domingo, 19 de junho de 2022

.: Romance e festa em "Pessoas São Falhas", o primeiro EP de Meg Pedrozzo

Com produção de Vibox, cantora apresenta combinação audaciosa entre versatilidade e coração. Foto: André Bueno

Do R&B mais romântico ao afrobeat contemporâneo, Meg Pedrozzo apresenta seu primeiro trabalho completo, o EP "Pessoas São Falhas", em sucintos 13 minutos, duração suficiente para mostrar que gravita com facilidade entre diferentes estilos da black music. A cantora, natural do Grajaú, bairro de grande efervescência artística na zona sul de São Paulo, soube medir o clima de romance sério e de pegação na balada com seus temas sobre amor verdadeiro, flertes, festa e convivência. 

Com direção do produtor e multi-instrumentista Vibox, as composições ganharam batidas e arranjos - em especial as linhas de guitarra e baixo - que combinam as estéticas musicais de hoje com inúmeras referências do passado, como a clareza na voz de Meg, que optou por não fazer uso de muitos efeitos vocais para que o trabalho soasse mais orgânico, como os sons de décadas anteriores.

Na faixa de abertura, “O Céu no Mar”, Meg experimenta uma combinação audaciosa, que junta o R&B a um ritmo inspirado em pagode romântico, pontuado pelo trap do beat e pelo soul jazz do piano. Na sequência, com “Vontade”, a produção faz lembrar a célebre parceria de longa data de Missy Elliott com Timbaland, um som naturalmente sexy e repleto de camadas e efeitos para ouvir com atenção de fones.

Com o house funk “A Noite Toda”, a festa - e a paquera - está garantida no melhor estilo baile. Em “Pessoas São Falhas”, a faixa-título e também primeiro videoclipe do EP, é quando Meg faz um genuíno R&B, com influências de Jill Scott e SZA. “Onde Cê Vai”, o encerramento, traz a experimentação com as batidas do afrobeat, funk carioca e referências diferentes, como Burna Boy e a cantora Tems. 

O EP "Pessoas São Falhas" também está sendo lançado com versão visualizer para todas as faixas. Os visuais reforçam a estética de romance tropical das músicas e contam com colagens de elementos citados nas letras, como a TV em “Vontade” e o sol em “O Céu no Mar”, dando um ar de fanzine às artes.

"Este trabalho representa muito para mim. Estou na música há dez anos e já fiz muitas colaborações, mas fazer meu próprio som não tem igual, ainda mais porque chegamos ao resultado que eu queria e tenho muito orgulho de ter produzido junto ao Vibox cada uma dessas músicas que apresento agora, foi ele que deu todo o direcionamento e caprichou na produção musical”, conta ela sobre o aguardado lançamento. O EP "Pessoas São Falhas" já está disponível via OneRPM.

sábado, 18 de junho de 2022

.: Crítica: "Aline: A Voz do Amor" afaga vida e carreira de Celine Dion

Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em junho de 2022

É inegável que o cinema francês entrega produções tocantes. A estreia nas telonas da rede de cinemas Cineflix, longa "Aline: A Voz do Amor", inspirado livremente na história da cantora Celine Dion, é uma belíssima confirmação. Na trama apresentada em 2h 06m, tudo cativa e acontece de modo envolvente com o toque preciso de muita alegria, sem que o público perceba o tempo passar. A produção que não é uma cinebiografia retrata a visão de Valérie Lemercier para a vida da cantora.

Aline Dieu (Valérie Lemercier que além de atuar, assume o roteiro e a direção do longa), a 14ª filha de Sylvette e Anglomard nasce numa família modesta, mas que ama a música e aprecia o talento da menina. Aos 12 anos, grava uma k-7 que é entregue, envolta de uma fitinha vermelha com um laço, para o produtor Guy Claude (Sylvain Marcel). Passado um tempo, é reforçada a necessidade de ouvir a gravação que, de fato, impressiona o empresário.



Assim, Aline Dieu ganha destaque na região, inclusive na TV, agradando com sua voz limpa, a ponto de gravar LPs. Contudo, o produtor percebe que a dona da voz de ouro precisa ter amigos e viver mais, forçando-a a dar uma pausa na carreira. O tempo passa, a jovem amadurece e os dois se reencontram. Assumindo um novo visual, similar ao da personagem Baby do longa "Dirty Dancing: Ritmo Quente".



Enquanto embala o público nas canções de Celine interpretadas por Victoria Sio, em francês e inglês, o longa retrata a história do amor verdadeiro de Aline Dieu. Entretanto, a apaixonada vive cercada pela família e, principalmente, tem a marcação certeira da figura materna, acompanhando seus passos e, claro, usando unhas e dentes para protegê-la, caso seja preciso. Apesar da maledicência, pelo fato de formarem um casal fora do padrão, o que se vê na telona é um lindo conto de fadas. E emociona! Como não se arrepiar ou deixar uma lágrima escorrer quando toca "Let´s Talk About Love"?!


"Aline: A Voz do Amor" é uma linda e sincera homenagem para a dona de uma voz inigualável, Celine Dion, retratada de modo romanceado e muito tocante. Logo, deixa a impressão de que o público é testemunha de momentos marcantes e delicados da vida da cantora, facilitando a compreensão da dura realidade que uma superstar vive: cercada de luxo, com a possibilidade de realizar os desejos que o dinheiro compra, mas não saber como sair sozinha ou chegar a algum lugar, por sempre ter uma limusine com motorista para cumprir compromissos.


Todavia, o longa peca visualmente quando Aline é retratada na fase infantil e juvenil. É impossível não sentir qualquer estranhamento com o rosto de alguém, nitidamente, mais velho no de uma criança. No entanto, por vezes, Valérie Lemercier imprime perfeitamente os trejeitos de Celine, além de ter um figurino similar. A película tem a delicadeza de retratar uma estrela da música além da figura famosa -presa em agendas de compromissos em nome da carreira-, mas o lado filha, irmã, mãe e esposa. "Aline: A Voz do Amor" é um longa imperdível!



Em parceria com a rede Cineflix Cinemas, o Resenhando.com assiste aos filmes em Santos, no primeiro andar do Miramar Shopping. O Cineclube do Cineflix traz uma série de vantagens, entre elas ir ao cinema com acompanhante quantas vezes quiser - uma oportunidade para qualquer cinéfilo. Além disso, o Cinema traz uma série de projetos, que você pode conferir neste link.

*Editora do site cultural www.resenhando.com. É jornalista, professora e roteirista. Twitter: @maryellenfsm


Filme: "Aline: a Voz do Amor" ("Aline")
Diretora: Valérie Lemercier
Duração: 2h06m
Classificação: 10 anos
Ano de produção: 2022
Idioma: francês
Elenco: Valérie Lemercier, Sylvain Marcel e Danielle Fichaud. 


Trailer de "Aline: A Voz do Amor"






.: Crítica: em "Pós-F", amor e raiva fazem Fernanda Young ressurgir no teatro


Por 
Helder Moraes Miranda, editor do Resenhando. 

Assistir "Pós-F" no Teatro Porto é uma experiência sensorial e sinestésica. Em quase uma hora de espetáculo há uma espécie de reencontro, muito esperado, para aqueles que amavam a escritora Fernanda Young e os textos dela, que são personificados na figura de Maria Ribeiro, uma atriz que mede um metro e 61 centímetros, mas que no palco se torna gigante - a ponto de eu sair da peça imaginando que ela é uma mulher alta. 

Não se sabe onde começa a Maria Ribeiro e onde termina a Fernanda Young na peça teatral. Na verdade, o espetáculo não é sobre inícios, nem fins, é sobre mistura e liberdade - e tentar captar em que se complementam e se diferenciam as duas é pura bobagem - no palco, elas são uma só.

A fusão começa logo na entrada, quando o público se depara com uma banquinha com livros de Maria Ribeiro e os dois últimos publicados de Fernanda Young - "Pós-F", como não poderia deixar de ser, e "Posso Pedir Perdão, Só Não Posso Deixar de Pecar", livro póstumo e, ironicamente, o primeiro romance dela.

Quando o espetáculo estreou de maneira híbrida, em 12 de setembro de 2020, eu disse que Fernanda Young - que afirmou que na próxima vida gostaria de voltar como um homem - naquele momento estava representada por uma grande mulher. Mas não imaginava que a apresentação presencial pudesse ser tão impactante. 

Há Fernanda, há Maria, há feminino, há masculino, há amor e raiva, uma combinação tão intensa quanto catártica. E há a maneira como Fernanda olhava através dos olhos de Maria, o que é impressionante, e também o modo como Fernanda falava, a partir da voz de Maria em um trabalho de extremo cuidado, empatia, carinho e generosidade da intérprete com a autora. 

Maria Ribeiro, hoje uma das melhores atrizes de sua geração, brilha em um texto que não é dela, mas que poderia ser. Da boca da atriz saem declarações que percorrem do humor mais àcido à pura poesia: a atuação dela comprova que não é possível imaginar outra atriz à frente deste projeto a não ser ela mesma. O que leva o público pensar que não só a obra de Fernanda Young é apaixonante, quanto a interpretação de uma mulher entregue em cada sílaba até a última palavra.

Afinal, o texto, dirigido com tanta sensibilidade por Mika Lins, também faz parte do que pensa, e do que é, Maria Ribeiro - mesmo quando ela discorda abertamente do que escreveu Fernanda Young e, ao mesmo tempo, afirma que a escritora teria mudado de ideia.

Até o próximo dia 26, aos finais de semana, no Teatro Porto, Fernanda Young ressurge entoada nas palavras de uma artista brilhante. E nesse momento, no Brasil de 2022, é possível afirmar que vivemos em um mundo melhor. Pelo menos durante o espetáculo. E é muito provável que - inspirado na ousadia de três mulheres que fazem a diferença por onde passam, Fernanda Young, Maria Ribeiro e Mika Lins - você também saia de lá com esperança no futuro. É o que precisamos e é o que é necessário.

.: Leia também: O livro favorito de Mika Lins.

Serviço:
"Pós-F"
De 29 de abril a 26 de junho - Sextas e sábados às 20h e domingos às 19h.
Ingressos: R$ 80 plateia / R$ 60 balcão/frisas.
Classificação: 14 anos.
Duração: 50 minutos.

Teatro Porto Seguro
Al. Barão de Piracicaba, 740 - Campos Elíseos - São Paulo.
Telefone: (11) 3366-8700

Bilheteria: aberta somente nos dias de espetáculo, duas horas antes da atração. Clientes Cartão Porto Seguro têm 50% de desconto. Clientes Porto Seguro têm 30% de desconto.}
Vendas: www.sympla.com.br/teatroportoseguro
Capacidade: 
508 lugares.
Formas de pagamento: Cartão de crédito e débito (Visa, Mastercard, Elo e Diners).
Acessibilidade: 10 lugares para cadeirantes e 5 cadeiras para obesos.
Estacionamento no local: Estapar R$ 20 (self parking) - Clientes Porto Seguro têm desconto.


.: "Terror no Estúdio 666", o filme com o lendário elenco da banda Foo Fighters


Chega esta semana às plataformas digitais exclusivamente para aluguel ou compra, o longa “Terror no Estúdio 666” ("Studio 666") misto de terror, comédia e musical baseado em uma história criada por Dave Grohl, líder da lendária banda de rock Foo Fighters, com as atuações de Nate Mendel, Pat Smear, Rami Jaffee, Chris Shiflett e Taylor Hawkins, lançamento Sony Home Entertainment.

No enredo, pressionados pela gravadora para gravar o novo álbum, Dave e os outros integrantes mudam-se para uma mansão em Encino, em Los Angeles. Uma vez lá, aos poucos, Dave se vê confrontado com forças sobrenaturais, que ameaçam tanto a conclusão do álbum como a vida da banda.

Disponível exclusivamente para aluguel e compra nas plataformas digitais, seja Operadora de TV ou Loja Digital “Terror no Estúdio 666” poderá ser visto e revisto quantas vezes quiser dentro do prazo de 48 horas, após dar ‘play’ na opção aluguel. Já na opção compra, o filme digital estará sempre disponível.  Em qualquer uma das escolhas, o consumidor vai assistir ao filme com 100% de segurança, basta ter acesso a uma das plataformas digitais listadas nas especificações abaixo, efetuar o cadastro para alugar ou comprar o filme e pronto.

Ficha técnica:
Filme: 
“Terror no Estúdio 666”
Direção: BJ McDonnell
Roteiro: Jeff Buhler; Rebecca Hughes
Produção: James A. Rota; John Ramsay
Elenco: Dave Grohl; Nate Mendel; Pat Smear; Whitney Cummings; Taylor Hawkins


Especificações
Duração:
106 minutos, aproximadamente
Classificação indicativa: 18 anos
Plataformas digitais de aluguel e compra: Apple TV (iTunes), Google Play e Microsoft Films &TV (Xbox)
Plataformas digitais exclusivamente para aluguel: NOW, Prime Video e Vivo Play

"Terror no Estúdio 66" - Trailer legendado


.: Tudo sobre "Todas as Flores", a próxima novela Original Globoplay

Letícia Colin, Sophie Charlotte e Regina Casé formam o trio de protagonistas da próxima novela de João Emanuel Carneiro, autor dos sucessos "Avenida Brasil" e "A Favorita". Foto: Instagram da atriz Regina Casé

Depois de "Verdades Secretas 2", a próxima novela Original do Globoplay, "Todas as Flores", já está em produção e teve seu primeiro workshop nos últimos dias. Autor responsável por diversos sucessos na dramaturgia, como "Avenida Brasil" e "A Favorita", o dramaturgo João Emanuel Carneiro volta a investir em um enredo com personagens dúbios, ganchos enigmáticos, luta de classes, injustiça social, entre outros temas inéditos em suas obras, como deficiência visual, tráfico humano e trabalho análogo à escravidão.

Os universos da perfumaria, da moda e do samba também estarão presentes na trama, que conta com uma narrativa ousada e ágil. A direção artística é de Carlos Araujo, que também assinou as obras "Éramos Seis" e "Os Dias Eram Assim".

"Todas as Flores" é um conto de fadas moderno, um thriller contemporâneo regado por histórias de amor, vingança e redenção. Maíra (Sophie Charlotte) foi criada pelo pai em Pirenópolis, em Goiás, acreditando que a mãe tivesse morrido. Uma mentira que seu pai contou para proteger a filha do desprezo da mãe, que a rejeitou quando soube que a filha nasceu com uma deficiência.

Muitos anos depois, Maíra se depara com uma desconhecida a sua porta. É Zoé (Regina Casé), sua mãe. Sem revelar sua verdadeira intenção, Zoé reaparece pedindo perdão à filha por tê-la abandonado. Como em um sonho que se transforma em pesadelo, Maíra vivencia as mais fortes emoções de sua vida. No mesmo dia em que descobre que sua mãe está viva, seu pai morre. 

Sem desconfiar de nada, Maíra embarca para o Rio de Janeiro, onde será usada pela mãe para garantir a sobrevivência de sua irmã caçula, Vanessa (Letícia Colin). E o que seria um recomeço feliz ao lado da sua família se transforma em uma longa e perigosa jornada para Maíra. Como uma de suas principais temáticas, ‘Todas as Flores’ traz novas perspectivas sobre a deficiência visual para dentro e fora das telas.

Na trama, há personagens como a protagonista Maíra (Sophie Charlotte) e seus amigos Gabriela e Márcio, com deficiências visuais, que terão suas diferentes histórias reveladas ao público. E por trás das câmeras, profissionais cegos ou com baixa visão, como a bailarina e preparadora Moira Braga; a psicóloga e educadora Camila Alves; a assistente de direção Nathália Santos; e o operador de áudio Marcelo Edward enriquecem o trabalho com suas expertises profissionais e bagagens pessoais.

Na última semana, parte do time se reuniu para um workshop sobre pessoas com deficiência nos Estúdios Globo, ministrado pelo consultor Guilherme Bara. Além da equipe da novela, o elenco esteve presente, Regina Casé, Sophie Charlotte, Letícia Colin, Humberto Carrão, Caio Castro, Mumuzinho, entre outros. Guilherme esclareceu termos específicos sobre o tema, as diferenças entre cegueira e baixa visão, falou sobre processo de aceitação, inclusão e reiterou que deficiência não é incapacidade.

Na sequência, três profissionais que fazem parte da novela - Nathália, Marcelo e Moira - foram ao palco para compartilhar suas próprias experiências, abrindo uma roda de conversa com todo o time. Além destes profissionais, a trama contará com atores cegos no núcleo de Maíra e ainda com a participação de um cão guia. "Todas as Flores" contará com a tecnologia de audiodescrição e vai oferecer a novela com e sem o recurso, no Globoplay.

Com valor de produção equivalente ao de uma novela das nove, a obra será lançada de forma inédita: dividida em duas partes. A primeira de outubro a dezembro de 2022 e a segunda, de abril a junho de 2023. E terá liberação de capítulos em blocos semanais, possibilitando ao público assistir quando e onde quiser. "Todas as Flores" é a segunda novela Original do Globoplay; a primeira, "Verdades Secretas II", foi o conteúdo mais consumido da plataforma em 2021.

"Todas as Flores", novela Original Globoplay, é criada e escrita por João Emanuel Carneiro com direção artística de Carlos Araujo. A obra é escrita com Vincent Villari, Eliane Garcia e Daisy Chaves. A direção geral é de André Câmara com direção de Antônio Pilar, Carla Bohler, Fellipe Barbosa, Guilherme Azevedo e Oscar Francisco. A produção é de Betina Paulon e a direção de gênero é de José Luiz Villamarim. A obra conta em seu elenco com Sophie Charlotte, Regina Casé, Letícia Colin, Humberto Carrão, Mariana Nunes, Fabio Assunção, Caio Castro, Thalita Carauta, Ana Beatriz Nogueira, Cassio Gabus Mendes, Naruna Costa, entre outros.  

.: Entrevista: Tiemi Hiratsuka, eliminada do "No Limite", fala sobre a desistência

A participante comenta sobre a parceria com Pedro e a decisão de deixar a competição em prol da permanência de Janaron. Foto: Globo/Fábio Rocha

Não só um jogo de sobrevivência, para Tiemi Hiratsuka o "No Limite" foi um desafio de autoconhecimento. A ex-integrante da tribo Sol logo de início criou uma aliança muito forte com Pedro, o que chegou a gerar uma torcida por um romance entre os dois, principalmente após protagonizarem um selinho em uma das noites no acampamento. Quando Tiemi viu o amigo trocar de lado e vestir a bandana azul, sentiu seu jogo se abalar, mas correu atrás e fez novas alianças. 

No programa da última quinta-feira, dia 16 de junho, após o grupo perder a Prova de Imunidade, já sabia que Janaron seria o eliminado da noite e tomou uma decisão: pediu os votos de seus companheiros e deixou o programa em prol daquilo que acredita. “Quando o Janaron chegou na Tribo Sol e brilhou, eu tive a certeza de que precisava contribuir de alguma forma para que ele permanecesse no jogo por dois motivos: primeiro, por ele ser a representatividade de um povo esquecido e eu vir de uma família que honra os ancestrais; e segundo, por ele ser um candidato muito forte, que eu sentiria orgulho em disputar uma final", conta ela. Na entrevista abaixo, Tiemi comenta sobre os seus objetivos no reality, sua parceria com Pedro, a escolha de manter Janaron no jogo e suas alianças na tribo Sol.


Por que você quis participar do programa, qual era o seu maior objetivo?
Tiemi Hiratsuka -
Participar do "No limite" foi uma escolha para me conhecer melhor, entender meus pontos fortes e trabalhar nos meus pontos que julgava serem fracos. E claro, para virar a chavinha na minha carreira profissional, já que tenho muita vontade de ter meu próprio negócio.


E valeu a pena?
Tiemi Hiratsuka -
Valeu cada minuto ter vivido essa “aventura”. Faria tudo de novo, e não me arrependo de nada, tudo que aconteceu deveria ter acontecido dessa forma, acredito muito que nada na vida nada é por acaso!


Quais foram as maiores dificuldades que você passou ao longo do jogo?
Tiemi Hiratsuka -
De início, a falta de comida era algo muito complicado, eu sou uma pessoa que come muito! E durante o jogo, talvez a cobrança que tinha comigo mesma em me impor e tomar partido de algumas decisões que eram difíceis.


Você pediu os votos da tribo para poupar o Janaron de ser eliminado. Por que fez isso? Você se arrepende?
Tiemi Hiratsuka -
Desde o início do programa, quando vi o Janaron, fiquei muito feliz por tê-lo participando e nos representando em rede nacional, sabia que ele seria muito importante para o conhecimento de nossas origens e o quanto precisamos honrá-las. Por mais que o prêmio final seja uma grande quantia, no fim das contas não foi sobre isso a minha participação nesse jogo, levei em consideração todos os meus valores e jamais passaria por cima deles! Eu vejo que ali, quando escolhi receber os votos, eu me dei uma oportunidade de seguir pelo que acredito. Quando o Janaron chegou na Tribo Sol e brilhou, eu tive a certeza de que eu precisava contribuir de alguma forma para que ele permanecesse no jogo por dois motivos: primeiro, por ele ser a representatividade de um povo esquecido e eu vir de uma família que honra os ancestrais; e segundo, por ele ser um candidato muito forte, que eu sentiria orgulho em disputar uma final. Sei que eu aguentaria e chegaria muito longe no jogo, mas sei também quando preciso tomar alguma atitude em prol de algo que acredito ser maior.


Comente um pouco da sua relação com o Pedro. Você realmente se sentia segura com ele? O jogo mudou para você quando ele foi para a tribo Lua?
Tiemi Hiratsuka -
Eu e Pedro temos uma conexão muito forte, desde o primeiro dia nos aproximamos e sei que foi verdadeiro. Conversávamos sobre tudo de forma leve e me sentia muito protegida. Claro que, no momento que ele mudou de tribo, eu me senti abalada, mas ali todos os dias são intensos e precisamos nos manter fortes para conseguir permanecer no jogo. Fiquei abalada, superei no outro dia, mas sempre lembrando da nossa amizade e torcendo que ele também fosse longe.


Aqui fora criaram um "ship" para vocês dois, “Tiedro”. Alguma chance de acontecer algo ou é só amizade?
Tiemi Hiratsuka -
(Risos) Tiedro existe na amizade, ele é um cara incrível, conversamos todos os dias e sei que será a pessoa que terei a honra de ter sempre em minha vida.
 

E você teve a chance de ir para a tribo Lua também, mas acabou optando por ficar na Sol. Por que fez essa escolha?
Tiemi Hiratsuka -
No momento em que precisamos decidir quem iria para a tribo Lua, Pedro me chamou e eu senti muita segurança. Sabia que estaríamos juntos na aliança, mas não tive coragem em fazer essa escolha porque sabia dos riscos com os meninos da Lua e que estaria desfazendo uma aliança com as meninas.


O que poderia ter acontecido de diferente caso topasse mudar de lado?
Tiemi Hiratsuka - 
Minha estratégia seria tentar me unir com Pedro e Lucas para desfazer a tribo original da Lua no possível próximo portal, e assim seguiríamos em maior quantidade para a final.

 
Na tribo Sol, a aliança das mulheres dominou o grupo e levantou essa disputa entre homens e mulheres. Você também via o jogo dessa forma?
Tiemi Hiratsuka - Eu entendo que nós, mulheres, queríamos nos unir por uma questão de representatividade, o que acho muito válido já que a tribo lua não tinha mais nenhuma mulher no jogo. Não precisava ser dessa forma, separar homens e mulheres, mas vi que acabou tomando uma proporção muito grande depois.


Como era a sua relação com as meninas da tribo Sol? Você se sentia acolhida, se sentia parte dessa aliança ou acha que poderia ser o elo mais fraco?
Tiemi Hiratsuka -
Minha aliança desde o início era eu, Pedro e Dea… conforme o jogo foi passando, e com todas as mudanças, eu me aproximei das meninas da tribo, mas confesso que não me sentia 100% segura.


Você declarou (e até chorou) por não ter participado da Prova da Comida, que é uma das mais aguardadas e temidas. Por que tinha esse desejo de participar, curiosidade ou superação?
Tiemi Hiratsuka -
(Risos) Sim! A Prova da comida é clássica no programa, eu queria comer alguma iguaria justamente pra me testar, eu sei que daria meu máximo.


Agora aqui fora, se surpreendeu com o jogo de alguém?
Tiemi Hiratsuka -
Matheus me surpreendeu por todo o personagem que foi criado como estratégia, não fez muito sentido na minha cabeça, mas cada um joga o seu jogo.


Como é receber o carinho do público nas redes sociais?
Tiemi Hiratsuka -
Eu me sinto muito acolhida e fico muito feliz com todo carinho! Tenho vontade de conhecer cada um e responder todos! Nunca fui muito de redes sociais, confesso que isso é muita novidade, mas abrir minhas mensagens e ver que as pessoas querem me conhecer e se identificam comigo me deixam feliz e orgulhosa.


Para quem fica a sua torcida?
Tiemi Hiratsuka -
Janaron, Pedro e Andrea.


"No Limite" tem exibição às terças e quintas, após "Pantanal", com apresentação de Fernando Fernandes, direção de gênero de variedades de Boninho, direção artística de LP Simonetti e direção geral de Angélica Campos. O reality é mais uma parceria da Globo com a Endemol Shine Brasil, com base no "Survivor", um formato original de sucesso. Ana Clara apresenta o "A Eliminação" aos domingos, após o "Fantástico".

sexta-feira, 17 de junho de 2022

.: Diário de uma boneca de plástico: 17 de junho de 2022

Querido diário,

Hoje acordei assustada de um pesadelo horrível. Enquanto esperava o Auden, no lugar combinado, próximo a um semáforo, estacionei o carro pertinho, saí e quando olhava, esperando por meu marido, o veículo havia simplesmente sumido. 

Corri tanto de um lado para o outro, até que alguém dizia: "Eu vi um carro ser guinchado. Local proibido" e apontava para a sinalização. Detalhe: a placa de proibição nova e brilhante, brotou ali, enquanto que meu carro evaporara. Corri, dei o meu máximo para chegar ao local da apreensão, pois iria fechar. Chegando, acordei e não soube o desfecho. 

Entretanto, eu me senti tão, tão cansada... Aquilo pareceu muito real. Que horror!

Contudo, ao dar uma conferida no celular, vi uma notificação do trailer do filme "Aline: a Voz do Amor". Sem saber de nada, o vídeo da produção francesa foi rolando, antes terminar estava chorando, assim que ouvi "Let´s talk about love". 

É um longa livremente inspirado na vida da cantora Celine Dion. Resumo: estou indo ao Cineflix em Santos assistir a sessão noturna para a história que começa no Quebec, na década de 1960, Sylvette e Anglomard dão as boas-vindas a 14ª filha, Aline (Valérie Lemercier). 

Beijinhos pink cintilantes e até amanhã,

Donatella Fisherburg
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Trailer


.: Crítica: "Lightyear" é um apanhado de equívocos que não levam a nada

Ao mostrar lado obscuro de patrulheiro que inspirou boneco de "Toy Story", filme se perde completamente em roteiro que não avança e chega a ser insuportável.

Por 
Helder Moraes Miranda, editor do Resenhando. 

Poucos filmes começam tão bem e terminam tão mal quanto "Lightyear", lançamento da Disney Pixar que deve atrair crianças e fãs saudosos de "Toy Story". A má notícia é que o longa-metragem de 2022 em nada lembra o clássico iniciado no meio dos anos 90. A boa notícia é justamente esta, porque a reputação de um filme tão ruim poderia respingar no clássico.

Logo no início do filme aparece uma explicação preguiçosa: algo em torno de "este era o filme preferido do Andy antes de ganhar o boneco". Fico imaginando que criança teria como filme favorito uma obra tão chata - "Lightyear" é cansativo, escuro, pesado e ainda anda em círculos - o roteiro não se conclui até que o protagonista decida fazer o óbvio, já no final do filme.

Toda a premissa gira em torno do capitão Space Ranger, um egocêntrico e sisudo, que não quer a ajuda de ninguém e se culpa por algo que modificou a vida de toda a tripulação que o acompanha. O problema é que o personagem não tem carisma alguum. É pesado, triste, desanimado - e a dublagem dramática de Marcos Mion (ótimo ator, obrigado a seguir o script de dramalhão do filme) contribui para que o personagem fique ainda mais pessimista. Ele só não é apático para persistir no erro, e é teimoso o suficiente para só perceber isso nos últimos minutos do filme.  

Desde "O Galinho Chicken Little" é raro a Disney cometer um deslize desses - mas ano passado, com o insuportável "Encanto" - críticas nos links a seguir Com família insuportável e mocinha chata, "Encanto" decepciona e "Encanto" é linda animação Disney de roteiro que não se sustenta - isso tem se tornado recorrente.

Em dois anos seguidos, é a segunda "bola fora" da Disney. Cansativo demais, um sonífero em forma de longa-metragem, melancólico até não poder mais. Os outros filmes anteriores ainda tinham a vantagem de tentar compensar a falta de história com um colorido bonito e bons números musicais, "Lightyear" nem isso. 

No filme que tenta contar a origem de "Buzz Lightyear", há também uns robôs maus que são meras cópias do visual do Bumblebee transformado em mutante, o que é uma tremenda falta de ética: vilanizar o herói da concorrência. Como se não bastasse, os recrutas que acompanham o capitão Space Ranger na última missão são tão idiotas que não é possível torcer por eles - somente sentir raiva. 

O herói do filme, por sua vez, não evolui, ao longo de uma hora e meia. Fica preso no passado ao remoer um erro em missões mal-sucedidas. Uma hora e meia de um dilema que não se resolve nunca - não há reviravolta, só uma história que se repete. O tempo vai passando, as pessoas vão morrendo, e o capitão Space Ranger segue teimando em "voltar para casa": ou seja, insuportável. 

A única razão para assistir ao filme é a relação de amizade entre Space Ranger e Alisha Hawthorne, mas isso é bem no início do filme, que realmente começa muito bem para seguir um caminho q2ue vai culminar em ladeira abaixo. Entre os méritos do filme, cuja história não anda, está trazer para a animação uma família LGBTQIAP+, o que é um ponto para a diversidade e a inserção de um assunto importante no mundo de hoje.

Mas este mesmo mérito não responde a uma pergunta básica: como, em outro planeta, uma personagem lésbica fica grávida, sendo ela já casada com outra mulher? De comum acordo com a companheira, ou não, ela se envolveu com um homem para ter o filho? No espaço fizeram inseminação artificial para que ela engravidasse? 

"Lightyear" é completamente outra coisa que não seja a tentativa de criar uma nova saga caça-níqueis para um protagonista que não engrena. Não sé um filme para crianças - tendo em vista que é parado demais, não pelos assuntos que aborda - e nem para fãs saudosos, que não vão reconhecer no capitão do filme o boneco inspirado nele, que tem somente a mesma aparência física e o uniforme. Infelizmente, "Lightyear" é um apanhado de equívocos pavorosos para um filme que parecia tão promissor.

Em parceria com a rede Cineflix Cinemas, o Resenhando.com assiste aos filmes em Santos, no primeiro andar do Miramar Shopping. O Cineclube do Cineflix traz uma série de vantagens, entre elas ir ao cinema com acompanhante quantas vezes quiser - uma oportunidade para qualquer cinéfilo. Além disso, o Cinema traz uma série de projetos, que você pode conferir neste link.


.: Entrevista exclusiva: Dulce Quental, sob o signo do amor e da música

Cantora conta como foi o início da carreira solo e a criação de parcerias musicais, além de revelar o conceito do novo disco. “Ele surgiu de uma espécie de estado de silêncio e respiração, um mergulho nas sensações, pausas, e desaceleração geral promovida pela contemplação”.Foto: Nana Moraes

Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

Integrante da banda Sempre Livre nos anos 80 e dona de uma voz marcante, Dulce Quental vem desenvolvendo uma carreira solo interessante, que aponta para várias influências musicais. O seu mais recente trabalho, "Sob o Signo do Amor", mostra uma mescla de MPB, jazz e bossa nova, entre outros estilos. Em entrevista para o Resenhando, ela conta como foi o início da carreira solo e a criação de parcerias musicais, além de revelar o conceito do novo disco. “Ele surgiu de uma espécie de estado de silêncio e respiração, um mergulho nas sensações, pausas, e desaceleração geral promovida pela contemplação”.


Como surgiu a amizade com o Herbert Vianna e como ele contribuiu no seu início como cantora solo?
Dulce Quental - Conheci o Herbert em 83 no movimento do rock brasileiro. A gente se apresentava nos mesmos palcos, éramos da mesma geração. Uma vez voltando juntos de ônibus, Paralamas e Sempre Livre, começamos a namorar. Eu já havia saído da casa dos meus pais e acabara de voltar da França.  O namoro não durou muito, mas a relação foi se enriquecendo. Quando o Sempre Livre entrou no estúdio para gravar o LP "Avião de Combate" fizemos uma demo num estúdio caseiro testando algumas composições, entre elas o "Fui Eu", gravada pelo Sempre Livre. Quando saí do grupo, em 85, ele fez a ponte com a gravadora EMI. No meu segundo disco solo, foi meu produtor e me presenteou com a canção "Caleidoscópio", segundo ele, inspirada no meu jeito de ver as coisas, meio fragmentadas.


Como você define o conceito de um novo trabalho musical? 
Dulce Quental - Cada vez é de um jeito. Não existe uma fórmula, entende. Às vezes parte de uma ideia, outras das próprias canções e da seleção final. No caso de "Sob O Signo do Amor", o que foi determinante foi uma espécie de estado de silêncio e respiração, um mergulho nas sensações, pausas, e desaceleração geral promovida pela contemplação, o que favorece a simbiose entre letra e música.


Uma das composições marcantes é uma parceria com o Frejat, na canção em homenagem ao Cazuza ("O Poeta Está Vivo"). Como essa canção foi elaborada?
Dulce Quental - Um dia eu estava na casa do Cazuza, no apartamento da Lagoa, no Rio de Janeiro, e cantei para ele uma canção que eu tinha acabado de compor, chamada "Gato de Sete Vidas". Ele ficou muito impressionado e foi me visitar nos estúdios da EMI onde eu estava ensaiando para um show. Foi lá só para escutar a música de novo. Depois do ensaio fomos a um boteco ali perto, na Rua Mena Barreto, e ele me falou que estava doente e que iria para Boston se tratar. Quando voltou, compôs as canções do que seria o clássico "Ideologia". Eu fiquei muito impressionada com algumas letras, entre elas tinha uma música que falava: “eu vi a cara da morte e ela estava viva” (trecho da canção "Boas Novas"). Achei isso uma porrada!  Compus a letra do que viria a ser "O Poeta Está Vivo", impactada pela dor e sofrimento traduzidos naquelas composições. Cheguei até a mostrar para ele, num outro encontro na sua casa. Ele disse que eu estava escrevendo melhor do que ele. Era adorável o modo como fazia as pessoas se sentirem especiais.


Falando em parcerias, você se mostra uma parceira eclética, que passa por nomes como Paulo Monarco, e outros  contemporâneos, como Frejat e George Israel, entre outros. Como é que surgem e como acontecem as produções em parceria?
Dulce Quental - As parcerias surgiam da necessidade, antes de tudo, de encontrar alguém para fazer a música. Eu queria dizer muitas coisas, mas não dominava suficientemente a parte musical. Então eu escrevia as letras e dava para os parceiros, sempre procurando aprender com essa troca, inspirada um pouco no que cada um fazia. Com o tempo me dei conta que as músicas ficavam, às vezes, muito diferentes de mim e mais parecidas com eles. Aos poucos fui dominando o processo e trazendo mais para perto do meu jeito. Não sou uma grande melodista, nem toco bem violão, mas hoje percebo que o estilo se faz das nossas características e limitações, e isso não é necessariamente ruim, pode ser interessante.


Em 2012, você lançou o livro "Caleidoscópicas", que reunia crônicas. Você pensa em produzir algo na seara literária no futuro próximo?
Dulce Quental - 
Depois desse livrinho escrevi um romance de autoficção chamado, "100% Mais ou Menos". Eu estava preparando um livro de contos. Estava indo muito bem, mas parei de escrever para fazer o novo disco. E o romance está na gaveta. Algum dia, quem sabe, tomo coragem e tiro ele de lá. Pessoalmente, acho os contos melhores. O romance deu um trabalho de cão. Passou por dezenas de revisões, tem bons momentos, mas tendo a achar que não é o suficiente para ser editado. Mas foi importante ter escrito.


Como foi que surgiu a ideia do recente trabalho, "Sob o Signo do Amor"?
Dulce Quental - 
Eu estava me devendo um disco autoral. Meu último trabalho é de 2004. De lá para cá muitos discos foram engavetados. Por falta de dinheiro para produzir, ou porque eu não encontrava o produtor certo, o momento certo. Sob o signo do amor nasceu desse longo silêncio e de uma viagem para dentro, proporcionada, um pouco, pela pandemia. Eu ia viajar para a França para comemorar o meu aniversário de 60 anos, rever amigos que eu não via há 26 anos. Com a pandemia, o projeto da viagem caiu. Acabei indo parar em Angra dos Reis, um dos lugares que mais amo no mundo, onde passei momentos inesquecíveis na infância. Lá aluguei uma pequena casinha, com uma canoa e um stand up, e que servia de casa de apoio para um empresário local. Conversei com ele e pedi para que me cedesse por alguns meses, para que eu pudesse trabalhar no disco. Tive a maior sorte porque apesar de ele ser um cara do mercado financeiro, adorava música, tocava violão e guitarra e, por isso, entendeu tudo. Lá pude viver a experiência de fazer tudo que mais amo que é nadar e compor. Levei meu computador com Pros Tools, meu violão e passava as manhãs no mar e as tardes gravando. Às noites vi as luas mais lindas da minha vida.


Atualmente, quais são as suas referências na música? 
Dulce Quental - 
Gostei muito do disco novo do Caetano. O do Bob Dylan eu passei essa temporada em Angra ouvindo sem parar. Pegava a prancha de stand up e navegava horas com Dylan no ouvido. Gostei muito do último disco da Jane Birkin também. Rap e hip hop, eu adoro. Não entendo bem as letras, mas adoro a parte toda rítmica. É muito criativo e irreverente. Gostei do disco da Rosalía também, "Motomami". Divertido e inteligente. Chico Buarque é sempre uma grande referência, assim como Tom Jobim. Os grandes mestres do jazz. Ella Fitzgerald. Billy Holiday. Paul Desmond, Chet Baker. E os mestres da Bossa Nova. João Gilberto. Carlinhos Lyra... Fez um disco muito lindo recentemente. Um clássico já. Henri Salvador. Stacey Kent...Dos novos: Thiago Amud, Fred Martins, Zé Manoel, Dora Morelenbaum e o seu grupo Bala Desejo, Nina Becker, Jussara Marçal, Mariana de Moraes tem um disco lindo de bossa nova. Raul Misturada, Paulo Monarco.


Como você tem trabalhado para divulgar o novo disco?
Dulce Quental - 
Tenho feito lives na internet, Instagram, programas de rádio. Estou agora produzindo uma tiragem física do CD e me preparando para os shows. Estou louca para subir no palco de novo e me encontrar olho a olho com o público. Cantar esse disco todo ao vivo. Esse é o meu sonho agora. Viajar junto com as pessoas nessa sonoridade tendo Pedro, Jonas e uma galera incrível de novos músicos do meu lado.

"Amor Profano - Dulce Quental

"Poeta Assaltante - Dulce Quental

"Apenas Uma Fantasia" - Dulce Quental

.: "O Livro das Respostas" pode ser o seu novo oráculo para tomar decisões


Todos nós queremos bons conselhos para perguntas fundamentais em nossa vida. Um insight, uma simples palavra são capazes de nos colocar novamente no rumo das nossas conquistas e desejos. Devo abrir meu coração para este poderoso sentimento? Amar como se não houvesse amanhã? Dar uma segunda chance para aquela pessoa da família? Fazer uma longa viagem para me reencontrar?

A resposta para essas e outras perguntas você encontra em "O Livro das Respostas", livro de Carol Bolt, com tradução de Verena Cavalcante, lançado no Brasil pela Darkside Books. A obra é um pequeno oráculo capaz de falar conosco de forma profunda e intimista. Sucesso na internet, e com mais de 1 milhão de cópias vendidas, "O Livro das Respostas" é muito simples de utilizar: basta mentalizar uma pergunta, girar o livro nas mãos para escolher um sentido de leitura e abri-lo na página que chamou o seu coração. Sua resposta estará lá.

Você pode repetir o processo sempre que precisar de um empurrãozinho ou um momento de reflexão com as decisões a serem tomadas. "O Livro das Respostas" estabelece uma conexão única e mágica com os leitores e chega ao Brasil em duas opções poderosas: a Moon Edition, uma edição especial para as almas místicas que buscam magia e leveza no seu dia a dia; e a Secret Edition, uma edição clássica e vigorosa que leva os leitores a expandirem seus próprios horizontes. Você pode escolher uma para você e dar a outra para alguém que ama.

Divertido, sensível e descomplicado, "O Livro das Respostas" pode ser o seu novo oráculo favorito, perfeito para presentear a si mesmo com novas oportunidades todos dias, e iluminar as pessoas ao seu redor. Um livro mágico e peculiar que garante que as respostas certas estejam sempre ao alcance das mãos - e perto do coração. Você pode comprar "O Livro das Respostas" (Secret Edition) neste link.

.: Projeto Trem Selvagem reúne solos de Denise Dietrich e Bruna da Matta

"Aquele Trem" é dirigido por Erica Montanheiro e "Selvageria: O Nascimento do Outro", por Maria Giulia Pinheiro. Ambos estreiam nestes sábado, dia 18 de junho, no Teatro de Contêiner. Foto do do espetáculo "Selvageria": divulgação

As experiências pessoais das atrizes Denise Dietrich e Bruna da Matta resultaram nos solos "Aquele Trem", protagonizado pela primeira e dirigido por Erica Montanheiro, e "Selvageria: O Nascimento do Outro", estrelado pela segunda e dirigido por Maria Giulia Pinheiro. 

Os dois trabalhos podem ser conferidos no projeto "Trem Selvagem", que estreia neste sábado, dia 18 de junho, no Teatro de Contêiner, com apresentações aos sábados, aos domingos e às segundas, às 19h e às 20h30, respectivamente. Em cena, a partir de seus diferentes olhares e vivências, as atrizes-criadoras discutem vários temas relacionados ao sentimento de abandono, exaustão, desejo de liberdade e medo. Elas investigam questões como o que se espera de uma menina e o que se exige de uma mãe. E o resgate de suas memórias vai reconstruindo o caminho até as mulheres que são hoje. 


A proliferação dos solos femininos
Após a temporada de "Trem Selvagem", o Teatro de Contêiner abre uma mostra apenas com solos femininos. “Existe uma proliferação de solos femininos porque as mulheres estão precisando contar as suas narrativas, mas não é só isso”, afirma a diretora Erica Montanheiro.

“O poder econômico continua nas mãos de homens brancos. Fiz uma pesquisa no Guia Off do mês de junho e contei apenas 2 espetáculos dirigidos por mulheres nas unidades do Sesc (onde as peças apresentadas recebem uma verba direta da instituição). No Sesi, os últimos espetáculos em cartaz também foram dirigidos por homens. Em 2019, 'Erêndira' (por Marco Antonio Rodrigues), em 2021, 'Tectônicas' (por Marcelo Lazzaratto) e agora, em 2022 'Terremotos' (por Marco Antônio Pâmio). Absolutamente nada contra nenhum desses diretores, inclusive admiro o trabalho de todos eles. Mas e as diretoras mulheres? Onde estão? A resposta é: elas estão sempre sem dinheiro e na guerrilha”

A produção de "Trem Selvagem" levantou o projeto com 10 mil reais, retirados de reserva pessoal da atriz Denise Dietrich. As atrizes, diretoras e preparadoras corporais não estão ganhando nada pela montagem, com a esperança de que as pessoas assistam e os espetáculos tenham uma longa trajetória.

A diretora de movimento Bruna Longo diz: “não há nada de romântico nisso. Não achamos bonito e não gostaríamos de estar fazendo desta forma - somente fazemos porque não temos outra opção”. As criadoras inscreveram o projeto no Proac, mas não foi contemplado. 

Em 2019, Erica Montanheiro e seu parceiro artístico Eric Lenate ganharam um edital do Prêmio Zé Renato para fazer o bem-sucedido projeto “Balada dos Enclausurados”, que era composto por dois solos: um da Montanheiro e outro do Lenate. “Eu só consegui ser aprovada no Prêmio depois de atrelar o meu nome ao do Lenate. Inscrevi o meu solo em diversos editais anteriormente, mas só peguei quando reformei o projeto e o chamei para se juntar a mim”, diz Erica, que ganhou o edital de 250 mil reais na ocasião. 

“Não acreditamos que haja uma ação maldosa neste sentido, do tipo: não vamos contemplá-las, pois são mulheres. Mas, há um registro do machismo estrutural das instituições que acreditam que os projetos serão mais bem sucedidos se forem dirigidos por homens. Faz parte da nossa sociedade e é ingenuidade achar que no teatro é diferente. Precisamos olhar para isso, discutir e argumentar: onde está o dinheiro para as mulheres fazerem teatro? Se a gente não tiver oportunidade, como vão conhecer o nosso trabalho? Como vamos ter credibilidade como os nossos colegas homens, que têm o mesmo tempo de carreira e estudo que a gente? Porque eles estão com grandes editais e a gente não? A gente não quer só fazer solos, a gente quer dirigir peças grandes, com elencos diversos, mas isso nunca é possível”, desabafam Erica Montanheiro, Denise Dietrich e Bruna Longo. 

A atriz Denise Dietrich em cena de "Aquele Trem". Foto: Marcelle Cerutti

"Aquele Trem"
No solo autoficcional "Aquele Trem", Denise Dietrich buscou as lembranças da sua criação, os abusos e a alienação parental. Assuntos quase não falados numa época quando os castigos físicos se justificavam no discurso social e religioso como formas de amor. Como esses traumas nos transformaram em quem somos hoje? O que fazemos com o que fizeram de nós? São questões que permeiam o espetáculo. 

"Aquele Trem" mostra a menina criada no interior das Gerais, que entre amarelinha, briga de galo e beijo roubado, vê sua meninice ser surrupiada. Agora, esse corpo crescido manifesta toda a perturbação familiar, os abusos e os abandonos que a memória, por sobrevivência, tentava esconder. 


Ficha técnica
Espetáculo:
"Aquele Trem"
Texto e atuação: Denise Dietrich
Direção: Erica Montanheiro
Direção de movimento: Bruna Longo
Luz: Gabriele Souza
Operação de luz: Luciana Silva
Cenografia e arte: Kleber Montanheiro
Videoarte: Julia Rufino
Trilha: Erica Montanheiro
Fotos: Marcelle Cerutti
Assessoria de imprensa: Pombo Correio

A atriz Bruna da Matta em cena do solo "Selvageria - O Nascimento do Outro". Foto: divulgação

"Selvageria - O Nascimento do Outro"
Doença, acidente, violência: a maternidade inaugura a percepção do mundo como um lugar inóspito, e aguça os sentidos para identificar quem é "dos meus" e quem é "o Outro". A partir da autoficção, Bruna da Matta relaciona sua experiência com a maternidade e o desmascaramento de nossa cultura colonial.

No espetáculo, uma mãe que, assombrada pelo medo de perder seu filho, isola a si e a seu pequeno em busca da segurança absoluta. A partir de sua experiência pessoal com a maternidade, a performer investiga as origens desses medos e, no caminho, vê nossa cultura colonial aos poucos sendo revelada.

Ficha técnica:
"Selvageria - O Nascimento do Outro"
Dramaturgia, concepção, atuação e produção:
Bruna da Matta
Direção geral e dramaturgismo: Maria Giulia Pinheiro
Direção de cena: Dandara Azevedo
Preparação de corpo e voz: Natália Nery e Dandara Azevedo
Figurino: Éder Lopes
Iluminação: Luciana Silva
Sonoplastia: Jo Coutinho
Operação de luz: Decoff
Videomapping: Vic Von Poser
Assistente de produção: Helena Fraga
Fotos: Marcelle Cerutti
Arte: Vic Moliterno


Serviço
"Trem Selvagem"
Temporada:
18 de junho a 4 de julho
De sábado a segunda, às 19h ("Aquele Trem") e às 20h30 ("Selvageria")
Teatro de Contêiner - Rua dos Gusmões, 43, Luz - São Paulo
Ingressos para os dois solos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada)

quinta-feira, 16 de junho de 2022

.: "O Azul Daqui É Mais Azul" traz uma história divertida e comovente

Perfeito para fãs de Casey McQuiston e Vitor Martins! Uma história emocionante sobre o poder da amizade e a importância da autoceitação. Com diversas referências da cultura pop, lançamento da editora Melhoramentos fala da esperança de encontrar um céu limpo e claro após a tempestade.


Se algum dia você já se sentiu deslocado, acredite, esse não é o caso de Sky Baker. Protagonista do livro "O Azul Daqui É Mais Azul", escrito por Robbie Couch, lançamento da editora Melhoramentos, Sky tem orgulho de quem é e não esconde isso de ninguém. No entanto, quando sua intimidade é exposta para toda cidade, a história toma outro rumo. A obra mostra que é possível contemplar o céu azul após uma grande e tumultuada tempestade, literalmente. Só não é possível fugir de quem somos.

O livro, que já tem os direitos cinematográficos adquiridos por um grande estúdio, afirma que ser aceito é uma necessidade do ser humano. E essa busca incessante, ao longo da vida, pode causar traumas muitas vezes irremediáveis. Não é o caso de Sky Baker, um garoto que não esconde de ninguém que é gay, principalmente na pequena cidade onde mora, às margens do Lago Michigan. Só que um plano seu para convidar o crush para o baile de formatura na praia é vazado por um hacker e tudo pode ir por água abaixo. 

É proibido dar spoilers, mas, como o próprio título da obra mostra, o céu azul vem depois das tempestades. Para avistá-lo, portanto, o jovem, que está completamente apaixonado por Ali Rashid, quer que ele esteja em um dos momentos mais importantes de sua vida sem se importar com a opinião alheia.

Então, Sky traça um plano com a melhor amiga, Bree, com possíveis formas de levar o seu partner ao baile, com ideias variadas - todas escritas na parede do seu quarto. Ninguém poderá saber assim, certo? Errado. Suas ideias são descobertas por um hacker que o insulta por e-mail, com frases racistas e homofóbicas. O que era para ser algo divertido se torna um pesadelo: a cidade inteira passa a saber de sua intimidade.

O garoto quer deixar Rock Ledge e até os estudos, que estão prestes a serem finalizados. Mas quem tem amigo tem tudo. Eles impedem Sky de abandonar seus sonhos e o ajudam a desvendar quem expôs sua vida por pura maldade. O período tempestuoso em sua vida vai ser também um momento de descobertas, inclusive do pai que faleceu quando era pequeno e ele pouco sabia. O jovem também aprende como a amizade verdadeira pode ser o alicerce para nos ajudar a encontrar nosso lugar no mundo. Você pode comprar o livro "O Azul Daqui é Mais Azul", de Robbie Couch, neste link.


O que disseram sobre o livro

"Uma história divertida e comovente sobre sonhar alto e acreditar no céu limpo depois da tempestade."Vitor Martins, autor de "Um Milhão de Finais Felizes"

"Robbie Couch escreve com honestidade e compaixão sobre amor, família e amizade em toda a sua bela complexidade."Becky Albertalli, autora de "Com amor, Simon"


Sobre o autor
Robbie Couch cresceu em uma pequena cidade do Michigan - onde o azul é realmente mais azul - e teve seus textos publicados em veículos como HuffPost, Upworthy e O, The Oprah Magazine. Robbie é formado em jornalismo pela Universidade Estadual do Michigan e atualmente mora em Los Angeles, onde vive com medo constante de pássaros agressivos e à espreita de sua próxima tigela de noodles"O Azul Daqui é Mais Azul" é o primeiro livro dele.


Livro: "O Azul Daqui é Mais Azul"
Autor: 
Robbie Couch
Tradutor: Vitor Martins
Número de páginas:
280
Altura: 23 cm
Largura: 16 cm
Editora: Melhoramentos
Link na Amazon: https://amzn.to/3xTFgRH


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