quinta-feira, 8 de junho de 2023

.: Pré-estreias de "Medusa Deluxe" promovidas por MUBI e O2 Play


A MUBI, distribuidora global, serviço de streaming e produtora, e a O2 Play, distribuidora da O2 Filmes, em parceria com a Ingresso.com, anunciam pré-estreias especiais de "Medusa Deluxe", um mistério camp audacioso e único. O primeiro filme dirigido por Thomas Hardiman chega com exclusividade a três capitais neste fim de semana, antes de sua estreia nacional em 15 de junho.

As pré-estreias acontecerão a partir de 8 de junho em Brasília (Cultura Liberty Mall), Salvador (Saladearte UFBA) e São Paulo (Espaço Itaú Augusta e Petra Belas Artes) -- mais informações abaixo. Em "Medusa Deluxe", depois que um cabeleireiro é encontrado morto em um concurso de penteados, os participantes restantes decidem descobrir quem é o assassino. Rivalidades e desconfiança crescem, enquanto um grupo de determinados hairstylists suspeita que alguém está tentando fraudar a competição, eliminando competidores de forma macabra.

A extravagante história de detetive traz uma variedade de atuações eletrizantes de seu elenco, que inclui Clare Perkins (Secrets & Lies, Censor, EastEnders), Kae Alexander (Fleabag, Malévola: Dona do Mal), Harriet Webb (I May Destroy You, Big Boys), Darrell D’Silva (Game of Thrones) e Luke Pasqualino (Skins, Expresso do Amanhã, Shantaram).

"Medusa Deluxe" tem direção de arte assinada pelo indicado ao Oscar® Robbie Ryan (A Favorita, Docinho da América). Os penteados deslumbrantes e inovadores são do renomado stylist Eugene Souleiman, em parceria com a designer de cabelo e maquiagem Scarlett O’Connell, vencedores do British Independent Film Awards 2022, na categoria Melhor Cabelo e Maquiagem. Na premiação britânica, o longa-metragem também foi indicado nas categorias de Diretor Iniciante e Melhor Design de Produção.


"Medusa Deluxe"
Pré-estreias a partir de 8 de junho. Brasília: Cultura Liberty Mall (sexta-feira, 9 de junho, 20h50). Salvador: Saladearte UFBA (sexta-feira, 9 de junho, 20h20). São Paulo: Espaço Itaú Augusta (domingo, 11 de junho, 21h; Petra Belas Artes, diariamente, 21h). Ingressos neste link. Um lançamento MUBI e O2 Play.

Desde agosto de 2021, o Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas e assiste todas as estreias no cinema de Santos, localizado no Shopping Miramar, no Gonzaga, tradicional bairro santista. Consulta de programação e compra de ingressos neste link. O Resenhando.com também é parceiro da MUBI desde abril de 2023. Assine a MUBI e fique por dentro das novidades do cinema neste link.

.: 130 anos do Viaduto do Chá em exposição do Museu da Cidade de SP


Exposição " Chá, Um Viaduto. Algumas Histórias" segue em cartaz na unidade do Museu da Cidade de São Paulo, Chácara Lane até dia 28. Cerca de 45 itens trazem à tona a representatividade do viaduto para a expansão da cidade de São Paulo. Na imagem, Benedito Junqueira Duarte (Franca, SP, 1910 - São Paulo, SP, 1995). Vale do Anhangabaú, 1943. Reprodução de fotografia em preto e branco.Acervo Museu da Cidade de São Paulo

Mais que um mero recurso de travessia, o Viaduto do Chá é um símbolo de modernidade para São Paulo. Essa é a defesa feita pela exposição "Chá, Um Viaduto. Algumas Histórias", que está em cartaz na Chácara Lane, unidade do Museu da Cidade de São Paulo, instituição vinculada à Secretaria de Secretaria Municipal de Cultura. A mostra é reflexo de extensa pesquisa da curadora e historiadora da arte Ana Paula Nascimento e celebra 130 anos deste marco do urbanismo. "Chá, Um Viaduto" exigiu uma seleção iconográfica a partir de croquis, fotografias, cartões-postais, coleta de depoimentos, vídeo, obras de arte e registros de instalações, e poderá ser conferida até 28 de junho de 2023.

Ao todo foram reunidas mais de 45 peças pertencentes ao acervo do Museu da Cidade de São Paulo e de outras instituições de memória, dentre elas as bibliotecas da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) e da Escola Politécnica (EP) da Universidade de São Paulo, além do Instituto Moreira Salles (IMS) e do Arquivo Histórico Municipal de São Paulo. Entre as obras estão a reprodução de uma perspectiva de Flávio de Carvalho para o concurso de 1934, assim como as de Elisário Bahiana e Rino Levi, e registros do viaduto efetuados por grandes nomes da fotografia brasileira, como Marc Ferrez, Benedito Junqueira Duarte, Marcel Gautherot, Alice Brill e Juca Martins.

“O grande propósito é mostrar o viaduto muito além de um lugar de passagem”, almeja a curadora. “Sobretudo, interessa levar ao conhecimento e à reflexão o simbolismo, o caráter representativo dessa estrutura para a cidade de São Paulo”, explica. “A exposição recupera a cronologia e contextualiza a relevância do Viaduto do Chá, trazendo informações que vão desde a inauguração do primeiro viaduto, feita em metal, até as interferências artísticas levadas a cabo no espaço em dias atuais”, completa.

Benedito Junqueira Duarte (Franca, SP, 1910 - São Paulo, SP, 1995). Viaduto do Chá, 1938. Fotografia em preto e branco. Acervo Museu da Cidade de São Paulo. Espectador e palco constantes

Tema de música e cenário de novela, o Viaduto do Chá é um dos grandes marcos da arquitetura paulista. A primeira estrutura, feita em treliça metálica, foi idealizada pelo litógrafo francês Jules Martin e oficialmente inaugurada em 6 de novembro de 1892 – sendo contemporânea à celebrada Torre Eiffel, construída em Paris em 1889 com o mesmo material.

Trata-se do primeiro viaduto construído na capital paulista, ligando a colina do Triângulo Histórico ao então “Centro Novo”. Seu nome faz referência ao Morro do Chá, localizado na encosta da atual Rua Xavier de Toledo e às plantações de chá que existiam naquele período no Vale do Anhangabaú. Sua instalação suscitou o embelezamento da região, sendo criado o Parque Anhangabaú, concluído no final da década de 1910, ao lado dos edifícios de fachadas europeias.

Com o aumento do trânsito, congestionamentos e forte urbanização do centro de São Paulo, a estrutura passou a dar sinais de fadiga. Para substituí-lo, a Prefeitura instituiu durante a década de 1930 um concurso para a construção de outro viaduto no mesmo local. Levou a proposta do arquiteto carioca Elisário Bahiana, responsável também por projetar, em uma das cabeceiras do Viaduto, o edifício que por muitos anos abrigou o Mappin. 

Em 18 de abril 1938 o novo viaduto foi inaugurado ao lado do antigo, construção esta em concreto armado, com quase o dobro da largura. No dia, a estrutura metálica começou a ser desmontada. “O Chá é testemunha e parte ativa da transformação da região do Vale do Anhangabaú de quintal a centro simbólico, convertido em principal cartão-postal da cidade ao menos até meado do século 20”, relata a curadora. “É nesta área que por um período ocorre a maior travessia de pedestres da urbe. Mas, além das aglomerações e do trânsito intenso, ele presenciou e presencia comemorações, espetáculos, práticas comerciais, manifestações artísticas, atos cívicos e ações solitárias”, conclui.

Marc Ferrez (Rio de Janeiro, RJ, 1843-1923). São Paulo - Viaduto do Chá, 1892-1898. Ambrotipia. Acervo Museu da Cidade de São Paulo


Percurso
A mostra ocupa sete salas, distribuídas em dois andares da Chácara Lane. Na primeira galeria, o público se depara com fotografias realizadas ao longo da existência do viaduto, revelando uma São Paulo que se moderniza rapidamente ao longo do século 20. Nesse ambiente também estarão expostos cartões-postais que desvelam o magnetismo do viaduto.

Na sala seguinte, os visitantes poderão conhecer as reproduções, tanto parcial do projeto de Jules Martin, como de alguns dos projetos que participaram do concurso para elaboração da nova versão do Chá. Em um ambiente anexo, o visitante encontra também espaço destinado à leitura e pesquisa de títulos, materiais acadêmicos e catálogos relacionados ao Viaduto e aos artistas com trabalhos na exposição. Na sala ainda uma maquete tátil do viaduto.

Em seguida, o visitante irá se deparar com fotografias que colocam, lado a lado, as duas versões do viaduto – a estrutura metálica, desmontada, e a atual, de concreto armado – e também terá acesso a um ambiente dedicado a exibir vídeo-depoimentos de três professores vinculados à USP: Fraya Frehse, Regina Meyer e Ricardo Marques de Azevedo.

No segundo andar, os visitantes terão acesso a registros e obras relacionadas às instalações artísticas. De Rubens Mano um nova apresentação de Detetor de ausências, reflexão a partir de apresentado em 1994 no contexto da exposição Arte cidade: a cidade e seus fluxos.De Ana Teixeira, que efetua ações desde a década de 1990, os registros e objetos de Escuto histórias de amor e Outra identidade. Ambos se valeram do Viaduto do Chá para discutir identidade, solidão e pertencimento. Em outra galeria são apresentadas fotografias que mostram cenas cotidianas no local: pedestres em passagem, multidões reunidas, trânsito movimentado...

Também neste andar estão presentes os trabalhos de Paulo von Poser, artista apaixonado pela cidade de São Paulo, em especial pelo centro histórico. Ele também coordenou, junto com Carla Caffé, um desenho coletivo do Viaduto do Chá especialmente realizado  para a exposição pelos estudantes da disciplina que ministra na Escola da Cidade. Para finalizar, uma linha do tempo dessa estrutura tão emblemática da capital paulista.


Flávio de Carvalho (Barra Mansa, RJ, 1899 - Valinhos, SP, 1973). Projeto para o Viaduto do Chá, vista do Anhangabaú, 1934. Guache sobre papel. Reprodução. Acervo Biblioteca da Escola Politécnica da USP
 

Atualizações constantes
De longa duração, Chá, um viaduto contará com ativações e novidades ao longo do período expositivo. Até o fim de janeiro, a mostra vai inaugurar uma sala com fotografias do viaduto realizadas por Cristiano Mascaro especialmente para a mostra.

No mesmo mês, será montada uma projeção imersiva a partir de uma filmagem realizada por drone ao redor do Viaduto e do Vale do Anhangabaú, de modo a fazer com que o visitante sinta que está sobrevoando a região. Além disso, será realizada uma pequena mostra itinerante no passeio do viaduto, em que serão distribuídos painéis com reproduções das fotografias feitas no local em diferentes momentos.


Sobre o museu
A Chácara Lane, localizada no Centro da capital paulista, é uma das 13 unidades do Museu Cidade de São Paulo, que tem como sede o Solar da Marquesa dos Santos e inclui entre seus espaços de exibição a Casa Modernista e a Cripta Imperial. Identificado com a categoria de museu de cidade (ICOM/UNESCO), além de seus acervos institucionais, o Museu toma a cidade e seus territórios como acervo operacional, sob a ótica interdisciplinar com várias abordagens teóricas, como arquitetura, história, sociologia e arqueologia. 


Serviço
Exposição: "Chá, Um Viaduto. Várias Histórias". Até dia 28 de junho de 2023. De terça-feira a domingo, das 9h às 17h. Local: Chácara Lane – Rua da Consolação, 1024, Centro - São Paulo. Gratuito.

quarta-feira, 7 de junho de 2023

.: Mostra de holandeses "Studio Drift - Vida em Coisas" em cartaz no CCBB SP


Shylight | Drift | 2006-2014. Alumínio, aço inoxidável polido, seda, luzes de LED e robótica. Foto: Ossip van Duivenbode 


A partir de 14 de junho, o Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo apresenta uma seleção bastante representativa da produção do "Drift", dupla de artistas holandeses que recupera em esculturas e instalações a relação da humanidade com a natureza. As obras "Amplitude" e "EGO" ocuparão o novo anexo de 300 metros quadrados que marca a expansão do CCBB SP, localizado bem à frente do endereço tradicional do museu; o novo espaço cultural possui dois andares, auditório reversível e corrobora com a transformação do centro histórico da cidade. 

Em 2007, os artistas Lonneke Gordijn e Ralph Nauta criaram o "Drift", na Holanda. Desde então, eles vêm desenvolvendo esculturas, instalações e performances que colocam pessoas, ambiente e natureza na mesma frequência. Suas obras sugerem ao público uma reconexão com o planeta e poderão ser conferidas gratuitamente entre 14 de junho e 7 de agosto, no CCBB SP.  

Usando a luz como um dos elementos básicos de construção de sua arte, a dupla explora as relações entre humanos, natureza e tecnologia de forma simples e ao mesmo tempo profunda, conferindo aos visitantes a oportunidade de vivenciarem obras que tocam em elementos essenciais da vida na Terra. De acordo com Alfons Hug, curador da mostra, ao colocar a luz como elemento central de suas composições artísticas, o "Drift" “aponta para a ociosidade da vida cotidiana e a futilidade da atividade humana". O curador afirma ainda que a luz, no DRIFT, “nos faz pensar no mundo de hoje, mas também em nossas origens, pois esta luz vem de longe e contém um vislumbre do passado remoto”.


Racionalidade
Marcello Dantas, curador da exposição ao lado de Hug, explica que existe uma racionalidade por trás das obras do "Drift", que é a possibilidade da natureza e da tecnologia viverem em harmonia. "Seja pelo mundo biônico, seja pelo conceito de animismo, em que todas as coisas - animais, fenômenos naturais e objetos inanimados – possuem um espírito que os conecta uns aos outros”. 

O "animismo" em "Drift" significa, por exemplo, transformar um robô numa flor, revelando o encontro entre “a projeção que fazemos das coisas e aquilo que elas potencialmente podem ser”, complementa Dantas. “Ao estudar os seres vivos e tentar emular artificialmente seu comportamento, passamos a criar uma escuta e uma linguagem que, em alguma dimensão simbólica, podem ser sincronizadas"

Um dos destaques da mostra é "Shylight" (algo como “luz tímida”, se traduzido para o português). Trata-se de uma escultura hipnótica que se abre e se fecha, numa fascinante coreografia que mimetiza o comportamento de flores que, durante a noite, se fecham, numa medida de proteção e de economia de recursos. Se grande parte dos objetos feitos pelos homens tendem a ter uma forma fixa, o projeto do "Drift", neste caso, é recuperar a ideia de que, na natureza, tudo está em constante metamorfose e adaptação. Assim, os objetos animados ganham a força de expressar, caráter e emoção.  


Campana
Na passagem por São Paulo, a exposição contará com a exibição inédita da obra "Cadeira Banquete", criada em parceria com o Estúdio Campana, dos irmãos e designers Humberto Piva Campana e Fernando Piva Campana. A peça desconstruída ganhará a forma de blocos sugerindo reflexões sobre sua funcionalidade.

"Cadeira Banquete" integra a série "Materialism", composta também por Fusca Volkswagen:uma escultura pesada que comprime, em blocos, todos os materiais secos que compõem um carro – no caso, um Fusca. Assim, os materiais ganham uma forma condensada, instigando a imaginação sobre o papel humano na transformação da natureza.  

"Fragile" Future procura fundir natureza e tecnologia em uma escultura multidisciplinar de luz. Temos, aqui, uma visão utópica e crítica do futuro do nosso planeta, em que duas formas de evolução aparentemente opostas realizam um pacto de sobrevivência. Circuitos elétricos tridimensionais, de bronze, ficam conectados a sementes da planta dente-de-leão, que emitem luzes.  

Trata-se de uma escultura com forma potencialmente infinita, que pode crescer ou encolher, dependendo do espaço que ocupa. Para a construção, a dupla recorreu a sementes que, uma a uma, receberam luzes de LED, num processo artesanal que resiste aos métodos de produção em massa e à cultura do descarte.  

A escultura "Ego", pensada inicialmente para compor o cenário da ópera Orfeu, representa a rigidez da produção da humanidade e o quanto é importante que essa produção se torne fluida, para que não colapse. A obra questiona o quanto nossas esperanças, verdades e emoções são resultado direto da rigidez ou da fluidez de nossa mente. Um bloco de fibra de náilon oscila, graças à ação de oito motores e um algoritmo pensado especialmente para a obra.  

Também fazem parte da exposição as peças "Amplitude", "Franchise Freedom", "Coded Nature", "Drifters", "Dandelight" e "Making of Drift", uma instalação com peças que mostra uma espécie de “making of” do trabalho da dupla. Para a construção dessas obras monumentais, os artistas comandam uma equipe multidisciplinar de 64 pessoas, com um estúdio em Amsterdã e outro em Nova Iorque. 


Expansão
As obras de "Drift" marcam também a primeira mostra no CCBB São Paulo a ocupar, além das galerias tradicionais do edifício criado pelo arquiteto Hippolyto Pujol Junior, um novo anexo com 300 metros quadrados imediatamente à frente do CCBB. "É uma expansão que reforça nossa característica de espaço cultural, de encontros, reflexões e memória", descreve Claudio Mattos, Gerente Geral do CCBB. De acordo com o executivo, "a iniciativa corrobora com a transformação do centro histórico da cidade"

"Studio "Drift - Vida em Coisas" tem curadoria de Alfons Hug e Marcello Dantas e após a passagem por São Paulo percorrerá os CCBBs Belo Horizonte e Brasília. O patrocínio da mostra é do Banco do Brasil e da BB Asset Management, com produção executiva da Madai Art. Ingressos disponíveis em bb.com.br/cultura e na bilheteria física do CCBB SP. 


Serviço
Exposição "Studio Drift - Vida em Coisas". Local: Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo. Data de abertura: 14 de junho. Funcionamento: todos os dias, das 9h às 20h, exceto às terças-feiras.Ingressos gratuitos: disponíveis em bb.com.br/cultura e na bilheteria física do CCBB SP. Entrada acessível: pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e outras pessoas que necessitem da rampa de acesso podem utilizar a porta lateral localizada à esquerda da entrada principal. Informações: (11) 4297-0600. Estacionamento: O CCBB possui estacionamento conveniado na Rua da Consolação, 228 (R$ 14 pelo período de 6 horas - necessário validar o ticket na bilheteria do CCBB). O traslado é gratuito para o trajeto de ida e volta ao estacionamento e funciona das 12h às 21h. Transporte público: O Centro Cultural Banco do Brasil fica a 5 minutos da estação São Bento do Metrô. Pesquise linhas de ônibus com embarque e desembarque nas Ruas Líbero Badaró e Boa Vista. Táxi ou Aplicativo: Desembarque na Praça do Patriarca e siga a pé pela Rua da Quitanda até o CCBB (200 m). Van: Ida e volta gratuita, saindo da Rua da Consolação, 228. No trajeto de volta, há também uma parada no metrô República. Das 12h às 21h.

.: #Resenhando20Anos: Entrevista com Marina Elali, cantora e compositora

No dia 4 de junho de 2023 o Resenhando.com completou 20 anos. Durante esse mês, matérias emblemáticas que foram destaque no portal editado pelos jornalistas Mary Ellen Farias dos Santos e Helder Moraes Miranda serão republicadas. Ao fazer essa visita ao passado, percebemos que os textos ainda estão atuais. 

Algumas delas, republicadas na íntegra, embora extremamente relevantes, apresentam aspectos datados ou têm marcas de expressões, pensamentos e linguagens que podem estar ultrapassadas, mas são um registro da história deste veículo. Realizada em novembro de 2005, a entrevista com a cantora e compositora Marina Elali, marcou a história do Resenhando.com.


"O mais importante é que todas as cantoras têm uma coisa em comum, o amor pela arte, pela música"Marina Elali

Por Helder Moraes Miranda, em novembro de 2005.

Uma das grandes estrelas da MPB da nova geração, Marina de Souza Dantas Elali falou com exclusividade ao Resenhando e, mais importante que isto, respondeu as perguntas de fãs de todo o Brasil. As impressões que ela deixou são as melhores: muito receptiva, expansiva, simpática, talentosa, inteligente, linda e rodeada por uma equipe competente, que facilitou nosso contato com ela.

Marina Elali, que recentemente lançou o primeiro CD com selo da Som Livre que leva o nome dela, demonstrou ser mais que uma cantora, mas também um ser pensante no mundo da música. Não há dúvida que ela está preparada para ser a diva da música da nova geração, em um período de entressafra para o lançamento de grandes cantoras, já que estamos em um período que a maioria das carreiras musicais, seja bandas ou novos nomes, é efêmera.

Pudera, para quem desconhece suas origens, é bom alertar: não é apenas um rostinho bonito, tem conteúdo, bagagem: estudou música no Berklee College of Music, uma das mais conceituadas escolas do mundo, situada nos EUA. Além disso, a moça em questão é neta de José Dantas, mais conhecido como Zédantas, parceiro do rei do baião Luiz Gonzaga e um dos compositores mais importantes da música brasileira, que tem em sua trajetória composições como "A dança da moda", "A volta da asa branca" e "Riacho do navio".

Todo este sucesso não é apenas sorte de principiante: a jovem cantora, que antes de ficar famosa em todo Brasil já tinha fã-clube em Natal, contabiliza cerca de 300 shows e já cantou ao lado de gente de peso, como Nana Caymmi, Gal Costa, Zeca Baleiro e Agnaldo Rayol.

Aos quatro anos, Marina Elali ficou encantada com a música clássica que era tocada durante suas aulas de balé, mas descobriu a música pop ao assistir um vídeo de Madonna. Sua estréia como cantora, porém, aconteceu em sua festa de debutante, quando completava 15 anos. Entre os convidados, estava um produtor musical de Natal, que a convidou para abrir um show do cantor Fagner.

Depois disto, Marina foi estudar música nos Estados Unidos. Em Boston, passou por três anos de aulas de canto e teoria. De volta ao Brasil, participou de programas da Rede Globo, como "A turma do Didi" e a novela "O clone". No cinema, atuou como atriz no filme "Maria, mãe do filho de Deus". A nós, meros mortais, resta dizer: "Canta, potiguar, canta!".

  
Resenhando.com - Como você analisa o cenário da música brasileira atualmente?
Marina Elali - Recentemente eu participei da Festa Nacional da Música em Canela- RS, e Fiquei muito feliz ao saber durante um debate, que aproximadamente 76% dos discos vendidos no Brasil são de artistas brasileiros, o que nos mostra que a nossa música está em alta.


Resenhando.com - Ser uma ex-participante de reality show abre ou fecha mais portas? Você já sofreu alguma discriminação em sua carreira por isto? Qual sua concepção sobre o preconceito?
Marina Elali - Participar do Fama Três deu mais visibilidade à minha carreira, tornei-me conhecida nacionalmente e muitas portas se abriram. E em relação a discriminação, eu nunca tive nenhum problema. Pelo contrário, só aconteceram coisas boas na minha carreira depois do programa.


Resenhando.com - Você foi uma das poucas ex-participantes de todas as edições do programa Fama que não caiu no ostracismo. Qual o segredo? Pode apontar quais são os erros dos outros participantes, de acordo com seu ponto de vista?
Marina Elali - Fazer sucesso, permanecer na mídia, é muito difícil. A carreira artística, na minha opinião, deve ser trabalhada pouco a pouco, com metas, objetivos, Ideais. Acho que não há receita para uma carreira promissora, o cantor precisa ter muita disposição, amor pela música, ter força de vontade e batalhar muito pelo seu ideal. Agrupar tudo isso é difícil e muita gente, mesmo talentosa, acaba abandonando o sonho no meio do caminho. Persistência talvez seja a palavra chave.


Resenhando.com - Algumas pessoas questionam o critério de seleção do FAMA ao afirmar que a maioria dos participantes é "carta marcada" ou entra por indicação de alguém. O que tem a dizer sobre isto?
Marina Elali - Acredito que algumas pessoas façam teste e que outras sejam indicadas. As pessoas que participaram comigo do Fama Três são muito talentosas e na minha opinião mereceram participar do programa.


Resenhando.com - Qual lembrança mais marcante que tem de sua participação no Fama? Como eram os bastidores do programa?
Marina Elali - Fiquei muito emocionada ao cantar "Atrás da porta", de Chico Buarque, justamente no dia do aniversário dele. Gosto muito dessa música e me entreguei na interpretação. Quanto aos bastidores, como tínhamos atividades durante todo o tempo, não sobrava muito espaço para o lazer, o bate-papo. Quando nos reuníamos para as refeições o momento era de descontração e muito incentivo.


Resenhando.com - Como foi o processo de escolha do repertório de seu primeiro CD?
Marina Elali - Na verdade eu passei quase dois anos trabalhando no meu primeiro disco. Em 2003 comecei a escolher o repertório, gravei algumas canções e continuei pesquisando, ouvindo e compondo até o último mês de gravação. Estou muito feliz com o resultado final deste trabalho.


Resenhando.com - Você inseriu no repertório do CD um grande sucesso da cantora Rosana "O amor e o poder", qual a razão?
Marina Elali - Essa história é legal. Quando eu estava no Fama Três, uma de minhas apresentações foi com esta música. Quando saí, do Fama as pessoas me paravam na rua para falar que adoraram minha interpretação. Recebi inúmeros e-mails, telefonemas e cartas. Em todos os shows o público falava: - Marina, cante "a deusa". Esta música está no meu CD porque meu público me incentivou a gravá-la e é, sem dúvida, uma das faixas do disco que eu mais gosto.


Resenhando.com - Por ser bonita, você deve ter recebido inúmeros convites para estrelar ensaios sensuais. Alguma revista masculina já lhe convidou para posar nua? Qual a sua opinião sobre o assunto? Você faria um ensaio deste tipo?
Marina Elali - Não recebi nenhum convite para estrelar ensaios sensuais. Minha concentração está voltada, única e exclusivamente, para a minha carreira como cantora.


Resenhando.com - Quais cantoras a influenciaram a lutar para seguir a carreira adiante?
Marina Elali - Quando eu assisti pela primeira vez ao vídeo da cantora Madonna, tive a certeza absoluta do que eu queria para mim: o palco. Mas eu sou bem eclética, gosto de Zizi Possi a Celine Dion. Em cada artista consigo admirar um potencial. Gosto muito de Mariah Carey, Daniela Mercury, Sade, Alicia Keys, Britney Spears, Christina Aguilera, Ivete Sangalo...


Resenhando.com - Já foi convidada para gravar duetos? Com quem você gostaria de gravar?
Marina Elali - Nunca gravei um dueto, mas tive uma experiência maravilhosa no início de minha carreira. Eu estava cantando "Con te partiró', e de repente, Agnaldo Rayol subiu ao palco para cantar comigo. Foi um dueto improvisado, mas muito marcante para mim. Gostaria de gravar com tanta gente... Alexandre Pires, Gabriel o pensador, Jorge Vercilo, Brian Mcknight, Lionel Richie, Sting, George Michael... E por aí vai a lista.


Resenhando.com - Qual a música de seu primeiro CD que você prefere? E se você pudesse escolher, qual seria a canção de trabalho depois de "Mulheres Gostam"? Que música gostaria de interpretar e gravar em seus próximos trabalhos?
Marina Elali - Ai, que difícil! Adoro "Vem dançar", "Só por você", "Conselhos", "Vem vem", "Hipnotizar você", que é composição minha com Lincoln Olivetti. Deixa eu parar senão vou acabar colocando as 14 faixas do CD... Paralelamente à música "Mulheres gostam", que estamos trabalhando, "Você", de Roberto e Erasmo Carlos também está com excelente aceitação, até mesmo porque faz parte da trilha sonora da novela América, da Rede Globo, tema do casal Sol e Tião.


Resenhando.com - Pretende lançar DVD? Pode nos adiantar detalhes?
Marina Elali - Com certeza. Adorei a experiência de gravar meu primeiro videoclipe. A música, "Mulheres gostam", pedia um cenário sensual e mágico, e assim foi, filmamos tudo em Natal, em várias locações, uma mais bonita do que a outra, foi uma semana inesquecível. Sobre o DVD não posso adiantar detalhes porque na verdade eu ainda não comecei este projeto, mas é um sonho que pretendo realizar o mais rápido possível. Sem falar que os meus fãs já estão me cobrando. Mas acredito que tudo tem seu tempo e acho que agora é o momento de divulgar o meu primeiro disco. Na hora certa, vou lançar meu DVD.


Resenhando.com - Acredita estar preparada para a carreira internacional? Se tivesse que escolher entre a carreira no Brasil ou no exterior, qual seria a opção?
Marina Elali - É interessante como várias pessoas já me perguntaram sobre carreira internacional e esta pergunta me deixa feliz, surpresa e um pouco assustada. Confesso que é um grande sonho representar o nosso país em outros países do mundo. Se eu estou preparada? Se um dia surgir uma oportunidade não vou pensar duas vezes, vou encarar como mais um trabalho profissional, vou dar o melhor de mim como eu sempre faço, mas nunca vou deixar de ser uma cantora brasileira.


Resenhando.com - Por ser uma cantora de estilo popular, têm receio de ser rotulada de brega?
Marina Elali - Acho que o artista não deve se preocupar com quem não gosta ou critica o trabalho dele, deve se preocupar em ser um bom profissional, deve respeitar seus fãs e ser sincero em tudo que faz.


Resenhando.com - Conhecendo os bastidores, o que pensa atualmente sobre fazer parte do meio artístico? Existe rivalidade?
Marina Elali - Estou entrando no meio artístico agora, mas acho que sempre existe um lugar ao sol para todos. Rivalidade ocorre em qualquer profissão.


Resenhando.com - Como é sua relação pessoal com outros cantores e grupos? Com quais bandas e cantores você tem laços de amizade mais estreitos? Rola muito assédio?
Marina Elali - Como respondi na pergunta anterior estou começando agora e ainda não conheço muitos artistas. Na Festa Nacional da Música tive a chance de conversar com alguns ídolos meus, e o que me deixou mais feliz foi perceber que estes cantores e músicos que eu sempre fui fã hoje me respeitamcomo cantora. Recebi elogios de Elba Ramalho, por exemplo, não dá nem pra explicar. O assédio às vezes rola, tem que saber lidar, afinal de contas faz parte, né?


Resenhando.com - Durante as turnês, como você lida com a distância da família?
Marina Elali - Aos 17 anos, saí de Natal para morar nos Estados Unidos, onde fui estudar música. A saudade que eu sentia de minha família era imensa. Depois, de volta ao Brasil, para seguir a carreira de cantora, fui para o Rio de Janeiro, novamente sozinha. Então, acabei me acostumando com a distância. agora, que lanço meu CD, e que quero rodar o Brasil com meu show, a separação é inevitável, mas sei que meus pais, meu irmão, meus avós queridos e todos os meus familiares saberão compensar este afastamento toda vez que nos encontrarmos. Família na vida da gente é tudo.


Resenhando.com - Quais são seus ídolos na música e quais bandas novas merecem destaque hoje?
Marina Elali - Madonna, Mariah Carey, Daniela Mercury, Michael Jackson, Sting, Lionel Richie, Djavan, Zizi Possi, Jennifer Lopez, Britney Spears, Christina Aguilera, Phill Collins, Alicia Keys, Celine Dion, Laura Pausini, Gabriel o Pensador, Sade, Sarah McLachlan. Na verdade ouço mais cantores do que bandas, gosto de Maroon 5.


Resenhando.com - Além de cantar, você pretende investir na dramaturgia? 
Marina Elali - Durante quase cinco anos fiz aulas de teatro, sempre gostei da arte de interpretar. E fiz também aulas de atuação no Emmerson College - Boston/EUA. No palco, isso me ajuda. Já participei, cantando, de dois filmes "Didi - o Cupido Trapalhão" e "A Fronteira", e fazendo uma pequena participação em "Maria - a mãe do filho de Deus". Adorei. Também fiz uma participação na novela "O Clone", da Globo. Fui cantar e dançar na fictícia boate Nefertiti. Mas nesse momento estou apenas pensando em minha carreira como cantora, e o palco me dá a oportunidade de atuar, dançar e interpretar ao mesmo tempo.


Resenhando.com - Pode falar sobre sua infância? O que lia e escutava?
Marina Elali - Durante a minha infância fiz aulas de ballet, piano, participei de coral, de grupo de teatro, desfilei, estudei outros estilos de dança, fiz tudo que deu tempo. Gostava de ouvir música clássica, e na verdade sempre gostei mais de ouvir do que de ler, portanto me lembro mais dos meus discos do que dos meus livros. Recebi uma bagagem cultural de minha família que foi primordial para meu amadurecimento. Sou neta de Zédantas, que foi o parceiro de Luiz Gonzaga, então, fui criada, desde pequenininha, nesse meio artístico. Embora eu não tenha, infelizmente, conhecido meu avô, minha avó Iolanda sempre fez questão de apresentar-me toda a herança cultural deixada por ele. Por outro lado, meu pai é palestino e fui apresentada à música e à dança árabe ainda muito jovem. Sou apaixonada por ritmos, estilos, e tudo o que toca o meu coração passa a fazer parte de meu repertório, seja para cantar ou somente ouvir.


Resenhando.com - Como foi despertado o gosto pela música?
Marina Elali - Ih! Faz tempo. Desde pequenininha eu já demonstrava que seguiria a carreira artística. Aos três anos eu fazia aulas de dança, balé clássico. Depois passei a cantar no coral do colégio, fiz piano clássico e ouvia tudo o que emitia som. Cresci dando valor à música, até mesmo pela forte influência de minha família. Antes de completar 14 anos eu já sabia que minha realização seria o palco, o canto, a voz. Para isso abdiquei de minha juventude em Natal, ao lado da família e dos amigos, e fui estudar música nos Estados Unidos, na Berklee College of Music, de Boston, de onde saí formada.


Resenhando.com - O que diferencia Marina Elali das outras cantoras?
Marina Elali - Não existe uma voz igual à outra, uma pessoa igual a outra, e é isso que torna cada ser humano especial, pois ele é único. Sou diferente das outras cantoras porque todas somos diferentes, e o mais importante é que todas as cantoras têm uma coisa em comum, o amor pela arte, pela música.


Resenhando.com - Que conselho você dá para quem está começando a carreira?
Marina Elali - A nossa carreira é uma carreira linda, porém cheia de dificuldades, e pra enfrentar o lado bom e o ruim é preciso coragem e amor à arte. Estudo e aprimoramento são quesitos fundamentais. Dedicação, força de vontade, profissionalismo e fé também não podem faltar. Boa sorte!

.: Companhia das Letras lança edição especial de "Todos os Diários"


Em 26 de junho, chega às livrarias uma edição especial em dois volumes de "Todos os Diários", de Lúcio Cardoso. Os títulos fazem parte de um grande projeto da Companhia das Letras em reeditar a obra deste que é um dos principais escritores brasileiros.

"Todos os Diários  - Volume I"
Edição ampliada e revisada dos diários de Lúcio Cardoso, concebidos como um projeto artístico pelo próprio autor, figurando como uma obra-prima ao lado de "Crônica da Casa Assassinada". O primeiro volume traz os diários do autor até 1951, repletos de citações literárias e de investigações bíblicas, uma obsessão de Cardoso. “Penso nos outros, nos amigos que nunca tive, naqueles a quem eu gostaria de contar estas coisas como quem faz confidências no fundo de um bar”, escreve Lúcio Cardoso em seu diário, comungando com o leitor a escolha imposta da escrita. É “esse diabólico e raro prazer da confidência”, para muitos “a própria suma de suas inspirações e pensamentos”, que ele partilha conosco.

Aqui acompanhamos o percurso intelectual e psicológico, artístico e filosófico do autor que produziu, entre 1934 ("Maleita") e 1959 ("Crônica da Casa Assassinada"), uma obra intimista e única em seu tempo. Escritos para ser publicados em vida, estes diários são palco de elucubrações candentes sobre literatura e cinema, música e teatro, Deus e moral, a filosofia niilista e os desejos mais recônditos da carne e do espírito. Acima de tudo, Lúcio descreve a confluência inadiável entre vida e literatura. Compre o livro "Todos os Diários  - Volume I" neste link.


O que disseram sobre o livro
“Um convite para que o leitor mergulhe no universo inquietante do romancista mineiro, criador da famosa Crônica da casa assassinada. Com esta nova edição, revista, atualizada e ampliada, o organizador Ésio Macedo Ribeiro oferece ao grande público a oportunidade de travar contato com a obra de um autor singular, que imprimiu sua marca na literatura brasileira do século XX.” - Cássia dos Santos

"Todos os Diários  - Volume II"
O segundo volume traz textos inéditos do escritor, além de uma coluna de jornal que Cardoso manteve e que recebeu o adequado título de “Diário Não Íntimo”. De Dostoiévski à Bíblia, de Guimarães Rosa a Freud, as leituras e citações feitas por Lúcio Cardoso nos seus diários e textos recolhidos iluminam seu próprio processo criativo, sua angústia diante do papel, sua trajetória de pensamento, o abismo entre a ideia e a escrita. 

Para Manuel Bandeira, “aqui temos Lúcio contando na sua própria voz o seu próprio romance” - mais até que em sua esmerada ficção, “vemos nestas páginas um homem em luta consigo mesmo, com o seu destino, com o seu Deus”. No segundo volume, além dos diários de 1951 a 1962, graças aos imensos esforços de pesquisa e organização de Ésio Macedo Ribeiro, encontramos escritos dispersos como o “Diário Proibido - Páginas Secretas de Um Diário e de Uma Vida”, “No Meu Tempo de Estudante…” e “[Há Muitos Anos]”, publicados pela primeira vez em livro neste volume, sem contar os textos de “Diário Não Íntimo”, coluna de Lúcio Cardoso para o jornal A Noite. Compre o livro "Todos os Diários  - Volume II" neste link.


Sobre o autor
Lúcio Cardoso
nasceu em 1912 em Curvelo, Minas Gerais. Em 1929, ele se muda para o Rio de Janeiro, onde começa a escrever. Em 1930, publica os primeiros textos em jornais. Seu romance de estreia, "Maleita", é lançado em 1934. Produz novelas, contos, um livro infantil e romances, até que em 1959 publica "Crônica da Casa Assassinada" - clássico instantâneo da literatura brasileira (reeditado pela Companhia das Letras em 2021) Em 1962, sofre um derrame que paralisa o lado direito do corpo; privado da capacidade de escrever, começa a pintar e realiza quatro bem-sucedidas exposições. Morre de derrame, em 1968.

O autor foi um dos primeiros a trazer a público sua homossexualidade, em 1949, dez anos antes de lançar seu romance mais conhecido. No prefácio, Ésio Macedo Ribeiro destaca o fato de Lúcio Cardoso estar sendo redescoberto pelas novas gerações, com várias pesquisas acadêmicas sendo realizadas sobre sua obra.

Ribeiro ressalta a relevância dos diários de Lúcio Cardoso, nos quais o autor revela aspectos íntimos de sua personalidade, viagens, encontros com amigos e suas preferências artísticas. Além disso, os diários também abordam temas como literatura, cinema, teatro, religião, ciência e suas relações afetivas. A edição inclui diários já publicados em vida e póstumos, além de textos dispersos que foram coletados em periódicos e livros. Traz também notas do organizador, índice remissivo e uma rica cronologia de vida e obra de Lucio Cardoso. Compre "Todos os Diários" de Lúcio Cardoso neste link.

.: Prince completaria 65 anos e “Purple Rain” é sua música mais tocada


Prince
foi um dos ícones da música na década de 80 e suas canções fazem sucesso até hoje. O cantor e compositor americano completaria 65 anos, nesta quarta-feira, dia 7, se estivesse vivo, e o Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) aproveitou a data para fazer um estudo sobre as músicas mais tocadas do artista no Brasil.

“Purple Rain” foi o destaque do levantamento e ficou na liderança do ranking das canções de autoria de Prince que os brasileiros mais ouviram nos últimos 10 anos nos principais segmentos de execução pública. Na segunda e terceira posições desse ranking ficaram “Kiss” e “Nothing Compares 2 U”, que ficou conhecida na voz da Sinead O'Connor.

O artista tem um total de 1.175 obras musicais e 609 gravações cadastradas no banco da gestão coletiva da música no Brasil. As obras musicais são as suas composições, com letra e/ou melodia. Já as gravações são registros de obras musicais disponibilizadas de forma digital (como no streaming) ou em suporte físico (como um DVD). Com isso, uma mesma obra musical pode ter diferentes gravações, como, por exemplo, a original, uma versão acústica ou um show gravado para um DVD. Essas gravações podem ter sido feitas por Prince ou outros intérpretes e em qualquer país.

Prince nos deixou em 21 de abril de 2016, aos 57 anos. O cantor e compositor, assim como qualquer artista estrangeiro, tem os seus direitos autorais de execução pública garantidos no país porque as associações de gestão coletiva (Abramus, Amar, Assim, Sbacem, Sicam, Socinpro e UBC) possuem contratos de representação ou reciprocidade com sociedades estrangeiras da mesma natureza em todo o mundo. Desta forma, quando uma música estrangeira é tocada, o Ecad arrecada os valores referentes aos direitos autorais dessa execução e os distribui para as associações brasileiras, que garantirão os repasses a esses artistas de outros países.

Além disso, como determina a Lei dos Direitos Autorais (9.610/98), os herdeiros de Prince terão direito a receber os rendimentos por suas canções por 70 anos após a sua morte (ou de autores parceiros, no caso de músicas feitas em parcerias). Compre "Purple Rain" neste link.


Ranking das músicas de autoria de Prince mais tocadas no Brasil nos últimos dez anos nos principais segmentos de execução pública (Rádio, Shows, Música ao vivo, Casas de Festas e Diversão, Sonorização Ambiental, Carnaval e Festa Junina)

1. "Purple Rain" - Prince

2. "Kiss" - Prince

3. "Nothing Compares 2 U" - Prince

4. "When Doves Cry" - Prince

5. "Manic Monday" - Prince

6. "Raspberry Beret" - Prince

7. "I Feel for You" - Prince

8. "1999" - Prince

9. "I Wanna Be Your Lover" - Prince

10. "Love Thy Will Be Done" - Marrero Marta E / Prince

.: Entrevista: Debora Ozório, a Petra de "Terra e Paixão" comenta a novela


"É a personagem mais diferente que já fiz na minha trajetória.", afirma a atriz, que interpreta pela primeira vez uma personagem de Walcyr Carrasco. Foto: Globo/João Miguel Júnior


Em cena da novela "Terra e Paixão", escrita por Walcyr Carrasco, Irene (Gloria Pires) se preocupa com o desaparecimento de Petra (Debora Ozório). Ela percebe que a filha não está em seu quarto e com a ajuda de Angelina (Inez Viana) procura por todos os lugares, mas não a encontram. Diante da situação, Irene pede a ajuda de Daniel (Johnny Massaro), que decide avisar a Antônio (Tony Ramos) sobre o sumiço da irmã. Ramiro (Amaury Lorenzo), Caio (Cauã Reymond) e Luigi (Rainer Cadete) se juntam na busca pela jovem na área externa da fazenda. O italiano fica desesperado com a situação e Antônio pede calma, afinal, não quer ter que cuidar de mais uma pessoa. 

Enquanto eles seguem na busca, Caio aproveita as habilidades com o drone e tenta mapear a região. Antônio critica o filho por estar parado manipulando o equipamento, mas é ele quem encontra a irmã no meio das plantações. Nesse momento, Caio, Luigi e Daniel correm para socorrer Petra entre o soja e a localizam desmaiada. Ao chegar em casa, Luigi identifica que ela guardava os remédios tarja preta na fronha do travesseiro e revela o esconderijo à família. Abaixo confira a entrevista de Debora Ozório.


Como você define a sua personagem?
Debora Ozório -
É a personagem mais diferente que já fiz na minha trajetória. Petra é uma mulher muito interessante e cheia de conflitos familiares e internos. 

Em quem se inspirou para fazê-la? Como se preparou?
Debora Ozório - 
Eu me alimento de muitas fontes, gosto de ter muitas referências, estudar muito, e me preparo para na hora estar disponível e jogar com meus colegas e com a direção. 
 

O que ela traz de novo e de mais desafiador para você?
Debora Ozório - Todo o universo cotidiano da Petra é novo, é outro sotaque, outro ambiente, outro estilo. Me sinto desafiada por um todo com ela, principalmente na questão do vício. 
 

Quais são as principais questões que ele enfrenta na trama?
Debora Ozório - A Petra é cheia de história. Ela tem a questão da estrutura familiar, que desenvolve muitos outros pontos como, por exemplo, o vício em remédios. 
 

E como estão sendo as gravações, o convívio com o elenco? O que você destaca como o mais interessante nesse trabalho?
Debora Ozório - Eu estou muito feliz! Meus amigos, a viagem ao Mato Grosso do Sul, toda a equipe…Todos em uma jornada muito vibrante e contagiante. Com a certeza de um belo trabalho sendo feito, de uma cenografia linda, e de muita troca com todos. 
 

Qual a sua expectativa nesse trabalho?
Debora Ozório - Minha expectativa é de uma personagem contada em cada detalhe, que seja uma troca de realidade com sinceridade e dedicação. Eu mergulho por inteiro na personagem e a Petra é um universo profundo, mas também divertido. Acredito que o público vibra junto porque a trama é muito instigante. 
 

Comente sobre a relação de Petra com Antônio e Irene. E com Caio e Daniel?
Debora Ozório - A relação de afeto com os pais é baseada dentro do que é possível da realidade daquelas pessoas que vivem em uma estrutura familiar bem conturbada, e que deixa consequências para minha personagem. A relação com os irmãos, Caio e Daniel já é diferente. Com o Daniel, Petra tem uma relação mais próxima e mais amigável, já com Caio a relação é um pouco morna chegando a ser fria, mas no geral, se dão bem. 
 

Quais foram seus últimos trabalhos, antes de ‘Além da Ilusão’?
Debora Ozório - Quando eu estava no ar em "Além da Ilusão", a série "Filhas de Eva" também foi ao ar, que é um trabalho muito especial, lindíssimo, que eu amei fazer, e também está disponível no Globoplay.


Como foi o convite para atuar na novela?
Debora Ozório - Eu fui chamada para fazer um teste que durou dois dias. Cheguei preparada e desejando muito que desse certo e as coisas aconteceram. Eu acho que o personagem escolhe a gente. Existe uma energia sobre tudo e estou bem feliz e realizada com essa oportunidade. 
 

Como está sendo trabalhar o texto do Walcyr Carrasco e como tem sido a direção do Luiz Henrique Rios?
Debora Ozório - Essa é a minha primeira novela com o Walcyr e estou bem empolgada com esse desafio. Ele escreve muitos sucessos e tenho certeza que esse será mais um. Já tenho uma relação de amizade e confiança com o Luiz e esse será o combo perfeito para esse momento.

terça-feira, 6 de junho de 2023

.: Globo Livros lança box exclusivo para os fãs de Rita Lee com o riTarô


Rita Lee
deixou um grande legado não só para a música, mas também para a literatura. A Globo Livros lança box exclusivo para os fãs da  eterna rainha do rock com o riTarô de brinde. Neste box exclusivo, os leitores terão acesso a três grandes obras da carreira literária desta artista única e revolucionária, que inspirou e continuará inspirando diferentes gerações: "Uma Autobiografia""Outra Autobiografia" e "Dropz".

O box conta com um brinde especial: o riTarô, um baralho de tarô personalizado, com ilustrações e intervenções da própria Rita, a sua última produção artística. Um presente especial que ela deixou para seus admiradores. O significado das cartas está descrito em sua segunda autobiografia. Compre o box neste link.


Confira mais sobre os títulos escolhidos:
"Rita Lee: Uma Autobiografia"
Nesta primeira autobiografia, conhecemos toda a trajetória de Rita Lee: a infância, os primeiros passos na vida artística, a grande história de amor com Roberto de Carvalho, o nascimento dos filhos, o sucesso nos palcos, as músicas, os tropeços, os excessos e as conquistas. Compre o livro neste link.


"Rita Lee: Outra Autobiografia"
Um relato forte, honesto e com pitadas de humor sobre os últimos três anos da vida de Rita Lee. Ela nos conta sobre a rotina fora dos palcos, como enfrentou a pandemia, o diagnóstico de câncer e todos os detalhes de sua grande batalha contra a doença. Compre o livro neste link.


"Dropz"
Neste livro, Rita Lee nos revela sua faceta de escritora de ficção. São 61 contos, com ilustrações feitas pela própria Rita, sobre diferentes temas. Uma obra múltipla, assim como ela. Compre o livro neste link.

.: "A Guerra Invisível de Oswald de Andrade" em um ano decisivo


O ensaio-reportagem "A Guerra Invisível de Oswald de Andrade" joga luz sobre episódios pouco conhecidos da vida do modernista paulista. Lançado pela editora Todavia, este livro original de Mariano Marovatto se debruça sobre um ano - decisivo - da trajetória do modernista Oswald de Andrade.

Ao recuperar a originalidade da obra e a trajetória oswaldiana, Marovatto faz uma combinação talentosa de ensaio, perfil biográfico e reconstituição histórica, percorrendo não apenas os arquivos do personagem, como uma bibliografia multidisciplinar. Uma contribuição muitíssimo bem-vinda à melhor não ficção literária contemporânea.

De volta de um giro europeu em 1939, no sufoco aflitivo do começo da Segunda Guerra, Oswald de Andrade contou que planejava publicar, “o mais breve possível”, um livro que se chamaria A guerra invisível. Uma alternativa àquele projeto, Mariano Marovatto nos propõe esta obra singular, de mesmo título, em que segue os passos do gênio da vanguarda brasileira durante um ano de sua vida, visto até aqui como de hiato produtivo. O resultado é um volume tão perspicaz quanto abrangente, em que lemos as ideias, os encontros, os afetos e as brigas do intelectual brasileiro sob um painel artístico e político internacional. Tratava-se de um ano intenso não só para o modernista, como para o mundo. Compre o livro "A Guerra Invisível de Oswald de Andrade" neste link.


Sobre o autor
Mariano Marovatto nasceu em 1982, no Rio de Janeiro. É escritor, cantor e compositor. Publicou "Casa" (poemas) e "As Quatro Estações" (ensaio), entre outros livros. Garanta o seu exemplar de "A Guerra Invisível de Oswald de Andrade" neste link.

.: Dia dos Namorados: MUBI apresenta o especial "Em Clima de Romance"


Programação com mais de 30 filmes reúne as histórias de amor favoritas da MUBI. Em junho, cinco novos títulos reforçam o especial. Na imagem, Colin Farrell e Jessica Chastain, em "Miss Julie", dirigido por Liv Ullmann


Para celebrar o Dia dos Namorados e o mês mais romântico do ano, a MUBI, plataforma global de streaming, produtora e distribuidora, apresenta o especial "Em Clima de Romance". Além dos 33 filmes já disponíveis, com histórias de amor de todas as formas e combinações, mais cinco títulos chegam à plataforma ao longo de junho: "A Lancheira" (Ritesh Bartra), "Miss Julie" (Liv Ullmann), "Deixe a Luz do Sol Entrar" (Claire Denis), "Simplesmente Amor" (Richard Curtis) e "O Diário de Bridget Jones" (Sharon Maguire).

Entre os filmes disponíveis no especial "Em Clima de Romance", estão "Dirty Dancing: Ritmo Quente" (Emile Ardolino), "Happy Together" (Wong Kar Wai), "Retalhos da Vida" (Michelangelo Antonioni), "Alabama Monroe" (Felix van Groeningen), "O Golpista do Ano" (Glenn Ficarra, John Requa), "Rumo à Outra Margem" (Kiyoshi Kurosawa) e "The Queen of Hearts" (Valérie Donzelli). Confira os títulos que reforçam a programação este mês:


"A Lancheira" (2013) – Já disponível
Vencedor do Grand Golden Rail no Festival de Cannes de 2013, o drama romântico dirigido por Ritesh Batra (Retrato do Amor) conta a história de uma amizade inesperada, que surge a partir de uma entrega errada de um almoço pelo famoso sistema de Mumbai. Um homem solitário e uma dona de casa encontram refúgio por meio da troca de bilhetes.

"Miss Julie" (2014) – Disponível em 6 de junho
Dirigido por Liv Ullmann (Infiel), o drama ambientado na Irlanda, em 1890, retrata um jogo cruel de romance entre uma jovem da aristocracia (vivida por Jessica Chastain, Os Olhos de Tammy Faye) e um criado do pai dela, John (Colin Farrell, Os Banshees de Inisherin), que fica dividido entre a luxúria e o amor.


"Deixe a Luz do Sol Entrar" (2017) - Disponível em 10 de junho
Estrelado por Juliette Binoche (As Nuvens de Sils Maria), o filme tem direção de Claire Denis (Minha Terra, África) e venceu o prêmio SACD - Quinzena dos Realizadores - no Festival de Cannes de 2017. Isabelle (Binoche) é uma pintora bem-sucedida que vive em Paris e busca o amor verdadeiro, enquanto se relaciona com todos os homens errados.

"Simplesmente Amor" (2003) – Disponível em 11 de junho
Dirigido por Richard Curtis (Questão de Tempo), tem um elenco estelar: Colin Firth, Liam Neeson, Emma Thompson, Keira Knightley, Alan Rickman, Rodrigo Santoro, January Jones e Hugh Grant, entre outros. Oito casais muito diferentes se apaixonam e desapaixonam no Natal. Bill Nighy venceu o BAFTA de melhor ator coadjuvante por sua atuação, em 2004.


"O Diário de Bridget Jones" (2002) – Disponível em 12 de junho
Com direção de Sharon Maguire (Incendiário), a comédia romântica nos apresenta a Bridget Jones (interpretada por Renée Zellweger, Chicago), uma mulher que luta contra sua idade, a balança, seu trabalho e a solteirice. Porém, seu mundo imperfeito muda quando seu chefe (Hugh Grant) e um advogado esnobe (Colin Firth) se apaixonam por ela.

Desde agosto de 2021, o Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas e assiste todas as estreias no cinema de Santos, localizado no Shopping Miramar, no Gonzaga, tradicional bairro santista. Consulta de programação e compra de ingressos neste link. O Resenhando.com também é parceiro da MUBI desde abril de 2023. Assine a MUBI e fique por dentro das novidades do cinema neste link.

.: "A Última Cena" investiga o tabu da morte e estreia no Sesc Vila Mariana


Espetáculo dirigido por Flávia Melman explora a linguagem do teatro-documental ao trazer relatos de quatro brasileiros de realidades bem diferentes sobre o medo da finitude da vida. 
Foto: Otávio Dantas 


Alguém aqui sabe empilhar cadáveres? Olha, eu não sou ninguém. Sou coveiro. Sabe quem eu sou? Sou o dramaturgo do enterro. O homem primeiro sepulta para depois construir sua casa. Qualquer coisa que aconteça, inclusive a morte, foi obra do tempo e nada mais. [Fininho, 64 anos, coveiro]

De onde vem o nosso medo da morte? Com a proposta de investigar esse tabu," A Última Cena", com direção de Flávia Melman e codireção de Paula Picarelli e Aline Filócomo, reúne relatos reais de quatro homens de contextos bem diferentes sobre a finitude da vida. A peça estreia dia 23 de junho, no Sesc Vila Mariana, onde segue em cartaz até 22 de julho, com apresentações às sextas, às 20h, e aos sábados, às 18h30.

Parte de uma tetralogia sobre abismos sociais e afetivos, o espetáculo teve sua pesquisa iniciada durante a pandemia de Covid-19, entre os meses de maio de 2020 e abril de 2021, por meio de uma série de encontros virtuais entre os participantes. Em cena, estão quatro homens brasileiros de diferentes classes sociais, profissões e espaços geográficos, que imaginam seus momentos finais na vida e respondem à seguinte pergunta: como entrar em contato com o medo da morte nos transforma?

São eles: Antônio Janô, 82 anos, professor de teatro, maestro da vida e mestre de muitos atores brasileiros; Osmair Cândido, apelidado de Fininho, 64 anos, um coveiro filósofo, cuja vida se alterna entre empilhar cadáveres e empilhar histórias; Nando Bolognesi, 56 anos, um palhaço que enfrenta com risos e facas a esclerose múltipla, diagnosticada há 30 anos; e  Thiago Amaral, 40 anos, o jovem viúvo de Tião, que traz consigo a sua experiência do luto. Tião Braga (in memorian), aparece em vídeo. Tião cineasta e psicodramatista que descobriu o contato com a finitude aos 34 anos, ao ser diagnosticado com leucemia crônica em meio a pandemia. 

Tião morreu antes da estreia do projeto, em outubro de 2022, aos 37 anos.  Dessa forma, o corpo físico de Thiago traz sempre a presença de Tião, marcando, assim, sua ausência. A dramaturgia ainda é composta por conversas gravadas por Zoom e parte do extenso material de Tião em sua batalha contra o câncer.

“Ao tratar da morte e nos debruçarmos sobre ela, estamos buscando aquilo que nos aproxima, nos iguala, porque no final, a morte é a única certeza que temos na vida. A humanidade tem em comum, sobretudo, esta certeza: ‘viver, morrer, [sonhar talvez]’. E sonhamos que, ao falar sobre o medo de morrer, possamos nos encontrar e promover outros sentidos para a vida, outras formas de nos relacionarmos com o outro, com a natureza, de compartilhamos uma realidade”, comenta a diretora Flávia Melman.

A ideia do espetáculo não é tratar o medo da morte para dissipá-lo, como conta a encenadora. “Tratar a morte como algo que caminha ao nosso lado, de mãos dadas, como companheira; pode criar uma proximidade conciliadora entre as pessoas e diminuir o abismo que existe entre as relações humanas”, acrescenta. E, para contar essas histórias, o grupo pesquisou a linguagem do teatro-documentário.


"Um Mergulho em Quatro Atos"
"A Última Cena" nasce como a segunda parte de uma tetralogia que se propõe a expor nossos abismos sociais e afetivos através de encontros entre pessoas de realidades e experiências de vida diversas. A primeira parte dessa sequência foi o espetáculo A Noite dos Mortos-Vivos, que expunha os abismos e aproximações dos intérpretes com o universo das drogas. E os outros dois espetáculos, ainda sem título definido, terão como ponto de partida a sexualidade e o dinheiro, respectivamente. 

Sinopse
De onde vem nosso medo da morte? E se falar sobre nossa condição finita fosse uma prática do cotidiano? Num encontro improvável, quatro homens se aproximam da morte: um coveiro, um senhor de 80 anos, um palhaço portador de esclerose múltipla, um jovem viúvo de 40 anos. Guiados pela diretora, mergulham em seus medos e fantasias sobre o morrer e, com humor e sensibilidade, questionam-se sobre aquilo que os une: a vulnerabilidade. Uma peça que aspira a sensibilidades diversas, abrindo caminhos para a reflexão sobre hiatos entre viver e morrer comuns a todos nós.

Ficha técnica
Direção: Flavia Melman. Codireção: Aline Filócomo e Paula Picarelli. Estrutura de dramaturgia: Aline Filócomo, Flavia Melman e Paula Picarelli. Elenco: Antonio Januzeli (Janô), Nando Bolognesi, Osmair Candido (Fininho), Thiago Amaral e Tião Braga (in memorian). Vídeos: Clara Lazarin. Cenário e luz: Marisa Bentivegna. Operação de luz: Guilherme Soares. Operação de som e vídeo: Tomé de Souza. Direção de produção: Aura Cunha. Produção executiva: Yumi Ogino. Programação visual: Laerte Késsimos. Foto divulgação: Otávio Dantas. Assessoria de imprensa: Pombo Correio


Serviço
"A Última Cena". Temporada: 23 de junho a 22 de julho. Às sextas-feiras, às 20h30, e aos sábados, às 18h30*. *A sessão dos dias 14 e 15 de julho terão tradução em LIBRAS e audiodescrição. Sesc Vila Mariana – auditório – Rua Pelotas, 141, Vila Mariana. Ingressos: R$ 30 (inteira), R$ 15 (meia-entrada) e R$ 10 (credencial plena). Classificação: 14 anos. Duração: 70 minutos. Acessibilidade: sala acessível para cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida.

.: "Pastichos e Miscelânea": Proust emula e parodia nomes da literatura


Em exercício estilístico, escritor francês apresenta uma série de textos em que imita o estilo de grandes nomes da literatura francesa, como Balzac, Flaubert e os irmãos Goncourt  


Partindo do caso real do golpe do "Caso Lemoine" no início do século XX, em que um homem alegou ter descoberto um processo para produzir diamantes e enganou uma grande empresa de mineração, Marcel Proust utiliza esse mote para imitar e parodiar o estilo de escritores, críticos literários, filósofos e historiadores como Balzac, Flaubert, os irmãos Goncourt, Renan, Sainte-Beuve e Saint-Simon. É isso que se lê em seu "Pastichos e Miscelânea", que chega pela editora Unesp. Os textos resultantes revelam as peculiaridades dos escritores imitados, proporcionando momentos divertidos, ao mesmo tempo em que apresentam um exercício estilístico fascinante.

“Talvez as pessoas tenham esquecido que, há dez anos, Lemoine, alegando falsamente ter descoberto o segredo da fabricação do diamante e tendo recebido, por conta disso, mais de um milhão do presidente da De Beers, sir Julius Werner, foi depois, por denúncia deste último, condenado em 6 de julho de 1909 a seis anos de prisão”, escreve Proust. “Esse caso insignificante da polícia dos tribunais, mas que então apaixonava a opinião pública, foi escolhido uma noite por mim, muito ao acaso, como único tema de trechos em que eu tentaria imitar a maneira de certo número de escritores. Embora dar a menor explicação a pastichos leve ao risco de diminuir seu efeito, lembro, para não ferir legítimas autoestimas, que é o escritor pastichado quem está falando, não apenas segundo seu espírito, mas na linguagem do seu tempo.”

Na segunda seção do livro, Proust se inspira no fascínio do crítico e artista inglês John Ruskin, percorrendo as igrejas de Amiens no norte da França, a partir do livro de "Ruskin Sobre Elas, A Bíblia de Amiens". Com refinamento e engenho, o autor oferece ao leitor uma obra de múltiplas camadas, que inclui não apenas o objeto observado, mas também o modo como Ruskin olhava para essas mesmas igrejas. Em outras passagens, Proust reflete sobre a leitura e oferece ao leitor suas memórias de infância, em um estilo paradigmático e marcante. Além disso, o autor cria um texto dramático que aborda o amor filial de um parricida, inspirado em um episódio real da crônica policial dos jornais franceses. 

Com a tradução do professor Jorge Coli, "Pastichos e Miscelânea" permite que leitores de Proust descubram novas facetas da obra do autor e se surpreendam com seu talento para imitar outros escritores e filósofos. Para aqueles que ainda não se aventuraram pelo universo do "tempo perdido", o livro se apresenta como uma saborosa porta de entrada para a obra imortal do autor francês. Compre o livro "Pastichos e Miscelânea" neste link.


Sobre o autor
Marcel Proust (1871-1922) foi um dos mais importantes escritores franceses de todos os tempos. Sua obra-prima, Em busca do tempo perdido, é uma das maiores realizações literárias da história. Proust teve a vida marcada pela doença e pelo isolamento, mas sua escrita refinada e sensível revela uma profunda compreensão da condição humana. Ele morreu aos 51 anos, deixando um legado incontornável para os amantes da literatura. Garanta o seu exemplar de "Pastichos e Miscelânea" neste link.

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