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segunda-feira, 18 de março de 2024

.: Teatro Rosinha Mastrângelo recebe a peça "Pagu - Do Outro Lado do Muro"


A vida de Patrícia Galvão, a Pagu, considerada uma das precursoras do movimento feminista no Brasil, como mãe, militante política, escritora, é tema do espetáculo "Pagu - Do Outro Lado do Muro", que será seguido de bate-papo. Foto: Arô Ribeiro


Localizado no Centro de Cultura Patrícia Galvão, em Santos, o Teatro Rosinha Mastrângelo recebe o monólogo "Pagu - Do Outro Lado do Muro", nesta quinta-feira, dia 21 de março, às 19h00.  Ao final do espetáculo, a dramaturga Tereza Freire, autora do livro "Dos Escombros de Pagu: um Recorte Biográfico de Patrícia Galvão", lançado pelas Edições Sesc SP e Editora Senac, e a atriz Thais Aguiar, participam de um bate-papo seguido de sessão de autógrafos. A classificação indicativa do espetáculo, que tem apresentação gratuita, é de 14 anos. A retirada de ingressos será no dia, a partir das 10h00, no Sesc Santos.

O monólogo com a atriz Thais Aguiar e texto da dramaturga e historiadora Tereza Freire que de forma ímpar, conta a riquíssima vida de Patrícia Galvão, mãe, militante política, escritora, que passa por sua relação com Tarsila do Amaral e os modernistas, fala de seus filhos, amores, amigos, da família, das viagens, das descobertas, da menina irreverente que foi e da mulher guerreira em que se transformou e hoje considerada uma das precursoras do movimento feminista no Brasil. Um espetáculo que nos leva a verdadeiramente conhecer o furacão que é Pagu, entendê-la e amá-la.

Estamos falando de abuso, de violência, do tarefismo imposto a mulheres, de várias coisas que Pagu passou, mas que todas nós mulheres ainda passamos. E como ampliar e tornar ainda mais arquetípica essa história, essa relação que não é só de uma mulher, é de uma geração que se perpetua pelas próximas gerações. Enquanto houver patriarcado isso vai existir.

Nesta montagem, formada por uma equipe artística composta em sua maioria por mulheres, resultado de 4 anos de pesquisa da atriz Thais Aguiar sobre a vida e a obra de Pagu. "Pagu - Do Outro Lado do Muro" traz uma dramaturgia atualizada que dialoga ainda mais com o cenário social e político brasileiro. Com idealização de Thais Aguiar, da Espontânea Cia de Teatro, direção de Érika Moura e Natália Siufi (Grupo Xingó), e dramaturgia assinada por Tereza Freire.

O espetáculo reúne forças nesse encontro de mulheres, que ditam o pulso numa caminhada vertical na contramão de um pensar, existir e se mover. Nos questiona como é que a gente faz desse teatro que é antigo e resistente, se tornar essa relação de uma experiência conjunta, presente e capaz de convocar toda uma ancestralidade de mulheres.

"Pagu - Do Outro Lado do Muro" nasceu após sua montagem embrionária em 2022, inspirada no livro "Dos Escombros de Pagu", de Tereza Freire (Edições Sesc), realizada especialmente para as comemorações do Centenário da Semana de Arte Moderna, em São Paulo, em 2022, na Oficina Cultural Oswald de Andrade em São Paulo.

Sobre o livro
As Edições Sesc São Paulo lançam "Dos Escombros de Pagu: um Recorte Biográfico de Patrícia Galvão". A segunda edição da biografia, escrita pela historiadora Tereza Freire, tem como ponto de partida a reunião dos escritos de Pagu, como cartas, bilhetes, poemas, correspondências e artigos de jornal. Poucas personagens da vida cultural e política brasileira da primeira metade do século XX tiveram uma vida tão intensa e fascinante como a escritora, poetisa, diretora teatral, tradutora, desenhista, cartunista e jornalista Patrícia Rehder Galvão, a Pagu. 

Essa mulher extraordinária, no entanto, ainda é pouco conhecida do grande público. Para ajudar a preencher essa lacuna, as Edições Sesc São Paulo, em parceria com a Editora Senac SP, publicam a segunda edição de "Dos Escombros de Pagu: um Recorte Biográfico de Patrícia Galvão", da historiadora Tereza Freire.

A autora relata a agitada vida de Pagu, nascida em 1910 em uma família abastada do interior de São Paulo, a partir de correspondências, poemas e artigos de jornal. Dividido em três partes e por temas, o livro não se limita a fazer um relato cronológico de acontecimentos, mas dá voz à biografada, tomando como ponto de partida a reunião de seus escritos. Quem assina o prefácio é o historiador Rudá K. Andrade, neto de Pagu e do também escritor Oswald de Andrade, um dos principais arquitetos do Modernismo brasileiro.

Tereza Freire é historiadora com mestrado sobre Pagu pela PUC-SP. É roteirista e diretora do documentário Caminhos do Yoga, gravado na Índia em 2003, e autora do romance "Selvagem como o Vento", de 2002. Na televisão, foi roteirista da série de documentários "Diário de Viagem", sobre turismo no Nordeste, e como apresentadora do programa "Contos da Meia-noite", da TV Cultura de São Paulo. O livro "Os Escombros de Pagu" foi inspiração para duas montagens de teatro, no Rio de Janeiro e em São Paulo.


Ficha técnica
Monólogo "Pagu - Do Outro Lado do Muro" 
Atuação: Thais Aguiar
Texto: Tereza Freire
Direção: Erika Moura e Natália Siufi
Trilha Sonora original: Paulo Gianini
Iluminação: Tomate Saraiva
Fotografias: Arô Ribeiro
Design gráfico: Theo Siqueira
Cenário e Figurino orientados por Livia Loureiro
Realização: Espontânea Cultural
Assessoria de Imprensa: Antonio Montano
Coprodução: Lorenna Mesquita


Serviço
Monólogo "Pagu - Do Outro Lado do Muro"
Espetáculo seguido de bate-papo e sessão de autógrafos
Com Espontânea Cia. de Teatro
Bate-papo e sessão de autógrafos do livro "Dos Escombros de Pagu: um Recorte Biográfico de Patrícia Galvão" - Edições Sesc SP e Editora Senac com Tereza Freire (autora) e Thais Aguiar (atriz
Quinta-feira, dia 21 de março, às 19h00

Teatro Rosinha Mastrângelo
Av. Senador Pinheiro Machado, 48 - Vila Matias)
(piso térreo do Centro Cultural Patrícia Galvão)
Classificação indicativa: 14 anos
Grátis. Retirada de ingressos no dia, a partir das 10h00, no Sesc Santos

Sesc Santos
Rua Conselheiro Ribas, 136, Aparecida  
Telefone: (13) 3278-9800  

.: "Escritos de Um Viado Vermelho" mistura movimento LGBTQIA+ e a ditadura militar


O brasilianista James N. Green lança, na próxima terça-feira, dia 19 de março, às 19h00, o livro "Escritos de Um Viado Vermelho", lançado pela editora Unesp. O encontro, que terá bate-papo do autor com o pesquisador Renan Quinalha, será na Livraria Megafauna, em São Paulo. “O privado é político”. O slogan, de origem incerta, foi muito usado pelo movimento feminista dos anos 1960, indicando que elementos de nossa vida pessoal na maioria das vezes têm origem em questões políticas da sociedade em que vivemos. 

Essa frase poderia ser usada também para iniciar uma abordagem de "Escritos de Um Viado Vermelho", coletânea de ensaios em que o brasilianista combina relatos autobiográficos e ensaios sobre os temas que lhe são mais caros: o movimento LGBTQIAP+ e a ditadura militar brasileira. Nos ensaios que compõem este volume, Green não se afasta do tom pessoal e da prosa fluida que lhe são característicos. Trata-se de uma obra que já nasce como referência para todos que estudam ou têm curiosidade sobre o tema. Compre o livro "Escritos de Um Viado Vermelho", de James. Green, neste link.


Sobre o autor
James Naylor Green
é professor de História Moderna da América Latina e foi diretor da Iniciativa Brasil na Brown University, EUA. Especialista em estudos latino-americanos, Green é brasilianista, tendo vivido no Brasil entre 1976 e 1982, e sua trajetória esteve sempre ligada ao ativismo pelos direitos LGBTQIAP+ e na defesa da democracia no Brasil. Pela Editora Unesp, publicou "Além do Carnaval" (2000, com 3ª edição revista e ampliada em 2022). Garanta o seu exemplar de "Escritos de Um Viado Vermelho", escrito por James N. Green, neste link.


Serviço
Lançamento do livro "Escritos de Um Viado Vermelho"
Terça-feira, diaa 19 de março, às 19h00
Livraria Megafauna
Av. Ipiranga, 200 - loja 53 do Edifício Copan - República/São Paulo

domingo, 17 de março de 2024

.: Entrevista com Midria: "Minha poesia reflete meus processos de inquietação"


Por Helder Moraes Miranda, editor do portal Resenhando.com. 

Poeta, slammer e cientista social, Midria está entre os principais nomes da atual geração de escritores. A estreia na editora Rosa dos Tempos com "Desamada: um Corpo à Espera do Amor" vem marcada por um texto sensível e amadurecido sobre a descoberta amorosa. Em evidência após o emocionante debut na programação oficial da Flip 2022, também foi capa da revista Glamour em março de 2023 e, em abril do mesmo ano, revelou-se um destaque como referência da geração Z em reportagem da revista Vogue. 

Com texto de orelha assinado pela escritora, tradutora e psicanalista Eliane Marques, Midria vai além do que se espera de quem vive da poesia porque ultrapassa o lirismo para percorrer o universo das vivências. O livro é indicado para qualquer pessoa que já viveu o contrário do amor: a solidão física, corpórea, a falta do toque, a ausência de companhia. Nesta entrevista exclusiva, Midria revela tudo - e um pouco mais - sobre vida, inspiração e amor. Compre o livro "Desamada: um Corpo à Espera do Amor", de Midria, neste link.


Como sobreviver ao desamor?
Midria - Acredito que buscar espaços de autocuidado e de pertencimento coletivo ao mesmo tempo é importante. Para pessoas negras isso pode significar o “aquilombamento”, existir de forma mais plena e amorosa entre pares.


O que há de autobiográfico em "Desamada"?
Midria -  Quase tudo, minha poesia reflete meus processos de inquietação, dores e amores com o mundo.


O que representa a literatura em sua vida?
Midria A literatura pra mim é um fio condutor de muita importância, me reconecta com minha potência criativa e me apresenta o mundo de formas pluriverais. Desde criança, adolescente sempre amei muito ler e mais tarde encontrei nos saraus e slams uma forma de partilhar a escrita que formou muito minha identidade.


Na sua própria literatura, em que você se expõe mais, e por outro lado, em que você mais se preserva, em seus textos?
Midria Acho que busco ter um princípio geral de amor comigo e em relação ao mundo como aquilo que me motiva, isso ajuda a não cair num cinismo ou desesperança frente a questões difíceis que por vezes abordo.


Que conselhos você dá para as pessoas que pretendem enveredar pelos caminhos da escrita?
Midria Sempre busque partilhar só o que você pode dizer, a narrativa que se relaciona com o seu universo pessoal ou de interesses que cruzem uma nova possibilidade de imaginar o mundo.


Quais livros foram fundamentais para a sua formação enquanto escritore e leitore?
Midria - "O Menino do Pijama Listrado", "As Boas Mulheres da China", as obras da Octavia E. Butler no geral e mais recentemente "O Caminho do Artista".


Como e quando começou a escrever?
Midria -  Eu escrevia desde pequene, na escola quando minha professora da segunda série ensinou o que era poesia me encantei pela forma e segui escrevendo poemas aqui e ali. Mais pra frente na quinta, sexta série participei de projetos de formação de leitores na escola, o chamado “Círculos de Leitura”, o que aprofundou mais ainda o amor pela escrita. E nos saraus e slams os poemas que eu já escrevia ganharam mais corpo e espaço de partilha.


Quais escritores mais influenciaram a sua trajetória artística e pessoal?
Midria Gosto de pensar em pares como Mel Duarte, Luz Ribeiro, Danylo Paulo, Igor Chico, Jô Freitas, que são pessoas contemporâneas e para além de escreverem, vivenciam muito o que colocam no papel. Além de serem todes agitadores culturais que criam espaços de escuta e partilha de poesia dos quais pude participar.


É possível viver de literatura no Brasil?
Midria É possível, mas não sem muitos percalços. Fiz uma pesquisa sobre a trajetória de profissionalização de poetas negras do slam em São Paulo ainda na graduação e o que ela mais me mostrou foi como ainda não temos algum tipo de parâmetro que balize os valores mínimos pelos quais nossos trabalhos devem ser valorizados. É tudo muito desigual e por vezes as pessoas não compreendem que a escrita tem um custo de tempo, emocional, interpessoal. Vejo que ainda falta um olhar sério sobre pessoas que escrevem no Brasil, em especial quando falam da margem.


O quanto para você escrever é disciplina? É mais inspiração ou transpiração?
Midria -  Acho que ando no meio termo, vou construindo a inspiração, coletando escritos aqui e ali e quando vejo que o livro está realmente já no caminho sento com mais afinco para dar os toques finais.


Quanto tempo por dia você reserva para escrever?
Midria Tento escrever pelo menos 30 minutos a cada manhã em fluxo livre e o restante vem à medida da inspiração, em especial a poesia que mora bastante nos detalhes do cotidiano.


Você tem um ritual para escrever?
Midria -  Não tenho, só gosto de sentir que há tempo para isso.


Em um processo de criação, o silêncio e isolamento são primordiais para produzir conteúdo ou o barulho não atrapalha?
Midria Muita coisa eu escrevi e escrevo no ônibus, metrô. Mas lapidar as coisas demanda concentração.


Como começar a ler Midria?
Midria -  Ler meus livros desde o primeiro, "A Menina que Nasceu sem Cor" que reúne poesias dos  meus primeiros anos nos slams e seguir conhecendo os seguintes é um bom jeito de se aprofundar nos diferentes momentos que já tive na escrita.


Que livro você gostaria de ter escrito?
Midria Não vou dar spoiler dos próximos, estão no forno! (risos)


Hoje, quem é Midria por Midria?
Midria Midria é uma pessoa que escreve, mas que também se divide entre ser uma pessoa que transforma o mundo por meio de uma ONG, que estuda muito como forma de se alimentar para dar conta da vida, que dança, vai para academia, nada, que está aprendendo a tocar bateria para manter viva sua criança interior, em resumo, uma pessoa que não para quieta para se sentir viva. E que busca a espiritualidade, Orixás e guias como eixo para dar conta de tanto movimento.

.: "Diário de Um Filme": o processo criativo de "A Paixão Segundo G.H."


Escrito por Melina Dalboni e publicado pela editora Rocco, o livro "Diário de Um Filme" narra o processo criativo e a aventura de se fazer cinema independente no Brasil a partir da realização do longa-metragem , baseado no romance homônimo de Clarice Lispector, dirigido por Luiz Fernando Carvalho e protagonizado por Maria Fernanda Candido.

Em primeira pessoa, a roteirista Melina Dalboni não se limita a apresentar a criação de um filme propriamente dito, mas revela a jornada emocional de todos da equipe e do elenco. Neste diário, a autora conduz o leitor a um mergulho no percurso criativo vertical do cineasta a partir da obra de Clarice Lispector e se depara com as circunstâncias externas — pessoais ou não — que afetam uma filmagem.

Na segunda parte do livro, são reproduzidas as transcrições das Oficinas Teóricas, ponto de partida para todos os trabalhos de Carvalho, realizadas para a equipe durante a fase de pesquisa e ensaios. Pelo tablado do Galpão, espaço criativo idealizado pelo cineasta, passaram nomes como Nádia Battella Gotlib, supervisora de texto do filme, e José Miguel Wisnik, Yudith Rosenbaum, Franklin Leopoldo e Silva, Rafaela Zorzanelli e Flavia Trocoli, todos grandes estudiosos e especialistas na obra da autora de "A Paixão Segundo G.H.". Isso torna as palestras transcritas nesta publicação escritos inéditos incontornáveis para os estudiosos e admiradores da obra clariceana.

Acompanhando os textos, são reproduzidos os cadernos do cineasta, frames do filme e fotografias das fases de pré-produção e bastidores das filmagens. O resultado é um painel que atravessa as questões subjetivas e técnicas do filme, as inspirações, a vulnerabilidade de uma criação, o diálogo entre a literatura de Clarice e o cinema de Carvalho, o extraordinário tour de force da atriz Maria Fernanda Candido e a busca incansável pela própria linguagem cinematográfica. Compre o livro "Diário de Um Filme", de Melina Dalboni, neste link.


Sobre o filme
"'A Paixão Segundo G.H.' é como saborear a conquista do impossível. Há que se discutir se algum artista já conseguiu isso. Clarice chegou perto. Carvalho e Candido também." — Walter Porto, Folha de S. Paulo

"A prosa altamente filosófica de Clarice Lispector encontra uma representação cinematográfica que supera todas as expectativas. O filme combina confessional, experimental e psicológico para alcançar um horror existencial com ecos de 'Através de Um Espelho', de Bergman, e 'Repulsa ao Sexo', de Polanski." —Cristina Álvarez López, IFFR - Rotterdam

"O estranhamento e a beleza estética do filme de Luiz Fernando Carvalho surpreendem, instigam, num apelo a que o espectador se ligue ao que ali se expõe e nos escapa no dia a dia." — Nádia Battella Gotlib, biógrafa de Clarice Lispector

"Esse filme extraordinário, corajoso e requintado não se amofina diante dos desafios do original. Em vez disso, mergulha no seu tecido escamoso e delirante para daí extrair uma pérola de cinema." — Carlos Alberto de Mattos, crítico cinematográfico


Sobre a autora
Melina Dalboni é escritora, roteirista e jornalista. Foi colaboradora da série "IndependênciaS" (TV Cultura, 2022) e roteirista dos filmes "A Paixão Segundo G.H." (2023) e "Tire Cinco Cartas" (2023). É autora dos textos de "Meu Pedacinho de Chão" (Editora Casa da Palavra, 2014) e de "Sonia Braga em Fotobiografia" (Edições Sesc e Cepe, 2023), e organizadora de "Fotografias – O Processo Criativo dos Atores de 'Dois Irmãos'" (Editora Bazar do Tempo, 2017). Atualmente, escreve para os principais veículos de imprensa do Brasil. Garanta o seu exemplar de "Diário de Um Filme", escrito por Melina Dalboni, neste link.

.: "O Convidado", de Henri Lui, ensina a não confiar em estranhos conhecidos


Escrito por Henri Lui, o romance "O Convidado", lançado pela editora Frieden, é sobre uma rica família envolta em crimes, mistérios, dramas e traições após a chegada de um sobrinho órfão. Os Marah parecem a família perfeita. O patriarca Ivan é um descendente de aristocrata e ocupa um cargo de influência na Corte de Julgamento do Estado. Já Natália, a matriarca, é tão dedicada ao marido e aos três filhos que renunciou à própria individualidade para se tornar um exemplo de mãe e mulher. Mas as porcelanas da casa não permitem que os leitores de "O Convidado" acreditem no mundo de aparências, porque elas são sempre a companhia da mesa de jantar e observadoras oniscientes dos acontecimentos entre os familiares.

Este romance repleto de traições, assassinatos, dramas e mentiras destrincha hipocrisias que se escondem por trás das portas de um lar. Com um texto descritivo, parágrafos longos e diálogos curtos, o escritor Henri Lui analisa os sentimentos e as contradições de cada personagem para mostrar que não há somente um vilão nem um protagonista admirável. Mais que isso: o autor evidencia as ações - boas e ruins – que qualquer ser humano é capaz de praticar independentemente de sua formação como pessoa.

Com duas partes principais, o primeiro momento do enredo gira em torno dos Marah e das formas que os membros se relacionam entre si e com a sociedade. O segundo inicia quando Fiódor chega à casa dessa rica família e esconde sua verdadeira identidade. Ele não é o sobrinho órfão que está prestes a receber as posses dos pais, como diz. Sua verdadeira identidade é Xavier, um jovem pobre, vítima de violência doméstica, que assassina o herdeiro para ter outra vida.

Entretanto, o agora Fiódor não é o único a cometer crimes ou a desestruturar o ideal de perfeição familiar. Ivan está envolvido em um grande esquema de corrupção; Natália vive uma relação amorosa fora do casamento; e as meninas Anna e Kátia cresceram egocêntricas por acreditarem que o dinheiro pode comprar tudo. O filho mais novo, Nikolau, morre cedo devido a uma doença e marca a primeira experiência de luto dos Marah.

Inspirado nos clássicos da literatura russa e nas obras publicadas durante o século XIX, que investigam as mais dramáticas e conflituosas condições da existência humana, "O Convidado" detalha questões psicológicas, problemas íntimos e diferentes realidades de cada personagem. Com uma trama misteriosa e complexa, Henri Lui guia o leitor por reviravoltas permeadas de mentiras, investigações e erros que se estendem até a última página. Compre o livro "O Convidado", de Henri Lui, neste link.


Sobre o autor
Nascido em Araraquara, em São Paulo, Luiz Henrique Marquez assina com o pseudônimo Henri Lui e tem dois livros publicados. “J.” marcou sua estreia na literatura e conta com elementos autobiográficos. O segundo lançamento é "O Convidado", publicado pela editora Frieden. Garanta o seu exemplar de "O Convidado", de Henri Lui, neste link.

sábado, 16 de março de 2024

.: Cartas de amor entre Camus e atriz francesa são publicadas em livro


Lançado pela editora Record, o livro "Escreva Muito e Sem Medo: uma História de Amor em Cartas (1944-1959)" traz a intensa correspondência entre um dos maiores autores do século XX, o franco-argelino Albert Camus, e uma das grandes atrizes do teatro francês, Maria Casarès, que figurou em clássicos do cinema, como "O Boulevard do Crime" e "As Damas do Bois de Boulogne". O livro foi editado por Béatrice Vaillant, com notas de Alexandre Alajbegovic.

Inédito no Brasil, o livro, com prefácio da filha de Camus, Catherine, é um testemunho da busca de dois amantes pela verdadeira experiência do amor. Para os fãs do escritor, oferece um vislumbre único da vida pessoal, sem nenhum filtro, da imagem pública do vencedor do Prêmio Nobel de Literatura. Ainda no primeiro semestre de 2024, a Editora Record vai publicar "Caro Professor Germain", mais um livro inédito de Camus no Brasil. A tradução é de Clóvis Marques.

Albert CamusMaria Casarès se conheceram em 19 de março de 1944 mas o relacionamento começou efetivamente na noite do Dia D, 6 de junho. Ex-aluna do Conservatório de Arte Dramática de Paris, nascida em Corunha e filha de um político espanhol forçado ao exílio, ela tinha apenas 21 anos. Camus morava sozinho em Paris, afastado da mulher, Francine, por conta da guerra.

As cartas revelam a intensidade do relacionamento e de suas realizações pessoais. O escritor é mais conciso, e em meio a juras de amor conta à amante sobre os livros que está produzindo, como "O Avesso e o Direito", "O Exílio e o Reino", "A Queda" e "O Primeiro Homem", este o livro que estava na valise quando Camus morreu em um acidente de carro. As cartas de Maria são mais extensas e revelam o cotidiano da atriz, as gravações no rádio, os ensaios, as récitas teatrais, as filmagens, bem como a vida de atores da Comédie-Française e do Teatro Nacional Popular.

A publicação desta enorme troca de correspondências, que durou até o fim da vida do escritor, revela uma pedra angular de uma preocupação constante em seu trabalho. “Quando se ama alguém, ama-se para sempre”, confidenciou Maria Casarès muito depois da morte de Albert Camus; “quando não se esteve mais sozinho uma vez, nunca mais se estará”. Compre o livro "Escreva Muito e Sem Medo: uma História de Amor em Cartas (1944-1959)", de Albert Camus e Maria Casarès, neste link. 


Sobre os autores
Albert Camus
foi um jornalista, filósofo e escritor francês nascido na Argélia, em 1913. Seus trabalhos contribuíram com o crescimento da corrente de pensamento conhecida como absurdismo. Um dos grandes autores do século XX, Camus recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1957, três anos antes de sua morte. Entre suas maiores obras estão "A Peste", "O Estrangeiro" e "A Queda".

Maria Casarès foi uma atriz franco-espanhola nascida em Espanha, em 1922. Desde sua estreia, em 1942, até sua morte, em 1996, foi uma das grandes atrizes de tragédias do teatro francês, além de ter atuado no cinema e na televisão. Figurou em vários clássicos do cinema, como "O Boulevard do Crime" e "As Damas do Bois de Boulogne". Garanta o seu exemplar de "Escreva Muito e Sem Medo: uma História de Amor em Cartas (1944-1959)", escrito por Albert Camus e Maria Casarès, neste link. 

.: "O Último dos Copistas", de Marcílio França Castro, consagra autor


"O Último dos Copistas"
, romance híbrido que mescla ensaio e literatura, fato e ficção, com um estilo envolvente e arrojado, a história esquecida de uma figura do século XVI se revela uma janela para compreender o contemporâneo. O livro estabelece Marcílio França Castro como um dos autores de maior destaque no cenário contemporâneo. Os copistas são figuras fantasmagóricas que assombram a literatura. Aqui o ponto de partida é Ângelo Vergécio, um copista do século XVI cuja caligrafia deu origem à fonte Garamond.

Um enigma de sua vida move, no século XXI, na passagem do analógico ao digital, a história de amizade entre um revisor e uma ilustradora em uma pequena casa editorial. Trata-se de uma relação platônica que parece se concretizar através de uma obsessão compartilhada por desvendar detalhes da vida de Vergécio, conduzindo o enredo ainda por cidadezinhas da Europa que conhecemos através de cartões-postais intrigantes. Compre o livro "O Último dos Copistas", de Marcílio França Castro, neste link.


O que disseram sobre o livro
“Um livro surpreendente sobre a passagem do tempo, dos mundos que se sucedem e do que fica pelo caminho. A história de dois tipos em extinção, um copista à saída da Idade Média e um revisor literário no mundo digital, ao mesmo tempo remanescentes e transmissores do que corre o risco de se perder para sempre. Um romance incisivo e original sobre a obsolescência e o anacronismo como resistências artísticas incomuns, capazes de criar pontes inesperadas e revelar o quanto a naturalidade do presente pode apenas encobrir um processo de normalização.” — Bernardo Carvalho

“A obra parece um daqueles desenhos de Escher, de uma mão desenhando a si mesma, ou de um castelo de escadas que levam para cima e para baixo ao mesmo tempo. Com incrível domínio topológico da narrativa, os fatos vão se combinando e recombinando, equilibrados no vértice de uma jovem ilustradora que atrai todas as linhas da trama — em texto e imagens —, até o surpreendente clique que fecha a máquina perfeita do livro.” — Arthur Nestrovski


Sobre o autor
Marcílio França Castro
 nasceu em Belo Horizonte em 1967. Mestre em estudos literários pela UFMG, publicou, entre outros livros, "Histórias Naturais" e "Breve Cartografia de Lugares sem Nenhum Interesse", pelo qual recebeu o Prêmio Literário da Fundação Biblioteca Nacional. Garanta o seu exemplar de "O Último dos Copistas", escrito por Marcílio França Castro, neste link.

sexta-feira, 15 de março de 2024

.: "A Zona de Interesse": o livro que inspirou o filme vencedor do Oscar


Dirigido por Jonathan Glazer, o filme "Zona de Interesse", em cartaz na Rede Cineflix  e em cinemas de todo o país, venceu duas categorias na cerimônia do Oscar 2024: Melhor Filme Internacional e Melhor Som. O longa-metragem é uma adaptação do livro "A Zona de Interesse", de Martin Amis, lançado pela Companhia das Letras, um romance brilhante em que cada um dos vários narradores testemunha o inominável a sua maneira. A tradução é de Donaldson M. Garschagen.

Nome de proa da literatura contemporânea, Martin Amis traz olhar corrosivo neste romance sobre o Holocausto. "A Zona de Interesse", em Auschwitz, era o local onde os judeus recém-chegados passavam pela triagem, processo que determinava se seriam destinados aos trabalhos forçados ou às câmaras de gás.

Este romance se passa nesse lugar infernal, em agosto de 1942. Cada um dos vários narradores testemunha o inominável a sua maneira. O primeiro é Golo Thomsen, um oficial nazista que está de olho na mulher do comandante. Paul Doll, o segundo, é quem decide o destino de todos os judeus. E Szmul, o terceiro, chefia a equipe de prisioneiros que ajudam os nazistas na logística do genocídio. Neste romance, Martin Amis reafirma seu lugar entre os mais argutos intérpretes de nosso tempo. Compre o livro "A Zona de Interesse", de Martin Amis, neste link.


O que disseram sobre o livro
"A Zona de interesse é um prodígio verbal, além de romance brilhante, celestialmente triste e inspirado por nada menos que uma profunda curiosidade moral sobre os seres humanos. É de cair o queixo." -- Richard Ford


Sobre o autor
Martin Amis é autor de treze romances, entre eles Lionel Asbo e Casa de encontros, ambos publicados pela Companhia das Letras. Também é autor do livro de memórias "Experiência", de coletâneas de contos e de obras de não-ficção. Vive no Brooklyn, em Nova Iorque. Garanta o seu exemplar de "A Zona de Interesse", escrito por Martin Amis, neste link.


Assista na Cineflix
Filmes de sucesso como “Zona de Interesse” são exibidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.

.: Margaret Atwood leva "Questões Incendiárias" para a literatura


Em mais de 50 textos escritos no período entre 2004 e 2021, Margaret Atwood apresenta seu intelecto prodigioso e humor travesso para o mundo e nos relata o que encontra no livro "Questões Incendiárias: ensaios e Outros Escritos de 2004 a 2021", lançamento da editora Rocco. 

Esta brilhante seleção de ensaios – engraçados, eruditos, infinitamente curiosos, estranhamente proféticos – busca respostas para questões incendiárias como: por que as pessoas em todos os lugares, em todas as culturas, contam histórias Quanto de si você pode doar sem desaparecer? Como podemos continuar vivendo no nosso planeta? É verdade? E é justo? O que zumbis têm a ver com autoritarismo? A tradução é de Maira Parula.

O período de altos e baixos abordado nesta coleção trouxe uma conclusão para o fim da História, uma crise financeira, a ascensão de Donald Trump e uma pandemia. De dívidas à tecnologia, da crise climática à liberdade, de quando dar conselhos aos jovens (resposta: apenas quando forem solicitados) a como definir a granola, não existe melhor autora para questionar os variados mistérios da existência humana. Garanta o seu exemplar de "Questões Incendiárias: ensaios e Outros Escritos de 2004 a 2021", escrito por Margaret Atwood, neste link.


O que disseram sobre o livro
"Margaret Atwood é uma lenda viva." — New York Times Book Review

"['Questões Incendiárias'] reflete tanto a urgência das questões que são importantes para a autora – literatura, feminismo, meio ambiente, direitos humanos – quanto sua aura polêmica… O escopo do livro e a perspicácia de sua escrita evidenciam a leitura e o pensamento de uma longa vida bem aproveitada." — Washington Post

"Inspiradora… Sempre necessária por sua percepção aguçada e narrativa fascinante, Atwood apresenta textos espirituosos, fortes e esclarecedores sobre sua longa e sempre vital carreira." — Booklist

"Talvez não haja melhor escritora para explorar as ansiedades da era atual do que Margaret Atwood." — Entertainment Weekly


Sobre a autora
Margaret Atwood, escritora canadense, é romancista, poeta, contista, ensaísta e crítica literária. Foi agraciada com importantes prêmios literários, entre eles o Príncipe das Astúrias – pelo conjunto de sua obra – e o Man Booker Prize. Um de seus livros de maior sucesso é "O Conto da Aia", que já vendeu milhões de exemplares no mundo todo e inspirou a série de TV homônima. Também da autora, a Rocco publicou, entre outros, "Vulgo Grace", a trilogia "MaddAddão", "A Noiva Ladra", "Olho de Gato" e "O Assassino Cego", vencedor do Booker Prize 2000. Compre o livro "Questões Incendiárias: ensaios e Outros Escritos de 2004 a 2021", de Margaret Atwood, neste link.

quinta-feira, 14 de março de 2024

.: Os 80 anos de Bartolomeu Campos de Queirós e lançamentos de três livros

Em comemoração aos 80 anos do saudoso Bartolomeu Campos de Queirós, Global Editora insere novas obras do grande mestre de livros infantis em seu catálogo. Imagem: Spacca

Se estivesse vivo, o renomado autor Bartolomeu Campos de Queirós, uma figura icônica da nossa literatura infantil e infantojuvenil, completaria 80 anos em 25 de agosto. no centro-oeste mineiro, Bartô passou sua infância em Papagaio, antes de se instalar em Belo Horizonte. Deixou mais de 70 obras como legado e contribuição para o país. Com isso, 2024 será um ano especial para a Global Editora, que em honra a esse marco significativo, apresenta três novidades em seu catálogo:

O livro, "Sei por Ouvir Dizer", lançado originalmente em 2008, recebeu o Prêmio Jabuti na categoria Melhor Livro Infantil. A obra é uma narrativa de um menino que encontra três óculos e ouve falar que todos eles eram de uma senhora e usava um para ver de perto, outro de longe e outro para encontrar os outros dois.

"A Ararinha-azul", é uma obra publicada pela primeira vez como livro. Antes, a história havia sido publicada dentro de uma coletânea. O livro narra a história de um garoto, seu avô e o papagaio, que sente falta de uma grande amiga, a Ararinha-azul.

E chegará em abril às livrarias, a nova edição do livro "Correspondência", lançado originalmente em 1986. A obra é uma verdadeira carta de amor ao Brasil e à Democracia, onde o autor apresenta uma série de cartas trocadas entre amigos. Sendo um voto em favor de que a nossa “Carta maior”, a Constituição de 1988, viesse a ser justa e atendesse aos sonhos de nosso povo. Com esses lançamentos, a Global Editora reafirma seu compromisso em promover a literatura brasileira e homenagear grandes nomes como Bartolomeu Campos de Queirós, cujo legado continuará a inspirar leitores de todas as idades.


Biografia do autor
Bartolomeu Campos de Queirós nasceu em 1944 no centro-oeste mineiro e passou sua infância em Papagaio, “cidade com gosto de laranja-serra-d’água”, antes de se instalar em Belo Horizonte, onde dedicou seu tempo a ler e escrever prosa, poesia e ensaios sobre literatura, educação e filosofia. Considerava-se um andarilho, conhecendo e apreciando cores, cheiros, sabores e sentidos por onde passava. Bartolomeu só fazia o que gostava, não cumpria compromissos sociais nem tarefas que não lhe pareciam substanciais. “Um dia faço-me cigano, no outro voo com os pássaros, no terceiro sou cavaleiro das sete luas para num quarto desejar-me marinheiro.”

Traduzido em diversas línguas, Bartolomeu recebeu significativos prêmios, nacionais e internacionais, tendo feito parte do Movimento por um Brasil Literário. Faleceu em 2012, deixando sua obra com mais de 60 títulos publicados como maior legado. Sua obra completa passou a ser publicada pela Global Editora, que assim fortalece a contribuição deste importante autor para a literatura brasileira.

terça-feira, 12 de março de 2024

.: Livro "Palestina", de Rashid Khalidi: um estudo sóbrio sobre a guerra centenária


Escrito pelo principal historiador americano sobre o Oriente Médio, Rashid Khalidi, o livro de não-ficção "Palestina: um Século de Guerra e Resistência (1917-2017)" é um relato sóbrio e ao mesmo tempo pessoal desse conflito sistemático que se arrasta por mais de cem anos. Sem encobrir os erros dos líderes palestinos ou negar a emergência de movimentos nacionalistas de ambos os lados, este livro, lançado pela editora Todavia, reavalia as forças envolvidas e oferece uma visão esclarecedora de um conflito que parece não ter fim.

Em março de 1899, Yusuf Diya al-Khalidi, que já fora deputado e prefeito de Jerusalém, enviou uma carta alarmada a Theodor Herzl, considerado o pai do sionismo moderno. Nela, argumentava que, quaisquer que fossem os méritos do movimento sionista, as “forças brutais das circunstâncias tinham que ser consideradas”, pois o povo palestino nunca aceitaria de bom grado ser suplantado. Ao alertar para os perigos futuros, ele concluía sua nota com um apelo sincero: “em nome de Deus, deixe a Palestina em paz”.

Assim Rashid Khalidi, o principal historiador americano sobre o Oriente Médio, herdeiro intelectual de Edward Said e igualmente reconhecido pelo seu enfoque humanista da disputa, inicia o seu relato sobre a guerra secular na Palestina. Com uma narrativa clara e equilibrada, Khalidi, descendente do autor da carta a Herzl, subverte as interpretações aceitas do conflito, que tendem, na melhor das hipóteses, a descrevê-lo como um confronto trágico entre dois povos que reivindicam o mesmo território. Para tanto, retraça os mais de cem anos da guerra, encampada primeiro pelo movimento sionista e depois por Israel, mas com o substancial (ainda que intermitente) aporte de Grã-Bretanha e Estados Unidos, as grandes potências do período.

Guiando os leitores pelos episódios-chave da campanha colonial, como a Declaração Balfour de 1917 (que comprometia a Inglaterra com o estabelecimento de uma nação judaica sem ao menos mencionar os palestinos) e os confrontos de 1948 e 1967, Khalidi se vale de pesquisas de arquivo, material de familiares — deputados, juízes, acadêmicos, diplomatas e jornalistas — e das próprias experiências para revelar o pano de fundo histórico que enquadra os acontecimentos atuais, explicando dinâmicas subjacentes decisivas para uma compreensão adequada do presente. Compre o livro "Palestina: um Século de Guerra e Resistência (1917-2017)", de Rashid Khalidi, neste link.  


O que disseram sobre o livro
“Uma obra fascinante e original, a primeira a explorar a guerra contra os palestinos com base numa profunda imersão na sua luta.” — Noam Chomsky

“Rashid Khalidi, o herdeiro intelectual de Edward Said, escreveu um dos grandes livros sobre a questão palestina.” — Financial Times

“Informado e fervoroso, este livro é uma elegia aos palestinos, à sua expropriação, ao seu fracasso em resistir à conquista.” — The Guardian

Sobre o autor
Rashid Khalidi
nasceu em 1948, em Nova Iorque. Publicou vários livros sobre o Oriente Médio e ocupa a cadeira Edward Said em estudos árabes modernos da Universidade Columbia. É autor de inúmeros ensaios sobre história e política do Oriente Médio, incluindo textos em The New York Times, The Boston Globe, LA Times, Chicago Tribune e em diversas revistas.

Trecho do livro
Dada essa cegueira, o conflito é retratado, na melhor das hipóteses, como um confronto nacional direto, ainda que trágico, entre dois povos com direitos sobre a mesma terra. Na pior, é descrito como o resultado do ódio fanático e arraigado de árabes e muçulmanos contra o povo judeu enquanto ele estabelece seu direito inalienável à sua terra natal eterna, dada por Deus. Na verdade, não há razão para que aquilo que vem acontecendo na Palestina faz mais de um século não possa ser entendido tanto como um conflito colonialista quanto como uma disputa entre nações. Mas nossa preocupação aqui é sua natureza colonialista, uma vez que esse aspecto central tem sido subestimado, embora essas qualidades típicas de outras campanhas colonialistas estejam evidentes na história moderna da Palestina.

De maneira característica, colonizadores europeus que procuravam suplantar ou dominar povos nativos, nas Américas, na África, na Ásia ou na Australásia (ou na Irlanda), sempre os descreveram em termos pejorativos. Eles também sempre alegam que vão melhorar as condições de vida da população nativa como resultado de seu domínio; a natureza “civilizadora” e “avançada” de seus projetos colonialistas serve para justificar qualquer maldade perpetrada contra os povos nativos para atingir seus objetivos. Basta mencionar a retórica de administradores franceses no Norte da África ou de vice-reis britânicos na Índia.

Sobre o Raj britânico, Lord Curzon disse: Sentir que em algum lugar entre esses milhões de pessoas se deixou um pouco de justiça ou felicidade ou prosperidade, um senso de hombridade ou dignidade moral, uma fonte de patriotismo, um alvorecer de iluminação intelectual ou uma noção de dever, onde antes isso não existia — é o que basta, essa é a justificativa do inglês na Índia.

As palavras “onde antes isso não existia” merecem ser repetidas. Para Curzon e outros de sua classe colonial, os nativos não sabiam o que era melhor para eles e não podiam alcançar essas coisas sozinhos: “Vocês não podem ficar sem nós”, afirmou Curzon em outro discurso. Há mais de um século, os palestinos têm sido descritos precisamente na mesma linguagem por seus colonizadores, como aconteceu com outros povos nativos. A retórica condescendente de Theodor Herzl e outros líderes sionistas não era diferente da usada por seus pares europeus.

O Estado judeu, escreveu Herzl, iria “formar uma parte de um muro de defesa para a Europa na Ásia, um posto avançado da civilização contra a barbárie”. Isso lembrava a linguagem usada na conquista da fronteira norte-americana, que acabou no século XIX com a erradicação ou submissão de toda a população nativa do continente. Como na América do Norte, a colonização da Palestina — como a da África do Sul, da Austrália, da Argélia e de partes da África Ocidental — tinha o objetivo de implantar uma colônia branca europeia. O mesmo tom em relação aos palestinos que caracteriza tanto a retórica de Curzon quanto a da carta de Herzl está replicado na maior parte do discurso sobre a Palestina nos Estados Unidos, na Europa e em Israel até hoje.

Alinhado com essa racionalização colonialista, há um amplo material literário dedicado a provar que, antes do advento da colonização sionista europeia, a Palestina era estéril, vazia e atrasada. A Palestina histórica já foi tema de inúmeras lendas depreciativas na cultura popular ocidental, bem como de escritos academicamente sem valor que se pretendem científicos e eruditos, mas que são cheios de erros históricos, retratos equivocados e, às vezes, total intolerância. No máximo, afirma essa literatura, o país era habitado por uma pequena população de beduínos sem raízes e nômades que não tinham identidade fixa e nenhum vínculo com a terra por onde passavam, de maneira essencialmente transitória.

O corolário dessa afirmação é que foram apenas o trabalho e o dinamismo dos novos imigrantes judeus que transformaram o país no jardim florido que supostamente é hoje, e que somente eles tinham uma identificação e um amor pela terra, bem como um direito a ela (concedido por Deus). Essa atitude é resumida no slogan “Uma terra sem povo para um povo sem terra”, usado por apoiadores cristãos de uma Palestina judaica, bem como pelos primeiros sionistas, como Israel Zangwill. A Palestina era terra nullius para aqueles que vieram se estabelecer nela, e aqueles que lá viviam não tinham nome e eram amorfos. Assim, a carta de Herzl a Yusuf Diya se referia a árabes palestinos, que então eram cerca de 95% dos habitantes do país, como sua “população não judaica”.

Em essência, o argumento era que os palestinos não existiam, ou não deveriam ser levados em conta, ou não mereciam habitar o país que tão tristemente negligenciaram. Se não existem, então mesmo as bem fundamentadas objeções palestinas aos planos do movimento sionista poderiam ser simplesmente ignoradas. Assim como Herzl ignorou a carta de Yusuf Diya al-Khalidi, a maioria dos esquemas para a disposição da Palestina era igualmente arrogante. A Declaração Balfour, que foi emitida em 1917 por um gabinete britânico e comprometia a Inglaterra com a criação de uma nação judaica, nem sequer mencionava os palestinos, a grande maioria da população do país na época, embora estivesse determinando o futuro da Palestina pelo século subsequente. Garanta o seu exemplar de "Palestina: um Século de Guerra e Resistência (1917-2017)", escrito por  Rashid Khalidi, neste link.

segunda-feira, 11 de março de 2024

.: Livro "O Menino e o Livreiro", de Andrea Jundi, é sobre pertencimento e amizade


Andrea Jundi
estreia na literatura com o romance “O Menino e o Livreiro” (e-galáxia), que narra de forma ritmada a história de Carlos, uma criança de dez anos que há três espera sua mãe voltar no mesmo trem que a levou. Desde sua partida, a vida do menino é correnteza veloz, sem ponto de fuga Em meio a cartas para a mãe, o mistério de seu sumiço, e revelações tão dolorosas quanto libertadoras, a vida do menino se desenrola em desafios grandes demais para uma criança. Mas o nascimento de uma relação abre novas perspectivas.

Assim surge Romeo, o velho livreiro, que vive feito árvore enraizada na beira do rio, até encontrar o menino e se ver como tronco de salvamento. Uma história permeada pela amizade que se desenvolve entre o menino e o livreiro, e as dificuldades deles e das pessoas que compartilham as mesmas ondas. Cada um fazendo o que pode com as oportunidades que tem - ou com a falta delas. É sobre a importância do encontro, do sentimento de pertencimento e uma celebração à incansável fé em acreditar que sempre é possível começar de novo. Compre o livro "O Menino e o Livreiro", de Andrea Jundi, neste link.


Sobre Andrea Jundi
Nasceu no Rio de Janeiro em 1983, mas cresceu em São Paulo. Formou-se em audiovisual e trabalha na área há mais de 20 anos, nas maiores produtoras do Brasil. Desde criança teve duas paixões: livros e cinema. Se um livro era adaptado para o cinema, fazia questão de ler antes o livro para depois assistir ao filme. Não queria perder a chance de criar a sua própria versão da história antes de ver a versão de outra pessoa. Dessa forma sempre se cercou de diferentes maneiras de contar uma história, sendo no trabalho ou por lazer. 

A paixão pela literatura escalou e enquanto não tinha tempo para se debruçar na escrita literária, estudou e se muniu de ferramentas, até finalmente se sentir pronta. Morou no Canadá, em Londres e atualmente vive em Portugal, onde uniu a paixão pela literatura ao conhecimento narrativo e imagético do cinema. Inicia assim uma nova etapa de sua carreira, lançando seu livro de estreia "O Menino e o Livreiro". Garanta o seu exemplar de "O Menino e o Livreiro", escrito por Andrea Jundi, neste link.

domingo, 10 de março de 2024

.: Clássico de Rachel de Queiroz de volta às livrarias depois de quase 15 anos


Livro adotado pelo vestibular da Fuvest para 2026 e 2027, "Caminho de Pedras" retorna às livrarias. É o romance mais engajado de Rachel de Queiroz, primeira mulher a integrar a Academia Brasileira de Letras e a primeira a receber o Prêmio Camões.

Na Fortaleza dos anos 1930, durante a Era Vargas, Roberto tem a missão de recrutar operários para uma nova célula de esquerda. Uma das pessoas que se interessam é Noemi: mãe de Guri e casada com um homem que não ama mais, ela está em busca de algo que a faça se sentir viva. Nas reuniões do partido, Noemi e Roberto desenvolvem uma conexão intelectual intensa, que os leva a um caso amoroso. Ela se vê, então, testando novos limites morais e éticos, tanto no campo do amor quanto no da política.

Expressão de um socialismo libertário que poucas vezes voltaria a aparecer nos textos de Rachel de Queiroz, "Caminho de Pedras" é considerado seu romance mais engajado. Neste livro, aparecem as primeiras demonstrações de um estilo mais introspectivo e de análises psicológicas que alicerçam cenas de forte intensidade emocional. Um arranjo arguto para contar a história de uma paixão proibida inflamada pela luta.

Em "Caminho de Pedras", Rachel de Queiroz nos revela a força de uma mulher que decide seguir seus desejos, mesmo que isso implicasse um divórcio. Numa sociedade em que a mulher deveria desempenhar exclusivamente os papéis de mãe, esposa e dona de casa, Noemi é tanto infratora quanto heroína da própria história, pois a punição que sabia que enfrentaria não foi o suficiente para convencê-la a continuar num casamento sem amor. Compre o livro "Caminho de Pedras", de Rachel de Queiroz, neste link.


O que disseram sobre o livro
“'Caminho de Pedras' é uma história de gente magra, uma história onde há fome, trabalho excessivo, perseguições, cadeia, injustiças de toda a espécie, coisas que os cidadãos bem instalados na vida não toleram.” — Graciliano Ramos

“A mesquinhez pulha dos indivíduos, a amargura sofrente de todos, a incapacidade como que por fatalidade, a dedicação por um ideal mais sonhado que entendido, o ambiente parado das cidades nordestinas (com exceção do Recife), a quantidade inflexível de sol que está no livro, a pureza da linguagem natural, sem a menor pesquisa: é a Rachel de Queiroz grande romancista.” — Mário de Andrade

“A trilogia 'O Quinze', 'João Miguel' e 'Caminho de Pedras' marca claramente um momento da obra de Rachel. A afirmação de seu compromisso com a linguagem clara, de dicção moderna, a preocupação com o social, seus conflitos políticos, sua raiz nordestina. Marca ainda sua habilidade no desenho de personagens femininas cujo desempenho desafia invariavelmente a lógica patriarcal desta primeira metade do século XX.” — Heloisa Teixeira


Sobre a autora
Rachel de Queiroz nasceu no dia 17 de novembro de 1910 em Fortaleza, Ceará. Ainda não havia completado 20 anos quando publicou uma modesta tiragem de "O Quinze", seu primeiro romance. Mas tal era a força de seu talento que o livro despertou imediata atenção da crítica de todo o Brasil. Em 1931 mudou-se para o Rio de Janeiro, mas nunca deixou de passar parte do tempo em sua fazenda no sertão cearense. Ela se dedicou ao jornalismo, atividade que exerceu paralelamente à sua produção editorial. Primeira mulher a integrar a Academia Brasileira de Letras (1977) e a primeira a receber o Prêmio Camões (1993), a maior honraria em língua portuguesa, faleceu no Rio de Janeiro, aos 92 anos, em 4 de novembro de 2003. Cronista e romancista primorosa, Rachel de Queiroz escreveu peças teatrais e livros infantis. A José Olympio publica sua obra completa, que inclui livros que já se tornaram clássicos, como 'O Quinze' e 'Memorial de Maria Moura'". Garanta o seu exemplar de "Caminho de Pedras", escrito por Rachel de Queiroz, neste link.

sexta-feira, 8 de março de 2024

.: "Em Agosto nos Vemos", o romance póstumo e inédito de García Márquez


Romance póstumo e inédito de Gabriel García Márquez, o livro "Em Agosto nos Vemos" chega às livrarias em lançamento simultâneo mundial. A obra é um hino à vida, ao desejo feminino e à resistência do prazer apesar da passagem do tempo. 

Um presente do vencedor do Prêmio Nobel de Literatura para o mundo, o livro inédito e póstumo, traduzido para 41 idiomas, teve lançamento simultâneo mundial nesta quarta-feira, 6 de março, data em que o célebre autor colombiano faria 97 anos. A edição em capa dura traz fac-símiles do manuscrito original. Considerado o mestre do realismo mágico latino-americano, García Márquez é um dos autores mais importantes do século XX e tem quase 3 milhões de livros vendidos só no Brasil. A tradução é de Eric Nepomuceno.

Todo mês de agosto, Ana Magdalena Bach pega uma barca para uma ilha caribenha a fim de colocar um ramo de gladíolos no túmulo de sua mãe. Todos os anos, ela se hospeda em um hotel e, antes de dormir, desce para comer algo no bar. Para não ter erro, ela pede sempre o mesmo sanduíche de presunto e queijo e depois sobe para seus aposentos. Até que, certa vez, um homem a convida para uma bebida. 

E, depois do primeiro gole de seu gim com gelo e soda, sentindo-se atrevida, alegre, capaz de tudo ― inclusive de se despir de suas amarras conjugais, esquecendo momentaneamente marido e filhos ―, ela cede aos avanços do desconhecido e o leva para seu quarto.Essa noite específica faz com que Ana Magdalena ― e sua vida ― mude para sempre. E, depois dessa experiência, ela passa a ansiar por cada mês de agosto, quando não apenas visita o túmulo de sua mãe como também tem a chance de escolher um amante diferente todos os anos. 

Escrito no estilo fascinante e inconfundível de um dos maiores ícones da literatura latino-americana, "Em Agosto nos Vemos" pinta o retrato de uma mulher que descobre seus desejos e se aprofunda em seus medos. Uma preciosidade que vai encantar fãs do saudoso Gabo, assim como novos leitores desse grande escritor. Compre o livro "Em Agosto nos Vemos", de Gabriel García Márquez, neste link.


Sobre o autor
Gabriel García Márquez
nasceu em 6 de março de 1927 na aldeia de Aracataca, nas imediações de Barranquilla, Colômbia. Autor de alguns dos maiores romances do século XX e mestre do realismo mágico latino-americano, recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1982. Entre suas principais obras estão "Cem Anos de Solidão", "O Amor nos Tempos do Cólera", "Crônica de Uma Morte Anunciada", "Doze Contos Peregrinos", "Ninguém Escreve ao Coronel" e "Memória de Minhas Putas Tristes". O escritor morreu em 17 de abril de 2014 na Cidade do México. Garanta o seu exemplar de "Em Agosto nos Vemos", escrito por Gabriel García Márquez, neste link.

quinta-feira, 7 de março de 2024

.: No Brasil: "A Casa dos Significados Ocultos", o livro de memórias de RuPaul


Ícone da cultura pop e criador de uma das maiores franquias de reality shows do mundo, RuPaul Charles brinda o público com seu livro mais revelador. Em "A Casa dos Significados Ocultos", que chega ao Brasil em março pela Intrínseca em lançamento simultâneo com os Estados Unidos, a drag fenômeno revisita momentos desafiadores de sua infância, reconhecendo como esse período turbulento foi crucial para a formação do artista, do produtor e da potência do entretenimento que é hoje. A tradução é de Helen Pandolfi.

Desde seus primeiros anos como um garoto negro queer em San Diego, seus relacionamentos complexos com o pai ausente e a mãe temperamental, passando pela construção de uma identidade nas cenas punk e drag de Atlanta e Nova Iorque, até encontrar um amor duradouro com o marido, Georges LeBar, e a autoaceitação na sobriedade, RuPaul escava a própria história de vida, descobrindo novas verdades e insights.

De ícone drag a megaprodutor de um dos reality shows mais populares da atualidade, RuPaul foi o primeiro artista negro a ganhar 12 prêmios Emmy e elevou seu programa "RuPaul’s Drag Race" a uma franquia mundial extremamente bem-sucedida, já presente em mais de 15 países e cuja edição brasileira estreou recentemente na Paramount+ e já está com a segunda temporada confirmada para este ano. 

O artista reconhece que a capacidade de se adaptar foi central para seu sucesso, porém sua natureza camaleônica acabou por torná-lo uma figura enigmática. Em seu livro de memórias mais íntimo e detalhado, RuPaul se revela pela primeira vez sem artifícios A casa dos significados ocultos é um manual para a vida: uma filosofia pessoal que atesta o valor da família que escolhemos para nós mesmos, a importância de celebrar o que nos faz únicos e o poder transformador de enfrentar a si mesmo sem medo. Compre o livro "A Casa dos Significados Ocultos", de RuPaul Charles, neste link.

Sobre o autor
RuPaul Charlesé vencedor do Tony Award e produtor-executivo de uma das maiores franquias de televisão do mundo, RuPaul’s Drag Race, doze vezes premiada com o Primetime Emmy Award. Nascido em San Diego, RuPaul alcançou fama internacional com a música “Supermodel (You Better Work)”, lançada em 1993 em seu álbum de estreia, e compôs e gravou dezenove álbuns de estúdio até o momento. Ele já apareceu em mais de cinquenta filmes e programas de televisão. Como autor, publicou três livros: "GuRu; Arrase!"; e "Lettin It All Hang Out: An Autobiography". Foto: Albert Sanchez. Garanta o seu exemplar de "A Casa dos Significados Ocultos", escrito por RuPaul Charles, neste link.

quarta-feira, 6 de março de 2024

.: "Alerta de spoiler": referências a Game of Thrones e pitadas de literatura hot

Uma história leve e divertida para repensar estereótipos, com fanfics, um pouco de hot e dramas 30+


O que acontece quando pessoas muito diferentes fisicamente se atraem? E quando você precisa manter máscaras sociais para se proteger, mesmo querendo despi-las… O que acontece quando você se apaixona por alguém, mas ainda precisa se apaixonar por você mesmo? Com referências a Game of Thrones (GoT) e pitadas de literatura hot, chega às livrarias em março pela editora Intrínseca o primeiro romance da americana Olivia Dade publicado no Brasil: "Alerta de spoiler". Além de entregar muito entretenimento, risadas e identificação com os leitores, essa comédia romântica promete trazer reflexões sobre relacionamentos improváveis, gordofobia, relações familiares tóxicas, ética e as diversas personalidades que criamos para sobreviver.

Neste livro, Dade mistura os universos das celebridades e das fanfics com todas as problemáticas que só personagens com mais de 30 anos podem proporcionar. Muito aguardado desde o anúncio da pré-venda por conta da representatividade que a história traz ao apresentar uma mulher gorda como personagem principal, Alerta de spoiler narra a relação entre Marcus Caster-Rupp, o protagonista de Deuses dos Portões, a maior série de TV do momento — inspirado em Jaime Lannister de GoT —, e a geóloga April Whittier. 

Você pode comprar "Alerta de spoiler", de Olivia Dade aqui: amzn.to/48H1S7i

Marcus é conhecido por ser arrogante e só se preocupar com a própria aparência mas, na verdade, esconde um lado nerd que gosta de escrever histórias anônimas na internet criticando Eneias, seu próprio papel na série. April é geóloga e mantém sua paixão por fazer cosplay e escrever fanfics em segredo. Um dia, April cansa de viver essas vidas separadamente e toma coragem para publicar uma foto da última fantasia que criou para Lavínia, a protagonista de Deuses dos Portões e par de Eneias na série. O fato de April não se encaixar no padrão de beleza da sociedade faz com que a imagem acabe atraindo atenção indesejada. Ela só não esperava que, após ver os comentários maldosos na internet, Marcus saísse em sua defesa e a convidasse para sair.

Durante o encontro, Marcus logo percebe que April é exatamente o tipo de pessoa com quem ele gostaria de se relacionar: uma mulher linda, confiante e inteligente. No entanto, assim que descobre que ela é a Tiete Da Lavínia, sua amiga virtual mais próxima, ele se vê numa encruzilhada: como proteger sua persona on-line e, ao mesmo tempo, conquistar April na vida real? Será que é melhor arriscar contar a verdade ou continuar mantendo segredo sobre quem ele é? Tanto nas críticas norte-americanas quanto nas manifestações do público brasileiro ao anúncio da pré-venda, o que se destaca é a felicidade pela representatividade: do corpo à paixão pelas fanfics. Segundo o Washington Post, o livro é um caminho de autodescoberta, pontuado por uma química avassaladora, diálogos inteligentes e um humor irresistível”


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“Para todos que, como eu, já duvidaram: pessoas como você podem ser desejadas. Pessoas como você podem ser amadas. Pessoas como você podem ter um final feliz.” — Olivia Dade


Olivia Dade sempre foi nerd e propensa a ignorar o resto do mundo quando estivesse com qualquer livro nas mãos. Mestre em História, já teve diversos empregos, mas por fim alcançou seu objetivo de vida: usar pijama o dia todo, como a escritora-eremita e bruxa entusiasmada que é. Atualmente, Olivia mora nos arredores de Estocolmo com a família e uma coleção de livros cada vez maior.


Livro: "Alerta de spoiler"

Autora: Olivia Dade

Tradução: Ana Rodrigues

432 páginas

Editora: Intrínseca

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segunda-feira, 4 de março de 2024

.: "Sobre Literatura e História": livro de Júlio Pimentel relaciona ficção e História


Um livro singular que faz do cruzamento entre história e ficção uma trama de diálogos entre alguns dos principais nomes da literatura do século XX do nosso continente. Como um historiador lê a literatura? Como a ficção se relaciona com a história? No livro "Sobre Literatura e História - Como a Ficção Constrói a Experiência", lançado pela Companhia das Letras, o autor Júlio Pimentel Pinto oferece neste livro respostas sensíveis e inteligentes a essas perguntas. 

Mediante uma escrita prazerosa, ele nos convida a indagar sobre os caminhos possíveis de serem traçados entre os protocolos discursivos da história e as formas especulativas da ficção, sinalizando não apenas a permeabilidade de seus limites, mas, sobretudo, a distinção que as legitima enquanto práticas e saberes.

A partir da leitura de autores como Julio Cortázar, Jorge Luis Borges, Ricardo Piglia, Octavio Paz, Juan Carlos Onetti, Milton Hatoum, Edgar Allan Poe, José Martí, Sousândrade, Raymond Chandler, entre outros, Júlio Pimentel Pinto coloca em evidência indagações compartilhadas entre o fazer do historiador e o do escritor -- sem que a ficção surja como ilustração de um argumento histórico e sem que a história se preste a compor mero pano de fundo para a escrita da ficção.

"Sobre Literatura e História - Como a Ficção Constrói a Experiência" é um livro para todos aqueles que se interessam por literatura e por história, em diálogo, combinando olhares, contaminando-se mutuamente. Compre o livro "Sobre Literatura e História - Como a Ficção Constrói a Experiência", de Júlio Pimentel, neste link.

O que disseram sobre o livro
"Fruto de mais de trinta anos de militância crítica e professoral, o livro atinge um amadurecimento nas leituras e análises por aproximação e contraste dos maiores clássicos da América Latina." -- Jorge Schwartz

"Com lucidez e elegância nos debates teóricos, sem perder de vista a complexidade dos temas, um livro delicado no seu gesto de indagação e, sobretudo, atento ao prazer do leitor." -- Ana Cecilia Olmos

Sobre o autor
Júlio Pimentel Pinto
é professor no departamento de história da Universidade de São Paulo (USP) e autor, entre outros, de Uma memória do mundo: "Ficção, Memória e História em Jorge Luis Borges" (Estação Liberdade, 1998) e "A Pista & a Razão: uma História Fragmentária da Narrativa Policial" (e-galáxia, 2019). Garanta o seu exemplar de "Sobre Literatura e História - Como a Ficção Constrói a Experiência", escrito por Júlio Pimentel, neste link.

.: "Ah, se Graham Bell Falasse!" trata dos exageros no uso dos smartphones


Muitos pais se veem em situações delicadas durante a educação dos filhos. Um dos maiores desafios da geração atual é controlar o uso dos smartphones e até o próprio tempo à frente das telas. Por vezes, o pai ou a mão se culpabiliza por passar muitas horas longe de casa, e quando chega, quer agradar o filho e deixa que ele abuse do uso do eletrônico. Mas qual a medida certa para essa relação?

Em "Ah, se Graham Bell Falasse!", livro de fácil leitura lançado pela editora Franco para os pequenos da escritora Viviane Viana, temos a oportunidade de abordar o tema de uma forma lúdica e divertida com os pequenos. A autora, que é Mestre em Educação e buscou respostas em sua dissertação sobre como as tecnologias podem contribuir para o processo de ensino e aprendizagem, trata nesse novo livro dos excessos no uso das telas, especialmente dos smartphones, de forma bem humorada.

Vale ressaltar que, no livro, o celular não exerce papel de vilão. O que se discute é a moderação no uso dessa tecnologia, tão essencial em dias atuais, mas que, já é sabido, o excesso traz problemas à saúde física, mental e até dependência para as pessoas. Pesquisa feita pelo Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube) mostra que mais de 40% dos jovens brasileiros não conseguem ficar mais de um dia sem usar o celular.

Problemas de comunicação entre pais e filhos e até o sentimento de culpa por trabalhar demais são barreiras que precisam ser enfrentadas e vencidas. Abordar o tema de forma leve, como sugerir a leitura deste livro e também dar o exemplo, ficando menos com o celular na mão, são ótimas formas de se iniciar uma relação mais saudável com as telas.

O livro será lançado no dia 10 de março, Dia do Telefone, na Littera Livraria do Teresópolis Shopping, no Rio de Janeiro. A data do evento foi escolhida a dedo, já que nesse mesmo dia, só que em 1876, foi realizada a primeira bem-sucedida transmissão elétrica de voz por um aparelho cuja invenção é atribuída ao cientista Alexander Graham Bell. Compre o livro "Ah, se Graham Bell Falasse!", de Paula Viana, neste link.


Sobre a autora
Viviane de Paula Viana é escritora e jornalista. Nasceu no Rio de Janeiro e morou em Brasília, Natal, São Paulo e em Madri. É mestre em Educação pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e especialista em Arte & Educação pela Universidade de Brasília (UnB). Foi coordenadora-geral e diretora da TV Escola. Garanta o seu exemplar de "Ah, se Graham Bell Falasse!", escrito por Paula Viana, neste link.


Serviço
Lançamento do livro "Ah, se Graham Bell Falasse!"
Dia 10 de março, domingo, às 15h, na Littera Livraria do Teresópolis Shopping.
Rua Edmundo Bitencourt, 101, loja 215, Várzea/Rio de Janeiro.

.: Sucesso na 1ᵃ temporada, Justiça 2’ estreia dia 11 de abril no Globoplay


Na imagem, os personagens Balthazar (Juan Paiva), Geíza (Belize Pombal), Milena (Nanda Costa) e Jayme (Murilo Benício). Foto: Globo/Estevam Avellar

Quatro histórias inéditas ambientadas em uma nova região. A partir do dia 11 de abril, "Justiça 2", série Original Globoplay, estreia na plataforma entrelaçando as vidas de Balthazar (Juan Paiva), Jayme (Murilo Benício), Geíza (Belize Pombal) e Milena (Nanda Costa) em Brasília e Ceilândia, no Distrito Federal. A obra antológica escrita por Manuela Dias com direção artística de Gustavo Fernández segue a mesma estrutura narrativa de "Justiça" exibida em 2016 na TV Globo e disponível na íntegra no Globoplay, mas com novos dramas e personagens.

 A série acompanha a trajetória de Balthazar, Jayme, Geíza e Milena, que são presos no mesmo dia, e apresenta a retomada da vida de cada um ao sair da prisão, sete anos mais tarde. Eles vão em busca de uma justiça que vai além da lógica dos processos judiciários.  

“’Justiça’ não é uma série sobre leis, mas sobre a possibilidade de que exista justiça. A própria ideia de justiça é uma ferramenta civilizatória que viabiliza a vida em sociedade. Somos treinados para acreditar que seremos premiados se fizermos o certo e punidos quando agimos de forma errada - mas a vida mostra que isso é apenas um condicionamento teórico. Dentro desse contexto, as tramas da série são uma investigação do que sobra na vida de uma pessoa depois que a Justiça morde seu quinhão”, define a autora. 

O diretor artístico Gustavo Fernández ainda aponta: “Em ‘Justiça 2’, a continuidade é apenas de formato. Os personagens e as tramas são completamente novos. Apesar disso, o fato de a série agora se passar no Distrito Federal condicionou uma linguagem própria. Brasília, com as suas linhas retas e suas perspectivas, naturalmente pediu uma câmera com movimentos mais lentos e planos mais abertos”.

Alinhada ao compromisso da Globo de produzir conteúdos em sintonia com a sociedade, a série aborda questões que devem despertar a reflexão do público. Temáticas atuais e relevantes perpassam as tramas, como “uberização” do trabalho, racismo, corrupção, política, homofobia, misoginia, abuso sexual, entre outros. 

O elenco também conta com nomes como Leandra Leal – que, na pele de Kellen, é a única personagem que retorna - , Paolla Oliveira, Alice Wegmann, Júlia Lemmertz, Marco Ricca, Marcello Novaes, Maria Padilha, Gi Fernandes, Danton Mello, Fábio Lago, entre outros. ‘Justiça 2’ é uma série original Globoplay, desenvolvida pelos Estúdios Globo, criada e escrita por Manuela Dias, com colaboração de Walter Daguerre e João Ademir e pesquisa de Aline Maia. A série tem direção artística de Gustavo Fernández, direção de Pedro Peregrino, Ricardo França e Mariana Betti, produção executiva de Luciana Monteiro e direção de gênero de José Luiz Villamarim.

.: "Longe do Ninho": livro-reportagem de Daniela Arbex é lançado em São Paulo


Após o sucesso da sessão de autógrafos no Rio de Janeiro, a jornalista investigativa Daniela Arbex vai a São Paulo para participar do lançamento de seu novo livro-reportagem, "Longe do Ninho: uma Investigação do Incêndio que Deu Fim ao Sonho de Dez Jovens Promessas do Flamengo de se Tornarem Ídolos no Seu País do Futebol"o, nesta quarta-feira, dia 6 de março. O evento acontecerá na Livraria da Vila do Shopping Pátio Higienópolis, com início às 19h00. A obra reúne os resultados da investigação sobre o incêndio que matou dez adolescentes no Ninho do Urubu, centro de treinamento do Flamengo, em fevereiro de 2019.

Cinco anos após o incêndio no Ninho do Urubu que vitimou dez garotos e continua sem responsabilização, a premiada jornalista Daniela Arbex lança livro-reportagem  "Longe do Ninho", com informações inéditas sobre o que ocorreu naquela madrugada de 2019. O mesmo ano que entraria para a história do Flamengo como um dos mais gloriosos - o time principal foi campeão do Campeonato Carioca, do Brasileirão e da Taça Libertadores da América - foi também o mais triste de todos. 

Em 8 de fevereiro, uma tragédia sem precedentes no Ninho do Urubu, o centro de treinamento do clube, fez toda a nação amanhecer de luto. Vinte e quatro atletas da base que se reapresentaram ao clube após o fim das férias foram surpreendidos por um grande incêndio enquanto dormiam. As chamas, iniciadas pouco depois das cinco horas da manhã, alcançaram todos os quartos em menos de dois minutos. Os garotos, que se viram encurralados pelo fogo, lutaram até as últimas forças por suas vidas. O incêndio vitimou dez meninos entre 14 e 16 anos e colocou fim ao sonho de se tornarem ídolos no país do futebol.

Daniela Arbex, premiada jornalista investigativa, se lançou em uma extensa apuração para reconstituir o que de fato aconteceu naquela madrugada. Ao reunir laudos técnicos, trocas de mensagens e e-mails, dados e relatos até então não divulgados, além de entrevistas feitas com todas as famílias dos dez jovens, sobreviventes, profissionais da perícia criminal e do IML, Arbex conseguiu montar um quadro completo e elucidativo da trajetória dos atletas, do caminho das chamas - que atingiram temperatura superior a 600 graus Celsius - e das consequências na vida de pessoas que se viram envolvidas em uma tragédia anunciada. Com estrutura inadequada - apenas uma porta de saída - e materiais que não demonstraram ter propriedades antichama, o contêiner-dormitório do Flamengo transformou-se em armadilha fatal.

"Longe do Ninho", que chega às livrarias pela Intrínseca em fevereiro, é um relato extremamente forte, humano e sensível sobre a morte de meninos que estavam muito distante de casa e da proteção de seus pais. A obra reverencia a memória dos que se foram e o esforço dos atletas que sobreviveram. Apesar do trauma e do sofrimento que enfrentaram, eles encontraram no valor da amizade a coragem de que precisavam para seguir rolando a bola por si e pelos irmãos de ideal, aos quais passaram a chamar de “Nossos 10”.

Com informações exclusivas, este livro-reportagem, com prefácio do jornalista Tino Marcos, é peça fundamental para a compreensão do caso. Mais do que isso: é uma voz potente contra o esquecimento que nega a história. “Um dia minha mãe me perguntou por que trato de temas tão dolorosos em meus livros. Respondi que, na verdade, não escolho escrever sobre tragédias, mas sobre as omissões que causam tragédias, para que elas não se repitam. Afinal, se uma história não é contada, é como se ela não tivesse existido”, conclui Daniela Arbex. Compre o livro "Longe do Ninho", de Daniela Arbex, neste link.


Sobre a autora
Nascida em Minas Gerais, Daniela Arbex é autora premiada de seis livros, todos publicados pela Intrínseca. Sua obra de estreia, "Holocausto Brasileiro" (2013), foi reconhecida como Melhor Livro-Reportagem de 2013 pela Associação Paulista de Críticos de Arte e ficou em segundo lugar no Prêmio Jabuti de 2014. Além disso, foi adaptada para documentário pela HBO. "Cova 312" (2015), seu segundo livro, venceu o Jabuti de Melhor Livro-Reportagem em 2016 e "Todo Dia a Mesma Noite" (2018) ganhou adaptação pela Netflix em 2023. 

"Os Dois Mundos de Isabel" (2020) foi lançado no mesmo ano em que a autora recebeu o prêmio de Melhor Repórter Investigativa do Brasil pelo Troféu Mulher Imprensa. "Arrastados" (2022) foi agraciado com o Prêmio Vladimir Herzog 2023. Daniela Arbex conquistou ainda outros 20 prêmios nacionais e internacionais, entre eles três prêmios Esso e o americano Knight International Journalism Award. Foi repórter especial do jornal Tribuna de Minas por 23 anos e atualmente dedica-se à literatura. Foto: Leo Aversa. Garanta o seu exemplar de "Longe do Ninho", escrito por Daniela Arbex, neste link.

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