segunda-feira, 1 de agosto de 2022

.: "Lado C": livro sobre Caetano Veloso em noite de autógrafos

Muito se conhece – e se fala – sobre o Caetano Veloso das palavras, o grande letrista, entre os maiores da história da MPB. A roupagem sonora que em-bala a desconcertante poesia do autor, porém, não é tão lembrada quando se avalia sua obra. Não que seja menos importante. Caetano é um músico incomum e antenado no resultado de seu trabalho, em que forma e conteúdo são indissociáveis. "Lado C", que chega às livrarias no dia 29 de julho, narra justamente a sonoridade buscada por Caetano desde o início de sua carreira, com destaque para a virada radical com a BandaCê, power trio que montou em 2006 com músicos 30 anos mais jovens. Em um período de dez anos, foram três discos de canções inéditas, outros três ao vivo e grandes turnês que rodaram o Brasil e o mundo.

Escrito pelos pesquisadores Luiz Felipe Carneiro e Tito Guedes, Lado C narra os caminhos que levaram Caetano a essa surpreendente aventura musical. A partir de informações inéditas, os autores contam os bastidores das gravações e o processo criativo de cada disco da trilogia, que culminou em Abraçaço. Eles mostram ainda a relação controversa de Caetano com a imprensa nesse período, detalhes do convívio com sua equipe e a as experiências e parcerias com artistas de diferentes gerações, incluindo os próprios filhos.

Esse é um período mais recente e pouco comentado da carreira de Caetano, mas que sem dúvida é um dos mais ricos. Ele se reinventou e renovou seu público observa Tito.

Além de pesquisar centenas de reportagens, vídeos e discos, os autores entrevistaram mais de 40 personagens fundamentais dessa história. Começando pelo próprio Caetano e os três integrantes da bandaCê, Pedro Sá, Ricardo Dias Gomes e Marcelo Callado. Ouviram ainda nomes de diferentes fases, como Jards Macalé, Arnaldo Brandão, Vinicius Cantuária, Arto Lindsay (que tam- bém assina a orelha de Lado C), Jaques Morelenbaum, Moreno Veloso, Kassin, Rodrigo Amarante, além de produ- tores, técnicos e amigos do compositor.

Embora o período com a bandaCê seja o assunto principal do livro, é impossível fazer esse recorte sem contextua- lizar toda a carreira artística de Caetano até os dias de hoje. Tudo em sua obra está interligado – diz Luiz Felipe.

"Lado C" traz ainda dezenas de fotos do acervo dos músicos da bandaCê e de pessoas próximas a Caetano. O resulta- do é um documento valioso não só para fãs, mas também para apaixonados pela Música Popular Brasileira.

O livro chega aos principais sites e livrarias do país a partir do dia 29 de julho, com lançamento simultâneo em e-book em mais de 20 plataformas digitais. Você pode comprar "Lado C- A trajetória musical de Caetano Veloso até a reinvenção com a bandaCê, de Luiz Felipe Carneiro e Tito Guedes" aqui: amzn.to/3vtV6kx


Curiosidades do livro

Disco clandestino: Em 2002, Caetano confidenciou ao guitarrista Pedro Sá que tinha vontade de fazer um disco “clandestino”, que não levaria seu nome e teria sua voz modificada eletronicamente. Anos depois, o cantor ama- dureceu a ideia, mas decidiu assinar o novo trabalho, que seria uma reinvenção de sua imagem. Os dois convoca- ram Ricardo Dias Gomes e Marcelo Callado, e assim nascia a bandaCê.

Encontro com Milton: As gravações de Cê foram feitas no mais absoluto sigilo. Milton Nascimento, sem saber de nada, telefonou para o estúdio procurando um técnico. Um ruído de comunicação fez a ligação ser direciona- da para Caetano, que resolveu convidá-lo para uma visita no dia seguinte. Milton ouviu uma prévia do disco em primeiríssima mão e o amigo quis saber o que achou. “Mas que pergunta, Caetano...”, respondeu.

Novo público: A estreia da fase Cê aconteceu no Tim Festival, quase por acaso. Caetano e o trio foram cha- mados apenas cinco dias antes do evento para ocupar um dos palcos que estava com baixa procura de público. No show, foram apresentadas as 12 faixas inéditas do disco Cê e apenas três sucessos. Resultado: uma plateia de novos fãs fez coro em todas as músicas.

Musa desmentida: Por causa da faixa Um sonho, Caetano foi parar nas colunas de fofoca. A atriz Luana Piovani usou seu blog na época para contar que a canção tinha sido feita para ela. Só que o compositor a desmentiu, o que levou a atriz a apelidá-lo de “Banana de Pijama”.

Ronaldo e travestis: Caetano aproveitou a temporada Obra em progresso, em que testava no palco músicas que pretendia gravar no segundo disco com a bandaCê, para comentar notícias dos jornais. Quando o jogador Ronal- do foi acusado de não ter pago um programa com travestis em um motel do Rio, ele resgatou a obscura canção Três travestis, que havia composto nos anos 1980. Mas a plateia gargalhou tanto que Caetano precisou interrom- per e recomeçar. Semanas depois Ronaldo prestigiou o show, mas a música foi cortada do setlist.

Protesto de fãs: A nova sonoridade de Caetano com a bandaCê decepcionou algumas pessoas. Depois de uma apresentação na Dinamarca, uma produtora local foi até o camarim e cobrou a ausência de “músicas bonitas”, como Sozinho e O leãozinho. A resposta foi um dos famosos gestos de irritação de Caetano: “Música bonita é o que eu estou fazendo agora! Você é chata! Vai embora daqui, sua chaaaaaaata!!!”.

Reencontro com tropicalista: Durante as gravações de Abraçaço, Caetano se reencontrou com Rogério Duar- te, que fez parte do movimento tropicalista. Quando o disco estava quase pronto, Caetano recebeu dele a música Hino gay. Mas antes que o álbum saísse, Rogério pediu que o amigo trocasse o título para Gayana, como a canção foi creditada.

Primeira banda: Antes de formar a bandaCê, Caetano já havia experimentado grupos enxutos. O primeiro deles foi para o disco Transa, gravado no exílio londrino em fins de 1971. Ele convocou Jards Macalé e mais três músicos, que trabalharam nos arranjos das canções. O lançamento do LP marcou o seu retorno ao Brasil em 1972, com shows históricos no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Salvador. Ainda nos anos 1970 e 1980, Caetano montaria outros dois grupos: A Outra Banda da Terra e Banda Nova. Você pode comprar "Lado C- A trajetória musical de Caetano Veloso até a reinvenção com a bandaCê, de Luiz Felipe Carneiro e Tito Guedes" aqui: amzn.to/3vtV6kx


Noite de autógrafos

Quinta-feira 11 de agosto

Horário: a partir das 19h

Endereço: Livraria da Travessa de Ipanema (Rua Visconde de Pirajá, 578)


Ficha Técnica

Título: Lado C- A trajetória musical de Caetano Veloso até a reinvenção com a bandaCê

Autor: Luiz Felipe Carneiro e Tito Guedes

Editora: Máquina de Livros


.: Vinícius Piedade estreia o solo "Provavelmente Saramago" em SP

Com direção do português Paulo Campos dos Reis, o texto revela um personagem de um ator que, depois de ter sido recusado para um papel no filme sobre o escritor, resolve criar uma peça na qual mistura sua obra e vida. A estreia da temporada brasileira acontece dia 1º de agosto, no auditório da Biblioteca Mário de Andrade A peça integra as comemorações oficiais do Centenário do Nascimento de José Saramago, vencedor do Prémio Nobel da Literatura em 1998, promovidas pela Fundação Saramago, em  Lisboa, com apresentações nos dias 29 e 30 de setembro e 1º de outubro.Em cena, Vinícius Piedade mistura ficção e realidade, vida e obra do escritor português. Foto: Danilo Ferrara


"Provavelmente Saramago" é um solo inédito interpretado por Vinícius Piedade cuja trama gira em torno de um ator que, depois de ser preterido num casting para um filme sobre o escritor José Saramago, resolve montar um espetáculo teatral no qual, ao mesmo tempo que revela a sua decepção com o cinema, partilha, com o público, as suas interpretações sobre a vida e obra de Saramago. Na direção de Paulo Campos dos Reis, a cada nova tentativa de adaptação cênica, o ator revê suas ideias e tramas, cruzando ficção e realidade em um labiríntico jogo de espelhos.

A estreia acontece dia 1º de agosto, no auditório da Biblioteca Mário de Andrade, e segue até dia 29, sempre às segundas-feiras, às 19h. No fim de setembro e início de outubro, o trabalho se apresenta na Fundação Saramago, em Lisboa, como parte das comemorações do centenário do escritor português – é o único espetáculo brasileiro a fazer parte da efeméride. 

No texto, assinado em parceria entre Vinícius Piedade (Brasil) e Paulo Campos dos Reis (Portugal) – atores, encenadores e dramaturgos (como o personagem do espetáculo) –, o  ficcional e o documental se misturam e procuram um diálogo com José Saramago com o objetivo de refletir, hoje, sobre a recepção da sua obra. A partir dessa ideia, os dois artistas colocam a questão: “Como nos posicionamos como artistas, como cidadãos, como seres humanos em relação a sua mundividência e convicções? Eis a pergunta a que Provavelmente Saramago tenta (ensaia) responder”.

“A ausência da quarta parede estabelece uma relação dialógica entre o ator e o público, pedindo de empréstimo, à gramática da verosimilhança do teatro documental, o emprego de um registo de discurso autobiográfico. Ilusório, todavia. Ou parcialmente. O relato do sujeito da enunciação mistura realidade e ficção estabelecendo a figura do ator como uma personagem metateatral. Este dispositivo de credibilização do discurso permite, por outro lado, a mais valia de sintetizar e de fazer ressoar, num só ator, as palavras de tantos outros, especialmente quando este se refere a determinado passo, com verrinosa ironia, aos estereótipos associados à profissão”, revela o diretor Paulo Campos dos Reis.

O ator Vinícius Piedade completa que o espetáculo, por meio do exemplo de Saramago, associa o ato de criação artística à ideia de trabalho e de resiliência – a consolidação do seu percurso como romancista começará, pouco ortodoxamente, depois dos sessenta anos de vida. Em contraponto, o espetáculo respinga e valoriza aspectos da sua anterior “extraordinária biografia ordinária”. 


Ponto de Partida
"Provavelmente Saramago" nasceu do encontro de dois criadores teatrais da lusofonia: Paulo Campos dos Reis (diretor português) e Vinícius Piedade (intérprete brasileiro). Os artistas, que se conheceram e se reencontraram em diferentes festivais de teatro lusófonos (em Angola, em Cabo Verde e em Portugal), logo perceberam que a conexão artística viria pela obra do escritor, referência para ambos. E desse anseio teatral/literário nasceu a ideia da coprodução.

Paulo e Vinícius, que assinam o roteiro/texto/dramaturgia, constroem um espetáculo teatral que poderia definir-se como eles mesmo dizem “o modo como um leitor dialoga pessoal e intimamente com uma persona e obras literárias”. “O resultado é, ao mesmo tempo, uma celebração da obra de Saramago e uma confirmação  do profundo impacto que a sua vida e obra causam na experiência de quem o descobre”, diz Vinícius Piedade.


Um retrato provável
Em cena, o ator interpela o público e fala da sua experiência profissional e do seu desejo irresistível de compor um espetáculo sobre a figura de José Saramago e sua obra. A tarefa, no entanto, resulta difícil de concretizar; quanto mais fundo pesquisa e lê, mais pontos de contato encontra entre a sua biografia e os temas que o “dossiê Saramago” convoca. Em tudo, a sua mundividência se identifica com a de Saramago e a todo o instante se apropria de Saramago para falar de si mesmo. 

Com o público, o ator vai partilhando as suas diversas possibilidades de mise-en-scène – ensaiando, por exemplo, adaptações de excertos dos romances de Saramago - sem, no entanto, se contentar com o resultado de nenhuma. “Para justificar a sua permanente deriva, aponta para ideia de que Saramago é tão prolixo que qualquer retrato que se lhe queira fixar nunca será senão pessoal e intransmissível; será sempre, apenas, um ‘retrato provável’”, revelam os autores.

“No palco, a cena é praticamente enxuta de elementos cênicos. Será este espaço despojado (e, deste modo, pronto e aberto para o jogo das possibilidades) que o ator/contador preencherá com o seu José Saramago pessoal, representado. Aqui, quando cenas sínteses evocam alguns romances de Saramago, a encenação privilegia a criação de imagens simples e depuradas que convidam o espectador para um jogo simbólico e de imaginação”, finaliza o diretor.


Vinícius Piedade
É ator, diretor e escritor. Autor dos livros "Trabalhadores de Domingo"  (contos), "Essas Moças que me Causam Vertigens" (contos), "Meu Mundo Irreal"  (contos), "4 Estações" (dramaturgia), "Identidade" (dramaturgia) e "Cárcere" (dramaturgia). Escreveu e dirigiu ao lado de Roberto Skora o longa-metragem "Lasanha de Berinjela" premiado em mais de quinze festivais pelo mundo.

Criou ao lado de Evas Carretero o projeto Take Único, uma websérie com episódios independentes sempre em plano-sequência. Desenvolve uma pesquisa continuada em teatro solo, tendo criado cinco espetáculos, como "Carta de um Pirata", "Cárcere" e "Hamlet Cancelado". Com seus espetáculos em repertório, já percorreu todas as regiões do Brasil e outros vinte países, como Índia, China, EUA, Alemanha, França, Turquia, Espanha, Portugal, Rússia, Lituânia, Angola e Argentina.


Paulo Campos dos Reis
Encenador, escritor de cena e programador cultural. É diretor artístico do colectivo Musgo Produção Cultural, de Sintra. Frequentou o mestrado de Artes Performativas - Escritas de Cena, na Escola Superior de Teatro e Cinema, Portugal. Tem um Curso de Encenação de Teatro Musical, ministrado por Gottfried Wagner, na Associação Internacional de Música da Costa do Estoril. Ultimamente, vem dirigindo espetáculos de teatro com textos de autores portugueses/de língua portuguesa (sobretudo), em Portugal e em contexto internacional - Angola, Brasil, Cabo Verde e Macau. Programador de "Culto”, série audiovisual que mescla poesia, dança contemporânea e música, em Oeiras e na RTP Palco. É autor de “Autógrafo Seguido de Autocolantes” (Quasi) e “Habilitações Literárias” (Volta d’mar), ambos de poesia/prosa.


Musgo Produção Cultural 
A Musgo é uma estrutura de criação teatral fundada em Sintra, Portugal, em 2012. Tem um apoio anual da Câmara Municipal de Sintra e da Fundação Cultursintra e apoios pontuais da DGArtes – Ministério da Cultura. Possui, atualmente, cinco eixos de programação: 1) produção própria: apresentação de espetáculos de teatro de repertório dramatúrgico sobretudo em língua portuguesa; 2) co-produções com outras estruturas de criação; 3) internacionalização: co-organiza o Festival Salencena, Cabo Verde, e apresenta espetáculos em contexto internacional (Angola, Brasil, Cabo Verde e Macau) com o apoio do Instituto Camões ou outras instituições ou estruturas de criação; 4) Formação escolar: dá formação em contexto de trabalho (estágio profissional) a alunos de teatro. 5) Edição «MUSGO LIVRO», revista/livro que reúne material dramatúrgico sobre o seu reportório (imagens ou textos informativos, literários e ensaísticos inéditos) – disponível aqui: www.musgo.org.pt.

Leia +:
Você pode comprar os livros de José Saramago neste link.
 


Ficha artística e técnica
Texto:
Paulo Campos dos Reis e Vinícius Piedade
Direção: Paulo Campos dos Reis
Interpretação: Vinícius Piedade
Iluminação: Paulo Campos dos Reis e Vinícius Piedade
Figurino: Piedad (Ana Maria Piedade)
Fotografia: Danilo Ferrara
Vídeo: Nara Ferriani
Design gráfico: Pedro Velho
Operação de som e luz: Márcio Baptista
Direção de produção: Ricardo Soares (Portugal) Vinícius Piedade (Brasil)
Coprodução: Vinícius Piedade (Brasil) e Musgo Produção Cultural (Portugal)
Assessoria de imprensa: Canal Aberto (Márcia Marques)


Serviço
De 1º a 29 de agosto de 2022, todas as segundas-feiras, às 19h
Local: Biblioteca Mário de Andrade (R. da Consolação, 94 - República, São Paulo)
Entrada gratuita (retirar ingressos uma hora antes)
Duração: 70 minutos
Classificação: 12 anos

.: Leonardo Boff reúne contos e histórias indígenas em livro


Em "O Casamento entre o Céu e a Terra - Contos dos Povos Indígenas do Brasil", o autor reúne relatos, mitos e histórias dos povos originários brasileiros. Nova publicação conta com ilustrações da artista indígena Daniela Ramos (danirampe) e apresentação do escritor Daniel Munduruku.


"As histórias indígenas - erroneamente chamadas de 'mito' - nos revelam exatamente onde moram os milagres da vida: na comunhão, na partilha, na fartura, no pertencimento, na tolerância. Ler as histórias indígenas apenas com a cabeça não nos permite sentir a verdade que elas trazem dentro de si e que precisam ser ouvidas com o coração. Fica aqui, pois, meu convite: leiam essas histórias não com a cabeça, mas com o coração, que é o centro de todos os sentidos. É dentro dele que mora a magia, o sagrado, o mistério." - Introdução por Daniel Munduruku


Professor, teólogo, filósofo, escritor e um dos principais defensores dos direitos humanos no Brasil, Leonardo Boff lança nova edição de "O Casamento entre o Céu e a Terra - Contos dos Povos Indígenas do Brasil", publicado pela editora Planeta. No livro, o autor reúne relatos, mitos e histórias dos povos originários brasileiros, com o objetivo de ressaltar suas inestimáveis contribuições na constituição cultural do país.

A publicação é dividida em duas partes: na primeira, diversas narrativas apresentam a epistemologia indígena, seus costumes, modos de pensar e compreender a natureza; na segunda, são apresentadas informações a respeito desses povos, como as etnias e línguas que se estendem pelo território brasileiro, bem como quais elementos contemporâneos fazem parte de nossa herança indígena.

Recolhidas ao longo dos anos e através de visitas a diversas etnias, as histórias dão explicações poéticas a fenômenos da natureza: “Como são grandes observadores, acumularam enorme sabedoria. Como nós, eles também perguntam: ‘Por que existem o dia e a noite? Por que as estrelas têm brilho diferente? De onde veio o guaraná, de que gostamos tanto?’. Para responder a essas indagações, contam estórias interessantíssimas. E elas nos enchem de encantamento”, afirma o autor no prefácio. Cada história é capaz de nos conectar à sabedoria ancestral das comunidades indígenas, reforçando sua importância na cultura brasileira.

Esta nova edição propõe uma abordagem literária, sem perder o contexto didático do livro quando foi originalmente lançado. Além de um viés inovador, a publicação da editora Planeta conta com ilustrações da artista indígena Daniela Ramos (danirampe) e apresentação do escritor Daniel Munduruku. Em um momento de ameaças reais ao meio ambiente e ao futuro dos povos originários no Brasil, a nova edição de "O Casamento entre o Céu e a Terra" torna-se essencial para colocarmos as culturas e as tradições indígenas no centro do debate. Você pode comprar o livro "O Casamento entre o Céu e a Terra", de Leonardo Boff, no link.


Trechos do livro
Depois de ter vivido feliz com Denaquê por muitos e muitos anos, e ensinado aos Karajá a cultivar o milho, a mandioca e tantas coisas saborosas, Tainá-Can voltou ao céu para continuar a brilhar eternamente. E junto levou sua amada Denaquê. Por isso, como companheira inseparável, também brilha no céu, sempre junto da estrela-d’alva, também uma estrela singela e de brilho esmaecido.

Nunca mais deixaram de comer essas raízes. E foi assim que elas se tornaram o principal alimento dos Tupi-Guarani, das demais etnias e da maioria dos brasileiros, fazendo farinha, beijus e cauim. Chamaram então as raízes de Mandioca, que significa “casa de Mandi” ou também “corpo de Mandi”.

O Espírito das Águas teve pena imensa de Yara. Acolheu seu corpo machucado. Inspirou-lhe vida e devolveu-lhe todo o esplendor de sua beleza. Mas, para que não pudesse nunca mais ser violada, transformou-a em sereia. O “índio” não existe. O que existe são centenas de nações indígenas, algumas tão diferentes das outras como é diferente o Brasil da Austrália.

Viemos de um projeto civilizacional que se estrutura ao redor do poder-dominação sobre os outros povos, as outras classes e a natureza. Esta sistemática agressão pode destruir a nós e à vida. Por isso, é urgente que aprendamos formas alternativas de relação para com a natureza. E os indígenas nos mostram o caminho.


Sobre o autor
Leonardo Boff cursou filosofia e teologia, doutorando-se nas duas disciplinas pela Universidade de Munique-Alemanha, em 1970. Ingressou na Ordem dos Frades Menores, franciscanos, em 1959. Durante 22 anos, foi professor de Teologia Sistemática e Ecumênica em Petrópolis, no Instituto Teológico Franciscano, além de professor de Teologia e Espiritualidade em vários centros de estudo e universidades no Brasil e no exterior.

É doutor honoris causa em política pela universidade de Turim (Itália) e em teologia pela Universidade de Lund (Suécia), tendo ainda sido agraciado com vários prêmios no Brasil e no exterior, por causa de sua luta pelos direitos humanos. Em 1984, em razão de suas teses ligadas à Teologia da Libertação, foi submetido a um processo no Vaticano, pelo qual foi punido.

Em 1992, sendo de novo ameaçado pelas autoridades de Roma, renunciou às atividades de padre. É autor de mais de 60 livros nas áreas de teologia, espiritualidade, filosofia, antropologia e mística. A maioria de sua obra está traduzida nos principais idiomas modernos.

Ficha técnica
Título: "O Casamento entre o Céu e a Terra - Contos dos Povos Indígenas Brasileiros"
Autor: 
Leonardo Boff
Ilustrações:
Daniela Ramos
Texto de introdução: Daniel Munduruku
Editora: Planeta
Páginas: 240
Link na Amazon: https://amzn.to/3S4If1H

.: “Poliana Moça” chega ao centésimo capítulo com emoções e tensões

Após sequestro, Poliana quer saber como o pai está (Foto: João Raposo/SBT)


A novela juvenil do SBT, “Poliana Moça” chega ao centésimo capítulo com muitas emoções e tensões nos acontecimentos de sexta-feira, 05 de agosto. Enquanto Luigi conta para o irmão Mario que beijou Song, Roger, Otto e Marcelo abandonam o cativeiro no qual foram matidos enquanto estavam sequestrados. Os irmãos mais velhos levam Marcelo, muito ferido, ao hospital, que, devido a um trauma na cabeça, fica internado em estado grave. 

Bento recebe flores em nome de Ruth, o que com que o sobrinho reconheça a mensagem de Renato e questione a tia sobre suposto envolvimento amoroso com o professor de música. Luísa se emociona ao ver o marido na UTI. 

Emocionada, Poliana pergunta ao pai se os sequestradores o machucaram, mas Otto não quer comentar sobre o ocorrido. Por sua vez, Gleyce resiste em fazer festa de aniversário de casamento. Vinícius e Raquel decidem conversar sobre o relacionamento deles. Dr. Davi encontra a família de Marcelo para dar resultado clínico final do paciente.

A novela “Poliana Moça” vai ao ar de segunda a sábado, às 20h30, no SBT

Otto, Roger e Marcelo em cativeiro (Foto: Lourival Ribeiro/SBT) 

.: Entrevista com Sergio Guizé: em "Mar do Sertão" será Zé Paulino

Sergio Guizé comenta o trabalho em "Mar do Sertão", ator será Zé Paulino, personagem que após um acidente é dado como morto. Foto: Rede Globo/Divulgação


Zé Paulino (Sérgio Guizé), vaqueiro da fazenda Palmeiral, é um rapaz honesto e corajoso, que vive para o trabalho e para Candoca (Isadora Cruz), seu grande amor. É filho de Daomé, meeiro da fazenda, por quem tem adoração. Aliás, é seguindo o exemplo do pai que Zé Paulino trata a todos com respeito, o que faz com que ele seja uma pessoa muito querida em Canta Pedra. O rapaz também é muito leal ao patrão, coronel Tertúlio (José de Abreu), dono da fazenda.

No início da trama de "Mar do Sertão", Zé Paulino e Candoca estão noivos, em meio aos preparativos para o casamento. Candoca é professora e, assim como o vaqueiro, luta pela melhoria das condições de vida do povo da cidade. A jovem sonha se tornar médica e tem total apoio do noivo. 

Esse conto de fadas, no entanto, será interrompido quando Zé Paulino sofre um acidente e é dado como morto. Tertulinho (Renato Góes), que já estava dando suas investidas em Candoca há um bom tempo mesmo sendo rejeitado, vê a tragédia como uma oportunidade de finalmente conquistá-la. Quando Zé Paulino volta para Canta Pedra, 10 anos depois, em busca de justiça, ainda terá que aprender a lidar com a nova realidade: Candoca, seu grande amor, casada com seu rival.  

"Mar do Sertão" é uma novela criada e escrita por Mario Teixeira com direção artística de Allan Fiterman. A obra é escrita com Marcos Lazarini, Claudia Gomes e Dino Cantelli, e com colaboração de Carol Santos. A direção geral é de Pedro Brenelli com Bernardo Sá, Natália Warth e Rogério Sagui. A produção é de Silvana Feu e a direção de gênero de José Luiz Villamarim. Confira a entrevista com Sergio Guizé!

 

Como você define seu personagem, Zé Paulino?

Sérgio Guizé: O Zé Paulinho é um homem honesto, corajoso, que trabalha como vaqueiro na fazenda Palmeiral e tem muita gratidão pelo patrão, o coronel Tertúlio (José de Abreu). Ele é completamente apaixonado pela noiva, Candoca, mas seu castelo começa a ruir quando Tertulinho, o filho do coronel, volta da capital para Canta Pedra e começa a dar em cima de Candoca. 

 

Zé Paulino será dado como morto e volta depois de 10 anos. Como isso vai impactar na personalidade do personagem?

Sérgio Guizé: Após o acidente, Zé Paulino vai reaprender a viver sem Candoca e sem a vida que ele construiu em Canta Pedra. Será uma jornada de tentar entender tudo o que aconteceu na ausência dele e de tentar acabar com as injustiças das quais o povo da cidade sempre foi vítima na mão dos poderosos. Será um misto de emoções.

 

Zé Paulino e Timbó têm uma relação muito próxima, de respeito e de amizade. Fale um pouco sobre essa ligação.

Sérgio Guizé: Acredito que o Zé Paulino entende que, mesmo sendo analfabeto, o Timbó sabe mais sobre a vida do que muita gente que estudou. Zé Paulino admira a sabedoria do amigo para cuidar da terra e preservar a memória de seus antepassados.

 

O que mais te encanta em "Mar do Sertão"?

Sérgio Guizé: O que mais me encanta são os questionamentos que o Mario Teixeira propõe com o texto dele. Ao mesmo tempo em que estamos contando uma história de amor, temos temas como a preservação do meio ambiente, a concentração de poder na mão de poucos, a força feminina, entre outros. É bonito ver a trajetória de alguns personagens fazendo de tudo para salvar aquela terra que é tão importante para eles.

 

O que o público deve esperar da novela?

Sérgio Guizé: Estamos fazendo uma novela que fala do interior do Brasil e de sua gente. Veremos tipos universais representados, mas de uma forma especial, conduzidos pelo texto do Mario e pela direção do Allan Fiterman e equipe. É uma história alegre, com muitas cores e muita leveza, que espero que o público se identifique e goste bastante. 


domingo, 31 de julho de 2022

.: Crítica: "A Morte Te Dá Parabéns" é um thriller sem defeitos

Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em julho de 2022


Uma garota cheia de si que morre por vezes seguidas. Este seria o resumo em poucas palavras do longa da Blumhouse, "A Morte Te Dá Parabéns" que acumulou mais de US$ 122 milhões nas bilheterias mundiais. Contudo, a produção dirigida por Christopher B. Landon vai além da mudança de comportamento da mocinha má e ainda bebe na fonte do clássico filme com Bill Murray, "Feitiço do Tempo", com o qual, de fato, estabelece uma grande ligação. 

Em 1h36, o público conhece a linda e enjoada estudante universitária Tree Gelbman (Jessica Rothe) que acorda na cama do dormitório do também universitário Carter (Israel Broussard). Grosseira e egocêntrica, segue a vida cercada por outras moças ocas e tão arrogantes quanto ela. Na verdade, Tree mostra o quanto se diverte quando maltrata os outros, inclusive o próprio pai que a acorda por ligação justamente no dia do aniversário dela. 


Recebe os cumprimentos das amigas pela nova fase da vida, ganha um cupcake com velinha e, por fim, o encontro com o assassino. Ao morrer -dia após dia-, Tree renasce e revive tudo. Inicialmente, faz tudo quase que do mesmo jeito até que se dá conta de como seu dia irá terminar -e recomeçar. Assim, ela se empenha em descobrir quem está por trás da máscara de bebê que a mata brutalmente todo dia. Nesse processo repetitivo, ela tenta alterar certas ações para escapar viva. Logo, a esnobe vai baixando a guarda enquanto segue nesse looping macabro. Faz uma autoavaliação no qual constata o quão detestável é e até faz amizade com Carter. 

Embora seja espelhado no romântico "Feitiço do Tempo""A Morte Te Dá Parabéns" é totalmente aterrorizante, pois é um terror slasher -subgênero de filmes de terror quase sempre envolvendo assassinos psicopatas que matam aleatoriamente. "A Morte Te Dá Parabéns" garante bons e inesperados sustos. Nele há a mocinha, que é a "final girl" -embora seja o único alvo do assassino-, Tree enfrenta quem a ameaça e busca pelo verdadeiro assassino atrás da máscara, além de um perfeito jogo de intrigas e, claro, uma boa e certeira vingança, tal qual sempre se vê em clássicos do terror como "Lenda Urbana", "Pânico", "Eu Sei O Que Vocês Fizeram no Verão Passado" e "Sexta-feira 13"

Todos os elementos de um thriller sem defeitos estão no longa com orçamento de US$ 4,8 milhões. O filme surpreende com uma edição envolvente que colabora para o crescimento da trama, assim como a revelação do assassino. Além de garantir uma trilha sonora com Demi Lovato e seu hit "Confident", música que descreve bem a protagonista. "A Morte Te Dá Parabéns" é um filmaço de terror da nova geração que já tem pinta de clássico. Imperdível!


Filme: "A Morte Te Dá Parabéns" ("Happy Death Day")

Gênero: Terror/Thriller

Classificação: 14 anos

Ano de produção: 2017

Direção: Christopher B. Landon

Duração: 1h36

Data de lançamento: 12 de outubro de 2017 (Brasil)

Elenco: Jessica Rothe (Tree Gelbman), Israel Broussard (Carter Davis), Jason Blum, Ruby Wylder Rivera Modine (Lori Spengler), Rachel Matthews, Phi Vu (Ryan Phan)


Mary Ellen Farias dos Santos, editora do portal cultural www.resenhando.com. É jornalista, professora e roteirista. Twitter: @maryellenfsm

Trailer




.: Última semana do monólogo "Virgínia", com Claudia Abreu, no Sesc 24 de Maio

Com temporada até dia 7 de agosto e direção de Amir Haddad, "Virginia" marca a estreia da atriz como autora teatral. Livro com o texto da peça foi publicado pela editora Nós, que edita Virginia Woolf no Brasil Na imagem, Claudia Abreu no espetáculo "Virginia"; Foto: Rogério Faissal

A atriz Cláudia Abreu apresenta a última semana de "Virgínia", seu primeiro monólogo, que foi idealizado e escrito por ela a partir da vida e da obra de Virginia Woolf (1882-1941) no Sesc 24 de Maio. Em cena, a atriz interpreta a genial escritora inglesa, cuja trajetória foi marcada por tragédias pessoais e uma linha tênue entre a lucidez e a loucura. A estrutura do texto se apoia no recurso mais característico da literatura da escritora: a alternância de fluxos de consciência, capaz de ‘dar corpo’ às vozes reais ou fictícias, sempre presentes em sua mente.

"Virginia" é o resultado dos vários atravessamentos que Virginia Woolf (1882-1941) provocou em Claudia Abreu ao longo de sua trajetória. A vida e a obra da autora inglesa são os motores de criação deste espetáculo, fruto de um longo processo de pesquisa e experimentação que durou mais de cinco anos. Primeiro monólogo da carreira da atriz, o solo - em cartaz até dia 7 de agosto no Sesc 24 de Maio - marca ainda a sua estreia na dramaturgia e o retorno da parceria com Amir Haddad, que a dirigiu em "Noite de Reis" (1997).

A relação de Claudia com Virginia Woolf começa em "Orlando", montagem assinada por Bia Lessa, em 1989. Aos 18 anos, ela travou contato inicial com a escritora de clássicos como "Mrs Dalloway", "Ao Farol" e "As Ondas". No entanto, somente em 2016, com a indicação de uma professora de literatura, que a atriz reencontrou e mergulhou de cabeça no universo da autora. Após ler e reler alguns livros, incluindo as memórias, biografias e diários, a vontade de escrever sobre Virginia falou mais alto.

"Eu me apaixonei por ela novamente. Fiquei fascinada ao perceber como uma pessoa conseguiu construir esta obra brilhante com tanto desequilíbrio, tragédias pessoais e problemas que teve na vida. Como ela conseguiu reunir os cacos?’, questiona a atriz, que enxerga "Virginia" também como um marco de maturidade em sua trajetória: ‘o texto também vem deste desejo de fazer algo que me toca, do que me interessa falar hoje. De falar do ser humano, sobre o que fazemos com as dores da existência, sobre as incertezas na criação artística, e também falar da condição da mulher ontem e hoje. Não poderia fazer uma personagem tão profunda sem a vivência pessoal e teatral que tenho hoje’, avalia.

A dramaturgia de "Virginia" foi concebida como inventário íntimo da vida da autora. Em seus últimos momentos, ela rememora acontecimentos marcantes em sua vida, a paixão pelo conhecimento, os momentos felizes com os queridos amigos do grupo intelectual de Bloomsbury, além de revelar afetos, dores e seu processo criativo. A estrutura do texto se apoia no recurso mais característico da literatura da escritora: a alternância de fluxos de consciência, capaz de ‘dar corpo’ às vozes reais ou fictícias, sempre presentes em sua mente.

"Fazer o monólogo foi uma opção natural neste processo, pois todas as vozes estão dentro dela. Eu nunca quis estar sozinha, sempre gostei do jogo cênico com outros colegas, mas a personagem me impeliu para isso", analisa Claudia, cujo processo de criação se desenvolveu a partir de uma série de improvisações que fez ao longo dos últimos anos, em especial durante o período pandêmico, já acompanhada por Amir Haddad.

A chegada de Amir ao projeto vem ao encontro do desejo de Claudia em encenar o seu próprio texto. "Ele tem como premissa a liberdade, permite que o ator seja o autor de sua escrita cênica, isso foi fundamental em todo o processo. O ator é um ser da oralidade, a maior parte do texto foi escrita a partir do que eu improvisava de maneira espontânea e depois organizava como dramaturgia", relata a atriz, que se aventurou na escrita pela primeira vez com o roteiro da série "Valentins", em 2017, da qual também é cocriadora.Malu Valle, que assina a codireção da montagem, chegou no processo quando Amir se recuperava de covid e contribuiu em toda a etapa final de "Virginia".

Leia +:
Você pode comprar o livro da peça "Virgínia: Um Inventário Íntimo", escrito por Claudia Abreu, neste link.

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Ficha técnica:
Espetáculo:
"Virgínia".
Idealização, dramaturgia e atuação: Cláudia Abreu.
Direção: Amir Haddad. 
Codireção: Malu Valle.
Direção de movimento: Marcia Rubin.
Figurinos: Marcelo Olinto. 
Iluminação: Beto Bruel. 
Trilha sonora com colaboração de José Henrique Fonseca: Dany Roland. 
Operação de som: Bruna Moreti. 
Assistente de iluminação / operação de luz: Igor Sane. 
Operação de som nos ensaios: Máxima Cutrim. 
Design gráfico: Carolina Pinheiro. 
Fotos: Rogério Faissal, Pablo Henriques e José Henrique Fonseca.
Assessoria de imprensa: Vanessa Cardoso e Pedro Neves.
Direção de produção: Dadá Maia. 
Produtores associados: Cláudia Abreu, Dadá Maia e Mario Canivello.
Temporada até dia 7 de agosto. Quintas, sextas e sábados, às 20h. Domingos, às 18h.
Local: Sesc 24 de Maio (Teatro) - Rua 24 de Maio, 109 - 350 metros do metrô República.
Ingressos: R$ 40 (inteira), R$ 20 (meia) e R$ 12 (credencial plena). Venda on-line no site sescsp.org.br/24demaio e presencial, nas bilheterias das unidades Sesc SP.
Classificação: 14 anos. 
Duração do espetáculo: 60 minutos.

.: Grupo XPTO apresenta "Colapso" no Centro Cultural Vila Itororó


Terça-feira, dia 2 de agosto, às 17h30, o Grupo XPTO apresenta a quarta performance do projeto “Kintsukuroi - A Metamorfose dos Escombros”, contemplado pelo 37º Programa de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo. O trabalho é um exercício de construção e desconstrução no qual quatro intervenções cênicas acontecem simultaneamente num mesmo espaço a partir de diferentes suportes visuais. A sessão será gratuita e acontecerá no Centro Cultural Vila Itororó, em São Paulo.

A palavra Kintsukuroi evoca a arte japonesa que busca valorizar os objetos que se quebraram - os pedaços que faltam, as lascas perdidas - preenchendo suas fissuras com ouro. Toda a pesquisa está sendo desenvolvida através da linguagem do Teatro de Objetos e tem como ponto de partida processos de resgate da memória por meio da interação com objetos que façam parte de um imaginário relacionado às nossas histórias de vida.

A performance “Colapso” é construída a partir de quatro intervenções simultâneas. Na primeira intervenção, diversos “operários” chegam com fardos de roupas criando uma pequena montanha no centro da cena.  A segunda acontece sobre uma mesa com pedaços de tijolos que lembram construções precárias em miniatura. A terceira intervenção acontece num aquário com terra onde são enterrados pequenos bonecos de plástico. A quarta intervenção utiliza também um aquário onde “nadam” diversos pedaços de papel de seda, manipulados por atores, que se desmancham com o passar do tempo.


Serviço
Local:
Centro Cultural Vila Itororó – R. Maestro Cardim, 60 – Bela Vista – São Paulo.
Data: 2 de agosto. Terça, às 17h30.
Classificação indicativa: livre.
Ingressos: grátis.
Duração: 45 minutos.
Projeto contemplado pelo 37º Programa de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo.

.: On-line: Laura Proença e Felipe Roque em cartaz na peça "Ensaio Gota d'Água"

Texto icônico de Chico Buarque e Paulo Pontes é revisitado por Antonio DeBonis e leva a direção de Stella Maria Rodrigues. Espetáculo terá única apresentação dia 2 de agosto, pelo Sympla

Desenvolvido pela atriz Laura Proença, o projeto "Alimentando a Alma com Arte", que já produziu apresentações on-line de textos de dramaturgos como Nelson Rodrigues, Miguel Falabella e Arnaldo Jabor, estreia no dia 2 de agosto uma adaptação da clássica peça de Chico Buarque e Paulo Pontes, "Gota d'Água".

Laura e Felipe Roque darão vida ao casal Joana e Jasão, na tragédia carioca que é uma adaptação de "Medeia", de Eurípedes. A protagonista já foi vivida no teatro por Bibi Ferreira,  na antológica montagem de 1975 e, mais recentemente, por Laila Garin. A nova versão tem texto de Antonio DeBonis e leva a direção de Stella Maria Rodrigues.

Nesta adaptação, a ação se passa durante um ensaio do espetáculo "Gota D'Água" (de Chico Buarque e Paulo Pontes), em que o casal de atores que vive os protagonistas, Joana e Jasão, vê suas vidas misturadas com a história do texto original. O limite entre a realidade e a ficção dá o tom dessa montagem criada por Antonio DeBonis. Uma grande crise se estabelece na vida desse casal (Laura Proença e Felipe Roque) através desta obra-prima do nosso teatro.

"É interessante colocar a história a partir de um ensaio de dois atores. Eles vivem uma situação similar à do casal Joana e Jasão, da peça do Chico e do Paulo Pontes. Só que sem aquele peso. Eles tiveram um episódio de traição e tal, um pouco menos dramático", conta ela.

Para a atriz, viver a personagem que coube a Bibi Ferreira, sua madrinha, é mais do que especial. "Tem uma simbologia muito grande, pois Joana foi uma das grandes personagens da minha querida Bibi. Mesmo sendo um ensaio, confesso que muitas vezes fico tomada de emoção com a beleza do texto e lembro do quão grandiosa era a interpretação dela", diz.


Serviço
Alimentando a Alma com Arte apresenta "Ensaio Gota D'Água"
. Terça-feira, dia 2, às 21h. 120 minutos. 14 anos. De R$10 a R$60. (ingresso solidário). No Sympla, neste link.

Leia +
Você pode comprar o livro da peça "Gota D'Água", de Chico Buarque e Paulo Pontes, neste link


.: “Poliana Moça”, do SBT: Resumos dos capítulos 96 ao 100

“Poliana Moça”

Resumos dos capítulos 96 ao 100 (01.08 a 05.08)

Elenco jovem reunido (Foto: Lourival Ribeiro/SBT)


Capítulo 96, segunda-feira, 01 de agosto

Violeta e Waldisney disfarçados em conversa com Roger (Foto: Bruno Correa/SBT)


Poliana não consegue contato com Éric; ela liga para Bento e comenta sobre o comportamento e ansiedade do menino. João escuta o papo entre Bento e Poliana a respeito de Éric, e promete não alarmar o assunto. Disfarçados, Waldisney e Violeta se encontram com Roger; Waldisney revela estar nos noticiários por ser reconhecido no evento da websérie na Ruth Goulart.  Precisando tirar Otto do seu caminho, Roger bola um plano e divide com os comparsas. Formiga agradece a Vinícius por conversar com Durval e convencê-lo a admitir novamente o amigo. João solta, sem querer, para Helena e Song, informações sobre Éric. Jefferson flagra Sérgio de pijama e saco de dormir na “Onze”. Na escola, Poliana fica preocupada com a ausência de Éric. Antônio visualiza fotos com Violeta, se emociona e tenta ligar para a filha; Dona Branca chega no momento e acredita que ele está a traindo. Poliana vai até Helô perguntar sobre o caso de ansiedade de Éric; a coordenadora dá uma aula sobre causas e efeitos do distúrbio. O plano de Roger dá início e Waldisney serve de isca.


Capítulo 97, terça-feira, 02 de agosto

Waldisney e comparsas (Foto: Lourival Ribeiro/SBT)


Juntos, Otto, Roger e Marcelo encontram com Waldisney; Otto alega que quer o Pinóquio de volta. Duas mulheres encapuzadas chegam em cena e atiram nos irmãos. Inconscientes, as vítimas são sequestradas. João pede desculpas para Poliana por vazar privacidade de Éric. Renato questiona Ruth se ela está tendo um caso com Otto. Brenda e Raquel ficam amoladas com Celeste e seus benefícios na empresa. Renato flerta com Ruth, logo em seguida com Helô. Os filhos de Glória são levados para o esconderijo de Waldisney e Violeta. Poliana consegue contatar Éric e pede desculpa por não aceitar o convite e ir à sua casa. Luísa não consegue se comunicar com Marcelo e começa a ficar preocupada. Otto anuncia a Violeta, que revelou ao Antônio sobre a filha estar envolvida com o crime. Branca convida Antônio para um passeio para elevar o ânimo dele; eles praticam tirolesa. Sara declara à Poliana que Otto sumiu.


Capítulo 98, quarta-feira, 03 de agosto

Antônio e Branca conversam sobre Violetta (Foto: João Raposo/SBT)


Antônio conversa com Branca sobre a ausência da filha. Luísa conta à Glória que os filhos foram atrás de Waldisney. Otto acredita que Roger está do lado dos vilões e está encenando em pleno cativeiro. Violeta e Waldisney afirmam que os sequestrados já viram os rostos deles e que precisam se livrar dos irmãos. Formiga vai até a “Luc4tech” cobrar o dinheiro que a Celeste está devendo. Glória, Luísa e Durval visitam Poliana e contam sobre o sequestro do pai. Formiga diz para Vinícius que Raquel não é apaixonada pelo amigo. Mario encontra Pinóquio no sótão de sua casa e se assusta. Marcelo é nocauteado por Violeta. Sara consegue localizar o celular de Otto. Luigi e Song tentam se beijar novamente e são interrompidos. Jefferson convida Sérgio para morar um tempo em sua casa. Mario deixa Pinóquio ocupar sua casa com uma condição: tirar a “máscara” e o capuz.


Capítulo 99, quinta-feira, 04 de agosto

Momentos antes do beijo tão aguardado (Foto: Lourival Ribeiro/SBT)


Song ensina Luigi a dançar; eles flertam e finalmente rola o beijo. Nanci chora por Waldisney e as notícias que circulam dele; Antônio revela que a parceira do crime de Waldisney é a filha dele, Violeta. Junto com Durval e Luísa, a polícia chega até o local onde os filhos de dona Glória encontraram Waldisney; polícia localiza o celular do Otto. Vinícius recusa encontro com Raquel. Gleyce e Henrique comemoram o aniversário de casamento e Henrique quer fazer uma festa para celebrar o amor deles; Gleyce não se anima com a ideia. Tânia chega na mansão e fica sabendo da notícia do namorado.


Capítulo 100, sexta-feira, 05 de agosto

Após sequestro, Poliana quer saber como o pai está (Foto: João Raposo/SBT)


Luigi conta ao Mario que beijou a Song. Roger, Otto e Marcelo abandonam o cativeiro; os irmãos mais velhos levam Marcelo, muito ferido, ao hospital. Marcelo sofre um trauma na cabeça e fica internado em estado grave. Bento recebe flores em nome de Ruth; o sobrinho reconhece a mensagem de Renato e questiona a tia sobre suposto envolvimento amoroso com o professor de música. Luísa se emociona ao ver o marido na UTI. Poliana pergunta ao pai se os sequestradores o machucaram; ele não quer comentar sobre o assunto. Gleyce resiste em fazer festa de aniversário de casamento. Vinícius e Raquel decidem conversar sobre o relacionamento deles. O Dr. Davi encontra a família de Marcelo para dar resultado clínico final do paciente.


Sábado, 06 de agosto

Elenco jovem reunido (Foto: Lourival Ribeiro/SBT)

Resumo dos capítulos da semana


A novela “Poliana Moça” vai ao ar de segunda a sábado, às 20h30, no SBT


Otto, Roger e Marcelo em cativeiro (Foto: Lourival Ribeiro/SBT) 

sábado, 30 de julho de 2022

.: Crítica: "Paradise: Uma Nova Vida", o "Brokeback Mountain" italiano


Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em julho de 2022 


Na Sicília, um vendedor de raspadinhas, presencia um assassinato. Para piorar a situação, ele e o mafioso (Giovanni Calcagno) trocam olhares, o que leva o comerciante imediatamente ao programa do governo para proteção às testemunhas. Em cartaz na Rede de Cinemas Cineflix, a comédia dramática italiana, "Paradise: Uma Nova Vida", faz com que o protagonista assuma uma nova identidade. Ao passar a atender por Calogero (Vincenzo Nemolato), deixa seu lugar de origem, todos os familiares, além da esposa grávida, Lucia (Selene Caramazza). 

Sozinho e sempre sobressaltado, nos Alpes italianos, ele vive numa pousada tão afastada que é um total marasmo e ainda tem o nome de "Paradise". O roteiro de Davide Del Degan e Andrea Magnani, em 1h26, faz acontecer situações inimagináveis e, claro, encena o reencontro entre o assassino mafioso e a testemunha. Contudo, o rumo tomado é surpreendente, o que gera muitas risadas com um certa dose de apreensão. Por vezes, remete ao filme de Ang Lee, "O Segredo de Brokeback Mountain", porém adaptado para a realidade italiana.

O texto ágil e cheio de sacadas, numa conversa por telefone, alerta Calogero solenemente para que não dance com seu opressor. No entanto, ao ser desafiado, acaba decidindo arriscar tudo sendo parceiro na dança com direito a oferta de jantar. O longa dirigido por Davide Del Degan encontra um jeitinho de mostrar a dança folclórica italiana, chamada de Schuhplattler, enquanto que cria um elo entre testemunha e assassino, para que entrem numa trama de perfeito compasso. 

"Paradise: Uma Nova Vida" tem a dose certa de drama e alivia ao se esbaldar na comédia quando Calogero decide "brincar com a sorte" nesse paraíso de neve. Assim, Calogero, muda a cor dos cabelos, tenta usar uma espingada e prepara pratos especiais. E tudo fica ainda mais interessante quando o lado emotivo do assassino é exposto pelo próprio. O filme coloca na telona um desfecho surpreendente e extremamente provocante. Imperdível!

Em parceria com a rede Cineflix Cinemas, o Resenhando.com assiste aos filmes em Santos, no primeiro andar do Miramar Shopping. O Cineclube do Cineflix traz uma série de vantagens, entre elas ir ao cinema com acompanhante quantas vezes quiser - uma oportunidade para qualquer cinéfilo. Além disso, o Cinema traz uma série de projetos, que você pode conferir neste link.


Filme: "Paradise: Uma Nova Vida"  ("Paradise")

Duração: 1h26

Gênero: comédia dramática

Diretore: Davide Del Degan

Roteiro: Davide Del Degan e Andrea Magnani

Classificação: 14 anos

Ano de produção: 2019 

Distribuidora: Arteplex Filmes

Elenco: Vincenzo Nemolato, Giovanni Calcagno, Katarina Cas e Selene Caramazza


Mary Ellen Farias dos Santos, editora do portal cultural www.resenhando.com. É jornalista, professora e roteirista. Twitter: @maryellenfsm

Trailer







.: Entrevista: João Vitti relembra o trabalho em "O Cravo e a Rosa"


"'O Cravo e a Rosa' é uma unanimidade entre o público, não conheço quem não goste da novela", constata o ator em entrevista. Na imagem, João Vitti caracterizado como o personagem Serafim Amaral Tourinho. Foto: Nelson Di Rago

A novela "O Cravo e a Rosa" foi um marco na carreira de João Vitti. Além de seu personagem, o jornalista Serafim, ser um dos mais lembrados entre os que viveu até hoje, o ator decidiu fazer um importante movimento em sua vida durante o trabalho na novela. "'O Cravo e a Rosa' me trouxe tanta alegria que rompi com todos os preconceitos que eu tinha em relação ao Rio de Janeiro e decidi sair de São Paulo com minha família para viver na cidade onde sou feliz há mais de 20 anos", conta o ator. 

Novelas de época são os trabalhos na TV que o ator guarda com mais carinho. Para ele o processo de preparação é estimulante. "Amo fazer personagens que viveram em outros tempos. Aliás, muita gente me diz que tenho 'cara de personagem de época'. Antes de 'O Cravo e a Rosa' tinha feito 'Éramos Seis' e 'O Direito de Nascer', que de certa forma me ambientaram para esse trabalho", acredita. Em entrevista, o ator revela um pouco mais sobre o trabalho na obra e os bastidores.

"O Cravo e a Rosa - Edição Especial" tem autoria de Walcyr Carrasco, coautoria de Mário Teixeira e colaboração de Duca Rachid, direção-geral de Walter Avancini e Mário Márcio Bandarra e direção de Amora Mautner. A direção de núcleo é de Dennis Carvalho. 


Como está sendo relembrar "O Cravo e a Rosa" e sentir o retorno do público?
João Vitti -
Assisto sempre que posso e com muita alegria. "O Cravo e a Rosa" é uma unanimidade entre o público, não conheço quem não goste da novela. 


Na sua opinião, quais fatores fazem a novela ser sucesso em todas as exibições?
João Vitti - 
Acredito que a fonte está no talento e inspiração do Walcyr Carrasco em sua adaptação para a TV da obra de Shakespeare, "A Megera Domada", e no elenco extraordinário que o Dennis Carvalho e o Walter Avancini reuniram.  


Qual a importância desse trabalho em sua carreira?
João Vitti - 
Poder contracenar e aprender com grandes atores que admiro e respeito como Ney Latorraca, Luís Melo, Carlos Vereza, Eva Todor, Pedro Paulo Rangel, Eduardo Moscovis, Adriana Esteves, Drica Moraes, entre outros, e ter tido a oportunidade de ser dirigido pelo mestre Walter Avancini. E na minha vida pessoal "O Cravo e a Rosa" me trouxe tanta alegria que rompi com todos os preconceitos que eu tinha em relação ao Rio de Janeiro e decidi sair de São Paulo com minha família para viver na cidade onde sou feliz há mais de 20 anos.
 

O que você mais gostou ao interpretar esse personagem?
João Vitti - 
Amo fazer personagens que viveram em outros tempos. Aliás, muita gente me diz que tenho "cara de personagem de época". Antes de "O Cravo e a Rosa" tinha feito "Éramos Seis" e "O Direito de Nascer", que de certa forma me ambientaram para esse trabalho

 
Conte um pouco sobre a personalidade do jornalista Serafim.
João Vitti - 
Serafim é um autêntico caça-dotes, ambicioso, interesseiro e covarde. 


Como foi a parceria com o elenco, alguma mais especial?
João Vitti - 
Todos os encontros foram especiais e significativos. A história dos bastidores, as relações de amizade e companheirismo que foram sendo construídas entre os atores, diretores e equipe também aparecem subjetivamente na tela da TV, refletindo uma aura de muito brilho e alto astral. Parte considerável do sucesso da novela tem suas raízes nesse valor inestimável e essencial para um trabalho onde iríamos conviver quase diariamente por muitos meses. 


Qual a principal lembrança que você guarda do período de gravação da trama e dos bastidores?
João Vitti - 
São muitas as boas lembranças que guardo das gravações e dos bastidores, mas nada se compara as caronas que eu dava para o Ney Latorraca quando voltávamos dos Estúdios Globo. Era uma hora de gargalhada me segurando para não fazer xixi na calça. O Ney é uma pessoa incrível, por quem eu tenho um carinho imenso. 

 
Até hoje o público fala da novela com você, mesmo antes da reprise? 
João Vitti - 
Sim, sempre e com muito carinho.


Como são essas abordagens?
João Vitti - 
As pessoas iniciam a abordagem comigo rindo ao falar sobre o jornalista Serafim. 


Você é muito autocrítico ao rever um trabalho antigo?
João Vitti - 
Depois do trabalho não, mas durante sim. Não gosto de assistir minhas cenas quando estou gravando, com o trabalho no ar.


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