segunda-feira, 2 de agosto de 2021

.: "Crônicas de Pai" do fotógrafo Leo Aversa: a dor e a delícia da paternidade


Em coletânea de crônicas, o fotógrafo Leo Aversa compartilha histórias da própria família para refletir sobre as dores e as alegrias da paternidade.

Em vez de imagens, palavras. Desde 2018, o olhar atento de Leo Aversa para observar as pessoas e suas idiossincrasias passou a dar origem a uma arte pela qual, até então, não era muito conhecido: a de escrever. Em sua coluna semanal publicada no jornal O Globo, ele aborda assuntos do cotidiano com humor, inteligência e pitadas de sarcasmo. E agora alguns desses textos, somados a um farto material inédito, estão reunidos em "Crônicas de Pai", lançado pela Intrínseca.

A convivência com o pai e com o filho Martín, agora com 11 anos, serviram de inspiração para seu primeiro livro, que chega às livrarias em edição de luxo. Capa dura, pintura trilateral, projeto gráfico de Aline Ribeiro e ilustrações da artista Poeticamente Flor complementam os textos de sensibilidade aguçada e humor afiado.

A crônica que abre o livro — “E agora?” — relata o momento em que o autor ganha um novo papel na vida: o de pai. “Mas aí nasce seu filho e o mundo se torna um sem-fim de alegrias. E se tem algo que cansa muito, mas muito mesmo, é alegria”, escreve em “Sempre Teremos Paris”.

A partir daí, o leitor acompanha as crônicas que contam histórias do crescimento de Martín até a pré-adolescência intercaladas com outras em que o próprio Leo é o filho. Histórias resgatadas da infância e juventude do autor se juntam a outras mais recentes, em que Leo Aversa compartilha com muita sensibilidade sua rotina com o pai diagnosticado com o Mal de Alzheimer. Suas crônicas — ora emotivas, como “Carta para Um Menino que Perdeu a Avó”, ora hilárias, como “Batalha nos Ares”, que descreve uma luta contra uma barata voadora — não apenas relatam o lado bem-humorado das famílias, como também destacam o olhar apurado de Leo Aversa para a poesia das pequenas coisas do dia a dia.

Entre lembranças de Natais de outrora, grupos de WhatsApp, pescaria frustrada, jogos de futebol, reuniões da escola e ensinamentos Jedi, pais e filhos de diferentes idades vão se identificar — e se emocionar — com o retrato de três gerações de homens unidos por laços de amor, cuidado e um pouco de deboche.  

No texto de abertura, a cantora e compositora Adriana Calcanhotto relata um pouco sobre como é trabalhar com o fotógrafo. “O humor do Leo fotógrafo transforma uma sessão de fotos com uma cantora tímida que não sabe pra onde olhar numa tarde de gargalhadas de doer a barriga”. "Portas", a apresentação afetuosa assinada pela amiga, uma das tantas artistas já fotografadas pelo autor, dá o tom da coletânea.

Como fotógrafo, Leo Aversa foi responsável por retratos de nomes como Caetano Veloso, Chico Buarque, Ney Matogrosso, Fernanda Montenegro, Dona Ivone Lara e outros tantos baluartes de nossa cultura. Recentemente, fotografou a cantora Marisa Monte para as fotos de divulgação de seu novo álbum. Vocêr pode comprar "Crônicas de Pai", de Leo Aversa, publicado pela editora Intrínseca, neste link.


O que disseram sobre o livro
“Lendo as crônicas onde Leo Aversa é um ex-herói para o filho com o Mal da pré-adolescência e quase um ex-filho para o pai com Alzheimer, chorei diversas vezes. (...) Aqui, nesta reunião de textos, onde ele é pai de jogador de futebol, filho, amigo, marido, cidadão observador da cidade e inimigo das convenções pequeno-burguesas, dá pra vislumbrar a estirpe de homem que ele é e isso comove.”Adriana Calcanhotto

Sobre o autor
Leo Aversa
 é fotógrafo profissional há mais de três décadas, especializado em retratos. Começou a escrever profissionalmente em 2015, no site do Projeto Colabora, e depois, em 2018, passou a assinar uma coluna no jornal O Globo. Foto: Martin Aversa)


Ficha técnica
Livro: "Crônicas de Pai"
Autor: Leo Aversa
Páginas:
352
Editora: Intrínseca
Link do livro na Amazon: https://amzn.to/37dB557

.: "Banguê", de José Lins do Rego, de volta às livrarias


Lançado em 1934, Banguê é a continuação direta dos eventos ocorridos em "Doidinho". O livro é o terceiro do que se convencionou denominar, dentro da obra do escritor paraibano, o “ciclo da cana-de-açúcar”, série iniciada pelo romance "Menino de Engenho", de 1932. A nova edição é da Global Editora.  

Na obra, Carlos aparece já adulto, formado em direito e volta para o engenho Santa Rosa. Ao longo da história, José Lins do Rego aborda todas as dificuldades do personagem em administrar o engenho, além de ter que lidar com um avô já debilitado, e o surgimento de uma paixão inesperada. Contudo, o antigo "Carlinhos" ainda precisa gerenciar o declínio dos engenhos e a pressão pela compra das terras.

Do ponto de vista econômico e social, "Banguê" retrata o desse ciclo da tradição rural nordestina, conhecido popularmente como “ciclo da cana-de-açúcar”. A edição de "Banguê" publicada pela Global Editora traz texto de apresentação da obra de Carlos Newton Junior, doutor em literatura brasileira pela Universidade Federal de Pernambuco. A análise destaca a posição de destaque que o livro adquiria na história da literatura brasileira.


Sobre o autor
José Lins do Rego nasceu em 3 de junho de 1901, em Pilar, Paraíba e faleceu em 12 de setembro de 1957, na cidade do Rio de Janeiro. Publicou em 1932 seu primeiro livro, "Menino de Engenho", romance que foi seu passaporte de entrada para a história do moderno romance brasileiro. Além de romancista, também contista, cronista, tradutor e jornalista, tendo contribuído ao longo de sua vida para vários periódicos brasileiros. Teve livros traduzidos para o inglês, francês, espanhol, alemão, italiano, dentre outras línguas. Em 1956, ano anterior ao de seu falecimento, tornou-se membro da Academia Brasileira de Letras.

.: Tudo sobre “Happier Than Ever", o segundo álbum de Billie Eilish


Billie Eilish
lançou o aguardadíssimo segundo álbum, “Happier Than Ever", com 16 novas faixas que se revelam um bem-vindo triunfo da música pop. Combinando fantasia e não-ficção, Eilish surge como uma das compositoras mais preciosas, talentosas e sofisticadas de sua geração.

Ela vai entrelaçando ironias afiadas, crônicas do cotidiano, segredos e arriscadas aventuras, ao mesmo tempo em que explora a condição humana navegando no mundo de hoje. Cru e confessional como nunca, este novo capítulo oferecido por Billie Eilish vai encantar e fascinar os ouvintes. 

A essência do álbum, assim como sua arte gráfica e paleta de cores, foi inspirada em alguns dos artistas prediletos da cantora: Julie London, Frank Sinatra e Peggy Lee, talentos que reinaram na era de ouro nos anos 50 e 60. Produzido por FINNEAS, irmão de Billie, em seu estúdio caseiro em Los Angeles, “Happier Than Ever” consolida a cantora como uma das artistas pop fundamentais de nosso tempo. 

Acompanhando o lançamento do álbum, vem o arrepiante vídeo musical do mais novo single, a faixa-título do álbum. O vídeo foi dirigido por Billie Eilish e capta perfeitamente o espírito da música. Sete vezes premiada com o GRAMMY®, Billie Eilish fará sua primeira incursão pela Disney+ com “Happier Than Ever: A Love Letter to Los Angeles”, uma experiência cinematográfica de concerto que estreia na sexta-feira, 3 de setembro. A produção exclusiva da Disney+ vai apresentar a cantora em um evento único e inédito: uma performance intimista de todas as músicas de “Happier than Ever”, na mesma ordem do disco, no palco do lendário Hollywood Bowl.

Dirigido por Robert Rodriguez e pelo vencedor do Oscar Patrick Osborne, o especial inclui trechos de animação que ajudam a conduzir os espectadores numa viagem onírica pela cidade natal de Billie Eilish, Los Angeles, e seus cenários mais icônicos. “Happier Than Ever: A Love Letter to Los Angeles” tem FINNEAS, The Los Angeles Children’s Chorus, a Filarmônica de Los Angeles regida por seu diretor artístico e musical Gustavo Dudamel, e o mundialmente renomado violonista e guitarrista brasileiro Romero Lubambo, com arranjos de orquestra de David Campbell. 

Começa em 3 de fevereiro de 2022, por Nova Orleans, a “Happier Than Ever, The World Tour",  de Billie Eilish. Os ingressos já estão esgotados. A turnê cumpre 32 datas na América do Norte, antes de cruzar o Atlântico para mais 18 shows na Europa e no Reino Unido, a partir de 3 de junho. O álbum “Happier Than Ever" está disponível em todas as plataformas

Sobre Billie Eilish
Com o lançamento do aguardado segundo álbum “Happier Than Ever", a jovem nascida em Los Angeles há 19 anos se firma como uma das maiores estrelas a surgir no século 21. Desde o lançamento do primeiro single “ocean eyes”, em 2015, Eilish vem continuamente expandindo os limites do pop. Do humilde começo ela avançou rápido para o álbum "When We All Fall Asleep, Where Do We Go?", que estreou em primeiro lugar na parada Billboard 200 dos EUA. Número um também em 17 países, o disco foi o campeão global de 2019 no streaming. 

"When We All Fall Asleep, Where Do We Go?" foi escrito, produzido e gravado inteiramente por Billie Eilish e pelo irmão FINNEAS na casa onde moram desde a infância, em Los Angeles. Billie Eilish fez história como a artista mais jovem a receber indicações e ganhar em todas as categorias principais no 62º GRAMMY® Awards, recebendo prêmios de Melhor Artista Nova, Álbum do Ano, Gravação do Ano, Canção do Ano e Melhor Álbum Vocal Pop.

Billie Eilish também foi a artista mais jovem a escrever e gravar um tema oficial de filme de James Bond, “No Time To Die”. Em 2021, ela recebeu mais quatro indicações para o 63º Prêmio Anual Grammy e levou nas categorias Gravação do Ano (por “everything i wanted”) e Melhor Canção Escrita para Mídia Visual (por “No Time To Die”). O mais recente álbum de Billie Eilish“Happier Than Ever", foi escrito por Billie Eilish e seu irmão FINNEAS, que também o produziu.

.: Carla Mariani lança EP que explora os vários lados da pandemia


Cantora e compositora fez um retrato musical dos tempos de confinamento. Nomeado de "Locked Inside", o EP traz canções dos estilos jazz, blues e country e foi produzido e mixado pela própria cantora, em seu home studio.


Já está disponível em todas as plataformas de streaming um EP com quatro canções inéditas que são uma espécie de diário musical durante a era Covid-19. Nomeado de "Locked Inside", o EP de Carla Mariani traz canções dos estilos jazz, blues e country e foi produzido e mixado pela própria cantora, em seu home studio.

Carla descreve as quatro sensações como um ponto quase em comum entre ela e o resto do mundo, pois acredita que boa parte da população mundial sentiu as mesmas coisas: amor, solidariedade, loucura e respeito. “O amor veio naquela sensação de proteger as pessoas amadas, de cuidar e preservar a si e aos outros. Já a solidariedade veio do ímpeto de ajudar quem não conseguiu segurar a onda, de quem precisava de um colo, mesmo o colo sendo virtual. A loucura é bem simples: quem é normal ficou louco. Quem não ficou louco, não é normal hahaha, mas o mais importante: como, dentro de tudo isso, nós conseguimos nos redescobrir e encontrar alento em novas atividades, ou até mesmo, resgatar algo do passado. A parte do respeito fala sobre a falta dele hehehe, principalmente em relação ao uso da máscara e às pessoas que decidiram virar a cara para o vírus e fingir que nada estava acontecendo, prejudicando, assim, milhões de pessoas, especialmente os moradores de rua. Quantos morreram? Ninguém fala sobre isso”.

Por falar em projeto, a artista mergulhou de cabeça nesse e não teve medo de arriscar, nem de quebrar padrões. Conhecida na região da Baixada Santista por seus Blues, a cantora não se prendeu ao estilo e deixou a imaginação e outras influências aflorarem nesse novo trabalho. "Locked Inside" está disponível em todas as plataformas digitais. Você pode acessar pelo link https://onerpm.link/lockedinside

.: Tudo sobre "Nos Tempos do Imperador", volta da Família Imperial

Marcando uma semana para a estreia de ‘Nos Tempos do Imperador’, conheça a trama e os personagens da nova novela das seis.  Foto: João Miguel Júnior


Mais de 30 anos se passaram após a Proclamação da Independência. O país em construção, ainda na formação de um Império, deu lugar a um Brasil em busca de identidade e progresso. O ano é 1856, e Dom Pedro II (Selton Mello), o líder que persegue esses ideais. Garantir a integração da nação e ampliar os horizontes do povo, investindo na educação, seriam as chaves para o futuro, na sua visão. ‘Nos Tempos do Imperador’, a próxima novela das seis, que estreia no dia 9 de agosto, é a primeira novela totalmente inédita desde o início da pandemia do coronavírus. A obra, ambientada no Rio de Janeiro, mostra personagens que, assim como Dom Pedro II, são movidos por grandes causas. Ao lutarem por suas paixões, acabam impactando toda a sociedade. 

Nesse contexto, o público vai acompanhar a saga do casal Pilar (Gabriela Medvedovski) e Jorge/Samuel (Michel Gomes). Ambos travam batalhas pessoais para mudar seus destinos. Ela quer ser médica, mas vive em uma sociedade que não aceita que mulheres estudem. Ele quer viver em uma cultura mais igualitária, pois é negro e perseguido diante de sua condição de ex-escravizado. Suas trajetórias se cruzam com as dos personagens históricos Imperador Dom Pedro II, a Imperatriz Teresa Cristina (Leticia Sabatella) e Luísa, a Condessa de Barral (Mariana Ximenes). 

A trama, escrita e criada por Alessandro Marson e Thereza Falcão, e com direção artística de Vinícius Coimbra, é uma história de amor e esperança, com elementos históricos, que remetem aos dias atuais. “Vamos trazer uma mensagem de responsabilidade com o país. Dom Pedro II tinha muito essa noção. Olhava para o Brasil e pensava o que poderia fazer para melhorar. Era muito bem formado, sabia o valor da ciência, da educação. Era um abolicionista, com um olhar para o Brasil muito responsável e interessante. A novela vai passar isso para as pessoas”, ressalta o diretor artístico, Vinícius Coimbra. 

Para o autor Alessandro Marson, a novela traz a mensagem de que é possível promover ações positivas e usar o poder para o bem. “Vamos falar sobre a importância de pensar no coletivo e não no desejo individual. É tão rico isso! Você estar em um lugar de poder e conseguir usar isso para o bem”, destaca. Já a autora Thereza Falcão reforça que a novela vai inspirar com personagens corajosos, destemidos, que lutam por seus sonhos e defendem suas escolhas: “Somos donos da nossa história. Vamos mostrar o quanto a luta pessoal de cada um atinge a todos que estão à volta e gera transformações”. 

Da mesma equipe de criadores da novela ‘Novo Mundo’, exibida pela Globo em 2017 e reprisada em 2020, que retratou um país nascendo, com a chegada da família real portuguesa, ‘Nos Tempos do Imperador’ agora aborda um Brasil já sólido, com um Imperador brasileiro, educado neste país, que vai colocar todo o seu conhecimento a serviço da pátria. 

 

O Imperador do povo 

Dom Pedro II (Selton Mello) precisou assumir cedo a responsabilidade com a política. Com apenas cinco anos, dois dias após a volta de seu pai, Dom Pedro I, para Portugal, com o intuito de disputar a coroa portuguesa, tornou-se Imperador do Brasil, sob regência. A mãe, Leopoldina, morreu quando Pedro tinha um ano, e sua educação foi conduzida por preceptores. Teve sólida formação, muito focada em alta cultura, ciência e tecnologia. A administração do Brasil ficou a cargo de regentes, até que, aos quatorze anos, com a Lei da Maioridade, foi declarado apto a assumir a coroa. 

Muito jovem e sem os pais presentes, precisou amadurecer rápido e aprendeu que, antes de pensar em si mesmo, deveria colocar o país à frente dos seus sonhos. Na Corte, ficou conhecido como o Imperador viajante, pois buscou percorrer o extenso território brasileiro, de forma a manter a unificação do Brasil. 

Casou-se por procuração com Teresa Cristina (Leticia Sabatella), fruto de um acordo político com a Casa Dinástica Europeia de Bourbon, visando garantir a sucessão ao trono, e só a conheceu depois. No entanto, aprendeu com ela os valores do casamento, da amizade e da família. Juntos, são pais de Leopoldina (Melissa Nóbrega/ Bruna Griphao) e Isabel (Any Maia/ Giulia Gayoso), lutam por um país mais justo, igualitário, com oportunidades na educação e nas artes para toda a população, mas enfrentam um caminho cheio de obstáculos. 

Em uma de suas viagens com a Imperatriz pelo Brasil, recebe a visita de Solano López (Roberto Birindelli), comandante das tropas do Paraguai, que invade o Brasil sem anunciar, e pede a mão da princesa Isabel em casamento. O objetivo é selar um acordo entre Paraguai e Brasil contra a Argentina e o Uruguai. O encontro assusta o Imperador, que logo decide voltar ao Rio de Janeiro para pedir o apoio do Congresso na formação de um exército, já que sentiu a ameaça nas palavras de Solano ao negar seu pedido, e teme um possível ataque ao Brasil. 

Além disso, precisa preparar as filhas para assumirem suas responsabilidades como membros da família real. Para ajudar na formação delas, convida Luísa (Mariana Ximenes), a Condessa de Barral, para ser a preceptora das meninas. Ele precisava de uma pessoa capaz de passar todas as noções de etiqueta, educação, assim como um conhecimento vasto do mundo às meninas, e recebeu a indicação da Condessa por meio de sua irmã, Francisca, que a conheceu na Europa. A Condessa é um grande exemplo de mulher, preparada para a função: é moderna, educada no exterior, domina diversos assuntos e sabe muito bem aonde quer chegar. Bem relacionada, é capaz de dominar qualquer assunto, além de ter tido acesso a um mundo que Dom Pedro II não teve a oportunidade de conhecer por toda sua responsabilidade com o Brasil. Ao conhecê-la, o Imperador se vê arrebatado por sua força e beleza.

 

O sonho de Pilar 

Se a Condessa de Barral será um exemplo de atitude revolucionária na Corte, a trama também traz uma personagem com esse vigor entre as cidadãs comuns da época. A jovem Pilar (Gabriela Medvedovski) enfrenta, desde pequena, o peso de ser uma mulher do século XIX. Determinada, tenta convencer o pai Eudoro (José Dumont), fazendeiro e coronel da Bahia, a deixá-la estudar. Viúvo, ele criou sozinho ela e a irmã, Dolores (Júlia Freitas/ Daphne Bozaski).

Pilar passou anos em um convento, onde estudou e teve ainda mais a certeza de que queria ir em busca do sonho de se tornar médica, um objetivo quase impossível na época, visto que as mulheres eram proibidas de ingressar nas faculdades. Enquanto isso, a irmã Dolores sofreu com sua ausência, mas sempre pode contar com o seu amor.

Quando as meninas ainda eram bem pequenas, Eudoro prometeu casar Pilar com Tonico (Alexandre Nero), futuro candidato a Deputado pela Bahia, filho de seu compadre, coronel Ambrósio (Roberto Bomfim). A união seria vantajosa para ambas as famílias, pois permitiria aumentar o número de terras na região e somar forças, visando os interesses pessoais dos coronéis.

A ideia era que o casamento acontecesse quando os dois estivessem mais velhos, para o desespero de Pilar. Ciente da chegada de Tonico para o casamento e da ameaça de perder sua liberdade, ela revela à irmã seu plano de fugir em busca de seu maior sonho. Pilar quer chegar à Faculdade de Salvador para tentar convencer a banca de que é apta a cursar Medicina como outros homens da sua idade. 

 

A chegada de Tonico 

E, para impedir que Pilar consiga atingir seu objetivo, o personagem Tonico não medirá esforços. Ele conheceu Dom Pedro II quando ainda eram crianças. Na ocasião, agrediu o Imperador e foi expulso da Corte por desrespeitá-lo. Com raiva da atitude do filho e por perder regalias no governo, o coronel Ambrósio (Roberto Bomfim) mandou o menino para Pernambuco, onde passou anos estudando e se formou em Direito. Seu colega de turma e único amigo é Nélio (João Pedro Zappa), filho de João Batista (Ernani Moraes) e Lota (Paula Cohen), e irmão de Bernardo (Gabriel Fuentes), que vivem em Pindamonhangaba, mas sonham com títulos de nobreza. 

Tonico viveu sem a presença materna e distante do pai. Ao longo dos anos, carregou um sentimento de inveja por Dom Pedro II e sempre usou Nélio para se dar bem, inclusive nos estudos. Ainda acredita que um dia tomará o lugar de Dom Pedro II e se tornará o Imperador do Brasil, como se isso fosse possível. Ao chegar à fazenda da família, depois de anos em Recife, Tonico se depara com o pai morto, fato que o desestrutura e muda seus planos. Ele passa a dedicar toda a sua energia para ir atrás do homem acusado de matar seu pai – sem saber que se trata do seu irmão bastardo, Jorge (Michel Gomes). Isso, somado aos objetivos de se tornar Deputado pela Bahia e de se casar com Pilar (Gabriela Medvedovski) guiarão suas atitudes e artimanhas ao longo da trama.

 

A luta de Jorge/ Samuel

Filho bastardo do coronel Ambrósio (Roberto Bomfim) com uma mulher escravizada, Jorge (Michel Gomes) luta para se tornar livre, como a maioria dos negros que vive na mesma situação. Ele foi escravizado pelo próprio pai durante um tempo e vendido depois, o que provocou a separação de sua irmã. Mas o desejo de reencontrar a jovem nunca ficou para trás, e ele decide procurar o pai para cobrar notícias dela. Recebe a informação de que ela foi vendida para um mercador no Rio de Janeiro. No entanto, durante a discussão com o coronel, uma tragédia acontece, e ele é acusado de um crime que não cometeu. 

Decidido a ir em busca da irmã na Corte e para salvar sua própria vida, foge com a roupa do corpo. No caminho, é atingido por tiros dos jagunços que o perseguiam e nem imagina que atrás dele está o seu irmão Tonico (Alexandre Nero), filho legítimo de Ambrósio, que acaba de chegar à Bahia. Mas o destino está a favor dele. Ferido e muito fraco, recebe a ajuda de Pilar (Gabriela Medvedovski), que seguia a caminho de Salvador. 

 

O encontro de Pilar e Jorge/ Samuel 

Pilar aprendeu sobre primeiros socorros quando esteve no convento e consegue dar uma assistência determinante, que salva a vida de Jorge (Michel Gomes). No encontro, surge um interesse imediato de um pelo outro. Mas é preciso seguir viagem. Pilar, apesar de resistir aos encantos do jovem, se preocupa com o estado de saúde dele. É neste momento de angústia que aparece a Condessa de Barral na mesma estrada, a quem Pilar suplica ajuda ao rapaz. 

A Condessa e Pilar se conhecem do Recôncavo Baiano, onde suas famílias possuem terras. Na base da confiança estabelecida entre as duas, Luísa prontamente atende ao pedido da jovem, levando Jorge para sua fazenda. Diante da realidade da escravidão e para a segurança de Jorge, ela precisa dar a ele uma nova identidade. Com isso, através de um documento entregue pela Condessa, ele passa a se chamar Samuel e se torna um homem livre.  

 

A força da Condessa de Barral

Luísa está na Bahia com o marido Eugênio (Thierry Tremouroux) e o filho Dominique (Thor Becker) para o enterro de seu pai, Dom Domingo. Dono de uma fazenda na região, ele era conhecido por abrigar negros escravizados fugitivos e por dar alforria aos seus. A Condessa tinha em seu pai um exemplo de homem e estava dedicada a cuidar de sua saúde. Sua morte chamou a atenção dos coronéis vizinhos, interessados em comprar as terras que Luísa herdou. Firme, ela nega as propostas e mantém o legado de Dom Domingo, tomando as rédeas da administração da propriedade.  

Ainda em casa, recebe a carta do Imperador Dom Pedro II a convidando para ser preceptora de suas filhas, as princesas Isabel (Any Maia/ Giulia Gayoso) e Leopoldina (Melissa Nóbrega/ Bruna Griphao). Cheia de orgulho, se honra com o convite e começa a preparar a mudança da família para a Corte. Jorge/ Samuel (Michel Gomes), com quem Luísa desenvolve uma cumplicidade durante a estadia em sua residência, é convidado para a viagem rumo ao Rio de Janeiro, onde tentará localizar a irmã e recomeçar a vida, longe das perseguições de Tonico (Alexandre Nero). 

 

A fuga de Pilar

Pilar consegue chegar à faculdade, mas seus planos são interrompidos por seu pai. Eudoro vai atrás da filha em Salvador e a leva arrastada de volta para casa. Mas ela não desiste e arma uma nova fuga para o dia do casamento.  No momento da cerimônia, foge sem deixar pistas, mas não impede a ira de Tonico, que, ao perceber que foi deixado sozinho no altar, é possuído por um desejo de vingança. Com isso, Eudoro precisa dar conta da dívida moral com Tonico, uma vez que o negócio do casamento não se concretizou. Ele afirma não querer mais Pilar como noiva e, em troca, pede a mão de Dolores, que ainda é uma criança, em casamento.

 

A chegada da Condessa à Corte e o encontro com Dom Pedro II

Luísa (Mariana Ximenes) segue viagem com Jorge/ Samuel (Michel Gomes) e a família. Já instalada com a família em sua nova casa na Corte, ela oferece uma quantia em dinheiro para que Samuel possa começar a vida na cidade. Em seguida, a Condessa vai até a Quinta se apresentar para Dom Pedro II. Ao lado de Eugênio, conhece a Imperatriz Teresa Cristina (Leticia Sabatella) e as filhas dos Imperadores, suas futuras alunas. Ao ficar frente a frente com a Condessa, Dom Pedro II é tomado por um encantamento diante da forte presença da preceptora. Sua beleza, atitude, elegância e inteligência chamam a atenção de todos e mexe com os desejos mais profundos do Imperador. Teresa percebe o comportamento do marido, mas, em nome da família, mantém a discrição e observa a aproximação dos dois.  

 

A vida de Jorge/ Samuel no Rio de Janeiro e a acolhida na Pequena África

Samuel consegue se adaptar bem no Rio de Janeiro e promete pagar sua dívida com a Condessa de Barral assim que começar a trabalhar. No entanto, vive o preconceito por ser negro. A escravidão ainda era uma realidade muito latente na época: muitos negros passavam por maus tratos e, para a maioria, a única chance de sobrevivência era a fuga, mesmo que arriscada. Se não bastasse isso, Samuel sofre ainda com a patrulha exagerada do policial Borges (Danilo Dal Farra), com quem tem um mal-entendido logo nos primeiros dias. A abordagem ríspida é presenciada por Dom Olu (Rogério Brito), considerado o Rei da Pequena África, reduto dos negros livres na cidade à época. Muito respeitado por Dom Pedro II, ele interfere na discussão e afirma que Jorge é um dos moradores do local. Diante disso, o policial o solta, mas não vai desistir de prejudicá-lo. 

A partir desse momento, Dom Olu apresenta a Pequena África ao mais novo cidadão do Rio de Janeiro. Vivendo nos Zungús, moradias coletivas, os negros libertos ou fugitivos que precisavam de proteção se ajudavam e mantinham os costumes, como a fabricação do angu, que era vendido aos escravizados da cidade, e os cultos religiosos. Lá também fica localizado o Cais do Valongo, por onde chegavam os navios com os negros vindos da África, e depósitos movimentados por causa do café, que empregavam a maior parte dos homens. Assim que Jorge/ Samuel revela tudo sobre seu passado, inclusive a mudança de identidade, Dom Olu faz o convite para que ele more no local com sua família: a esposa Cândida (Dani Ornellas) e a filha, Zayla (Alana Cabral/ Heslaine Vieira).

Além de conseguir um lugar para abrigá-lo, eles ainda lhe arranjam um trabalho como entregador, ajudando a vizinha Abena (Mary Sheyla), que é lavadeira e esposa de Balthazar (Alan Rocha), seu mais novo amigo. Nas andanças pela cidade, Jorge/ Samuel encontra uma viola e decide consertá-la. Com um talento nato e autodidata para a música, faz uma parceria com Balthazar e, juntos, começam a ganhar dinheiro com a arte. 

 

O reencontro de Pilar e Jorge/ Samuel

Já com dinheiro suficiente para pagar o que deve à Condessa, Jorge/ Samuel decide procurá-la para agradecer por sua liberdade e contar as novidades. Durante a visita, enquanto aguarda Luísa (Mariana Ximenes), atende a um chamado na porta: é Pilar, para a surpresa de ambos. A emoção dos dois é recíproca, e o destino dá uma nova chance a eles. Dessa vez, não irão desperdiçar. 

Pilar está chegando da Bahia, de onde fugiu mais uma vez das garras do pai, e busca o apoio de Luísa, que tem proximidade com Dom Pedro II, para conseguir uma bolsa de estudos. No encontro, além desse pedido, ela e Samuel revelam à Condessa como se conheceram e se apaixonaram. Luísa fica feliz com a coincidência e acolhe Pilar em sua casa. Luísa promete ajudar a jovem e apoia o relacionamento do casal.

Não demora muito, e a Condessa apresenta Pilar e Jorge/Samuel ao Imperador. Após o encontro decisivo, Dom Pedro II, comovido, lutará de todas as formas para ajudar os dois na realização dos seus sonhos, o que fará igualmente pelo Brasil. Já Pilar e Samuel, movidos pela paixão que nutrem um pelo outro, também têm o desejo de fazer a diferença na vida das pessoas, vencendo as barreiras impostas às mulheres e aos negros naquela época. 

 

A vingança de Tonico e a separação de Pilar e Jorge / Samuel

Enquanto Pilar e Jorge/ Samuel vivem uma vida tranquila no Rio de Janeiro, Tonico segue com o desejo de vingança. Cada vez mais próximo de Dolores (Júlia Freitas/ Daphne Bozaski), ele acaba descobrindo que Pilar está namorando Jorge e prepara uma armadilha para separar o casal. Já candidato eleito pela Bahia, convida a futura família – Eudoro e sua noiva –para ir com ele até a Corte assistir à cerimônia de posse. Na ocasião, faz com que Dolores minta à irmã que Jorge/ Samuel tem um caso com Luísa (Mariana Ximenes), provocando o ciúme de Pilar, o que culminará na separação do casal.

Mesmo diante de um pedido de casamento de Jorge/ Samuel, ela acredita na revelação de Dolores e opta por aceitar o convite de Dom Pedro II para estudar Medicina nos Estados Unidos, com direito a uma bolsa. O jovem fica arrasado com a decisão da amada e decide tomar outro rumo na vida. Abandona a música, pede a ajuda do Imperador e vai estudar para se tornar Engenheiro e ser aceito na sociedade. 

 

Cenografia retrata a Corte e o Brasil da segunda metade do século XIX

Com ambientes que retratam o Brasil da segunda metade do século XIX, ‘Nos Tempos do Imperador’ mantem alguns dos cenários utilizados na novela ‘Novo Mundo’, mas que sofreram as ações do tempo, como o Palácio da Quinta. O cenógrafo Paulo Renato, que também assinou a cenografia da primeira trama, é o responsável pelo trabalho, ao lado de Paula Salles. Nesta nova empreitada, eles têm o desafio de ultrapassar as três décadas que separam as duas novelas. Para isso, criaram novos ambientes para retratar os avanços do Brasil. 

Com uma área de 8,2 mil metros quadrados nos Estúdios Globo, a cidade cenográfica da novela vai reproduzir as regiões cariocas da Rua do Ouvidor, da Pequena África, interligada com o Cais do Valongo, além do Passeio Público e a orla, que foi urbanizada e passou a ser frequentada na época. A cidade foi separada em dois espaços muito distintos visualmente: o novo, urbanizado, comercial; e o da Pequena África, empobrecido, envelhecido, antigo e colonial. O primeiro é o que Dom Pedro II gostaria de traçar para o Brasil; o segundo, representa a realidade que vinha se perpetuando. 

Na trama, a estrutura urbana é ladeada por calçadas ainda de pedra e caixa coletora do esgoto pluvial e doméstico. Nesse período, com o processo de modernização, há fornecimento de gás para a iluminação da cidade, ainda que restrito a alguns pontos, como o Passeio Público e a Rua do Ouvidor. A época é marcada pelo início das edificações grandes e, por isso, na Rua do Ouvidor há construções de três andares, com uso misto: comércio embaixo e residência em cima, com dimensão bem próxima do real e reprodução das imperfeições encontradas nas referências. “Às vezes, beiram à desarmonia, mas tentamos traduzir isso e trazer como o registro de uma época”, reforça o cenógrafo.

A Pequena África é o núcleo culturalmente rico. “Estamos fugindo da imagem simples do negro escravizado, porque a diversidade da cultura negra nesse período da cidade era imensa. Poetas, advogados, uma pequena parcela que frequentou faculdade e teve espaço na sociedade viviam na região. As pessoas que circulavam na rua tinham uma identidade cultural muito forte, com origens em diversos locais da África”, conta o cenógrafo. Na região, o cenário está caracterizado com uma pintura mais degradada, com pouca manutenção. As construções têm muitos cômodos para uso multifamiliar, semelhantes a algumas visitadas pela equipe, com lotes compridos e coloniais. Nos cenários do núcleo, haverá poucos utensílios, pois os moradores da região não tinham quase nada. No entanto, os detalhes da arte mostram a riqueza da cultura africana. “A ancestralidade vai estar nos objetos, no altar, na religião”, enumera a produtora de arte Flávia Cristófaro. Ela destaca como curiosidade deste núcleo o trabalho do artista plástico de Pernambuco Luis Benício, convidado para ser o ghost sculpture que desenvolveu as máscaras em madeira de Dom Olu (Rogério Brito).

A novela vai contar também com cenários grandiosos, que ocupam boa parte do estúdio, como o Palácio da Quinta, onde Dom Pedro II vivia com a família, que ganha uma nova roupagem. No Segundo Império há bastante alteração, e o palácio fica mais sóbrio, pois passou por reformas ao longo dos anos, desde quando Dom João VI o encontrou. “Atendemos à mesma estrutura familiar, em um processo de passagem de tempo. Estou levando a cabo a construção da mesma estrutura do cenário com outra interpretação, roupagem, forração, cortina e cor”, diz Paulo. 

Na Quinta, há uma austeridade, como em ‘Novo Mundo’, mas dessa vez mais arrojada, pela seriedade e erudição de Dom Pedro II (Selton Mello), que achava um absurdo gastar dinheiro à toa. Nos utensílios de uso da família, predomina a prataria gasta. “Tudo que compro é sempre direcionado a mostrar a austeridade do Imperador. As peças em prata, por exemplo, não são limpas, para manterem um tom escurecido”, ressalta Flávia.

Dom Pedro II e Teresa Cristina tinham um acervo próprio dentro do palácio. Para reproduzir as peças, que até setembro de 2018 podiam ser vistas no Museu Nacional do Rio de Janeiro, que incendiou, foram realizadas pesquisas através de documentos da Biblioteca Nacional, onde estão as descrições do museu. Muitos objetos foram reproduzidos na fábrica de cenários dos Estúdios Globo. “Alugamos algumas peças, mas 70% do material foi produzido nos Estúdios”, conta Flávia.

A produtora de arte explica ainda que não houve alteração no número de itens do cenário, mas que a forma de gravar tem sido um pouco diferente em virtude da pandemia. “Seguimos todos os protocolos de segurança, mas sem perder a essência da nossa trama. Em cena, às vezes, alguns objetos como livros, cartas ou mapas passariam pelas mãos de vários personagens. Mantivemos essas cenas, mas mudamos a forma de gravá-las: fazemos com um personagem do elenco por vez e, a cada troca de mãos daquele item, fazemos todo o processo de higienização. Isso torna o processo mais demorado, claro, mas não perdemos em nada ao retratar o que queremos”, explica. 

No cenário da Condessa de Barral (Mariana Ximenes), um palacete, a nobreza é misturada com simplicidade, para dar o ar de aproximação. “Ela recebe Pilar (Gabriela Medvedovski) e Samuel (Michel Gomes) em sua casa, sem preconceito, e isso a torna uma pessoa muito humana. Temos que conseguir mostrar luxo sem ostentação, refinamento e humanidade”, contextualiza Paulo. A personagem monta a decoração a partir da necessidade da mudança, com seus hábitos e gostos de nobreza clássica. Segundo a pesquisa feita pela equipe, a Condessa recebia semanalmente produtos importados europeus, como louça, prataria e móveis. O serviço na casa dela é à francesa e, por isso, há um cuidado maior com as peças e na forma de servir. Os objetos são sempre com dourado e têm os melhores acabamentos, com o design mais arrojado para a época.

Ao contrário da Condessa, Tonico (Alexandre Nero) é o personagem que tenta ostentar, mas não sabe usar peças caras e típicas da nobreza. “Ele é o corrupto, vem com o dinheiro de herança do pai, mas é um cara tardio, sempre tentando fazer manobras”, descreve o cenógrafo. Em sua casa, a produção de arte optou pelos metais rústicos, como o cobre e o estanho. 

Rusticidade também é a marca do cenário da Taberna dos Porcos, que existia em ‘Novo Mundo’ e pontua também a passagem dos anos entre as duas novelas. Continuará sendo uma taberna muito antiga e em ruínas, por isso há muito reaproveitamento dos utensílios do cenário anterior. 

Além dos cenários nos Estúdios Globo, a trama teve gravações, antes do início da pandemia, em locações externas na Chapada Diamantina, na Bahia, para as cenas das expedições de Dom Pedro II e Teresa Cristina, e em fazendas em Barra do Piraí e Rio de Flores, no Rio de Janeiro. Lá, em três fazendas grandiosas, foram gravadas cenas importantes dos núcleos das famílias de Luísa (Mariana Ximenes), Tonico (Alexandre Nero) e Pilar (Gabriela Medvedovski). Nas propriedades, originalmente produtoras de café, a cenografia fez pequenas interferências para retratar uma realidade do Nordeste, em uma época mais colonial. “Fizemos pequenas alterações em função do technicolor, tratamento que será usado na novela. Retiramos esquadrilhas modernas e alteramos alguns tons para ficar mais adequado. Pintamos paredes e fachadas para dar um toque de vivência. Foi um desafio e uma escolha muito acertada para a questão estética da obra”, conta Paulo. Nessas casas, há uma ausência da presença feminina, pois os personagens são viúvos, como é o caso dos coronéis Eudoro (José Dumont) e Ambrósio (Roberto Bomfim). Há muito dinheiro e pouco refinamento, o que será percebido nos detalhes como a louça, que mistura porcelana e barro, e a decoração simples dos cômodos. 

 

A cultura da época no figurino sustentável e na caracterização realista

Com mais de 35 anos de carreira, cerca de 50 novelas na TV Globo, sendo 15 delas retratando o século XIX, Beth Filipecki assina, com Renaldo Machado, o rico figurino de ‘Nos Tempos do Imperador’. Por se tratar de uma história fictícia, mas com alguns personagens reais, o compromisso do figurino é com a honestidade. Segundo Beth, assim como a trama e as demais áreas de produção, a intenção é que, com base nas pesquisas e na história real, o público tenha a oportunidade de ver figurinos da época e conheça mais sobre os personagens. A produção das roupas é toda feita nos Estúdios Globo, sendo 70% do material oriundo do acervo, que passa por uma customização em função dos tons da novela. “Fizemos um reaproveitamento total do acervo, mas mexemos nesse original. Também estamos evitando produzir lixo. Tecemos os fios na medida, e estamos construindo um figurino sustentável”, destaca Beth. Outra curiosidade é que cada personagem feminina tem uma cor predominante nas roupas, de acordo com seu perfil.

Em parceria com o figurino, a caracterização da novela é conduzida por Lucila Robirosa, responsável por manter o tom épico e realista dos personagens. Uma atenção à essência de cada personagem foi fundamental para a composição do visual como um todo. No caso de Dom Pedro II (Selton Mello), fica claro que foi um homem que não priorizava a roupa ou o visual. A caracterização do personagem foi inspirada em fotos históricas e promete chamar a atenção do público. “Selton usa lentes azuis claras e terá momentos diferentes a cada passagem de tempo. Mais novo, estará com a sobrancelha marcada e barba castanha. 

Na fase seguinte, Selton quase não usa caracterizações. Após a Guerra do Paraguai, se perceberá um envelhecimento, com o cabelo branco e uma longa barba branca, que demora quatro horas para ser preparada”, detalha Lucila. Beth complementa: “Dom Pedro II tinha uma aparência mais austera, sem interesse na competição da moda, mas cultuava barbas, bigode, um símbolo de masculinidade. Fazia questão de ter um traje puído e conquistar seu lugar através do trabalho”. Já a Imperatriz Teresa Cristina (Leticia Sabatella) segue o estilo comedido do Imperador, com vestidos em tom azul e diferentes perucas, que variam o penteado. A princesa Leopoldina (Melissa Nóbrega/Bruna Griphao) surge de lilás, e Isabel (Any Maia/Giulia Gayoso), de azul claro. 

A Condessa de Barral (Mariana Ximenes), por sua vez, foi criada para que tivesse muita distinção, vivesse e soubesse se portar em qualquer lugar, assim como se vestir em diferentes ocasiões, sem exageros. Mariana Ximenes escureceu o cabelo para interpretá-la, usa lentes escuras e conta com cinco perucas diferentes, que mudam de acordo com os penteados. Os vestidos da Condessa são de seda pura, mais sofisticados, em tons predominantemente verdes. Através da pesquisa ampla feita pela equipe, seu figurino busca traduzir o empoderamento da mulher também nas roupas da época, o que é representado nos trajes da jovem Pilar (Gabriela Medvedovski), por exemplo. A personagem é mais despojada e não usa espartilhos. O amarelo é a cor escolhida para ela, em tecidos mais rústicos e com elementos masculinos, simbolizando sua luta por espaços que, na época, não eram das mulheres. “Ela representa a luz solar, a ideia da esperança, o que reproduz a liberdade. É progressista, está com a cabeça voltada para ser a primeira médica do Brasil. Junto com a irmã Dolores (Daphne Bozaski) foi criada sem mãe e sem afeto, por isso construímos um figurino mais seco, sem bordados, enquanto estão na fazenda”, conta Beth. 

Na época, as classes em ascensão procuravam imitar os padrões dos grupos mais elevados, o que poderá ser visto nos figurinos de personagens como Jorge/Samuel (Michel Gomes). No início da trama, ele é um homem escravizado, até ser ajudado pela Condessa de Barral (Mariana Ximenes), quando passa a usar as vestimentas de Eugênio (Thierry Tremouroux): camisa, calça, chapéu e sapato. Por isso, ao chegar à Corte, ele aparenta ser um proprietário rural e não um homem da cidade. Na sequência, após ser acolhido por Dom Olu (Rogério Brito), na região da Pequena África, vai usar roupas com elementos africanos. Neste núcleo, o conceito de liberdade passa por todos os personagens. Segundo a figurinista, o trançado do cabelo e nos tecidos representa a prisão. Quando as personagens se tornam livres, soltam as tranças, os nós e usam roupas mais soltas. “Temos a oportunidade de mexer nas roupas no corpo desses personagens para refletir seus níveis de liberdade”, detalha Beth. 

Tonico (Alexandre Nero) é outro personagem cujo figurino passa por uma mudança, sempre retratando sua esquisitice. Quando está na fazenda, usa muitas peças em couro e outros materiais pesados, está sempre de botas. Quando chega à Corte e é eleito Deputado, começa a se preocupar mais com a aparência.

Essa mudança de visual com a chegada à cidade ganha ares cômicos na interpretação do casal João Batista (Ernani Moraes) e Lota (Paula Cohen). Recém-chegados do interior, compram tudo o que é novidade, mas têm de aprender a usar, sempre buscando seguir o exemplo da nobreza. Lota não está natural com suas roupas, parece usar uma armação. Batista passa por isso também. Não sabe ficar dentro das roupas e estranha. “Lota vai ter perucas e apliques diferentes. Era a época do cabelo dividido ao meio e os cachos. Ela usa roupas com recortes em andares, crinolina, armação de baixo, mas toda caracterização da Família Pindaíba representa o exagero”, completa Beth.

Outro núcleo divertido que chama a atenção pelo figurino e a caracterização é o dos personagens Licurgo (Guilherme Piva) e Germana (Vivianne Pasmanter), que dão continuidade ao sucesso de ‘Novo Mundo’ e herdam as roupas da produção anterior. “Eles estão mais velhos, enrugados, maltratados, mas continuam porcos, sujos. Representam o que resta, mas com muita energia. A gente manteve tudo o que trouxeram, mas com adaptações. No lugar da roupa de cima, agora Germana está de ceroula. Temos todo cuidado e carinho com esses dois personagens”, explica Beth. Vivianne Pasmanter usará uma peruca inteira e grisalha, diferente dos apliques da novela anterior. Além disso, terá manchas, pelos no rosto e verruga. Já Licurgo (Guilherme Piva) estará careca e com psoríase na cabeça. Ambos estarão quase sem dentes, com dentaduras. Com tantos efeitos, a dupla leva cerca de três horas para se caracterizar. 


PERSONAGENS  

 

Núcleo Corte

Dom Pedro II (Selton Mello) – Imperador do Brasil, viajante, querido pelo povo, trabalha pelo progresso do país e para ampliar os horizontes da população investindo na educação. Tem ao seu lado a Imperatriz Teresa Cristina (Leticia Sabatella), com quem tem as filhas Leopoldina (Melissa Nóbrega/Bruna Griphao) e Isabel (Any Maia/Giulia Gayoso), fruto de um casamento político. Ao conhecer a preceptora de suas filhas, Luísa (Mariana Ximenes), a Condessa de Barral, é arrebatado pela sua força e beleza. Através de Luísa também conhece o casal Pilar (Gabriela Medvedovski) e Jorge/Samuel (Michel Gomes), a quem apoiará na realização dos seus sonhos.

Teresa Cristina (Leticia Sabatella) – Imperatriz do Brasil. Casada com o Imperador Dom Pedro II (Selton Mello). Mãe de Leopoldina (Melissa Nóbrega/Bruna Griphao) e Isabel (Any Maia/Giulia Gayoso). Protege a família acima de tudo e apoia o Imperador nas decisões que envolvem o progresso do Brasil. Foi a grande responsável pela criação do acervo arqueológico nacional, incentivadora das artes e da imigração italiana para o Brasil.

Isabel (Any Maia/Giulia Gayoso) – Princesa do Brasil, futura regente. Filha de Dom Pedro II (Selton Mello) e Teresa Cristina (Leticia Sabatella), é mais responsável que a irmã, Leopoldina (Melissa Nóbrega/Bruna Griphao). Admira muito Luísa, a Condessa de Barral (Mariana Ximenes). 

Leopoldina (Melissa Nóbrega/Bruna Griphao) – Princesa do Brasil. Filha de Dom Pedro II (Selton Mello) e Teresa Cristina (Leticia Sabatella), é impetuosa e tem o apelido de Dina. Irmã de Isabel (Any Maia/Giulia Gayoso).

Lurdes (Lu Grimaldi) – Tem o título de Baronesa de Seropédica. É uma criada antiga do Palácio. Chegou ao Brasil com a futura Imperatriz Leopoldina e, após sua morte, acompanhou o crescimento de Dom Pedro II (Selton Mello). Tem muito carinho pelo Imperador.

Nicolau (Cassio Pandolfh) – Mordomo do Palácio de Dom Pedro II (Selton Mello). Tem um carinho especial por Lurdes (Lu Grimaldi). 

Celestina (Bel Kutner) – Dama-de-companhia de Teresa Cristina (Leticia Sabatella). Possui o título de Baronesa de Urú. É muito fiel à Imperatriz e vive às turras com Lurdes (Lu Grimaldi). 

Gastão (Daniel Torres) – Francês, vem ao Brasil para se casar com Isabel (Giulia Gayoso). Tem o título de Conde D’Eu.

Augusto (Gil Coelho) – Vem ao Brasil a pedido da Imperatriz Teresa Cristina (Leticia Sabatella) para se casar com Isabel (Giulia Gayoso), mas acaba se apaixonando por Leopoldina (Bruna Griphao). É o Duque de Saxe-Coburgo.

Luísa (Mariana Ximenes) – Possui o título de Condessa de Barral. Baiana, é casada com Eugênio (Thierry Tremouroux) e mãe de Dominique (Thor Becker). É uma mulher moderna, empoderada e foi educada na Europa, por isso domina diversos assuntos e sabe muito bem aonde quer chegar. É convidada por Dom Pedro II para ser preceptora das princesas Leopoldina (Melissa Nóbrega/Bruna Griphao) e Isabel (Any Maia/Giulia Gayoso). Ao conhecê-la, o Imperador se vê arrebatado. Luísa também é a responsável por apresentar Pilar (Gabriela Medvedovski) e Jorge/Samuel (Michel Gomes) a Dom Pedro II.

Eugênio (Thierry Tremouroux) – Conde de Barral. É casado com Luísa, a Condessa de Barral (Mariana Ximenes), com quem tem o filho Dominique (Thor Becker). Se incomoda com a proximidade entre Dom Pedro II (Selton Mello) e a Condessa.

Dominique (Thor Becker) – Filho de Luísa (Mariana Ximenes) e Eugênio (Thierry Tremouroux). 

Justina (Cinara Leal) – Trabalha na casa de Eugênio (Thierry Tremouroux) e Luísa (Mariana Ximenes), e é confidente da Condessa. Ajuda a cuidar de Dominique (Thor Becker). Era escrava do coronel Ambrósio (Roberto Bomfim), mas foi comprada pelo pai de Luísa.

Luís Alves Lima e Silva (Jackson Antunes) – Marquês e futuro Duque de Caxias, é presidente do Conselho da Câmara dos deputados. Muito próximo a Dom Pedro II (Selton Mello).

Nino Sorrento (Raffaelle Casuccio) – Jornalista italiano de uma publicação republicana, é opositor de Dom Pedro II (Selton Mello). 

Solano López (Roberto Birindelli) – Comandante das tropas do Paraguai, é um dos principais inimigos de Dom Pedro II (Selton Mello). Ameaça o Imperador e, ao propor uma aliança com o Brasil, pede a mão da princesa Isabel (Any Maia/ Giulia Gayoso) em casamento.

 

Núcleo das Fazendas

Coronel Eudoro (José Dumont) – Viúvo, fazendeiro e coronel da Bahia. É pai de Pilar (Gabriela Medvedovski) e Dolores (Daphne Bozaski). Manteve Pilar em um convento e prometeu a mão da filha em casamento para o filho de seu compadre Ambrósio (Roberto Bonfim), Tonico (Alexandre Nero). Não apoia Pilar na decisão de entrar para a faculdade de Medicina. 

Pilar (Gabriela Medvedovski) – Filha de Eudoro (José Dumont) e irmã de Dolores (Júlia Freitas/Daphne Bozaski). Perdeu a mãe quando era criança. Passou muitos anos em um convento e enfrenta, desde pequena, o peso de ser uma mulher do século XIX. Sonha em se tornar médica, mas o objetivo de seu pai é que ela se case com Tonico (Alexandre Nero). No entanto, tem um encontro especial com Jorge/Samuel (Michel Gomes) e se apaixona por ele. 

Dolores (Júlia Freitas/Daphne Bozaski) – Filha de Eudoro (José Dumont) e irmã de Pilar (Gabriela Medvedovski), sofre quando a irmã vai embora para o Rio de Janeiro. Será prometida em casamento para Tonico (Alexandre Nero) e usada para um plano contra Pilar e Jorge/Samuel (Michel Gomes).

Jorge/Samuel (Michel Gomes) – Filho bastardo do coronel Ambrósio (Roberto Bomfim), de quem foi escravo, e irmão de Tonico (Alexandre Nero). Homem corajoso e honesto, acredita na integração entre negros e brancos. Luta para se tornar livre. Fugitivo, esconde sua verdadeira identidade e, com a ajuda da Condessa de Barral (Mariana Ximenes), passa a se chamar Samuel. No primeiro encontro com Pilar (Gabriela Medvedovski), durante uma fuga, se apaixona por ela.

Coronel Ambrósio (Roberto Bomfim) – Fazendeiro e coronel na Bahia. Pai de Tonico (Alexandre Nero) e Jorge/Samuel (Michel Gomes). Vendeu Jorge/Samuel, quando ele ainda era criança. 

Tonico Rocha (Alexandre Nero) – Formou-se em Direito em Pernambuco ao lado de Nélio (João Pedro Zappa). Ao retornar para a fazenda do pai, o coronel Ambrósio (Roberto Bomfim), candidata-se a deputado pela Bahia. É irmão de Jorge/ Samuel (Michel Gomes), mas não sabe desse parentesco, afinal, o jovem é fruto do relacionamento do pai com uma escrava. Fica noivo de Pilar (Gabriela Medvedovski) e, com a fuga dela, exige um compromisso com Dolores (Daphne Bozaski) para se vingar. Conheceu Dom Pedro II (Selton Mello) ainda na infância.

 

Família Pindaíba

João Batista Pindaíba (Ernani Moraes) – Marido de Carlota Maria (Paula Cohen), a Lota, e pai de Bernardo (Gabriel Fuentes) e Nélio (João Pedro Zappa), braço-direito de Tonico (Alexandre Nero). É dono de uma pequena propriedade rural em Pindamonhangaba, que vem aumentando graças à grilagem. Viaja com Lota para a corte em busca de títulos e de uma aproximação com os Imperadores. João Batista se interessa por Lupita (Roberta Rodrigues) ao conhecer a escrava nas ruas da cidade.

Carlota Maria Pindaíba (Paula Cohen) – Mais conhecida como Lota. Casada com João Batista (Ernani Moraes), é mãe de Bernardo (Gabriel Fuentes) e Nélio (João Pedro Zappa). Mora em Pindamonhangaba com o marido, mas viaja com ele para o Rio de Janeiro. Sonha em ter um título da nobreza.

Bernardo Pindaíba (Gabriel Fuentes) – Filho de João Batista (Ernani Moraes) e Lota (Paula Cohen). É irmão de Nélio (João Pedro Zappa). Passou alguns anos estudando em um colégio interno. 

Nélio (João Pedro Zappa) – Formou-se na faculdade de Direito, em Pernambuco, com Tonico (Alexandre Nero), de quem é o braço direito. Filho de João Batista (Ernani Moraes) e Lota (Paula Cohen). É irmão de Bernardo (Gabriel Fuentes).

Lupita (Roberta Rodrigues) – É escravizada pelo policial Borges (Danilo Dal Farra) e tem a responsabilidade de denunciar fugas de outros escravizados na Pequena África. Vende cocada pelas ruas da Corte e se envolve com João Batista (Ernani Moraes). 

 

Núcleo Taberna/Cassino

Quinzinho (Augusto Madeira) – Filho de criação de Joaquim e Elvira, personagens de ‘Novo Mundo’, cresceu cuidando da Taberna dos Porcos ao lado de Licurgo (Guilherme Piva) e Germana (Vivianne Pasmanter). É casado com Clemência (Dani Barros) e pai dos gêmeos Prisca (Maria Carolina Basilio) e Hilário (Thao de Almeida). Também cuida das propriedades da irmã de consideração, Vitória (Maria Clara Gueiros), e luta para a taberna não ser demolida com o progresso da cidade. Além disso, sonha em construir um cassino no local. Está sempre dando um jeitinho para resolver seus problemas.

Clemência (Dani Barros) – Casada com Quinzinho (Augusto Madeira) e mãe dos gêmeos Prisca (Maria Carolina Basilio) e Hilário (Theo de Almeida). Ajuda o marido a manter a Taberna dos Porcos e a cuidar de Licurgo (Guilherme Piva) e Germana (Vivianne Pasmanter), que se passam por inválidos para dar golpes no casal.

Licurgo (Guilherme Piva) – Mora na Taberna dos Porcos com Germana (Vivianne Pasmanter), com quem é casado há muitos anos, e com o casal Quinzinho (Augusto Madeira) e Clemência (Dani Barros). Acha que sabe cozinhar, mas seus feitos continuam sendo rejeitados. Se passa por inválido para enganar Quinzinho e Clemência e aplicar golpes no casal. Continua sendo a personificação do “jeitinho brasileiro” de se dar bem e de tirar vantagem em cima dos outros.

Germana (Vivianne Pasmanter) – Casada com Licurgo (Guilherme Piva), perturba a vida dele e do casal Quinzinho (Augusto Madeira) e Clemência (Dani Barros) na Taberna dos Porcos. Como o marido, se passa por inválida para enganar Quinzinho e Clemência. Continua autoritária, preguiçosa e mandona.

Prisca (Maria Carolina Basilio) – Filha de Quinzinho (Augusto Madeira) e Clemência (Dani Barros). Irmã gêmea de Hilário (Theo de Almeida).

Hilário (Theo de Almeida) – Filho de Quinzinho (Augusto Madeira) e Clemência (Dani Barros). Irmão gêmeo de Prisca (Maria Carolina Basilio).

Vitória (Maria Clara Gueiros) – Filha de Ana e Joaquim, personagens de ‘Novo Mundo’. Irmã de criação de Quinzinho (Augusto Madeira). Volta para o Brasil depois de alguns anos fora do país para trabalhar no museu particular da Imperatriz Teresa Cristina (Leticia Sabatella).

 

Núcleo Pequena África 

Dom Olu (Rogério Brito) – Rei da Pequena África. Casado com Cândida (Dani Ornellas), é pai de Zayla (Alana Cabral/Heslaine Vieira). É escultor, tem o respeito de Dom Pedro II (Selton Mello) e protege os negros alforriados ou que conquistaram sua própria liberdade, oferecendo abrigo na Pequena África. Ajuda Jorge/Samuel (Michel Gomes) nos primeiros dias dele na corte, tornando-se seu grande amigo e conselheiro. 

Cândida (Dani Ornellas) – Líder espiritual da Pequena África. Casada com Dom Olu (Rogério Brito), é mãe de Zayla (Alana Cabral/Heslaine Vieira). Acolhe Jorge/Samuel (Michel Gomes) e fica muito próxima dele e de Pilar (Gabriela Medvedovski). 

Zayla (Alana Cabral/Heslaine Vieira) – Filha de Dom Olu (Rogério Brito) e Cândida (Dani Ornellas). Tem um carinho especial por Jorge/Samuel (Michel Gomes) e convive muito com Guebo (João Victor Menezes/ Maicon Rodrigues). 

Baltazar (Alan Rocha) – É casado com Abena (Mary Sheyla), com quem tem o filho Guebo (João Victor Menezes/Maicon Rodrigues). Mora na Pequena África com a família e, ao lado da esposa, ajuda a organizar a fuga de alguns escravizados. Oferece o primeiro emprego a Jorge/Samuel (Michel Gomes), ao lado de Abena (Mary Sheyla). Também é parceiro musical do jovem.

Abena (Mary Sheyla) – Casada com Balthazar (Alan Rocha), é mãe de Guebo (João Victor Menezes/Maicon Rodrigues). É lavadeira e, com o marido, ajuda na fuga de escravizados. 

Guebo (João Victor Menezes/Maicon Rodrigues) – Filho de Baltazar (Alan Rocha) e Abena (Mary Sheyla), mora na Pequena África e tem um carinho especial por Zayla (Alana Cabral/ Heslaine Vieira). 

Lupicínio Borges (Danilo Dal Farra) – Policial, persegue os negros que frequentam as ruas da cidade sem documentos. Mantém Lupita (Roberta Rodrigues) como sua escravizada. 

 

Outros personagens 

Barão de Mauá (Charles Fricks) – Deputado, é oponente de Tonico (Alexandre Nero). 

José De Alencar (Alcemar Vieira) –Escritor, deputado pelo Ceará e opositor político de Dom Pedro II.

Naiza (Juliane Cruz) – Escrava de Eudoro (José Dumont). 

Madre Irmã Zoé (Flavia Guedes) – Madre da Santa Casa, onde Pilar (Gabriela Medvedovski) vai estudar. 

Salustiano (Alexandre Zachia) – Jagunço do coronel Ambrósio (Roberto Bomfim).  

Coronel Floriano (Lucci Ferreira) – Marido de Jerusa (Carolina Ferman).

Jerusa (Carolina Ferman) – Esposa de Floriano (Lucci Ferreira). Se envolve com Tonico (Alexandre Nero). 



.: Paola Rabetti dá vida a vocalista Tomika em “School of Rock”


A atriz revelação do PROFESTEATRO 2020 volta aos palcos, desta vez dando vida a vocalista Tomika em "School of Rock", parceria do Estúdio Broadway Morumbi e The Musical Company.

Premiada como atriz revelação no PROFESTEATRO 2020, a atriz Paola Rabetti se destaca em mais um dos seus trabalhos, desta vez como Tomika no musical “School of Rock”. Baseado no filme de 2003, escrito por Mike White, "School of Rock" conta a história de Dewey Finn, um roqueiro amador e fracassado. Cheio de dívidas para pagar ele finge ser seu melhor amigo Ned Schneebly, e trabalha como professor substituto em uma conservadora escola, lá o roqueiro descobre um talento musical incomum em seus alunos. Então Dewey forma um grupo escolar na tentativa de provar que todos estavam errados e vencer a “Batalha das Bandas”.

Paola Rabetti dá vida a Tomika, revezando o papel com outras amigas de elenco em algumas apresentações. Tomika é uma das estudantes de Horace Green, que acaba se tornando a vocalista da banda.

Trazendo mais um blockbuster diretamente da Inglaterra, o Estúdio Broadway Morumbi apresenta "School of Rock - O Musical". Em parceria com a consolidada The Musical Company, o espetáculo tem direção geral de Fernanda Chamma, músicas do premiado Andrew Lloyd Webber e texto de Julian Fellowes. A versão brasileira é assinada por Mariana Elisabetsky e Victor Mühlethaler. Na direção e coreografia da Next Generation respectivamente estão Arthur Berges e Fabrício Negri, ambos integrantes do elenco na versão oficial brasileira. O maestro Renan Achar, também integrante da montagem oficial no país, assina a direção musical da obra que promete surpreender amantes do clássico ao rock n’roll.

Paola Rabetti é atriz e cantora. Já participou do elenco dos espetáculos “Marias do Brasil”, com direção de Fernanda Chamma, onde interpretou a Maria Louca, e do mega espetáculo de natal “A Christmas Carol”, também com direção de Fernanda Chamma. Em 2020 teve a temporada de “Achados e Perdidos” interrompida por conta da pandemia do Coronavírus, mas mesmo assim foi premiada como atriz revelação no PROFESTEATRO 2020. A temporada de “School of Rock”, licenciada para o Brasil, terá todos os protocolos de segurança exigidos pela OMS.


Serviço:
"School of Rock - O Musical"
Estreia dia 24 de julho.
Sábados e domingos, às 15h e às 18h.
Curta temporada.
Espaço Cultural Cassio Gabus Mendes – S.P. Futebol Clube – Estádio do Morumbi, Av. Jules Rimet, Portão 07.
Ingresso: R$ 50 (meia) e R$ 100 (inteira).
Vendas pelo site: https://www.eventbrite.com/o/estudio-broadway-33894954373
Duração: 110 minutos.
Gênero: musical.
Classificação: livre.


Ficha técnica:
"School of Rock - O Musical"
Músicas: 
Andrew Lloyd Webber.
Letras: Glenn Slater.
Texto: Jullian Fellowes.
Versão brasileira: Mariana Elisabetsky e Victor Mühlethaler.
Direção geral: Fernanda Chamma.
Direção: Arthur Berges.
Direção musical: Renan Achar.
Coreografia e direção residente: Fabrício Negri.
Produção executiva: Claudia Lima.
Direção de produção: Renata Alvim.
Realização: Estúdio Broadway Morumbi.


domingo, 1 de agosto de 2021

.: Ney Matogrosso e a música gravada pelo artista mais tocada no Brasil

Levantamento do Ecad aponta também as músicas que o cantor mais gravou ao longo da carreira. Foto: divulgação


Ney Matogrosso é um artista que coloca a sua voz, o seu corpo e a sua interpretação a serviço da cena musical, o que o torna um dos importantes representantes da música brasileira. Neste domingo, dia 1º de agosto, ele completará 80 anos e, em homenagem, o Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) fez um estudo sobre as músicas gravadas e interpretadas por ele que mais tocaram nos últimos anos no Brasil.

 "Poema", de autoria de Frejat e Cazuza, foi a música interpretada por Ney Matogrosso mais tocada nos últimos cinco anos nos principais segmentos de execução pública. Já "Sangue latino" e "Pro dia nascer feliz" foram as músicas que o artista mais gravou na carreira.

Ney Matogrosso tem 951 gravações cadastradas no banco de dados do Ecad. Apesar de ter feito carreira como intérprete, uma curiosidade é que o artista é autor de quatro músicas, escritas em parceria com outros autores. São elas "Dívidas de amor" (autoria com Leoni); "Lindo anjo" (com Marcello Mello); "Vertigem" (com Paulo Ricardo e Luiz Schiavon); e "Orgulho" (versão da música de autoria de Nelson Wederynd e Waldir Rocha). A única que ele já gravou foi "Dívidas de amor". 

Ney de Souza Pereira nasceu em Bela Vista (MS), no dia 1º de agosto de 1941. O nome artístico Ney Matogrosso foi adotado na década de 70, época em que fez parte do grupo Secos & Molhados, com João Ricardo e Gerson Conrad.

O artista é filiado à União Brasileira de Compositores (UBC), uma das sete associações que administram o Ecad. Nos últimos cinco anos, mais de 90% de seus rendimentos em direitos autorais foram provenientes dos segmentos de TV e Rádio. O diretor executivo da UBC, Marcelo Castello Branco, falou sobre o artista.

"Ney é o intérprete mais visceral, honesto e preciso entre muitas gerações de grandes vozes. Transgressor quando ninguém se atrevia, mas sempre prodigioso em delicadezas vocais", disse Castello Branco.

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Ranking de músicas interpretadas por Ney Matogrosso mais tocadas nos últimos cinco anos nos principais segmentos de execução pública (Rádio, Sonorização Ambiental, Casas de Festa e Diversão, Carnaval, Festa Junina, Show e Música ao Vivo)


Posição | Música | Autores

1. Poema: Frejat / Cazuza

2. Sangue latino: João Ricardo / Paulinho Mendonça

3. Tanto amar: Chico Buarque

4. Balada do louco: Arnaldo Baptista / Rita Lee

5. Rosa de Hiroshima: Gerson Conrad / Vinicius de Moraes

6. Promessas demais: Zeca Barreto / Paulo Leminski / Moraes Moreira

7.Um pouco de calor: Dan Nakagawa

8. Flores astrais: João Ricardo / João Apolinário

9. Amor objeto: Rita Lee / Roberto de Carvalho

10. O vira: João Ricardo / Luhli

11. Bachianas brasileiras n. 2. Villa Lobos

12. Amor perfeito: Paulo Massadas / Robson Jorge / Miguel / Lincoln Olivetti / Michael Sullivan

13. Homem com h: Antonio Barros

14. Vida vida: Guilherme Maia / Zeca Barreto / Moraes Moreira

15. Por debaixo dos panos: Cecéu

16. Jeito de amar: Mauro Kwitko / Pisca

17. Ex-amor: Martinho da Vila

18. Amor: João Ricardo / João Apolinário

19. Não existe pecado ao sul do Equador: Ruy Guerra / Chico Buarque

20. Viajante: Thereza Tinoco

 

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Posição | Música | Autores


1. Sangue latino: João Ricardo / Paulinho Mendonça

Pro dia nascer feliz: Frejat / Cazuza

2. Não existe pecado ao sul do Equador: Ruy Guerra / Chico Buarque

Por que a gente é assim: Ezequiel Neves / Frejat / Cazuza

3. Rosa de Hiroshima: Gerson Conrad / Vinicius de Moraes

Da cor do pecado: Bororo

4. Balada do louco: Arnaldo Baptista / Rita Lee

Bandolero: Lucina / Luhli

5. Iracema: Adoniran Barbosa

Assim assado: João Ricardo

Ex-amor: Martinho da Vila

Amor: João Ricardo / João Apolinário

Folia no matagal: Eduardo Dussek / Luiz Carlos Góes

O vira: João Ricardo / Luhli

Floresta do Amazonas: Villa Lobos

Isso não vai ficar assim: Itamar Assumpção


.: "American Horror Stories" tem "Drive In" apocalíptico lotado de esfomeados


Por: Mary Ellen Farias dos Santos 

Em agosto de 2021


"American Horror Stories" estreou com uma história de amor ambientada na amada Murder House. Contudo, a homenagem em episódio duplo é bem mais branda, pois é a seguinte nova história de AHStories em que o horror e a euforia do sexo juvenil explodem na tela. Em "Drive In", Chad (Rhenzy Feliz) e Kelley (Madison Bailey) são namorados e ele, como todo jovenzinho está afoito para deixar de ser virgem, enquanto que ela ainda não está à vontade com a ideia.

Os amigos que fiscalizam e cobram a concretização do ato sexual, sugerem que Chad leve a namorada para assistir o filme "proibidão" "Rabbit Rabbit". Qual é a lenda em torno da película? Não é algo similar ao clássico "O Chamado" e nenhuma menina irá sair do poço para matar alguém após sete dias. 

Muito pelo contrário, é ainda mais assustador. Assim que a plateia é exposta a tantas imagens fortes, o que faz parte de uma experiência, começam a agir iguais a zumbis e até devoram umas as outras. Quem é o criador de tal proeza? O cineasta Larry Bitterman (John Carroll Lynch, quem deu vida ao palhaço Twisty de  "American Horror Story: Freak Show" e  "American Horror Story: Cult").

Como adolescente tem a certeza da imortalidade e ignora o que não tem, tecnicamente sentido ao seu interesse, nenhum jovem dá bola para a história que estava esquecida. Considerando que o medo de Kelley, durante a sessão no drive-in será o ingrediente necessário para que Chad consiga fazer sexo com a moça, todos marcam presença no drive in da cidade.


Eis que na fila para a entrada, antes da exibição, um aviso aos berros é dado por uma sobrevivente de uma exibição nos anos 90: Rabid Ruth. E quem é a intérprete dessa personagem? Naomi Grossman, quem interpretou a inesquecível Pepper em "American Horror Story: Asylum" e "American Horror Story: Freak Show". Ela não muda a ideia de ninguém e permanece no alambrado, com tempo suficiente de reforçar o perigo que o filme representa para Chad e Kelley.

E todo aquele blá blá blá sobre a reação gerada do filme no público é confirmada e é aí que "Drive In" vira mais do que um episódio de "American Horror Stories". Embora aconteça nos tempos atuais e tenha toda a tecnologia moderna, há uma pegada vintage na produção, tal qual uma homenagem aos clássicos filmes de terror. Aliás, tem até um toque de filme de ação quando o casalzinho resolve tudo com as próprias mãos, ou seja, pune quem está errado na história. Com direito a explosão!



Num misto de casal justiceiro, os jovens resolvem o problema enquanto a zumbizada enlouquece. "Drive In" é mais do que um episódio isolado de AHStories com uma história de arrepiar, mas também um alerta crítico a respeito do consumo de produções digitalizadas -o que aconteceu muito em tempos de pandemia. Caso não curta sangue jorrando a torto e a direita, evite. Aos fãs de terror pesado, o episódio é extremamente empolgante!


Seriado: American Horror Stories
Temporada: 1
Episódio 3: "Drive In"
Exibido em: 22 de julho de 2021, EUA.
Elenco: Rhenzy Feliz, Madison Bailey, Ben J. Pierce, Naomi Grossman, Leonardo Cecchi, Kyle Red Silverstein, Amy Grabow, Adrienne Barbeau, John Carroll Lynch 



* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do www.photonovelas.com.br. Twitter:@maryellenfsm


.: "American Horror Stories" antecipa Natal com "The Naughty List"

Abertura de "Drive In"





.: Fran Ferraretto, a fantástica atriz em uma máquina de sonhos


Por 
Helder Moraes Miranda, editor do Resenhando.

Redundância afirmar que a atriz Fran Ferrareto é uma atriz fantástica. Mas é indiscutível que ela tem o dom de transformar tudo o que toca, observa ou participa em arte. E é assim, adentrando em uma máquina de sonhos cujo adjetivo é o mesmo que abre esta entrevista, que ela retorna para as artes e os braços do grande público. Fran Ferraretto é uma das atrações imperdíveis do seriado "A Fantástica Máquina de Sonhos", uma homenagem ao SBT, canal de Silvio Santos, que não só voltou a funcionar, como está cheio de novidades, que estreia na próxima terça-feira, dia 3 de agosto, no canal TVZyn

Na pele de Jorgina, uma personagem humana e cheia de autenticidade, ela participa desta aventura que pode ser assistida às terças e quintas-feiras, às 19h, pela internet. A retomada de produtos audiovisiais comprovam que a arte, a cultura e o entretenimento resistem e tornam a vida melhor em um momento tão delicado como o que o mundo inteiro está enfrentando. "Foi muito teste de covid, carinho e diversão. Aproveitem!", afirma a atriz, ao relembrar um pouco dos bastidores.

Além deste trabalho, a magnética Fran Ferraretto tem trabalhos no cinema, como no filme "O Pequeno Mal" ("Petit Mal"), na televisão com o seriado "Feras" (exibido originalmente na MTV e em cartaz na Globoplay), e brilhou no teatro como "A Minicostureira", em que contracenou com Antoniela Canto, Bruno Ribeiro e Mateus Monteiro, e foi dirigida por Cynthia e Débora Falabella, amigas pessoais da artista. Nesta entrevista, ela fala sobre o momento, planos, sonhos e o papel do artista em tempos difíceis.

O que é ser atriz hoje para você?
Ser atriz é tão grandioso, se tornou a ponte para tanta coisa em mim e na minha vida, que nem sei medir ou qualificar em palavras. Mas é o caminho que escolho todo dia!


É diferente do que era ser atriz antes da pandemia?
A pandemia nos alterou como nação, como humanidade, e como atuar é também administrar as nossas transformações, sinto que nada mais é igual. Tive o privilégio de trabalhar durante a quarentena, e os esforços foram muitos, os protocolos, a segurança toda, além da adaptação necessária no set e nas cenas. 

Em um momento tão delicado quanto o que o mundo está passando, e tentando sobreviver, qual é o papel do artista?
Eu acredito no artista que integra sua sociedade, primeiramente como cidadão óbvio, ocupando seus espaços, entendendo seus direitos e deveres. Na extensão de cada profissão existe um papel a ser desempenhado para o coletivo, como atriz penso que minha contribuição pode ser gerando/abrindo debates. Começando por mim sempre!


Você está prestes a estrear o seriado "A Fantástica Fábrica de Sonhos". O que o público pode esperar deste novo trabalho?
Eu tô apaixonada nessa série! Sempre tive uma conexão especial com as crianças, e dentro do meu ofício poder unir mais essa paixão é incrível. Esse projeto foi uma onda de esperança pra mim por vários motivos: voltar a trabalhar, ser um conteúdo para crianças e adolescentes, a personagem é completamente maravilhosa, enfim só coisa boa, com muito trabalho claro. Acho que a trama da série vai alcançar muita gente, a direção foi sensacional nas escolhas, e acima de tudo a gente tava feliz ali, sabe? Isso faz a diferença. Preparem-se vem muita diversão e aventura dessa máquina!


Quais os desafios e como foi a experiência de gravar esta série em plena pandemia? 
Muito medo né? Mas também muita vontade de fazer acontecer. Manter o distanciamento era difícil mas todo mundo respeitou bastante, no entanto que não tivemos nem um caso de covid na equipe durante as filmagens. Desafiador mas deu certo, e agora pra sempre teremos eternizado esse nosso esforço.


O seriado conta a história do SBT. O que há de mais relevante nesta história? Há algum detalhezinho que poucas pessoas sabem? Ou alguma história curiosa sobre as gravações?
Não posso contar muito maaaas a metáfora entre o que estamos vivendo na pandemia e a paralização da emissora foi uma sacada muito legal, o gancho é esse, algo aconteceu com a máquina, o que será?

O que a personagem que irá interpretar tem mais a ver com você e em que ela é mais diferente?Quando chegou o texto pro teste eu pensei: conheço essa pessoa (risos)! Mas claro, tive que buscar muitas outras camadas durante o processo. Ela é boa, genuína e falha. A humanidade dela é real, é bonita porque a gente é assim, né? Não ver personagens perfeitos me dão um alívio (risos). A Jorgina me ensinou sobre a pureza e alegria!

Para você, qual é a importância de sonhar?
Sonhar é o primeiro passo, eu acho. Criar a coisa na cabeça, imaginar, querer, tudo isso faz parte do processo de nascimento de algo que vai nascer um dia. Claro, fazer um sonho virar realidade envolve muita coisa mas começa assim, né? Pelo menos pra mim...

Hoje em dia, qual é o seu maior sonho?
Já faz um tempo que eu sonho isso: trabalhar, continuar trabalhando, trabalhar mais. Eu amo o que eu faço, sou completamente obcecada pelo meu ofício e é o que mais me faz feliz na vida. Então é isso, eu sonho com tudo que ainda pode vir através da minha profissão.

Você afirmou em uma postagem no Instagram que os livros foram uma espécie de refúgio nestes tempos turbulentos. Dentro desse contexto, qual foi o refúgio mais significativo que você encontrou - e de que maneira ele lhe salvou?
Eu li muito mesmo, e foi uma espécie de salvação abrir um mundo novo a cada página. Acho que por ter sido o primeiro durante a quarentena, "Cem Anos de Solidão", do Gabriel García Márquez, marcou bastante! Recomendo!

Qual foi o momento mais desafiador que você enfrentou durante a quarentena?
Aiii, nossa foram tantos! Mas os piores são sempre os da gente com a gente mesmo. Da pele pra dentro.


O que podemos esperar sobre os próximos trabalhos de Fran Ferrareto? 
Tô com muita saudade dos palcos, eu até sonho algumas noites. Abstinência total!


Vem teatro por aí?

Tem um espetáculo muito legal chegando, ele ia estrear mas precisou ser adiado então agora estamos retomando as conversas. Quando puder eu conto mais.  O frio na barriga atualmente tem sido pela estreia de "A Fantástica Máquina de Sonhos", e eu vou amar saber depois o que vocês acharam!



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