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domingo, 27 de abril de 2025

.: Entrevista com Walcyr Carrasco: "Eu sou essencialmente tímido"


"Tributo" reverencia a genialidade de um dos maiores autores da televisão brasileira, o colecionador de sucessos Walcyr Carrasco. Leia a entrevista com o homenageado. Foto: Globo/ Daniela Toviansky

Se a telenovela ocupa um lugar central na cultura brasileira, Walcyr Carrasco é um dos protagonistas dessa missão de dar ao público as emoções que marcam vidas e fazem com que um país inteiro se enxergue através delas. Aos 72 anos, um dos autores mais importantes da televisão brasileira coleciona sucessos que arrebatam o público em todos os horários. Vencedor de um Emmy Internacional de Melhor Novela, é um autor de ofício: suas novelas vão de adaptações da literatura, como "O Cravo e a Rosa" e "Xica da Silva"", a temáticas atuais, como "Verdades Secretas" e "Terra e Paixão". “A matéria-prima do Walcyr é o sonho”, resume a atriz Juliana Paes, a Maria da Paz de "A Dona do Pedaço", sobre o homenageado do próximo episódio do especial "Tributo", que vai ao ar na TV Globo na sexta-feira, 2 de maio, depois do "Globo Repórter". O projeto original Globoplay e TV Globo chega à segunda temporada e busca reverenciar, aplaudir e manter vivo o legado de talentos que continuam brilhando nas telas, nos palcos e por trás das câmeras. 

Escritor, dramaturgo e roteirista, Walcyr Carrasco tem sua história revisitada no especial, desde os tempos na pequena cidade de Bernardino de Campos, em São Paulo, passando pelos caminhos trilhados ao longo de uma carreira exitosa na televisão, literatura, teatro e jornalismo, até sua consagração como um dos grandes autores brasileiros. “Esse ‘Tributo’ é centrado em mim, toca diretamente na minha vida. É muito significativo. Por outro lado, embora não pareça, à primeira vista, eu sou essencialmente tímido. Tive que fazer um esforço íntimo para me mostrar, abrir aquelas gavetas que um autor mantém sempre tão fechadas”, confessa Walcyr.

Na abertura dessas gavetas, Carrasco lembra de um emblemático presente que recebeu de seu pai quando criança: uma máquina de escrever. No horizonte do jovem sempre esteve o sonho de ganhar a vida e, mais que isso, conquistar corações por meio de sua escrita. Com uma carreira profissional que começou como jornalista, escrevendo em redações de grandes jornais e revistas, Walcyr publicou seu primeiro livro aos 28 anos. Como dramaturgo, assinou peças premiadas como "Êxtase", que o rendeu o Prêmio Shell de Melhor Autor. Mais tarde, Walcyr viu sua máquina de escrever, que guarda até hoje em casa, se “transformar” em um Emmy Internacional de Melhor Novela, coroando uma trajetória de grande reconhecimento, que também inclui uma cadeira na Academia Paulista de Letras e o Prêmio Jabuti de Livro Juvenil, entre outros. 

Na teledramaturgia, Walcyr coleciona diversos sucessos como "Xica da Silva" (1996), "Fascinação" (1998) "O Cravo e a Rosa" (2000), "Chocolate com Pimenta" (2003), "Alma Gêmea" (2005), "Caras & Bocas" (2009), "Amor à Vida" (2013), "Êta Mundo Bom!" (2016), "O Outro Lado do Paraíso" (2017), "A Dona do Pedaço" (2019), entre outros. É dele o pioneirismo de criar a primeira novela da Globo para o streaming, "Verdades Secretas II" (2021), continuação de "Verdades Secretas" (2015), premiada com o Emmy Internacional de Melhor Novela em 2016. Seu trabalho mais recente foi a novela "Terra e Paixão" (2023). Na literatura infantojuvenil, Carrasco publicou 58 livros, sendo responsável pela criação de episódios inéditos, inspirado na obra de Monteiro Lobato, para o "Sítio do Pica-Pau Amarelo" (2001). “É importante dizer que me entrego a cada obra, cada novela, livro ou peça que escrevo carrega um pedaço de mim, de minha emoção, de meu coração. Senão, não daria certo”, revela Walcyr.

Para contar essa história, além de um vasto acervo de imagens, fotografias e recortes da imprensa, o especial reúne atores, atrizes, autores e diretores parceiros de produções assinadas por Walcyr Carrasco. O autor, que antes da TV Globo passou pelo SBT e pela Rede Manchete, também mostra o lugar onde exerce seu ofício, nas palavras do ator Ary Fontoura, a sua “capacidade criativa extraordinária”.

Presente em inúmeras obras assinadas por Walcyr, no especial, Elizabeth Savalla também relembra a capacidade marcante do autor de transitar entre diferentes gêneros em uma mesma história. “A novela ‘Alma Gêmea’, por exemplo, tem humor e, ao mesmo tempo, drama. É uma novela que fala de amor, morte e pós-vida. Ele faz com que o brasileiro sonhe de alguma forma. Ele leva isso às pessoas”, reflete a atriz. Outra figura memorável em novelas do autor, Ary Fontoura, conta sobre a relação de parceria dele com os atores. “Tinha, da parte dele, uma certa autorização, não para mexer no trabalho em sua totalidade, mas para colaborar com um pouquinho aqui, uma coisinha ali. E, abraçando o trabalho como a gente abraçava, só podia dar certo. Walcyr é uma pessoa que faz com muito amor o nosso ofício”, conta o ator. “Ele sabe puxar o que cada um pode dar de melhor, tem essa bondade”, completa Savalla. Na entrevista abaixo, Walcyr Carrasco fala um pouco mais sobre o especial "Tributo". 


Como você se sentiu ao receber o convite para protagonizar um episódio de "Tributo"?
Walcyr Carrasco - Inicialmente, confesso, eu me senti surpreso! Depois, fiquei muito feliz ao perceber que minha contribuição à teledramaturgia tem esse peso. Tributo, eu? Tem tanta gente boa, será que mereço mesmo?
 

Em que este projeto se diferencia de outras justas homenagens que você já recebeu? Conte-nos um pouco sobre as gravações. 
Walcyr Carrasco - Bem, esse "Tributo" é centrado em mim, toca diretamente na minha vida. É muito significativo. Por outro lado, embora não pareça, à primeira vista, eu sou essencialmente tímido. Tive que fazer um esforço íntimo para me mostrar, abrir aquelas gavetas que um autor mantém sempre tão fechadas. 
 

De que maneira gostaria de ser lembrado pelas futuras gerações?
Walcyr Carrasco - Como um elo de uma corrente que começa com grandes autores do passado e, ao mesmo tempo, continuará depois de mim. Enfim, como alguém que deixou um pedacinho de si para quem veio depois.

 
Entre os trabalhos que fez na televisão, consegue escolher um ou mais favoritos?
Walcyr Carrasco - Não sou muito de ter preferidos! Mas sem dúvida, "O Cravo e a Rosa" (2000), "Chocolate com Pimenta" (2003), "Alma Gêmea" (2005), "Verdades Secretas" (2015) – com a qual ganhei o Emmy – e "O Outro Lado do Paraíso" (2017) vieram para ficar.

 
Gostaria de mandar um recado aos seus fãs? Por que eles devem assistir ao episódio de ‘Tributo’? 
Walcyr Carrasco - Amigos, assistam ao "Tributo" e conheçam o outro lado de mim, com algumas verdades secretas (risos). É importante dizer que me entrego a cada obra, cada novela, livro ou peça que escrevo carrega um pedaço de mim, de minha emoção, de meu coração. Senão, não daria certo.

segunda-feira, 21 de abril de 2025

.: Entrevista: Vitória Strada, protagonista eliminada do "Big Brother Brasil"


A recordista de paredões da edição e última integrante do Camarote a resistir na disputa deixou a competição a dois dias da grande final. Foto: Globo/ Léo Rosario

Acostumada às câmeras e aos holofotes do mundo televisivo, Vitória Strada entrou no "Big Brother Brasil" sem saber como seria experimentar a vida real dentro de um programa transmitido ao vivo, 24 horas por dia. E era justamente o inesperado que lhe animava. Sem roteiros, marcações de cena e a menor noção do que o público estava achando de sua participação no "BBB 25", a atriz viveu 98 dias na casa mais vigiada do país. Entre as grandes viradas da temporada, esteve o seu rompimento com alianças estabelecidas no início do jogo e a posterior mudança de mala e cuia para outro quarto, movimento que lhe permitiu construir novas amizades no reality.

A recordista de paredões da edição e última integrante do Camarote a resistir na disputa deixou a competição a dois dias da grande final. Com 54,52% dos votos, Vitória se despediu do "Big Brother Brasil" neste domingo, dia 20 de abril, ao enfrentar Renata e João Pedro na berlinda. “Um dos maiores aprendizados é seguir minha intuição e confiar mais em mim. Eu acho que precisava dessas confirmações do quanto que eu sou forte, corajosa e do quanto que eu aprendi a me admirar ali dentro pela minha força. Isso é o que eu vou levar para a minha vida”, reflete. Às vésperas da final da 25ª edição do "Big Brother Brasil", a quarta colocada comenta sobre as relações com aliados e adversários, analisa a mudança de quarto e revela, na entrevista a seguir, as amizades que deseja manter após o reality.

Qual era o seu objetivo ao entrar no "BBB"? Acredita que ele foi alcançado?
Vitória Strada -
Meu objetivo era poder mostrar ao público uma Vitória sem roteiros, mostrar várias versões minhas: vulnerável, forte, corajosa. E viver esse desafio que foi o maior da minha vida, a coisa mais louca que eu já fiz e não me arrependo. Sobre o pós, eu ainda não sei, porque acabei de sair (risos). Tem poucas horas que eu consegui encontrar minha família e vou entender a partir de agora. Mas do que eu já recebi de informações foram coisas muito positivas e eu espero, de verdade, que isso reverbere da mesma forma para mim aqui fora. 

Você falou que não imaginava chegar tão longe no reality. Por quê? E em algum momento do jogo essa sua percepção começou a mudar ou seguiu a mesma até o final?
Vitória Strada -
Eu não sei se não me achava tão interessante assim, mas eu nunca imaginava! Eu assisto ao "BBB" há anos e sabia que seria um desafio enorme, para mim, entrar e que seria uma loucura. Mas eu nunca achei que eu fosse chegar tão longe. Talvez eu pensasse que não tinha as características que todo mundo fosse gostar. Eu achava que se durasse um mês já seria incrível. Olha eu durando 98 dias! Foi uma loucura e eu estou muito grata. Tenho certeza de que muito disso é pelo quanto que as pessoas que estavam torcendo por mim votaram e se dedicaram. Eu sou muito grata a elas.

O que acha que te fez permanecer na disputa por tanto tempo, sendo eliminada faltando apenas dois dias para o fim da temporada?
Vitória Strada -
Eu acho que ter sido eu mesma, ter sido como eu sou aqui fora, sempre muito honesta. Por não julgar ninguém antes da hora, sempre ver os dois lados das pessoas, dar mais uma chance... Acho que isso pode ter contribuído. Daqui de fora eu não sei, porque não vi praticamente nada, então não sei a opinião do público ainda.

Em diferentes momentos do jogo, alguns participantes apontaram que você tentava se aproximar da casa quando se via em situações de risco, como o paredão. Você acha que realmente fazia isso ou a estratégia era outra?
Vitória Strada - 
Eu nunca fiz isso. Todas as minhas aproximações lá dentro foram muito genuínas e muito naturais, nunca para tentar conseguir uma vantagem de jogo ou para não ser votada. Eu sempre tentei me dar bem com as pessoas, porque é como eu ajo aqui fora; não sou uma pessoa de ficar criando inimizades. Então, as pessoas das quais eu ia me aproximando ali dentro eram porque naquele momento eu estava sentindo a liberdade para estar mais próxima. Não foi uma estratégia de jogo.

Você entrou na casa em dupla com seu amigo Mateus, mas durante o programa via-se que vocês tinham divergências entre si; chegaram a discutir algumas vezes. Nesse sentido, acha que o jogo individual foi bom para você?
Vitória Strada - 
Eu acho que a minha virada de jogo não tem só a ver com o Mateus; também tem a ver com as meninas ali do quarto, com o fato de eu ter visto o que o "Seu Fifi" falou naquele momento em que eu tive a oportunidade de ouvir o que estavam falando pelas minhas costas... acho que foi tudo junto. Foi no momento em que o Mateus saiu que essa virada começou a acontecer, mas não acho que tenha a ver só com ele. Foi uma mistura de coisas, foi muito tumultuado para mim. Eu perdi minha dupla e me senti sozinha, senti que estava sendo deixada de lado pelas minhas aliadas e descobri muitas coisas.


E como foi a experiência de jogar em dupla com o Mateus?
Vitória Strada - 
Eu acho que jogar o "Big Brother" já é difícil por natureza e, em dupla, não seria diferente. Independentemente de estar sozinho ou em dupla, é um jogo muito difícil. Eu nunca fiz nada parecido com isso. Então, acho que é natural que todas as pessoas tenham discussões e atritos. Eu não achava que a gente iria entrar e nunca discutir sobre nada. Eu estou disposta, aqui fora, a entender tudo o que aconteceu, a enxergar, talvez, coisas que eu ainda não tenha visto. Mas da minha parte, eu acho que toda amizade tem atritos e, quando uma amizade é verdadeira, eu estou sempre disposta a ficar bem - como era lá dentro. 


Seus maiores conflitos no "BBB" foram com Camilla e Thamiris, que eram suas aliadas durante grande parte da competição. O que acha que deu errado na relação de vocês?
Vitória Strada - 
Não faço a menor ideia. Eu sempre me dediquei àquela relação, fui amiga do jeito mais verdadeiro que eu sei ser, independentemente de ser um jogo ou não. É a maneira que eu me entrego para as minhas relações, tentando dar o meu melhor sempre e cuidando das pessoas que estão ao meu redor. Mas eu não me arrependo da maneira como eu agi com ninguém lá dentro. Eu não sou de “olho por olho, dente por dente”, então eu agi no momento que achei que deveria, da maneira como achei que deveria e também como eu gostaria que as pessoas tivessem lidado comigo.

Depois, você acabou se aproximando muito dos integrantes do quarto Anos 50. Pensando agora, teria escolhido outros aliados mais cedo no jogo? Acha que teria sido melhor para o seu desempenho?
Vitória Strada - 
Eu não mudaria nada, no sentido de que tudo o que eu passei lá foi necessário de alguma forma. Eu acredito muito que Deus escreve o roteiro da nossa vida do jeitinho que tem que ser, então eu procuro não me arrepender muito das coisas, porque eu estava lidando com as circunstâncias que eu tinha ali, e tentei dar o meu melhor em todos os momentos. Acho que tudo o que aconteceu é porque tinha que acontecer.

Eva e Renata também foram desafetos seus no programa. O que te incomodava no jogo delas?
Vitória Strada - 
Da minha parte, tudo começou quando me disseram que elas olhavam um pouco torto para mim e eu comecei a observar. Na verdade, o que eu observei foi que eu não tinha uma abertura tão grande com elas, quanto elas davam a outras pessoas. Isso eu falei algumas vezes com a Renata e com a Eva também. Inclusive as duas confirmaram que realmente podiam não ter me dado tanta abertura assim. A partir dali, foram coisas pontuadas do jogo. Por exemplo, no início do programa, elas eram distantes de mim e tinha que colocar alguém como “saboneteiro”, então coloquei a Renata. A gente não tem a visão de quem acompanha pelo Globoplay, mas na minha visão de jogo, naquele momento, ela ainda não estava se posicionando tanto para um lado nem para o outro. E a gente acabou levando isso adiante. Mas eu fico feliz que nessa reta final a gente tenha conseguido reescrever a nossa relação ali dentro, porque eu não quero levar mágoa das pessoas. Em nenhum momento a gente se desrespeitou dentro do programa, e isso é importante também. 


Você foi a sete paredões durante a temporada. Alguns indicada por líderes, outros por votos da casa, e este último por não ter vencido a prova do finalista. O que te fez ser alvo tantas vezes, na sua opinião?
Vitória Strada - 
Eu escutava algumas pessoas falando que poderia ser por votar em quem era Camarote, não sei se isso pode ter influenciado ou se as pessoas não foram com a minha cara. A gente fica lá dentro sem ter ideia do que o público está achando e, quando a gente sai, com pouquíssimas horas, continua sem saber de todas as informações ainda, precisando assimilar muita coisa. Eu já encontrei meus pais e dar um abraço neles era a coisa mais importante para mim. Então, ainda não consegui fazer uma análise "pós-jogo" aqui fora.


Das amizades que fez durante a sua participação no "BBB", quais delas deseja manter aqui fora?
Vitória Strada - 
Eu quero muito levar o Diego para a minha vida, o Gui, a Dona Delma, Aline e Vini (Vinícius). O pessoal do quarto Anos 50 que me acolheu, me deu muito carinho. São pessoas incríveis e que eu admiro profundamente.

Que aprendizados você leva do "Big Brother Brasil"? Quem é a Vitória antes e depois de participar do reality?
Vitória Strada - 
Um dos maiores aprendizados é seguir minha intuição e confiar mais em mim. Eu acho que precisava dessas confirmações do quanto que eu sou forte, corajosa e do quanto que eu aprendi a me admirar ali dentro pela minha força. Isso é o que eu vou levar para a minha vida.

Quem é sua aposta para vencer o "BBB 25"?
Vitória Strada - 
Eu gostaria que o Gui (Guilherme) ganhasse, estou torcendo por ele. Acho que ele tem chances e confio nele.

Agora, pós-"BBB", quais são seus próximos sonhos? Ao que pretende se dedicar? Algum projeto que gostaria de fazer?
Vitória Strada - 
Eu quero muito atuar. Não tenho um projeto específico, mas atuar é a minha grande paixão na vida. Eu espero que o "Big Brother" também tenha aberto portas para eu seguir o meu ofício, que é o que eu mais amo. Eu até brincava lá dentro: “Estou disponível para fazer trabalhos” (risos). Atuar é o que eu mais amo e espero poder fazer para o resto da minha vida.

sábado, 19 de abril de 2025

.: Entrevista: Rosane Svartman, autora de "Dona de Mim", nova novela das sete


Em "Dona de Mim", Rosane Svartman promete mais uma vez envolver os telespectadores com uma história poderosa, que reflete sonhos, desafios e a força de protagonistas femininas. Foto: Globo/ Débora Santiago

Rosane Svartman, conhecida pelo talento e sensibilidade ao contar histórias, é a autora de "Dona de Mim", a nova novela das sete da TV Globo, que estreia no dia 28 de abril. A trama chega cercada de grandes expectativas, já que Rosane é responsável por sucessos como "Totalmente Demais", "Bom Sucesso" e "Vai na Fé", novelas que conquistaram o público e a crítica com enredos emocionantes, personagens marcantes e diálogos afiados.

Com uma sólida trajetória como autora, diretora e produtora, Rosane tem se destacado por abordar temas atuais com profundidade e leveza, sempre colocando em cena representatividade e questões sociais relevantes. Agora, com "Dona de Mim", ela promete mais uma vez envolver os telespectadores com uma história poderosa, que reflete sonhos, desafios e a força de protagonistas femininas. A estreia marca mais um capítulo importante na carreira da autora, que tem se firmado como uma das principais vozes da teledramaturgia brasileira contemporânea.

O que a inspirou para criar a história de "Dona de Mim"?
Rosane Svartman - Acredito que a criação está ligada ao instinto. O desafio é ter a sensibilidade de intuir o espírito do momento, os assuntos de interesse, as trajetórias e os personagens que a sociedade deseja acompanhar. E, assim, contamos histórias. Leona é uma personagem que entra em um buraco e sai gigante. Como ela fará isso é a sua trajetória na novela. O título está relacionado a esse esforço de tentar tomar as rédeas de sua vida em uma sociedade acelerada e repleta de violências.


Qual são os temas centrais de "Dona de Mim"? 
Rosane Svartman
 - Através da Leona (Clara Moneke), a história fala sobre a maternidade de forma prismática, abordando diferentes possibilidades do que é ser mãe, inclusive a escolha de não ser, e o seu impacto direto na vida das mulheres da trama. A Leo é uma mulher que passou pelo trauma de ter uma gravidez tardia interrompida. Ela já tinha comprado roupinha, feito chá de fralda, já se sentia mãe. E, quando ela perde essa criança, abre mão de tudo. Do casamento, da faculdade, ela realmente não consegue seguir adiante. Mas isso é a história pregressa da Leo. Quando a trama começa, ela é uma mulher batalhadora e alto-astral que tenta esconder sua dor, mas nem sempre consegue. Ela quer não só ajudar a família dela, mas também superar esse trauma. Ela não sabe, mas a felicidade sempre encontra um caminho, e conhecer Sofia é o começo de uma grande transformação. Além desse conflito em relação à maternidade da Leo (Clara Moneke), a gente tem os encontros e desencontros amorosos, claro. A gente tem conflitos da sociedade, também, e pela sucessão da fábrica de lingeries Boaz, que se torna uma grande briga por poder em família. 

  

Como você acha que esses temas vão se conectar com o público? 
Rosane Svartman - Eu acho que o desafio de qualquer pessoa que cria, que faz novela, é justamente trazer temas que o público vai curtir e comentar depois que o capítulo terminar. Eu acredito que o poder está sempre no espectador. É ele que vai pegar qualquer cena que eu colocar numa novela e fazer uma leitura de acordo com a sua própria trajetória, com a sua própria experiência de vida. Além das diversas formas de maternidade, vamos falar de segurança pública, envelhecimento, saúde mental, esporte e outros temas que provocam conversa, mostrando pontos de vista e reflexões. Tudo isso sem deixar de lado o entretenimento e o objetivo de contar uma boa história. 
 

Pode falar mais sobre a relação especial entre a Leo (Clara Moneke) e a Sofia (Elis Cabral)? 
Rosane Svartman - Por um lado, a Sofia vive em uma “ilha”, em vários sentidos. Ela mora numa casa dentro de um condomínio, cercada por adultos. Por causa disso, no começo da novela, para chamar atenção, ela faz muita bagunça e traquinagem, principalmente com as babás. Os adultos estão muito ocupados, ninguém tem realmente tempo para ela. E, por outro lado, a Leo é essa mulher que já quis muito ser mãe, que teve um trauma enorme e tem medo de voltar a engravidar. Com a Sofia, ela começa uma relação de afeto que, aos poucos, vai ajudá-la a superar esse trauma. 

E o que você destaca na relação entre a Sofia (Elis Cabral) e o Abel (Tony Ramos), que não é o pai biológico dela? 
Rosane Svartman - O Abel promete para Ellen (Camila Pitanga) que vai ser o melhor pai que ele consegue ser para a Sofia. E ele é. O problema é que ele não tem tempo para essa menina, mas ele a ama, se considera o pai dela e quer o seu bem. Mas é claro, o pai biológico vai aparecer em algum momento. Então, isso vai se tornar um desafio para Abel. 


Quais são os principais desafios que Abel (Tony Ramos) e Filipa (Cláudia Abreu) enfrentam como casal na trama? 
Rosane Svartman - O Abel cursava Letras, pertencia a um grupo de poesia na faculdade, mas precisou abandonar tudo para cuidar do chão de fábrica na Boaz. Ele tem saudades dessa época. Conheceu a Filipa num sarau, e, em seis meses, já estavam com o casamento marcado. No dia da cerimônia, Ellen (Camila Pitanga) chega com Sofia no colo, à beira da morte. Abel assumiu a criança e nunca contou para Filipa que não era o pai biológico de Sofia. Já Filipa teve de aceitar de uma hora para outra ser madrasta de uma bebê de colo. Isso mudou completamente a relação deles. A Filipa tem uma filha que foi morar em Portugal com a avó, e ela acaba se frustrando novamente por não conseguir ser mãe, cuidar de Sofia. O Abel, neste casamento, sente muita falta dos olhos brilhando, da felicidade da mulher com quem ele se casou, e ele não sabe o que fazer para trazer isso de volta. 
 

Sobre a amizade entre Leo (Clara Moneke), Kami (Giovanna Lancellotti) e Pam (Haonê Thinar), que é um ponto central da novela: como descreveria cada uma? 
Rosane Svartman - Kami é uma periguete vencida, de bom coração; Leo é a enrolada que tenta ajudar todo mundo; e a Pam, a amiga gentil, mas que não leva desaforo para casa. É muito legal poder falar de amizade feminina. São mulheres jovens, amigas de colégio, uma relação de longa data. O que traz muita intimidade, mas, ao mesmo tempo, também faz com que seja mais fácil se machucarem. 

 
Em resumo, o que o público pode esperar de "Dona de Mim"? 
Rosane Svartman - O que o público pode esperar de uma novela: entretenimento, diversão, romance, informação, temas relevantes, identificação, um pouco de escapismo, talvez. A gente gosta de assistir a uma história e se imaginar em outro lugar. E digo a gente porque sou noveleira e, para mim, "Dona de Mim" traz os ingredientes que eu também gosto em uma novela.

sexta-feira, 18 de abril de 2025

.: Entrevista: Marya Bravo diante de um novo despertar musical


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Fotos: Dip Ferrera

Filha do compositor Zé Rodrix e da cantora Lizzie Bravo, a atriz e cantora Marya Bravo decidiu dar um novo rumo para a carreira. De malas quase prontas para o Rio de Janeiro, ela encontrou parceiros musicais que ajudaram a moldar um trabalho musical autoral, diferente de seus trabalhos anteriores. Ela investiu fundo na forma de compor e produzir, apostando na mescla do som orgânico com elementos eletrônicos.

Para quem não sabe, Marya é filha da única brasileira a gravar com os Beatles em estúdio. Lizzie era apenas uma adolescente que ficava na frente do estúdio Abbey Road esperando uma chance para apenas ver seus ídolos de perto. Acabou sendo chamada para gravar vocais de "Across The Universe", juntamente com Paul McCartney e John Lennon em fevereiro de 1968. Ela faleceu em 2021.

Zé Rodrix teve uma trajetória musical de sucesso como artista solo e como integrante do trio Sá, Rodrix e Guarabira nos anos 70, além de integrar bandas icônicas como o Som Imaginário. Ele faleceu em 2009. Com pais tão ligados à música, o caminho natural de Marya acabou sendo esse mesmo. “As lembranças da infância já traziam a música. Minha mãe falava que eu cantava já deitada no berço”, explica Marya, que soma em sua carreira mais de 20 musicais estrelados no Brasil e no exterior, como "Beatles num Céu de Diamantes" e "Clube da Esquina – Sonhos Não Envelhecem", que lhe renderam duas indicações à Melhor Atriz nos prêmios Cesgranrio e APTR (Associação dos Produtores de Teatro do Rio de Janeiro).

O primeiro single dessa sua nova fase, “Eterno Talvez”, contou com produção musical de Nobru (bandas  Cabeça, Planet Hemp) e Dony Von (Matanza, Os Vulcânicos) e distribuição do selo Ditto Music. O trio é fortemente conectado a gêneros como rock, jazz, trip hop, hip hop, música brasileira e eletrônica. Em entrevista para o Resenhando. Marya conta como se deu essa nova produção musical e suas expectativas quanto ao futuro. “Meu maior desejo é que essas músicas mexam com as pessoas, que as leve para ambientes diversos de reflexões sobre sentimentos profundos”.


Resenhando - Como foi o seu início na música?
Marya Bravo – Eu acho que vem desde quando era criança. Porque me lembro bem quando acompanhava a minha mãe quando ela gravava jingles ou participava de alguma gravação. Eu gostava de ir junto com ela. A música estava sempre por perto.


Resenhando - Sua formação como atriz ajudou na carreira musical?
Marya Bravo - Para mim foi importante demais. Ajudou a dar uma espécie de conceito ao trabalho desenvolvido na música.


Resenhando - Seus primeiros trabalhos foram como intérprete. E agora você investe o autoral. O que mudou em relação ao início?
Marya Bravo - Esse trabalho atual é fruto de um amadurecimento em termos de composição. Gosto muito de Portishead, Massive Attack, Bjork… e, juntos, meus parceiros e eu também temos uma veia muito forte no hardcore e no punk-rock. Somos amigos de longa data e nos reencontramos na hora certa. Nossa experiência no estúdio criando este disco fluiu muito naturalmente.


Resenhando - Fale sobre o primeiro single, a canção Eterno Talvez.
Marya Bravo - "Eterno Talvez" foi a última música que gravamos. O Dony havia feito para sua banda com o Nobru, e não tinha letra. Sempre que ouvia essa melodia, ela me tocava profundamente. Um dia, em um hotel em São Paulo, a letra veio de primeira pra mim. Gravamos e acabou virando a favorita dos três. Ela fala de desejos inalcançados e a eterna busca por um coração preenchido. O disco deve contar com 11 faixas e ser disponibilizado nas plataformas em maio. Temos outras sete canções prontas para um futuro trabalho.


Resenhando - Você ainda mantém vontade de gravar como intérprete?
Marya Bravo - Sim. Inclusive tem uma surpresa muito legal: nós gravamos uma canção inédita do meu pai, Zé Rodrix. Era uma canção que estava ainda na nossa memória afetiva familiar, pois ele não chegou a gravá-la. Foi muito emocionante. O resultado ficou tão bom, que parecia até que ele tinha acabado de compor a canção para o disco


Resenhando - Vocês pretendem mostrar esse trabalho ao vivo?
Marya Bravo - Sim. Queremos mostrar esse trabalho em São Paulo e no Rio de Janeiro, e depois em todo o País, onde houver possibilidade. 

"Eterno Talvez"


domingo, 2 de março de 2025

.: Entrevista com Diogo Almeida, ator, psicólogo e ex-"BBB": "Eu me joguei"


Na entrevista, Diogo Almeida conta se pretende manter o relacionamento com Aline Patriarca fora do jogo, palpita sobre quais podem ser os novos aliados de Vilma com sua saída e desenha seu pódio ideal para a grande final do "Big Brother Brasil". Foto: Globo/ Léo Rosario

Ator e psicólogo, Diogo Almeida foi convidado a entrar como Camarote no "BBB 25" e não titubeou ao escolher quem levaria como dupla: Vilma Nascimento, mãe dele, que já tinha o sonho de participar do reality show e até mesmo uma inscrição iniciada como Pipoca. O desfecho da trajetória, no entanto, não foi conjunto: o jogo separou as duplas e, já traçando rotas individuais, eles foram parar no mesmo paredão, ao lado de Vitória Strada. Como resultado, Diogo foi eliminado com 43,93% dos votos do público, enquanto Vilma permanece na disputa pelo primeiro lugar.

Ele saiu do confinamento, mas não sem antes protagonizar discussões, ganhar uma liderança, escapar da berlinda em provas "Bate e Volta" e ainda viver um relacionamento com Aline Patriarca. "Eu não estava preparado, mas eu queria muito entrar no 'BBB' e aprender a jogar. E queria mergulhar nessa história sendo eu mesmo, sem personagem. Errei, acertei, e acho que acertei muito mais do que errei. Quando errei, pedi desculpas, porque é assim que a gente faz na vida. Se eu estava sendo eu lá dentro, eu não poderia fazer diferente", analisa o ator, pensando em tudo que viveu. Na entrevista a seguir, ele conta se pretende manter o relacionamento com Aline fora do jogo, palpita sobre quais podem ser os novos aliados de Vilma com sua saída e desenha seu pódio ideal para a grande final do "Big Brother Brasil"


Como foi participar do "BBB 25"?
Diogo Almeida - Antes de entrar, quando me perguntavam se eu estava preparado para o "BBB", eu dizia que não. Falavam: "Mas como assim você não está preparado?". A gente geralmente está preparado quando sabe o que vai encontrar do outro lado da porta. Eu estava entrando em um lugar que eu não sabia como estaria, não sabia quem estaria nem como era a dinâmica, com um jogo que eu nunca tinha jogado. Então, eu dizia que eu não estava preparado, mas eu queria muito entrar e aprender a jogar; entrei com esse pensamento. E outra coisa que eu dizia muito era que eu não queria levar o Diogo psicólogo nem o ator. Eu queria me despir deles dois e mergulhar nessa história sendo eu, sem personagem.


O confinamento e o jogo em si eram como você imaginava?
Diogo Almeida - Eu gostei muito dessa experiência, vivi momentos muito interessantes lá dentro, algo único. E estar com a minha mãe foi muito especial. Eu sou grato por poder proporcionar isso a ela, por poder viver esses 40 e poucos dias que a gente viveu lá juntos, participando de tudo que a gente participou, das dinâmicas, das festas, ver minha mãe se jogando também. Eu dei o melhor que eu podia dar durante esse tempo. Errei, acertei, e acho que acertei muito mais do que errei. Quando errei, pedi desculpas, porque é assim que a gente faz na vida. Se eu estava sendo eu lá dentro, eu não poderia fazer diferente.


Você entrou junto com a sua mãe. A separação das duplas impactou a sua estratégia rumo ao primeiro lugar? O que foi mais desafiador nessa ruptura? 
Diogo Almeida - Não me impactou tanto a separação. O que me assustava era a possibilidade de irmos eu e minha mãe ao paredão já com o jogo individual. Porque uma coisa é a gente estar em dupla e, se a gente sair no paredão, saem os dois. Outra coisa é a gente estar separado e ter que disputar entre si, disputar um líder, disputar qualquer prova ou ir juntos para o paredão. Esse quadro já tinha passado pela minha cabeça e era um quadro que eu não queria acessar. Mas, infelizmente, ou felizmente, a gente chegou nesse lugar. Eu saí, ela ficou e eu estou muito feliz porque ela está lá. Estou preocupado também, porque não tem como não me preocupar. Se quando estava lá eu ficava já preocupado com ela, imagina estando aqui fora agora. É um sonho para ela estar lá dentro. Ela tem um jeito peculiar de ser, assim como todo mundo tem o seu. Mas eu sei que ela está vivendo o que ela dizia anos atrás que gostaria de viver. Ela sempre falou que gostaria de estar no "BBB", de participar das festas, das provas, de deitar naquele gramado, sabe? Agora, vou fazer toda a movimentação aqui fora para contribuir positivamente para o tempo que ela ficar lá dentro. Espero que ela fique até o fim e seja vencedora desse "BBB". 

Algumas pessoas dentro da casa te acusaram de tentar manter um personagem, especialmente no início do jogo. Como você avalia essa afirmação? 
Diogo Almeida - Eu acho engraçado. Eu ouvi em alguns momentos: "ele é muito educado", "ele está fazendo tipo", "ele não é assim". Mas, na vida, eu me considero uma pessoa educada, e as pessoas dizem que eu sou mesmo. Às vezes, meu jeito é formal num primeiro contato; existe um processo, um tempo, até eu ficar mais à vontade com as pessoas. E eu vou ficando mais solto. Só que eu entendo que lá dentro o tempo é outro. Lá, em um dia parece que passaram, sei lá, três semanas. Então, talvez, o fato de as pessoas não estarem acostumadas - e não estou dizendo que elas são mal-educadas, tá? - com alguém ter um cuidado, ser educado ou se preocupar com coisas que, às vezes, outras pessoas não se preocupam, possa fazer com que olhem e desconfiem.

Você teve embates diretos com Camilla, Thamiris, Gracyanne e Vinícius. Quem você tinha como maior adversário no game? Era algum deles? 
Diogo Almeida - Desde que eu entrei na casa, eu percebi que o Vinícius tinha alguma questão comigo, mesmo sem eu ter dado motivos. Então, eu já fiquei muito atento a ele porque eu via que quando algum aliado dele se aproximava de mim, ele afastava essa pessoa. Teve até uma situação de eu estar na festa, já no final, com o Guilherme e ele querer levar o Gui. Eu até pensei: "Se ele leva essa pessoa daqui, ele me deixa sozinho na festa, né?". Se ele já tinha um incômodo com os aliados, imagina quando eu comecei a ficar com a Aline, a melhor amiga dele? Eu via na cara dele o desconforto, ele não precisava nem falar porque eu sentia. Mas eu estava me relacionando com ela e não queria ficar tendo embate com ele o tempo todo; eu tinha um respeito por ele porque ele era um grande amigo da Aline. Mas eu posso dizer que meu maior adversário era ele, sim. 


Como você vê o futuro do seu relacionamento com a Aline? Pretende manter a conexão aqui fora? 
Diogo Almeida - Fiquei sabendo da torcida que tem pela gente aqui fora... Eu me joguei. A gente é bem diferente um do outro, mas isso não nos impede de ter um relacionamento. Cada um tem uma personalidade, tudo certo. Eu falei lá dentro que a Aline é uma mulher que se eu encontrasse aqui fora, eu ficaria. Mas a diferença é que lá a gente fica e já mora de cara na mesma casa. E ela ainda com a sogra, né? (risos) Então, é bem complexo o negócio. Eu estava analisando tudo, gostando de ficar com ela, tendo uma troca bacana, momentos de brilho nos olhos. Sentia coisas boas dela, mas em alguns momentos nem tanto, e aí me gerava dúvida. Vou esperar ela sair para ver como as coisas vão acontecer. Mas o que eu vivi com ela lá dentro foi genuíno.

Embora tenha se separado da sua mãe, Vilma, quando o jogo ficou individual, vocês se mantiveram unidos no programa, seja na convivência, seja compartilhando estratégias ou analisando o jogo. Como acha que ela vai se comportar sem a sua presença, a partir de agora? 
Diogo Almeida - Eu acho que ela vai ficar mais solta. Eu quero mais que ela fale pro mundo, que ela se comunique, que ela evolua. Minha mãe é uma mulher batalhadora pra caramba. Eu tenho muito orgulho dela. Eu acredito que ela vá sentir um pouco a minha saída, obviamente, porque existia esse colo, esse lugar de quem acolhe, que, de alguma forma, eu também proporcionava a ela. Eu tenho isso em mim de ser acolhedor; quando precisei ser acolhido ela também me acolheu. E agora é ela por ela. Então, espero que ela tenha entendido o meu recado sobre aproveitar e que sempre tenha em mente que é o sonho dela estar ali. É a realização de um sonho, a oportunidade de mudar a configuração de vida dela, de ter mais qualidade de vida, poder seguir de uma forma mais confortável. Então, que ela possa seguir, ganhar prêmios e ser a vencedora desse programa. Quero muito que minha mãe, agora, com 68 anos, possa ter o conforto que ela sempre mereceu.


Quem você acha que pode se aliar à Vilma e ajudá-la a avançar no jogo, daqui por diante? 
Diogo Almeida - Estou com medo de ser Gracyanne (Barbosa), espero que não (risos). Porque a Gra, às vezes, ficava falando com a minha mãe, trocando, eu já via uma aproximação. Eu admirava esse carinho, isso para mim conta. Mas penso como boas aliadas para ela a Renata e a Eva. E também o Guilherme, talvez, porque o Gui não espera que venham a ele. Ele vai, ele fala, ele troca. Se for o Gui, eu vou ficar bem feliz porque é um cara que me passa coisas muito boas, apesar de a gente não ter trocado tanto lá dentro. 

 

Qual seria o seu pódio ideal da temporada, se pudesse escolher? 
Diogo Almeida - Vilmoca a vencedora do "BBB 25", se Deus quiser. Guilherme em segundo lugar e em terceiro, a Eva.

 
Já tem planos para o futuro pós-"BBB"? Algum projeto em mente? 
Diogo Almeida - Eu quero seguir trabalhando como ator, ser bem-sucedido na minha arte. Fazer novelas, protagonizar outras novelas. Fazer filmes, séries. E também trabalhar com comunicação, que é uma área com a qual eu me identifico muito. Quero poder ampliar esse lado, quem sabe, apresentando. É uma área que eu quero muito poder explorar.

 O "BBB 25" tem apresentação de Tadeu Schmidt, produção de Mariana Mónaco e Rodrigo Tapias, direção geral de Angélica Campos e direção de gênero de Rodrigo Dourado. O reality vai ao ar na TV Globo de segunda a sábado, depois de "Mania de Você", e domingos após o "Fantástico". Pode ser visto ainda 24h00 por dia, ao vivo, no Globoplay. O Multishow exibe diariamente 60 minutos, ao vivo, logo após o fim da exibição da TV Globo. A votação do programa acontece exclusivamente no Gshow. Os projetos multiplataforma e mais informações podem ser encontrados no site.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

.: Gabriel Yoshimoto, ex-"BBB": "Eu não sabia o que fazer, só sabia ser eu"


Com apenas três votos, o nadador terminou encarando Aline Patriarca e Vitória Strada na votação popular e foi eliminado com 48,8% dos votos do público. Foto: Globo/ Léo Rosario


A ida de Gabriel Yoshimoto ao paredão do "Big Brother Brasil" aconteceu de maneira inesperada para os competidores. Por uma dinâmica combinada previamente com o público, na última semana, além do indicado pelo líder, os três mais votados pela casa estariam na berlinda, um deles com chance de se salvar na prova Bate e Volta. A sorte não foi de Gabriel e assim, com apenas três votos, ele terminou encarando Aline Patriarca e Vitória Strada na votação popular e foi eliminado com 48,8% dos votos do público. "Eu não imaginei que estaria na reta. Mas a dinâmica do programa, mais uma vez, deixou todo mundo sem saber o que fazer", conta o agora ex-brother.

Mesmo ficando apenas 30 dias no confinamento, ele avalia positivamente a experiência. "É uma oportunidade que quase nenhum dos brasileiros teve, é a casa mais vigiada do Brasil! Muita gente quer estar lá. Conheci gente que eu vou levar para o meu coração e que vou visitar em suas cidades, sabe? Passei por coisas que eu nunca achei que fosse passar. E esse programa realmente é uma incógnita, eu não sabia o que fazer, só sabia ser eu. Eu vou levar essas histórias para o resto da minha vida e contar para netos, filhos e tudo mais", diz. Na entrevista a seguir, confira o que Gabriel também disse sobre seus aliados e adversários no game, sobre os julgamentos que recebeu no último "Sincerão" e quais são seus planos pós-"BBB 25".
 

Você um mês no "BBB 25". Que balanço faz da sua participação no reality
Gabriel Yoshimoto -
Foi uma experiência incrível. É uma oportunidade que quase nenhum dos brasileiros teve, é a casa mais vigiada do Brasil! Muita gente quer estar lá. Conheci gente que eu vou levar para o meu coração e que vou visitar em suas cidades, sabe? Passei por coisas que eu nunca achei que fosse passar, desde comer muito pouco por causa da xepa até a parte da mentalidade da competição. Antes do "BBB", sempre que eu competi (na natação) ou fui para algum tipo de desafio, eu sabia o que eu estava fazendo, o que eu estava encarando. E esse programa realmente é uma incógnita, eu não sabia o que fazer, só sabia ser eu. Eu vou levar essas histórias para o resto da minha vida e contar para netos, filhos e tudo mais.

 
Que aprendizados essa experiência te trouxe?
Gabriel Yoshimoto -
Aprendi a dar muito valor à família, ao contato de gente que tem carinho por mim. Aqui fora a gente tem esse contato com pessoas que a gente ama, e lá dentro é meio complicado viver sem isso. Então, agora, aprecio ainda mais.

 
No "Sincerão", você foi apontado por quatro pessoas com a característica de “ninguém vai lembrar”. Por que acha que isso aconteceu? Acredita que esse apontamento pode estar associado a sua eliminação? 
Gabriel Yoshimoto - Um pouquinho de sim, um pouquinho de não. Ela ativou a minha eliminação porque eu não me expressei do meu jeito normal, como aqui fora. Geralmente eu não gosto de ter atritos com ninguém, não levo frustrações, então simplesmente penso: "Isso aconteceu comigo? Então tá bom". E acabou. Eu não sou uma pessoa que fica remoendo ou quero debater muito com as pessoas; eu evito conflito. E evitar o conflito e me abrir apenas para os meus, pensar bastante, não é o que é o jogo no "BBB". Eu tenho que realmente verbalizar para as pessoas entenderem o que está passando dentro da minha cabeça, e esse foi o meu erro, que acho que também comprometeu o meu jogo dentro da casa.
 

Foi pego de surpresa com os três votos que recebeu no domingo? Esperava ir ao paredão? 
Gabriel Yoshimoto - Eu não imaginei que estaria na reta. Mas a dinâmica do programa, mais uma vez, deixou todo mundo sem saber o que fazer. Fui pego de surpresa, sim. A gente tinha contado os votos só pensando que seriam os dois mais votados da casa no paredão, no máximo. Quando apareceu que seria também o terceiro eu pensei: "Putz, vacilei". E em relação aos votos, eu não fiquei muito surpreso. Fiquei mais surpreso com o voto do Guilherme, que mesmo depois de a gente ter trocado ideia, de ele ter me colocado como o maior vacilão da face da terra, ele falou uma pá de coisas legais para mim. Mesmo assim, continuei sendo votado. E o voto da Aline também porque eu pensei que ela tava tendo conflito com qualquer um dos Joãos [João Pedro e João Guilherme] E acabou que votou em mim. 
 

Ainda na casa, você cogitou que pudesse estar em desvantagem no paredão com Aline e Vitória Strada. Por que teve esse sentimento? Em algum momento pensou em reverter esse cenário antes da noite de eliminação? 
Gabriel Yoshimoto - Eu pensei desse jeito pelo fato de achar que a Aline tem o perfil do "Big Brother": é uma mulher bonita, alta, que fala bastante, fala alto, então acaba tendo uma visibilidade maior. E a Vitória pelo fato de ela ser camarote, né? Ela tem acesso a uma base de fãs que eu nunca tive. Eu nem pensei que eu ia ter fã algum dia na minha vida! Então, eu tinha essa ideia do cenário do paredão. E eu pensei que depois que o Paredão foi formado não tinha mais muito o que fazer, eu acredito. Depois teve o "Sincerão", que foi onde tentei lutar. Eu tentei lutar até o último minuto, e é isso.
 

Você e o Diego Hypólito tiveram algumas divergências na casa. Considera ter sido ele seu maior rival no "BBB"? 
Gabriel Yoshimoto - Foi o meu maior rival. É porque é aquela coisa, os nossos santos não bateram e não tinha mais o que fazer, sabe? Eu também já não queria aproximação com ele pelo fato das mentiras e tal.


Quem considera terem sido seus aliados no jogo? E que amigos pretende trazer para a vida aqui fora?
Gabriel Yoshimoto - Sem contar o Mike, né, que com ele já faz mais de 18 anos de amizade (risos). Com certeza João Gabriel e João Pedro, porque a gente sempre estava junto. Logo de cara, quando entramos na casa, a nossa energia já bateu. Renata e Eva também; vamos ter que fazer uma visitinha lá na terra delas pra ver aquela prainha correr bastante. E eu senti também muita verdade pelo episódio da Eva no monstro das chaves, que foi complicado, mas a gente estava lá. Camilla e a Thamiris também adoro, quero conhecer os filhos da Camilla. E a dona Joselma foi o que era o mais próximo de uma mãe ali para mim. Me senti bem acolhido por ela, e com certeza é uma mulher incrível; vou levar para frente também. Quanto a aliados de jogo, os primeiros foram os gêmeos. Mais pra frente nos unimos também com a Renata e a Eva, começamos a tentar incluir as duas mais no nosso dia a dia, já que os gêmeos também tinham uma amizade bem forte com elas. E o Diogão (Diogo Almeida) e a dona Vilma fechavam o grupo. Com os gêmeos foi uma união pela sintonia. As meninas, acho que estavam muito perdidas no começo, mas a gente tinha uma energia que bateu; elas também não queriam ficar sem grupo, sentiram-se deslocadas e vieram com a gente. E o Diogão, logo no começo, ele já gostou da gente, eu gostei dele. Foi assim que se formou o nosso grupinho.


Você e o Maike entraram em dupla no "BBB". Quando a disputa virou individual, qual foi o maior desafio? 
Gabriel Yoshimoto - Acho que não tinha tanto desafio porque eu ainda estava do lado dele. A meu ver, as coisas ficaram um pouco mais fáceis. Eu tinha medo que algumas atitudes minhas prejudicassem ele ou o jogo dele, sabe? Então, quando o jogo ficou individual, eu já respirei melhor. E era mais fácil porque a gente poderia voltar em pessoas diferentes da dupla também. Era ótimo não ter que voltar numa pessoa por causa da outra.

 
O que muda na sua vida depois da participação no reality show
Gabriel Yoshimoto - Nossa, muita coisa. Primeiro, agora a gente consegue trabalhar com a internet, se tudo der certo. Mas foi uma experiência muito louca, é um mundo muito novo pra mim. Eu estava há um mês lá dentro, mas muita coisa aconteceu. Então, quero ver o que o mundão ainda tem para oferecer. Eu tenho vários planos. Vamos torcer para Juliana (minha namorada) e eu conseguirmos criar uma família, quero ajudar a terminar de pagar a casa da minha mãe. Vou pra cima! Trabalhar mais. Quero ver como é esse novo mundo e estou pronto para vivê-lo.

 
Para quem torce que chegue à final do "BBB 25"?
Gabriel Yoshimoto - Os gêmeos! Para mim, eles são pessoas que têm uma energia braba, que bateu de encontro com a minha. Gosto muito deles! Eles são muito engraçados, um é a cópia do outro, os caras sabem o que o outro está pensando antes de qualquer coisa... E eu vejo também muita verdade nos meninos. Se pudesse escolher o pódio, seria o Maike em primeiro lugar, João Gabriel em segundo e João Pedro em terceiro.


O "BBB 25" tem apresentação de Tadeu Schmidt, produção de Mariana Mónaco e Rodrigo Tapias, direção geral de Angélica Campos e direção de gênero de Rodrigo Dourado. O reality vai ao ar na TV Globo de segunda a sábado, depois de "Mania de Você", e domingos após o "Fantástico". Pode ser visto ainda 24h00 por dia, ao vivo, no Globoplay. O Multishow exibe diariamente 60 minutos, ao vivo, logo após o fim da exibição da TV Globo. A votação do programa acontece exclusivamente no Gshow. Os projetos multiplataforma e mais informações podem ser encontrados no site.

domingo, 23 de fevereiro de 2025

.: Entrevista: Mateus Pires revela a maior decepção fora do "Big Brother Brasil"


Ele afirma ter sido leal às alianças estabelecidas no
 reality show, mas revela ter se decepcionado ao deixar a casa e tomar conhecimento do que acontecia às escondidas. Foto: Globo/ Léo Rosario


Com uma trajetória pautada pelas amizades, o último eliminado da 25ª edição do "Big Brother Brasil" considera que travar as próprias batalhas foi seu maior desafio na fase individual do "BBB 25". Dupla da atriz Vitória Strada na primeira etapa da temporada, o arquiteto Mateus Pires deixou a casa na última terça-feira, dia 18, com 65,30% dos votos. Ele afirma ter sido leal às alianças estabelecidas no reality show, mas revela ter se decepcionado ao deixar a casa e tomar conhecimento do que acontecia às escondidas. 

“Dentro do meu próprio quarto havia pessoas que estavam falando mal de mim pelas costas e eu não tinha ideia. Eu sinto que existia uma expectativa de que eu decifrasse o mistério da Thamiris e da Camilla e conseguisse botar luz nessas mentiras. A verdade é que quando você tem uma visão tão pequena de tudo, é muito difícil fazer essa análise e todas essas acusações”, reflete o ex-brother. Agora longe da disputa, Mateus analisa as alianças no grupo ao qual pertencia e conta, na entrevista a seguir, que conselho daria para a sua ex-companheira de jogo, se tivesse a chance. O arquiteto também comenta as rivalidades que teve no jogo e monta seu pódio do "BBB 25".
 

O que significou para você participar do "BBB 25"? Que balanço faz dessa experiência?
Mateus Pires - O "Big Brother" é a experiência mais absurdamente maravilhosa que eu já vivi. Uma experiência que eu desejo para as pessoas que realmente querem estar no programa, que se inscrevam e se dediquem a isso, porque é um sonho muito gostoso de viver. Eu tive essa oportunidade e desejo a todas as pessoas que têm essa vontade que consigam. É muito grandioso, você se desliga de tudo o que existe aqui fora, não tem nada que te traga o mínimo de resposta. Você tem que confiar em você e nas pessoas com quem você conversa ali dentro. É a melhor oportunidade da minha vida. Eu vou tentar agarrar tudo o que eu puder depois dessa experiência, porque ali foi a conclusão de um primeiro sonho, e eu sei que agora virão diversos outros que eu vou tentar absorver da melhor forma possível.
 

Você passou pelo paredão quando ainda era dupla da Vitória Strada. Agora, ao enfrentar a berlinda sozinho, acabou eliminado. O que foi determinante para sua saída do "BBB" desta vez?
Mateus Pires - Eu acho que eu ter me posicionado da forma errada dentro do jogo, ter travado um embate que eu jurava ter sido tão certeiro com a Eva e com a Renata, sendo que dentro do meu próprio quarto havia pessoas que estavam falando mal de mim pelas costas e eu não tinha ideia. Eu sinto que existia uma expectativa de que eu decifrasse o mistério da Thamiris e da Camilla e conseguisse botar luz nessas mentiras. A verdade é que quando você tem uma visão tão pequena de tudo é muito difícil fazer essa análise e todas essas acusações, visto que você não tem certeza de quase nada, só da sua fé mesmo. A sua intuição falha às vezes, como a minha falhou comigo (risos).
 

Como dupla no reality, você e a Vitória tiveram algumas discussões na casa, principalmente por conta de interrupções em conversas. Como se sentia nesses momentos e como foi jogar ao lado dela? 
Mateus Pires - A Vitória é uma pessoa muito especial para mim, vou agradecê-la eternamente pela oportunidade que me deu. Eu sinto que a gente tem uma dinâmica muito gostosa de ver, porque quando estamos juntos, somos muito fortes. Mas isso não impede que nós, como grandes amigos, também tenhamos nossos arranca-rabos. A analogia com ‘Tapas e Beijos’ é perfeita para nós dois, porque é isso mesmo. Apesar das situações mais caóticas entre nós, no final do dia, a gente sabe que se ama e que vai estar sempre um com o outro independentemente do que acontecer.
 

Hoje, se pudesse dar um conselho à Vitória, qual seria? 
Mateus Pires - Meu sonho era poder mandar uma mensagem para ela! Eu diria para abrir os olhos para as pessoas que estão mais próximas. Eu sei que está todo mundo na correria para sair vitorioso e ganhar a bolada final, os R$ 3 milhões, os prêmios, mas você acredita que pode sair dali com amizades genuínas. Você acredita com unhas e dentes na pessoa que está dormindo ao seu lado e percebe agora que, na verdade, ela estava falando mal de você para a casa. E não só te dando toques, porque eu via os toques delas (Thamiris e Camilla) como dicas que poderiam ser prósperas para nós como equipe, como aliança. E você se decepciona. Então, meu recado para ela seria confiar em si e abrir os olhos para as pessoas mais próximas porque elas que podem estar minando a sua felicidade – e a gente nem sequer percebia isso.
 

Qual foi o maior desafio de seguir no jogo individual, na sua concepção? 
Mateus Pires - Meu maior desafio individualmente na casa foi travar as minhas próprias batalhas. Eu sinto que essa sempre foi uma questão para mim e para a Vi, porque nós não somos pessoas muito armadas. A gente é o tipo que tenta ter trocas por meio do diálogo, só que a partir do momento em que você está pela quinta semana seguida com a mira no pulso, você fica mais armado, querendo ou não. Então, até aquele pequeno comentário da Eva de “não precisa se justificar, não, amigo” me pegou de um jeito que eu falei “cara, mas eu estou há tanto tempo com essa mira e você nem sabe o que é isso. Eu só quero ficar de boa aqui e não consigo”. Meu principal desafio foi ter travado as batalhas certas.
 

Você disse ter um embate direto com a Eva no programa. O que motivou o início dessa rivalidade?  
Mateus Pires - Eu lembro que, quando tudo começou, eu tinha uma relação muito tranquila com as meninas, tanto com a Eva, quanto com a Renata. Eu via a Vitória numa situação um pouco mais desconfortável, mas sentia que essa percepção não era apenas dela, mas que algumas pessoas do nosso quarto traziam para a gente. E a Vitória me perguntou, com uma cara de preocupada, se eu estava reparando aquilo. Eu disse que não estava reparando nada. A partir disso, rolou uma dúvida nessa amizade com as meninas. E quando surgiu o comentário da Eva (sobre se justificar) eu percebi que aquilo tudo poderia ser verdade, esses olhares duvidosos e julgadores, te apontando defeitos. Eu peguei essa fala da Eva como a prova que eu precisava para travar a batalha.
 

Ainda no início do programa, você formou uma aliança com os integrantes do quarto Nordeste, mas esta semana as relações ficaram estremecidas nesse núcleo. Como analisa essa aliança e de que maneira observa os próximos passos do grupo? 
Mateus Pires - A aliança foi desde o início, eu me encantei muito pela história das meninas e também pela energia e pela forma brincalhona das duas (Thamiris e Camilla). O que acontece é que quando você forma essa aliança no início do programa, você tenta deixá-la regada e cultivada ao máximo, porque são pessoas pelas quais você criou afeto, que não votam em você e que você quer ter junto na final. E a gente julga baseado nisso. Mas o que eu vejo dessas últimas semanas é que começou a rolar uma forçação de barra em relação a essa crítica à Vitória e o que me decepcionou comigo mesmo foi que eu poderia ter visto situações como essas e ter me colocado. Algo como: “Gente, eu não acho tão legal falar dessa maneira”. Mas o que acontece também é que eu queria que a Vitória tivesse esse protagonismo, como eu vi que ela teve no quarto após a formação de paredão. Eu estava me sentindo tão desconfortável ali naquela cena, que eu lembro de ter levantado da minha cama e ter sentado na frente da Vitória para mostrar minimamente que eu estava ali e que poderia ser um amparo para ela. Ainda assim, eu acho que a Vitória fala brilhantemente bem, tão melhor que eu – ela tem uma oratória deslumbrante e eu falei isso diversas vezes durante o jogo – e eu sei que ela sabe se defender. Também não queria eu atravessá-la de alguma forma e deixá-la ainda mais fragilizada. Eu estava ali querendo ser o ombro amigo para ela chorar e desabar; eu estaria ali na frente dela para dar um abraço se ela precisasse. Eu estou torcendo muito pela intuição da Vitória falar mais alto. Acho que a aliança ali realmente acabou e, vendo pequenas coisas aqui de fora, eu já torço para que realmente tenha chegado ao fim, para que a Vitória consiga se relacionar com outras pessoas, perceba lealdade de outras pessoas. Isso foi até uma das coisas que as meninas pontuaram comigo antes de eu sair: “obrigada pela sua lealdade”. E eu falei: “eu vou ser leal a vocês sempre aqui no jogo”. Eu tinha essa visão de todo mundo ser amigo ali, de querer ver o outro na final. Então, dói assistir às cenas delas falando mal de mim e da Vitória em outros quartos, para outras pessoas, deixando os comentários de serem críticas construtivas e virando falsidade. Por isso, meu anseio para as próximas semanas é que a Vitória ouça a intuição dela e não se deixe abalar. Eu lembro que falei isso para ela nos meus últimos momentos. Eu sei que ela tem uma intuição muito forte e é uma pessoa brilhante.
 

No castigo do monstro, que enfrentou no último fim de semana, você precisou atribuir características a algumas pessoas da casa. Depois, pediu perdão ao Diego Hypolito por tê-lo apontado como “hipócrita”. Por que se arrependeu desse apontamento?  
Mateus Pires - Com relação ao Diego eu me arrependi muito desse adjetivo atribuído a ele porque, naquele momento, eu tinha outras pessoas às quais poderia atribuir essa característica de uma forma muito mais coesa. O Diego chegou a pedir desculpas por algumas situações em que a gente tinha uma certa expectativa em relação ao próprio jogo mesmo. Agora que eu tenho acesso a visões panorâmicas de tudo o que acontecia na casa, é muito fácil botar o dedo e falar: “Nossa, que errado eu ter cobrado o voto dele”. Mas lá dentro você tenta se aliar às pessoas, tenta criar essa confiança. E quando a pessoa não mostra essa confiança, você fala: “Quando você precisou do voto, a gente estava ali por você. Quando a gente precisou, você mudou de ideia de última hora”. Foi nesse sentido que eu atribuí o adjetivo a ele, mas pedi desculpa porque não precisava expô-lo para a casa toda daquela maneira. Isso tinha sido algo que nós já havíamos conversado e eu tinha outras pessoas que poderia ter atribuído a característica, e poderia ter sido muito mais certeiro. Não teria prejudicado o jogo dele nem o meu. A gente tinha uma aliança gostosa de ver. Depois analisando, até dentro do próprio confessionário, eu pensei que não era para ter sido daquela forma.
 

Algum acontecimento do jogo te surpreendeu quando chegou aqui fora? 
Mateus Pires - Eu acho que essa resposta ficou nítida na minha cara quando, no "Bate-papo BBB", me mostraram o vídeo das meninas conversando. Quando eu as vi falando aquele “tomara” para eu e Vitória irmos ao paredão juntos, aquilo quebrou meu coração. É muito louco, porque ali dentro você se agarra ao mínimo e faz desse mínimo o máximo, porque é o que você tem. Quando você sai dali, vê a proporção das coisas, o que tudo aquilo significava e percebe que não era como você imaginava aquela aliança. Não tem como não se decepcionar. Meu choque maior foi essa situação. É triste, eu não queria que fosse assim.
 

Quem deseja que vença o "BBB 25"? 
Mateus Pires - Eu torço muito pela Vitória, quero que ela tenha sucesso com tudo isso. Sinto que o que está acontecendo agora é uma provação para ela passar e se impor da melhor forma possível dentro da casa. Torço muito por ela, pelo Vinícius e pela Aline. Esse seria meu Top 3 se eu pudesse montar meu pódio.
 

Quem considera ser o participante mais forte na casa, o melhor jogador?  
Mateus Pires - Eu acho que eu e Vitoria não jogávamos tão bem (risos). A gente estava bem desligado – o que eu acho muito cômico. Às vezes a gente dá oportunidade para umas pessoas que a gente nem imagina que vão nos sacanear. Isso já aconteceu aqui fora também, coincidentemente. Mas eu acho o Vinícius um jogador muito bom. Ele joga com o coração, é uma pessoa muito coesa. Todas as vezes em que a gente teve troca, eu sentia o comentário dele diretamente para aquilo que estava me machucando e que eu, talvez, não soubesse externar da melhor forma. Sabe quando você tem algo que te dói e você não consegue colocar nas palavras certas, apesar de saber que aquilo está dentro de você? Teve uma situação com a Gra (Gracyanne Barbosa), logo após o monstro onde houve a questão com o Diego, em que ela falou: “Se fosse comigo, você nem teria oportunidade de conversar”. O Vinícius estava também na cozinha e viu essa cena. Ele falou depois comigo: “Cara, eu não quero ver você nessa posição. Eu vi que você estava frágil, que aquele comentário te atravessou. Só não deixa isso acontecer”. E eu falei: “Obrigado por esse comentário, porque eu também senti que me atravessou muito e doeu ali”. É muito legal ver que ele é um jogador que percebe as nuances escondidas das outras pessoas. Foi uma sensação muito bacana.
 

O que muda na sua vida após essa passagem pelo reality? Pretende continuar atuando no ramo da Arquitetura? 
Mateus Pires - As minhas expectativas para esse pós-programa são as melhores possíveis. Eu quero abraçar todas as oportunidades que surgirem e que fazem sentido com o que eu desejo para a vida. Eu amo a Arquitetura e quero ter a oportunidade de colocá-la dentro de cenas novas. Qualquer coisa relacionada a casa, lar... todas essas questões ligadas à construção civil sempre me cativaram muito. Então, certamente, eu não quero nem vou abandonar isso. Mas quero fazer coisas correlatas com divulgação também, botar a minha visão de Arquitetura numa outra escala. Esse é um sonho.
 

O "BBB 25" tem apresentação de Tadeu Schmidt, produção de Mariana Mónaco e Rodrigo Tapias, direção geral de Angélica Campos e direção de gênero de Rodrigo Dourado. O reality vai ao ar na TV Globo de segunda a sábado, depois de "Mania de Você", e domingos após o "Fantástico". Pode ser visto ainda 24h00 por dia, ao vivo, no Globoplay. O Multishow exibe diariamente 60 minutos, ao vivo, logo após o fim da exibição da TV Globo. A votação do programa acontece exclusivamente no Gshow. Os projetos multiplataforma e mais informações podem ser encontrados no site.

.: Entrevista: Lucinha Lins retorna às novelas como Ruth em "Volta por Cima"


Guilherme Weber, Lucinha Lins e Rodrigo Fagundes posam caracterizados como Marco, Ruth e Gigi, respectivamente. Foto: Globo/ Manoella Mello

A atriz Lucinha Lins passa a integrar o elenco de "Volta por Cima" como Ruth, personagem que marca o retorno da atriz às novelas da Globo. "Acho que o universo andou me ouvindo", diz ela ao falar sobre a personagem que trabalhava em um cassino clandestino e era amante do contraventor Rodolfo (José de Abreu), que retirou de seus braços o filho que tiveram. Tudo aconteceu quando Marco (Guilherme Weber) ainda era um bebê e Rodolfo casado com a mãe de Gerson (Enrique Diaz).  Desde que soube que era filho de Rodolfo, Marco fica decidido a encontrar a mãe e pede a ajuda de Belisa (Betty Faria) para buscar pistas sobre seu paradeiro. Ruth surge na trama em cenas previstas para o final da próxima semana. Na entrevista abaixo, Lucinha Lins conta mais sobre o novo trabalho na novela de Claudia Souto.


Qual foi o sentimento de receber o convite para participar da novela?
Lucinha Lins - 
Acho que o universo andou me ouvindo. Fiz um comentário recente dizendo que estava com saudades de novela. Eu gosto daquele encontro, eu gosto da família que se reúne todos os dias, dos papos, das brincadeiras... E aí o universo ouviu esse meu comentário e mandou um convite delicioso desse. Uma novela de sucesso, ótima, que eu tenho acompanhado. E estarei ao lado de atores que respeito demais, com gente com quem eu trabalhei e de uma garotada nova linda que está botando pra quebrar. Eu fiquei muito feliz com esse convite.

Sua última novela na Globo foi "Chocolate com Pimenta". Como está sua expectativa para esse retorno?
Lucinha Lins - 
Faz tempo que eu não gravo novela na TV Globo. É um recomeço, mas um recomeço diferente porque agora a gente já tem uma certa experiência, são 50 anos de carreira, mas sempre dá aquele frio na barriga. Estou nervosa, ansiosa e entrando em uma novela que já está nos trilhos há muito tempo, com um elenco muito afiado e trazendo uma personagem que eu estou tendo que criar para começar a gravar. Eu estou muito feliz com isso, espero que dê tudo certo.

Sua personagem contracena com José de Abreu, Betty Faria... nomes, assim como você, consagrados na dramaturgia. O que esse encontro representa para você?
Lucinha Lins - 
Eu estou me encontrando com pessoas que eu respeito, admiro, amo, gente que eu trabalhei. O meu abraço com Betty Faria foi encantador. Eu me senti muito bem-vinda, fiquei emocionada com a minha chegada na Globo para começar esse trabalho, ver figurino, conhecer a direção, a produção. Tudo é muito novo e eu me senti muito acolhida. Foi emocionante e será emocionante daqui para frente todos os dias. Porque eu tenho muito a aprender ainda, e fazer uma novela sempre é um aprendizado muito grande, é uma descoberta muito grande. Então, vamos descobrir quem é esta mulher e aprender com ela e com os meus colegas maravilhosos os caminhos que nós vamos seguir.


"Volta por Cima" é criada e escrita por Claudia Souto, com colaboração de Wendell Bendelack, Julia laks, Isadora Wilkinson e Juliana Peres. A novela tem direção artística de André Câmara e direção geral de Caetano Caruso. A produção é de Andrea Kelly e Lucas Zardo, e a direção de gênero, de José Luiz Villamarim.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

.: The Masked Singer Brasil: entrevista com ator Paulo Lessa, o Jesuíno

Paulo Lessa, o Jesuíno do The Masked Singer Brasil 2025 Foto: Reprodução de 'The Masked Singer Brasil' (2025)/TV Globo

O "The Masked Singer" de domingo, 16, desmascarou o personagem Jesuíno, que conquistou o Brasil em ‘Cordel Encantado’. Por trás da fantasia, o ator Paulo Lessa conta o desafio de participar de um reality musical, especialmente pela exigência vocal: “Foi incrível porque eu realmente achava que não poderia participar de um programa de música. Apesar de ser um amante e consumir o tempo todo, achava que não tinha capacidade vocal [...]. Foi exatamente o fato de participar como personagem que acabou me encorajando a entrar num programa que eu achava que não seria capaz. Então, é muito legal isso, como o personagem acabou me protegendo, e isso me fez curtir muito, ainda mais, o processo [...]”, diz.

Paulo Lessa foi revelado após a escolha do júri – formado por Belo, Tata Werneck, Tony Ramos e Sabrina Sato, além da convidada Susana Vieira –, em resultado ao duelo final com Nazaré Tedesco, fantasia que o júri optou por manter na competição. Antes disso, o episódio contou com performances individuais, e além de Jesuíno e Nazaré, se apresentaram Catarina e Petruchio, Juma e Penha. Todos passaram por uma votação da plateia, e, como os dois menos votados, Jesuíno e Nazaré se enfrentaram no duelo final, que resultou na eliminação de Jesuíno.

A 5ª temporada do "The Masked Singer" conta com apresentação de Eliana e Kenya Sade no comando dos bastidores e interação com a plateia. Esta edição, temática, celebrar as novelas em comemoração aos 60 anos da TV Globo. 

O reality é uma coprodução TV Globo e Endemol Shine Brasil, baseado no formato sul-coreano criado pela Mun Hwa Broadcasting Corp, com direção geral de Marcelo Amiky. O programa vai ao ar aos domingos na TV Globo, após ‘Temperatura Máxima’, e é reprisado às terças-feiras no Multishow, às 21h15. Confira a entrevista com Paulo Lessa!

 

Como foi para você participar do ‘The Masked Singer Brasil’?

Foi incrível porque eu realmente achava que não poderia participar de um programa de música, apesar de ser um amante da música e consumir o tempo todo, achava que não tinha capacidade vocal de participar do ‘The Masked’, e foi incrível mesmo, um aprendizado enorme.

 

O que mais te encantou no reality?

Foi exatamente o fato de participar como personagem que acabou me encorajando a entrar num programa que eu achava que não seria capaz, então é muito legal isso, como o personagem acabou me protegendo, e isso me fez curtir muito, ainda mais, o processo, não só da música, mas o de dar vida a esse personagem. A gente acaba aprendendo a lidar com a fantasia e acaba inserindo características também do personagem, independente da música.

 

Faria algo diferente em sua participação? O que?

Eu acho que não. Foi tão legal o processo, tanto o de preparação, com uma equipe maravilhosa à nossa disposição, quanto todos os aprendizados que tive, que acho que não faria nada de diferente. O processo de aprendizado foi muito gostoso, inclusive todas as dificuldades, principalmente o vocal, que acabei juntando com a performance, e de certa forma tem relação com o teatro. Confesso que estava um pouco receoso com tudo, mas durante o processo acabei curtindo muito. 

 

Como foi a preparação? 

Foi fundamental para que eu me encorajasse a cada dia a participar e desfrutar dos dias de programa. Eu que sou muito competitivo, estava super preocupado com isso, mas depois você vai entendendo que a questão vocal, claro, é considerada, chama a atenção, mas não é a principal. Temos uma série de desafios que não só a parte vocal. Até intensifiquei a preparação física, porque dançar com a fantasia e performar como Jesuíno exigia muito, mas a preparação vocal foi muito legal, todos os ensaios, esforço para encontrar o tom correto.

 

Qual foi a estratégia adotada para tentar confundir os jurados?

Era colocar o sotaque do Jesuíno sempre que eu ia falar. Fazia uma voz e tentava forçar bastante, colocar ênfase no sotaque, também mudar um pouco a forma de andar.

 

Você tem alguma relação com seu personagem? Assistiu e se recorda da novela que ele participou?

Eu não tive oportunidade de acompanhar a novela, então o Jesuíno foi um personagem que eu ficava viajando e criando a minha própria versão. Procurei não assistir agora porque eu realmente não queria imitar nada. 

 

Qual novela mais te marcou?

‘Tieta’ porque eu gostava muito da relação com a música, com a abertura, e tinha um trabalho de personagens muito fortes, muito emblemáticos, e de um elenco de atores muito impressionante. Betty Faria fazendo Tieta, a Joana Fomm fazendo Perpétua. Outro que eu adorava também era o Bafo de Bode do Bemvindo Sequeira. Enfim, era uma história ótima com personagens maravilhosos.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

.: Giovanna Jacobina no "BBB": "Eu fui para jogar, não para viver romance"


Veterinária protagonizou conflitos que elevaram a tensão no confinamento, além de ter se permitido viver um romance. Foto: Globo/ Léo Rosario


Giovanna Jacobina iniciou sua participação no "Big Brother Brasil" lado a lado com irmã Gracyanne Barbosa – a quem tem como grande inspiração – mas deixou o jogo sozinha nesta terça-feira, dia 4, com 52,61% dos votos. Primeira participante a se despedir do "BBB 25" de maneira individual, a ex-sister enfrentou a berlinda com Gracyanne Barbosa e os irmãos Diego e Daniele Hypolito, e viu sua dupla ganhar mais uma chance no jogo dentro do quarto secreto. Em seus últimos dias no programa, a veterinária protagonizou conflitos que elevaram a tensão no confinamento, além de ter se permitido viver um romance com Maike. Sobre essas situações e muito mais ela conta na entrevista a seguir.


Você e a Gracyanne foram indicadas ao paredão em dupla. Como foi receber a notícia, já fora da casa, de que somente você foi eliminada? 
Giovanna Jacobina -
Eu fiquei mais preocupada com ela, de ela se sentir forte e se manter centrada, de não se preocupar comigo aqui fora, porque ela pediu desculpas. Eu acho que ela fica muito preocupada em como vai ser a minha vida. Desde que eu me entendo por gente, ela já é famosa, então está acostumada a lidar com isso, e eu saindo sozinha, sem a companhia e a orientação dela, talvez ela fique com medo de como vai ser, de como as coisas foram vistas aqui fora também. Eu fiquei muito feliz por ela continuar, vou ficar firme e forte na torcida. Tenho total confiança de que ela é superguerreira e vai mandar benzão! A dinâmica foi uma surpresa para mim, pois nenhuma das duas queria sair. Eu queria viver tudo o que o programa proporciona porque é incrível, foi a melhor experiência da minha vida. Mas também fico muito feliz por ela ter ficado.
 

O que faltou para permanecer por mais tempo no "BBB", na sua opinião?
Giovanna Jacobina - 
Eu acho que, no jogo, as coisas não aconteceram diretamente voltadas para nós, então não tinha muito como a gente ter reagido. A gente seguiu com o nosso coração e com os nossos princípios. Se a gente tivesse forçado uma briga além disso ou algo mais planejado, não seríamos nós mesmas e talvez eu me arrependesse. 

 
Agora o jogo segue de forma individual. Se tivesse permanecido na casa, o que mudaria na sua estratégia nessa nova fase?
Giovanna Jacobina - 
Talvez eu falasse mais coisas, porque em alguns momentos, como quando eu briguei com a Eva e a Renata, a Gra me deu uma controlada, falou que não tinha necessidade de eu ter gritado. Acho que jogando de forma individual eu teria pensado: “eu faço como eu quero”. Mas jogando em dupla, por ela ser minha irmã mais velha, eu escutava muito o que ela me orientava. Então, talvez, jogando sozinha, eu não me preocupasse tanto em prejudicar a dupla. Eu faria a minha parte, jogando do meu jeito. Talvez rolasse isso.

 
Depois de algum tempo próxima do Maike, vocês acabaram ficando, já na sua última semana no "BBB". Acha que esse romance tem chances de seguir na vida aqui fora?
Giovanna Jacobina  - 
Não sei. Eu entrei com a cabeça de que eu não ficaria com ninguém, porque eu fui para jogar, não para viver romance. Mas ali é uma experiência única e você fica muito carente. O Maike é uma pessoa muito legal, é um cara muito respeitador, muito carinhoso, dentro do limite do respeito. Em nenhum momento ele foi além do que ele tinha de espaço permitido por mim. O fato de termos ficado rolou também por carência, mas foi espontâneo e eu não me arrependo. Eu não sei como vai ser aqui fora nem como ele vai estar lá no jogo, se ele vai se envolver com outra pessoa... Ainda tem muito tempo lá dentro e a carência é muito grande.

 
Você chegou a cogitar que ele tivesse algum interesse pela Renata e, por isso, estaria dividido. Como observa a relação entre os dois? Na sua visão, existe a possibilidade de acontecer algo entre eles?
Giovanna Jacobina  - Acho que tem total chance de acontecer alguma coisa entre os dois, principalmente por eu já ter sentido que havia essa dúvida nele. Mas eu achava que eu já era a primeira opção, por comentários que chegaram até mim. Eu inclusive falei para ele: “se você está na duvida entre as suas opções, pode ficar com a segunda”. Eu não gosto de disputa, gosto que o homem seja explicitamente meu fã (risos), isso mexe um pouco com o meu ego. Então, eu não ia querer ficar dividindo, nem ficar de “tititi”, até para não criar uma rivalidade feminina. Mas acho que tem muita chance de isso acontecer, até mesmo pela carência e pelo tempo que ainda tem na casa.

 
Você se mostrou bastante incomodada quando assistiu às falas de Renata e Eva no almoço, inclusive chegaram a ter uma breve discussão. O que mais te atingiu naquele episódio? 
Giovanna Jacobina  - Elas não falaram nada diretamente sobre mim, mas me atingiram quando falaram da Camilla. Além de ser uma pessoa da qual eu me aproximei muito na casa, ela é uma mulher preta, assim como eu, então tocou num ponto delicado para mim. Da forma como elas falaram e como a gente viu, me bateu como se a Camilla fosse uma funcionária delas e, por isso, elas não queriam colocá-la com o “castigo”. Eu tomei as dores da Camilla porque isso doeu muito em mim. Eu fui mais na defensiva da Camilla do que por algo relacionado a mim mesma quando eu as chamei de falsas, porque elas tinham um tratamento muito bom com a Camilla, eram muito carinhosas e brincalhonas, então falar sobre ela daquela forma me soou falso. 

 
Quem foi seu maior rival no jogo? 
Giovanna Jacobina  - Foi o Diogo. A Dona Vilma fica meio de “bucha”. O Diogo que é o articulador, é ele quem está preparado e que tenta manipular a casa, e traz a Dona Vilma junto com ele. Ele é quem tenta fazer um jogo bem pensado e planejado, com palavras muito bonitas e atitudes ruins.


Você apontou a Vilma como mentirosa e tiveram uma sequência de discussões, que se estenderam ao Sincerão. Que “mentiras” ela contou e o que mais te incomodou nessa situação?
Giovanna Jacobina  - A questão dos Joãos foi mal interpretada pela galera aqui fora, pelo pouco que eu vi. O que foi citado deles lá dentro do confessionário não foi apontar para votar, até porque eu menciono que não votaria neles, e a Gra concorda comigo. Dentre as possibilidades que havia na casa não tinha como não mencionar o nome deles. Então, na minha visão, eu mencionei a possibilidade, assim como as outras três duplas que estavam disponíveis, mas que não necessariamente eu indicaria eles. No jogo, não tinha lógica. Nós sabíamos que Aline e Vinicius tinham votado na gente, então não tinha por que ir em outra dupla que não tinha nada a ver, que não tinha votado na gente e que eu sabia que tinha um carinho por mim. A Camilla e a Thamiris a gente já tinha protegido, então não tinha lógica a gente votar em alguém que não fossem Aline e Vinícius, mesmo tendo um carinho por eles. Esse seria um contragolpe mais inteligente do que indicar outra dupla que não tinha nada a ver. 

 
O que mais gostou de viver no "BBB" e o que foi mais desafiador nessa experiência?
Giovanna Jacobina  - 
Eu gostei muito das festas, com certeza, mas a convivência com as pessoas foi muito importante para o meu amadurecimento. Eu não esperava que fosse reagir bem à Xepa, por exemplo. Eu sempre fui mimada em casa, minha mãe deixa frutinha cortada para mim na geladeira. Eu cheguei na Xepa e comi coisas que eu nunca tinha comido na vida: rabada, fígado, moela, língua. Na veterinária, eu estudava anatomia visualizando a língua; eu falo para as minhas estagiárias suturarem a língua. Eu tenho muito contato com a língua visualmente, então comê-la era muito difícil. Mas eu comi as proteínas todos os dias e isso me deu um certo orgulho, porque consegui vencer essa dificuldade. Além de comer de tudo, eu aprendi a fazer feijão, aprendi a fazer lentilha, lavei roupa... essas partes foram bem legais; minha mãe deve estar orgulhosa (risos). As provas de resistência são sinistras. Não sei quanto tempo eu fiquei na última prova do líder, mas eu já entrei com vontade de fazer xixi e o corpo humano é uma coisa enlouquecedora. Eu sentia que minha barriga estava estufando cada vez mais, mas não queria desistir... e tinha que ficar contando aquelas moedas. Não sei se eu teria aguentado mais tempo se não fosse por isso. Mas as provas de resistência são uma loucura! Acho que todas as provas, na verdade, porque eu e a Gra não fomos muito bem (risos). Parecia superfácil, mas quando a gente terminava as provas a gente falava: “Cara, não é possível! A gente ficou em 6º, 7º, tudo ruim...” As provas parecem ser bem mais fáceis, mas são muito difíceis. Ainda assim são divertidas, eu ficava ansiosa para fazer, era bem legal.

 
Algum episódio do confinamento te surpreendeu quando chegou aqui fora? 
Giovanna Jacobina  - Acho que a questão que foi comentada sobre os “leões” no quarto e “gatinhos na sala”. Isso me surpreendeu porque eu não imaginava que seria sobre o nosso grupo. A gente pensou que fosse para outras pessoas e não para nós. Imaginávamos que as nossas posições externalizadas eram boas o suficiente.


O que muda na sua vida após a participação no reality? Quais são seus próximos planos?
Giovanna Jacobina  - 
Eu estou aberta a todas as possibilidades que surgirem, trabalhos, oportunidades... Eu sou apaixonada pela minha profissão, pela Veterinária. O que eu estudei vai continuar na minha vida, no meu currículo, e eu vou aproveitar tudo o que o programa puder me proporcionar. Também posso fazer uma pós-graduação na minha área para me profissionalizar... estou aberta ao que vier, mantendo sempre meu amor pela minha profissão também.

 
Agora que está fora da disputa pelo prêmio, quem colocaria no seu pódio do "BBB 25"? 
Giovanna Jacobina - O primeiro lugar é da Gracyanne; o segundo, da Thamiris; e o terceiro, da Camilla. Ainda não vi muitas coisas, mas o meu carinho por elas é muito grande e eu sei que elas vão ser essenciais para dar uma força para a Gra. Eu acredito que, estando longe de mim e da família, ela possa se sentir um pouco fragilizada, com saudades. Eu sei que a Gra confia muito em mim, a gente tem muito carinho e cuidado uma com a outra. E a Camilla e a Thamiris podem suprir um pouco disso para ela.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

.: Entrevista com Carla Marins, a garota rebelde de "História de Amor"


Carla Marins celebra o retorno da marcante Joyce de "História de Amor". Na imagem, a atriz caracterizada com o a personagem. Foto: TV Globo / Arley Alves


Um dos maiores sucessos de Manoel Carlos, "História de Amor" estará de volta a partir do dia 10 de fevereiro, no "Edição Especial", quase 30 anos após a exibição original. A adolescente Joyce, vivida por Carla Marins, é um dos grandes destaques da trama e da carreira da atriz, que começou na TV no início da década de 1980. Rebelde e de atitudes explosivas, a personagem vivia uma relação conturbada com a mãe, Helena (Regina Duarte), especialmente após engravidar do namorado Caio (Angelo Paes Leme). 

"Joyce foi um desafio para mim quando me vi escalada pelo diretor Paulo Ubiratan para viver essa adolescente de 17 anos que engravida do primeiro namorado, do alto dos meus 27 anos na época. Com muitas cenas fortes de embate e emoção com a mãe, ele precisava de uma atriz experiente para o papel", conta Carla. O reconhecimento nas ruas foi imediato e até hoje a personagem é lembrada. "Sem dúvida esse papel foi um marco, em uma década de ótimas tramas na TV brasileira. Mães me paravam na rua pra falar sobre a rebeldia da Joyce, ela era um exemplo a não ser seguido", relembra, aos risos. Na entrevista abaixo, Carla Marins comenta um pouco mais sobre o trabalho em "História de Amor".


Qual foi a sensação ao saber que "História de Amor" iria voltar?
Carla Marins - Fiquei muito feliz com a reexibição de "História de Amor", vejo como uma homenagem da Globo ao Maneco, por sua contribuição inestimável para a teledramaturgia brasileira e pelos seus 92 anos. Tenho uma enorme admiração e gratidão por ele.

O que esse trabalho representa na sua carreira?
Carla Marins - Sem dúvida foi um marco, em uma década de ótimas tramas na TV brasileira. Mães me paravam na rua pra falar sobre a rebeldia da Joyce, ela era um exemplo a não ser seguido (risos).

Considerava um desafio desse trabalho?Carla Marins - Joyce foi um desafio para mim quando me vi escalada pelo diretor artístico Paulo Ubiratan para viver essa adolescente de 17 anos que engravida do primeiro namorado, do alto dos meus 27 anos na época. Com muitas cenas fortes de embate e emoção com a mãe, ele precisava de uma atriz experiente para o papel.


E como foi o processo de criação da personagem, especialmente para interpretar uma jovem grávida?
Carla Marins - Trabalhamos com afinco na composição da Joyce pra ser o mais verossímil possível. Engordei um pouquinho porque já começava a trama grávida, cortei o cabelo e fazia cachinhos para parecer mais menina. No entanto, ao estudar as cenas sentia uma enorme facilidade devido ao texto do Maneco. Ele vinha realmente pronto, era uma adolescente falando, reagindo, tudo absolutamente coerente.

Quais as lembranças que guarda dos bastidores de gravação e do convívio com o elenco?
Carla Marins - Os bastidores eram ótimos, muito trabalho, muito texto. O diretor-geral Ricardo Waddington era detalhista e perfeccionista na direção, tinha muita troca entre os atores, nos divertíamos e conversávamos muito. 

E quais são os seus próximos projetos?
Carla Marins - 
Estou com projetos no teatro e cinema, mas ainda embrionários. Essa década que estou vivendo, dos 50, é muito interessante para avaliar o caminho percorrido e traçar novos desafios. Estou arrumando “a casinha” (cabeça e corpo) pra viver com autenticidade e vigor as próximas décadas que virão.

Com estreia em 10 de fevereiro, após o "Jornal Hoje", no "Edição Especial", a novela "História de Amor" é uma obra de Manoel Carlos. A novela tem direção artística de Paulo Ubiratan, direção geral de Ricardo Waddington e direção de Roberto Naar e Alexandre Avancini.

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