sexta-feira, 7 de novembro de 2025

.: Crítica musical: Lô Borges... E o sol levou o trem azul


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: divulgação

O Clube da Esquina perdeu um de seus fundadores esta semana. Com o falecimento de Lô Borges, encerra-se um dos capítulos mais importantes de nossa MPB. Lô tinha 73 anos e estava incrivelmente produtivo. Seja como artista solo, seja em trabalhos de parcerias com outros músicos, como Samuel Rosa e Tom Zé, só pra citar dois exemplos. Mas foi ao lado de Milton Nascimento que ele atingiu o topo da montanha ao gravar um dos álbuns mais influentes de nossa MPB em1972. O Clube da Esquina fez história pela força das canções e pelas vozes de Lô e Milton.

A sonoridade do trabalho de Lô no início dos anos 70 mesclava várias influências das coisas que ele ouvia naquela época. De Hendrix aos Beatles, ele conseguia unir tudo em sua música. São dessa época os seus primeiros discos em carreira solo: o "Lô Borges" (1972), conhecido como o disco do tênis, e "Via Láctea", que tem a célebre gravação da bela "Clube da Esquina nº 2", com a participação no vocal de Solange Borges.

Se por um lado os trabalhos mais recentes dele não tiveram o mesmo brilho dessa fase inicial,  por outro ele teve o mérito de se manter na ativa, lançando material inédito com frequência, ao invés de se acomodar nos antigos hits. Seu trabalho mais recente é o álbum "Chão de Giz", gravado em parceria com Zeca Baleiro. Certamente sua obra deixará uma marca na nossa MPB. Um selo de qualidade referendado até por Tom Jobim, que não só admirava a turma do Clube da Esquina como chegou a regravar Trem Azul do Lô nos anos 90.

"Trem Azul"

"Paisagem na Janela"

"Sonho Real"

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