terça-feira, 29 de novembro de 2022

.: Crítica: "Sra. Harris Vai a Paris" é conto de fadas sobre fazer o bem

Por: Mary Ellen Farias dos Santos 

Em novembro de 2022


Em tempos conturbados em que a prática da bondade é cada vez mais escassa, "Sra. Harris vai a Paris",  leva para as telonas do Cineflix Cinemas, um conto de fadas delicado e tocante, protagonizado por uma Mary Poppins com pouco mais de idade que, apesar das dificuldades que a vida traz, espalha o bem. Contudo, a produção dirigida por Anthony Fabian, baseado no livro de Paul Gallico, é essencialmente uma versão do conto da "Cinderella", ambientado nos anos 50, sendo a Sra. Ada Harris (Lesley Manville) uma faxineira sonhadora que embarca em uma aventura até Paris para comprar um vestido de alta costura Dior. 


Inicialmente, ela segue a rotina de trabalho e fica à espera do marido, Eddie Harris. Leva na bolsa, um embrulho que faz suspense sobre o que há dentro. Sem abrir, conversa com o pacotinho, pois não sabe se são notícias boas ou ruins de seu parceiro que está lutando na guerra. Contudo, ao lado da amiga e também empregada doméstica, Vi (Ellen Thomas), Ada descobre estar viúva. No entanto, recebe uma bolada por pensão acumulada.


Com dinheiro, mas sozinha, a amizade é capaz de devolver o sorriso no rosto da sonhadora que, um dia, na casa de uma empregadora que não honra o pagamento, vê um vestido Dior lilás, cheio de apliques -que mais parece de princesa de conto de fadas. Determinada, Ada estabelece metas, anotando cada pagamento, tira o passaporte para Paris, compra a passagem de avião, dando até para apostar em cachorros de corrida. Entre momentos de sorte e azar, ela embarca com roupas simples e uma mala rumo a realização do sonho que muitos caçoam.


No destino, avista a Torre Eifel ao longe e vai caminhando do aeroporto até o prédio da Dior. Lá, ajuda a modelo Natasha (Alba Baptista) -com um estilo bastante similar ao de Audrey Hepburn em "Bonequinha de Luxo"- que leva um encontrão da ricaça Madame Avallon (Guilaine Londez). Ao correr atrás da modelo que esqueceu a bolsa, Ada sobe vários lances de escadas e se depara com um desfile exclusivo da coleção de dez anos da Dior. Faz amizade com André (Lucas Bravo), o contador da Dior, mas incomoda a diretora da Dior, Claudine (Isabelle Huppert), uma vez que Ada, uma faxineira, entra no mundo exclusivo da alta costura. 


Enquanto vive o sonho de contos de fadas, leva o público pelas mãos para testemunhar o mundo incrível da alta costura. Tal qual uma fada madrinha, Ada trabalha pelo bem daqueles que a cercam, inclusive tenta ser o cupido de Natasha e André. Ainda que o cotidiano traga o peso e a dureza da realidade, "Sra. Harris Vai a Paris", não se perde. O longa é descaradamente um conto de fadas que mostra a necessidade de fazer o bem ao próximo que sempre atrairá retornos positivos. O filme com roteiro de Anthony Fabian, Carol Cartwright, Olivia Hetreed e Heith Thompson é um lindo afago cinematográfico que reforça a prática do bem. Afinal, um dia colheremos o que plantamos. Imperdível!

Em parceria com o Cineflix Cinemas, o Resenhando.com assiste aos filmes em Santos, no primeiro andar do Miramar Shopping. O Cineclube do Cineflix traz uma série de vantagens, entre elas ir ao cinema com acompanhante quantas vezes quiser - um sonho para qualquer cinéfilo. Além disso, o Cinema traz uma série de projetos, que você pode conferir neste link.


* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm


"Sra. Harris Vai a Paris" ("Mrs. Harris Goes to Paris")
Classificação: 12 anos
Gênero: drama/comédia
Distribuidora: Universal Pictures
Direção: Anthony Fabian
Roteiro: Anthony Fabian, Carol Cartwright, Olivia Hetreed e Heith Thompson
Duração: 1h56
Elenco: Lesley Manville, Alba Baptista, Lucas Bravo, Rose Williams, Jason Isaacs, Isabelle Huppert, Lambert Wilson, Ellen Thomas, Freddie Fox, Anna Chancellor, Roxane Duran, Philippe Bertin, Delroy Atkinson, Guilaine Londez, Panka Murányi, Christian McKay, Balázs Csémy, Jeremy Wheeler, Barnabás Réti, Declan Hannigan, Ben Addis, Péter Végh, Igor Szász, Zsolt Páll, Harry Szovik, Barney Pilling, Bertrand Poncet e Vincent Martin. 


Trailer




.: "A Nova Revolução Sexual": Feminismo com poder de transformar

Escritora e jornalista britânica premiada, Laurie Penny analisa a influência da masculinidade tóxica e sua ligação com a ascensão da extrema-direita no mundo


Nesta época de crise, de colapso planetário e tiranos reacionários, estamos presenciando uma transformação muito produtiva: mudanças profundas e permanentes no modo como definimos gênero, sexo e consentimento, assim como seus aspectos políticos no mundo contemporâneo. É o que afirma a jornalista Laurie Penny, reconhecida por suas análises sobre feminismo e gênero, além de seu trabalho como ativista. Penny diz também que estamos num momento de desobediência criativa. Em seu novo livro, "A Nova Revolução Sexual", lançamento da Editora Cultrix, ela analisa como o feminismo pode ser a chave para essa transformação urgente.

Fruto de uma pesquisa de mais de 13 anos e baseada na celebrada série de artigos da autora para o site Longreads, esta obra conta com referências de autores conhecidos por refletir sobre o tema, como Shulamith Firestone, Kimberlé Crenshaw, Silvia Federici, Wilhelm Reich e Michel Foucault. O pensamento reacionário, conservador e tirano não aceita mudanças que possam impactar a supremacia masculina, branca e estereotipada que há séculos rege o planeta, por isso, precisamos reimaginar maneiras de organizar o cuidar das pessoas, as formas como encaramos a reprodução humana e as relações de trabalho, bem como de reconstruir e manter a nossa espécie”, diz a autora.

Penny analisa neste livro como essas mudanças, que já se encontram em andamento, afrontam as certezas sociais e econômicas que determinam o funcionamento da sociedade, ameaçam as estruturas de poder vigentes e debilitam a autoridade das instituições tradicionais, desde o mercado de trabalho assalariado até a constituição da família nuclear. Ao longo da obra, a autora discorre, com um discurso radical, porém coerente e com profundidade, sobre democracia, gênero (a autora se declara não binária) e sobre a importância de uma nova política sexual para todas pessoas, sejam elas não-brancas, pretas ou brancas.


“Esta é uma história sobre a escolha entre o feminismo e o fascismo. É uma história sobre sexualidade e poder, trauma, resistência e persistência. É uma história sobre o trabalho, quem o faz e por quê. É uma história sobre como é possível ligar a crise da democracia à da masculinidade branca e sobre como a ascensão da extrema direita é uma resposta a ambas. E no centro dessa narrativa está uma ideia simples. Estamos vivendo, todos nós, uma mudança de paradigma na relação de poder entre os gêneros.”

– da Introdução


“O novo livro de Laurie Penny anuncia corajosamente que a nova revolução sexual feminista está aqui; estamos no meio de uma mudança fundamental dos papéis de gênero e sexuais em nossa sociedade. Cativante, enfático e profundamente inspirador, “A Nova Revolução Sexual” me deu grande ânimo ao retratar as possibilidades do momento atual.”

 – EVE ENSLER, autora do best-seller "Os Monólogos da Vagina" e de "O Pedido de Desculpas", publicado pela Editora Cultrix 

Você pode comprar "A Nova Revolução Sexual", de Laurie Penny aqui: amzn.to/3U94Aes

Sobre a autora: Laurie Penny é escritora, jornalista e roteirista britânica. Escreve sobre cultura para a revista Wired, e seus aclamados artigos e ensaios apareceram em publicações como The Guardian, The New Statesman, The New York Times, The Baffler, Longreads, Time e muitas mais. Formou-se pelo programa Nieman Foundation Fellows, da Harvard University, e pelo Workshop de Escritores Clarion West. "A Nova Revolução Sexual" é seu nono livro.

Sobre o Grupo Editorial Pensamento: Desde 1907, o Grupo Editorial Pensamento publica livros para um mundo em constante transformação e aposta em obras reflexivas e pioneiras. Na busca desse objetivo, construímos uma das maiores e mais tradicionais empresas editoriais do Brasil. Hoje, o Grupo é formado por quatro selos: Pensamento, Cultrix, Seoman e Jangada e possui em catálogo aproximadamente 2 mil títulos, publicando cerca de 80 lançamentos ao ano. Ao longo de sua trajetória, o Grupo Editorial Pensamento aposta em mensagens que procuram expandir o corpo, a mente e o espírito. Mensagens que emanam energia positiva e bem-estar. Mensagens que equilibram o ser. Mensagens que transformam o mundo.


Livro: A Nova Revolução Sexual

Autora: Laurie Penni 

Editora: Cultrix

360 páginas

Compre "A Nova Revolução Sexual", de Laurie Penny aqui: amzn.to/3U94Aes

.: “O Presente”: celebrando a Magia com Fabi Bang na canção “Um Pouco Mais”

A música “Um Pouco Mais” faz parte do curta festivo “O Presente”, que acompanha a família já conhecida pelo público se preparando para o Natal e para a chegada de um novo bebê. Ouça agora!


Como parte da campanha "Celebrando a Magia", a Disney lançou recentemente um novo curta-metragem mágico de final de ano: “O Presente” - disponível no Youtube e no Disney+. O curta conta com a atriz e cantora Fabi Bang interpretando a música "Um Pouco Mais" na versão em português – lançada oficialmente hoje, 28 de novembro, nas principais plataformas de áudio e no Youtube com um clipe dedicado. A canção original ("A Little More") é interpretada por Jessica Darrow, voz de Luisa Madrigal ("Encanto").

Com a narrativa musical na voz de Fabi Bang, o curta de três minutos celebra o conforto que as histórias trazem às famílias durante tempos de mudanças e como elas aprofundam seus laços por meio da união, além de ser a última parte da trilogia da Disney “Da Nossa Família Para a Sua”, que apresenta momentos da vida da personagem Nicole. O primeiro curta, “Lola”, foi lançado em 2020 e a sequência “Pai de coração” em 2021. Agora, a Nicole e sua família se preparam para mais uma época de festas e para a emocionante chegada de um novo bebê. 

Fabi Bang, nascida no Rio de Janeiro, é atualmente um dos maiores nomes no teatro musical brasileiro. Com uma vasta carreira no meio artístico, a atriz ficou conhecida por sua atuação como Glinda na montagem brasileira do espetáculo da Broadway: “Wicked”, e hoje está em cartaz com “A Pequena Sereia”, no Teatro Santander, como protagonista. Além disso, a artista já participou de outros projetos Disney, como o musical “A Bela e a Fera” (2009) e “Disney In Concert” (2022).

Apoio à Make-A-Wish®: A campanha “Celebrando a Magia”, da Disney, apoiará mais uma vez a aliança com a Make-A-Wish®. São mais de 40 anos contribuindo para levar esperança, força e alegria para as crianças e suas famílias.

Desde 2020, a Disney tem um apoio comprometido no valor de mais de US$ 4 milhões como parte das campanhas de final de ano para a Make-A-Wish® e sua rede de afiliados no mundo inteiro. O apoio, formado por doações financeiras, valor de mídia e donativos em espécie, é uma contribuição para que a instituição continue realizando desejos de crianças com enfermidades graves em todo o mundo, bem como representa o compromisso contínuo da Disney de inspirar um mundo melhor por meio do poder das histórias.

A criação do curta animado deste ano, “O Presente”, desempenhou também um papel na realização de três sonhos de crianças Make-A-Wish® na Europa, Itália e Austrália. Os fãs atentos poderão identificar três Easter Eggs, incluindo o design do casaco do Sanka, o cão da família - visto na cena da patinação no gelo - que foi criado por uma menina de 12 anos do Reino Unido, chamada Sienna, que tem o sonho de ser Designer de Moda.


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Assista “Um Pouco Mais”:


Assista "O Presente"


.: Cara e Coragem: Rafael Cardoso comenta participação como Rômulo

O empresário Rômulo chega para disputar o amor de Pat com Moa. Foto: Globo


Rafael Cardoso está de volta à tv para uma participação em "Cara e Coragem". Longe das novelas desde "Salve-se Quem Puder", o ator dia 29, na trama de Claudia Souto como Rômulo, um empresário misterioso que surge na história como um dos clientes da Coragem.Com. Em busca de contratar os serviços da empresa de dublês para uma campanha, ele conhecerá Pat (Paolla Oliveira) e ficará encantado por sua beleza a ponto de querer contratar a dublê como modelo exclusiva de sua marca. 

Aos 37 anos, o ator comemora o retorno às novelas e comenta parceria com Paolla Oliveira com quem dividiu a cena em "Além do Tempo", sucesso exibido em 2015. “Foi um convite inesperado. Natalia (Grimberg, diretora artística) me chamou. É a primeira vez que trabalhamos juntos. A equipe toda da novela é incrível assim como o Adriano Melo, diretor geral, um cara que guardo no coração por ter dirigido a minha primeira cena em novelas. Além dele, o reencontro com Paolla, que é uma parceira incrível nesta caminhada. Fui muito bem acolhido por todos e o que eu posso adiantar é que o Rômulo é um mistério e guarda alguns segredos. Ele é obstinado e vai lutar de todas as formas para conquistar a Pat”, adianta.

Rômulo surge num momento em que Pat está fragilizado após o término do relacionamento com Moa (Marcelo Serrado). Triste com a situação, a mãe de Gui (Diogo Caruso) e Sossô (Alice Camargo) não pensa em engatar uma nova relação, mas o charme do empresário deixará Pat balançada. Logo que ele chega à Coragem.Com, Moa demonstra uma desconfiança e antipatia pelo empresário. Mas Armandinho (Rodrigo Fagundes) e Rico (André Luiz Frambach) comemoram o interesse do investidor e acreditam que o fechamento do contrato será ótimo para a empresa.  Ítalo (Paulo Lessa), sempre cauteloso, prefere observar a movimentação e ‘estuda’ Rômulo antes de tirar suas conclusões. Confira a entrevista com o ator Rafael Cardoso!

 

Como surgiu o convite para fazer "Cara e Coragem"?

RAFAEL CARDOSO: Foi um convite inesperado. Natália (Grimberg) fez o convite pra mim e eu aceitei na hora. Muito feliz de trabalhar pela primeira vez com ela e ter a oportunidade de conviver novamente com o Adriano (Melo, diretor geral), que é um cara que guardo no coração por ter dirigido a minha primeira cena em novelas. Enfim estou em casa! Também é meu primeiro encontro de trabalho com a autora Claudia Souto.

 

O que mais te chama a atenção no Rômulo? O que você pode nos adiantar sobre o personagem? 

RAFAEL CARDOSO: Rômulo é um mistério. Ele é um grande empresário que se encanta por Pat, deixando-o maluco. E o que eu posso adiantar  é que ele guarda alguns segredos... 

 

Você e Paolla Oliveira já trabalharam anteriormente como em ‘Além do Tempo’. Como foi  retomar essa parceria?

RAFAEL CARDOSO: A Paolla é uma irmã ganhei nessa caminhada. Já trabalhamos outras vezes então isso facilita todo o processo quando a gente entra numa equipe em que estão todos muito entrosados e em sintonia. É muito bom estar em cena e conviver com ela. Uma grande parceira e já fizemos cenas bem bacanas.

 

"Cara e Coragem" marca o seu retorno aos estúdios de gravação desde o término de ‘Salve-se Quem Puder’. Como foi retomar o dia a dia de gravações?

RAFAEL CARDOSO: É bom demais estar de volta ao estúdio, à rotina de gravações. Pra mim está sendo muito importante e prazeroso viver isso novamente, gravando todos os dias. Retornar e lembrar de tudo o que vivi aqui dentro ao longo desses anos. Enfim, estou vivendo um momento único e dando valor a cada segundo depois de dois anos fora desta rotina.

       

Quais são seu próximos planos e o que você espera de 2023?

RAFAEL CARDOSO: Já estou com alguns projetos engatilhados para o próximo ano. Para 2023 espero que possamos continuar com saúde, sair dessa turbulência política, e sermos felizes!

 

"Cara e Coragem", uma comédia romântica de ação embalada por aventura e mistérios, é criada e escrita por Claudia Souto com direção artística de Natalia Grimberg. A obra é escrita com Isadora Wilkinson, Julia Laks, Wendell Bendelack e Zé Dassilva. A direção geral é de Adriano Melo com direção de Oscar Francisco, Cadu França, Mayara Aguiar e Matheus Malafaia. A produção é de Mônica Fernandes e a direção de gênero é de José Luiz Villamarim. A novela das sete é reexibida de segunda a sexta após o "Conversa com Bial" e aos sábados após "Supercine".


segunda-feira, 28 de novembro de 2022

.: Prêmio Jabuti: "O Som do Rugido da Onça", de Micheliny Verunschk


"O Som do Rugido da Onça"
, de Micheliny Verunschk, lançado pela Companhia das Letras é o vencedor do Prêmio Jabuti na categoria Romance Literário. Embebida de lirismo, a obra joga luz sobre a história de duas crianças indígenas raptadas no Brasil do século XIX.

Em 1817, Spix e Martius desembarcaram no Brasil com a missão de registrar suas impressões sobre o país. Três anos e 10 mil quilômetros depois, os exploradores voltaram a Munique trazendo consigo não apenas um extenso relato da viagem, mas também um menino e uma menina indígenas, que morreriam pouco tempo depois de chegar em solo europeu.

Em seu quinto romance, Micheliny Verunschk constrói uma poderosa narrativa que deixa de lado a historiografia hegemônica para dar protagonismo às crianças — batizadas aqui de Iñe-e e Juri — arrancadas de sua terra natal.

Entrelaçando a trama do século XIX ao Brasil contemporâneo, somos apresentados também a Josefa, jovem que reconhece as lacunas de seu passado ao ver a imagem de Iñe-e em uma exposição. Com uma prosa lírica, este é um livro sem paralelos na literatura brasileira ao tratar de temas como memória, colonialismo e pertencimento. Você pode comprar "O Som do Rugido da Onça" neste link.


O que disseram sobre o livro
"Um romance que expande as fronteiras da arte literária ao trazer memória, argumentos antropológicos e o melhor que a ficção pode nos oferecer." Itamar Vieira Junior, autor de "Torto Arado" e "Doramar e a Odisseia"


Sobre a autora
Micheliny Verunschk nasceu em 1972, em Pernambuco. Escritora e historiadora, venceu o Prêmio São Paulo de Literatura com "Nossa Teresa: Vida e Morte de Uma Santa Suicida" (Patuá, 2014), foi duas vezes finalista do Prêmio Rio de Literatura, além de finalista do antigo Prêmio Portugal Telecom, hoje Prêmio Oceanos. Compre "O Som do Rugido da Onça" neste link.

.: “Duetos", de Peter Quilter: comédia com Patricya Travassos e Marcelo Faria

Após o sucesso no Rio de Janeiro, Curitiba e Belo Horizonte, a temporada paulista de “Duetos", comédia de Peter Quilter no Teatro Raul Cortez, vai até 18 de dezembro, com apresentações às sextas e sábados, às 21h, e domingo, às 18h. O espetáculo conta com Patricya Travassos e Marcelo Faria no elenco, além da direção de Ernesto Piccolo, figurino de Claudio Tovar e trilha sonora de Rodrigo Penna. Encenada em mais de 20 países e traduzida para dez idiomas, a peça do premiado dramaturgo britânico recebe sua primeira montagem no Brasil. Foto: André Wanderley

"Duetos", peça do premiado dramaturgo britânico Peter Quilter encenada em mais de 20 países e traduzida para dez idiomas, recebe sua primeira montagem no Brasil, no Teatro Raul Cortez. Após o sucesso no Rio de Janeiro, Curitiba e Belo Horizonte, a temporada paulista vai até 18 de dezembro, com apresentações às sextas e sábados, às 21h, e domingo, às 18h. O espetáculo conta com Patricya Travassos e Marcelo Faria no elenco, além da direção de Ernesto Piccolo. 

O texto de Quilter examina e retrata de forma cômica o mundo caótico dos relacionamentos modernos, onde a grama do vizinho é sempre mais verde que a nossa, através de quatro histórias de uma mulher e um homem - não necessariamente casais - às voltas com seus próprios desejos e traumas em busca do amor, e enfrentando a solidão. “Duetos” é apresentado e patrocinado pela Brasilcap, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, com produção geral e realização da Inova Brand.

"A peça, na sua essência, fala de solidão mesmo, e de uma forma muito divertida. Das relações mais diversas que o ser humano experimenta para tornar a solidão menos dolorosa. São os encontros às escuras; a secretária e o patrão que têm uma relação de amor em que só não casam, não transam; o casal que vai separar, vai experimentar a solidão, mas não consegue; e por fim a noiva que está casando pela terceira vez, e dá tudo errado. É uma lente de aumento, uma sátira dessas situações", conta Ernesto Piccolo.


Elenco e direção
A atriz, autora e apresentadora Patricya Travassos dispensa apresentações: mais de 40 anos de carreira, 35 novelas, dez filmes, nove peças de teatro, três livros publicados, mais de 30 músicas compostas. "Eu amo comédia. Adoro assistir e adoro fazer comédia. E ter quatro histórias na mão é muito divertido. Quatro personagens, quatro pensamentos, quatro carências, quatro caracterizações. Está sendo muito rico pra mim. Estamos chegando a lugares muito divertidos e ao mesmo tempo muito profundos - apesar de engraçados, os personagens falam de emoções muito humanas. Está sendo um presente nesse momento difícil, saindo da pandemia. Precisamos rir, mais do que nunca. Precisamos ir ao teatro. A nossa classe foi muito prejudicada nesses últimos anos, então eu espero que seja um sucesso", afirma Patricya Travassos.

Marcelo Faria também é conhecido pelos seus mais de 30 anos de carreira, 35 novelas, 5 filmes e 10 peças de teatro, entre elas “Dona Flor e Seus Dois Maridos”, que ficou 5 anos em cartaz, e “Razões para Ser Bonita”, ao lado de Ingrid Guimarães, durante três anos. "Este projeto por si só já é um desafio para qualquer ator. Interpretar num mesmo espetáculo quatro personagens já é estimulante, mas não para por aí. São quatro histórias distintas com um mesmo enredo - encontros e desencontros, solidão e a busca pelo amor e por um/a companheiro/a ideal. Nos diverte tanto que com certeza divertirá quem estiver na plateia. Eu sempre adorei desafios, e o palco me desafia sempre. Quatro personagens. Quatro trocas de roupa em cena, camarim aberto, e uma companheira que é uma mestra da comédia", completa Marcelo Faria.

Ernesto Piccolo é ator e diretor com mais de 30 anos de carreira. Entre seus recentes trabalhos como diretor de teatro estão “D.P.A. - Detetives do Prédio Azul, A Peça”; “Divã”; “Doidas e Santas”; “A História de Nós Dois”; “Simples Assim”, de Martha Medeiros”; “O Ovo de Novo - Galinha Pintadinha”; “Andança - Beth Carvalho, o Musical”. Desde 2010 dirige o festival de diversidade cultural Tangolomango, que reúne grupos culturais populares, tradicionais e contemporâneos, de várias partes do Brasil e da América Latina.


A montagem
O cenário de J.C. Serroni apresenta, em cada lateral do palco, um camarim onde atriz e ator farão, às vistas do público, suas trocas de roupa para cada cena. As próprias trocas são pequenas cenas individuais. De acordo com a luz, estes camarins estarão ora visíveis, ora invisíveis. Os demais elementos serão mudados a cada cena. Os figurinos são de Claudio Tovar, a iluminação de Aurélio de Simoni e a trilha sonora de Rodrigo Penna.


Peter Quilter
Nascido em Colchester, Inglaterra, Peter Quilter é dramaturgo do West End londrino e da Broadway. As suas peças foram traduzidas para 30 idiomas e apresentadas em mais de 40 países. Atualmente, Quilter tem mais de 14 produções ativas acontecendo pelo mundo, totalizando mais de 30 espetáculos realizados.

Uma das produções de grande destaque é o espetáculo “End of the Rainbow”, que foi adaptado para o filme vencedor do Oscar “Judy” (2019), estrelado por Renée Zellweger.  Ele também é autor da comédia “Glorious!”, de West End e Broadway, adaptada para o filme “Florence Foster Jenkins” (2016), dirigido por Stephen Frears e estrelado por Meryl Streep.

Ficha técnica:
"Duetos"
Texto:
Peter Quilter
Direção: Ernesto Piccolo
Tradução: João Polessa Dantas
Adaptação do texto: Patricya Travassos e Ernesto Piccolo
Elenco: Patricya Travassos e Marcelo Faria
Cenário: J.C. Serroni
Figurino: Claudio Tovar
Iluminação: Aurélio de Simoni
Trilha sonora: Rodrigo Penna
Preparação corporal: Daniella Visco
Visagismo: Rafael Senna
Direção de arte gráfica, foto e vídeo: Mauricio Tavares
Registro fotográfico: André Wanderley
Assessoria de imprensa: JSPontes Comunicação e Carlos Pinho
Casting: Kananda Raia
Direção de produção: Claudio Tizo
Produção administrativa: Filomena Mancuzo
Produção executiva geral e administração: Sérgio Lopes - Inova Brand
Produção geral e marketing: Mauricio Tavares - Inova Brand
Realização: Inova Brand, Secretaria Especial da Cultura e Ministério do Turismo
  

Serviço:
"Duetos"
Em cartaz até dia 18 de dezembro.
Teatro Raul Cortez - Fecomercio -
Rua Doutor Plínio Barreto, 285 - Bela Vista / São Paulo
Telefone: (11) 3254-1731
Horários: sextas e sábados às 21h, domingo às 18h
Ingressos: R$120 e R$60 (meia); ingresso popular (10% capacidade) R$50 e R$25 (meia)
Vendas: bilheteria e Sympla - www.sympla.com.br e https://bileto.sympla.com.br/event/76645 

Site oficial do espetáculo: www.duetosacomedia.com.br
Horário da bilheteria:
terça a quinta-feira, das 14h às 20h. Sexta-feira a domingo, das 14h até o início do espetáculo.
Duração: 80 minutos
Classificação: livre
Temporada: até 18 de dezembro


.: Teatro: "O Canto do Cisne", no Sesc Santos, com Celso Frateschi

A partir do texto de Tchekhov, com atuação de Celso Frateschi e Thais Ferrara, a montagem traz à reflexão momentos da realidade do teatro e do país através das lembranças dos personagens Nikita e Vassili. Foto: João Caldas


O espetáculo teatral "O Canto do Cisne", texto original de Anton Tchekhov e adaptado por Celso Frateschi, com direção de Vivien Buckup, tem apresentação no dia 3 de dezembro de 2022, sábado, às 20h, no Teatro do Sesc Santos. Os ingressos custam entre R$ 40 (inteira) e R$ 12 (credencial plena) e estão disponíveis no site www.sescsp.org.br/santos e nas bilheterias das unidades do Sesc SP.  

No texto original de "O Canto do Cisne", um velho ator, Vassili, acabou de participar de um espetáculo beneficente em homenagem aos seus anos dedicados ao palco. O público e todos os atores vão embora do teatro e ele adormece trancado e esquecido no camarim. Ao acordar tenta entender o que está acontecendo, quando encontra com o ponto, Nikita. 

Juntos, refletem sobre a profissão ao relembrarem suas vidas e montagens das quais participaram. Vários trechos de textos e espetáculos lhes vêm à memória e ao representá-los, provocam uma profunda e apaixonante reflexão sobre a vida. A partir dessa estrutura dramatúrgica, a adaptação aproxima as recordações dos personagens às lembranças da realidade de nosso teatro e de nosso país. 


Ficha técnica: 
"O Canto do Cisne"
Texto:
Anton Tchekhov
Adaptação: Celso Frateschi
Direção: Vivien Buckup
Co-direção: Francisco C. Martins
Elenco: Celso Frateschi e Thaïs Ferrara
Cenografia e figurino: Sylvia Moreira
Luz: Wagner Freire
Música original: Dan Maia
Visagismo: Leopoldo Pacheco
Montagem e operação de luz: Vinícius Rocha
Operação de som: Rogério Prudêncio
Assistência de palco e camarim: Elisabete Cruz e Jefferson de Oliveira
Fotos: João Caldas
Produção: Marlene Salgado e Ágora Teatro
Indicação etária: 14 anos
Duração: 60 minutos 


Serviço: 
"O Canto do Cisne"
Dia 3 de dezembro, sábado, às 20h 
Teatro do Sesc Santos 
Ingressos:
R$ 40 (inteira). R$ 20 (meia-entrada). R$ 12 (credencial plena) 

Sesc Santos 
Rua Conselheiro Ribas, 136, Aparecida - Santos
(13) 3278-9800
www.sescsp.org.br/santos 

Orientação para acesso à unidade: 
Uso de máscara obrigatório

Bilheteria Sesc Santos - Funcionamento
Terça a sexta, das 9h às 21h30 | Sábado, domingo e feriado, das 10h às 18h30 

Estacionamento em espetáculos (valor promocional – mediante apresentação de ingresso): R$ 6 (credencial plena) R$ 11 (visitantes). Para ter o desconto, é imprescindível apresentar no caixa a credencial plena atualizada. 

Bicicletário: gratuito. Uso exclusivo para credenciados no Sesc. É necessária a apresentação da credencial plena atualizada e uso de corrente e cadeado por bicicleta. 100 vagas.


.: "Gilberto Mendes - 100", a exposição inédita no Sesc Santos

A exposição "Gilberto Mendes - 100", no Sesc Santos, convida a um passeio sobre a vida e obra do compositor santista - que é reconhecido mundialmente pela sua contribuição à música erudita, mas que também reverberou em outras áreas como cinema, teatro, poesia e literatura. Organizada em cinco "ilhas", a exposição aborda aspectos diferentes da trajetória deste artista. Foto: Isabel Carvalhaes 


No ano em que Gilberto Mendes completaria seu centenário, o Sesc Santos recebe a exposição "Gilberto Mendes - 100", com curadoria do professor Lorenzo Mammi e consultoria do compositor Lívio Tragtenberg. A mostra contempla a memória do compositor erudito brasileiro mais conhecido e influente da segunda metade do século XX, Gilberto Ambrosio Garcia Mendes (1922-2016). De 4 de novembro de 2022 a 30 de abril de 2023, o público poderá visitar e conhecer a história desse ilustre santista. 

Dividida em “ilhas”, a exposição busca mostrar as execuções musicais em sua integridade, sempre que possível evidenciando a relação das peças com as respectivas notações ou instruções, muitas delas de grande beleza gráfica, e relacionando-as ao contexto em que as obras foram produzidas pelo compositor. 

A pluralidade de Gilberto Mendes 
Músico, compositor, pioneiro da Música Concreta, professor...  Na exposição, a primeira “ilha” mostra Santos Football Music (1969), uma de suas composições experimentais mais complexas e ambiciosas, feita para grande orquestra, com fitas magnéticas e participação do público. É construída a partir da estrutura de uma partida de futebol. As partes instrumentais são bastante complexas e demandam uma notação específica.

Foi apresentada pela primeira vez em 1973 pelo maestro Eleazar de Carvalho, no 17º Festival de Música Contemporânea em Varsóvia, na Polônia. Por meio da apresentação de uma gravação com locução esportiva, a peça consegue transportar o espectador para o estádio, com todas as vozes dos torcedores. Com Santos Football Music, música em homenagem ao Santos e ao futebol de Pelé, Gilberto Mendes arrebatou plateias do Brasil e do Mundo.  

O segundo núcleo aborda sua relação com a cidade de Santos. Gilberto Mendes passou praticamente a vida inteira na cidade e fez várias referências a ela e seu entorno em suas composições. Estas citações podem ser ouvidas em "Saudades do Parque Balneário Hotel" para saxofone e piano (1980), composta para lembrar o grande complexo albergueiro construído em 1914 e demolido em 1973, que por várias décadas foi um marco arquitetônico e um ponto de referência da vida musical da cidade, e em Vila Socó meu amor, para coro feminino a três vozes, escrito sob o impacto da tragédia da favela de Vila Socó, em Cubatão, em 26 de fevereiro de 1984, quando mais de trezentas pessoas morreram pela explosão de um gasoduto.  

Nunca alheio ao seu redor, Gilberto compôs músicas que registraram os momentos político-sociais do Brasil. Na década de 1960, em plena ditadura civil-militar no país, compôs Moteto em Ré Menor ou Beba Coca-Cola para piano e orquestra, considerada a mais popular música erudita brasileira. Inspirado pelo poema concreto de Décio Pignatari (1927-2012), o compositor criou uma espécie de antijingle numa crítica ao consumo da sociedade moderna.  

A terceira “ilha” enfoca as composições experimentais da década de 1960, o uso de grafismos musicais e o diálogo com a poesia concreta. Na esteira do movimento internacional conhecido como Nova Música, Gilberto foi um dos pioneiros na América Latina. Em 1963, foi signatário do Manifesto Música Nova e, logo em seguida, fundou o Festival Música Nova em Santos. Gilberto Mendes teve uma intensa atividade como divulgador e incentivador da música contemporânea no Brasil, organizando cursos, encontros e concertos – que muitas vezes despertavam reações vivas do público e da crítica. O Festival, ativo até hoje, já em sua 56ª edição, é um dos mais duradouros e importantes eventos internacionais de música contemporânea da América Latina. São dessa época, também, composições marcantes como Nascemorre, Blirium C9, Moteto em Ré menor e Santos Football Music. 

No quarto núcleo, encontramos sua relação com o teatro, antes como compositor de música de cena, depois como criador daquilo que ele próprio gostava de definir como Música-Teatro, em que uma ação teatral é planejada como se fosse uma peça musical. As décadas de 1950 e 1960 foram de intensa atividade teatral em Santos, principalmente graças aos movimentos do Teatro Amador e do Teatro dos Estudantes, que contaram com o apoio de intelectuais como Patrícia Galvão (Pagu), Paschoal Carlos Magno e Miroel Silveira e revelaram talentos como Plínio Marcos e Sérgio Mamberti.  

Gilberto Mendes compôs várias músicas para teatro nesse período – especialmente para as encenações de Plínio Marcos –, muitas delas para fita magnética, mais um recurso de que Gilberto foi pioneiro no Brasil. Nessa linha, uma de suas principais composições é Último tango em Vila Parisi, em que um acorde e uma única frase repetida pela orquestra servem de suporte a uma ação envolvendo o regente e dois músicos. Além de ser um exemplo especialmente complexo de Música-Teatro, Último tango lembra, desde o título, o grande interesse de Gilberto pela montagem cinematográfica, enquanto a referência à Vila Parisi (favela de Cubatão) nos lembra do engajamento do compositor com os problemas sociais de sua cidade.  

A quinta “ilha” trata de sua relação com a música de cinema a partir de uma das composições mais importantes da sua última fase: Ulysses em Copacabana surfando com James Joyce e Dorothy Lamour (1988).  Encomendada pelo Festival de Patras, na Grécia, a peça começa com a citação de um hino a Apolo, que remonta à Grécia antiga, executado pelo clarinete, de maneira a lembrar o estilo do primeiro Stravinsky, e procede por associações de ideias até desembocar num foxtrot nos moldes das orquestras de salão e dos conjuntos dos cafés ao ar livre, típicos das cidades mediterrâneas. 

Tudo é construído a partir da colagem de frases repetidas, mas constantemente ampliadas ou modificadas, segundo o uso bastante peculiar que o compositor fazia dos procedimentos minimalistas. Gilberto reconhecia que sua maneira de compor devia algo à técnica da montagem cinematográfica, tanto que deu o título de Música, cinema do som a uma antologia dos seus artigos e ensaios. Assim concebida, a peça é uma espécie de sobrevoo por seu imaginário e um resumo (desde o título) de suas paixões: a literatura, o cinema, a música de salão, o mar. E o Ulysses do título remete provavelmente não apenas à Grécia e a Joyce, mas também a seu próprio nomadismo musical e cultural: Ulysses é Gilberto.  


Sobre o músico e compositor 
Gilberto Mendes nasceu em 13 de outubro de 1922, compositor natural de Santos, onde sempre viveu e faleceu em 1 de janeiro de 2016. Foi aluno de Savino de Benedictis, Antonieta Rudge, Cláudio Santoro e Olivier Toni. Frequentou os Cursos de Darmstadt, entre 1962 e 1968. Fundador do Festival Música Nova (1962), o mais antigo do gênero em toda a América Latina e desde então seu diretor artístico, foi também signatário do Manifesto Música Nova (1963), publicado pela revista Invenção.  

Doutor em música pela ECA-USP, onde foi professor até se aposentar. Atuou ainda como professor visitante da Universidade de Wisconsin-Milwaukee (1978- 1979) e da Universidade do Texas em Austin (1983), ambas nos EUA. Sua obra musical contempla três fases. A primeira delas dedicadas ao neofolclorismo e à canção brasileira (anos 1950). Já a sua segunda fase se caracteriza pelo experimento radical de novas possibilidades sonoras dos materiais musicais. A partir de fortes relações com a poesia concreta paulista do grupo Noigandres, tornou-se um dos pioneiros no Brasil da música concreta aleatória, serial integral, mixed media, experimentando ainda novos grafismos e a incorporação da ação musical à composição, com a invenção do teatro musical e do happening (anos 1960 e 1970).  

Por fim, sua terceira fase se caracteriza pela maturidade de uma síntese, não só revisitando suas duas fases anteriores, como adotando novas linguagens abertas pós-vanguarda (desde os anos 1980). Recebeu a Ordem do Mérito Cultural, na classe de comendador, do Ministério da Cultura, das mãos do ex-presidente Lula. Verbetes com seu nome constam nas principais enciclopédias e dicionários mundiais, como GROVE (Inglaterra), RIEMANN (Alemanha), Dictionary of Contemporary Music de John Vinton (EUA) e inúmeros outros. 

As obras dele já foram apresentadas nos cinco continentes, principalmente na Europa e EUA. Seus dois livros, "Uma Odisseia Musical" (1994) e "Viver Sua Música - Com Stravinsky em Meus Ouvidos, Rumo à Avenida Nevskiy" (2009), foram publicados pela Edusp. Foi membro da Academia Brasileira de Música e do Colégio de Compositores Latino-americanos de Música de Arte, com sede no México. 

Com direção e produção musical do compositor e regente americano Jack Fortner, o Selo Sesc tem dois álbuns dedicados a obra de Gilberto Mendes. O CD "A Música de Gilberto Mendes" (2010), com obras inéditas instrumentais do compositor e algumas obras antigas. Além do CD duplo "Festival Música Nova" (2016), cujo repertório traz a história do Festival criado em 1962 e idealizado por Gilberto. 


Sobre a curadoria
Lorenzo Mammi
possui graduação em Matérie Letterarie pela Università degli Studi di Firenze (1984), doutorado e livre docência em Filosofia pela Universidade de São Paulo (1998, 2009). É professor da Universidade de São Paulo desde 1989. Tem experiência na área de Artes, com ênfase em Música e Artes Plásticas, atuando principalmente nos seguintes temas: música, arte contemporânea, filosofia patrística. Foi Diretor e Administrador do Centro Universitário Maria Antônia, foi também diretor artístico e consultor do Instituto Moreira Salles. 
 

Sobre a pesquisa e desenvolvimento de conteúdo 
Lívio Tragtenberg é compositor, escritor e orientador de projetos de educação ligados à criatividade e inclusão cultural no Brasil, Alemanha e Estados Unidos. Criou as Orquestras de Músicos das Ruas de São Paulo, Miami, Berlim e Rio de Janeiro. Tem vários projetos como o Sound Bridges Experience, realizado com músicos refugiados em Frankfurt, Alemanha. 


Serviço: 
Exposição "Gilberto Mendes - 100"
Período expositivo:
até dia 30 de abril de 2023
Horário de visitação: terça a sexta-feira, das 10h às 21h30, e aos sábados, domingos e feriados das 10h às 18h30
Acessibilidade: mapa e piso táteis; vídeos com audiodescrição e tradução em libras; acessibilidade física; cães-guia e cães de serviço acompanhantes de pessoas com deficiência são bem-vindos aos espaços do Sesc. 
Classificação Livre | Entrada gratuita
Visitas agendadas para grupos:
agendamento.santos@sescsp.org.br 

Sesc Santos 
Rua Conselheiro Ribas, 136, Aparecida - Santos
(13) 3278-9800
www.sescsp.org.br/santos 

Orientação para acesso à unidade: 
Uso de máscara obrigatório

Bilheteria Sesc Santos - Funcionamento
Terça a sexta, das 9h às 21h30 | Sábado, domingo e feriado, das 10h às 18h30 

Estacionamento em espetáculos (valor promocional – mediante apresentação de ingresso): R$ 6 (credencial plena) R$ 11 (visitantes). Para ter o desconto, é imprescindível apresentar no caixa a credencial plena atualizada. 

Bicicletário: gratuito. Uso exclusivo para credenciados no Sesc. É necessária a apresentação da credencial plena atualizada e uso de corrente e cadeado por bicicleta. 100 vagas.


.: Exposição virtual de cartuns de todo o Brasil é dedicada a Erasmo Carlos


Referência para muitos cantores e músicos do Brasil, o cantor e compositor Erasmo Carlos deixa um legado que ainda influenciará muitas outras gerações, já que o amor, sentimento sempre presente em suas letras, é tema para qualquer ritmo ou estilo musical em todas as ocasiões. 

No meio sertanejo, por exemplo, as composições de Erasmo inspiraram o romantismo de muitas músicas sertanejas raiz, que se confundem com a balada do rock. Para reverenciar esse ícone do rock nacional, que faleceu no último dia 22, por complicações de saúde, diversos cartunistas de todo o Brasil usaram suas redes sociais para postar caricaturas do artista, com intuito de homenageá-lo.

O portal Festanejo, que sempre se propõe a prestar homenagens a grandes nomes da música, reuniu a maioria dos cartuns para uma exposição virtual dedicada a Erasmo Carlos. Os traços feitos pelos artistas chamam a atenção e expressam o que o Tremendão, como era chamado, representa na cultura do rock nacional e na história da Jovem Guarda. 


Sobre o Festanejo
Lançado em outubro de 2019, o portal Festanejo veio para ir além da representatividade na música e no modo de vida do sertanejo. O portal não só divulga as notícias da área, mas cria novas formas de fortalecer o mundo sertanejo.

domingo, 27 de novembro de 2022

.: “Também Guardamos Pedras Aqui” é o grande vencedor do Prêmio Jabuti

Obra da atriz, poeta e slammer Luiza Romão foi publicada pela editora Nós

A 64ª edição do Prêmio Jabuti, maior e mais aguardada premiação nacional do livro, aconteceu na noite do último dia 24, no Theatro Municipal de São Paulo, marcando o retorno presencial da cerimônia, após dois anos em formato on-line. O evento, promovido pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), consagrou “Também Guardamos Pedras Aqui”, da autora Luiza Romão, lançado pela editora Nós, como o Livro do Ano 2022. Outras obras também foram premiadas em 20 categorias divididas em quatro eixos: Literatura, Não Ficção, Produção Editorial e Inovação. A jornalista Adriana Couto foi a mestre de cerimônias da premiação.

Grande vencedora da noite, a poeta e atriz Luiza Romão receberá a estatueta dourada do Livro do Ano 2022, além do prêmio no valor de R$ 100 mil. A obra, da editora Nós, tem a guerra de Troia como objeto central, a partir do qual as injustiças, crimes e opressões são escancarados aos olhos do leitor. Além de Livro do Ano, o Jabuti anunciou os ganhadores de cada uma de suas 20 categorias. Os autores premiados receberam a estatueta e o valor de R$ 5 mil.

A categoria Livro Brasileiro Publicado no Exterior, que conta com apoio do projeto Brazilian Publishers - uma parceria da CBL com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) -, contempla a casa editorial brasileira com uma Bolsa de Apoio à Tradução no valor de R$ 5 mil, caso a editora seja participante do Brazilian Publishers. Caso a editora brasileira não faça parte do projeto, recebe a filiação completa por 12 meses.

Vitor Tavares, presidente da CBL, comemorou mais uma edição de sucesso do Prêmio Jabuti. "A CBL atua incansavelmente para promover a bibliodiversidade, fortalecer o livro e democratizar o acesso à leitura. E um dado que muito nos orgulha e mostra que estamos no caminho certo é o recorde de inscrições que o Prêmio Jabuti teve este ano. Foram 4.290 obras inscritas, o que significou um aumento de 25% em relação a 2021", disse ele, que também destacou a satisfação com o retorno da cerimônia em formato presencial por conta da pandemia de covid. "Depois desta longa espera, retornamos em grande estilo, no Theatro Municipal de São Paulo, um ícone de cultura, arte e literatura. E justamente no ano em que se comemora os 100 anos da Semana de Arte Moderna", conclui.

A noite de festa e premiação teve Sueli Carneiro homenageada como Personalidade Literária de 2022. Um vídeo com vários depoimentos sobre a trajetória de Sueli foi exibido antes que ela subisse ao palco. "Entre os muitos sonhos que tive na vida, nunca imaginei a possibilidade de ser homenageada por um prêmio como esse. Aqui estou essa noite realizando sonhos não ousados. Essa distinção de personalidade literária acolhe, generosa e solidariamente, não apenas meus escritos, mas sobretudo confere reconhecimento às lutas que empreendemos contra as vivências que pessoas negras experimentam nessa sociedade. Essa homenagem que recebo com orgulho e humildade significa para mim um momento de afirmação e reconhecimento da legitimidade desse lugar de fala e de escrita", agradeceu Sueli Carneiro.

As obras concorrentes foram avaliadas por jurados especialistas em diferentes áreas. Os nomes foram indicados por leitores e integrantes do mercado editorial, validados e complementados pelo Conselho Curador do Prêmio Jabuti, composto por Marcos Marcionilo, Bel Santos-Mayer, Camile Mendrot, Luiz Gonzaga Godoi Trigo e Rodrigo Casarin.

Marcos Marcionilo, curador desta edição do Jabuti, comentou a importância do evento: "Celebrar no Theatro Municipal de São Paulo a 64ª edição do Prêmio Jabuti é reestabelecer o face a face com as instâncias produtoras de arte e cultura em seu suporte escrito. As obras abrem espaço para aquilo que queiramos que venha a ser o Brasil. Longa, muito longa vida ao Prêmio Jabuti", disse Marcionilo. O curador também falou sobre a homenageada da noite. "Saúdo Sueli Carneiro. Em sua figura, a CBL amplia o universo de personalidades literárias futuras, passando a contemplar, além do eixo literatura, também o eixo de não-ficção", finaliza.

Esta edição do Jabuti celebrou o centenário da Semana de Arte Moderna de São Paulo e teve o grafite urbano presente em toda sua identidade visual. O estilo de arte que expressa a manifestação artística, democrática e mais popular foi impresso através do conceito de diferentes artistas de várias partes do Brasil: Raiz Campos, do Amazonas (Norte); Ciro Schu, de São Paulo (Sudeste); Rafael Jonnier, de Cuiabá (Centro-Oeste), Marcelo Pax, do Rio Grande do Sul (Sul), e Tereza de Quinta e Robézio, representantes do Ceará (Nordeste). A cerimônia, que foi transmitida ao vivo no canal do Youtube da CBL e, pela primeira vez, no TIKTOK do @premiojabuti. Você pode comprar o livro  “Também Guardamos Pedras Aqui” neste link.

Sobre a autora do Livro do Ano 2022
Luiza Romão nasceu em Ribeirão Preto, em 1992. É poeta, atriz e slammer (quem participa de “batalhas de poesia”) , autora dos livros "Sangria" (2017) e "Coquetel Motolove" (2014), publicados pelo selo doburro. Em 2020, entrou no mestrado em Teoria Literária e Literatura Comparada (na FFLCH/USP), pesquisando o slam no Brasil. Explora a palavra poética na intersecção com a performance e o cinema.


Sobre o livro 
As pedras de Luiza Romão têm a ver menos com as pedras no bolso de Virginia Woolf, e mais a ver com as pedras jogadas pelos palestinos em Sheikh Jarrah: um ato ao mesmo concreto e simbólico, de autodefesa e resistência ao neocolonialismo. As pedras de Luiza têm mais a ver com a pedra de Drummond, a de João Cabral, a pedra das canções de protesto do Clã Nordestino, de Nina Simone, de Pete Seeger, de Barbara Dane e de Selda Bagcan.

Com “Também Guardamos Pedras Aqui”, Luiza Romão consegue inserir momentos de afago e restauro existencial, sem perder uma perspectiva crítica. Isso, em 2021, é tudo que a gente quer: seguir nos aperfeiçoando, nos aprimorando, como seres humanos e sujeitos políticos, e ao mesmo tempo sentir um pouco de prazer, um pouco de alívio, que carreguem nossas de baterias, para que possamos voltar à realidade, prontas para a luta. Um livro para ir redescobrindo, à medida que o ele passa. Não tenho a menor dúvida disso. Compre o livro “Também Guardamos Pedras Aqui” neste link.


A história do Prêmio Jabuti
Realizado desde 1958, o Prêmio Jabuti consolidou-se como a mais importante premiação nacional do livro e é referência no cenário cultural brasileiro. Patrimônio cultural do país, o Prêmio Jabuti é responsável por reconhecer e divulgar a literatura, as artes e as ciências feitas no Brasil, com a valorização de cada um dos elos que formam a cadeia do livro, sempre em diálogo com os diversos públicos leitores e, junto com eles, assimilando as mudanças da sociedade.


.: "A Christmas Carol", musical em curta temporada no Teatro Santander

Espetáculo tem texto de Daniela Cury, direção de Fernanda Chamma, direção musical de Catarina Marcato e Vinícius Loyola e reúne um elenco formado por 80 talentosos atores-cantores do teatro musical nacional. Foto: Adriano Doria


O espetáculo natalino "A Christmas Carol" estreia no dia 10 de dezembro, no Teatro Santander, localizado no Complexo JK Iguatemi. A versão brasileira tem texto de Daniela Cury, direção de Fernanda Chamma e direção musical de Catarina Marcato e Vinícius Loyola. Inspirado na bem-sucedida montagem inglesa de 2019, que, desde então, vem sendo apresentada em vários lugares do mundo, participam desta nova montagem brasileira jovens talentos e nomes consagrados do teatro musical.

O texto narra a história de Ebenezer Scrooge, um homem avarento que abomina o Natal. Trabalha em um escritório em Londres com Bob Cratchit, o seu pobre, mas feliz empregado, pai de quatro filhos, com um carinho especial pelo frágil Pequeno Tim, que tem problemas nas pernas. Numa véspera de Natal, Scrooge recebe a visita do seu ex-sócio Jacob Marley, morto há sete anos naquele mesmo dia. Marley diz que o seu espírito não pode descansar em paz, já que não foi bom nem generoso em vida, mas que Scrooge tem uma chance, e que três espíritos o visitarão.

Na trama, o primeiro espírito chega, um ser com uma luz que emana da sua cabeça e um apagador de velas debaixo do braço à guisa de chapéu. Este é o Espírito dos Natais Passados, que leva Scrooge de volta no tempo e mostra a sua adolescência e o início da sua vida adulta, quando Scrooge ainda amava o Natal. Triste com as lembranças, Scrooge enfia o chapéu na cabeça do espírito, ocultando a luz. O espírito desaparece deixando Scrooge de volta ao seu quarto.

O segundo espírito, o do Natal do Presente, é um gigante risonho com uma coroa de azedinho e uma tocha na mão. Ele mostra a Scrooge as celebrações do presente, incluindo a humilde comemoração natalícia dos Cratchit, onde vê que, apesar de pobre, a família do seu empregado é muito feliz e unida. A tocha na mão do espírito tem a utilidade de dar um sabor especial à ceia daqueles que fossem "contemplados" com a sua luz. No fim da viagem, o espírito revela sob o seu manto, duas crianças de caras terríveis, a Ignorância e a Miséria, e pede que os homens tenham cuidado com elas. Depois disso vai-se embora.

O terceiro espírito, o dos Natais Futuros, apresenta-se como uma figura alta envolta num traje negro que oculta o seu rosto, deixando apenas uma mão aparente. O espírito não diz nada, mas aponta, e mostra a Scrooge a sua morte solitária, sem amigos. Após a visita dos três espíritos, Scrooge amanhece como um outro homem. Passa a amar o espírito de Natal, e a ser generoso com os que precisam, e a ajudar o seu empregado Bob Cratchit, tornando-se um segundo pai para Pequeno Tim. Diz-se que ninguém celebrava o Natal com mais entusiasmo que ele. Você pode comprar o livro "A Christmas Carol" neste link.


Ficha técnica
"A Christmas Carol"
Texto:
Daniela Cury
Direção geral e coreografias: Fernanda Chamma
Direção musical: Catarina Marcato e Vinícius Loyola
Ensaiador: Roberto Justino
Cenografia e projeções: Richard Luiz - Protótipo Filmes
Assistente de coreografia: Roberto Justino
Participação especial: Arizio Magalhães como Ebenezer Scrooge, Gustavo Daneluz como Fred (sobrinho de Ebenezer Scrooge), Vinicius de Loyola como Jacob Marley, Bruno Cavalcanti como Bob Cratchit, Veridiana Toledo como Fantasma do Passado, Teteu Cabrera como Tiny Tim, Henrique Camargo como Ebenezer Scrooge jovem, Juju Teófilo como Miranda Crachit
Fotos: Adriano Doria
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Produção: Marilia Toledo

Serviço
"A Christmas Carol"
Dias 10, 11, 16, 17 e 18 de dezembro. Sextas-feiras, às 19h. Sábados e domingos, às 18h.
Teatro Santander – Complexo JK Iguatemi - Avenida Pres. Juscelino Kubitschek, 2041, Itaim Bibi

Ingressos:
Plateia vip -
R$ 180
Plateia superior - R$ 150
Frisa plateia superior - R$ 120
Balcão - R$ 120
Frisa balcão - R$ 100
Internet (com taxa de conveniência): https://www.sympla.com.br/

Bilheteria física (sem taxa de conveniência):
Atendimento Presencial:
todos os dias, das 12h às 18h. Em dias de espetáculos, a bilheteria permanece aberta até o início da apresentação.  Não é possível o parcelamento em ingressos adquiridos na bilheteria.
Autoatendimento: a bilheteria do Teatro Santander possui um totem de autoatendimento para compras de ingressos sem taxa de conveniência 24h por dia.
Classificação etária: livre, menores de 12 anos acompanhados dos pais ou responsáveis legais.
Duração: 70 minutos.

.: Marcela Cantuária faz "Propostas de Reencantamento" em mostra no Sesc

Com dimensão onírica e olhar para lutas sociais das mulheres do Sul Global, a artista carioca apresenta conjunto de trabalhos em mostra inédita, que fica aberta à visitação até dia 29 de janeiro de 2023. Na imagem, a obra "Fogueira Doce", 2022, Óleo e acrílico sobre tela, 256 cm x 326cm, de Marcela Cantuária . Foto: Vicente de Mello 


Lutas sociais no sul global e imaginário ancestral se encontram, mais uma vez, no trabalho de Marcela Cantuária, que apresenta "Propostas de Reencantamento" no Sesc Pompeia. Inédita, a exposição fica em cartaz até 29 de janeiro de 2023 e integra o projeto "Ofício: Mancha", uma iniciativa que tem o propósito de apresentar e investigar práticas do fazer artístico. 

Cantuária vem se destacando no cenário da arte contemporânea com um trabalho pictórico que aproxima imagens históricas de fundo político a referências da cultura visual atual. Sua pesquisa se debruça sobre as lutas das mulheres ao redor do mundo, elaborando narrativas de enfrentamento do machismo e da misoginia enraizados na sociedade patriarcal. Em "Propostas de Reencantamento", os esforços da imaginação, para além da realidade opressora, se apresentam como gesto anticolonial.   

É notável, nessa mostra, o foco em uma dimensão onírica que busca modos de organizar símbolos, muitos deles do âmbito do misticismo e da fé, para gerar novos significados. Sobre esse direcionamento, o crítico de arte Aldones Nino afirma: “Como uma sibila de nosso tempo, sua pintura abre frestas que direcionam a visão ao mundo incorpóreo, onde cada uma das composições pode ser encarada como proposta de reencantamento do presente, em um momento em que o real não dá mais conta da potência criativa que emana dos sonhos e desejos coletivos sufocados em meio à precarização”

A exposição conta com pinturas, biombos, instalações e oratórios que propõem reordenamentos sociais e espirituais. Na série "Oráculo Urutu", desenvolvida entre os anos de 2019 e 2021, o universo de sonhos que se mostra nas obras absorve representações do cinema, da telenovela, da música e da literatura. Há citações a trabalhos de artistas como Clarice Lispector, Conceição Evaristo, Glauber Rocha, Gilberto Gil, Guimarães Rosa, João do Vale, Carlos Drummond de Andrade e Linn da Quebrada

Já a série de oratórios de Cantuária, desenvolvida ao longo de 2020 e 2021, reposiciona simbolicamente esse objeto/lugar ligado, tradicionalmente, às práticas de confissão e devoção. Aqui, as representações de mulheres beatificadas e tolhidas pelo catolicismo dão lugar a personalidades que se engajaram contra o patriarcado e as injustiças da sociedade capitalista.   

Duas das obras que integram a exposição – "Fogueira Doce" e "Uma Proposta para o Reencantamento" – foram desenvolvidas no Centro Cultural Inclusartiz em setembro deste ano, como parte da programação de estúdios abertos do centro cultural, na Gamboa (Rio de Janeiro). Durante as duas semanas de produção da pintura, a equipe do Instituto Inclusartiz e os visitantes do espaço puderam acompanhar o desenvolvimento do trabalho rico em detalhes. No Sesc Pompeia, como parte de seu trabalho formativo, o público poderá contar com visitações educativas e acompanhar as atividades paralelas que serão divulgadas no decorrer do período expositivo.  


Sobre a artista
Marcela Cantuária vive e trabalha no Rio de Janeiro. Formou-se em Pintura, na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Em 2019, apresentou seu trabalho na exposição "La Larga Noche de los 500 Años", na A Gentil Carioca; realizou a mostra "Suturar Libertar", no Centro Municipal de Arte Helio Oiticica; e participou das coletivas "Histórias Feministas", no Masp, e "Estratégias do Feminino", no Farol Santander em Porto Alegre. Nesse mesmo ano, também esteve nas residências PAOS GDL, no México, e Kaaysa, em São Paulo. 

Em 2020, foi convidada a participar da residência FountainHead, em Miami, nos EUA, e de uma exposição no Museu Instituto de América, na Espanha. Além disso, expôs no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, na individual "Figurar o Impossível". Mais recentemente, apresentou "Esperança Equilibrista" (2021), na Caixa de Pandora, em São Paulo, e "invocación del passado a la velocidade dela hora" (2022), no CentroCentro em Madri.  


Sobre o projeto Ofício: 
Para além de sua finalidade criativa, o ofício da arte é também processo, labuta e desenvolvimento. Compreende a dedicação à artesania e potencial construção de conhecimento, tendo a experimentação como elemento primordial. Tais vocações são constituintes do espaço material e conceitual das Oficinas de Criatividade do Sesc Pompeia, cujo espaço corresponde a um efervescente lugar de encontro, onde mestres e alunos se misturam e forjam trajetórias singulares. 


Serviço
Projeto Ofício: Mancha: Marcela Cantuária – Propostas de reencantamento
Local:
Sesc Pompeia.
Período expositivo: até dia 29 de janeiro de 2023.
Horário de funcionamento: terça a sexta, das 10h às 21h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h. 
Classificação indicativa: livre.
Entrada gratuita | Sem estacionamento 

Sesc Pompeia
Rua Clélia, 93 - Pompeia/São Paulo
Telefone: (11) 3871-770 

Transporte Público
Metro Barra Funda (2000m) | CTPM Água Branca (800m)   
CTPM Barra Funda (2000m) | Terminal Lapa (2100m)

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