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quinta-feira, 18 de abril de 2024

.: Entrevista: Davi, campeão do BBB 24, escolhido pelo público, do início ao fim

Davi. Foto: Globo/ João Cotta  

Escolhido pelo público, do início ao fim. Da primeira à última decisão popular, muita coisa aconteceu com o baiano Davi em 100 dias na casa mais vigiada do país. Alvo desde a primeira semana, esteve no centro dos grandes momentos da temporada. Seu comprometimento com o jogo era sua maior defesa e não parou nas palavras: se materializou em posicionamentos firmes e em embates arriscados, mas também em atitudes de colaboração, em uma amizade fiel e, por fim, no título de campeão. Julgado pelos seus defeitos, Davi foi também amado pelas suas qualidades e terminou vencedor da 24ª edição do ‘Big Brother Brasil’ nesta terça-feira, dia 16, com 60,52% dos votos. Ele não só conquistou o prêmio de R$ 2.920.000, como chegou ao último dia no pódio que escolheu, tendo ao lado Isabelle e Matteus.

Ao analisar sua trajetória no reality, Davi constata o que lhe impulsionou durante a competição: “A minha maior força para chegar ao primeiro lugar veio desse sonho de criança de ser médico e de dar orgulho a minha mãe, de dar o direito a uma vida com mais conforto para toda a minha família. Eu acho que isso falou bem mais alto e me fez brigar pelo prêmio, me posicionar sempre e ser uma pessoa comprometida com o jogo, do início até o final. Fui para jogar mesmo, para me entregar, para viver o ‘Big Brother’ de cabo a rabo. Piquei a mula para frente e botei para andar. Mesmo com todas as dificuldades que eu passei no programa, Deus olhou para mim e fez a minha estrela brilhar”.

Na entrevista a seguir, Davi avalia em detalhes a sua trajetória no ‘BBB 24’, fala sobre as amizades e as movimentações de jogo. O baiano de Salvador revela, ainda, como pretende retribuir o carinho que vem recebendo do público nesta nova fase de sua vida e o que espera da carreira na Medicina.


Você foi o grande campeão do ‘BBB 24’. A que atribui essa vitória?

Eu acho que o que me levou ao primeiro lugar foi não desistir nunca do objetivo pelo qual eu fui lá dentro lutar: ser um médico, um doutor. É um sonho que eu tenho desde pequeno. A gente quer vencer, ultrapassar barreiras, testar nossos limites e ir para cima dos sonhos. Se a oportunidade chegou, a gente vai abraçar, independentemente dos espinhos que estiverem na frente. A minha maior força para chegar ao primeiro lugar veio desse sonho de criança de ser médico e de dar orgulho a minha mãe, de dar o direito a uma vida com mais conforto para toda a minha família. Eu acho que isso falou bem mais alto e me fez brigar pelo prêmio, me posicionar sempre e ser uma pessoa comprometida com o jogo, do início até o final. Fui para jogar mesmo, para me entregar, para viver o ‘Big Brother’ de cabo a rabo. Piquei a mula para frente e botei para andar. Mesmo com todas as dificuldades que eu passei no programa, Deus olhou para mim e fez a minha estrela brilhar. Com toda a humildade, eu consegui chegar aqui no primeiro lugar.


Foram 100 dias intensos na casa mais vigiada do Brasil. Quais foram os altos e baixos dessa experiência para você?

Os baixos foram todas as brigas, os momentos em que as pessoas me desprezaram dentro da casa. Os Sincerões foram muito pesados, mexeram muito com a dinâmica do jogo. Eu sempre fui o alvo principal do Sincerão, toda segunda-feira, e isso refletia a semana toda na casa. Eram vários assuntos que as pessoas inventavam sobre mim lá dentro, me acusavam de coisas que eu não era, então aquilo me fez sofrer bastante. Foram momentos em que eu me senti muito para baixo dentro do jogo. Quando a Leidy jogou as minhas roupas na piscina, eu me senti muito humilhado. Eu queria mesmo fazer alguma coisa, mas apesar da vontade, eu sabia que não era aquela pessoa. Eu sou alegre, divertido, brincalhão e não a pessoa que eles queriam que eu me tornasse. Eu tinha sonhos e fui ali para lutar por um objetivo. Eles queriam me transformar numa pessoa que eu não era, então esses momentos foram muito difíceis. Eu sempre quis o bem das pessoas e elas sempre querendo me colocar para fora da casa.

Os melhores momentos foram as grandes amizades que eu construí no decorrer do jogo, como a Isabelle, o Matteus e outras pessoas que eu vou levar para o resto da minha vida. Além disso, as provas que eu consegui ganhar e as conquistas que eu obtive lá dentro. É um programa de ganhos, aonde a gente vai para conquistar bens materiais. Eu consegui conquistar os dois carros, o dinheiro, a liderança... As mesas de café da manhã e de almoço que eu montava para a galera foram bons momentos dentro da casa. As alegrias, as dancinhas, a questão do ‘Calma, calabreso’, que teve uma repercussão positiva aqui fora. Lá dentro eu falei isso de forma natural, soltei naquela hora ali e deu certo. Eu agradeço a Deus, porque Ele sabe o que faz. E agora na final, esse grande momento que eu estava esperando e pelo qual eu lutei o tempo todo, que foi sair vitorioso, o campeão do ‘Big Brother Brasil’.


Do início ao fim da temporada, você optou por um jogo de comprometimento, como falou lá dentro. Antes de entrar no BBB, você planejou a estratégia que desejava seguir? Como se preparou para o game? 

Não tem cartilha para jogar o ‘Big Brother’. Antes do início do programa, quando eu já estava no confinamento, eu comecei a pensar o que iria fazer dentro da casa. Mas quando eu cheguei lá, me deparei com muitas situações, com pessoas de personalidades diferentes. A gente tem que se comprometer, ser sincero, falar na cara a verdade, não fugir dos embates, das brigas. Eu sempre ia pro embate, sempre colocava a minha opinião sobre qualquer assunto dentro da casa. Eu sempre deixei isso bem claro.


Chamou atenção do público e dos brothers o fato de você ter assistido apenas à última temporada do programa, o BBB 23. De fato, não costumava acompanhar o BBB? O que te motivou a se inscrever no reality?

De fato, eu não costumava acompanhar o programa. Eu assisti só ao do ano passado, o ‘BBB 23’, que a Amanda ganhou. Ela se inscreveu para o programa com o objetivo de quitar a faculdade de Medicina, porque ela tinha financiado 100% do curso. E como eu tenho o sonho de ser médico, eu falei: ‘A esperança é a última que morre, então eu vou me inscrever no programa’. E graças a Deus, consegui sair de lá com o meu objetivo. Foi isso que me inspirou a entrar no programa, esse foi o incentivo.


Outro ponto comentado dentro e fora do confinamento foi o fato de não conhecer artistas e celebridades consideradas populares, até mesmo integrantes do Camarote desta edição e famosos que visitaram a casa durante a temporada. Como era sua relação com a internet e as redes sociais antes de entrar no BBB?

Minha relação com a internet era bem pouca, porque na minha infância e na adolescência, até o ano passado, eu não era de ficar mexendo. Eu sempre tive que trabalhar e ir à luta, nunca tive tempo de ficar me comunicando, brincando ou jogando. Então, eu era meio perdido nesse lado de internet, por isso que eu não conhecia muitos artistas. Até quando eu cheguei na casa, alguns camarotes eu não conhecia mesmo. Acho que foi por não ter tido muito tempo, já que desde a infância até agora, antes de entrar no ‘Big Brother’, foi muito trabalho. Mas vou passar a me inteirar mais desses assuntos.


Logo na primeira semana, você foi ao paredão. Depois, enfrentou sucessivas berlindas. Por que acha que se tornou alvo da casa tão rapidamente?

Logo na primeira semana, teve aquela conversa e o mal entendido do Binn comigo sobre a questão do Camarote; também teve aquela briga minha com o Nizam. Quando o Binn trouxe o argumento dizendo que eu falei que Camarote não merecia ganhar o prêmio, eu não me recordava de falar isso e mantive a minha opinião firme e forte. A partir daquele momento, a galera da casa começou a me olhar de uma maneira diferente por algo que eu nunca falei, e eu comecei a me tornar alvo das pessoas. Eles tiveram uma percepção diferente de mim, não procuraram investigar ou saber a história direito. Nem eles mesmos, que estavam na conversa, lembravam. Ele [Binn] trouxe uma frase meio distorcida, com um mal-entendido dele próprio, e foi ali que começou toda a confusão comigo.


Você parecia tranquilo nas noites de eliminação. Como foi enfrentar vários paredões? Você realmente ficava tranquilo? O que se passava na sua cabeça nessas ocasiões?

Eu sempre mantinha a fé em Deus. Eu sofri muito na minha infância, quando pequeno, e agora, já adulto, eu tive que transformar toda a minha sofrência em alegria. Nunca pensei em ficar para baixo, então o que tivesse que acontecer aconteceria. Foi muito difícil enfrentar vários paredões no ‘Big Brother’, porque ali dentro você se depara com a rua, com a possibilidade de ser eliminado e, ao mesmo tempo, com o seu sonho de continuar no programa. O fato de saber que todas as atitudes que eu tomava dentro da casa, referentes a minha pessoa, não eram atitudes erradas – era eu mesmo tomando as minhas decisões, naturalmente – me deixava mais tranquilo. Ter consciência sobre a minha conduta e sobre os meus passos dentro da casa me fazia ficar tranquilo. Eu sabia quem eu era e o que eu estava fazendo. Eu não tinha o que temer no paredão se eu não fiz nada grave nem para prejudicar alguém. Simplesmente agi conforme a dinâmica do jogo pediu, fui para jogar.


Você teve diversos embates calorosos com Rodriguinho, Nizam, Lucas, MC Binn, Yasmin Brunet, Leidy Elin, entre outros. Quem considera ter sido seu maior adversário na competição e por quê?

O meu maior adversário no programa foi, com certeza, o MC Binn. Desde o início do jogo, a gente teve embates, começando por aquele mal-entendido e se arrastando pelo jogo inteiro.


Você costumava organizar as refeições no BBB, afirmava que gostava de fazer o mesmo aqui fora. Isso fez parte de uma estratégia de jogo, em algum momento, como adversários seus chegaram a dizer?

Não fez parte de nenhuma estratégia de jogo. Antes de entrar no ‘Big Brother’, eu passei pelo Exército e lá eu aprendi a cozinhar, a lidar com a cozinha. Quando eu era pequeno, não sabia fritar um ovo, não sabia fazer nem um arroz. Quando entrei no Exército, eu aprendi muita coisa. E isso vem da minha determinação, da minha vontade de querer fazer e dar o meu melhor – tanto de limpar a casa, até cozinhar. Eu não fiz curso, não fiz nada. Aquilo ali é a minha vontade de agradar as pessoas e querer o bem delas. Eu gostava de fazer e se tornou um hobby meu. Eu gostava de ver as pessoas felizes. Muitas vezes eu estava na Xepa, onde não tem muitos itens, e eu fazia para dar uma melhorada na alimentação, porque é algo que mexe com o nosso psicológico, então eu queria ajudar as pessoas dentro da casa.


Você e a Isabelle foram os dois participantes que entraram na casa por escolha do público e tiveram uma grande amizade no confinamento. Qual foi a importância dela para o seu jogo? E como foi conciliar a relação amizade x jogo, já que ela sempre deixou claro que não queria competir em dupla?

A fase mais importante foi logo no início, quando as pessoas me desprezaram muito, me deixaram de escanteio dentro da casa, e eu não tinha mais ninguém para conversar a não ser a Isabelle. Nesse momento, especialmente, ela teve uma grande importância para mim, porque a gente conversava, a gente brincava. É uma pessoa que não me desprezou em momento nenhum, que sempre esteve comigo. Ela me apoiou, me abraçou. Algum tempo depois, eu fui começando a conversar com outras pessoas, a me entrosar mais, e ela me incentivava. Ela me ajudou bastante.

Em relação ao jogo, foi muito tranquilo equilibrar, porque quando se trata de uma amizade, e não de jogar, a gente sabe respeitar o espaço e o limite de cada um. Como eu gosto muito dela e ela, de mim, a gente se aproximou por amizade. Então, foi uma coisa que aconteceu de forma natural, desde o início.


No começo do programa, você tentou uma aliança com integrantes do quarto Fadas e fez uma sugestão à Alane para troca de imunidades, caso ganhassem o Anjo. Mas foi depois da saída da Deniziane que vocês realmente passaram a jogar juntos. Qual era a importância da formação da aliança com o Fadas para o seu jogo?

Eu e a Isabelle chegamos a um certo ponto em que amigos divergem de opiniões, brigam, discutem. A gente teve uma discussão e ela disse que não queria mais conversar de jogo comigo. Como eu era uma pessoa que gostava conversar de jogo, eu tive que procurar pessoas para fazer isso. Foi quando eu tive que criar essa abertura. Eu sabia que a casa toda estava me desprezando, mas tive que ir atrás das pessoas. Eu achei interessante, analisei os comportamentos e procurei me entrosar com as melhores pessoas, no meu ponto de vista. Eram pessoas verdadeiras, de corações bons. Antes da saída da Deniziane, eu tentei ir, mas enquanto ela estava na casa, não me deu essa abertura para jogar junto com eles. Mas logo após a eliminação dela, eu pude me entrosar com o Matteus, a gente começou a malhar junto... Ele também estava precisando de mais força e a nossa amizade começou ali. As meninas também me conheceram melhor, viram o ser humano que eu sou e a nossa amizade foi acontecendo de forma natural. Eu queria conversar de jogo com a Isabelle, mas ela não queria. Acabou que a gente foi jogando juntos e viemos até o final.


Você conquistou mais de 9 milhões de seguidores e muitos fãs. Que mensagem gostaria de deixar para essas pessoas? O que elas verão de Davi nas redes sociais daqui por diante?

Como eu saí do programa e agora estou tendo em vista toda essa quantidade de fãs, de pessoas que me admiram e que abraçaram a minha história, eu queria muito agradecer a quem votou em mim, que confiou, que acreditou e que me deu mais uma chance, a cada vez que eu ia para o paredão, de continuar na casa e poder chegar à final. O meu sentimento é de eterna gratidão a essas pessoas do Brasil que se identificaram com o meu caráter, com o meu jeito de ser, com a minha personalidade. Viram que eu não era uma pessoa falsa nem manipuladora. Então, eu quero agradecer de coração e dizer que eu vou continuar dando o meu melhor aqui fora, como dei no ‘Big Brother’. Vou me empenhar mais em tudo o que for preciso para poder transparecer para o público o que eles pedem e esperam de mim. Eu prometi que entraria no programa para lutar para ser um médico e eles vão ver isso acontecer. Sei que é uma faculdade muito demorada, mas eles vão poder acompanhar toda a minha trajetória lá dentro, de estudo, de dedicação. Tudo o que for acontecendo eles vão poder acompanhar. Eu quero passar ao público essa confiança, porque eu não entrei no ‘Big Brother’ para ganhar o dinheiro, simplesmente, e sumir no mapa. Eu entrei lá para lutar pelo meu sonho. Eu vou buscar esse sonho e mostrar para eles que eu entrei lá para ser campeão, mas também para ser alguém na vida, para ser um doutor e dar orgulho a minha mãe, como eu sempre falei dentro da casa.


O que pretende fazer nessa fase após o programa, agora que é conhecido nacionalmente?

Quero entrar na faculdade de Medicina, me tornar um doutor. Quero ser um médico-cirurgião e me especializar nas áreas, estudar mais, fazer um mestrado, um doutorado, um pós-doc e por aí vai. Minha meta é ser um cirurgião-geral e, com fé em Deus, não parar de estudar.


Além da faculdade, o que deseja fazer com o prêmio que conquistou no BBB?

Eu tenho o sonho de dar uma casa para minha mãe morar em paz, estabilizar a vida dela sem se preocupar de trabalhar. Quero dar uma vida melhor às minhas irmãs, um trabalho digno para uma e uma escola boa para a outra pequena poder estudar. Quero também dar uma condição boa para o meu pai se manter na vida. Acho que dar uma vida melhor para a família é um grande sonho no Brasil e no mundo, e esse é um dos que eu tenho.

 

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Isabelle - Foto: Globo/João Cotta


"Meu maior objetivo era, de fato, ser campeã. E eu consegui alcançar. Essa vitória vem independentemente do pódio, em um sentimento de merecimento com o carinho do povo, os trabalhos que já estão chegando. Eu entrei com o interesse de ser campeã, e saio campeã". É com esta afirmação que Isabelle celebra, com muito entusiasmo, a terceira colocação do "Big Brother Brasil 24" (com 14,98% dos votos). A amazonense entrou no jogo decidida a honrar sua cultura e seguir seu coração, e não desviou desta rota em nenhum momento. Também por isso, se arriscou em um jogo solo que a levou até a final, não sem antes gerar críticas e desconfiança nos adversários. Foi a fiel-escudeira de Davi, manteve amizades com outros participantes com os quais também não jogou junto, engatou um romance no finalzinho da competição com Matteus – que começou a temporada como um de seus principais oponentes – e concluiu a participação no BBB com o sentimento de dever cumprido.

Nesta entrevista, Isabelle revisita os momentos que passou no jogo e fala, também, sobre a força de sua participação fora da casa, que uniu os bois Caprichoso e Garantido, do Festival de Parintins, em prol de sua permanência.

 

Você chegou à grande final da temporada e saiu com o 3º lugar. Na sua visão, o que te levou a esse título?

Acho que o que me trouxe esse título foi ter uma personalidade única, apesar de não ter agradado a todos, e uma forma muito íntegra de jogar. Outra coisa que também pode ter me levado a essa grande final foi meu carisma, minha alegria, essa luz toda que irradia vinda dessa ancestralidade cultural que tenho muito orgulho, que é de Parintins. Unificando isso à força do povo amazônica, que fortalece todo mundo que sai do Amazonas em busca de uma oportunidade. Então, acho que a minha torcida e o meu povo me fortaleceram muito para chegar até aqui. Também acredito que nos primeiros paredões, logo no início do jogo, a minha amizade com o Davi. Nós dois jogávamos de forma unilateral, o que nos fortaleceu como jogadores e como amigos e irmãos lá dentro. Então, acho que esses pontos contribuíram para que eu chegasse na final. E muito jejum e oração, orei muito lá dentro (risos).


Como foi chegar à final com o Davi, seu grande amigo, e o Matteus, seu crush na casa?

O Davi nunca deixou de ser meu top 2, desde o começo do jogo, e eu era o dele. Do fundo do meu coração, sem pavulagem, fico muito feliz com a vitória do Davi porque eu conheço a história dele e sei o sufoco que ele passou lá dentro, acompanhei desde o começo. Obviamente eu queria sair milionária e conseguir realizar o sonho da minha família de uma vez por todas, mas me alegra a vitória dele. Fico feliz como se fosse eu. Já o Matteus foi algo improvável porque ele não era meu top, éramos adversários, mas o finalzinho teve uma grande virada. Tanto que ele me mandou para o paredão nesses últimos dias. A gente deixou o coração de lado e foi jogar. Isso é jogo também. O Matteus foi uma grande surpresa, mas foi muito legal porque a gente pôde ficar se cheirando um pouquinho mais (risos).

 

Há diferenças entre a Isabelle de antes do ‘BBB 24’ e a de hoje? Quais foram as mudanças?

Acho que agora eu consigo considerar a minha resiliência porque lá dentro a gente se renova a cada dia. A dinâmica faz você se renovar. Eu entrei cheia de alegria, empolgação, extrovertida como eu sou, porém sem certeza das minhas fraquezas. E hoje saio muito alegre, grata, empolgada e resiliente, mas certa de que eu tenho fraquezas como todo mundo, como qualquer ser humano, principalmente estando em um confinamento. Quando eu entrei, tinha certeza de que eu não ia ter fraquezas e medos. E lá dentro eu tive medos, carência, muita saudade e fraquezas. Saio com a certeza de que eu sou um ser humano comum, principalmente dentro de um confinamento.

 

Qual era o seu maior objetivo ao entrar no reality? Acredita ter conseguido alcançá-lo?

Meu maior objetivo era, de fato, ser campeã. E eu consegui alcançar. Essa vitória vem independentemente do pódio, em um sentimento de merecimento com o carinho do povo, os trabalhos que já estão chegando. O valor do prêmio eu vou trabalhar aqui fora para conseguir fazer e acredito que, em nome de Jesus, vou conseguir em breve. E todos os sonhos que eu tenho vão se realizar, como o da casa própria, de tirar minha mãe do aluguel e dar a ela uma vida melhor. Eu entrei com o interesse de ser campeã, e saio campeã.

 

E qual foi o seu maior medo lá dentro?

Meu maior medo foi sobrecarregar as pessoas dentro e fora da casa levando emoções minhas. Porque você fica muito carente, triste, nervoso, e isso acontece sem querer. Então, eu acabei me sobrecarregando, guardando muitas coisas para mim. Por um lado, isso me deixava com a consciência tranquila, mas por outro fiquei um pouco triste. Mesmo tendo companheiros e aliados, eu não conseguia desabafar alguns sentimentos. Foi um grande desafio. Outro medo era a possibilidade de votar em pessoas que eu gostava. Na reta final, por exemplo, tive que pensar em votar na Giovanna, de quem eu já tinha sido próxima um dia. Estava distante naquele momento, mas não queria ter que votar nela por ter essa gratidão de que um dia ela me ajudou. Isso pesou muito para mim.

 

Durante o programa, você deu grande visibilidade ao festival de Parintins e à cultura amazonense. Como se sente ao saber que essa representação alcançou todo o Brasil através da sua participação no reality?

Esse é um dos motivos de eu ter entrado, para ser campeã e para levar um pouco da minha cultura nortista e amazonense de Parintins, da qual eu tenho muito orgulho. Eu sou o Festival de Parintins porque vivo isso desde cunhatã. Poder falar um pouco do valor que é o Festival de Parintins, que é do Norte, do Brasil, mas que muitas pessoas ainda não conhecem, me alegra muito. É uma festa, mas também uma fonte de renda para muitas pessoas. Por exemplo, alguns pescadores na época do Festival de Parintins viram pintores das alegorias. Ganham uma renda extra e sustentam suas famílias com isso. É uma festa que movimenta muitas vidas não só em Parintins e Manaus, mas no Amazonas e no Norte. Pessoas de Belém e Santarém, no Pará, de Roraima e outros estados vão para Parintins também. É uma grande fonte de renda para o povo que vive da arte. Fora essa paixão de dividir um pouco da cultura que fala dos povos indígenas, dessa magia que a floresta tem quando a gente a preserva, sobre a mãe natureza e os animais. Me sinto engrandecida e uma porta-voz de muitas outras vozes que podem ser ouvidas, mas estão camufladas.

 

Com a repercussão do programa, os bois Garantido e o Caprichoso se uniram para torcerem por você. O que isso representa?

Eu sou uma gota nesse oceano. O nosso Festival de Parintins já existe há mais de 50 anos e os bois, há mais de 100. A gente vive uma rivalidade saudável e essa unificação acontece quando alguma voz do Amazonas sai para ganhar o mundo. Sou muito grata e muito feliz, jamais em toda a minha vida apostei que isso aconteceria. Eu falaria de Parintins mil vezes, como falei, tanto do Boi Garantido quanto do Boi Caprichoso, porque um não existe sem o outro. É por isso que saio do programa me sentindo uma campeã. Eu não me vejo num pódio inferior. De verdade, me sinto muito campeã.

 

Você chegou a vencer uma prova do líder, mas cedeu o privilégio para a Beatriz. Depois de um grande impasse, por que tomou essa decisão?

É aí que entra essa questão de eu me colocar no lugar do outro. Dentro do jogo é necessário, muitas das vezes, você se priorizar, e aquele momento foi mais um dos que eu me coloquei no lugar dela. Ela falou muito sobre a festa, sobre o quanto ela precisava da imunidade porque estaria mais no alvo do que eu. Então, aquilo tudo mexeu muito comigo. Eu poderia ter sido mais incisiva, mas acho que foi como tinha que ser. A gente podia entrar num impasse e eu fiquei com medo de o Tadeu tirar a liderança de nós duas e dar para outra pessoa, então eu cedi para resolver a situação. Óbvio que o dinheiro me adianta muito, mas não nego que naquele momento queria muito ter vivido o sabor da liderança, para administrar o jogo e para ter a minha festa. Mas Deus sabe o que faz, aquele momento foi necessário.

 

Desde a entrada na casa, você permaneceu ao lado do Davi, mesmo quando a maioria dos participantes se voltou contra ele. Como avalia essa relação e que impactos a sua decisão por estar com o Davi levou para o seu jogo?

Não foi uma coisa que eu decidi, aconteceu naturalmente. A gente tinha alguns alvos em comum no jogo. Eu conheci o Davi no puxadinho e ele já veio para mim com um sorriso e conversas incríveis. Era um menino, um curumim muito feliz, alegre e gente boa. Quando começou o jogo, com a personalidade dele de jogador, eu vi que as pessoas não queriam ter a oportunidade de conhecê-lo. Elas queriam ter opções de voto e ele foi um voto confortável por muito tempo para a casa. Eu via aquilo e pensava que a pessoa de quem elas estavam falando não era a mesma que eu conhecia, mas eles também não queriam conhecer. Eu o via muito sozinho e excluído, e aquilo me deixava triste. Não queria que ele se sentisse assim, é uma sensação que ninguém merece ter. Eu o incentivava muito a ter outros amigos para não ficar tão isolado e por uma questão de jogo, porque é uma dinâmica de convivência. Muitos conselhos meus ele ouvia e vice-versa. A gente às vezes divergia, mas se respeitava no posicionamento. Entre subidas e descidas, não me arrependo de absolutamente nada. Voltaria e faria tudo exatamente do jeito como foi.

 

Vocês dois construíram uma grande amizade no confinamento, mas o jogo não foi tão afinado assim. O que acha que faltou nessa parceria para que pudessem formar uma aliança de game também?

É que ele pensava no jogo de uma forma muito incisiva e eu já era mais coração. Por exemplo, quando ele tinha uma questão com alguém, ele ia lá e resolvia na hora, e eu não, tento dar um pouco mais de espaço. Nesse ponto não tinha essa conexão, mas eu queria o conhecer além do jogador porque ele tem uma história de vida incrível. E a gente sempre teve alvos em comum, como o Bin, Nizan, Rodriguinho, Fernanda, o que aconteceu de forma natural, não foi algo que a gente combinou.

 

Apesar da aproximação com os integrantes do Puxadinho – Michel, Giovanna e Raquele – você também optou por não jogar com eles e isso acabou gerando um certo afastamento entre vocês. Por que essas amizades também não se transformaram em uma aliança na competição?

Porque eles tinham os meus alvos como aliados e isso dificultou para mim, não tinha como voltar atrás. Não tinha como mudar o Buda [Lucas Henrique], Bin e Fernanda de alvos para aliados. Mas eu acho que nós poderíamos ter, sim, sido amigos e deixado o jogo um pouco de lado. Eu fiquei triste da forma que as coisas aconteceram, me sentia muito sozinha, sentia falta de ter amigas mulheres dentro da casa, mas a gente acabou se afastando. Vi que eu não era prioridade e aconteceu.

 

Você defendia que jogava sozinha e tomava suas próprias decisões em relação às movimentações na casa. Qual era sua estratégia para chegar à final do BBB?

Em dia de votação, eu ouvia muito as pessoas, observava os cenários e votava conforme eu acreditava, tanto para mim quanto para a harmonia da casa. A minha estratégia para chegar à final, de verdade, sempre foi entender a dinâmica do jogo e viver tudo o que estava acontecendo. Eu nunca pensei em me aliar a alguém porque x ou y iam me ajudar a chegar á final. Sempre imaginei que as coisas iam acontecer naturalmente, como aconteceram na minha entrada no grupo Fadas. Meu interesse maior ali era ganhar provas. Infelizmente não fui líder, mas acho que o jogo foi acontecendo e eu não fugi dos embates. As pessoas falam que eu era planta, mas senti que fugiam muito de um embate comigo. Tanto que eu fui indicada ao paredão por líderes, nunca foi a casa se unindo para votar em mim. Eu ficava me questionando “de onde eu vou tirar embate com essas pessoas que não querem um embate comigo?”. A pessoa que não tem embates acaba ficando de fora dessas situações que também fazem parte da dinâmica, o dedo na cara. Eu não tinha como brigar sozinha por coisas que não faziam sentido para mim.

 

Fora da casa, o fato de “jogar sozinha” foi visto por algumas pessoas como falta de movimentação. Como enxerga esse apontamento?

Não só fora, mas também dentro da casa. Isso começou a me agoniar um pouco, as pessoas falando que eu tinha que me movimentar. Está errado, não existe um padrão para ganhar o 'Big Brother Brasil'. As pessoas faziam tanta pressão que eu acabei, quando entrei no grupo Fadas, me precipitando em algumas falas. Por exemplo, montar um pódio. Eu não estava preparada, naquele momento, para formar um pódio e acabei me precipitando numa conversa no quarto. Esse desespero de ter que formar uma opinião rápido para agradar as pessoas, para mim, foi um dos meus erros. Eu não deveria ter feito isso. Se eu comecei o jogo de forma unilateral e os rumos estão seguindo por uma forma que eu não concordo, eu tenho que seguir unilateral. Não afetou meu jogo, porque eu cheguei à final, mas lá dentro fiquei um pouco agoniada. O que é movimentação de jogo, é arrumar briga com alguém? Essa é a única forma de movimentação de jogo? Não existe uma fórmula para ganhar o programa, movimentação certa ou errada, não existe verdade absoluta. Lá dentro são personalidades, culturas e criações completamente diferentes. Cada um joga do jeito que achar que tem que ser. Não existe chegar à final sendo planta, ninguém passa despercebido pelo 'Big Brother', ainda mais nessa edição que teve várias dinâmicas, paredão turbo, 26 jogadores. Como é que alguém chega a uma final sem jogar? Eu vivi o meu jogo, não foi o de outra pessoa.

 

Nos últimos dias, você se entregou ao romance com o Matteus. Depois de hesitar, por que decidiu viver essa relação na casa?

Eu hesitei muito por conta do que ele tinha vivido no começo com a Anny [Deniziane], respeito muito ela como mulher e me coloquei no lugar dela. O Matteus era um alvo meu declarado por vários motivos. Depois a gente começou a ter uma conexão dançando juntos, mas tínhamos essa rixa de adversários. Quando comecei a andar com o grupo Fadas, percebi que ele não podia mais ser uma opção de voto porque a gente andava juntos. Conversando com as meninas, eu vi que existia um carinho que não era só da minha parte. Então, a gente conversou, ele falou que queria já tinha um tempo e explicou que não sentia mais como se tivesse um compromisso porque ela tinha terminado o relacionamento. Como eu tinha falado que eu não ia ficar com ele, me senti incoerente, mas como é que mantém a coerência dançando com um homem desse? (risos) A família dele veio falar comigo já, vou lá para o Alegrete conhecer o sofá que a avó dele gravava os vídeos do anjo (mais risos). Bora ver!

 

Enxerga a possibilidade de manter o relacionamento com ele fora da casa?

Eu trabalho muito, tenho que ajudar a minha mãe, e a gente vive muito longe um do outro. Eu já tive um relacionamento à distância anos atrás e foi uma experiência gostosa, mas teve algumas marcas não tão boas. Mas eu vou lá conhecer a terra dele e ele com certeza também vai lá no Amazonas visitar.

 

Quais os planos para daqui para frente, pós-BBB? Pretende voltar para o Amazonas e continuar sendo a cunhã-poranga do Garantido?

A gente vai ter o Festival de Parintins agora em junho. Tem ensaio, correria e uma grande loucura já acontecendo e vou me preparar para o festival. Quero muito trabalhar e conquistar aqui fora o dinheiro do prêmio do programa. Gostaria muito de trabalhar com comunicação, eu gosto muito de falar. Queria ter a experiência de trabalhar na TV, mas não me vejo como atriz. Não sei se a Globo me daria uma oportunidade dessa, mas se tiver que estudar, estou preparada para isso. Vou ver o que Deus tem para mim, para trabalhar e ajudar minha mãe.

 

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terça-feira, 16 de abril de 2024

.: BBB 24: entrevista com Alane, eliminada pertinho da final do reality

Foto: Globo. Divulgação

Foram 98 dias no "Big Brother Brasil". Faltaram apenas dois para alcançar uma das três vagas da grande final. Alane, que deixou o reality na noite de ontem, ainda não sabe dizer o que a afastou do pódio mesmo estando tão perto, mas destaca um grande legado dessa participação longeva na competição: "O BBB me ensinou a ter orgulho de mim, a acreditar no meu potencial e a ter mais amor-próprio e autoestima. Querendo ou não, quando eu voltava de um paredão, eu pensava: 'Nossa, alguém lá fora gosta de mim'. Acho que isso me ajudou muito", reflete, depois de ter enfrentado nove berlindas e ter sido eliminada na última da 24ª edição, contra Isabelle e Matteus, com 51,11% dos votos. 

Na entrevista a seguir, a paraense comenta o emblemático embate com Fernanda no confinamento e revela se está disposta a uma amizade com a sister aqui fora. Ela ainda fala sobre sua relação com os integrantes do grupo Fadas e mostra compreensão quanto à visão dos adversários por ser a recordista do vacilômetro da temporada, embora pondere que o erro foi usado como justificativa confortável nas formações de paredão. Confira:

 

Você passou 98 dias no ‘Big Brother Brasil’ e chegou muito perto da grande final. Faltou viver alguma coisa no programa, na sua visão? 

Dá vontade de viver os 100 dias, né? Eu sei que só faltaram dois, mas eu sou muito intensa. Até falei antes da minha saída que eu sou insatisfeita, no bom sentido, porque eu tenho sempre vontade de mais. Pelo que eu me lembro, e pelo pouco que eu estou vendo, eu fico muito alegre com a minha trajetória e com muito orgulho de mim. Mas a gente sempre fica querendo um pouco mais. Vejo que, em muitos momentos, eu tive medo, e o medo às vezes trava. Eu percebo que, se eu não tivesse tido medo, poderia ter me soltado ainda mais. Mas eu tenho orgulho de tudo o que passei.

 

O que, na sua opinião, pode ter tirado você do pódio nessa reta final? 

Não sei... Eu lembro que a Bia [Beatriz] teve um embate com o Davi, e em alguns momentos eu concordei com ela; não sei como isso pode ter sido visto. Vi que foi uma votação apertada, mas realmente não sei dizer.

 

Você ficou bastante abalada ao perder a prova do finalista na última sexta-feira, já que, com a derrota, estaria direto no paredão. Como foi enfrentar aliados (Matteus e Isabelle) nesta última berlinda? 

Foi muito difícil. Eu enfrentei nove paredões, mas é muito mais fácil quando a gente enfrenta um paredão com adversários. A gente até falava: "Tomara que cheguemos juntos ao top 5". Mas e aí? É inegável: a gente via as pessoas do Gnomos saindo mais. Então, apesar do medo que eu tinha de sair, eu via que os eliminados estavam sendo do outro grupo e sentia isso como uma esperança. Quando afunilou e ficamos nós cinco [Alane, Beatriz, Isabelle, Davi e Matteus], eu não sabia mais que padrão procurar e fiquei claramente apavorada. Fiquei com muito medo não só pela chance de não ir para a final como pela dificuldade de enfrentar pessoas que eu gosto. Seria muito mais fácil ir ao paredão na reta final com vários adversários, embates diretos que eu tive, do que com amigos.

 

Você e a Beatriz chegaram a verbalizar o medo de disputar uma vaga na final ou mesmo o pódio com o casal recém-formado e revelaram arrependimento por tentar uni-los em determinado momento. Acha que o envolvimento de Matteus e Isabelle pode ter sido determinante para a sua saída neste paredão? 

Acho que não. Lá dentro a gente tem muitos medos. Eu tinha medo do passarinho que passava, não voltava, e eu encarava como sendo um sinal (risos). Tudo que ameaçasse a minha ida para a final do programa me daria medo. E isso, como várias outras coisas, me deu medo também. Mas eu não acho que foi decisivo nem nada do tipo.

 

Você tinha a característica de se preparar bastante para as dinâmicas do Sincerão, onde se posicionava com firmeza. De que maneira isso impactava o seu jogo na casa? 

Acho que impactou de uma forma muito positiva. Eu sempre esperava muito pelo Sincerão, mas não como emparedada: eu queria ir como líder. Eu sentia, principalmente no início do jogo, que tinha muita gente na casa e eu tinha medo de não me conseguir fazer ser ouvida. O Sincerão era o momento em que, por estar ao vivo e eu estar falando sozinha, eu tinha certeza de que estavam me ouvindo. Eu sentia que conseguia me expressar, amava! Era meu momento favorito do jogo.

 

Você e a Fernanda protagonizaram um dos conflitos mais emblemáticos da temporada. O que motivou sua rivalidade com ela, que se estendeu por boa parte do jogo?  

Começou nesse embate mesmo. A Fernanda era uma pessoa com quem eu não tinha nenhum tipo de afinidade, principalmente pela divisão de quartos. Quando ela falou do meu corpo, foi algo que me despertou gatilhos que eu já tinha desde a minha infância por causa do ballet e do meu trabalho como modelo. Depois da briga, eu me olhava no espelho e escutava a voz da Fernanda. E a gente já tinha tido o problema do voto antes; o Matteus era líder e descobrimos no Dedo-duro que ela tinha votado em mim, mas tinha falado que não. A partir daí foi virando uma bola de neve. Só que eu via a Fernanda como um embate direto, mas não sentia raiva ou ódio dela. Eu senti raiva no momento da discussão, mas fora isso foi passando. Era uma pessoa que, no final do jogo, eu já estava até pensando em ouvir um pouco da história, achava que era legal e que tinha coisas boas que eu não conhecia, porque só a conhecia da porta do Gnomos para fora – e ela nem ia tanto da porta para fora (risos).   

 

Aqui fora, alguns fãs tinham o desejo de ver uma amizade entre você e ela e comentavam com entusiasmo sobre os poucos momentos de aproximação entre vocês duas na casa. Acha que existe essa possibilidade agora? 

A partir do momento em que a gente sai pela porta do BBB, tudo fica mais leve. Lá dentro tudo tem um peso muito grande. Lembro de uma festa em que a Leidy Elin estava brincando de entrevistar a gente e ela perguntou a pessoa com quem eu não queria ter contato aqui fora. Eu falei a Fernanda. Agora, estando aqui, apesar de ver um pouquinho dos vídeos com o que ela falou sobre mim, é uma pessoa com quem eu tenho vontade de sentar e perguntar: "Tá, e aí? Me explica, o que é que é?". Porque eu olho para a Fernanda e não vejo uma pessoa má. Acho que ela teve momentos de descontrole como todo mundo teve lá dentro. Então, se tivesse uma oportunidade, eu conversaria sim com ela, aconteceria essa possível interação.

 

Seu jeito explosivo em determinadas discussões foi apontado por outros brothers, principalmente pela mudança no tom de voz. Essa é uma característica que já existia aqui fora ou algo que surgiu no confinamento? 

Já acontecia. É que é muito difícil eu sair do sério, mas quando eu saio, eu viro aquela pessoa mesmo (risos). Até no teatro, quando eu interpretava alguma vilã, essa era a voz que eu usava porque é a minha voz forte, de estresse mesmo. Eu entendo que há uma diferença muito grande de uma voz para a outra, mas eu só me toquei realmente disso quando começaram a falar lá dentro. Quando o Tadeu mencionou, eu não sabia se eu ficava feliz ou com vergonha (risos). Mas eu sou assim mesmo. 

 

Você esteve sempre entre as primeiras posições do vacilômetro e as frequentes punições com perdas de estalecas eram motivo de muitos votos. Acha que isso pode estar relacionado ao fato de ter encarado 9 paredões no 'BBB 24' ou outros motivos tiveram mais peso para as indicações dos seus concorrentes? 

Eu via que o meu vacilômetro, apesar de ser uma realidade, era uma justificativa confortável que as pessoas tinham. Por algum motivo as pessoas sempre votavam em mim e usavam a desculpa do vacilômetro; era assim que eu sentia. Não que eu não estivesse errando, de forma alguma, mas eu sentia que era meio "Vou votar na Alane... Vacilômetro!". Tudo era vacilômetro. E eu ficava me perguntando: "Não tem outro argumento, é só isso?". Então com certeza ele influenciou. Mas não era uma coisa que refletia o meu caráter, o meu jeito de jogar. Era uma coisa extra, que era um erro, mas acho que eu poderia ter sido poupada de alguns paredões.

 

Então outras coisas em você incomodavam as pessoas, na sua opinião?

No Bate-papo com o eliminado, ontem, me perguntaram se meus momentos dançando eram algum tipo de VT ou não. E não eram, é algo realmente meu. Mas, pelo pouco que eu vi nos vídeos, acho que isso era visto como VT. Vi a Fernanda comentando algo como se eu estivesse tentando vender uma imagem. Acho que essa sensação que ela tinha fazia com que ela e outras pessoas votassem em mim. Mas também acho que não entravam no confessionário e falavam: "Eu vou votar na Alane porque ela vende uma imagem". Então, usavam a desculpa do vacilômetro. No fundo, talvez fosse por essa percepção do VT. 

 

No início do jogo, você não tinha uma boa relação com o Davi e chegou a recusar alianças com ele. O que aproximou vocês a ponto de formarem um grupo e qual foi a importância dele para que chegassem tão longe na disputa? 

Quem tinha um pouco mais de restrição de jogar com o Davi era a Anny [Deniziane]; ela deixava muito claro que não jogaria com ele. Eu e a Bia sempre gostamos muito do Davi. Fomos criando aproximação mais ou menos na época em que ele estava esperando o Big Fone tocar, acampado. E fui me permitindo gostar dele, independentemente do jogo, porque era uma pessoa que me cativava pelo jeito de ser. Acho que ele influenciou muito nosso grupo em questão de voto em comum, mas como amigo. O Davi é uma pessoa muito focada no jogo. Ele deixava muito claro quem era o pódio dele, falava que eu não estava nele, e por mim tudo bem porque eu não queria saber disso, eu gostava dele independentemente de pódio. E isso segue sendo verdade. Então, acho que ele influenciou muito no jogo, mas, assim como me aproximei das meninas pelo gostar, do Davi também foi por isso. O jogo acontece, mas o gostar influencia. Acho que ele nos agregou muito. A gente já jogava parecido, tinha os mesmos embates, então ajudava.

 

Você fez amizades na casa, especialmente com os integrantes do quarto Fadas. Pretende levar essas relações para fora do jogo? 

Sim! Todo esse top 5 eu quero levar para a minha vida. A Bia, inegavelmente, foi a pessoa com quem mais tive aproximação. É uma grande amiga, uma irmã que o programa me deu. O Marcus Vinicius, a Leidy e a Anny [Deniziane] também. A Anny me ajudou em vários momentos; quando eu ficava nervosa, ela me trazia para a realidade. A Leidy, apesar do embate que tivemos, eu admiro e espero que a gente possa conversar aqui fora. Com o Marcus também, meu conterrâneo de Belém. A própria Fernanda, quem sabe. A Pitel também é uma pessoa que eu admiro muito. Realmente não tenho raiva de ninguém, então, quem quiser ser meu amigo, vai ser, porque eu estou aberta a isso.

 

Quais os maiores erros e acertos que observa na sua trajetória no reality? 

Meus maiores erros foram o vacilômetro e os momentos em que eu guardei coisas para mim. Eu poderia ter falado mais, exposto mais o jogo que acontecia na minha cabeça. Mas, por medo de errar, não falava. Vejo que eram coisas coerentes com o que estava acontecendo. E o meu maior acerto – e acho tão óbvio falar isso – foi ter sido eu mesma e estar aberta a aprender. Aprendi muito no programa. Quando entrei, pensei que estivesse muito pronta, que não erraria, que estava preparadíssima. Conforme foi passando, eu vi que ainda tinha muito a aprender. E tudo bem eu ainda ter muito a aprender, estar vulnerável e com medo. Fui trazendo as lições como coisas que fazem parte do jogo também. 

 

Que aprendizados foram esses?

Eu aprendi a ter muito orgulho de mim. Eu tinha dificuldade com isso, ficava me autodepreciando. E, apesar de ainda rolar um pouco isso, acho que o BBB me ensinou a ter orgulho de mim, a acreditar no meu potencial e a ter mais amor-próprio e autoestima. Querendo ou não, quando eu voltava de um paredão, eu pensava: "Nossa, alguém lá fora gosta de mim". Acho que isso me ajudou muito.

 

Novas oportunidades podem surgir nessa fase pós-BBB. O que pretende fazer agora? Quer investir na carreira de atriz e/ou bailarina? 

O balé sempre fez parte da minha vida e sempre vai fazer, mas a minha carreira de atriz é o meu maior foco agora. Eu me mudei para São Paulo no ano passado e abandonei toda a minha vida em busca dessa carreira, e agora sigo focada nela, querendo muito que dê certo. Quero plantar muito para colher muito lá na frente. O balé eu amo, ele sempre vive comigo. Mas a minha carreira de atriz é, com certeza, o meu foco. Estou ansiosa para tudo que eu vou descobrir, tudo que eu posso fazer, todos os personagens que eu posso viver e para explorar esse meu lado. 


O ‘BBB 24’ tem apresentação de Tadeu Schmidt, produção de Mariana Mónaco, direção artística de Rodrigo Dourado e direção de gênero de Boninho. O programa vai ao ar de segunda a sábado após ‘Renascer’, e domingos, após o ‘Fantástico’. 

Além da exibição diária na TV Globo, o ‘BBB 24’ pode ser visto 24 horas por dia no Globoplay, que conta com 12 sinais com transmissão simultânea, incluindo o mosaico de câmeras, as íntegras e os vídeos dos melhores momentos, edições do ‘Click BBB’ e o ‘Mesacast BBB’, que também terá distribuição de trechos no streaming, no gshow, nas redes sociais e plataformas de vídeos, incluindo a versão em áudio no gshow e nas plataformas de podcast. Todos os dias, logo após a transmissão na TV Globo, o Multishow exibe uma hora de conteúdo ao vivo, direto da casa. O canal ainda conta com flashes diários, ao longo da programação, e com o ‘BBB – A Eliminação’, exibido à 0h30 de quarta para quinta-feira. No gshow, o público pode votar e decidir quem permanece ou deixa o jogo e acompanhar a página ‘BBB Hoje’, as páginas dos participantes e conteúdos exclusivos, como o ‘Bate-Papo BBB’, enquetes e resumos do que de melhor acontece na casa.

 

.: Entrevista com a eliminada: Beatriz do Brás, do Brasil e do BBB24



Ela é do Brás, é do Brasil e do ‘Big Brother’! Beatriz deixou sua marca na 24ª temporada do reality. Desde seus primeiros dias na casa mais vigiada do país, os bordões e as propagandas, herdadas de seu histórico como camelô e de sua atuação como divulgadora de lojas, chamaram atenção do público e deram cara a sua irreverência enquanto competidora. Por vezes contestada, sua alegria foi motivo de votos, de apontamentos e de brigas no reality show, principalmente quando nas festas extrapolava certos limites. Mas Bia garante que nada foi planejado nem forçado. “Eu sou assim aqui fora, tenho esse jeito de fazer e de falar. Tenho, sim, uma alegria muito grande que a rua e o camelô me ensinaram, a minha história de vida. É de mim mesma essa felicidade! Pode estar difícil, mas eu vou enfrentar com alegria. Essa sou eu. Não entrei no BBB pensando em falar ‘assim’ ou fazer ‘assado’”, destaca. Integrante do famigerado Top 5, formado integralmente pelas Fadas, a sister, inevitavelmente, precisou enfrentar seus aliados no paredão. A berlinda contra Isabelle e Davi levou a sua eliminação nesta terça-feira, dia 12, com 82,61% dos votos.

O ‘Big Brother’ pode ter chegado ao fim para Beatriz, mas a vontade de permanecer nas telinhas continua viva em seu coração: “Quero trabalhar na televisão, ser apresentadora, fazer novela, propaganda. Eu quero realmente poder acordar bem cedo, antes de o sol nascer, e ir para o set gravar, gravar, gravar; voltar para casa à noite e dizer: ‘Meu Deus, gravei demais hoje!’”, conta. Na entrevista a seguir, a quinta colocada do ‘BBB 24’ revela as sensações da experiência que viveu, declara seu maior rival na casa e diz o que pensa sobre o rompimento recente com o aliado Davi. Bia também fala dos bordões e das propagandas que adorava fazer reality, mas que incomodavam alguns de seus concorrentes.

 

Você falou algumas vezes que o ‘Big Brother Brasil’ era um sonho. Foi como você imaginava? Quais as semelhanças e diferenças?

Sempre foi um sonho entrar no BBB e superou as expectativas. O ‘Big Brother’ é uma coisa fora do normal, mas lá dentro ainda ultrapassa isso. Só sabe o que é o ‘Big Brother’ quem vive o programa. Eu me imaginava entrando na casa, eu me imaginava lá dentro, mas eu nunca planejei nada; eu pensei: ‘vou viver’. Até porque eu não sabia quem seria o elenco que iria entrar, quem eu iria encontrar por lá. Eu fui pronta para me jogar e viver tudo. Como é que você vai planejar uma coisa que você nem sabe como vai ser? Fora que esse ‘Big Brother’ foi bem diferente: a gente já entrou vendados, no meio de uma bola no gramado. Eu olhei para o lado e achei que o Rodriguinho era um lutador; vi a Wanessa Camargo e não reconheci. A minha vista estava turva, foi muita emoção, um ‘trelelê’ danado. Mas realmente supera as nossas expectativas, é muito melhor! Se você vai entregue para viver e para se jogar, supera em um nível extraordinário.

 

Você disse que não se via saindo da casa antes da final, mas nos últimos dias comentou que teria cavado a própria eliminação. Por que teve essa percepção? 

Eu não me via saindo da casa pela vontade de estar lá. Eu dizia: ‘Meu Deus, eu quero muito estar aqui, não cabe dentro de mim’. Se eu não me engano, eu acho que eu falei essa frase [sobre ter cavado a eliminação] em relação ao Matteus e à Isabelle. Eu e a Alane tivemos um surto, que eu até estou dando risada aqui fora. A gente sempre viu um clima e uma coisa muito bonita entre os dois. Eu conversei com a Alane, a gente começou a shippar e tal... de repente, tivemos um surto. Nessa reta final, em que a gente fica indo para paredão toda hora, o medo apertou. Aí a Alane disse: ‘Se formos eu, Isabelle e Matteus, eu saio, porque o casal o Brasil quer ver’. E aí começaram as paranoias. Mas no outro dia a gente já estava shippando de novo: ‘Se beijem logo, parem de ser lerdos vocês dois!’. A mente fica confusa e as emoções afloradas por conta da final que está chegando. Todo mundo quer chegar até a final, é um mix de emoções...

 

Desde o começo da temporada, no Sincerão, você foi apontada pelo seu jeito de agir no convívio e nas festas, e justificou que era sua alegria e não a mudaria. Acha que sua personalidade pode ter interferido no seu desempenho nesta reta final? 

Eu acho que por eu ter uma personalidade muito forte, eu não sei me calar, eu falo. Pode ser para um amigo ou um adversário. Eu sempre sou muito sincera, não sei fingir ou fazer de contas. Eu sempre vou lá falar na cara da pessoa. Talvez, o meu desentendimento com o Davi, esse danado, tenha levado a isso. Mas o que aconteceu entre mim e ele foi porque ele tem a personalidade forte e eu também, então deu um choque. Ele é uma pessoa de quem eu gosto muito, a gente sempre se deu muito bem na casa, só que o jogo tem dinâmicas. Acabou que chegou no Sincerão e, no meio da dinâmica, saiu um fuzuê. Talvez isso tenha, sim, acontecido por eu ter uma personalidade forte, esse costume de falar, de me posicionar.

 

Fora da casa, muitos desses momentos viralizaram como memes nas redes sociais. Alguns julgaram ser um personagem criado para o programa. O que tem a dizer a esse respeito?  

Eu dei risada, fiquei chocada. Isso é muito doido, porque eu fui eu mesma o tempo todo. Eu sou assim aqui fora, tenho esse jeito de fazer e de falar. Tenho, sim, uma alegria muito grande que a rua e o camelô me ensinaram, a minha história de vida. É de mim mesma essa felicidade! Pode estar difícil, mas eu vou enfrentar com alegria. Essa sou eu. Não entrei no BBB pensando em falar ‘assim’ ou fazer ‘assado’. Se a pessoa entra lá planejando o que vai falar e o que vai fazer, tende a dar muito errado, porque não funciona. Você não vai conseguir ser você e vai acabar se perdendo ao tentar criar algo que não é você. Eu já passei por muita coisa na minha vida, eu sou essa Beatriz que é humana, tagarela, que fala mesmo – gostou, fala; não gostou, fala – doidinha, maluquinha, mas muito alegre. 

 

As propagandas e os bordões eram sua marca registrada. Como foi levar essas ferramentas do seu trabalho aqui de fora para o BBB? 

Foi muito natural! Eu não pensei ‘Ah, vou fazer as propagandas para ver o que vai dar’. Eu amo o que eu faço aqui fora, poder divulgar, fazer meus vídeos no Brás, falar das roupas... E lá no BBB, eu sentia uma alegria muito grande, como eu sinto aqui fora. Quando eu pegava um produto, o meu coração batia mais forte, a alegria explodia em estar ali e falar das marcas. E eu também me sentia numa escola onde eu estava aprendendo. Eu já faço isso aqui fora, mas eu estava falando de marcas grandes, então eu via como um aprendizado, como uma bagagem para mim que tenho vontade de trabalhar na televisão. Como é falar da marca X ou da marca Y? Como eu faço? A alegria é algo que me move de uma maneira muito forte. Teve uma ação, que eu nunca esqueço – embora eu ficasse extremamente feliz em todas – durante uma festa, em que chegou um carrinho da marca e meu coração bateu tão forte, subiu um fogo, um negócio tão forte ao fazer a propaganda. Realmente, é a alegria que me move. Pode ser exagero ou não, mas é o que tem dentro de mim. E eu não sei esconder essa coisa pulsante.

 

Você foi do grupo Fadas. O que gerou a conexão e união dos integrantes, em sua opinião? E a que atribui o fato de seu grupo compor todo o Top 5 desta temporada?

Eu acho que o que uniu a gente foi a alegria e a sinceridade. Todo mundo do quarto Fadas – eu, Matteus, Davi, Alane e Isabelle – somos muito verdadeiros e pessoas extremamente alegres. A gente fala um na cara do outro, puxa a orelha, dá conselho. A gente se abraça e joga junto. A gente se uniu por gostar, por ter conexão, foi além de jogo. O jogo veio de forma natural, como uma consequência da amizade, do laço. O Davi e a Alane sempre me colocavam para cima. Às vezes um estava triste e o outro começava a pular, a cantar, aí todo mundo começava a fazer o mesmo. O outro estava triste e alguém falava: ‘vamos na piscina’. Aí ia todo mundo pular na piscina, dar uma de louco, fazer e acontecer. A gente tem essa alegria em comum, essa verdade, essa sinceridade, um jogo limpo. Eu acho que o que fez com que a gente chegasse aos finalmentes – eles ainda estão lá lutando pelo prêmio – foi, na verdade, essa espontaneidade, essa conexão que fez com que nascesse um jogo espontâneo, verdadeiro, natural e orgânico, sem precisar forçar nada.

 

Inicialmente, Davi e Isabelle não jogavam com vocês. Acha que o destino do grupo teria sido diferente caso eles não tivessem se aproximado? 

Talvez sim. Eu acho que tudo acontece como tem que acontecer e cada um do quarto Fadas tem um jeitinho muito único, cada um traz a sua história, a sua marca, sua garra, sua força e sua coragem e isso se complementa quando estamos juntos. Forma um fogo, um laço, um negócio. Eu acredito que, para quem assistiu, também era bem isso que eu estou dizendo, e para mim que estava lá dentro vivendo com eles, também era assim. Eu acredito que Deus fez o encaixe ali certinho, perfeito, como tinha que ser.

 

Qual foi a contribuição de ambos para o grupo das Fadas? 

A amizade com a Isabelle começou com uma calcinha que ela me deu. Ela sempre foi muito solícita, muito doce, meiga e sempre querendo ajudar todo mundo, com um coração gigante. A gente dormia na mesma cama, eu, ela e Wanessa; às vezes, só eu e ela. A gente tentava falar de jogo, mas tinha meio que um bloqueio. Quando ela me deu a calcinha, eu vi uma coisa muito boa na Isabelle e falei que não votaria nela. O Davi tem uma alegria muito grande que sempre me chamou atenção, fora a história dele que eu acho muito bonita. Ele tem vontade de ser médico e é uma pessoa extremamente alegre. Eu sempre achei o jogo dele coerente, é uma pessoa que se posiciona, que fala o que pensa. Eu sempre enxerguei um jogo legal, apesar de a casa toda ir contra. Eu sempre vi e senti coisas boas nele. O Davi já tentava se aproximar da gente, até que ‘casou’. Primeiro foi o Davi e depois, a Isabelle.

 

O que provocou o seu rompimento com o Davi nos últimos dias? Acredita que isso possa ter impactado o seu jogo de alguma forma? 

Foi a dinâmica do Sincerão. Ele tem uma personalidade forte, deu a opinião dele, eu dei a minha e nós dois ficamos ali debatendo. Por termos opiniões diferentes, houve um choque. Ele disse: ‘Ah, Bia, você não sabe quem você é’. Eu gosto muito dele, mas fiquei magoada e desabafei, expus. Em outro momento, eu não queria falar com ele justamente por gostar muito e saber que a gente poderia ir para cima e magoar um ao outro. Quando ele insiste, eu aceito conversar, mas acaba dando choque. O jogo, às vezes, leva para esses caminhos e a gente estava na reta final, com os sentimentos muito aflorados, muito emocionados. Às vezes uma dinâmica faz com que a gente aflore mais ainda e acontecem as coisas que têm que acontecer.

Eu acho que pode ter impactado, porque eu gosto muito dele, então fiquei muito chateada. É muito complicado, porque estávamos ali unidos e, nos finalmentes, dá essa rusga. É triste, eu fiquei magoada por ele ser meu amigo. É uma situação chata, que cria um clima estranho. A gente brinca muito um com o outro: é ‘lacreu’, cantoria, se joga na piscina. A gente já está ali aflorado, sente saudades de família, sente medo, tristeza e, se você se desentende com algum amigo lá dentro, o coração fica um pouco mais apertado.

 

Você foi líder duas vezes no programa. Que liderança foi mais importante? 

As duas foram de resistência, mas eu acredito que a do hot dog [foi mais importante] por ter sido no Dia Internacional da Mulher. Para mim foi uma honra gigante, inclusive o Davi estava comigo e foi muito guerreiro também, a gente deu o nosso sangue. E foi uma liderança em que eu tive a minha festa do ‘Brasil do Brasil’, meu programa. As duas foram incríveis. A primeira foi a história da minha vida, sobre camelô, e é a minha essência, a minha paixão, aquilo que eu carrego no meu peito, na minha alma. Nas duas lideranças, eu indiquei pessoas ao paredão que eu realmente tinha um posicionamento sobre e acabaram saindo. Deu certo. As duas foram incríveis, fora do normal, sensacionais.

 

Quais foram seus maiores rivais no BBB e por quê? 

A Fernanda foi uma grande rival. Logo no começo nós iniciamos um embate, teve o dela com a Alane também... tudo misturado. Todos os embates que eu tive na casa foram por conta dessa minha alegria. A Fernanda me emparedou por isso, o Lucas, também. Mas eu acho que o maior embate que eu tive foi com a Fernanda, porque foi uma coisa estendida. 

 

Quem você elege como o melhor jogador desta edição e por quê? 

Eu vou me colocar como melhor jogadora desta edição, porque cada um lá dentro é protagonista da sua própria história, cada um briga de um jeito e tem a sua própria estrela. Mas eu digo isso porque eu fui eu mesma e dei o meu máximo, eu me entreguei, me joguei. O ‘Big Brother’ não é uma receita de bolo para você dizer: ‘Vamos bater dois ovos e jogar uma farinha, que vai crescer o bolo’. É ser você. Então, eu me coloco nessa posição de melhor jogadora, porque eu fui eu, fui genuína, sofri, chorei, joguei, pensei, fiz escolhas, mas sempre sendo eu. Vai tomar decisão? Sou eu, Bia, a do camelô, a do teatro, a Bia da jaca, da mexerica, a Bia que eu sou aqui fora. O principal no ‘Big Brother’ é ser quem você é, se entregar sem medo de ser feliz. Se você consegue fazer isso, já é um grande jogador.

 

Teria feito algo diferente no programa para, quem sabe, chegar à final? 

Eu não teria sentido medo como eu senti. Quando vinham muitos paredões, eu ficava criando teorias na cabeça: ‘Ai, meu Deus, se eu for com tal pessoa, eu saio’. Mas é normal ter medo, porque somos seres humanos, ainda mais no ‘Big Brother’, que é um sonho pelo qual a gente luta muito para alcançar. É inevitável que a pessoa que entra lá sinta medos, receios. Mas é tirar o medo, entregar nas mãos de Deus e ir.

 

Após o BBB, qual é o próximo sonho que você deseja realizar? 

Quero ajudar minha família, trabalhar na televisão, ser apresentadora, fazer novela, propaganda. Eu quero realmente poder acordar bem cedo, antes do sol nascer, e ir para o set gravar, gravar, gravar; voltar para casa à noite e dizer: ‘Meu Deus, gravei demais hoje!’. Eu quero poder dar uma vida melhor para a minha família. A minha irmã teve um aneurisma em 2010, quase morreu, e ela faz tratamento até hoje para ver como está o cérebro. Eu quero muito dar uma vida confortável para ela poder ir ao médico e fazer sempre os exames. Cuidar da minha mãe, do meu pai, dos meus irmãos, ganhar meu dinheiro fazendo o que eu amo de uma maneira digna, honesta, e sendo feliz, que é o que importa. Não adianta, se a felicidade não estiver com a gente, não tem graça. Eu amo a televisão, meu Deus do céu! Se eu pudesse, até meu último dia de vida aqui na Terra, eu gostaria de trabalhar na televisão e, é claro, ajudar a minha família. Minha família acreditou muito em mim, meus pais pararam de construir a nossa casa para poderem pagar meu teatro, para eu conseguir me formar. A gente dormiu muitos anos no chão para que eu conseguisse me formar, então eu quero poder retribuir tudo, ganhando meu dinheiro honestamente com o trabalho que eu mais amo.

 

Na televisão, qual é o seu maior desejo?

É ser apresentadora. Eu gosto, sou apaixonada. No Brás, eu me descobri mais ainda. E dentro do BBB foi uma escola, porque eu fazia para mim as propagandas, porque me davam uma alegria, uma coisa muito forte. Eu pensava: ‘Eu estou aprendendo aqui, porque se eu tiver oportunidade, já vou ter as manhas’. Quando a Ana Clara, a Micheli Machado iam lá fazer alguma ação com a gente, eu ficava reparando no jeitinho delas, como elas se portavam com a câmera para eu aprender mesmo. Eu acho que aprendizado é uma coisa que ninguém tira da gente. Estudar, querer sempre aprender mais é muito importante.

 

O ‘BBB 24’ tem apresentação de Tadeu Schmidt, produção de Mariana Mónaco, direção artística de Rodrigo Dourado e direção de gênero de Boninho. O programa vai ao ar de segunda a sábado após ‘Renascer’, e domingos, após o ‘Fantástico’.  

Além da exibição diária na TV Globo, o ‘BBB 24’ pode ser visto 24 horas por dia no Globoplay, que conta com 12 sinais com transmissão simultânea, incluindo o mosaico de câmeras, as íntegras e os vídeos dos melhores momentos, edições do ‘Click BBB’ e o ‘Mesacast BBB’, que também terá distribuição de trechos no streaming, no gshow, nas redes sociais e plataformas de vídeos, incluindo a versão em áudio no gshow e nas plataformas de podcast. Todos os dias, logo após a transmissão na TV Globo, o Multishow exibe uma hora de conteúdo ao vivo, direto da casa. O canal ainda conta com flashes diários, ao longo da programação, e com o ‘BBB – A Eliminação’, exibido à 0h30 de quarta para quinta-feira. No gshow, o público pode votar e decidir quem permanece ou deixa o jogo e acompanhar a página ‘BBB Hoje’, as páginas dos participantes e conteúdos exclusivos, como o ‘Bate-Papo BBB’, enquetes e resumos do que de melhor acontece na casa.


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