terça-feira, 10 de junho de 2025

.: Literatura no volume zero: o universo íntimo de Bruno Inácio em entrevista


Por 
Helder Moraes Miranda, especial para o portal Resenhando.com. Foto: divulgação.

No livro de contos "De Repente Nenhum Som", o escritor Bruno Inácio transforma o silêncio em linguagem, em narrativa, em personagens. Colaborador de veículos literários importantes, como o Jornal Rascunho e o site São Paulo Review, o autor recorre ao não dito, à pausa, à ausência – e justamente aí encontra matéria-prima para narrativas que ecoam no lado mais profundo de algum leitor atento. Como ele mesmo diz: “Tem tudo aquilo que só cabe no silêncio” . Nesta entrevista exclusiva concedida ao portal Resenhando.com, Bruno revela como descobriu, quase sem perceber, que o silêncio era seu tema mais íntimo e recorrente - nos papéis de leitor e de escritor.

Com uma escrita concisa e emocionalmente densa, Bruno Inácio compartilha o processo de lapidar frases como quem escolhe palavras para preencher vazios. “Quando compreendi que prefiro escrever frases curtas, foi libertador”, afirma. E é nesse equilíbrio entre delicadeza e brutalidade, cotidiano e introspecção, que ele constrói personagens que, embora comuns, “dialogam com o silêncio” e tornam-se espelhos de quem o lê. Esta conversa é um convite para mergulhar não só na obra de Bruno Inácio, mas também na poética silenciosa que pulsa nas entrelinhas de um texto bem escrito.  Compre "De Repente Nenhum Som" neste link.


"De Repente Nenhum Som" apresenta o silêncio não como ausência, mas como protagonista. Em que momento da sua trajetória como escritor você percebeu que o silêncio podia ser um elemento narrativo tão potente?
Bruno Inácio - Isso aconteceu de forma bastante natural, na verdade. Escrevi um dos contos do livro, “Céu de Ninguém”, em 2018. Mais tarde, em 2022, durante uma oficina de criação literária com o escritor Carlos Eduardo Pereira, surgiram outras duas narrativas: “Alô, Alô, Freguesia” e “Seis Minutos de Análise no Novo Divã”. Percebi, então, que os três contos dialogavam entre si, já que abordavam o silêncio e as relações familiares. Foi quando me dei conta que aqueles eram os temas que mais me interessavam no momento - e não só como escritor, mas também como leitor. Sem perceber isso de forma consciente, eu já estava mergulhado em leituras que abordavam o silêncio há algum tempo.

"De Repente Nenhum Som" mergulha na solidão, nas pausas da vida e no que não é dito. Como você equilibra a escrita econômica com a profundidade emocional que seus contos transmitem?
Bruno Inácio - Quando compreendi que prefiro escrever frases curtas, foi libertador. Como se, enfim, eu estivesse mais próximo de encontrar o meu estilo literário e meus temas. No entanto, ao mesmo tempo descobri que uma palavra mal escolhida pode destruir um parágrafo inteiro. A partir daí, passei a procurar as palavras certas para cada cena, sentimento, ação e, principalmente, para cada silêncio. Não digo palavra perfeita, porque sei que ainda sou alguém que está começando sua jornada na literatura, em meio a erros e acertos. Mas confesso que gastei um bom tempo reescrevendo os contos de “De Repente Nenhum Som” para chegar a esse resultado que você apontou: o equilíbrio entre a escrita econômica e a profundidade emocional.


Você escolheu personagens comuns, mas com dilemas complexos e profundos. Como foi o processo de criação dessas figuras? Houve alguma preocupação em torná-las espelhos do leitor?
Bruno Inácio - Gosto muito do drama presente no cotidiano, dos dilemas e anseios das pessoas comuns. Algumas dessas personagens se baseiam em familiares, outras são projeções de traumas e desejos. A minha maior preocupação no momento de pensar sobre essas pessoas foi tentar entender como cada uma se relacionava com o silêncio. Torná-las espelhos do leitor não foi algo exatamente planejado, mas a literatura tende a se encarregar disso, de uma forma ou de outra.

Um dos contos mais marcantes, "Céu de Ninguém", tem origem em uma experiência real. Como a vivência pessoal impacta sua ficção? Existe um limite entre o vivido e o inventado para você?Bruno Inácio - Uma vez minha psicanalista disse algo que nunca esqueci: toda memória é ficcional. Nesse sentido, sei que os acontecimentos reais que inspiraram alguns dos contos de “De Repente Nenhum Som” já passaram por certos filtros, uma vez que correspondem às minhas versões dos fatos e, consequentemente, à maneira que essas memórias foram construídas e reconstruídas ao longo dos anos. Ainda assim, gosto de explorar experiências autobiográficas na ficção, porque é um jeito de olhar para o passado com novos olhos e, de certa forma, criar novas lembranças.


O livro alterna momentos de brutalidade e de delicadeza com naturalidade. Essa dualidade surgiu de forma intuitiva ou foi construída intencionalmente ao longo dos contos?
Bruno Inácio - Acredito que isso tenha relação com meu interesse pelo cotidiano. O dia a dia é repleto de delicadeza e brutalidade, ainda que não pensemos tanto sobre isso. Eu me considero uma pessoa muito sensível, atenta aos detalhes que justificam a existência. Mas, ao mesmo tempo, sou um pessimista e às vezes me vejo sem grandes perspectivas. Como esse é meu trabalho mais pessoal até agora, essa dicotomia apareceu nos contos de forma bem intuitiva.

A estrutura minimalista dos contos chama atenção: poucas palavras, mas muito significado. Como você chegou a essa forma de escrever? Foi uma escolha estética, técnica ou emocional?
Bruno Inácio - Devo muito ao escritor Marcelino Freire. Antes de fazer sua oficina de criação literária, eu tentava me forçar a escrever frases longas e transitar por diversos gêneros literários. No decorrer das aulas, percebi que era muito mais lógico tentar aprimorar o que eu já sabia minimante fazer, ao invés de tentar “fazer tudo”’. Depois que reconheci minha escrita como concisa, escrever se tornou algo muito mais natural.


A solidão, em suas várias formas, é um tema central no livro. Você acredita que o silêncio e o isolamento dizem mais sobre o nosso tempo do que as falas e os ruídos diários?
Bruno Inácio - Há uma pressa em nossos tempos que me angustia. Tudo é urgente no trabalho, nas redes sociais e nas nossas relações. Isso leva ao isolamento e à interpretação superficial de fatos complexos. Às vezes, isso vem acompanhado de silêncio. Mas o silêncio também pode ser afeto, aconchego e conforto. Seja como for, acredito que ruídos e silêncios nos afetam de formas diferentes e ambos dizem muito sobre os nossos tempos.


A recepção crítica foi bastante positiva, com elogios de nomes importantes da literatura brasileira. Como você lida com esse reconhecimento e que responsabilidade sente ao ser apontado como uma das vozes promissoras da nova literatura?
Bruno Inácio - Ainda parece surreal tudo isso que tem acontecido com o livro. É uma obra de uma editora independente, escrita por um autor iniciante e publicada fora do eixo Rio-São Paulo. Então, sinceramente, não esperava que “De Repente Nenhum Som” chegaria a ser elogiado pelos principais veículos literários do país e por alguns dos mais importantes nomes da literatura brasileira contemporânea. Ser lido por pessoas que são referências para mim é algo com que sempre sonhei. Confesso que ainda não aprendi a lidar com naturalidade com isso de ser apontado como um novo talento da literatura brasileira. Sempre que leio algum comentário nesse sentido, volto a ser aquela criança tímida que não sabia o que responder quando recebia parabéns no seu aniversário.


Como colaborador de veículos como o Jornal Rascunho e a São Paulo Review, você acompanha a cena literária de perto. Onde você posicionaria sua obra dentro do panorama atual da literatura brasileira?
Bruno Inácio - A literatura brasileira vive um ótimo momento, tanto em forma como em conteúdo. Todos os dias conheço autores e autoras que têm feito um trabalho de qualidade junto a grandes, médias e pequenas editoras, além dos que optam pela autopublicação. Estar no meio de tanta gente talentosa e fazer parte de uma geração que tem ficcionistas como Jarid Arraes, Monique Malcher, Andreas Chamorro, Carina Bacelar, Bethânia Pires Amaro, Vanessa Passos, Julia Barandier, Giovana Proença, Mateus Baldi, Paulo Henrique Passos, Marcela Fassy, Camila Maccari, Pedro Jucá, Mariana Basílio e Febraro de Oliveira é um privilégio e uma alegria.


Para quem ainda não leu "De Repente Nenhum Som", que tipo de experiência você espera provocar? O que gostaria que ficasse ecoando no leitor depois da última página?
Bruno Inácio - Tenho usado uma frase do livro nas dedicatórias desde que a obra foi lançada: tem tudo aquilo que só cabe no silêncio. Acho que é o que resume bem o tipo de experiência que quero provocar em leitores e leitoras. Essa percepção de que o silêncio é complexo, repleto de nuances e, às vezes, a síntese de toda uma dinâmica familiar.

.: A Feira do Livro, que começa sábado, celebra 40 anos de democracia


Em 2025, o Brasil celebra 40 anos do retorno à vida democrática, com a posse, em 1985, de um civil na presidência da República, o fim da censura e a realização de eleições livres, sem a tutela militar. Se em 2024 A Feira do Livro rememorou os 6o anos do Golpe de 64, em 2025 o evento a céu aberto - realizado entre os dias 14 a 22 de junho no bairro paulistano do Pacaembu - irá  repassar com os convidados, no local onde ocorreram algumas das manifestações pelas Diretas, essas quatro décadas de democracia.

Além dos indispensáveis historiadores e jornalistas, essa história também é contada por ficcionistas, poetas, economistas, filósofos, artistas, tradutores, ilustradores, editores, cientistas e professores que se reúnem na programação oficial do evento literário. As populações negra e indígena, que seguem sofrendo a violência de Estado mesmo após a redemocratização, acrescentam seu imprescindível ponto de vista.

A programação oficial tem a literatura (poesia e ficção) como núcleo central, com a presença tanto de nomes consagrados, acostumados a frequentar as listas de mais vendidos e as principais premiações literárias do país, quanto dos estreantes e dos representantes das novas gerações. O jornalismo, a filosofia, a crítica literária, as artes visuais, a tradução literária, a edição de livros, a história, o teatro, a canção popular estão entre os saberes e artes que dialogam com a literatura nas mesas da programação e conferem à Feira do Livro 2025 um perfil plural e conectado com o debate público.

“A Feira do Livro acontece no meio da rua e por isso traz o espírito de mistura, de múltiplas vozes e pessoas que se cruzam numa praça”, diz Paulo Werneck, diretor geral do festival. A curadoria é feita a partir de sugestões dos expositores, da equipe da Quatro Cinco Um e dos colunistas da revista como Paulo Roberto Pires, Juliana Borges, Renan Quinalha, Bruna Beber e Fernando Luna, que fazem a mediação de alguns dos debates. “Na programação deste ano os autores consagrados se misturam aos underground, o pop encontra o erudito, o periférico encontra o estrangeiro”, afirma Werneck.

A Feira do Livro tem como preocupação central a bibliodiversidade, isto é, a presença de editores e autores de perfis diversos, trazendo diferentes pontos de vista para o debate. Como forma de garantir esse aspecto fundamental da circulação de ideias, o festival literário paulistano mantém pelo terceiro ano seguido uma iniciativa em parceria com o Instituto Ibirapitanga para isentar das taxas cobradas dos expositores as editoras e livrarias negras, periféricas e sem fins lucrativos, facilitando a sua participação. Em 2025, serão nove os expositores beneficiados.


Serviço

A Feira do Livro
Local: Praça Charles Miller - Pacaembu / São Paulo

Sábado, 14 de junho
Abertura d’A Feira do Livro 2025 para o público: 10h00
Funcionamento das 10h00 às 21h00

Domingo, 15 de junho
Funcionamento das 10h00 às 21h00

De segunda a quarta-feira, 16 a 18 de junho
Funcionamento das 12h00 às 21h00

Quinta, sexta-feira e sábado.  de 19 a 21 de junho - feriado e emenda
Funcionamento das 10h00 às 21h00

Domingo, dia 22 de junho
Funcionamento das 10h00 às 19h00


Espaço Rebentos n’A Feira do Livro 2025
De 14 a 22 de junho de 2025. Atividades às 11h00, 13h00, 15h00 e 17h00. Dias de semana: atividades às 12h30, 15h00 e 17h00.

.: Escola pública de Belém prepara estudantes da periferia para a Cop 30


Em ano de Cop 30, a educação ambiental ganha novo impulso em escola da periferia de Belém


As mudanças climáticas trazem consigo novos conceitos que precisam ser amplamente discutidos na 30ª Conference of the Parties, termo em inglês que define a sigla Cop, e que em português significa “Conferência das Partes" signatárias do tratado global de combate às mudanças climáticas, estabelecido desde 1992. Isso tudo integra a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as mudanças no clima. A capital paraense será a cidade brasileira onde vai ocorrer a conferência anual das partes, para discutir o progresso das ações globais de sustentabilidade e ajustar as metas para os próximos anos.

A agenda do meio ambiente é extensa e tem o propósito de amenizar os impactos ambientais provocados por uma série de fatores que regulam o efeito estufa e interferem diretamente sobre a vida na Terra. Essa agenda cobra dos países que mais poluem o meio ambiente. Mas de nada adiante responsabilizar esses países, se numa microestrutura, os cidadãos não fazem a sua própria parte, reeducando-se para o descarte adequado dos resíduos sólidos, a reciclagem, a sustentabilidade, a florestabilidade, a economia da água, o consumo consciente, e todas essas questões ecossistêmicas que o neoliberalismo econômico tenta mascarar, mas cujos efeitos, sobretudo no clima, já denunciam haver muita coisa errada.

Longe das estruturas de poder que pretendem se promover à sombra das emergências climáticas e dos problemas ambientais causados pela combustão de fósseis que poluem o meio ambiente, um grupo de professores de uma escola pública na periferia de Belém, num bairro situado às margens do furo de um rio, resolveu separar uma semana do calendário escolar, para propor uma programação pedagógica voltada exclusivamente para as questões ambientais.

A Escola Estadual de Ensino Médio Integral Manoel Leite Carneiro, situada no bairro do Tenoné, periferia de Belém, é uma escola nova, com apenas 10 anos de existência e atuação político-pedagógica na comunidade do bairro. Mas já oferece, com base no currículo do novo ensino médio, na parte diversificada, disciplinas eletivas voltadas para a conscientização ambiental, com projetos de cultivo de horta escolar, reaproveitamento de água da chuva e de produção de sabão, a partir da reciclagem de óleo de cozinha.


A Cop 30 em Belém e as questões ambientais na Amazônia
A Amazônia Legal engloba os estados do Pará, Maranhão, Tocantins, Mato Grosso, Rondônia, Acre, Roraima e Amapá. É uma região rica em biodiversidade e comunidades indígenas. Faz fronteira com outros países da América do Sul e, por isso, é o escopo de garimpeiros, grileiros, narcotraficantes, madeireiros, pescadores e caçadores ilegais, todos prenhes de usura e sem compromisso algum com o meio ambiente. 

A violência nesta região é um fenômeno social recorrente, e o Pará é o Estado brasileiro onde mais ocorrem assassinatos provocados por conflitos agrários. Ser sindicalista ambiental na Amazônia paraense é arriscar sua própria vida em defesa do meio ambiente. Mas os estudantes do ensino médio, via de regra, não sabem disso. Por isso, na semana do meio ambiente, o MLC, como é conhecido o colégio estadual, incluiu na programação audiovisual o filme biográfico de Chico Mendes. No debate, surgiram outros nomes de líderes comunitários que morreram devido à defesa da Amazônia, como Dom Phillips, Bruno Araújo Pereira, José Cláudio Ribeiro, Maria do Espírito Santo, Dorothy Stang e outros.

Através do estudo desses casos, esta nova geração de estudantes progride na compreensão dos conflitos ambientais como grandes contradições sistêmicas do Capitalismo globalizado e entendem a relevância do sindicalismo ambiental para o equilíbrio do ecossistema amazônico. A educação pública paraense entra assim na cooperação internacional, para enfrentar o desafio climático, entendendo as demandas climáticas do aquecimento global, para conscientizar os moradores na periferia, que estão na linha de frente dessas mudanças. 

Durante a programação, se discutirão conceitos como vulnerabilidade climática, apartheid climático, cultura do descarte, coleta seletiva do lixo, reciclagem e tratamento de resíduos sólidos, diferença entre consumo como ato político e consumismo, e critério do pós-vida útil, na aquisição de produtos potencialmente prejudiciais ao meio ambiente. A programação é voltada para a formação de cidadãos engajados nas causas ambientais, destacando-se o papel da escola na busca da sustentabilidade.

Até sexta-feira, 13 de junho de 2025, os estudantes participarão de palestras e debates baseados em documentários sobre mudanças climáticas, florestabilidade, sindicalismo ambiental, e sobre os impactos da industrialização e do modo de produção capitalista no ecossistema amazônico.

Um dos objetivos é discutir justiça climática como um valor sócio-humano inseparável do conceito de crise climática. Segundo o diretor da escola, David Cordeiro, é necessário que os estudantes reflitam sobre seu próprio poder de decisão nas políticas públicas de equilíbrio climático. "O trabalhador assalariado, os indígenas, quilombolas e os moradores na periferia são os que mais sofrem com as mudanças climáticas. Queremos também que a comunidade escolar pense sobre o papel de quem tem acesso à educação ambiental, pois a sociedade precisa saber quais destinos democráticos podem ser dados a seus recursos”, enfatiza. “A educação ambiental agora é um componente curricular obrigatório nas escolas de educação básica. Como escola em tempo integral, a Manoel Leite Carneiro oferece disciplinas eletivas, na parte diversificada da matriz curricular do novo ensino médio, com parcerias institucionais, para projetos que são mantidos pela escola e fazem parte da educação ambiental”, conclui.


Serviço
Semana do Meio Ambiente 2025
Até dia 13 de junho de 2025, das 7h30 às 16h30
EEEM Man - Tv. WE 04, 97-149 - Tenoné - Belém / PA

segunda-feira, 9 de junho de 2025

.: Todas as novidades sobre A Feira do Livro 2025, que começa neste sábado


O festival literário paulistano inaugura o Espaço Rebentos, dedicado ao público infantil, e traz mais de 200 convidados para a praça Charles Miller, entre os dias 14 e 22 de junho. Foto: Filipe Redondo

A quarta edição d’A Feira do Livro, festival literário gratuito e realizado a céu aberto entre 14 e 22 de junho, leva para o bairro paulistano do Pacaembu nove dias de debates, oficinas, contações de história e outras atividades totalmente gratuitas em torno do livro e da leitura. Os 150 editores e livreiros participantes vão trazer sua produção para a praça pública e promover diálogos entre os autores das mais diversas tendências, origens e sensibilidades.

São esperadas pelo menos 110 mil pessoas na praça Charles Miller durante esta edição d’A Feira do Livro, que é uma realização da Associação Quatro Cinco Um, organização voltada para a difusão do livro no Brasil, da Maré Produções, empresa especializada em exposições de arte, e do Ministério da Cultura, por meio da Lei Rouanet – Incentivo a Projetos Culturais. Tem apresentação exclusiva da Petrobras, por meio da Seleção Petrobras Cultural – Novos Eixos, patrocínio Prata da Prefeitura de São Paulo e da Motiva, patrocínio Bronze do Itaú e da laranjinha do Itaú, e apoio do Instituto Ibirapitanga, Pinheiro Neto Advogados e Enjoei.


As novidades da edição 2025
A Feira do Livro 2025 acontece nas condições mais favoráveis desde a primeira edição, em 2022. Entre as novidades, está a inauguração de um novo palco infantil na programação oficial, o Espaço Rebentos, com curadoria das jornalistas Juliana Vettore e Jaqueline Silva, além de novas estruturas e serviços voltados para o conforto de todos os participantes.

Traz na programação oficial mais de 200 autores de todas as regiões do país, e convidados estrangeiros, que levam para o Pacaembu as principais tradições literárias em diálogo com a cultura brasileira. Amplia tanto o número de eventos na programação quanto a estrutura dos Tablados Literários — pequenos palcos destinados à programação paralela —, que têm curadoria dos expositores;

Acontece no feriadão de Corpus Christi, proporcionando seis dias livres para o paulistano e para quem vem de fora curtirem o festival literário. Realiza-se plenamente integrada a outras atrações culturais do território, como o Museu do Futebol, que renovou sua exposição permanente, e a Mercado Livre Arena Pacaembu, pela primeira vez aberta ao público durante uma edição d’A Feira do Livro - um programa cultural completo.

Além de literatura - em especial a poesia e a crônica -, os eixos temáticos da programação incluem os 40 anos da redemocratização, tema geral que perpassa os demais debates, focados em meio ambiente, história, divulgação científica, cultura afro-brasileira, cultura indígena, alimentação, cultura do livro, teologia, jornalismo, educação, luta antirracista, relações afetivas, empreendedorismo social, cultura pop, cultura paulistana, relações internacionais, entre outros assuntos.

Em 2025, com o novo espaço para a programação infantil e a ampliação dos debates nos três Tablados Literários, estão previstos 250 eventos no total. Em 2024, o festival reuniu um público de 64 mil pessoas, com um total de 164 eventos.

Serviço
A Feira do Livro
Local: Praça Charles Miller - Pacaembu / São Paulo

Sábado, 14 de junho
Abertura d’A Feira do Livro 2025 para o público: 10h00
Funcionamento das 10h00 às 21h00

Domingo, 15 de junho
Funcionamento das 10h00 às 21h00

De segunda a quarta-feira, 16 a 18 de junho
Funcionamento das 12h00 às 21h00

Quinta, sexta-feira e sábado.  de 19 a 21 de junho - feriado e emenda
Funcionamento das 10h00 às 21h00

Domingo, dia 22 de junho
Funcionamento das 10h00 às 19h00


Espaço Rebentos n’A Feira do Livro 2025
De 14 a 22 de junho de 2025. Atividades às 11h00, 13h00, 15h00 e 17h00. Dias de semana: atividades às 12h30, 15h00 e 17h00.

.: "Wicked 2" ganha trailer poderoso e surpreende fãs em sessão especial


A Universal Pictures liberou o primeiro trailer de “Wicked: Parte II – For Good”, e a internet já está em polvorosa. O longa-metragem, que encerra com chave de ouro a saga das bruxas mais icônicas de Oz, estreia dia 20 de novembro na Rede Cineflix e nos cinemas brasileiros - e promete emocionar tanto quanto a primeira parte. Mas a estreia do trailer não foi nada convencional: rolou uma prévia exclusiva no palco do Teatro Renault, em São Paulo, logo após uma sessão do espetáculo “Wicked – A História Não Contada das Bruxas de Oz”. 

Plateia cheia, luzes apagadas e, de repente... boom! Telão, trailer e emoção à flor da pele. Myra Ruiz (Elphaba) e Fabi Bang (Glinda), que dublam as protagonistas na versão brasileira do filme, estavam lá e assistiram junto com o público a versão final da dublagem. Spoiler: teve grito, teve choro, teve aplauso! Um encontro mágico entre palco e tela que arrancou suspiros dos fãs.


O que vem por aí em “Wicked: Parte II”?
Se o primeiro filme já mexeu com os corações dos fãs de musicais, o segundo promete ser ainda mais intenso. A história retoma o drama de Elphaba (Cynthia Erivo), agora exilada como a famigerada Bruxa Má do Oeste, e Glinda (Ariana Grande), rainha da fama e símbolo oficial da Bondade em Oz. Só que nem tudo são flores - muito menos num reino governado por um Mágico cheio de segredos.

A amizade abalada entre as duas protagonistas será colocada à prova quando uma menina do Kansas - sim, ELA! - cair de paraquedas em Oz e bagunçar ainda mais esse caldeirão. Além das estrelas principais, o filme traz um elenco de peso: Michelle Yeoh, Jonathan Bailey, Jeff Goldblum, Bowen Yang, entre outros. A direção é de Jon M. Chu (o mesmo de “Em um Bairro de Nova York”) e a produção continua nas mãos do super premiado Marc Platt. Ah, e se você já se encantou com os figurinos e cenários do primeiro filme (que levou o Oscar nessas categorias!), prepare-se para mais uma enxurrada de visuais arrebatadores.


Sucesso nas telonas e nos palcos
A montagem brasileira do musical não fica atrás. Só nas duas primeiras temporadas (2016 e 2023), mais de meio milhão de pessoas assistiram à produção - e a temporada atual já tem 230 mil ingressos vendidos! A versão 2024 chega com novos sistemas de voo, ilusionismo e efeitos visuais de cair o queixo. Quer ver ao vivo? “Wicked - A História Não Contada das Bruxas de Oz” está em cartaz no Teatro Renault, com sessões de quarta a domingo. Os ingressos podem ser comprados neste link.


Serviço
"Wicked – A História Não Contada das Bruxas de Oz"  
Teatro Renault (Av. Brigadeiro Luís Antônio, 411 - República, São Paulo)  
De quarta a sexta-feira, às 20h00, sábados e domingos, às 15h00 e 19h30  

Ingressos
Bilheteria Oficial no Teatro Renault (sem taxa de conveniência): de terça-feira a domingo, das 12h00 às 20h00, exceto feriados  
Site e app da Ticket for Fun: ticketsforfun.com.br 

Estreia de "Wicked: Parte II" nos cinemas: 20 de novembro
Versões legendada e dublada disponíveis

Assista à reação completa aqui ao trailer de "Wicked"em pleno espetáculo brasileiro

Trailer de "Wicked - Parte II"

domingo, 8 de junho de 2025

.: Autor português, Hugo Gonçalves participa de clube de leitura on-line


O escritor conversa com leitores de Brasil e Portugal no Encontro de Leituras deste mês, uma iniciativa da revista literária brasileira Quatro Cinco Um e do jornal português Público


O escritor português Hugo Gonçalves é o convidado do próximo "Encontro de Leituras", que acontece no dia 10 de junho, às 18h do Brasil (horário de Brasília) e 22h de Portugal. O autor e os participantes discutirão a obra "Mãe", publicada no Brasil em 2021 e em Portugal em 2019, onde recebeu o título "Filho da Mãe". Ambas as edições são da Companhia das Letras. 

Nesta obra, Gonçalves conduz uma investigação profunda e sincera sobre como a perda da mãe influenciou sua identidade e seu caráter. O livro, que se apresenta como um relato biográfico sobre laços afetivos, raízes familiares e os desafios do amadurecimento, transforma-se também em uma homenagem à figura materna, cuja presença — ou ausência — marca profundamente a vida dos filhos.

A narrativa começa aos quase quarenta anos do autor, quando recebe o testamento de seu avô materno dentro de um saco plástico. O evento dá início a uma jornada que mistura deslocamento físico e revisitação de memórias há muito adiadas, a partir da tarde de 1985 em que, ao voltar da escola primária, soube da morte da mãe. 

Por mais de um ano, o escritor buscou pessoas e lugares, tentando recuperar fragmentos que o tempo e o afastamento haviam obscurecido, além de revelações sobre sua mãe que nunca soube. Das férias da infância aos desgovernados anos em Nova York, o autor foi recolhendo os estilhaços do luto: os corredores do hospital, o colégio de padres, uma cicatriz na perna, o escape do amor romântico, do sexo e das drogas ou uma road trip com o pai e o irmão. Os melhores momentos da conversa são publicados no podcast Encontro de Leituras, disponível no Spotify, Apple Podcasts, SoundCloud e outros aplicativos de áudio. Apoie o Resenhando.com e compre o livro "Mãe", de Hugo Gonçalves, neste link.

Sobre o Encontro de Leituras
O Encontro reúne leitores de língua portuguesa dos dois lados do Atlântico e discute romances, ensaios, memórias, literatura de viagem e obras de jornalismo literário na presença de um escritor, editor ou especialista convidado. Os encontros são gratuitos e acontecem sempre nas segundas terças-feiras de cada mês, às 18h do Brasil e 22h de Portugal. O evento não é transmitido nas redes sociais, nem disponibilizado depois, mas os melhores momentos são publicados no podcast Encontro de Leituras, disponível no Spotify, Apple Podcasts, SoundCloud ou outros tocadores. 

A parceria entre a Quatro Cinco Um e o Público conta com um espaço editorial fixo nos dois veículos e uma newsletter mensal sobre o trânsito literário e editorial entre os países de língua portuguesa. A editoria especial publica materiais jornalísticos sobre autores do Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné Bissau e Timor que tenham sido lançados dos dois lados do oceano. A newsletter mensal traz notas, curiosidades, imagens e informações sobre as novidades das livrarias e os eventos literários em Lisboa, São Paulo, Rio de Janeiro e outras cidades onde se fala português. De vez em quando, na programação de festivais e em outras ocasiões, eventos presenciais são realizados.

Sobre a Revista Quatro Cinco Um
Publicada em edição impressa, site, newsletters, podcasts e clubes de leitura, a revista dos livros seleciona e divulga mensalmente cerca de duzentos lançamentos em mais de vinte áreas da produção editorial brasileira. 

Em linguagem clara, sem jargões nem hermetismo, os textos são assinados por nomes de destaque da crítica e da cultura. Tendo o pluralismo e a bibliodiversidade como nortes editoriais, a Quatro Cinco Um busca misturar em sua pauta diferentes gerações, sensibilidades e pontos de vista. Projetos editoriais especiais focalizam temas relevantes, tais como cidades, democracia e justiça, literatura infantojuvenil, literatura japonesa, literatura francesa e livros LGBTQIA+. 

Desde 2019, a revista publica o 451 MHz, primeiro podcast da imprensa profissional dedicado exclusivamente a livros. A Quatro Cinco Um acredita no livro como objeto de transformação individual e coletiva, com base no princípio de que não há sociedade democrática sem ampla circulação de livros.


Serviço
Convidado: Hugo Gonçalves
Data: terça-feira, 10/06
Horário: 18h do Brasil (horário de Brasília) e 22h de Portugal.
Modalidade: on-line e gratuito, via Zoom
Participe: https://app.zoom.us/wc/82166068914/join?_x_zm_rtaid=w9nsil4fR6qBWlBmaYrEfw.1748896933494.342c1c96a96a1e8fab20bd3ea119738e&_x_zm_rhtaid=771&wpk=wcpk%7B0%7D%26%26%26%26wcpk3d9aa2cca5ad3f97e31d1638da9d338a 
ID: 821 6606 8914
Senha de acesso: 088951

.: Ópera “Navalha na Carne” marca os 90 anos de Plínio Marcos nesta segunda


Espetáculo da Cia. Ópera São Paulo acontece nesta segunda-feira. dia 9 de junho, às 20h00, com entrada gratuita. Cintia Cunha, soprano (Neusa Sueli) | Fernando Portari, tenor (Vado)    Fulvio Souza, barítono (Veludo) | Karin Uzun, pianista. Foto: divulgação

O Teatro Sérgio Cardoso, espaço da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerido pela Associação Paulista dos Amigos da Arte (APAA), recebe nesta segunda-feira, dia 9 de junho, às 20h00, o espetáculo "Navalha na Carne", da Cia Ópera São Paulo. A montagem marca a homenagem póstuma aos 90 anos do escritor, ator, diretor e jornalista Plínio Marcos. A ópera em um ato tem música e texto assinados por Leonardo Martinelli, e é inspirada na peça homônima escrita pelo autor.

Com 70 minutos de duração, a obra estreou em 2022, no Theatro Municipal de São Paulo. A direção musical é de Karin Uzun, ao piano, e a direção cênica, iluminação e concepção são de Leo Lama. No elenco, Cintia Cunha (soprano) interpreta Neusa Sueli, Fulvio Souza (barítono) vive Veludo, e Fernando Portari (tenor) participa como Vado. O ator Rogério Bandeira completa o elenco.

A apresentação tem classificação etária de 16 anos. A entrada é gratuita, com retirada de ingressos na bilheteria do teatro a partir de uma hora antes do início do espetáculo.


Serviço
Ópera "Navalha na Carne"
Nesta segunda-feira, dia 9 de junho, às 20h00
Teatro Sérgio Cardoso – Sala Paschoal Carlos Magno
Rua Rui Barbosa, 153 – Bela Vista – São Paulo/SP
Duração: 70 minutos
Classificação: 16 anos
Ingressos: gratuitos, com retirada na bilheteria uma hora antes
Capacidade da sala: 143 lugares + 6 espaços para cadeirantes

.: Luiz Felipe Pondé e Carlos Taquari lançam livro nesta segunda, em SP


O alerta de Bertrand Russell nunca se fez tão necessário: “Só os tolos estão sempre cheios de convicção, enquanto os sábios estão cheios de dúvidas”. É com base nesse preceito que o filósofo, professor e escritor Luiz Felipe Pondé lança o livro “O Agente Provocador” pela Editora nVersos: . A obra foi produzida em coautoria com o jornalista Carlos Taquari e se autointitula como “uma metralhadora giratória contra a indigência mental e os donos das verdades absolutas”. O lançamento da obra acontecerá no dia 9 de junho, segunda-feira, a partir das 19h00, na Livraria da Vila do Shopping Pátio Higienópolis.

Com seus artigos na Folha de S.Paulo e suas tiradas ferinas no programa “Linhas Cruzadas” na TV Cultura, Luiz Felipe Pondé conquistou uma legião de seguidores - e também inimigos -, para os quais ele daria um único conselho: leiam e tentem escapar do poço da ignorância.  Para ele, fica mais fácil entender as complexidades do mundo atual a partir da ótica dos grandes pensadores.

De Descartes, Pascal e Hume a Hobbes e Rousseau; de Montesquieu, Kant, Popper e Tocqueville a Nietzsche, Camus e Sartre, para citar apenas alguns. Em “O Agente Provocador”, escrito em formato de entrevistas entre Pondé e Taquari, além de temas como política, imprensa, censura, religião e redes sociais, o professor Luiz Felipe Pondé brinda os leitores com duas imperdíveis aulas de literatura, além de uma seleção de títulos como sugestão de leitura complementar, para entender todos os assuntos trazidos por ele.

“O Agente Provocador” surge para combater a nova forma de censura "líquida" que brota de toda parte: do politicamente correto ao ‘cala a boca’ jurídico que sentimos na pele, o livro dedica uma boa parte a essa catástrofe da inteligência pública levada a cabo pelos seus próprios agentes. Mergulhamos em dramas humanos constantes, passando por revoluções políticas conhecidas desde o século XVIII, pelo caráter sórdido e breve da vida política, sem que esqueçamos que esta é “um bordel de falsas virgens”, nas palavras do autor.

O livro também pode ser de grande ajuda para aqueles que, a partir da leitura de meia dúzia de livros, acreditam ser proprietários de todas as verdades. Apoie o Resenhando.com e compre o livro “O Agente Provocador” neste link.

.: Ana Paula Araújo lança "Agressão", um livro corajoso, necessário e urgente


Depois do impacto do best-seller "Abuso", a jornalista Ana Paula Araújo volta ao tema da violência de gênero com "Agressão", obra lançada pela Globo Livros. Com apuração minuciosa, entrevistas em todas as regiões do Brasil e relatos de vítimas, agressores e profissionais da área, o livro busca responder a uma pergunta urgente: por que tantas mulheres continuam sendo agredidas dentro da própria casa, em um país que tem uma das legislações mais avançadas do mundo?

Corajoso e necessário, "Agressão" lança luz sobre diferentes formas de violência - física, psicológica, sexual, institucional e virtual - e revela o abismo entre a proteção prevista em lei e a dura realidade vivida por milhares de brasileiras.

O livro está em pré-venda, com lançamento oficial marcado para o dia 11 de junho. A autora participa da Bienal do Livro Rio 2025 no próximo dia 18, às 16h00, no Skeelo Talks, e no dia 20 de junho, às 19h00, no Palco Apoteose Shell, parte da programação oficial da Bienal. Após o evento, Ana Paula Araújo seguirá em turnê com lançamentos em diversos estados do país. Apoie o Resenhando.com e compre os livros de Ana Paula Araújo neste link


Sobre a autora
Ana Paula Araújo nasceu no Rio de Janeiro, porém, ainda criança, mudou-se para Juiz de Fora, em Minas Gerais. É formada em Comunicação pela Universidade Federal Fluminense e, aos 18 anos, fez sua estreia no jornalismo como estagiária na Rádio Globo. Após migrar para a televisão e passar pelas bancadas do "Bom Dia Rio" e do "RJTV", atualmente apresenta o "Bom Dia Brasil" e faz parte do rodízio de apresentadores do "Jornal Nacional". Em 2011, Ana Paula fez parte da equipe do Jornalismo da Globo que ganhou o Emmy Internacional pela cobertura da ocupação do Complexo do Alemão. É autora de "Abuso: a Cultura do Estupro no Brasil", lançado pela Globo Livros. Apoie o Resenhando.com e compre os livros de Ana Paula Araújo neste link

.: "Ana Marginal - Um Navio Ancorado no Espaço" terá última apresentação


A dramaturgia de Michelle Ferreira traz para a cena três personas para representar a escritora: Ana - a poeta, Cristina - a performática, e Cesar - a acadêmica, representadas pelas atrizes Nataly Cavalcanti, Carol Gierwiatowski e Bruna Brignol, respectivamente. Foto: Jennifer Glass


O espetáculo "Ana Marginal - Um Navio Ancorado no Espaço", com texto de Michelle Ferreira e direção de Nelson Baskerville, apresenta-se no Teatro Cacilda Becker, entre os dias 30 de maio a 8 de junho, de sexta a domingo. A montagem foi eleita pelo jornal Folha de S.Paulo como uma das melhores do ano, em 2023. O espetáculo é um metateatro que transita pela obra e vida da poeta Ana Cristina Cesar, ícone da poesia marginal da década de 70 a partir do conflito de três atrizes envoltas pela complexidade e identificação das angústias de suas personagens, que representam diferentes facetas da poeta: a Ana, a Cristina e a César.

Considerada um dos grandes nomes da literatura marginal da década de 1970, a poeta carioca defendia que vida e literatura eram inseparáveis. Por esse motivo, “Ana Marginal - Um Navio Ancorado no Espaço” se inspira nesses dois elementos. A dramaturgia de Michelle Ferreira traz para a cena três personas para representar a escritora: Ana - a poeta, Cristina - a performática, e Cesar - a acadêmica, representadas pelas atrizes Nataly Cavalcanti, Carol Gierwiatowski e Bruna Brignol, respectivamente.

Para dar conta da atmosfera caótica presente na obra da poeta, a equipe optou por usar muitas projeções, um andaime e uma escultura de luz feita pelo próprio diretor. Para o encenador, entender a essência da autora é um desafio. “A cada dia chegam novos materiais que são incorporados ao espetáculo. Ela não está em apenas um poema ou um livro. Para desvendá-la, é preciso se debruçar sobre suas fotografias, cartas, cartões postais, entrevistas. Talvez hoje sua angústia fosse muito mais dispersa, porque os tempos mudaram muito, mas gostaríamos de devolver para ela essa sexualidade que lhe foi negada”, defende Baskerville.

A característica forte de seus textos, a um só tempo viscerais e coloquiais, cria uma aproximação confidencial com seus leitores. “Como Ana Cristina Cesar pregava a quebra dos padrões eruditos e escrevia de uma maneira mais espontânea e contestadora, entendemos que o teatro performativo era a melhor maneira de homenagear essa mulher tão potente", comenta Nataly.

Com a proposta de democratizar o acesso à informações sobre a vida e a obra da Ana Cristina Cesar (1952-1983), o projeto idealizado por Nataly Cavalcanti ainda envolve outras ações importantes: um podcast com discussões relacionadas a essa poeta marginal, a publicação de um zine formado por cartas trocadas entre as poetas Anna Zêpa e Josiane Cavalcanti e uma oficina de produção de zines. “Criamos atividades que estão muito relacionadas à personalidade da Ana Cristina. Ela costumava escrever cartas e tenho certeza que teria um podcast se essa linguagem existisse na sua época”, conta Nataly. Chamado de "Ana Marginal - Como Desancorar Um Navio no Espaço", este projeto foi contemplado na 19ª Edição do Prêmio Zé Renato - ID 13 080.


Ficha técnica
Espetáculo "Ana Marginal - Um Navio Ancorado no Espaço". 
Idealização e produção artística: Nataly Cavalcanti Dramaturga: Michelle Ferreira Direção: Nelson Baskerville Diretora assistente: Anna Zêpa Atrizes: Bruna Brignol, Carol Gierwiatowski e Nataly Cavalcanti Concepção Cenográfica: Bruna Brignol e Nelson Baskerville Figurino: Marichilene Artisevskis Iluminação: Lui Seixas Trilha Sonora: Nelson Baskerville Criação e montagem dos vídeos: João Paulo Melo Consultoria em Vídeo: André Grynwask Vídeo Heloísa Teixeira: Anna Zêpa Direção de Movimento: Débora Veneziani Preparação Vocal: Alessandra Lyra (Cor & Voz) Cenotecnia: Casa Malagueta Operação de Som: Gabriel Müller Operação de Luz: Paula Selva Operação de Vídeo: Tarcila Rigo Operação de Letreiro: Iza Marie Miceli Contrarregra: Victoria Aben-Athar Arte gráfica: Bruna Brignol Fotos de divulgação: Bruna Castanheira e Jennifer Glass Registro em fotos e vídeos: João Paulo Melo e Marcos Floriano Assessoria de Imprensa: Canal Aberto - Márcia Marques, Daniele Valério e Flávia Fontes Assistente de Produção: Gabriel Müller Diretora de Produção: Iza Marie Miceli


Serviço
Espetáculo "Ana Marginal - Um Navio Ancorado no Espaço"
75 minutos | Classificação indicativa: 12 anos | Gratuito

Teatro Cacilda Becker
Domingo, dia 8 de Junho, às 19h00
Rua Tito, 295 - Lapa / São Paulo

.: Teatro Sérgio Cardoso recebe “Se Não É Agudo, É Grave” com Inácio de Nonno


Apresentação gratuita reúne veteranos e jovens cantores líricos em concerto com obras de “O Barbeiro de Sevilha”. Arte: divulgação


Neste domingo, dia 8 de junho, às 11h00, a Sala Paschoal Carlos Magno do Teatro Sérgio Cardoso, espaço da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerido pela Associação Paulista dos Amigos da Arte (APAA), apresenta o espetáculo “Se Não É Agudo, É Grave - Encontro de Gerações”. Com direção do barítono Inácio de Nonno e realização da Cia. Ópera São Paulo, a apresentação integra a segunda edição do projeto que promove o intercâmbio entre gerações da música lírica por meio de atividades formativas e concerto inspirado na ópera “O Barbeiro de Sevilha”.


Sobre o Teatro Sérgio Cardoso
Localizado no boêmio bairro paulistano do Bixiga, o Teatro Sérgio Cardoso mantém a tradição e a relevância conquistada em mais de 40 anos de atuação na capital paulista. Palco de espetáculos musicais, dança e peças de teatro, o equipamento é um dos últimos grandes teatros de rua da capital, e foi fundamental  nos dois anos de pandemia, quando abriu as portas, a partir de rígidos protocolos de saúde. 

Composto por duas salas de espetáculo, quatro dedicadas a ensaios, além de uma sala de captação e transmissão, o Teatro tem capacidade para abrigar 827 pessoas na sala Nydia Licia, 149 na sala Paschoal Carlos Magno, além de apresentações e aulas de dança no hall do teatro.


Serviço
"Se Não É Agudo, É Grave - Encontro de Gerações" | Realização: Cia Ópera São Paulo
Data: domingo, 8 de junho, às 11h00
Local: Teatro Sérgio Cardoso – Sala Paschoal Carlos Magno
Duração: 60 minutos
Classificação etária: 8 anos
Ingressos: entrada gratuita
Capacidade: 143 lugares + 6 espaços para cadeirantes

sábado, 7 de junho de 2025

.: Últimas apresentações de "Bombordo ou Uma Ilha para o Esquecimento"


Espetáculo propõe reflexões sobre memória, luto e a arte de seguir em frente a partir de história de uma mulher e sua mãe com Alzheimer que estão à deriva em alto mar. Foto: Antônio Filho 


A jornada de uma mãe e uma filha na fronteira entre o esquecimento, a dor e a redescoberta da própria essência é tema de "Bombordo ou Uma Ilha para o Esquecimento", segundo monólogo autoral da atriz e professora Ana Paula Dias. O espetáculo tem sua temporada de estreia no espaço ºAndar, até este domingo, dia 8 de junho, com apresentações neste sábado, às 20h00, e domingo, às 19h00. Navegando entre o íntimo e o universal, o espetáculo convida o público a uma jornada sensorial e emocional, onde o mar se transforma em metáfora para as paisagens internas da protagonista - e da própria atriz em cena.

O que era para ser uma fuga transforma-se em um espelho. Uma mulher parte em uma viagem solitária de veleiro, determinada a deixar para trás um cotidiano sufocante e as cicatrizes de um amor perdido. Mas, no último momento, ela se vê obrigada a levar consigo sua mãe, que sofre de Alzheimer - uma presença que embaralha ainda mais os limites entre passado e presente, entre cuidadora e dependente.

Enquanto navega por mares gelados, a protagonista luta contra os esquecimentos da mãe: perguntas repetidas, histórias truncadas, a incapacidade de reconhecer até mesmo o barco que as abriga. Aos poucos, porém, percebe que não está apenas lembrando por duas - ela também é confrontada com suas próprias fugas da memória. A morte do pai, enterrada sob camadas de negação. As dores de um rompimento amoroso que ela tenta apagar com distâncias geográficas. O medo de viver, disfarçado de aventura.

O mar, antes símbolo de liberdade, torna-se uma armadilha. As coordenadas se perdem, os dias se repetem, e a viagem revela seu verdadeiro propósito: uma travessia para dentro de si mesma. Mãe e filha reencenam gestos esquecidos - amarrar sapatos, fazer nós, contar histórias -, enquanto a protagonista enfrenta a pergunta que a assombra: o que mais eu escolhi não lembrar? Com uma narrativa não linear e atmosferas que oscilam entre o poético e o claustrofóbico, "Bombordo" questiona: o que escolhemos lembrar? O que não podemos evitar esquecer? A direção e dramaturgia exploram a técnica Meisner, privilegiando a escuta, a verdade do momento e a presença física como eixos da narrativa.


Ficha Técnica
Espetáculo "Bombordo ou Uma Ilha para o Esquecimento"
Criação e atuação: Ana Paula Dias
Colaboradores/propositores: Anayan Moretto, Telma Fernandes, Victoria Moliterno, Julio Dojcsar
Dramaturgia: Ana Paula Dias
Cenário: Julio Dojcsar
Figurino e designer gráfico: Victoria Moliterno
Iluminação: Telma Fernandes
Trilha sonora: Ale Martins
Produção executiva e assistência de figurino: Marcelo Leão
Produção: Anayan Moretto
Realização: Be True e ºANDAR


Serviço
Espetáculo "Bombordo ou Uma Ilha para o Esquecimento"
Temporada: até dia 8 de junho de 2025
Aos sábados, às 20h00, e aos domingos, às 19h00
ºANDAR - Rua Dr. Gabriel dos Santos, 30, 2ºandar, Santa Cecília, São Paulo
Ingressos: R$35,00 / R$50,00/ R$75,00
Vendas no Sympla e na bilheteria (sujeito a lotação)
https://www.sympla.com.br/produtor/bombordo
Classificação indicativa: 12 anos
Lotação: 50 lugares
Duração: 50 minutos

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