nem dez abraços. Eu estava no lugar solitário que é o lugar de uma queda, o arraso quase que total. Nenhuma mãe serviria mais."

"Meu sentimento muitas vezes é assim de chuva, molhado, pingado. Sentimento chorado, lágrimas espessas sobre a natureza que me parece tão cruel desse mundo que não se lava, que nem chuva lava. Pois, se chovesse lá fora, eu olhando da janela, como definir esse meu sentimento senão como vindo do alto cume de mim, o meu céu, para bater, gotas grossas, no fundo de mim, o meu poço? Eu me alago e entristeço. Eu quase me sufoco nesse sentimento pluvial. Ele me escorre dos cabelos molhados e se prega em minha roupa grudando-a no corpo, ele me abandona acocorada, encharcada e tremida na encruzilhada duma esquina sem abrigo."


O que falaram sobre o livro
"Obra de trauma e triunfo, criança recém-nascida [...] que esperneia e estraçalha o céu em um canto temerário. [Marilene tem] a força inaugural de quem é capaz de se impor como escritora e de ser a primeira a atiçar as energias que poderão desencantar literariamente a sua geração." – José Miguel Wisnik

"A história de Rísia é a história de uma mulher – ou mesmo de muitas mulheres – pobres, negras, nordestinas, retirantes. Mulheres que sofrem a violência interseccional e que revidam esta violência com a força de sua criatividade." – Leila Lehnen

"Literatura é de um material como que estrangeiro, que nos separa dessa proximidade do sentimento bruto, nos descola de nós e da língua das nossas pessoas. Não é preciso [...] ‘androgenizar-se’ (como queria Virginia Woolf) para fazer grande literatura. A trip de Marilene terá direção: literária." – Ana Cristina Cesar

"[A obra] possui o raro valor de unir força de sentimento e de linguagem. É um livro comovente [...], que alterna ritmos pesados e leves, em cadência de arrebentação: espraia e reflui, arreganha ou alarga." – Viviana Bosi

"Embora seja um primeiro livro, Marilene já nasce com identidade própria. Não é uma 'estreia promissora', mas um autor com face definida, guardando em seus traços certa rispidez como a de Graciliano Ramos, aliada à paixão de dizer até o fundo (e dizer de forma cristalina o aparentemente indizível) que caracterizava Clarice Lispector." – Caio Fernando Abreu


Ficha técnica
Livro: 
"As Mulheres de Tijucopapo"
Autora: Marilene Felinto
Prefácio: Beatriz Bracher
Posfácio: Leila Lehnen
Fortuna crítica: Ana Cristina CesarJoão Camillo PennaJosé Miguel WisnikMarilena ChauiViviana Bosi
Formato: brochura
Páginas: 240
Link na Amazon: https://amzn.to/2SewXxJ

.: Denise Guilherme lança "O Guardador de Memórias", primeiro livro da carreira


Lançamento da editora Moderna, "O Guardador de Memórias" é o primeiro livro de Denise Guilherme, educadora e especialista em Literatura Infantil. Livro resgata a importância das palavras e da memória para eternizar a lembrança dos povos.

A editora Moderna realizará o seu mais novo lançamento: "O Guardador de Memórias", de Denise Guilherme, educadora e especialista em literatura infantil, idealizadora da empresa A Taba, especializada em curadoria de livros infantis e juvenis com foco na formação de leitores. A obra, ilustrada pela argentina Rebeca Luciani, conta a história de um jovem rapaz nascido com orelhas em formato de conchas - e que, por causa disso, possui um dom inestimável: o de guardar consigo todas as histórias que ouve, desde o dia em que nasceu. 

O livro conta a história do jovem que guarda as lembranças de sua tribo, mostrando a importância das histórias contadas através das gerações, sobretudo para criação da identidade de um povo. Graças ao dom natural de reter dentro de si todas as informações que lhe foram compartilhadas, o menino consegue transmitir, por meio das palavras, a cultura e a alma de seu povo aos demais - mesmo após períodos difíceis, quando parece que tudo está perdido e que a memória é deixada de lado.

Com um estilo poético e sensível, Denise Guilherme demonstra toda a sua paixão pelas palavras, levando uma mensagem de esperança às crianças: a lembrança sempre estará conosco, bem como as pessoas que contam boas histórias. Contanto que haja boa vontade de passar para a frente tudo que se ouviu, sempre será possível recuperar as histórias que parecem perdidas.

As ilustrações de Rebeca Luciani remetem ao clima ancestral evocado pela obra, dando preferência às cores terrosas e a uma arte que lembra a argila e o artesanato, itens característicos da cultura brasileira e muito presentes em todo o contexto. Uma história emocionante, indicada para crianças dos anos iniciais do Ensino Fundamental, e que ajuda não só a entender a História Brasileira e seu triste passado colonial, mas também a importância de resgatarmos nosso passado enquanto nação.


Sobre a autora
Denise Guilherme é paulista de Osasco. Dos pais, declara que sempre ganhou "palavras de presente", seja por meio de preces, livros, histórias contadas, jornais ou revistas. Tornou-se educadora e, por doze anos, trabalhou diretamente com crianças. Delas, teve o privilégio de aprender sobre a vida. Viajou por cinco anos por todo o território brasileiro, compartilhando sua paixão pela leitura. Após retornar a São Paulo, onde hoje vive com o marido e dois filhos, decidiu fazer da leitura sua profissão: fundou a empresa A Taba, que ajuda a levar livros de qualidade para milhares de crianças em todo o país. "O Guardador de Memórias" foi escrito em 2019, sendo o escolhido por Denise para ser a primeira história de muitas que ficarão na memória de outros leitores.


Ficha técnica
Livro: 
"O Guardador de Memórias"
Autora: Denise Guilherme
Ilustrações: Rebeca Luciani
Páginas:
48
Link na Amazon: https://amzn.to/3iibO0f


.: Atriz Erin Borges estreia em “Cadê a Criança que Tava Aqui?”


A atriz Erin Borges volta aos palcos, desta vez, integrando o elenco do espetáculo "Cadê a Criança que Tava Aqui?", no Teatro Alfa, em São Paulo.

“Cadê a Criança que Tava Aqui?” tem um formato atípico, não convencional, que busca a interação com a plateia o tempo todo e visa, através de jogos, cenas e números musicais, apresentar ao espectador um texto crítico e ao mesmo tempo leve, que trata de questões relacionadas a educação, engajamento social e relações pessoais, tanto no âmbito social em geral quanto no familiar.

O próprio título nos traz a reflexão sobre onde escondemos nossa criança do passado. Através de quadros divertidos e dinâmicos, o elenco busca oferecer ao espectador a experiência de voltar a ser criança, trazendo à tona brincadeiras e o sabor da infância.

Erin Borges é atriz e cantora. Já participou de espetáculos como "Marias do Brasil", com direção de Fernanda Chamma, a montagem brasileira do sucesso da Broadway "Escola do Rock", com direção de Mariano Detry, "Achados e Perdidos", com direção de Cininha de Paula e Gustavo Klein, e mais recentemente deu vida a protagonista Maria na versão musical de "João e Maria", com direção geral de Fernanda Chamma. Além dos palcos, Erin também é idealizadora do projeto Artistinha Solidário, uma campanha de voluntariado educativo, no qual atores mirins apoiam o sonho de outras crianças de se tornarem artistas.


Ficha técnica:
Espetáculo:
“Cadê a Criança que Tava Aqui?”
Texto e Direção: Bernardo Berro
Direção Musical: Rodolfo Schwenger
Coreografias: Davi Tostes
Figurinos: Fabio Namatame
Cenografia: Gabriela Gatti
Músicas Originais: “Vem Brincar!” e “Um Mundo pra Brincar!”, de Lucas Mendes e Luisa Ferrari
Técnico de Som e Sonoplasta: Lucas Mendes
Elenco infantil: Babi Abate, Bia Bom, Clarah Passos, Erin Borges, João Victor Rossi e Renata Cavallieri
Swing Infantil e Dance Captain: Evelyn Lucas
Atores convidados: Andrea Vitfer, Bruno Bóssio e Mariana Gallindo
Produção executiva: Bernardo Berro
Co-produção executiva: Erika Barboni e Claudio Borges
Produção: Tony Germano
Assistência de produção: Claudia Pool


Serviço:
Espetáculo:
“Cadê a Criança que Tava Aqui?”
Sábados e Domingos às 16h
Teatro Alfa - Rua Bento Branco de Andrade Filho, 722, São Paulo - São Paulo
Ingressos: https://bileto.sympla

.: Livro revela as emoções dos animais e o que elas revelam sobre nós

Desafiando a ruptura humano-animal e propondo a discussão de grandes questões éticas e filosóficas da atualidade, o grande primatólogo Frans de Waal nos leva a uma jornada irresistível pela riqueza emocional dos animais. Em "O Último Abraço da Matriarca: As Emoções dos Animais e o que Elas Revelam Sobre Nós",  livro comovente e original, o autor mostra que estamos muito mais conectados a nossos companheiros planetários do que jamais ousamos imaginar.

Às vésperas de Mama completar 59 anos, e meses antes do octagésimo aniversário de Jan van Hooff, esses dois hominídeos tiveram um reencontro comovente. Mama, a matriarca de uma colônia de chimpanzés, estava deitada em seu ninho no zoológico de Arnhem, moribunda, quando o velho professor de biologia tomou a decisão incomum de visitá-la para uma despedida. Embora se conhecessem de longa data, nenhum ser humano em sã consciência entraria na jaula de um chimpanzé adulto. Mas ao ver o amigo, Mama despertou da letargia, reagiu com um grande sorriso e tranquilizou-o com tapinhas no pescoço. Ela parecia perceber a apreensão de Jan e dizer a ele que estava feliz com a sua presença.

A vida de Mama e a cena desse último abraço são o ponto de partida para uma exploração fascinante das notáveis aptidões emocionais dos animais e do que elas podem revelar sobre nós. Neste livro surpreendente, Frans de Waal apresenta essa e outras histórias — do cão enlutado pela perda do amigo a elefantes que revisitam ossos de seus entes queridos — para ilustrar que não somos a única espécie com a capacidade de amar, odiar, sentir medo e até mesmo culpa. Símios expressam-se de modo mais parecido conosco, porém as emoções estão em toda a parte — de peixes e aves a moluscos como o polvo.

Sobre o autor
Frans de Waal nasceu na Holanda, em 1948. É professor no Departamento de Psicologia da Universidade Emory e diretor do Centro Living Links no Centro Nacional Yerkes de Pesquisa sobre Primatas, em Atlanta, nos Estados Unidos. É autor de diversos livros, entre os quais "Eu, Primata" e "A Era da Empatia""O Último Abraço da Matriarca" lhe rendeu o PEN/E.O. Wilson Literary Science Award.

Ficha técnica
Livro: 
"O Último Abraço da Matriarca: As Emoções dos Animais e o que Elas Revelam Sobre Nós"
Autor: 
Frans de Waal
Tradução:
Pedro Maia Soares
Número de páginas: 436
Tiragem: 3 mil
Link na Amazon: https://amzn.to/3pr9Agw

sábado, 5 de junho de 2021

.: Diário de uma boneca de plástico: 5 de junho de 2021

Querido diário,

Ontem foi o meu aniversário e o da minha dona também. Foi tão, tão especial. Primeiro que já começou com a estreia do seriado "As Winsherburgs", lá no canal do Photonovelas. Acredita que essa é a primeira criação dela que começa no dia do nosso aniversário? Vê, diário, demorou, mas o nosso grande dia chegou... 

E, claro, eu ainda vou ter um papel importante na trama... Aguarde, querido diário!

Daí, eu fui na bolsa da minha dona com o maridão dela e o meu, o Auden P!nk, até o Gonzaga, em Santos, passeamos e tiramos muitas fotos. A minha dona disse estar apaixaonada nos cliques que fez por lá com nós dois... E eu fui usando um blusão Legítima Moda da Estrela que eu adooooro!

Continuando...

De lá, fomos nós quatro até o Shopping Praiamar e os meus donos comeram um lanchão com as batatinhas que ela ama muito... 

Acredita que a minha dona não é fã de restaurante chique?! kkkkk Ela adora um BK e Mc! 

Depois correram atrás de um bolo, só encontraram do tipo pequeno no mercado pertinho da vovó dela. Sim, diário, saímos de lá da Ponta da Praia de Santos e fomos para Praia Grande... É que a vó ficou triste quando minha dona disse que iria para Santos, então... Todos fomos pra Santos, mas tivemos que esticar para comer um bolinho simples mesmo em Praia Grande.

Em casa, sendo que já era hoje, ainda entramos na live do grupo do doutor Carneiro e a brincadeira foi muito divertida. Até a Fátima Pinheiro faz aniversário com a gente.

Aaaah! Que dia longo e super especial!!

Beijinhos pink cintilantes e até amanhã,

Donatella Fisherburg




.: Clássicos de Neruda ganham força com "Antologia Poética" bilíngue



Nova edição modernizada da Antologia poética de um dos maiores poetas da humanidade, Prêmio Nobel de 1971. A edição é bilíngue com os poemas em páginas opostas para melhor comparação e fluidez de leitura.

Reunindo clássicos poemas desde a sua primeira obra, "Antologia Poética de Pablo Neruda", vencedor do Prêmio Nobel de Literatura, agora em edição bilíngue pela editora José Olympio. Se é que seja possível, a coletânea, ao apresentar a versão original dos escritos de Neruda, adiciona força a sua poesia, com a experiência do contato com o original, como foi escrito. Edição traz também orelha escrita por José Castello, escritor e crítico literário. Já nas livrarias.

Este único título de "Antologia Poética de Pablo Neruda" no mercado editorial de língua portuguesa reúne poemas escritos por Pablo Neruda desde seu primeiro livro, "Crepusculário" (1923), até "Las Manos Del Día" (1968), apresentando várias facetas do poeta, de temáticas amorosas a melancólicas ou políticas. Também fica evidente sua relação com a natureza e o amor pela vida. Traduzidos por Eliane Zagury, o livro tem prefácio de Jorge Edwards, escritor, diplomata e amigo pessoal de Pablo Neruda, e breve cronologia da vida e da obra de Neruda, por Margarita Aguirre, escritora, crítica literária chilena e primeira biógrafa do poeta. 

Em seu texto de orelha, o crítico e escritor José Castello discorre sobre a importância da obra de Neruda e seu impacto: "A grande característica da poesia de Neruda é a intensidade, que pode estar tanto nos eventos da história do continente como no Canto geral, quanto nas frestas das pequenas coisas inofensivas, como nas odes à cebola, à areia, à mariposa. Poeta de caráter forte, não deixa escolha a seu leitor: ou se agarra apaixonadamente a seus livros, ou não terá acesso verdadeiro a eles.

A poesia, como Neruda definiu em sua ‘Arte poética’, é ‘um movimento sem trégua, e um nome confuso’. Terreno de entrechoques, de luta ininterrupta, de perturbação, a que todos os elementos do cosmo comparecem. Nada lhe escapa. Via a literatura como o terreno da intranquilidade (‘Mãe intranquilidade, bebi em teus seios / eletrizado leito’). E o poeta, com um homem carente e sentimental, a cavar as coisas do mundo, em busca de um fundo inexistente.

Poeta do movimento, da inconstância, do susto, Neruda não precisou de heterônimos, de máscaras, para multiplicar-se em vários escritores, todos com um nome só. Apontou, assim, para a riqueza inesgotável do humano, cuja imagem, volúvel, inquieta e sempre em fragmentos, só cabe mesmo num espelho de palavras." José Castello.


Sobre o autor
Pablo Neruda (1904-1973) foi um poeta chileno, considerado um dos mais importantes escritores em língua espanhola. Filho de operário ferroviário e professora primária, perdeu a mãe ao nascer. Publicou seus primeiros poemas ainda na fase escolar, no jornal La Mañana. Em 1923 publica "Crepusculário" e, no ano seguinte, "Vinte Poemas de Amor e Uma Canção Desesperada"

Em 1927 é nomeado cônsul na Birmânia. Em seguida passa a exercer essa função no Sri Lança, Java, Cingapura, Buenos Aires, Barcelona e Madri. Em Buenos Aires, conheceu García Lorca, e, em Barcelona, Rafael Alberti. Em 1937, um ano após a eclosão da Guerra Civil Espanhola, retorna para o Chile e começa a produzir textos com temáticas políticas e sociais. Em 1939, é designado cônsul para a imigração espanhola, em Paris, e, pouco tempo depois, cônsul geral do México. 

Sua intervenção em parceria com o governo francês salvou centenas de refugiados espanhóis que imigraram para o Chile em um navio fretado. No México, Neruda escreveu "Canto Geral do Chile", considerado um poema épico sobre as belezas naturais e sociais do continente americano. Em 1943, foi eleito senador da República. Comovido com o tratamento repressivo que era dado aos trabalhadores de minas, fez vários discursos, criticando o presidente González Videla

Passou a ser perseguido pelo governo e se exilou na Europa. Em 1952, publicou "Os Versos do Capitão" e, dois anos depois, "As Uvas e o Vento". Recebe o prêmio Stalin da Paz em 1953. Em 1965, recebe o título doutor honoris causa da Universidade de Oxford (Inglaterra). Em outubro de 1971, recebeu o Prêmio Nobel de Literatura. Durante o governo do socialista Salvador Allende, foi designado embaixador na França. Doente, retornou ao Chile em 1972. Faleceu doze dias depois do golpe militar que derrubou o presidente Salvador Allende.


.: "Insônia - Titus Macbeth" estreia temporada online


Na trama, Lady Macbeth, interpretada por Djin Sganzerla, conduz a uma história de ambição e assassinato, enquanto Titus, interpretado por Helena Ignez, em sua insana busca por vingança.

Com dramaturgia de Sérgio Roveri e André Guerreiro Lopes, dia 05 de junho, às 20, estreia "Insônia - Titus Macbeth", espetáculo criado a partir de duas das maiores tragédias de William Shakespeare, protagonizadas por Helena Ignez e Djin Sganzerla. A direção é de André Guerreiro Lopes. As apresentações acontecerão, gratuitamente, de 5 a 30 de junho, sempre às 20h, retirada de ingressos através da plataforma Sympla.

"Insônia - Titus Macbeth" foi apresentado no Sesc Paulista em setembro de 2019, com temporada de sucesso absoluto de público, tendo todas sessões esgotadas, rendendo duas indicações para o Prêmio Shell. Melhor atriz, Helena Ignez e melhor figurino Simone Nina, que recebeu o prêmio, além de indicações como Melhor Direção, Melhor Espetáculo e Melhor Dramaturgia Sonora no Prêmio Aplauso Brasil. Em sua concepção, havia a ideia de transposição de princípios do cinema para a cena, mas não de uma forma explícita.

Ao invés da encenação ser feita em palco italiano, onde o espectador tem um ponto de vista fixo e ideal, o diretor André Guerreiro, colocou o público dentro da ação, imerso na cena, livre para circular entre os atores e o cenário durante a apresentação. Dessa forma o espectador escolhia a cada momento seu ponto de vista pessoal para as violentas tragédias de "Macbeth" e "Titus Andronicus", um ponto de vista que era fluido e demandava uma atitude, como se cada indivíduo do público fosse uma câmera: livre para escolher em que focar, podendo assistir a cenas em “close” aproximando-se dos atores, em “plano geral” distanciando-se da cena, fixo em um local específico, em “travelling” caminhando durante a apresentação, etc. Havia essa ideia de imersão total, para que o público não ficasse passivo. Caixas de som foram espalhadas por todo o teatro, para um ambiente sonoro polifônico, de 360º, como em uma sala de cinema. 


Transposição da cena para o áudio visual:
Para a versão online do espetáculo o processo foi revertido, transpondo os princípios estéticos da cena para o audiovisual. A peça foi filmada em três planos sequências durante três apresentações distintas, com os cinegrafistas fazendo exatamente o mesmo papel do público: deslocando-se livremente por entre os atores, escolhendo a cada momento novos pontos de vista, decidindo enquadramentos no calor da hora.  Esse material inédito forma o conteúdo principal da edição da versão online, que contará ainda com algumas cenas de ensaio, em uma montagem que embaralha os tempos: há o tempo teatral da ficção, o tempo distinto de quando cada filmagem foi feita e o tempo passado dos ensaios, tudo isso presentificado no hoje, na experiência do espectador em casa durante a pandemia.  

 A trilha sonora original, a voz e os instrumentos tocados pelos atores durante o espetáculo foram todos retrabalhados na versão online, usando a tecnologia da sonoridade binaural, que proporciona para o público remoto uma experiência sonora única, de 360º, criando a clara impressão de que os sons surgem de direções e distâncias distintas. A voz do ator, por exemplo, ora parece surgir ao lado do espectador, a poucos centímetros de distância, ora parece vir de muito longe. Os sons podem “andar” de um lado para o outro, como se estivessem sendo criados dentro da casa de quem assiste. Para a experiência completa dessa espacialização sonora, o espectador de casa deverá assistir ao espetáculo com o uso de fones de ouvido.  

A versão remota da peça, dessa forma, terá uma linguagem audiovisual própria, distinta da montagem presencial, mas que reconstrói o conceito principal: colocar o espectador no centro do jogo, imerso em universo singular.  

Sobre a concepção
Nessa montagem, assinada por André Guerreiro Lopes, Macbeth e Titus Andronicus, duas das mais intrigantes tragédias de Shakeaspeare se fundem no espetáculo, que proporciona, ao espectador em casa, uma experiência imersiva. 

Na trama, Lady Macbeth, interpretada por Djin Sganzerla, nos conduz por uma história de ambição e assassinato, enquanto seguimos Titus, interpretado por Helena Ignez, em sua insana busca por vingança. As câmeras circulam livremente entre os atores em uma grande instalação, criando para o espectador a sensação de estar dentro do palco, junto dos personagens. A trilha sonora binaural completa a experiência, criando efeitos sonoros tridimensionais, sons e vozes que parecem vir de todas as direções.


Ficha técnica:
Espetáculo: "Insônia - Titus Macbeth"
Texto: a partir das obras "Titus Andronicus""Macbeth" de William Shakespeare
Dramaturgia: Sérgio Roveri e André Guerreiro Lopes
Tradução de "Macbeth": Marcos Daud
Direção e Concepção: André Guerreiro Lopes
Elenco: Helena Ignez, Djin Sganzerla, Michele Matalon, Samuel Kavalerski, Dirceu de Carvalho e Camila Bosso
Cenografia e figurinos: Simone Mina
Concepção sonora e música: Gregory Slivar
Iluminação: Marcelo Lazzaratto
Assistente de direção: Samuel Kavalerski
Câmeras: André Guerreiro Lopes e Cassandra Mello
Edição: Sergio Gag
Fotografia: André Guerreiro Lopes e Cassandra Mello
Mídias sociais: Gabriela Carvalho e Txai Ferraz 
Assessoria de imprensa: Morente Forte Comunicações
Assessoria de transmissão online: Flávio Flocke 
Produtora executiva: Deivid Miranda e Roberta Carvalho 
Idealização: Alexandre Brazil, André Guerreiro Lopes e Djin Sganzerla
Coordenação de produção: Vanda Dantas
Direção de produção: Alexandre Brazil
Realização artística: Escritório das Artes, Estúdio Lusco-Fusco e Inima Produções
Parte deste projeto foi realizado com recursos da Lei Emergencial Aldir Blanc para a Cidade de São Paulo.


Serviço
Espetáculo: "Insônia - Titus Macbeth"
Nova temporada online
Classificação: 14 anos. Duração: 80 minutos
De 5 a 30 de junho de 2021.
Segunda a domingo, às 20h
Reserve seu ingresso gratuito
Na plataforma da Sympla
www.sympla.com.br
Sessões extras às quartas e aos domingos às 16h com legenda em inglês.
Observação: não haverá apresentações entre os dias 14 e 18 de junho


.: Sesc Bauru recebe exposição do fotógrafo Sebastião Salgado

Foto: "Gold - Mina de Ouro Serra Pelada", em cartaz no Sesc Bauru

Em "Gold - Mina de Ouro Serra Pelada", Sebastião Salgado apresenta fotografias emblemáticas do maior garimpo a céu aberto do mundo, na região da Amazônia Paraense.

O público poderá visitar a exposição presencialmente mediante agendamento prévio feito na página da unidade na Internet (sescsp.org.br/ bauru ). No Sesc, as atividades presenciais seguem os protocolos de órgãos de saúde pública para evitar o contágio e disseminação da Covid-19

A partir de 9 de junho de 2021, o Sesc Bauru recebe itinerância da mostra "Gold - Mina de Ouro Serra Pelada", exposição do fotógrafo Sebastião Salgado, um dos nomes mais proeminentes da contemporaneidade. Os mais de 50 registros que compõem a mostra, todos feitos na década de 1980, trazem ao público a realidade do que foi o maior garimpo a céu aberto do mundo, na região da Amazônia Paraense.

A exposição, que teve a sua estreia no Sesc Avenida Paulista, passando pelo Sesc Guarulhos e Sesc Birigui, tem curadoria e design de Lélia Wanick Salgado, responsável pela editoria e organização de todo o trabalho de Sebastião Salgado, co-fundadora da agência Amazonas Images e do Instituto Terra. Na ocasião da abertura, dia 9 de junho, o Sesc Bauru promove um bate-papo online, às 19h30, em seu canal do YouTube entre o garimpeiro e agricultor Etevaldo da Cruz Arantes e o fotógrafo e antropólogo indígena Edgar Kanaykõ Xakriabá. O encontro, que é mediado pela geógrafa e educadora Flora Pidner, aborda questões relacionadas ao garimpo, sustentabilidade e fotografia.

"Ao apresentar a exposição Gold - Mina de Ouro Serra Pelada, o Sesc reitera o seu compromisso com uma agenda cultural que revela relações entre habitantes e o planeta, e que, aliadas a pulsões distintas compõem o temperamento humano e servem como semeadura para terrenos geopolíticos e expressivos. Assim, corrobora com o propósito de exercitar olhares éticos e críticos, sobre acontecimentos fundamentais de uma história recente e que se relaciona intimamente com ambos, presente e futuro, que avistamos diante de nós", afirma o diretor eegional do Sesc São Paulo, Danilo Santos de Miranda,

O público poderá visitar a exposição de forma gratuita, de terça a sexta, das 8h às 19h, e aos sábados, das 10h às 17h, mediante agendamento prévio pelo site sescsp.org.br/bauru. As visitas têm duração máxima de 60 minutos, a cada 1h15, e máximo de 10 pessoas. O uso de máscara facial é obrigatório para todas as pessoas, durante todo o período.


Serra Pelada presente
A descoberta acidental de ouro em uma remota encosta do morro do Pará, atraiu milhares de garimpeiros autônomos de diversas partes do país em busca do mesmo sonho: enriquecer. Serra Pelada, como a mina foi batizada, se tornou um imenso buraco de cerca de 200 metros de diâmetro e profundidade, onde em torno de 80 mil homens tinham um fluxo intenso de trabalho em condições precárias. Tudo o que era retirado da terra tinha destino e, cada metro quadrado, um dono.

Os primeiros a chegar ao local receberam lotes de 2x3 metros para explorar e contratar peões para fazer o trabalho pesado, que envolvia cavar e juntar terra e depois carregar morro acima sacos de cerca de 40 quilos. No topo, a terra era peneirada em busca de ouro sob os olhos do proprietário do lote. Os peões, homens de todas as idades, raças e classes sociais eram supervisionados pela polícia federal, enviados para conter a violência. Entretanto, a maior tensão ocorria justamente entre os oficiais e os garimpeiros.

Em meio a este ambiente de esperança e aflições, Sebastião Salgado registrou as trilhas encravadas na cratera, os garimpeiros com sacos de terra nas escadas de madeira (apelidadas sugestivamente de "adeus mamãe"), o sobe e desce de corpos cobertos de lama e suor, o desapontamento em cada vão aberto sem uma pepita achada e a euforia do encontro com um lampejo dourado. Suas fotografias revelam anseios e alegrias de homens que largaram suas vidas e famílias para desbravar uma terra com condições inóspitas e de futuro incerto.

As obras resultantes da expedição do fotógrafo são expostas em "Gold - Mina de Ouro Serra Pelada". O conjunto propõe a reflexão e o olhar crítico sobre a história da mina mineira, que configura um passado recente possível relacionado com o presente e o futuro da humanidade e do planeta.


Sobre Sebastião Salgado
Nascido em 1944, em Minas Gerais, Brasil, Sebastião Salgado atualmente vive em Paris, na França. É casado com Lélia Wanick Salgado, com quem tem dois filhos e dois netos. Formado em economia, Salgado começou sua carreira como fotógrafo profissional em 1973, na capital francesa, e trabalhou com agências de fotografia - dentre as quais a Magnum Photos - até 1994, época que ele e Lélia Wanick Salgado fundaram a Amazonas Images, dedicada exclusivamente à sua obra.

Salgado já viajou por mais de 100 países para desenvolver seus projetos fotográficos. Além das publicações na imprensa, sua obra foi apresentada em livros como "Other Americas" ["Outras Américas"] (1986), "Sahel: l'homme en détresse" (1986), "Sahel: el fin del camino" (1988), "Workers" ["Trabalhadores"] (1993), "Terra" (1997), "Migrations" ["Êxodos"] e "Portraits" ["Retratos de Crianças do Êxodo"] (2000), "Africa" (2007), "Genesis" (2013), "The Scent of a Dream" ["Perfume de Sonho"] (2015), "Kuwait, a Desert on Fire" (2016) e "Gold" (2019). Todos esses livros foram editados, concebidos e tiveram seu projeto gráfico elaborado por Lélia Wanick Salgado.

Atualmente, Sebastião Salgado trabalha em um projeto fotográfico sobre a Amazônia brasileira, seus habitantes e as comunidades indígenas; seu objetivo é ampliar a conscientização sobre as ameaças que elas enfrentam em consequência da exploração ilegal da madeira, da mineração do ouro, da construção de represas, da criação de gado e do cultivo de soja e, cada vez mais, das mudanças climáticas.

Desde 1990, Lélia e Sebastião vêm trabalhando juntos na recuperação de parte da Mata Atlântica brasileira, no estado de Minas Gerais. Em 1998, conseguiram tornar essa área uma reserva natural e criaram o Instituto Terra. A missão do Instituto é voltada ao reflorestamento, à conservação e à educação ambiental.


Orientações de segurança para visitantes
O Sesc São Paulo retoma, de maneira gradual e somente por agendamento prévio online, a visitação gratuita e presencial a exposições em suas unidades na capital, na Grande São Paulo, no interior e no litoral. Para tanto, foram estabelecidos protocolos de atendimento em acordo com as recomendações de segurança do governo estadual e da prefeitura municipal.

Para diminuição do risco de contágio e propagação do novo coronavírus, conforme as orientações do poder público, foram estabelecidos rígidos processos de higienização dos ambientes e adotados suportes com álcool em gel nas entradas e saídas dos espaços. A capacidade de atendimento das exposições foi reduzida para até cinco pessoas para cada 100 m², com uma distância mínima de dois metros entre os visitantes e sinalizações com orientações de segurança foram distribuídas pelo local.

A entrada na unidade será permitida apenas após confirmação do agendamento feito no portal do Sesc Bauru. A utilização de máscara cobrindo boca e nariz durante toda a visita, assim como a medição de temperatura dos visitantes na entrada da unidade serão obrigatórias. Não será permitida a entrada de acompanhantes sem agendamento. Seguindo os protocolos das autoridades sanitárias, os fraldários das unidades seguem fechados nesse momento e, portanto, indisponíveis aos visitantes.

Serviço:
"Gold - Mina de Ouro Serra Pelada"
Local:
Sesc Bauru
Período expositivo: até 30 de outubro de 2021
Funcionamento: terça a sexta, das 8h às 19h, e aos sábados, das 10h às 17h
Tempo de visitação: 60 minutos
Horários sujeitos à alteração em virtude da pandemia de Covid-19.
Agendamento de visitas: https://www.sescsp.org.br/bauru
Classificação indicativa: livre
Grátis

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