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sábado, 27 de abril de 2024

.: "Todas as Minhas Mortes": Paula Klien estreia na literatura com romance autoficcional


Artista carioca de projeção internacional, Paula Klien estreia na literatura aos 55 anos com o romance autoficcional "Todas as Minhas Mortes", lançamento da editora Citadel. A escritora interrompe as criações em artes plásticas para escrever uma jornada literária que desafia limites. O livro será lançado, na mesma semana, em duas cidades. No Rio de Janeiro, o evento acontece no dia 21 de maio, na Livraria da Travessa - Ipanema, às 19h00. Já em São Paulo, no dia 24 de maio, na Livraria da Vila do JK Iguatemi, às 19h00.

Com uma estilística própria, incisiva e nietzscheana"Todas as Minhas Mortes" proporciona, com crueza, aspectos da nossa mais profunda humanidade. A obra centra-se em Laví – protagonista cujo nome peculiar é uma alusão à expressão francesa "La vie" (ou "A vida", em português). Da infância à pós-menopausa, as descobertas e experiências vividas por Laví são tratadas frontalmente e sem rodeios. Paula Klien aborda assuntos complexos da trajetória ontogenética de um ser com uma franqueza desconcertante.  

"Todas as Minhas Mortes" nos conduz pela construção de uma mulher madura, enquanto aborda seus desafios e frustrações. De súbito, a obra nos joga para uma segunda era na vida da protagonista: um tempo marcado por dores. Em um carrossel de esperanças, desencantos, questões morais do feminino e momentos tenebrosos, as mortes que marcam a vida de Laví conversam com as nossas sombras e revelam uma força descomunal em busca da maternidade.

Trata-se de uma mulher livre que não somente dialoga com os temas mais contemporâneos do feminino, mas que também pode ser um exemplo de resiliência, perseverança e força. Tal qual uma fênix, Laví renasce de cada uma de suas mortes, remetendo aos grandes mitos gregos.

Uma epopeia contemporânea à qual Perséfone dá o tom, "Todas as Minhas Mortes" tem potencial para fundamentar profundas investigações sobre a humanidade no mundo atual. É uma experiência imersa nas profundezas da intimidade feminina. A obra é marcada pela reflexão, pelo pensamento filosófico e por uma sensibilidade poética e singular. Compre o livro "Todas as Minhas Mortes", de Paula Klien, neste link.


Uma artista de muitas faces: conheça Paula Klien
Nascida em 1968, no Rio de Janeiro, Paula Klien é artista multidisciplinar com significativa projeção internacional no campo das artes visuais. Como artista plástica, trabalha principalmente com técnicas ancestrais. Também atuou como fotógrafa e diretora criativa durante dez anos. Muitas de suas obras estão em acervo de museus e coleções relevantes. Além disso, Paula foi uma das artistas pioneiras no campo da Cripto Arte e dos NFTs (tokens não fungíveis). 

Paula define a escrita como uma paixão antiga, mas conta que só começou a escrever "para valer" em 2022, ano em que deu início ao projeto de "Todas as minhas mortes", sua estreia no mundo literário. Ela justifica sua escolha pelo gênero da autoficção pela possibilidade de apagar a fronteira entre realidade e ficção e pelo seu caráter híbrido, que não pode ser classificado meramente como "relato" e nem como "biografia". 

Escrever o livro, segundo a escritora, foi um exercício de inteligência para ressignificar experiências pessoais. Durante o processo de construção, ela reuniu uma pesquisa extensa, que envolveu leituras em etimologia, filosofia, psicanálise e mitologia grega. Ela, que se considera "muito metódica", também é afirmativa a respeito da influência de sua bagagem e experiência de vida, tanto na narrativa quanto na definição de seu estilo literário.

A autora revela que cultiva alguns rituais dentro do seu processo criativo como escritora: "Gosto de acender velas e de chamar bons espíritos para perto de mim antes de começar a escrita". Por fim, Paula revela já ter ideias e títulos registrados para um segundo livro. Garanta o seu exemplar de "Todas as Minhas Mortes", escrito por Paula Klien, neste link.


O que disseram sobre o livro

"Todas as minhas mortes é um relato de lucidez insuportável! " Blurb da psicanalista Maria de Fátima Freire (APERJ) na orelha de "Todas as Minhas Mortes"

"Preparem-se para sentir a poderosa ambivalência que a leitura da narrativa de Paula Klien desperta em nosso mundo interno aparentemente morto." Arnaldo Goldenberg, psicanalista (SBPRJ), na quarta capa de "Todas as Minhas Mortes"

"Paula Klien presenteia a todos com uma experiência única, íntima, intensa e visceral."Luiz Alberto Py, médico, escritor e palestrante, no prefácio de "Todas as Minhas Mortes".

“Este é o antídoto que procuramos em tempos difíceis, uma estrela-guia na escuridão da mediocridade” - Vilto Reis, escritor e roteirista, no posfácio de "Todas as Minhas Mortes".


Trecho do livro
"Gostava de ficar sozinha, trancada num quarto meio escuro, desenhando – eu e a criança. Mas, na verdade, tínhamos companhia. Éramos uma legião. No meio desse povo, estava: meu monstro da siririca, minha bestie Perséfone – de quem já falei – e minhas  madrinhas: as Moiras – três irmãs." (Trecho de “Todas as Minhas Mortes”, pág. 41)

terça-feira, 23 de abril de 2024

.: "Vicente Semente": fábulas clássicas com metáfora sobre a vida e o universo

"Vicente Semente" entrelaça elementos culturais brasileiros em lições de autodescoberta e amadurecimento na infância


O cineasta e dramaturgo paulistano Victor P. Ribeiro estreia na literatura com a fantasia juvenil Vicente Semente. Com trabalhos premiados no Festival de Cinema de Guadalajara e no Los Angeles Brazilian Film Festival, o autor traz para a literatura toda a bagagem como produtor cultural, diretor e roteirista e, por meio das descrições ricas em detalhes, faz com que as cenas passem na mente do leitor como um filme.

Na história, Vicente é um menino de sete anos que precisa lidar com sentimentos de inveja, vazio e solidão, quando os pais passam a dar mais atenção ao irmão recém-nascido. É nesse contexto que o garoto, que tem o estranho hábito de guardar sementes frutíferas, conhece Cali Roux, uma garota intrépida que o faz entrar na grande e misteriosa Floresta de Mata Preta, proibida para crianças. Em meio às gigantes araucárias, ele mergulha em uma realidade obscura, em que a morte o via de perto e as sombras do desconhecido se confundem em seu coração.

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Para os que buscam,
encontrarão.
As crianças,
jamais entrarão.
Se eu fosse você,
não pagava para ver.
O que é inocente
irá se perder.

(Vicente Semente, pg. 34-45)


Ao entrar nos portões que dão acesso à selva, junto do vaga-lume que zomba de seus sentimentos, o garoto se vê engolido por um monstro, tal como Pinóquio, que vai parar na barriga da baleia. Enquanto busca maneiras de voltar à superfície, ele deixa cair uma semente de maçã, que faz crescer uma gigante árvore, assim como em João e o Pé de Feijão. Quando escapa do monstro, ele consegue voltar para casa com a ajuda de um caminho de árvores frutíferas que plantava no trajeto para a escola, como fizeram João e Maria com as migalhas.

Neste entrelace de fábulas, Victor P. Ribeiro apresenta a visão de mundo de um menino que, embora seja apaixonado pelo cultivo de sementes, é também uma representação dos grãos, cujos frutos serão colhidos no futuro. “Eu precisava colocar para fora toda aquela percepção de mundo, e compartilhar com os leitores a minha admiração por sementes, sejam elas crianças ou frutas”, afirma o autor, que está com projeto de adaptação de Vicente Semente já aprovado para o formato audiovisual.

Sobre o autor: Com formações na Academia Internacional de Cinema, no Estúdio Fátima Toledo e na SP Escola de Teatro, Victor P. Ribeiro sempre habitou a fantasia. Cineasta e escritor, dirigiu Aqualoucos, premiado no 33º Festival de Guadalajara, e Virgens, vencedor do prêmio de melhor filme no Los Angeles Brazilian Film Festival. Atualmente, trabalha como diretor e dramaturgo pela Cia de Teatro e Dança Vertente Única.

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Livro: Vicente Semente

Autor: Victor P. Ribeiro

Ilustrador: L. M. Melite

Dimensões: 14cm x 21cm

186 páginas


segunda-feira, 22 de abril de 2024

.: "Eu gosto mesmo é da contradição da noite": a morte seria uma possibilidade?

New adult "Eu gosto mesmo é da contradição da noite" mergulha em sentimentos juvenis na história de um quarteto que vive momentos de puro terror


Quatro amigos de infância. Uma festa surpresa. E um medo em comum: a possibilidade de tudo acabar ali. Emília, Daniel e Vitória queriam apenas celebrar o aniversário de vinte anos de Luana, mas a noite não sai nem um pouco como o esperado. Escrito por Fernanda de Castro Lima, o lançamento "Eu gosto mesmo é da contradição da noite" coloca seus protagonistas diante da possibilidade da morte. Em uma reviravolta surpreendente, a comemoração logo se transforma em um pesadelo que vai fazer todos os jovens refletirem sobre o passado e os relacionamentos.

Tímida, Emília, a protagonista, se considera pouco interessante e prioriza a felicidade dos amigos acima da própria, além de sempre guardar seus segredos mais íntimos apenas para si mesma. Ela é a narradora da história, que se passa quase toda em uma única noite. Lembranças antigas da estudante de veterinária são desencadeadas por gatilhos enquanto ela enfrenta os perigos desta madrugada tensa. Os flashbacks se misturam ao presente, mostrando momentos determinantes para a construção das relações de amizade e da identidade individual de cada um deles até aqui.

Emília, Vitória e Luana, todas universitárias, moram juntas em São Paulo. Daniel, que conhece Mili desde criança, também passa a dividir a casa com as meninas, quando volta dos Estados Unidos após a morte da mãe. Os dois se descobrem apaixonados um pelo outro, mas o jovem acaba se envolvendo com Lua após não conseguir decifrar os sentimentos de Mili.


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Quero minha mãe, quero meu pai. Como vai ser a vida dos meus pais se eu morrer? Estava tudo bem agora há pouco. A minha única preocupação era não magoar Luana por gostar de Daniel. Era esse o drama da minha vida. E agora vão matar o menino de quem eu gosto, meu amigo, meu amor. Vão me matar. Matar todos nós. (Eu gosto mesmo é da contradição da noite, p. 75) 


Com diálogos inteligentes entre o quarteto, o livro tem entre seus pontos altos o mergulho interno na personalidade, sentimento e pensamento de Emília. Além disso, os personagens principais não são mocinhos ou vilões: todos são retratados como pessoas complexas e imperfeitas, tal qual a realidade. “Gosto de colocar os protagonistas em situações extremas, porque acredito que são elas que nos revelam como seres humanos”, afirma a autora.

Ao se depararem com a possibilidade da morte, os quatro percebem que ainda desejam viver muito mais – reforçando a mensagem de que até as noites mais escuras têm um fim. Repleto de reflexões, dramas, suspense e conflitos amorosos, a obra new adult também atravessa temas compartilhados pela juventude moderna, como a importância de cultivar amizades, buscar o seu lugar no mundo e assumir o protagonismo da própria história.

Os leitores ainda podem se envolver na narrativa ao som de uma boa playlist. Daniel não se desgruda do violão e adora compor músicas. Essas canções foram criadas por Fernanda e por seu companheiro, Christopher Finney, exclusivamente para o livro – ele é o responsável pela composição das melodias e pelo vocal. Para embalar a leitura, um QR Code direciona os leitores para um site com todas as faixas originais, conforme elas aparecem no enredo.

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Sobre a autora: Fernanda de Castro Lima nasceu e cresceu no ABC Paulista – onde viveu algumas das situações traumáticas que inspiraram o livro. Escrevia contos e poesias desde a adolescência, mas foi somente aos 30 anos que começou a acreditar no sonho de ser escritora. Após fazer cursos de Escrita Criativa, venceu o concurso “Novos Talentos da Literatura”, da extinta editora FNAC, e publicou, em 2014, o primeiro conto em uma coletânea. Em 2019, escreveu o romance de estreia, As dez-vantagens de morrer depois de você. Em 2021, foi coautora de Eu chamo de amor, livro de contos que reúne nomes como Fernanda Young, Vinícius Grossos e Marina Carvalho.

Formada em Comunicação Social, também é coordenadora de conteúdo de pós-graduação e editora de texto, além de ter vasta experiência no audiovisual: trabalhou na franquia “Casamento Às Cegas Brasil”, da Netflix, e no reality show vencedor do Emmy Internacional 2023 “A Ponte”. Além de conciliar a escrita com o trabalho formal, Fernanda é mãe de um menino de 8 anos. Redes sociais da autora: Instagram: @fecastrolima | Twitter/X: @fecastrolima

Livro: Eu gosto mesmo é da contradição da noite

Autora: Fernanda de Castro

Editora: Astral Cultural

224 páginas


domingo, 21 de abril de 2024

.: Surpreendente, "Bruxas é o novo livro da autora mexicana Brenda Lozano


Lançado pela Companhia das letras, "Bruxas" é o novo romance da autora mexicana Brenda Lozano, uma das mais surpreendentes vozes da nova geração de escritoras latino-americanas. A escritora cria uma reflexão profunda acerca de tradições ancestrais, das pequenas subversões do dia a dia e, sobretudo, do poder arrebatador da linguagem. No livro, uma bruxa-curandeira de um povoado no interior, uma jovem jornalista da cidade grande e o encontro de dois mundos que se revelam perturbadoramente próximos.

Em "Bruxas", Feliciana, conhecida dentro e fora do México por seus feitos prodigiosos, é a primeira mulher em uma linhagem de curandeiros homens. Ricos, pobres, famosos, pessoas comuns — adoecidos de toda sorte peregrinam até o povoado de San Felipe, escondido em meio às montanhas, na esperança de se verem livres de suas enfermidades. No entanto, quando é informada do assassinato de sua mentora Paloma, repentinamente Feliciana perde seus poderes.

O caso chama a atenção de Zoé, jornalista que vive na metrópole mexicana. Interessada em compreender o assassinato de Paloma e, ao mesmo tempo, curiosa para conhecer Feliciana, Zoé decide entrevistá-la para o jornal onde trabalha. Se, na superfície, as realidades de Feliciana e Zoé não poderiam ser mais diferentes, o desenrolar de seus depoimentos revela um conjunto semelhante de medos, anseios, violências e afetos. Ao aproximar essas duas vozes tão singulares com sua prosa impecável, Brenda Lozano cria uma reflexão profunda acerca de tradições ancestrais, das pequenas subversões do dia a dia e, sobretudo, do poder arrebatador da linguagem. Compre o livro "Bruxas", de Brenda Lozano, neste link.


O que disseram sobre o livro
“Um romance sobre a pura magia da linguagem e o repetido fracasso do mundo em controlar o poder feminino.” — Catherine Lacey

“Brenda Lozano é uma escritora esplêndida, brilhante, divertida, sutilmente perversa, sempre comovente.” — Francisco Goldman

“Extremamente original, belamente escrito, hipnoticamente envolvente.” — Jon Lee Anderson


Sobre a autora
Brenda Lozano nasceu na Cidade do México, em 1981. É autora dos romances "Todo Nada" (2009), "Cuaderno Ideal" (2014) e "Soñar como Sueñan los Árboles" (2024) e do volume de contos "Cómo Piensan las Piedras" (2017). Em 2017, foi selecionada pelo Hay Festival para integrar o Bogotá39, projeto que elegeu os mais destacados autores com menos de quarenta anos da América Latina. Foi editora da revista literária Make, de Chicago, e fundou o selo Señal da editora Ugly Duckling Presse, de Nova Iorque. Garanta o seu exemplar de "Bruxas", escrito por Brenda Lozano, neste link.

.: "Um Prego no Espelho", o novo livro da autora cearense Tércia Montenegro


A Companhia das Letras lança "Um Prego no Espelho", livro da autora cearense Tércia Montenegro. No livro, Tércia reflete sobre os antepassados e o destino de Thalia, sua personagem principal. Uma mulher que leva uma vida normal até que tem sua trajetória abalada quando pensa ver, em uma ação rotineira, o rosto de seu irmão falecido. Ao se lançar no abismo da genealogia de uma família, a autora reflete sobre os enlaces que a constituem, e como um prego no espelho — algo que se fixa numa superfície volátil — tenta capturar uma imagem que parece sempre escapar aos personagens deste livro.

Da premiada autora de "Turismo para Cegos""Em Plena Luz", o novo romance da autora questiona até que ponto a vida de alguém não é uma repetição disfarçada do destino de seus antepassados? Na superfície, Thalia é uma mulher feliz e bem-sucedida. Incansável, divide seu tempo entre dar aulas de literatura em colégios particulares e atuar nas peças de uma companhia de teatro. A trajetória da personagem é abalada quando, durante a encenação de uma peça, ela pensa ver, debaixo das luzes do palco, o rosto do irmão falecido. 

A visão traz à tona uma série de traumas reprimidos e serve de ponto de partida para uma viagem pela história de seus pais e avós. "Um Prego no Espelho" é um romance singular, impactante e altamente literário, em que a memória se apresenta como um centro gravitacional incontornável, que insiste a todo momento em arrastar pais e filhos de volta ao mesmo conjunto de medos, mistérios e frustrações. Compre o livro "Um Prego no Espelho", de Tércia Montenegro, neste link.

Sobre a autora
Tércia Montenegro
 nasceu em 1976, em Fortaleza. É fotógrafa e professora da Universidade Federal do Ceará. Publicou diversos livros de contos e crônicas, além de obras voltadas para o público infantil e juvenil. Seus textos já integraram antologias nacionais e estrangeiras. É autora de "Em Plena Luz" (2019), e seu primeiro romance, "Turismo para Cegos", recebeu o prêmio Machado de Assis, da Biblioteca Nacional, de melhor romance brasileiro de 2015. Ambos foram publicados pela Companhia das Letras. Garanta o seu exemplar de "Um Prego no Espelho", escrito por Tércia Montenegro, neste link.

sábado, 20 de abril de 2024

.: "Jenipapo Western", de Tito Leite, é um autêntico bangue-bangue nordestino


O poder, a opressão e a revanche compõem um cenário de violência e inconformismo no romance "Jenipapo Western", de Tito Leite. O livro é um autêntico bangue-bangue nordestino. Nele, os irmãos gêmeos Ivanildo e Sandro vivem em Jenipapo, cidadezinha árida do sertão nordestino. Trabalham, como quase todos ali, na lavoura de algodão. E também como quase todos, são explorados pelos figurões locais, em especial Roberto, o usineiro que detém o poder ao longo de todo o processo de produção e comercialização da matéria-prima. A capa é de Giovanna Cianelli. 

Os agricultores plantam, colhem e se submetem aos compradores, que estão sempre secundados por jagunços. Não há banco na cidade, e o pagamento vem com o rendimento das safras futuras. A sensação geral é de exploração pura e simples. Gerações inteiras parecem não sair do lugar. A modorra é econômica, social e emocional. Diante desse quadro, poucos — devido ao medo de violentas represálias — se articulam contra essa injustiça secular. Um dos raros a fazê-lo é Ivanildo, o “sonhador”, que não se conforma com a vida que ele e sua família levam, não admite ser comandado por pessoas brutais e sente-se cada vez mais impelido a falar sobre os desmandos e injustiças em Jenipapo. Claro que isso desagrada aos chefões. E num atentado planejado contra ele, acabam ceifando a vida de Sandro, o irmão gêmeo que sempre foi alguém conformado com a vida besta (e a iniquidade sem fim) do lugar.

A partir daí o leitor de Jenipapo western é engolfado numa espiral de violência e vingança — um acerto de contas familiar, mas também uma revanche sangrenta contra séculos de aviltamento. Com realismo seco mesclado a um tom lírico, repleto de cenas de ação e um olhar crítico sobre as desigualdades ainda muito presentes na sociedade brasileira, o livro de Tito Leite investiga a violência que perpassa a vida das pessoas comuns. Um autêntico bangue-bangue nordestino (que parece evocar tanto Sergio Leone quanto Graciliano Ramos), em que todos podem se tornar vilões ou heróis de uma hora para outra. Compre o livro "Jenipapo Western", de Tito Leite, neste link.


Sobre o autor
Tito Leitenasceu em Aurora, no Ceará, em 1980. É mestre em filosofia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Poeta e ficcionista, é autor dos livros de poemas "Digitais do Caos", "Aurora de Cedro" e "A Palavra em Seu Deserto". Estreou na prosa em 2022 com o elogiado romance "Dilúvio das Almas", publicado pela Todavia. Garanta o seu exemplar de "Jenipapo Western", escrito por Tito Leite, neste link.

sexta-feira, 19 de abril de 2024

.: "Em Formato de Urso" conta história real de superação de criança autista

Cerca de 2 milhões de pessoas são autistas no Brasil, índice que varia de 1% a 2% da população, de acordo com o CDC; livro estará disponível a partir de maio


Baseado em uma história real, o livro “Em Formato de Urso”, por Dawn Coulter-Cruttenden e lançamento da Catapulta Editores, narra a jornada de Jack, um garoto de sete anos que tem autismo e perdeu seu urso de pelúcia, chamado Urso. Quando Urso desaparece, Jack e sua família iniciam uma busca pelo animal de pelúcia que irá impactar diversas pessoas.

O transtorno do espectro autista (TEA) tem sido objeto de muitas discussões no Brasil, especialmente devido aos dados recentes que apontam a existência de cerca de 2 milhões de pessoas com autismo no país, cerca de 1% a 2% da população, de acordo com estimativa feita pelo CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) nos Estados Unidos em 2021. Ainda de acordo com o CDC, em 2018, 1 a cada 44 crianças podem ter o transtorno.

Intitulado Abril Azul, o mês é voltado a conscientizar as pessoas sobre o autismo. "A obra Em Formato de Urso se propõe a contar de forma sensível e empática sobre a relação de uma criança com o seu urso de pelúcia, o melhor amigo e um objeto que ajuda Jack a se comunicar com o mundo", afirma a diretora da Catapulta Editores no Brasil, Carmen Pareras.

Urso, além de muito querido, também pode ser visto como um objeto regulador para Jack. Os objetos reguladores para crianças autistas desempenham um papel na promoção da autorregulação e no gerenciamento de estímulos sensoriais. Esses objetos proporcionam uma forma segura de expressão das necessidades sensoriais das crianças autistas, contribuindo para o seu bem-estar emocional. 

"Acompanhar a história de Jack após o sumiço do Urso nos faz embarcar em uma jornada de amor, perda e superação, por meio da empatia daqueles que se compadecem com o desaparecimento do bicho de pelúcia ao longo da narrativa do livro", explica Pareras. Além disso, é fundamental reconhecer que cada criança é única e se comunica com o mundo da sua própria maneira.


Você pode comprar “Em Formato de Urso”, por Dawn Coulter-Cruttenden aqui: amzn.to/3W6RiDR


Papel da literatura no crescimento das crianças autistas

A literatura é uma alternativa para crianças autistas, oferecendo oportunidades de compreensão e empatia. Livros que apresentam personagens com os quais as crianças autistas podem se identificar, como "Em Formato de Urso", proporcionam um espaço seguro para explorar experiências similares às suas.

Ao incorporar essas histórias à rotina das crianças autistas, elas têm a chance de desenvolver habilidades sociais e emocionais, ao mesmo tempo em que se sentem compreendidas. O contato com livros que falem sobre o autismo também podem ajudar a criança a compreender e antecipar eventos futuros, reduzindo a ansiedade e facilitando a adaptação a novas situações.

"A narrativa delicada da obra também pode ser importante para que as crianças como um todo tenham uma compreensão maior do autismo e possam acolher os colegas com mais empatia e cuidado", finaliza Pareras.

O livro estará disponível nas principais livrarias do país, tanto em lojas físicas quanto online, além do e-commerce da editora no distribuidoralibrum.com.br a partir de maio de 2024, com preços sugeridos ao varejo de R$69,90. 

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quarta-feira, 17 de abril de 2024

.: Entrevista: Andréa Gaspar fala de "Inspetor Sopa e o crime do mosteiro"

Em entrevista, Andrea Gaspar fala sobre o cenário de "Inspetor Sopa e o crime do mosteiro", série de livros protagonizada por um detetive brasileiro inspirado no Comissário Maigret. Foto: divulgação


A ficção e a realidade andam lado a lado em "Inspetor Sopa e o crime do mosteiro", segundo volume da série policial escrita por Andréa Gaspar. O protagonista, um detetive “flanêur” que dá nome ao livro, caminha por ruas e bares do Rio Janeiro enquanto investiga o assassinato de um monge dentro do Mosteiro de São Bento.   

Em meio às vielas, a investigação do crime se mistura à história da capital fluminense. A narrativa apresenta fatos históricos e curiosidades sobre o local, como a criação de edifícios arquitetônicos, a cena da MPB e a formação das favelas cariocas. Para a escritora, a ambientação faz toda a diferença no desenrolar das tramas policiais, nas quais a cidade assume um papel de personagem coadjuvante. 

Detetives clássicos da literatura também fazem os leitores passearem pelo cenário, como Hercule Poirot, Sherlock Holmes e Comissário Maigret – nomes que são grandes inspirações para a criação do estilo investigativo do Inspetor Sopa. Nesta entrevista, Andrea Gaspar conta sobre a importância de colocar o Rio de Janeiro no centro do enredo, destacando lugares e culturas que passam despercebidas no dia a dia. Confira a entrevista com a autora Andréa Gaspar!


Você pode comprar "Inspetor Sopa e o crime do mosteiro", de Andréa Gaspar aqui: amzn.to/49DBeMX



Além de professora de português para estrangeiros, advogada criminalista, atriz, poeta e romancista, você também é detetive particular. O que fez você se interessar pelo universo do crime? E como a sua formação criminal impacta na construção das narrativas?

ANDRÉA GASPAR: Parecem coisas desconectadas, mas a verdade é que sempre fui uma pessoa com um perfil multifacetado e muito curiosa. Sei que tem gente que escolhe uma profissão desde criança e não muda nunca, mas eu nunca fui assim. Sempre tive interesses diversos e me arrisquei em tudo. Mas existe um ponto em comum entre todas essas profissões que é justamente a escrita e a literatura. Sou aficionada pela literatura policial desde criança porque entendo que, por meio da literatura policial, podemos discutir todos os aspectos centrais da existência humana.  

Fiz o curso de detetive no processo de criação do meu detetive. Eu queria entender melhor o universo do detetive particular no Brasil para então decidir se o meu detetive seria particular ou um quadro das forças policiais e acabei decidindo pela segunda opção porque, de fato, no Brasil o detetive particular é mais procurado para resolver casos de adultério, de espionagem industrial e casos de desaparecimento. Os crimes de morte propriamente ditos ficam por conta das forças policiais oficialmente constituídas.  


Um dos pontos altos de Inspetor Sopa E Crime Do Mosteiro é a ambientação histórica e cultural no Rio de Janeiro, passando por igrejas barrocas e pelo Morro da Providência, considerada a primeira favela carioca. Na sua visão, qual a importância de conectar os leitores com esse cenário?

ANDRÉA GASPAR: Eu entendo que a cidade é um personagem coadjuvante nos romances policiais. O inspetor (ou o detetive), conforme investiga os crimes, percorre os caminhos da cidade. Os detetives clássicos como Poirot, Sherlock Holmes, Comissário Maigret, Vish Puri (da literatura indiana), todos são detetives que contam sobre o cenário em que o crime aconteceu. E fazem o leitor passear pelas ruas e vielas com eles. O Sopa é esse inspetor flâneur que caminha pelas ruas do Rio. É assim que atraio o leitor para encantos do Rio, uma cidade que respira história e que tem muita história para contar, desde o surgimento da primeira favela do Brasil até os palácios que a Monarquia e República usaram como sede, passando pelas igrejas onde se encontram os restos mortais de Pedro Álvares Cabral e onde foi realizado o casamento de D. Pedro I e a Imperatriz Leopoldina. É tudo muito interessante e, infelizmente, subvalorizado. Eu tento lançar uma luz sobre esses cenários incríveis. 


O detetive Sopa vaga sem rumo pelas ruas em busca de lazer, observando e passeando. Além de referências clássicas estrangeiras que você citou, como Sherlock Holmes, quais personagens da literatura brasileira inspiraram a criação do personagem?

ANDRÉA GASPAR:As minhas referências datam mesmo do início do século: João do Rio, Machado de Assis, Lima Barreto e, mais recentemente, Nelson Rodrigues e Ruy Castro. Embora não sejam autores policiais, todos perambulavam (ou no caso do Ruy Castro, perambula) pelas ruas do Rio. Como referência policial, eu tenho o comissário Maigret que é um personagem do Georges Simenon (autor belga que ambientou o seu detetive na França). O Maigret perambula pelas ruas de Paris, parando nos bares, restaurantes e botecos parisienses e serve de inspiração para o Sopa. 


Você diz que Machado de Assis, Lima Barreto e Nelson Rodrigues são algumas das suas inspirações literárias. Hoje, quem você enxerga como referências na literatura brasileira de romance policial?

ANDRÉA GASPAR: Eu acho que existe uma lacuna a ser preenchida. Temos o grande Luiz Garcia Rosa na linha do detetive clássico e o Raphael Montes na linha dos romances policiais de aventura, que é o termo que uso para diferenciar o detetive clássico do romance policial. O detetive do Luiz Garcia Rosa, o Espinoza, concentrou sua área de atuação em Copacabana, Bairro Peixoto e adjacências, embora tenha explorado também o centro do Rio. E o Raphael Montes vai por uma linha policial mais hardcore. Mas, de fato, na linha policial de entretenimento que é o caso da série do Sopa, acho que não conheço atualmente nada no mesmo gênero. Evidentemente, hoje em dia é impossível ter essa informação com certeza porque tem muita publicação nova todos os dias e não temos tempo de acompanhar tudo. 


A saga policial terá um terceiro volume, com lançamento em breve: Inspetor Sopa e o caso do desaparecimento. O que os leitores podem esperar para o futuro da série? Você pretende continuar escrevendo mais histórias sobre o detetive?

ANDRÉA GASPAR: No próximo livro, a história vai se passar em São Paulo. É uma oportunidade que dei para o “assistente” do Sopa, o Trombeta, ganhar o protagonismo. Eu gosto muito desse personagem e achei que ele merecia um livro em que ele assumisse a investigação. Então, nesse terceiro volume vou explorar o centro histórico de São Paulo. Para o quarto volume da série, eu volto para o Rio para explorar o universo do samba e dos bailes de gafieira do Rio. 

Eu não tenho intenção de parar. Acho que é um projeto de vida. Então, enquanto houver vida, haverá Sopa. É só chegar com o seu pratinho e se servir.  


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Sobre a autora: Andréa Gaspar é escritora, roteirista, dramaturga, produtora, diretora, atriz e professora de português para estrangeiros. Bacharel em Letras e em Direito, com especialização na Formação de Escritores, publicou seis livros, entre eles “Passante poeta” (2018), “Despedaços” (2015) e “Licor de Pequi” (2014). Em 2019, lançou o primeiro romance policial “Inspetor Sopa e o último copo”, que se tornou uma saga com os livros “Inspetor Sopa e o crime do mosteiro” e “Inspetor Sopa e o caso do desaparecimento”, com publicação prevista para 2024. Com a série literária, recebeu o prêmio durante o VIII Talentos Helvéticos-Brasileiros, promovido pela editora suíça-brasileira Helvetia. 


segunda-feira, 15 de abril de 2024

.: Entrevista: Adriana Simão conta como se inspirou em canções para escrever


Será que é possível transformar as diferentes linguagens artísticas em processo terapêutico? Adriana Simão , autora de "Tempestade de Som e Fúria", descobriu que sim. Best-seller da Amazon, o livro de poemas foi concebido enquanto ela escutava canções e deixava o próprio fluxo de consciência se tornar versos reflexivos.

Como uma espécie de terapia, essa imersão resultou em textos que abordam as relações com o tempo, os diferentes sentidos para a vida, a importância da memória e as formas de viver em meio às contradições da realidade. Iniciado devido a uma sugestão da psicoterapeuta da escritora, o trabalho poético serviu como um momento catártico de autoconhecimento para ela entender seus sentimentos e lugar no mundo por meio da arte.

Grande fã das playlists em fitas cassetes, populares nos anos 1990, a autora compilou em uma playlist on-line todas as faixas que inspiraram sua criatividade. Ao longo da leitura, leitores podem interagir ainda mais com a obra ao ouvir a miscelânea de artistas como Arcade Fire, Oasis, Tribalistas, Florence + The Machine, Adele, Phoebe Bridgers e Beirut. Nesta entrevista, Adriana Simão conta como se inspirou na produção poética para se conectar com si mesma e de que forma a escrita terapêutica pode contribuir para o desenvolvimento pessoal de cada um.

“Tempestade de Som e Fúria” surgiu como um processo terapêutico, para externalizar suas próprias emoções em poemas. Como a escrita influenciou em seu autoconhecimento?
Adriana Simão
 - Em 2021, eu estava em busca de autoconhecimento, acompanhada por alguns processos terapêuticos. Num desses, a querida Carol Presotto-Simrat me sugeriu colocar uma música para tocar e escrever o que viesse à mente. Veio poesia. Foi um processo tão intenso que acabou se tornando também uma terapia. Com a escrita diária, percebi o potencial de organizar os pensamentos, o que foi se estendendo para as emoções e trouxe um alívio e uma certa clareza para começar o dia... Virou uma espécie de download da mente para seguir mais leve.


Por que você optou por poesia, ao invés de outros estilos literários?
Adriana Simão
 Interessante essa questão, pois o caminho da poesia foi completamente intuitivo. Neste exercício de escrever o que viesse à mente, não havia compromisso com forma nem estilo. Então, poderia vir qualquer coisa.


Como a poesia se conectou com sua própria realidade?
Adriana Simão
 No começo vieram muitas emoções, mas já em formato de poesia... com ritmo e algumas rimas. O processo foi se lapidando e os poemas foram ganhando mais forma e mais sentido. A partir de tudo isso, fui me interessando pelos poemas como leitora e então veio a ideia de publicar um livro para que chegasse a mais pessoas.


Você recomenda a escrita terapêutica para outras pessoas, até mesmo quem não é escritor? Adriana Simão Sem dúvida. A palavra, seja ela falada ou escrita, tem um poder de transformação muito grande. Acredito que, por isso, muitas linhas terapêuticas se amparam na cura por meio da fala. No caso da escrita, é uma conversa de você com você mesmo, o que pode ser muito potente para conseguir escrever coisas que seriam até difíceis de falar. A transformação mora aí, em tirar isso de você, da sua cabeça, dos seus sentimentos... Como a escrita terapêutica não tem compromisso com forma ou regras linguísticas, pode ser algo muito acessível às pessoas que não se imaginam escrevendo e um recurso interessante para quem, por alguma razão, não faz terapia. É um jeito de começar a entrar em contato com o autoconhecimento.


Além de ser uma escrita terapêutica, a obra tem um bônus: os poemas foram escritos enquanto você escutava a músicas. De que maneira a arte musical está presente na sua vida? Adriana Simão Eu sou uma pessoa bem musical. Sempre conto com uma trilha sonora para me concentrar, produzir algo ou relaxar. Para mim, a música e a poesia têm uma relação muito estreita quando pensamos em cantores e compositores como poetas... Renato Russo, Cazuza, Bob Dylan, que inclusive recebeu o Nobel de Literatura.


Para você, qual o ponto de intersecção entre música e literatura?
Adriana Simão
 A poesia, por sua característica "musicada", a partir da cadência e rimas, torna-se ainda mais fácil de reconhecer essa relação e, inclusive, foi uma conexão muito próxima na antiguidade, na poesia cantada. Vemos essa presença ainda hoje, no cordel ou no slam, com o hip-hop, por exemplo.


O livro suscita uma conexão com os anos 1990, com as fitas cassetes. De que forma estas fitas e aquela década estão presentes nas suas memórias?
Adriana Simão
 Eu nasci nos anos 80 e, na década seguinte, a MTV fazia parte do dia a dia de muitos adolescentes. Para mim, esse canal musical e as rádios me acompanhavam sempre e eram base para criar as fitas K7 ou VHS com as músicas, programas e entrevistas dos meus artistas favoritos. Criar uma playlist era um ritual: antes de tudo, pensar na lista de músicas do momento e ficar grudada na rádio para conseguir gravar. O que poderia demorar dias... 

E por que retomar este mundo analógico no presente?
Adriana Simão É nostálgico lembrar desse tempo, porque essa feitura artesanal criava uma relação ainda mais especial com os artistas, locutores e VJs... recordar desse tempo faz refletir um pouquinho sobre os tempos acelerados em que vivemos.



Para publicar "Tempestade de Som e Fúria", a escritora Adriana Simão escutava as músicas favoritas e, naqueles poucos minutos, escrevia um poema. Os temas dos textos podiam ser inspirados nas letras, ou apenas transmitiam os sentimentos dela enquanto ouvia as canções. O lançamento foi resultado de um processo terapêutico vivido pela autora, que recorreu à arte para entender os próprios sentimentos e conhecer a si mesma.

Com o objetivo de transmitir a relação direta entre as composições musicais e a literatura, a obra tem uma diagramação que lembra as fitas cassetes da década de 1990. Além disso, em cada poema, há o nome das músicas que inspiraram a escrita. Assim os leitores atravessam artistas e grupos como Arcade Fire, Oasis, Phoebe Bridgers, Florence + The Machine e Fiona Apple. Compre o livro "Tempestade de Som e Fúria", de Adriana Simão, neste link. 

Poemas em fita cassete
Quando Adriana Simão era adolescente, em meados da década de 1990, dedicava-se a montar playlists em fitas cassetes. Apesar de sempre ter sido apaixonada por música, entendeu o papel da arte na sua vida somente anos depois, ao utilizá-la como recurso terapêutico para o autoconhecimento. Quando escutava canções, transformava o próprio fluxo de consciência em poemas, que foram compilados em Tempestade de som e fúria.

O livro alcançou a marca de best-seller ao ser lançado em e-book de forma independente e agora é publicado por uma editora tradicional. Dividida em lados A e B, a obra reúne uma série de textos existenciais e reflexivos que abordam questões como as relações com o tempo, os diferentes sentidos para a vida, a importância da memória, as formas de viver em meio às contradições da realidade.

O trabalho poético foi inspirado nas melodias que Adriana Simão ouvia no momento da escrita. No início de cada texto, a autora não apenas detalha a data, o horário e o local em que o conteúdo foi concebido, mas também explicita as canções responsáveis por inspirar sua criatividade. A partir dos poemas, os leitores atravessam uma lista diversificada com Arcade Fire, Oasis, Phoebe Bridgers, Florence + The Machine, Fiona Apple, Beirut, Tribalistas e Adele. Para tornar a obra ainda mais interativa, há uma playlist on-line com todas as produções indicadas.

Enquanto o Lado A é composto por versos influenciados pelas músicas favoritas da escritora, o Lado B foi elaborado com a participação do público. Muitas pessoas buscavam a poeta para produzir textos com base em canções, e ela atendia a esses pedidos. Entre as dedicatórias, um nome se destaca: o de Aline Bei, autora dos títulos “O Peso do Pássaro Morto” e “Pequena Coreografia do Adeus”, que quis um poema para “Volant”, de Sebastian Plano. Neste processo, Pato Fu, Nina Simone, Jimi Hendrix, Taylor Swift e Os Mutantes, entre outros, foram adicionados à miscelânea musical.

Além de ser um breve retorno ao mundo analógico da década de 1990, Tempestade de som e fúria mostra a importância de transformar as diferentes linguagens artísticas em processo terapêutico. Iniciados devido a uma sugestão da psicoterapeuta de Adriana Simão, os versos serviram como um momento catártico de autoconhecimento e se conectam com todos aqueles que, como a escritora, procuram a arte para entender os sentimentos e seu lugar no mundo.

Sobre a autora
Formada em Sistemas de Informação pela Universidade Mackenzie, em São Paulo, Adriana Simão trabalha com números, mas desde criança é apaixonada por palavras e música. Aprendeu a produzir playlists em fita cassete e, décadas depois, uniu este conhecimento ao fazer poético. Enquanto escutava canções, escrevia os poemas que foram publicados no seu livro de estreia Tempestade de som e fúria. Lançada primeiro como e-book, a obra alcançou a lista de mais vendidos na Amazon e se tornou um best-seller. Agora o título ganha versão física publicada pela editora Letramento. Garanta o seu exemplar de "Tempestade de Som e Fúria", escrito por Adriana Simão, neste link.

domingo, 14 de abril de 2024

.: Relatos universais de Adriana Lunardi em nove contos e uma nota do destino


Arte e literatura são fio condutor para os textos que compõem "Contos Céticos", obra voltada para as relações humanas que marca a volta de Adriana Lunardi  às livrarias. O novo livro da premiada escritora surge como uma ode à literatura e suas expansões artísticas ao abordar temas como o luto, o plágio, a infância e a velhice, entre outros. O elemento que une os nove contos e o pequeno texto de encerramento, chamado de “Nota do Destino”, é a aposta na ficção para dar fora e desafiar o indizível da subjetividade humana.

O livro será lançado no Rio de Janeiro, no dia 8 de maio, na Janela Livraria, no Jardim Botânico, a partir das 19h00. No dia 25 de maio, a autora participa em Paris do Clube de Leitura da Embaixada do Brasil, e no dia 30 de maio é a convidada do Quartier du Livre, com a chancela da Librairie Portugaise & Brésilienne

Premiada com o Açorianos, o prêmio da Biblioteca Nacional para Obras em Andamento, o Fumproarte e o Icatu de Artes, ela dedicava-se nos últimos tempos à escrita de roteiros de um seriado de televisão. Para este livro, reuniu contos inéditos e outros que haviam sido publicados esparsamente em jornais e antologias. “Eu me dei conta de que todas as personagens tinham um olhar cético, desencantado, de quem não acredita muito no que era dado por certo”, diz a escritora sobre o título do livro, acrescentando que a publicação marca uma redescoberta do que ela vinha fazendo. “O livro reflete uma despretensão da minha parte, e a valorização da ficção como aposta estética para o que eu vinha vivendo”.

Em seus nove contos e uma nota do destino, conhecemos crianças erráticas, idosos mais erráticos ainda, escritores vaidosos e autoflagelados, e vislumbramos o que chamam de "loucura que acomete gênios e artistas", mas sequer chegamos perto de tocá-la – é impossível. Olhamos no olho do mistério porque, em "Contos Céticos", não há quarta parede diante do luto, das últimas imagens que se tem de alguém. Tudo pode ser maculado. Uma criança, a literatura, Paris.

Mas o que torna "Contos Céticos" uma coletânea excepcional são as imagens extraordinárias que a autora é capaz de criar a partir de elementos triviais da existência. Sua narrativa fascinante não vem apenas de uma habilidade magistral, mas de sua uma profunda intimidade com a palavra. O fio condutor que atravessa os contos deste livro não se estica e não se pretende linear, prefere antes partir-se e buscar o remendo, fazer nós e novelos; sua natureza, no entanto, é inequívoca, e diz: estou aqui para fazer literatura. Compre o livro "Contos Céticos", de Adriana Lunardi, neste link.


Sobre o livro
“Nestes contos, Adriana Lunardi – distante de modismos e dona de um teto todo seu na literatura brasileira – faz da dúvida e da ironia instrumentos para vasculhar uma realidade que glossários, fármacos ou truques diversos já não parecem mais capaz de manejar. Afiada, ela nos confronta com o nosso ridículo, mas também revela o que temos de belo quando as luzes diminuem e a afetação se cansa: salva-se, então, ‘um quê de ternura, um arrepio de poema’.” – Adriana Lisboa


Sobre a autora
Adriana Lunardi é autora de "Vésperas" (2002), "Corpo Estranho" (2006) e "A Vendedora de Fósforos" (2011). Foi publicada em Portugal, França e Argentina, entre outros países. Recebeu os prêmios Açorianos, Biblioteca Nacional para Obras em Andamento, Fumproarte e Icatu de Artes. É coautora do seriado de TV "Ilha de Ferro" (Globo, 2019). Nasceu em Santa Catarina e vive no Rio de Janeiro. Garanta o seu exemplar de "Contos Céticos", escrito por Adriana Lunardi, neste link.

sábado, 13 de abril de 2024

.: "A cobrança e a exaustão está deixando a sociedade doente", diz Fabiana C.O.


A escritora Fabiana C.O. publicou "Sra. Capa" para promover diálogos com mulheres acerca das consequências da sobrecarga feminina no cotidiano. Na entrevista abaixo, ela comenta sobre a importância da literatura para a discussão do tema, aborda as próprias experiências de vida e discute sobre os efeitos do excesso de responsabilidades no dia a dia.

Tudo leva a crer que as mulheres estão sobrecarregadas. E isso já foi constatado em dados: o Think Olga, organização não-governamental que promove equidade de gênero, registrou em levantamento que 86% das brasileiras consideram ter muita responsabilidade no cotidiano. Entre as entrevistadas de 36 a 55 anos, cerca de seis em cada dez afirmaram ser responsáveis diretamente por alguém. Fruto desta realidade de exaustão feminina, Fabiana C.O. decidiu utilizar a literatura para conscientizar sobre os efeitos do excesso de tarefas, deveres e obrigações.

Assim surgiu "Sra. Capa", que narra a tentativa de uma filha de entender a relação com a mãe. Aos poucos, ela percebe como a sobrecarga faz parte da vida da figura materna e como também está presente na própria vida. “Como mulher, eu fui ensinada, e vejo isso com todas ao meu redor, que precisamos dar conta de tudo, custe o que custar. Parece que em algum momento vamos ganhar uma estrelinha para pôr no peito. Infelizmente esse reconhecimento não chega e acaba levando muitas mulheres à exaustão”, explica a autora. Abaixo, ela comenta a importância de dar visibilidade ao tema por meio da literatura, relaciona o tema com a própria trajetória de vida e dá detalhes sobre o enredo da obra. Compre o livro "Sra. Capa", de Fabiana C.O., neste link.


Em “Sra. Capa”, você retrata a história de uma mulher comum que, com seus medos, traumas e problemas com a saúde mental, criou uma família inteira. Por que você decidiu dar visibilidade a essas situações, tão comuns no cotidiano das mulheres?
Fabiana C.O. - Trazer o comum foi fruto da minha observação, do quanto essa situação é tão normal que banalizamos. Quando um sentimento ou situação é banalizado, ele perde força e até deixa de existir. Como mulher, eu fui ensinada, e vejo isso com todas ao meu redor, que precisamos dar conta de tudo, custe o que custar. Parece que em algum momento vamos ganhar uma estrelinha para pôr no peito. Infelizmente esse reconhecimento não chega e acaba levando muitas mulheres à exaustão. Na verdade, o reconhecimento não devia ser buscado, e precisamos falar sobre isso. A cobrança, a exaustão e o não se olhar está deixando a sociedade doente. Mas como é tão comum e faz parte do que somos, não paramos para observar que algo precisa ser feito.


A narrativa é contada a partir da perspectiva de Sol, filha de Ana. Que paralelos você traça entre filha e mãe? Como as duas representam as relações familiares atuais?
Fabiana C.O. - Eu acredito muito na importância do olhar que precisamos ter para as pessoas do nosso convívio. Quando Sol narra a história de sua mãe, você percebe claramente a preocupação, o cuidado e um certo amor. Mas se você olhar por outro ângulo, você vê uma menina sobrecarregada, que não olha para a sua vida com o foco preciso. Costumo dizer que existe um padrão entre as personagens em alguns momentos. E esses padrões estão no nosso dia a dia; se a gente não olhar para isso, repetimos o que o ambiente familiar nos ensina. Atualmente temos a chance de termos relações com mais diálogos e trazer as trocas para um espaço de afeto e compreensão muito maior do que as gerações passadas. É nossa responsabilidade aproveitar e fazer diferente. Podemos encontrar um equilíbrio. Para mim as duas representam a chance de a gente olhar para isso independentemente da posição que atuamos.


Como a literatura é uma ferramenta para propor o diálogo sobre a sobrecarga das mulheres na sociedade?
Fabiana C.O. - Quando escolho a literatura, entendo que trago para o leitor aquela famosa frase: “parece vida real!  Você escreveu sobre mim”. A ficção do texto faz parte da vida de todos. Se eu apenas falasse sobre a mulher na sociedade em outros meios, a mensagem não teria o mesmo poder. A literatura é capaz de emocionar e de conectar. Literatura é arte, e acredito que essa conexão ultrapassa o ato de ler e entra no coração das pessoas. Depois de ler, a gente reflete, fala, revê e recalcula nossa própria rota se o problema lido faz parte do nosso dia a dia. Literatura é arte, e a arte tem o poder de tocar nossas almas.


Você é mãe e enfrentou uma luta contra crises de depressão. O que há de pessoal sobre sua própria história no livro “Sra. Capa”?
Fabiana C.O. - Comecei a ter crises de depressão com 15 anos, e minha mãe foi a pessoa que mais me apoiou e ficou ao meu lado. Quando ela teve um momento pós-luto do meu avô, eu já com meus 22 anos, não acreditei que ela não tinha o olhar e cuidado para com ela. Costumo dizer que 80% do livro é inspirado na observação que fiz com minha mãe e na sua história. Ela é nordestina, passou pelo luto paterno, saiu de sua terra ainda criança pois perdeu uma irmã e assim por diante. Tudo isso está no livro. A migração da minha mãe, assim como todas as adversidades que ela viveu a transformaram em uma “Sra. Capa”, e ela me criou. Não pontuo no livro vários fatores e crises minhas, mas algo importante na minha cura foi entender que eu precisava estar bem e me amar antes de amar minhas filhas. Foi uma quebra de padrão e um ensinamento muito importante. O pedir ajuda e falar com alguém também é algo que trago da minha experiência. Algo que eu busco semear no mundo.


Como você espera que as mulheres adultas recebam esta obra? E o que as jovens leitoras podem aprender com o livro?
Fabiana C.O. - Acredito que as mulheres adultas têm chance de conhecer suas capas. Torço para que elas entendam que achar um equilíbrio é importante. Algumas, mesmo em silêncio, poderão rever os sentimentos e a relação com sua mãe ou com filhas/filhos. Um olhar de empatia e entendimento pode ser iniciado. Se este ente querido tiver partido, acredito que o questionamento sobre a vida dessa pessoa irá surgir. A pessoa que lê “Sra. Capa” tem a chance de fazer diferente. Para as jovens, vejo a possibilidade de rever e construir essa capa com menos peso. De entender que sua mãe é um ser que sente, o que traz mais conexão e respeito entre as gerações. Minhas leitoras adolescentes sempre citam que deixaram de ver a mãe como heroína, e isso tem ajudado nas trocas do dia a dia.


“Sra. Capa” faz parceria com ONGs que profissionalizam mulheres em situação de vulnerabilidade. Pode contar mais sobre esse projeto?
Fabiana C.O. - Claro! Desde o começo, imaginei o livro sendo entregue em um saquinho de veludo vermelho. Busquei parcerias e apresentei a ideia para os dirigentes das ONG’S. As duas ONG’s atuam em comunidades e possibilitam uma nova profissão e ofício para as mulheres inscritas no curso de costura. Todas as participantes são remuneradas por cada saquinho produzido. O sorriso de uma costureira que faz 1 saquinho e da outra que faz 50 é o mesmo, pois você entende a superação de cada uma e de como aprender a costura e tudo que fizeram para chegar no produto final tem sentido e uma importância inexplicável. Já escutei de uma mulher: “consegui um emprego, pois aprendi a mexer na máquina overlock costurando o seu saquinho”. Meu coração fica como? Enorme! Isso dá outro peso para o meu trabalho, faz eu acreditar mais.

Sobre a autora
Empresária com MBA em Gestão de Empresas e Negócios, pós-graduação em Filosofia e Autoconhecimento e formação em Marketing de Moda, Fabiana Carvalho de Oliveira nasceu em Guarulhos e mora na capital de São Paulo. Após 15 anos de trabalho no mercado têxtil, decidiu explorar o mercado editorial e conversar com o público feminino ao publicar "Sra. Capa". A obra, que trata sobre a sobrecarga feminina, complementa a trajetória profissional que hoje a autora trilha: é palestrante em escolas, empresas e ONGs para falar sobre o valor do autoconhecimento e de respeitar os próprios sentimentos. Também é fundadora do “Eu Posso Ser Você”, espaço de escrita voltado para mulheres. Com essa mudança na carreira, passou a assinar como Fabiana C.O. Garanta o seu exemplar de "Sra. Capa", escrito por Fabiana C.O., neste link.

.: Tuca Andrada estreia no Sesc Pompeia encenação sobre o poeta Torquato Neto


O ator Tuca Andrada estreia em São Paulo, no Sesc Pompeia, na próxima terça-feira, 16 de abril, às 20h30, encenação sobre o artista e poeta Torquato Neto. A peça “Let´s Play That, ou Vamos Brincar Daquilo” faz curta temporada até 10 de maio. De terça a sexta, às 20h30, no Espaço Cênico da unidade. Criado a partir da leitura de “Torquatália”, uma antologia de obras de Torquato Neto, conduzida por Paulo Roberto Pires, a vida e obra de Torquato Neto ganham uma nova dimensão ao migrarem do universo literário para o palco teatral.

No espetáculo sem quarta parede e com duração de 80 minutos, Tuca Andrada apresenta as impressões e marcas que teve ao se envolver com o poeta e convoca o público a interagir; perguntando, fazendo críticas e tirando dúvidas, o que o torna sempre renovado a cada noite.

O espetáculo se desenvolve numa arena ou semi arena onde o público esta dentro da ação. Como se numa roda de amigos o ator começasse a contar a história de um artista inclassicável/não enquadrável, sobre qualquer aspecto, e o efeito produzido dessa obra nesse ator. Durante pouco mais de uma hora, o mundo e o tempo de Torquato Neto toma conta do ator e ele narra sua visão da história, com a ajuda apenas de um banco, sonoplastia, música, dança e com um chão coberto com poesias do Poeta.

“Não há efeitos grandiosos de luz, apenas atmosferas que vão se estabelecendo com o correr da peça. O figurino é simples também, apenas uma calça e camiseta brancas. A ideia é retomar a simplicidade do contador de estórias, do repentista, do cantador de feira que apenas com a voz e o corpo conduz a audiência para fora do tempo presente, transportando-a para outros universos. E os universos de Torquato são muitos”, diz Tuca. Poeta, jornalista, agitador cultural, compositor, cineasta, ator e um dos ideólogos do movimento mais importante na cultura brasileira, na segunda metade do século XX, a Tropicália.

Torquato era antes de tudo um apaixonado pelo Brasil e pelas diversas formas de Comunicação. Apesar de uma vida curta – se matou aos 28 anos – mudou radicalmente a maneira de se fazer poesia e jornalismo no país. Nunca publicou um único livro em vida, mas sua obra continua reverberando em muitos artistas brasileiros até hoje, haja vista, o presente espetáculo.

Durante a peça o público também é convidado a participar; opinando, criticando, sendo livre para falar o que quiser. Dessa maneira o espetáculo se reconstrói em cada récita, marcando assim uma característica fundamental na obra torquatiana que é o de se reconstruir a cada momento.


Tuca Andrada
Ator, cantor, diretor e produtor. Profissionaliza-se em Recife, sua cidade natal e muda-se para o Rio de Janeiro, onde atua em diversas peças de teatro, filmes e novelas. No Teatro fez: “Rocky Horror Show”, “O Mercador de Veneza”, “Salomé”, “Qualquer Gato Vira-Lata tem uma Vida Sexual mais Sadia que a Nossa”, “O Beijo da Mulher Aranha”, “Veneza”, “Orlando Silva, o Cantor das Multidões”, “O Rei e Eu”, “Seis Aulas de Dança em Seis Semanas”, “Elis, A Musical” e “A Visita da Velha Senhora“.

Na Televisão atuou nas novelas: “O Dono do Mundo”, “Anos Rebeldes” (minissérie), “Fera Ferida”, “As Pupilas do Senhor Reitor”, “O Amor está no Ar”, “Era Uma Vez”, “Suave Veneno”, “As Filhas da Mãe”, “Os Mutantes – Caminhos do Coração”, “Cordel Encantado”, “Dercy, de Cabo a Rabo”, “Amor de Mãe” entre outras.

Fez parte do elenco dos filmes: “Quem Matou Pixote?”, “Doces Poderes”, “Guerra de Canudos”, “Não me condenes antes que me explique”, “Lara”, “Mulheres do Brasil”. Trabalhou com diretores como: Bibi Ferreira, Amir Haddad, Miguel Falabella, José Possi Neto, Dennis Carvalho, Jorge Fernando, Wolf Maia entre outros.


Maria Paula Costa
Licenciada em Artes Cênicas/UFPE, em Dança na Sorbonne/FR e com Especialização em Coreografia/UFBA. Iniciada em dança pelas Mestras Maria Fux (AR) e Enila de Resende (PE) ainda adolescente. Aos 19 anos, entrou para o Balé Popular do Recife, sendo iniciada no universo danças festivas da Tradição Popular.

Morou em Paris por 11 anos, onde retomou os estudos em dança (Licence em Danse – Paris VIII), frequentou aulas com Laura Proença (Escola Mudra de Maurice Béjart) por 6 anos, e foi interprete e coreógrafa da Cie Les Passagers, de dança aérea. Ao retornar ao Brasil em 2000, criou o Grupo Grial de Dança a convite do escritor Ariano Suassuna. Junto ao Grial criou 13 peças coreográficas. Em 2011, foi indicada como Melhor Espetáculo pela Folha de São Paulo com a peça coreográfica Travessia.

Em 2013 recebeu o APCA de Criadora Interprete, com Terra. Dirigiu o espetáculo de música O Duelo da Rabeca com o Violino com Maciel Salu e Israel França; os espetáculos infantis Dom Quixote no Reino do Meio Dia, e Na Mancha Ninguém me Pega. Exerceu o cargo de Assessora de Dança na SECULT/PE, de 2018 até agosto 2022.

Ficha técnica (São Paulo)
“Let´s Play That, ou Vamos Brincar Daquilo”
Criação: Tuca Andrada, a partir da obra e vida de Torquato Neto
Direção: Tuca Andrada e Maria Paula Costa Rêgo
Elenco: Tuca Andrada
Direção de Movimento: Maria Paula Costa Rêgo
Direção Musical: Caio Cezar Sitonio
Criação de Luz: Caetano Vilela
Técnico e operação de luz: Rodrigo Palmieri
Assistente Iluminador (Programador): Nicolas Caratori
Técnico / Operadora de som: Cecília Lüzs
Contra-regra: Mauro Sérgio Feles
Cenário e Figurino: Tuca Andrada e Maria Paula Costa Rêgo
Parangolé: Izabel Carvalho
Músicos: Caio Cezar Sitonio e Pierre Leite
Fotografia: Ashlley Melo
Produção Executiva: Tuca Andrada, Adriana Teles e Ana Tito Menezes
Direção de produção - São Paulo: Vany Alves
Projeto Gráfico: Humberto Costa
Realização: Iluminata Produções Artísticas LTDA
Co-produção - São Paulo: Inventos


Serviço
"Let’s Play That ou Vamos Brincar Daquilo", com Tuca Andrada
Sesc Pompeia – Rua Clélia, 93. Não temos estacionamento.
As sessões dos dias 18 e 25 de abril, 2 e 9 de maio, quintas-feiras terão interprete de Libras.
Duração: 80 minutos
16 anos
Ingressos: R$ 12,00 (credencial plena), R$ 20,00 (meia-entrada) e R$ 40,00 (inteira).
Local: Espaço Cênico
50 lugares
Ingressos à venda online a partir do dia 09/4, às 17h, e nas bilheterias a partir do dia 10/4, às 17h

quinta-feira, 11 de abril de 2024

.: "Caro Professor Germain": as cartas de Albert Camus para Louis Germain


Assim que recebeu o Prêmio Nobel de Literatura, , uma das primeiras pessoas em quem Albert Camus pensou foi o professor, o Sr. Louis Germain. Sem ele, segundo o próprio Camus, nada disso teria lhe acontecido. Inédito no Brasil, "Caro Professor Germain: cartas e Escritos" é um testemunho do amor, do respeito e do carinho nutridos entre aluno e professor. A tradução é de Ivone Benedetti.

Neste livro, são reunidas pela primeira vez cartas que Albert Camus e Louis Germain trocaram ao longo dos anos, repletas de carinho e admiração mútuos. Além disso, contém o texto “A Escola”, de "O Primeiro Homem" , romance inacabado de Camus no qual Germain é a inspiração para o personagem Bernard, um professor severo, rigoroso, mas, acima de tudo, extremamente afetuoso e apaixonado pelo magistério. "Caro Professor Germain" é uma homenagem à relação de gratidão e carinho entre um aluno e seu professor e um testemunho inspirador do poder de mudança da educação. Compre o livro "Caro Professor Germain: cartas e Escritos" neste link.


Trecho de uma das cartas

“19 de novembro de 1957

Caro senhor Germain,

Deixei que arrefecesse um pouco o ruído que me cercou todos estes dias antes de vir falar um pouco com o senhor do fundo do coração. Acabam de me render uma honra demasiadamente grande, que não busquei nem solicitei. Mas, quando fiquei sabendo da notícia, meu primeiro pensamento, depois de minha mãe, foi para o senhor. Sem o senhor, sem essa mão afetuosa que se estendeu para o menininho pobre que eu era, sem seu ensinamento e seu exemplo, nada disso teria me acontecido.

[...]

Abraço-o com todas as minhas forças.

Albert Camus”


Sobre o autor
Albert Camus foi um jornalista, filósofo e escritor francês nascido na Argélia, em 1913. Seus trabalhos contribuíram com o crescimento da corrente de pensamento conhecida como absurdismo. Entre as maiores obras do autor estão "A Peste""O Estrangeiro" e "A Queda". Um dos grandes autores do século XX, Camus recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1957, três anos antes de sua morte. Compre o livro "Caro Professor Germain: cartas e Escritos" neste link.

.: "Máquina de Leite", de Szilvia Molnar, é um retrato visceral da maternidade


O romance "Máquina de Leite", de Szilvia Molnar, é um retrato cru e visceral da experiência da maternidade. Com tradução de Marcela Lanius no Brasil, o livro teve os direitos de tradução vendidos para oito países. No romance, um casal que vive em Nova Iorque, uma gravidez e o nascimento da primeira filha. O enredo poderia ser idílico, não fosse permeado pela crueza da experiência da maternidade tão bem explorada neste "Máquina de Leite".

“Eu era tradutora, mas agora sou uma máquina de leite”, percebe a narradora a certa altura. E essa autopercepção parece ditar o tom do romance: a consciência de uma transformação completa, dolorosa e incontornável. Acostumada a trabalhar de casa e sozinha, a narradora, que não é nomeada no livro, constata que ficar isolada no apartamento com a bebê recém-nascida traz conflitos e sentimentos de outra ordem. Antes havia amigos por perto, livros para traduzir, conversas, uma vida conjugal. Agora, seu corpo exausto e sua existência giram em torno apenas de nutrir outro ser.

John, o marido, embora bem-intencionado, não consegue sequer chegar à superfície do turbilhão por que está passando a esposa, seja por questões físicas, seja porque praticamente não parou de trabalhar quando a filha nasceu. Assim, em seus dias de isolamento e cansaço, a mãe desenvolve uma estranha relação de amizade com o vizinho viúvo do andar de cima, que se torna a sua única companhia além da bebê.

As visitas que aparecem de vez em quando e deixam palavras de apoio, mas nunca voltam para ajudar, as noites em claro, os pensamentos que flutuam pela mente esgotada de uma mulher que vira mãe: isso tudo é narrado de forma impressionante. Neste livro, a prosa é afiada, conduzida por uma tradutora do sueco para o inglês que medita sobre as palavras, sobre seus sentidos, significados e ressignificados, resultando em um texto trabalhado e conciso, profundo e cruel.

"Máquina de Leite" mescla a descrição dura do pós-parto com os momentos luminosos da descoberta da gravidez, colocando lado a lado alegria e culpa, dor física e afeto, expectativas e frustrações, até que a vida da mãe volte a se equilibrar e ela consiga, enfim, recuperar a sensação de algum controle. Compre o livro "Máquina de Leite" , de Szilvia Molnar, neste link.
 

O que disseram sobre o livro
“Molnar escreveu um romance ousado e muito necessário que tem um pouco da qualidade inabalável da poesia tardia de Sylvia Plath.” - The Atlantic

"Um livro essencial e surpreendentemente emocionante sobre a maternidade... Uma sensação de violência iminente.” - Claire Dederer, The New York Times Book Review


Sobre a autora
Szilvia Molnar
nasceu em Budapeste, cresceu na Suécia e vive nos Estados Unidos. Trabalha em uma agência literária e já colaborou com veículos como Guernica, Lit Hub, The Buenos Aires Review e Neue Rundschau. Garanta o seu exemplar de "Máquina de Leite" , escrito por Szilvia Molnar, neste link.

domingo, 7 de abril de 2024

.: Uma Família Feliz: Raphael Montes chega à lista dos mais vendidos

Raphael Montes. Foto: divulgação


Raphael Montes já vendeu mais de 500 mil exemplares dos seus oito livros e segue surpreendendo o público. Seu novo romance, "Uma família feliz", começa pelo último capítulo e apenas uma semana depois de ser lançado chegou à lista dos livros mais vendidos.

O autor teve a ideia deste thriller psicológico há alguns anos e em uma conversa com o diretor José Eduardo Belmonte decidiram trabalhar neste projeto para transformá-lo em filme. Protagonizado por Grazi Massafera e Reynaldo Gianecchini, o longa Uma família feliz chega aos cinemas nesta quinta, 04 de abril. Com o roteiro do filme pronto, Raphael decidiu fazer dessa história também um livro. E mais uma vez cativou seu público ao fazer um caminho inverso ao tradicional.

No livro, o autor desbrava as tensões das relações familiares e do mundo de aparências de um condomínio perfeito, em uma trama complexa sobre infância e maternidade. Eva tem a vida perfeita. Seu marido é um jovem advogado em ascensão. Suas filhas gêmeas são lindas, inteligentes e saudáveis. Seu trabalho, a arte reborn, é um sucesso na internet. À sua volta, tudo está à mão: o Blue Paradise, condomínio fechado de classe média-alta na Barra da Tijuca, oferece todo tipo de serviço para que ela não precise sair do conforto de seu lar. Eva tem a vida perfeita — até descobrir que está grávida e seu mundo virar de cabeça para baixo.


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“Um thriller que coloca o dedo na ferida das famílias idealizadas.” — Vera Iaconelli


“Um suspense arrebatador! Eva é uma personagem complexa, vive no fio da navalha sob expectativas sociais tentando equilibrar as exigências da maternidade e as pressões de uma vida de aparências. Sem dúvida, muitas mulheres vão se identificar. Essa história me arrepiou desde o primeiro momento!” — Grazi Massafera



Livro: Uma família feliz

Autor: Raphael Montes

352  páginas

Lançamento: 13/03/24


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