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segunda-feira, 27 de novembro de 2023

.: Gal Costa no movimento tropicalista é revisitada em livro


No mês em que a morte de Gal Costa completa um ano, a pesquisadora carioca Taissa Maia celebra a memória e o legado da cantora baiana no primeiro livro, intitulado "A Todo Vapor - O Tropicalismo Segundo Gal Costa", publicado pela editora Garota FM Books. O ensaio é um dos desdobramentos da dissertação de mestrado "Linda, Feia e (Des)Aparecida: A Mulher e Os Discursos Sobre o Tropicalismo Musical", defendida pela pesquisadora pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 2021.

Em direção oposta à do trabalho acadêmico, que debate a atuação de diferentes vozes femininas na construção do movimento tropicalista, "A Todo Vapor - O Tropicalismo Segundo Gal Costa" analisa exclusivamente a trajetória de Gal Costa e defende a artista como uma expoente da Tropicália que deu continuidade ao projeto após a partida de Caetano Veloso e Gilberto Gil para o exílio, em 1969.

“Para investigarmos Gal Costa, precisamos lançar mão de uma nova sensibilidade. Defendo a inteligência do corpo de Gal Costa em cena. Defendo também que a interpretação que ela faz do tropicalismo, o tropicalismo segundo Gal Costa, pode ser observado utilizando imagens e sons. No caso dela, são esses os índices de análise, não manifestos, que seguem determinada forma de discurso crítico, usualmente falado ou textual”, destaca Taissa.

Ao longo de 128 páginas, o livro percorre a vida e carreira de Gal Costa a partir de uma reconstrução de discursos sobre a atuação de Gal no Tropicalismo e uma revisão da importância da artista baiana, seja no contexto desse movimento como na história da música popular brasileira. “Para mim, a obra de Gal é uma das mais potentes já produzidas no Brasil. A ideia de que teve sempre alguém por trás dela não me convence. Então, assumi a missão de dar protagonismo a sua voz e vejo que não estou sozinha. Desde então, surgiram outras pesquisas sobre Gal, o filme e uma futura biografia (finalmente!). Acredito que ela foi secundarizada e quero ajudar a colocá-la no lugar ao qual ela pertence”, conclui.

"A Todo Vapor - O Tropicalismo Segundo Gal Costa" tem orelha assinada pela cantora, compositora e instrumentista Filipe Catto e convida leitores de diferentes gerações a reconhecerem o legado e o pioneirismo da artista em sua máxima potência e grandiosidade. Compre o livro "A Todo Vapor - O Tropicalismo Segundo Gal Costa", de Taissa Maia, neste link.

Sobre a autora
Taissa Maia é graduada em Administração com ênfase em Entretenimento e Marketing pela ESPM-RJ, pós-graduada em Arte e Literatura pela PUC-Rio, mestre e doutoranda em Comunicação e Cultura pela UFRJ, onde defendeu a dissertação “Linda, Feia e (Des)Aparecida: A Mulher e Os Discursos Sobre o Tropicalismo Musical”. Idealizou o projeto Grandes Mulheres da MPB (2023). É pesquisadora, professora e produtora cultural. Garanta o seu exemplar de "A Todo Vapor - O Tropicalismo Segundo Gal Costa", escrito por Taissa Maia, neste link.

domingo, 26 de novembro de 2023

.: Jornalista Camila Balthazar lança livro sobre padrões de beleza e envelhecer


A jornalista Camila Balthazar lança o livro "Sem Tinta: conversas Sobre Cabelos Brancos e Liberdade de Escolha", sobre padrões de beleza e envelhecimento em São Paulo, dia 27, às 19h, na Livraria da Vila. O evento contará com um bate-papo com a rabina Elca Rubinstein e mediação de Maria Carolina Casati. No livro, a autora aborda a revolução que aconteceu no mundo após muitas mulheres pararem de tingir os cabelos; a obra revela os bastidores de dois anos de pesquisa e entrevistas com cientistas, cabeleireiras e grisalhas, para além de padrões e tendências.

“E se eu parasse de pintar o cabelo?”. A partir desse pensamento, a jornalista e escritora Camila Balthazar fez da sua transição para o grisalho o ponto de partida para investigar por que o branco parecia ser a única cor proibida para os fios das mulheres. As descobertas dos dois anos seguintes estão no livro “Sem Tinta”, sua nova obra de não ficção, lançada pela editora Paraquedas, selo de publicação da Claraboia. O texto da orelha é assinado por Adriana Ferreira Silva, também jornalista e escritora.

Ao longo de 232 páginas, Camila mostra por que os questionamentos vão muito além da simples decisão sobre a cor dos cabelos. Após pesquisar sobre padrões de beleza e envelhecimento, estudar sobre a história das tinturas e entrevistar mais de trinta mulheres – cientistas, psicólogas, cabeleireiras, grisalhas famosas na internet e até uma rabina –, a autora evidencia como o grisalho atravessa tanto questões de gênero, raça e classe social, como de saúde, feminismo e etarismo.

Entre as mulheres entrevistadas na obra estão Carla Scanavez, PhD em cabelos pela Unicamp e pesquisadora da Natura; Marina Richena, doutora em química pela Unicamp e pesquisadora da AgResearch; e Maria Valéria Robles Velasco, pesquisadora e professora do departamento de cosmetologia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP. Compre o livro "Sem Tinta", de Camila Balthazar, neste link.


Sobre a autora
Nascida na Bélgica em 1984, Camila Balthazar viveu mais de dez anos em São Paulo, onde fez pós-graduação em jornalismo literário. Desde o início da pandemia, voltou a viver em Florianópolis, onde passou a maior parte da infância e da adolescência. Ao longo da vida, também já morou em uma cidade rural do Kansas, nas montanhas da Califórnia e na Cidade do México, onde fez a primeira entrevista que mudou a forma como passou a olhar para o jornalismo. 

Camila também publicou “BIO 50 CEOs”, escrito a partir de entrevistas com algumas das maiores lideranças do Brasil e do mundo, e escreveu dezenas de livros sob encomenda com histórias corporativas e familiares. Atualmente, está à frente da Casa B, empresa que reúne jornalistas especialistas em dar voz às ideias de líderes de grandes empresas. Garanta o seu exemplar de "Sem Tinta", escrito por Camila Balthazar, neste link.


Serviço
Lançamento de "Sem Tinta", de Camila Balthazar, nesta segunda-feira, dia 27, às 19h, na Livraria da Vila - Fradique Coutinho (Rua Fradique Coutinho, 915, Vila Madalena, em São Paulo). O evento contará com um bate-papo com Elca Rubinstein - rabina, responsável pelo argumento do documentário "Branco & Prata" (2017) e ex-economista sênior do Banco Mundial - e mediação de Maria Carolina Casati.



sábado, 25 de novembro de 2023

.: "Especulações Cinematográficas", o novo livro de Quentin Tarantino


Lançado no Brasil pela editora Intrínseca, o livro "Especulações Cinematográficas" é tudo que os fãs de Quentin Tarantino — e todos os cinéfilos — esperavam: uma obra magnífica sobre a sétima arte. Um dos mais célebres cineastas contemporâneos, ele realiza o desejo pessoal de escrever livros sobre filmes.

O livro alia rigor intelectual a uma perspicácia ímpar e boas doses de descontração e entretenimento. É uma combinação de teoria do cinema, críticas de filmes, reportagem habilidosa, curiosidades e fascinante história pessoal, na voz singular de Tarantino

Conforme discorre sobre diversas obras, analisando direções, produções, escalações e atuações, o autor especula outros caminhos possíveis para cada filme e compartilha sua extraordinária visão sobre cinema. Em sua estreia como autor de não ficção, ele oferece ao leitor uma oportunidade única de navegar por sua mente artística e saber mais sobre suas opiniões e memórias pessoais. GCompre o livro "Especulações Cinematográficas", de Quentin Tartantino, neste link.


Sobre o autor
Quentin Tarantino nasceu em 1963 em Knoxville, no Tennessee. Ele escreveu e dirigiu nove filmes, foi premiado com o Oscar de Melhor Roteiro Original duas vezes e escreveu o romance "Era Uma Vez em Hollywood". Mora em Los Angeles e Tel Aviv. Garanta o seu exemplar de "Especulações Cinematográficas", escrito por Quentin Tartantino, neste link.

sexta-feira, 24 de novembro de 2023

.: Globo Livros lança “Nós Somos a Luz”, o novo livro de Matthew Quick

A Globo Livros lança “Nós Somos a Luz”, novo romance epistolar de Matthew Quick, escritor best-seller do jornal The New York Times e autor de “O Lado Bom da Vida”. Nesta obra comovente sobre dor, luto e esperança, o autor nos mostra a importância da união no processo de cura e reconstrução.

O romance acompanha Lucas Goodgame que mora em Majestic, uma pequena e pitoresca cidade da Pensilvânia e que foi devastada por uma tragédia recente: um tiroteio em massa que matou diversas pessoas no cinema local. Ele sobreviveu, mas sua esposa, Darcy, infelizmente não teve a mesma sorte.

Todos na cidade enxergam Lucas como herói, exceto ele mesmo. Enquanto tenta lidar com o luto e a depressão, tem como único alento as penas que encontra todas as manhãs em sua cama. Ele acredita que elas pertencem a sua falecida esposa, que, transformada em um anjo, espera a hora certa para levá-lo com ela.

Quando Eli, um jovem de 18 anos, irmão do atirador e rejeitado pelos habitantes de Majestic, acampa de forma inesperada no quintal de Lucas, uma improvável amizade se forma. Assim, os dois embarcam em uma jornada para curar a si mesmos e sua cidade através do poder transformador da arte. Compre o livro “Nós Somos a Luz”, de Matthew Quick, neste link. 


Sobre o autor
Matthew Quick
é autor best-seller do jornal The New York Times, com oito romances publicados, e seu trabalho foi traduzido para mais de 30 idiomas. O Hollywood Reporter o nomeou um dos 25 autores mais poderosos de Hollywood. Matthew vive com sua esposa, a romancista Alicia Bessette, nas Outer Banks da Carolina do Norte. Garanta o seu exemplar de “Nós Somos a Luz”, escrito por Matthew Quick, neste link.

.: 80 e 23: amizade inusitada de Mario Quintana e Liane Neves é tema de livro


Mario Quintana se torna personagem de peça inspirada em fatos reais de sua vida. Com dramaturgia escrita por Tomás Fleck, obra chega às livrarias em dezembro publicada pela editora Reformatório. Na imagem, Mario Quintana e Liane Neves. Foto: Leonid Streliaev


A obra de Mario Quintana, o famoso poeta das coisas simples, é um patrimônio da cultura brasileira. Mesmo anos após sua morte, seus versos continuam na ponta da língua. Já a sua biografia permanece repleta de lacunas: quem foi o homem por trás do poeta? Nos anos 80, Mario teve uma amizade inusitada com Liane Neves, jovem fotógrafa contratada para registrar seu octogenário. E este fato inspirou a dramaturgia de "Minha Sombra Luminosa", escrita por Tomás Fleck, cujo título faz referência à maneira como Mario definia a presença de Liane em sua vida.  

O lançamento do livro acontece em São Paulo, na Livraria da Vila, em Pinheiros, no dia 7 de dezembro, às 19h. Além da presença do autor, haverá uma leitura dramática com o ator Genézio de Barros no papel de Mario Quintana, Rita Batata como Liane Neves e ainda Emílio Faria.  Foi a própria Liane quem confidenciou esses fatos ao roteirista Tomás Fleck, que logo transformou a história de amizade entre o poeta e a fotógrafa em argumento de cinema. 

Acontece que, quando a atriz e produtora Rita Batata leu este argumento, logo vislumbrou a história nos palcos e, assim, encomendou a peça a Tomás. A empreitada se realizou contemplada pelo edital PROAC-SP para publicação de dramaturgia inédita. "Eu nasci no mesmo estado que Mario Quintana e, desde pequeno, costumava ler seus livros”, comenta Tomás, dizendo ainda: “a forma como ele trabalha o humor sempre me chamou a atenção e eu trago isso comigo até hoje. Inclusive, por meio desta obra, posso tentar retribuir parte da paixão pela escrita que Mario construiu em mim. Um dos grandes desafios (e honras) de escrever essa peça foi partir de uma história verídica sem perder a liberdade de ficcionalizar personagens que são baseados em pessoas reais. Fazer isso é uma grande responsabilidade e foi feito com bastante estudo - mantendo o tema da história sempre em perspectiva: a amizade”.

Agora, com a dramaturgia pronta, a peça busca financiamento para sua montagem, que terá direção geral de Ricardo Grasson. Na orelha do livro, o cineasta Jorge Furtado diz: “em 'Minha Sombra Luminosa', Tomás Fleck constrói um drama vivo, engraçado, empolgante e comovente, sobre a relação entre a poesia e a fotografia, entre a vida e a arte. A fantasia é quase real, “a imaginação é a memória que enlouqueceu”.

O prefácio é assinado por Vinicius Calderoni que escreve: "'Minha Sombra Luminosa', primeiro texto teatral de Tomás Fleck, é uma inspirada oxigenação deste gênero de recriações biográficas, uma lufada de vento fresco em dia tórrido".

“Um ponto que me tocou desde que Liane me contou esta história foi o fato de que os dois se tornaram amigos, mesmo ela tendo 23 anos e ele 80”, relembra Tomás, concluindo que “com isso sempre em vista, os conflitos dos personagens (que não são poucos) caminham na direção desse lugar fraterno. Outro elemento que foi rico de poder usar é o humor, que costumo ter bastante no meu trabalho. Como Mario escreveu muitos livros e poesias (e diversas em tom cômico), pude buscar na obra dele as suas características, além de citações para usar na voz do personagem Quintana".

Este ano a editora Reformatório, uma das editoras independentes mais premiadas do país, completou dez anos e lançou a publicação de dramaturgia teatral em seu catálogo. O editor Marcelo Nocelli acredita no teatro e ressalta o quão prazeroso é ler uma peça e poder imaginar como você a levaria ao palco. Minha sombra luminosa é a segunda publicação do selo e outras peças já estão previstas. Compre o livro "Minha Sombra Luminosa", de Tomás Fleck, neste link.

Sobre o autor
Tomás Fleck é dramaturgo, roteirista, diretor de cinema e TV. A carreira dele reúne séries exibidas na Netflix, Globo, Amazon Prime, além de filmes selecionados para importantes festivais, como o de Gramado, Brasília e Anima Mundi. Gaúcho, Tomás é formado em Comunicação Social e reside em São Paulo. Estudou literatura no Curso Livre de Preparação de Escritores da Casa das Rosas e integrou o Núcleo de Dramaturgia do Sesi/SP, onde escreveu a peça "A Tragédia Canina para Humanos". Também ministra aulas de roteiro e direção audiovisual em diversas instituições.

Sinopse do livro
Inspirada em fatos reais, "Minha Sombra Luminosa" conta a história da amizade inusitada entre Mario Quintana e Liane Neves em 1986. Ela é uma fotógrafa iniciante de 23 anos que recebe a missão de registrar o dia a dia dele para uma homenagem ao seu octogenário. Ele é um poeta consagrado de 79 anos, sem nenhum interesse em ser homenageado - tanto que diversos fotógrafos reconhecidos foram demitidos dessa tarefa árdua antes dela. Porém, diante da chance de alavancar sua carreira, Liane cria uma estratégia ousada: se hospeda no hotel em que Mario mora e finge ser uma vizinha amigável no intuito de ganhar a confiança dele antes de admitir o interesse real de fotografá-lo.

Os dois se aproximam e ela percebe que, apesar das seis décadas que os separam, eles têm mais em comum do que poderia imaginar. E Mario fica cada vez mais instigado com a presença da estranha “vizinha”, que o faz repensar antigas convicções. Quando tudo parece correr bem, Liane admite ser fotógrafa e se depara com problemas muito maiores do que o simples incômodo de um poeta que não quer ser homenageado. Garanta o seu exemplar de "Minha Sombra Luminosa", escrito por Tomás Fleck, neste link.

quinta-feira, 23 de novembro de 2023

.: "Não Escrever [com Roland Barthes]": Paloma Vidal e a relação leitor-autor


Autora de “Não Escrever [com Roland Barthes]”, Paloma Vidal posa com uma máscara de Roland Barthes


Um livro não escrito é o ponto de partida da pesquisadora Paloma Vidal. Em “Não Escrever [com Roland Barthes]”, lançado pela editora Tinta-da-China Brasil, a autora não se restringe a textos e fotografias, mas corporifica o texto com vídeos, performances e narrações em áudio; uma proposta ousada de abarcar a complexidade do processo de escrita. 

No fim da vida, depois de publicar ensaios sobre a escrita e teorizar a morte do autor, o crítico francês, Roland Barthes, quis escrever um romance. Enquanto se lançava à tarefa, refletia sobre esse desejo num curso no Collège de France – que depois se tornaria o livro A preparação do romance. A obra que ele buscava fazer, Vita nova, ficou no esboço. O que o levou a não escrever?

A escritora e tradutora Paloma Vidal se deparou com a mesma inquietação. Tendo já publicado diversas peças, livros de contos, ensaio e poesia, ela tentou por vários anos escrever um romance, sem conseguir. E se surpreendeu com o fato de que, diante de um romance já anunciado e teorizado, Barthes também não concretizou o livro.

Os caminhos do crítico francês e da autora brasileira se cruzam em “Não Escrever [com Roland Barthes]”. Numa investigação que começa na universidade e se desdobra em textos de formatos inovadores, Vidal se lança em uma busca da rotina, dos medos, do corpo e da obra de Barthes. O seu mote é, justamente, a impossibilidade de escrever.  Compre o livro “Não Escrever [com Roland Barthes]”, de Paloma Vidal, neste link.


Criação e reflexão
“Quando começou isso de me fantasiar de Barthes?”, pergunta a autora no início do livro. Ela conta que foi em 1998, no fim da graduação em Letras, que se apaixonou pelo filósofo, semiólogo e crítico francês. Esse amor inquieto atravessou os anos, transformando-se em cursos universitários que ela passou a oferecer, como professora, a partir de 2009, na Unifesp; em pesquisas que realizou no Brasil e na França; em palestras-performances que, entre 2016 e 2019, apresentou em ocasiões diversas; e neste volume, enfim, uma obra entre a criação e a reflexão. Nesses ensaios que combinam fotografia, vídeos, gestualidades e corpos, chama atenção a busca de Paloma Vidal em expor sua pesquisa acadêmica de maneiras renovadas. 

O registro poético que caracteriza os textos de “Não Escrever [com Roland Barthes]” já se mostra em “Resistir a Barthes”, que abre o volume. Uma foto de Paloma Vidal vestindo uma “máscara” com o rosto do crítico francês sintetiza as sobreposições entre pesquisadora e autor pesquisado. Em seguida, rubricas e camadas diferentes de texto instigam o leitor a se deixar guiar pelas observações sensíveis da autora. 

Esse primeiro texto guarda as marcas de sua apresentação na New York University, em 2019. O formato de palestra–performance também foi utilizado em “Não Escrever”, “De Minha Janela” e “Nunca Mantive Um Diário”, apresentadas em ocasiões e instituições diversas e reunidas em “Não Escrever [com Roland Barthes]”

“Não Escrever” navega por cartas de Roland Barthes, planejando uma viagem que nunca aconteceu para o Brasil. Vidal adentra o território da ficção, imaginando suas impressões sobre lugares que teria conhecido. “De Minha Janela” aproxima ainda mais pesquisadora e autor pesquisado, por meio do tema da maternidade e da relação com os outros. “Nunca Mantive Um Diário”, que encerra o volume, discorre mais longamente sobre os temas costurados pela autora ao longo do volume: o projeto fracassado de escrita, as relações entre vida e obra e o interesse do autor por diários.


O crítico e filósofo francês Roland Barthes (André Perlstein/ Roger-Viollet)

O diário é, justamente, a forma que Vidal explora no único texto do volume que não foi concebido como palestra. “Cadernos com R.B.” registra sua viagem à Paris, quando a autora foi até lá, na companhia dos seus dois filhos, se aprofundar na pesquisa. Neste e nos outros textos de Não escrever [com Roland Barthes], a autora investiga o território em que vida e obra se encontram, tanto no caso do crítico francês quanto no seu próprio.

Nessa proposta, Barthes vai sendo mostrado aos poucos: sua vida se revela pelos comentários de seus discípulos ou biógrafos, e o seu trabalho intelectual é analisado por Paloma Vidal no decorrer dos textos, em uma crítica que ela chama de “amorosa”. 


Coleção Ensaio Aberto
“Foi entre o verso e a prosa, ou entre a poesia e a teoria, que Paloma encontrou sua forma de fazer uma ‘crítica amorosa’ de Roland Barthes”, escrevem Pedro Duarte e Tatiana Salem Levy no prefácio ao livro. 

Duarte, professor da PUC-Rio, e Salem Levy, pesquisadora da Universidade Nova de Lisboa, coordenam a Coleção Ensaio Aberto, que surgiu de uma parceria entre as duas instituições e tem início com duas publicações: Não escrever [com Roland Barthes] e A parte maldita brasileira: Literatura, excesso, erotismo, de Eliane Robert Moraes.

Ambos os manuscritos foram selecionados por meio de revisão por pares em sistema duplo-cego. A coleção recebe financiamento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), de Portugal, e é publicada simultaneamente no Brasil e em Portugal: pela Tinta-da-china, em Lisboa, e pela Tinta-da-China Brasil, em São Paulo.

“Os Ensaios Abertos da coleção surgiram da vontade de explorar como, apesar da conhecida crítica metafísica que a Filosofia dirigiu à Literatura, elas não cessaram de se aproximar, em especial desde a Modernidade. Nessa exploração, a forma do ensaio desponta por sua capacidade de atrelar diferentes áreas, como a política e a ética, em um exercício de escrita que faz a filosofia e a literatura encontrarem-se”, explicam os coordenadores. Garanta o seu exemplar de “Não Escrever [com Roland Barthes]”, de Paloma Vidal, neste link.


Sobre a autora
Paloma Vidal é escritora, tradutora e ensina Teoria Literária na Universidade Federal de São Paulo. Dedica-se à ficção e à crítica, tendo publicado romances, peças, livros de contos, de ensaios e de poesia, entre os quais: "Algum Lugar" (7Letras, 2009), "Mar Azul" (Rocco, 2012), "Três Peças" (Dobra, 2014), "Dupla Exposição" (Rocco, 2016), "Wyoming e Menini" (7Letras, 2018), "Estar Entre: Ensaios de Literaturas em Trânsito" (Papéis Selvagens, 2019), "Pré‑história" (7Letras, 2020) e "La Banda Oriental" (Tenemos las Máquinas, 2021). Traduziu, entre outras autoras e autores latino-americanos, Clarice Lispector, Adolfo Bioy Casares, Lina Meruane, Sylvia Molloy, Margo Glantz, Tamara Kamenszain e Silviano Santiago.

.: Três clássicos mundialmente famosos que não podem ficar de fora da estante


Tordesilhas Fabulous Classics, novo selo da Alta Books, resgata obras que todos deveriam ler pelo menos uma vez na vida.

Algumas histórias são tão enraizadas nos leitores que merecem um espaço reservado nas estantes de todos os amantes da literatura. É o caso dos clássicos, que atravessam o tempo sem perder a força da mensagem passada pelas narrativas. Tordesilhas Fabulous Classics novo selo do Grupo Editorial Alta Books, resgata essas tramas imortais com novas edições, que possuem projeto gráfico único, ilustrações e conteúdos exclusivos para uma imersão completa.

Estreiam no selo "1984" e "A Revolução dos Bichos", ambos de George Orwell, e "Grandes Aventuras de Sherlock Holmes", de Arthur Conan Doyle. O próximo lançamento, para 2024, é "Contos de Imaginação e Mistério", de Edgar Allan Poe. "Esta nova coleção da Tordesilhas pretende tornar alguns dos títulos mais duradouros e importantes da literatura universal atraentes para o grande público e com fundamentação teórica para os especialistas", afirma Rodrigo de Faria e Silva, editor do selo Tordesilhas Fabulous Classics.


Sinopse dos livros
"A Revolução dos Bichos"
. Fábula sobre um grupo de animais da fazenda que se rebelam contra o dono humano e instauram um autogoverno dos bichos. Publicado originalmente em 1945, durante a Segunda Guerra Mundial, o clássico é uma crítica à corrupção e à brutalidade do regime Stalinista na União Soviética. A edição atual traz posfácio de Rita Von Hunty, palestrante, drag queen, professor, ator, youtuber e comediante brasileiro. Compre o livro "A Revolução dos Bichos", escrito por George Orwell, neste link.


"1984"
. Nesta distopia,George Orwell mostra um futuro sombrio, dominado pela força opressora. Na época em que foi lançado, entendeu-se que esse era um alerta contra os perigos do totalitarismo. Hoje, a obra é vista também como um aviso sobre o avanço da tecnologia na vida cotidiana e a consequente falta de privacidade. A figura mais emblemática da trama é o “Irmão Maior”, uma entidade que vigia a tudo e a todos e serviu de inspiração para realities shows contemporâneos. A nova edição traz no posfácio o texto Notas na Sala 101, de Ronaldo Bressane, tradutor da história. Compre o livro "1984", escrito por George Orwell, neste link.


"Grandes Aventuras de Sherlock Holmes"
. O livro compila, em 17 contos, toda a ironia, desilusão e disfarces presentes em algumas das mais famosas aventuras do célebre detetive britânico Sherlock Holmes. Por mais de um século o detetive tem fascinado leitores do mundo inteiro com a arte de desvendar mistérios impossíveis. O segredo? Um método dedutivo, calcado em uma lógica irretocável. Caso raro na literatura, o personagem tornou-se maior que o próprio criador e atravessou o século XX como um fenômeno pop que continua a cativar novos leitores. Compre o livro "Grandes Aventuras de Sherlock Holmes", escrito por Arthur Conan Doyle, neste link.

.: Nova Graphic MSP "Magali - Receita" traz deliciosa releitura em aquarelas


"Magali - Receita"
é a 40ª Graphic MSP. A obra, que chega às bancas e livrarias de todo o país em novembro, com sessão de autógrafos em São Paulo e lançamento oficial na CCXP, é escrita e desenhada por Carol Rossetti. A autora faz a sua estreia no selo voltado para leitores jovens e adultos da Mauricio de Sousa Produções, publicado pela editora Panini.

Na história, Magali decide reproduzir uma antiga receita de sua bisavó. Mas, para isso, ela vai precisar da ajuda de seus amigos. E da busca pelos ingredientes ao preparo, muita confusão vai acontecer. Com muita sensibilidade e aquarelas lindas, Carol Rossetti faz uma deliciosa releitura da clássica personagem de Mauricio de Sousa.

O texto da quarta capa é da renomada chef de cozinha Heleza Rizzo, que é também jurada do programa "Master Chef". "O amor pela comida nunca é só sobre comida. Nesta graphic, quis explorar os afetos e memórias por trás dos pratos preferidos da Magali e instigar os leitores a se perguntarem: o que torna uma comida gostosa?”, conta Carol Rossetti.

"Em 'Receita', a Carol Rossetti conseguiu reunir a essência e a meiguice da Magali a uma linda mensagem de amor pelo ato de cozinhar. O resultado é uma deliciosa história sobre amizade!”, diz Sidney Gusman, editor da obra. Compre o livro "Magali - Receita", de Carol Rossetti, neste link.


Sobre a autora
Carol Rossetti é designer, ilustradora e quadrinista. Nascida e criada em Belo Horizonte, a artista graduou-se em Design Gráfico em 2011 e possui o estúdio de design Café com Chocolate, com mais três amigos. Carol é autora das obras "Mulheres", "Vento Norte", "Debaixo D’água", "De Onde Estou Posso Ver o Outro Lado", "Último Convescote da Turma D", "Mãos Dadas Até o Fim", "Vamos Conversar?", "Eu e Meus Pais", "Cores", "Juliete", "Amor em Isolamento" e outros títulos.


Serviço
"Magali - Receita"
terá uma sessão de autógrafos especial no dia 28 de novembro, às 18h, na loja Taverna do Rei - Av. Dr. Gentil de Moura, 250 - Ipiranga, em São Paulo. O título será lançado oficialmente na CCXP 2023, que acontece dos dias 29 de novembro até 3 de dezembro e poderá ser adquirido no estande da editora Panini. Garanta o seu exemplar de "Magali - Receita", de Carol Rossetti, neste link.

quarta-feira, 22 de novembro de 2023

.: Carrascoza e Juliana Monteiro lançam "Fronteiras Visíveis"


O escritor João Anzanello Carrascoza e a artista visual Juliana Monteiro lançam o livro "Fronteiras Visíveis". A obra desafia as divisas convencionais da literatura e da fotografia, proporcionando uma experiência de leitura que é, em si, uma jornada. 

Com suas imagens e narrativas, a obra explora a complexidade do mundo contemporâneo e suas forças contrárias, além de ser também um convite para refletir sobre as fronteiras que moldam nossa existência. Com sete pares de contos, livro entrelaça literatura com fotografia e conecta o leitor com o começo e o fim da vida.

Com uma estrutura instigante, o lançamento da Maralto Edições apresenta sete pares de contos inéditos prenunciados por um par de cenas fotográficas e costurados pelo movimento de uma onda. Forças ambivalentes, como o sim e o não, a luz e a sombra, o contentamento e o desencanto, são exploradas tanto nas imagens quanto nos contos. Uma das cenas retrata uma senhora, de costas, retornando ao mar, simbolizando o fim de uma vida, de um ciclo e de uma geração. A outra cena representa o nascimento da vida, a renovação, com uma criança saindo do mar e caminhando em direção ao leitor.

“As duas personagens visuais se movimentam nas páginas”, explica a artista Juliana Monteiro. “A criança com mais agilidade, e a idosa vagarosamente. O leitor pode ler a narrativa visual com o movimento das páginas como flipbook ou manusear página a página e estar de frente, pouco a pouco, com esse ciclo entre o inaugurar e o se despedir. Num ritmo que é próximo ao da vida. Dia a dia, página a página, como quem quer represar o tempo com as mãos”.

O projeto nasceu de um novo encontro entre o escritor e a artista visual, fundindo ficção literária e imagem fotográfica. Desta vez, enquanto Carrascoza elaborava os contos para formar um par temático, Juliana foi construindo as duas situações por meio das fotos a fim de que resultassem em cenas com movimento, conforme o leitor as manuseasse. 'Fronteiras Visíveis' tem uma aproximação, na forma, com o Catálogo de perdas, que eu e Juliana publicamos anos atrás, unindo minha ficção às fotos que ela produziu para as histórias de perdas”, comenta o escritor.

No conteúdo, os contos carregam o olhar detalhado de Carrascoza para as relações afetivas e as forças ambivalentes que as regem, exploradas em outras de suas obras, com a diferença de que aqui as histórias vão aparecendo em dupla, possibilitando ao leitor uma leitura que contemple de duas maneiras distintas a mesma temática.

"Fronteiras Visíveis" abre com “Dança”, um conto narrado em primeira pessoa por um pai que vislumbra os primeiros passos da filha de apenas um ano e meio. Na narrativa a criança explora um mundo de maravilhas, brincando e dançando com seus brinquedos, irradiando alegria e curiosidade, sem se conectar com a perda da mãe. A história sugere que, embora a infância seja repleta de descobertas e êxtase, um dia a criança entenderá o significado da "dor", marcando a transição da inocência para a compreensão da complexidade da vida.

A obra desafia as divisas convencionais da literatura e da fotografia, proporcionando uma experiência de leitura que é, em si, uma jornada. Com suas imagens e narrativas, "Fronteiras Visíveis" explora a complexidade do mundo contemporâneo e suas forças contrárias, além de ser também um convite para refletir sobre as fronteiras que moldam nossa existência. A obra fará parte do Programa de Formação Leitora Maralto, uma iniciativa direcionada para escolas de todo o país. Compre o livro "Fronteiras Visíveis", de João Anzanello Carrascoza e Juliana Monteiro, neste link.

Sobre o autor
João Anzanello Carrascoza
é redator publicitário e professor na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). É considerado uma das grandes revelações da ficção brasileira e um dos maiores contistas contemporâneos. Recebeu três vezes o prêmio Jabuti, quatro vezes o prêmio da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), três vezes o prêmio da Fundação Biblioteca Nacional, o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), o Prêmio Candango de Literatura e o Cátedra Unesco, além dos internacionais Radio France (Paris) e White Ravens (International Youth Library, Munique, Alemanha).


Sobre a fotógrafa
Juliana Monteiro é artista visual. Participou de diversas exposições coletivas em galerias e em museus, além de residências artísticas nacionais e internacionais. Recebeu o prêmio Mobile Photo Festival (MIS-SP) pela série "Onde Eu Possa Morar" (2018). Publicou os livros de artista "Pandora" (2020), "Aprendiz" (2021), "Queira Receber como Recordação" (2022), entre outros. É coautora, com o escritor João Anzanello Carrascoza, do "Catálogo de Perdas" (2017), obra finalista do Prêmio Jabuti e vencedora do FNLIJ. Garanta o seu exemplar de "Fronteiras Visíveis", de João Anzanello Carrascoza e Juliana Monteiro, neste link.

.: "O Ninho", de Bethânia Pires Amaro, descortinam a casa como segurança


Vencedor do Prêmio Sesc de Literatura 2023 na categoria Conto, o livro "O Ninho", estreia de Bethânia Pires Amaro, mergulha em um mosaico de imperfeições e doenças familiares para desvelar esse ninho estranho, disforme, inseguro, destruindo as idealizações que pairam sobre as relações familiares, sobretudo quando se trata de maternidade. Seus quinze contos acompanham personagens femininas que habitam e produzem lares repletos de complexidade. O livro tem orelha assinada por Sérgio Rodrigues, para quem a autora se revela “uma das melhores contistas da literatura brasileira”.

O livro de estreia de Bethânia Pires Amaro é composto por quinze contos, quinze pequenas obras-primas, que se aprofundam nas complexidades das relações familiares, explorando os recantos mais frágeis e perturbadores que podem habitar um lar. A autora nos convida a acompanhar personagens femininas que enfrentam mazelas diversas e, através de suas histórias, somos lembrados de que a casa, esse estranho ninho, não é tão sacra assim, nem tão segura.

A miséria socioeconômica e a fragilidade das conexões íntimas são exploradas com maestria pela autora. Esses lares dessacralizados passam por vícios, suicídios, maternidades disfuncionais, abusos e violências devastadoramente reais. E, no entanto, a sensibilidade narrativa de Bethânia Pires Amaro nos ampara com as belezas imperfeitas, que decorrem da tragédia cotidiana, e com a compaixão, que corteja o desespero de vivermos, sempre, uns com os outros. Compre o livro "O Ninho", de Bethânia Pires Amaro, neste link.


O que disseram sobre o livro
“Os riscos de uma literatura programática e engajada não chegam sequer a se insinuar. Trata-se de literatura, só. E ainda falta dizer muito. Por exemplo, que é notável a sensibilidade da autora para captar o que há de profundamente brasileiro em ambientes sociais situados entre a classe média e o lumpesinato. Que suas frases e cenas, moduladas com engenho, nunca soam uma nota falsa ou deixam cair a tensão narrativa. Que aqui a energia transbordante das obras de estreia convive de alguma forma com a segurança de uma veterana que tivesse decantado a sabedoria de milênios.” - Sérgio Rodrigues.


“No primeiro conto deste livro, Bethânia Pires Amaro esgarça o limite das histórias de maternidade ao incluir um elemento devastador. A partir daí, o leitor não conseguirá mais largar as páginas. Terminamos cada conto pensando que o próximo não pode ser melhor, mas somos surpreendidos de novo. [..] Bethânia abraça seus personagens. Tenho vontade de também abraçá-la: que emoção ver nascer uma autora brilhante.”
- Giovana Madalosso.


Sobre a autora
Bethânia Pires Amaro é graduada e pós-graduada em Direito pela Universidade Federal da Bahia e mestre em Direito do Estado pela Universidade de São Paulo. Pernambucana de nascimento e baiana de criação, mora atualmente em São Paulo. Apaixonada por literatura, tem diversos contos premiados em concursos nacionais. Seu conto “O Adeus da Eletricidade”, premiado no Concurso de Contos Maximiano Campos, foi traduzido para o alemão pela editora Arara Verlag. O ninho, vencedor do Prêmio Sesc de Literatura 2023, é seu primeiro livro. Garanta o seu exemplar de "O Ninho", escrito por Bethânia Pires Amaro, neste link.

terça-feira, 21 de novembro de 2023

.: Elizandra Souza lança o livro "Filha do Fogo" pela Global Editora


Elizandra Souza
lança o livro de contos "Filha do Fogo - 12 Contos de Amor e Cura", pela Global Editora. A autora e ativista cultural apresenta ao leitor suas principais bandeiras: a cultura periférica e a Literatura Negra Feminina por meio de breves e sensíveis histórias ficcionais. O livro apresenta uma incursão em episódios incomuns protagonizados em sua maioria por vozes femininas negras, como a sua. 

Mulheres que manifestam os desafios, as decepções e as conquistas que permeiam o percurso daquelas que afrontam os códigos consolidados na sociedade atual. Uma sociedade ainda tão hierarquizada que permanece se recusando a enxergar a viabilidade de modos de viver mais libertários, igualitários e humanos nas relações cotidianas.

Não é à toa, portanto, que no prefácio a este livro a escritora Dinha ("De Passagem Mas Não a Passeio") registra que a autora “areja a literatura brasileira trazendo vestígios de memórias afetivas de uma população que só recentemente passou a figurar nas obras literárias como sujeitos completos”.

Afinal, narrar é um fenômeno transformador. Seja para aquele que toma para si o desafio de conceber suas histórias, como para aquele que as recebe, o universo de vivências que compõe uma narrativa deixa marcas que ficam para sempre. Pode-se dizer, sem sombra de dúvidas, que os contos integrantes deste livro de Elizandra Souza possuem este traço singular das narrativas construídas com intensidade. É possível intuir os significados delas para o processo de autoconhecimento da autora como indiciar os impactos que elas terão nas vidas de quem se dedicar a nelas mergulhar.

O livro traz ainda um texto de quarta capa assinado por Sérgio Vaz. O poeta assim apresenta Elizandra: “Tive a oportunidade de conhecer a Elizandra Souza, menina pretinha, como se intitulava, distribuindo suas poesias nos fanzines, lá pelos idos dos anos 2000 no Sarau da Cooperifa. Já era nítido que seria essa escritora dos contos de Filha do fogo entre outros que já escreveu e que com certeza escreverá. Faz da sua escrita uma flor que ora nos presenteia com seu aroma, ora perfura com espinhos que afetam nossas almas convocando para a primavera”. Compre o livro "Filha do Fogo - 12 Contos de Amor e Cura", de Elizandra Souza, neste link. 

Sobre a autora
Elizandra Souza é escritora, poeta, editora, jornalista e técnica em comunicação visual. Nasceu em São Paulo e passou a infância em Nova Soure (BA). Há 22 anos é ativista cultural, com ênfase na difusão do jornalismo cultural da periferia e da Literatura Negra Feminina. Integrante do Sarau das Pretas desde 2016. É autora dos livros: "Quem Pode Acalmar Esse Redemoinho de Ser Mulher Preta" (2021), "Águas da Cabaça" (2012) e "Punga", de coautoria de Akins Kintê (2007). Editora dos livros do "Coletivo Mjiba: Pretextos de Mulheres Negras" (2013), "Terra Fértil" (2014) e "Literatura Negra Feminina – Poemas de Sobre" (Vivência) (2021). Coorganizadora de "Narrativas Pretas - Antologia Poética do Sarau das Pretas" (2020), "Publica, Preta! - Manual de Publicação Independente" (2022) e "Orikis - Sarau das Pretas" (2023). Foto: Larissa Rocha. Garanta o seu exemplar de "Filha do Fogo - 12 Contos de Amor e Cura", escrito por Elizandra Souza, neste link.

.: Cinema: "A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes", o livro que inspirou o filme


Escrito por Suzanne Collins, o livro "Jogos Vorazes - A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes", que inspirou o filme em cartaz na rede Cineflix Cinemas, é uma história da série "Jogos Vorazes". O romance começa com a manhã do dia da colheita que iniciará a décima edição dos Jogos Vorazes.

Na capital, o jovem de 18 anos Coriolanus Snow se prepara para sua oportunidade de glória como um mentor dos Jogos. A outrora importante casa Snow passa por tempos difíceis e o destino dela depende da pequena chance de Coriolanus ser capaz de encantar, enganar e manipular seus colegas estudantes para conseguir mentorar o tributo vencedor.

A sorte não está a favor dele. A ele foi dada a tarefa humilhante de mentorar a garota tributo do Distrito 12, o pior dos piores. Os destinos dos dois estão agora interligados – toda escolha que Coriolanus fizer pode significar sucesso ou fracasso, triunfo ou ruína. Na arena, a batalha será mortal. Fora da arena, Coriolanus começa a se apegar a já condenada garota tributo... e deverá pesar a necessidade de seguir as regras e o desejo de sobreviver custe o que custar. Garanta o seu exemplar de "Jogos Vorazes - A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes", escrito por Suzanne Collins, neste link.


Um dos filmes mais aguardados do ano, "Jogos Vorazes - A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes" está em cartaz no Cineflix Cinemas. A prequel da franquia de sucesso conta a história Coriolanus Snow, de 18 anos, anos antes de se tornar o presidente tirânico de Panem. Ele vê uma chance de mudar sua sorte quando se torna o mentor de Lucy Gray Baird, o tributo feminino do Distrito 12.

O longa-metragem,  dirigido por Francis Lawrence e baseado em mais um livro de Suzanne Collins, tem, no elenco, Rachel Zegler, Hunter Schafer, Tom Blyth, Peter Dinklage, Viola Davis, Kjell Brutscheidt, Jason Schwartzman e Irene Böhm. Compre o livro "Jogos Vorazes - A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes", de Suzanne Collins, neste link.

Assista no Cineflix
"Jogos Vorazes - A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes"  está em cartaz no Cineflix Cinemas. O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN.

segunda-feira, 20 de novembro de 2023

.: Fundadora e ex-presidente Think Olga lança livro de poesia na Flip, no dia 23


No ano de 2020, marcado pela desesperança tanto de uma pandemia global quanto do governo violento de Jair Bolsonaro, a jornalista, escritora e fundadora do Think Olga (uma das ONG de direito das mulheres de maior relevância do cenário nacional) Jules de Faria, se viu profundamente abalada por uma perda gestacional avançada. Nesse momento de dor, ela passou a refletir e questionar sua própria jornada, suas prioridades e as escolhas que havia feito até então, tendo inclusive abandonado sua posição como presidente da organização.

Diante dessas e de outras perdas, Jules conta que a escrita aparece como uma forma de retomar a fluxo contínuo e a fluidez de sua vida, instigando os primeiros movimentos do que viria a se tornar "Talvez Este Não Seja o Meu Ano", novo livro de poesia com publicação pela Paraquedas, selo de publicação assistida da Editora Claraboia.

A obra terá dois eventos de lançamento na Feira Internacional Literária de Paraty (FLIP),  na Casa Pagã, localizada na Matriz Cultural da festa. Uma sessão de autógrafos está marcada para dia 23 de novembro, às 20h. E no sábado, dia 25, a autora integra uma mesa de debate com o tema "Poesia e invenção: cartografias imaginárias", às 18h, com participação das escritoras Mar Sneider, Joana Herkenhoff e Carolina Rolim. A mediação é de Rodrigo Caldeira.

A força criativa dessa produção se tornou tão intensa que a autora comenta que no início do semestre passado, foi tomada por um momento de criatividade intensa, escrevendo poesias nas madrugadas. “Não conseguia entender exatamente de onde essa inspiração vinha, mas meus dedos dançavam furiosamente sobre o teclado, trazendo à vida as palavras que estavam dentro de mim. As lembranças dessas noites são como uma névoa, mas elas são o alicerce de tudo o que este livro representa”, frisa.

Em "Talvez Este Não Seja o Meu Ano", a autora busca conciliar duas realidades: a do mundo concreto, em que somos engolidos por expectativas e máscaras sociais que nem sempre nos representam; e a do mundo dos sonhos e da sensibilidade, onde podemos resgatar a nossa essência e sermos atravessados por transformações. Segundo ela, trata-se de um processo curativo, em que pôde também elaborar muitos fins, como a perda gestacional, o falecimento de sua avó e, claro, a saída do Think Olga. "Abandonar um espaço de muita clareza e contorno nos dá a sensação de falha, insucesso. E abrir mão dessa necessidade de sucesso e admitir que ‘este não é meu ano’ foi muito, muito poderoso para minha jornada de liberdade”, conta.

Os poemas do livro se destacam pelo tom fluido, leve, que relembra o mantra, mas que trazem uma escrita visceral. "Talvez Este Não Seja o Meu Ano" coloca o leitor de frente com o coração aberto de Jules acerca de suas questões, bem como por colagens que evocam elementos corpóreos e figuras femininas, ressaltando a intimidade que a obra convoca. Compre o livro "Talvez Este Não Seja o Meu Ano", escrito por Jules de Faria, neste link.

.: Edney Silvestre lança livro "Segredos de Um Repórter" em São Paulo


Nesta terça-feira, dia 21 de novembro, o jornalista e escritor Edney Silvestre lança o livro "Segredos de Um Repórter", na Livraria da Travessa do Shopping Iguatemi, em São Paulo, a partir das 19h. Publicada pela editora Almedina Brasil, a obra reúne as dicas, truques, conselhos, histórias e alguns vexames de um dos melhores jornalistas do Brasil, escalado para cobrir marcos históricos como os atentados de 11 de Setembro e os últimos dias de Saddam Hussein no Iraque.

Com experiência de sobra, Edney reflete sobre o faro jornalístico, a arte de conduzir uma boa entrevista e a necessidade de criar fontes. Ele lista exemplos de perguntas eficazes, explica por que um repórter deve saber mais sobre o entrevistado do que o próprio entrevistado e oferece insights sobre como lidar com as situações imprevisíveis, traiçoeiras e comuns que um repórter enfrenta durante transmissões ao vivo.

Ganhador dos prêmios Jabuti e São Paulo de Literatura, Silvestre conversa com estudantes, jornalistas em início de carreira e profissionais experientes na área, além de escancarar a realidade (nada) glamourosa de quem trabalha de frente para as câmeras. Compre o livro "Segredos de Um Repórter", de Edney Silvestre, neste link


Sobre o livro
Edney Silvestre não sabia nem sequer como segurar um microfone diante das câmeras quando deixou o status consolidado de correspondente e cronista do jornal O Globo em Nova Iorque para, já passado dos 40 anos, encarar o desafio de virar correspondente internacional de uma das cinco maiores redes de TV do mundo. Não foi fácil. Nem sem críticas contundentes, como ele mesmo admite neste livro, que é uma mistura rica e bem-humorada de bastidores de notícias, memórias de tropeções e de acertos em coberturas e entrevistas. 

Com a mesma audácia que enfrentou a timidez, a dislexia e as dificuldades de fala, Edney Silvestre é um dos grandes repórteres da TV brasileira, tendo coberto desde os horrores dos atentados terroristas do World Trade Center, até percorrido o tapete vermelho do Oscar, entrevistando algumas das maiores estrelas de Hollywood, dos teatros da Broadway e da música internacional. A lista de celebridades que compartilharam o microfone com ele é longínqua. 

Ganhadores do Prêmio Nobel, artistas formidáveis, nomes do universo musical, da MPB, além de (seus entrevistados favoritos) as mulheres e os homens admiráveis e anônimos do nosso país, mostrados em seu programa Brasileiros. Hoje consagrado como um dos melhores jornalistas de sua geração, e um dos grandes correspondentes internacionais que já passaram pela TV Globo, Edney Silvestre firmou-se também como escritor de ficção, vencendo o Prêmio Jabuti de Melhor Romance e o Prêmio São Paulo de Literatura, os dois maiores prêmios literários do Brasil, pelo romance Se eu fechar os olhos agora. Aqui, ele conta, sem restrições, como foi este percurso vitorioso. Nunca nenhum repórter revelou bastidores tão profundamente. Garanta o seu exemplar de "Segredos de Um Repórter", escrito por Edney Silvestre, neste link.


Serviço
Noite de autógrafos do livro "Segredos de Um Repórter" de Edney Silvestre. Terça-feira, dia 21 de novembro, às 19h. Livraria da Travessa do Shopping Iguatemi - Av. Brig. Faria Lima, 2232 - Piso Superior - Jardim Paulistano, São Paulo - SP, 01489-900.



domingo, 19 de novembro de 2023

.: “A Palavra que Resta”, livro de Stênio Gardel, vence o National Book Award


"A Palavra que Resta"
, romance de estreia de Stênio Gardel lançado pela Companhia das Letras em 2021, venceu o National Book Award na categoria Literatura Traduzida. O prêmio foi entregue na última quarta-feira, dia 15 de novembro, em Nova Iorque para o autor e para a tradutora, Bruna Dantas Lobato, que traduziu o texto para inglês na edição da New Vessel Press, intitulada The Words That Remain.

É a primeira vez que um livro brasileiro vence o National Book Award, um dos mais importantes prêmios literários dos Estados Unidos, concedido anualmente aos melhores livros escritos ou traduzidos para o português. Na categoria vencida por "A Palavra que Resta", entre as indicações havia livros de Pilar Quintana, David Diop e Bora Chung.

Cearense de Limoeiro do Norte, Stênio Gardel trabalha no Tribunal Regional Eleitoral de seu estado natal, e é especialista em Escrita Literária. A palavra que resta é seu primeiro romance e foi escrito durante os Ateliês de Narrativa ministrados pela escritora Socorro Acioli em Fortaleza. O livro narra a trajetória de Raimundo, homem analfabeto que na juventude teve seu amor secreto brutalmente interrompido e que por cinquenta anos guarda consigo uma carta que nunca pôde ler.

Com uma narrativa sensível e magnética, o autor nos leva pelo passado de Raimundo, permeado de conflitos familiares e da dor do ocultamento de sua sexualidade, mas também das novas relações que estabeleceu depois de fugir de casa e cair na estrada, ressignificando seu destino mais de uma vez. "Alcançar tamanha realização, com meu primeiro romance, com essa história tão pedaço de mim, me deixa não apenas impressionado, mas com um imenso sentimento de realização”, diz Stênio Gardel. Em seu discurso de agradecimento após receber o prêmio, ele relembrou a infância no Ceará enquanto um homem gay no sertão do Nordeste. O discurso completo está no Blog da Companhia das Letras. Compre o livro "A Palavra que Resta", de Stênio Gardel, neste link.

.: Escritora e jornalista, Solange Sólon Borges lança o livro "Jardins Irregulares"


Em delicada prosa poética, a escritora e jornalista Solange Sólon Borges traz no livro "Jardins Irregulares" amores de navegação e os mares interiores que habitam todos os seres humanos. A prosa poética é instrumento para tratar do amor, dos desencontros humanos e da história de todos nós. “Eu celebro um momento em que nada é tão absoluto quanto a sucessão dos dias. É necessário estabelecer domínio, que o amor deve ser um estado de alerta constante, mesmo diante da hora provisória”, é um exemplo do que se apresenta neste livro.

E ainda: “Dentro da fortaleza me sinto o que sou, primitiva, com ritmos lentos em corredores alongados, amuradas a avançar em infindáveis curvaturas rente ao mar. Deveria parecer o fim do mundo, mas era o começo da história urdida em correntes enferrujadas. Os viajantes do tempo nesse mar de solidão extremada...”

Com imagens em p&b da Colômbia e da Espanha, a voz da autora se desdobra em três partes: "Marítimas", "Amores de Navegação" e "Mares Interiores". Ou seja, naufragar, submergir e salvar-se. A proposta da autora é que o leitor posso atravessar fronteiras, os meridianos traçados pela palavra e encontrar novos pontos cardeais e significados nesta leitura.

Nessa cartografia poética, a autora busca a emoção ordenada a fim de compreender a palavra em sua forma mais íntima que também traz à tona o que não é possível nomear: “Onde se encontra a minha voz absoluta? A de bronze que incomoda e não ressoa e segue um dia inteiro adiante contra o vento e se torna sopro, diminuta e desalento? Esse verbo acidental que soa estranho diante de quem sou, entre corredores internos emudecidos, ao ocultar cinzas e um coração em desespero.”

Ou: “Não é que seja dor, mas, sim, o que consome e decompõe e desmorona.... Eu estava tão distraída assim quando a morte o levou nessa embarcação arrevesada?”, são exemplos da prosa poética presente neste livro que alcança sua 2ª edição. Compre o livro "Jardins Irregulares", de Solange Sólon Borges, neste link.

Sobre a autora
Solange Sólon Borges é paulistana, mestra em Estudos Culturais (USP Leste), especialista em comunicação e jornalista. Publicou "À Espera dos Girassóis", seu segundo livro de poesia, e também transita pelos gêneros conto ("Janelas Abertas para Uma Canção Desesperada"), romance ("Todos os Homens São Girassóis"), sci-fi ("Mudei Meu Passado, e Agora?", com Coca Valença) e infantis ("A História do Cachorro Cheirudo", "Meninas Também Crescem", "A História do Bichinho Gordão"). Garanta o seu exemplar de "Jardins Irregulares", escrito por Solange Sólon Borges, neste link.

quinta-feira, 16 de novembro de 2023

.: Globo Livros lança “A Babá”, romance hot queridinho do TikTok


A Globo Livros lança “A Babá”, um romance irresistível escrito por Lana Ferguson para os amantes de “Cinquenta Tons de Cinza”, “Uma Ideia de Você” e outros títulos hot. Bastante conhecido pelos leitores no Tik Tok, este livro acompanha a história de Cassie que vê a sua vida virar um caos ao ficar desempregada e prestes a ser despejada. Enquanto busca uma oportunidade, a jovem decide reativar sua velha conta no OnlyFans – usada apenas em casos de extrema necessidade. Porém, o que começa como uma forma de levantar uma grana rápida, se mostra um negócio muito mais divertido e sexy do que ela poderia imaginar. Tudo graças a um cliente misterioso, inteligente, gato, gentil e que sempre dá gorjetas generosas.

Só que quando Cassie finalmente consegue um emprego – como babá da filha de um viúvo rico – e decide largar a plataforma, ela descobre que o seu novo chefe está longe de ser um estranho, mas sim alguém que está muito familiarizado com ela, ou pelo menos com seu corpo. Sim, ele é o seu antigo cliente do OnlyFans, o homem mais sexy em que Cassie já colocou os olhos.

Devidamente apresentados, ela conhece sua real identidade: Aiden Reid, um renomado chef de cozinha, pai de Sophie, uma doce garotinha. Ele não a reconhece, já que Cassie também não revelava seu rosto e, apesar do risco, ela não tem outra saída a não ser aceitar o emprego. Mas, quando a química que os envolvia sai das telas para a vida real, Cassie precisa tomar a decisão mais difícil de sua vida: revelar ou não quem realmente é, o que pode pôr em risco uma história de amor avassaladora, daquelas que ela acreditava só acontecer nos filmes. Compre o livro  “A Babá”, escrito por Lana Ferguson, neste link. 

quarta-feira, 15 de novembro de 2023

.: "A Parte Maldita Brasileira": livro de Eliane Robert Moraes analisa o erotismo


Rigorosa e original em sua investigação sobre o erotismo na literatura, a autora reúne em título lançado pela Tinta-da-China Brasil ensaios produzidos nos últimos 25 anos de sua trajetória inspirada no pensamento filosófico do francês Georges Bataille


Leitora primorosa das letras brasileiras e crítica literária de trajetória notável, Eliane Robert Moraes lança pela editora Tinta-da-China Brasil o livro que atesta sua contribuição definitiva para o reconhecimento do lugar do erotismo no cânone literário brasileiro. "A Parte Maldita Brasileira: Literatura, Excesso, Erotismo" traz 16 ensaios da autora sobre o erotismo na literatura nacional, produzidos nos últimos 25 anos de sua pesquisa.

Inspirada nos conceitos de Georges Bataille de falta e excesso nas paixões humanas, ela estuda neste volume a obra de escritores tão variados quanto Machado de Assis, Nelson Rodrigues, Roberto Piva, Reinaldo Moraes e Hilda Hilst. Ela explica que, para Bataille, poesia é sinônimo de dispêndio. Festas, guerras, ritos sacrificiais e espetáculos são exemplos da necessidade de dilapidação que existe em todas as sociedades, segundo o filósofo francês. A literatura é mais um desses casos: ela é, por definição, o celeiro do excedente. “À literatura destina-se, portanto, a tarefa de guardar os restos, as sobras, os estilhaços, os entulhos”, escreve Eliane Robert Moraes.

"A Parte Maldita Brasileira" abre com uma viagem pela origem da palavra “puta”, recuperando a etimologia da palavra no século XII francês e as variações nas línguas latinas. A prostituta é recorrente nas reflexões de Bataille, vale observar, e protagonista de diferentes ensaios de Robert Moraes. A crítica dedica estudos aprofundados sobre sua representação e presença na literatura, no imaginário e nos dicionários. Depois de caminhar por diferentes séculos e gêneros, o leitor se depara no ensaio final com uma topografia da produção literária erótica no limiar dos anos 2000.

“Em franca oposição a uma tendência realista e naturalista que vai predominar na literatura brasileira no final do século XX, a produção obscena de sua última década faz uma aposta radical na fantasia, seja ela fescenina, alucinatória, mística ou grotesca. Uma vez desfeito o pacto com a morte, a ênfase trágica cede lugar a uma pluralidade de vozes que descobrem outras vias de dizer o sexo”, escreve a autora.

O livro é guiado por seções que tematizam a perversão (Machado de Assis, Reinaldo Moraes e Nelson Rodrigues), as putas (Machado de Assis aparece novamente, Manuel Bandeira, Valêncio Xavier), a metafísica e a putaria (Hilda Hilst e Dalton Trevisan) e maneiras de escrever sobre sexo, num diálogo entre autores (Mário de Andrade e Roberto Piva). Além de trabalhar a partir de contos, romances e peças teatrais, a autora também propõe um “intervalo visual” em que reflete sobre a Série Trágica que Flávio de Carvalho realizou desenhando a morte de sua mãe.

Convidada para escrever o texto de orelha da edição de "A Parte Maldita Brasileira", a escritora, ativista e professora Amara Moira celebra a publicação do livro. “Este é o tipo de obra de que necessitamos, mais do que nunca — aquele que nos convida a lidar com o caráter imaginativo da literatura em seus extremos mais gozosos e horripilantes”. Compre o livro "A Parte Maldita Brasileira: Literatura, Excesso, Erotismo", de Eliane Robert Moraes, neste link.


O erotismo no cânone literário brasileiro
"A Parte Maldita Brasileira: Literatura, Excesso, Erotismo" abrange a produção própria de Eliane Robert Moraes que há 25 anos investiga o tema na literatura brasileira do fim do século XIX até os dias atuais. O nome de Machado de Assis certamente se destaca numa publicação inspirada pelos excessos; são dois os capítulos dedicados ao autor.  Em “Entre Perversos”, primeira seção do livro, está em foco “A Causa Secreta”, conto de 1885 em que desde o início os personagens são dados como mortos e enterrados pelo narrador — única condição possível para que o segredo em torno deles possa ser comentado. Trata-se do caráter sádico de tais personagens, tão precisos em suas torturas quanto o narrador ao descrever as cenas em questão.

A teatralidade, que aparece aqui como uma possível exigência da crueldade, revela-se incontornável, posteriormente, na leitura do conto “Singular Ocorrência”. Eliane Robert Moraes explicita a intertextualidade desse outro texto de Machado com o teatro e avança em sua análise ao observar que tanto a trama quanto a protagonista são compostas segundo a lógica teatral, isto é, organizando uma rigorosa dinâmica do olhar entre aqueles que olham e aquela que é olhada.


Entre perversos
O grupo dos perversos, onde estão os personagens de “A Causa Secreta”, completa-se com as criações de Nelson Rodrigues e Reinaldo Moraes — autores distantes por completo no tempo, no espaço e na fatura literária, explica a autora, mas cujos “personagens perversos se esbarram inesperadamente na prática do mal, chegando inclusive a ostentar traços que evocam os protagonistas do Marquês de Sade”.

Em “Passagens para o Negativo”, Eliane Robert Moraes propõe que um dos fundamentos da obra de Rodrigues é inverter o sentido cômico de um vaudeville para aproximá-lo do ritual da missa cristã, isto é, fazer uma passagem definitiva para a gravidade, mostrando para isso uma conversão nos personagens. Obras como "O Beijo no Asfalto", "A Falecida" e os contos de "A Vida Como Ela É…", com destaque para “A Dama do Lotação”, sustentam a leitura crítica.

Quando trata de Reinaldo Moraes, a autora já abre o ensaio falando de Marquês de Sade; mais especificamente, de “uma das mais finas e elaboradas formas de libertinagem concebidas pelo sistema sadiano”: o desabamento. As cenas de Sade são comparadas a uma outra, presente em um conto de Reinaldo Moraes. “Em ambos, as fantasias de desmoronamento sempre valorizam o choque, o assombro e a instantaneidade do evento. Nunca é demais lembrar que o reiterado empenho dos personagens em controlar todas as variantes da catástrofe representa, antes de tudo, a garantia de que tal meta será atingida.”

O paralelo entre os dois autores continua num comentário sobre a extensão de suas obras, nas quais os personagens se abandonam a numerosas aventuras que se prolongam por muitas páginas. Tanto nas aventuras das irmãs sadianas Justine e Juliette, que somam mais de 2 mil páginas, quanto em Pornopopeia, do autor brasileiro, as histórias lúbricas dos protagonistas se sucedem num crescendo com uma suposta inspiração épica, diz a autora.


Amor venal
“Singular Ocorrência”, o segundo conto de Machado analisado, abre a seção das prostitutas, onde Manuel Bandeira lhe faz companhia. “Vulgívaga” é a palavra que orienta o ensaio onde a obra do poeta é lida à luz da presença do amor venal. A palavra dá título a um poema de Bandeira e está presente em um outro, “A Dama Branca”; ambos de Carnaval, publicado em 1919. Nesse caso, o emprego de palavra tão pouco usual em sua poesia se deve, antes de tudo, ao fato de que a dimensão sexual ali referida se recobre de grande e grave opacidade.

Já na análise de dois contos de Valêncio Xavier, a autora se demora pensando no espaço onde se passam cenas lúbricas — no caso de Xavier, cubículos claustrofóbicos, corredores escuros. “É sempre o tempo que parece parar e se imobilizar, deixando de transcorrer para que os espaços vivam sua vida autônoma. Tal é o traço mais marcante desses hoteizinhos na versão de Xavier, razão pela qual eles merecem ser explorados mais de perto”.

Transformada “num mistério de toda compreensão, só comparável aos grandes enigmas humanos”, a prostituta é protagonista de “Francesas nos Trópicos”, por fim; nesse último texto da seção, o leitor passeia pelas várias figuras e fantasias que a meretriz já encarnou ao longo dos séculos e para diferentes autores, na França e no Brasil.

“Obra malsã”
Única mulher do conjunto e autora das ficções mais obscenas do país, Hilda Hilst é objeto de três ensaios que examinam as relações entre a metafísica e a “putaria das grossas”. A seção da metafísica se reforça com o artigo sobre Dalton Trevisan e sua recriação poética do Cântico dos cânticos. “Ele confere voz a uma lasciva Sulamita, cujo desejo sem freios nem limites é declarado a um amante condenado a permanecer no mais absoluto silêncio”.

A seção final de "A Parte Maldita Brasileira" passeia pela obra de Mário de Andrade e a profunda inquietação em torno do sexo presente nela, muitas vezes de forma enigmática. Eliane Robert Moraes se detém em momentos variados da produção mário-andradina, como um primeiro poema e outro da maturidade, o romance "Macunaíma", o conto “Frederico Paciência” e o diário de viagem O turista aprendiz.

Roberto Piva convoca a figura de Mário de Andrade em um de seus poemas, em tom de partilha e cumplicidade. É o que conta “A Cintilação da Noite”, penúltimo ensaio de A parte maldita brasileira, que passa por diversos livros publicados nos anos 1960 e 1970, mostrando a ênfase do poeta nos cenários noturnos — menos para pensar a noite como faziam os Românticos, e mais para enxergá-la como “uma forte recusa do mundo emblemático do dia, marcado pela racionalidade do capital e pela rotina do trabalho, em função de um mergulho vertiginoso em domínios mais sombrios, em que predomina o caos”.


Coleção Ensaio Aberto
“'A Parte Maldita' seriam as sobras - aquilo que fica de fora, ou mesmo fora: da convenção, das normas, do cânone, da chamada alta linguagem”, escrevem Pedro Duarte e Tatiana Salem Levy no prefácio ao livro. Professores da PUC-Rio e da Universidade NOVA de Lisboa, Duarte e Salem Levy coordenam a Coleção Ensaio Aberto, que surgiu de uma parceria entre as duas instituições e tem início com duas publicações: A parte maldita brasileira e Não escrever [com Roland Barthes], de Paloma Vidal.

Ambos os manuscritos foram selecionados por meio de revisão por pares em sistema duplo-cego. A coleção recebe financiamento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), de Portugal, e é publicada simultaneamente no Brasil e em Portugal: pela Tinta-da-china, em Lisboa, e pela Tinta-da-China Brasil, em São Paulo.

“Os Ensaios Abertos da coleção surgiram da vontade de explorar como, apesar da conhecida crítica metafísica que a Filosofia dirigiu à Literatura, elas não cessaram de se aproximar, em especial desde a Modernidade. Nessa exploração, a forma do ensaio desponta por sua capacidade de atrelar diferentes áreas, como a política e a ética, em um exercício de escrita que faz a filosofia e a literatura encontrarem-se”, explicam os coordenadores.


Sobre a autora
Eliane Robert Moraes
é professora de Literatura Brasileira da Universidade de São Paulo e pesquisadora do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Assina diversos ensaios sobre o imaginário erótico nas artes e na literatura e a tradução da História do olho, de Georges Bataille. Publicou pela editora Iluminuras os títulos "Sade - A Felicidade Libertina" (2015), "O Corpo Impossível" (2016), "Lições de Sade" (2011) e "Perversos, Amantes e Outros Trágicos" (2013). Organizou a "Antologia da Poesia Erótica Brasileira" (Ateliê, 2015), editada em Portugal (Tinta-da-china, 2017), a "Seleta Erótica de Mário de Andrade" (Ubu, 2022) e, pela Cepe, duas coletâneas de contos eróticos brasileiros: "O Corpo Descoberto" (2018) e "O Corpo Desvelado" (2022). Garanta o seu exemplar de "A Parte Maldita Brasileira: Literatura, Excesso, Erotismo", escrito por Eliane Robert Moraes, neste link.

.: Dearo e Manu lançam "As Aventuras de Mike - A Origem de Robson" em SP


Gabriel Dearo
e Manu Digilio darão início as sessões de autógrafos do livro “As Aventuras de Mike - A Origem de Robson” nas principais capitais do Brasil. Os autores começam pela cidade de São Paulo no dia 18 de novembro marcando presença na Livraria da Vila no Shopping Center Norte às 15h00. Durante o dia, os fãs poderão adquirir na livraria em primeira mão, o novo livro e aproveitar para conhecer os autores com direito a autógrafos.  

“As Aventuras de Mike - A Origem de Robson” é o quarto livro da série “As Aventuras de Mike”, o livro de capa amarela aprofunda sobre o personagem Robson, que é uma capivara de estimação. Durante toda narrativa os fãs vão descobrindo por que Mike possui um animalzinho tão diferente, o motivo pelo qual ele chama Robson e acompanhar um pouco das aventuras e atrapalhadas do personagem. Compre o livro “As Aventuras de Mike - A Origem de Robson” neste link.

Sobre "As Aventuras de Mike"
Com a proposta de trazer uma alternativa além das telas, para entreter crianças e jovens, os autores envolvem o leitor no universo de Mike e dos outros personagens já queridos pelo público. As obras reúnem esquetes e paródias family friendly no formato de diário e com tirinhas, além de atividades relacionadas a cada parte do enredo, tornando o leitor um integrante da história. A obra, que apresenta uma família divertida e comum, com a qual muitos acabam se identificando, se tornou um fenômeno de vendas. São três livros lançados, uma edição especial e o quarto livro “As Aventuras de Mike - A Origem de Robson” em lançamento. Compre os livros da série “As Aventuras de Mike” neste link.


Serviço
Lançamento do livro “As Aventuras de Mike - A Origem de Robson”. Dia 18 de novembro, às 15h00, na Livraria da Vila do Center Norte. Travessa Casalbuono, 120 - Vila Guilherme/São Paulo.

terça-feira, 14 de novembro de 2023

.: "Toda Fúria", o romance explosivo de Tom Farias, poderia ser uma história real


"Toda Fúria", romance escrito por Tom Farias, é uma ficção, mas, segundo a editora, poderia ser a história real de muitos jovens que são lançados à agressividade do sistema e da criminalidade. É a lei da sobrevivência do mais forte. O livro conta a história de Caniço, uma cria da favela. Seus pais são mortos pela ordem natural do crime - ele pela polícia, ela dentro da cadeia. Bicho solto, ele se fez nas ruas: fazendo furtos, usando drogas e servindo de mula e aviãozinho para o tráfico. 

Com diversas passagens pelas chamadas casas de correção, conheceu na pele a violência desse ambiente que deveria lhe dar uma chance de mudar de vida. Mas, não! O sistema é um retrato do mundo que não quer que jovens como Caniço sobrevivam e se "endireitem".  O livro é a saga de um Quixote dos subúrbios cariocas, um herói do submundo, que lidera e protege seu bando juvenil e muda a ordem das coisas para sobreviver, a um sistema perverso e corrupto, que o aprisiona e marginaliza.

Tom Farias, carioca, formado em Letras, com especialização em Literatura Afro-brasileira do século 19, e em Comunicação Social. É escritor, jornalista, crítico literário, ensaísta, dramaturgo e roteirista. Tem livros publicados nas áreas de biografia, crítica literária, ensaio e romance, com destaque para as afrobiografias "Cruz e Sousa: Dante Negro do Brasil", finalista do prêmio Jabuti 2009, e "José do Patrocínio: a Pena da Abolição". É membro efeito da Academia Carioca de Letras. Compre o livro "Toda Fúria", escrito por Tom Farias, neste link.

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