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segunda-feira, 23 de agosto de 2021

.: Teatro Com Bolso: livro "Vaca Malhada de Hematomas" em vídeo com poemas

Vídeo com poemas do livro "Vaca Malhada de Hematomas”, de Stella Stephany, na interpretação das atrizes e dos atores Ana Beatriz Nogueira, Ana Carbatti, Armando Babaioff, Barbara Paz, Bruce Gomlevsky, Carmo Dalla Vecchia, Elias Andreato, Eriberto Leão, Gilberto Gawronski, Irene Ravache, Kelzy Ecard, Leona Cavalli, Marcos Breda, Maria Clara Spinelli, Mateus Solano, Paulo Betti, Regina Braga e Soraya Ravenle. 

A temporada acontece junto ao lançamento da segunda edição do livro, agora com ilustrações criadas a partir dos textos por Analu Prestes (atriz e artista visual), Anna Carolina Albernaz (gravadora, desenhista e ilustradora), Barbara Frasson (professora e artista visual), Christiana Guinle (atriz e artista plástica), Claudio Tovar (artista visual e ator), Dante (artista visual), Gabriel Villela (diretor teatral), Martha Barros (pintora), Mauricio Grecco (artista visual), Rico Vilarouca (artista visual), Sergio Guizé (ator, músico e artista visual), Sergio Marimba (artista visual).


Teatro Com Bolso, criado por Ana Beatriz Nogueira para apresentação online de peças, shows e outros eventos ao vivo ou pré-filmados, apresenta a partir de 28 de agosto o projeto de vídeopoesia “Vaca Malhada de Hematomas” criado a partir de livro homônimo de Stella Stephany.

O livro “Vaca Malhada de Hematomas” (Ed. Lux), primeiro da autora, é uma defesa da vida, e fala de paixões, recomeços e memória sob o olhar da mulher contemporânea. A apresentação e a edição de conteúdo do livro são da jornalista, roteirista e atriz Bianca Ramoneda. A quarta capa é da poetisa e atriz Elisa Lucinda; a orelha, do dramaturgo e diretor teatral Mario Bortolotto; e a ilustração da capa, do artista visual e ator Carcarah. 

A primeira edição foi publicada em 2020, e esta segunda vem ampliada, trazendo obras de artistas visuais inspirados em textos do livro. Eles são Analu Prestes (atriz e artista visual), Anna Carolina Albernaz (gravadora, desenhista e ilustradora), Barbara Frasson (professora e artista visual), Christiana Guinle (atriz e artista plástica), Claudio Tovar (artista visual e ator), Dante (artista visual), Gabriel Villela (diretor teatral), Martha Barros (pintora), Mauricio Grecco (artista visual), Rico Vilarouca (artista visual), Sergio Guizé (ator, músico e artista visual), Sergio Marimba (artista visual).

VÍDEOPOESIA

O vídeo traz atores e atrizes dizendo textos do livro. São quatro pequenos blocos de cerca de cinco minutos cada.

Os poemas tem interpretação das atrizes e dos atores Ana Beatriz Nogueira, Ana Carbatti, Armando Babaioff, Barbara Paz, Bruce Gomlevsky, Carmo Dalla Vecchia, Elias Andreato, Eriberto Leão, Gilberto Gawronski, Irene Ravache, Kelzy Ecard, Leona Cavalli, Marcos Breda, Maria Clara Spinelli, Mateus Solano, Paulo Betti, Regina Braga e Soraya Ravenle. 

TEATRO COM BOLSO sympla.com.br/produtor/teatrocombolso 

instagram.com/teatrocombolso | facebook.com/teatrocombolso

Depois de idealizar e pautar em 2020, ao lado de Andre Junqueira, o “Teatro Já”, projeto pioneiro que levou de volta ao palco do Teatro PetraGold peças teatrais e shows musicais em transmissão ao vivo, e que lhe rendeu uma indicação ao PRÊMIO FAZ DIFERENÇA, do jornal O Globo, Ana Beatriz Nogueira inaugurou o “Teatro Sem Bolso” em sua própria casa, e que volta este ano rebatizado de TEATRO COM BOLSO.

O projeto apresenta peças (solos ou duos) e pocket shows musicais, diretamente do palco criado e equipado na casa de Ana Beatriz, em transmissões online ao vivo ou pré-filmadas. A atriz e diretora montou, com recursos próprios, uma estrutura em sua casa com luz, palco, câmeras e todo equipamento necessário para transmissões online. 

A programação é regular e semanal, trazendo peças e shows a preços populares, além de programação gratuita.


Serviço

Estreia: dia 28 de agosto (sábado), às 20H

TEMPORADA GRATUITA ONLINE

Horários: sempre aos sábados, às 20h

Retirada de ingressos: sympla.com.br/teatrocombolso

Duração: 25 min / CLASS. INDICATIVA: livre / GÊNERO: vídeopoesia

FICHA TÉCNICA E ROTEIRO


Textos: Stella Stephany

Edição de vídeo: Henrique Mello

Realização: Teatro Com Bolso

Agradecimentos: Bianca Ramoneda


Poemas e elenco:

BLOCO 1 - “É TANTA COISA”

“Transição” - Irene Ravache

“Gosto” - Mateus Solano

“Mucho Gusto” - Gilberto Gawronski

“Sou Fog” - Ana Beatriz Nogueira

“Miragem” - Paulo Betti


BLOCO 2 - “MARGARIDA DOIDA”

“150 anos” - Regina Braga

“Margarida Doida” - Eriberto Leão 

“Ando Tão TAO” - Maria Clara Spinelli

“Xeque-mate” - Armando Babaioff 

“Vou” - Soraya Ravenle


BLOCO 3 - “MUCHO GUSTO”

“Gosto” - Barbara Paz

“Mucho Gusto” - Leona Cavalli

“Transição” - Marcos Breda

“O Meu Tripé” - Ana Carbatti


BLOCO 4 - “O RABO DE FORA”

“No Escuro” - Carmo Dalla Vecchia

“Vou” - Elias Andreato      

“Vai Dar Trabalho” - Kelzy Ecard

“Um Copo d’Água Por Favor” - Bruce Gomlevsky


Stella Stephany: Carioca, Stella Stephany se formou em Teatro pela CAL – Casa das Artes de Laranjeiras nos anos 80, e desde o início dos anos 90 atua como assessora de imprensa na área de Artes & Espetáculos. De lá pra cá, a JSPontes Comunicação – empresa da qual é sócia fundadora -  já prestou assessoria para mais de 600 eventos entre espetáculos de teatro, dança, música, exposições e livros.


terça-feira, 17 de novembro de 2020

.: Rupi Kaur lança "meu corpo minha casa", terceira coletânea de poesias


Maior fenômeno da poesia mundial nos últimos anos, a autora indiana-canadense inspira leitores a uma conversa interna em busca de aceitação e confiança em 
"meu corpo minha casa".

Uma das maiores poetas da atualidade, Rupi Kaur estreia nesta terça-feira, 17, sua terceira coletânea de textos. Com lançamento mundial e simultâneo nos Estados Unidos e Brasil, "meu corpo minha casa" chega pela editora Planeta. Na obra, a escritora indiana-canadense que vendeu mais de 500 mil livros por aqui inspira os leitores a uma conversa interna em busca de aceitação e confiança, retomando temas densos como abuso e perda.

A voz potente de uma das maiores poetas da atualidade, que vendeu mais de oito milhões de livros traduzidos para 20 idiomas, voltou. meu corpo minha casa é a terceira coletânea de Rupi Kaur. Desta vez, a best-seller traz o corpo como o templo sagrado, o espaço de conexão consigo e com o outro, único, insubstituível e pleno por essência. Amor, sexo, abuso, trauma, perda, feminilidade, família e imigração. Rupi retoma temas presentes em outros jeitos de usar a boca e o que o sol faz com as flores em uma profusão de sentimentos, expressados em fragmentos poéticos e ilustrações – assim como nos palcos. “Depois de tanto tempo separados, minha mente e meu corpo enfim voltam a se encontrar”, resume.

Publicada pela Editora Planeta e com tradução de Ana Guadalupe, a obra lançada mundialmente de forma simultânea é dividida em quatro partes: mente, coração, repouso e despertar. Os textos transitam por dilemas e questões como a esperança em meio à angústia, a violência no amor, o equilíbrio diante das obrigações, a aceitação nos dilemas.

Poeta, ilustradora e performer indiana, radicada no Canadá, Rupi Kaur mostra mais uma vez por que virou a principal referência em poesia urbana, gênero que ela mesma inaugurou, e se tornou um dos maiores destaques no mercado literário no Brasil. Por aqui, a autora vendeu mais de 500 mil exemplares nos últimos três anos – um recorde no gênero.

Os relatos das experiências pessoais a partir de uma perspectiva feminista inspiram anônimos e celebridades também nas redes sociais. No Instagram, são mais de 4 milhões de seguidores que interagem com as fotos pessoais e poemas publicados frequentemente por Rupi. "home body", título original do lançamento, segue o mesmo caminho.

Da autora número um do The New York Times, "meu corpo minha casa"a terceira coletânea de poesias de Rupi Kaur, maior fenômeno da poesia mundial nos últimos anos. Um dos temas mais frequentes na obra de Rupi é a importância que há em crescer e estar sempre em movimento. Em "meu corpo minha casa", ela leva leitoras e leitores a uma jornada de reflexão através da intimidade e dos sentimentos mais fortes, visitando o passado, o presente e o potencial que existe em nós.

Os poemas dessa coletânea, ilustrada pela autora, inspiram uma conversa interna em cada uma, em cada um, lembrando que precisamos nos preencher de amor, de aceitação e de confiança em nossas relações familiares e de comunidade. E, sempre, que precisamos estar de braços abertos para as mudanças em nossas vidas. Você pode comprar "meu corpo minha casa", de Rupi Kaur, neste link.

Sobre a autora
Rupi Kaur é poeta, artista e performer. Quando estudante universitária de vinte e um anos, Rupi escreveu, ilustrou e publicou de maneira independente seu primeiro livro de poesia “outros jeitos de usar a boca”. Depois veio o irmão “o que o sol faz com as flores”. Essas coletâneas venderam mais de oito milhões de cópias e foram traduzidas para mais de vinte idiomas. "meu corpo minha casa" é sua terceira coletânea de poesia. Os poemas de Rupi falam de amor, perda, trauma, cura, feminilidade e imigração. Ela se sente em casa quando produz arte ou declama seus poemas num palco.

Casa
mergulho na nascente do meu corpo
e chego a outro mundo
eu tenho tudo
de que preciso aqui dentro
não há motivo para procurar
em outro lugar
(meu corpo minha casa, p. 160)

Ficha técnica

Título: "meu corpo minha casa"
Autora: Rupi Kaur
Assunto: ficção/poesia
Editora: Planeta
ISBN: 978-65-5535-199-6
Páginas: 192
Formato: 14 x 21 cm
Link de pré-venda na Amazon: https://amzn.to/3nyhz9s

domingo, 13 de outubro de 2019

.: "Música e Lápide (Emergência Melódica)", um poema erótico


Por Helder Moraes Miranda, em outubro de 2019.

Meu corpo está em festa: descobriu novos discos.
É templo de acasos, afetos, vísceras e blasfêmias, 
esse menu de carne e osso que serve amor, almoço e janta 
- nunca café da manhã, porque estou transando com o meu sono.
E eu quero remelexo enquanto o mundo se acaba por dentro: 
mais da vida e menos das pessoas, pretendo.
Porque são falsas, tristes, ociosas e, 
o pior de tudo: 
modernas demais sem serem 
em um mundo de botas, caps, fios-dentais e algemas imaginárias 
nessa ditadura de ser o mais livre possível: 
limites são demodê, mistérios e sugestões, obsoletos, zás-trás, ploc, bum.
Na valsa dos modernos, 
só há espaço para três e, 
se as cabeças de hoje só entendem o explícito, então...
Meu corpo é sexo e foda-se,
é delusional e borderline,
é quero-quero e "não é não".
Também é requebrada nos quadris: 
quadriláteros sentidos 
que levam meus passos à pista de dança, 
melado de esperma por todos os poros, 
recatadíssimo.
Meu corpo, meu ato político: 
meu pinto é militância,
meu cu é minhas regras,
meu vaginismo imaginário 
é lugar de fala de um homem de falo 
no meu id de mulher macho...
E tudo desemboca na estrada das minhas curvas, 
onde dançam mãos, 
dedadas 
e oralidade 
na dança dos sonhos perdidos, 
no salão da última chance, 
quando é tão lindo viver e morrer 
de...

*Helder Moraes Miranda é bacharel em jornalismo e licenciado em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos, pós-graduado em Mídia, Informação e Cultura, pela USP - Universidade de São Paulo, e graduando em Pedagogia, pela Univesp - Universidade Virtual do Estado de São Paulo. Participou de várias antologias nacionais e internacionais, escreve contos, poemas e romances ainda não publicados. É editor do portal de cultura e entretenimento Resenhando.

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

.: "A Minha Noite Sua", poema de Helder Moraes Miranda


Por Helder Moraes Miranda, em setembro de 2018.

Eu amo como minha,
a noite,
é sua a noite,
e não há ninguém que possa.
Intervir.
Sabemos e é muito nosso
esse jogo de sílabas não pronunciadas.
Fale-me, eu rogo e sinto muito.
Mas há eu e você e a noite nossa.
E algo.
Cale-se, não sei lidar e fico entreaberto,
entre dentes, 
sibilante.
Mas há eu e você e a vida
que nos cobra, 
eu sei,
sabe-se pouco e nada sobre tudo,
e é bem verdade.
Mas há tudo isso e as palavras.
Essas nos cercam,
nos contestam 
nos contextos
da fala dissonante.
Podemos elaborar, 
devemos esperar,
sabemos verbalizar
o que os olhos só dizem quando estamos sem fala .
Ou em paz, sorrindo, nas nossas conduções.
Partidos e partilhados ao meio.



*Helder Moraes Miranda escreve desde os seis anos e publicou um livro de poemas, "Fuga", aos 17. É bacharel em jornalismo e licenciado em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos, pós-graduado em Mídia, Informação e Cultura, pela USP - Universidade de São Paulo, e graduando em Pedagogia, pela Univesp - Universidade Virtual do Estado de São Paulo. Participou de várias antologias nacionais e internacionais, escreve contos, poemas e romances ainda não publicados. É editor do portal de cultura e entretenimento Resenhando e assina a coluna dominical DOM.

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

.: Réquiem para o Nacional: poema de Luiz Sampaio


A NOVA DA NOITE
                       
Réquiem para o Nacional

noite eterna
manhã sem amanhã
hoje é dia de cinzas
cinzas
       mortas
             menos que cinzas
sem chance de renascer

muito além do Museu
muito além da memória
     queimaram o futuro
            o presente
                       a história
queimaram o nacional
nossa esperança de ser

queimaram os colchões do berço esplêndido

as chamas acesas do descaso
condenam ao sono eterno
o nosso já tão descrente país do futuro

os raios do mal cruzaram tempo e espaço
torraram até o extraterrestre
além do internacional
     rochas dos astros
           vidas antigas em pedras eternizadas
     animais
           plantas ao sempre guardadas
     culturas
           vidas passadas
                   futuras
tudo rodou no roldão nacional
múmias vieram morrer no Nacional

o eterno condenado ao ocaso
não por acidente do acaso
mas pelo desmando fatal

calam-se as palavras estarrecidas
diante do presente destruído
do passado carbonizado
do futuro no escuro
do carro desgovernado

não há labaredas de palavras
capazes de extinguir
     o sangue
             fervente
                    vermelho
das labaredas do crime organizado
que incendiou nosso país

Quem pôs fogo no Brasil?
Nós e ninguém.
Quem destruiu o Brasil?
Nós e ninguém.

Nós elegemos o ninguém
     os caras
             que escondem as caras
                    no instante em que o fogo vem

logo agora
     na hora da reeleição
             na gula de votos
                     na ânsia
nossos ninguéns
precisam livrar-se das cinzas
precisam mostrar suas caras limpas
     rementir
             fazer preleção
postar-se ao largo dos desenganos
prometer plantios na terra queimada
     tratar-nos como gentios
             com sua assassina arrogância
que surrupia de nós o voto
e por mais quatro prósperos anos
nos relega a menos que nada

Este é um triste réquiem
para a esperança do meu país
para o que eles fizeram
nós fizemos
eu fiz.

Luiz Sampaio: poeta que prepara o lançamento de luizsampaio.com

domingo, 14 de janeiro de 2018

.: Revista "Cabeça Ativa" recebe poemas com o tema "vidro"


Editores da revista "Cabeça Ativa", Cláudia Brino e Vieira Vivo convidam poetas a participarem da seleção de poemas a serem publicados. A convocatória poética dos escritores receberá poemas cujo tema será "vidro". Até três poemas por autor, a serem enviados até dia 25 de janeiro para o e-mail livroscostelasfelinas@gmail.com

terça-feira, 14 de novembro de 2017

.: Museu Casa de Portinari celebra a Consciência Negra com poemas

Em 19 de novembro (domingo), das 9h00 às 12h00 e das 14h00 às 16h00, o Museu Casa de Portinari - instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, gerida pela ACAM Portinari - em Brodowski, receberá o poeta brodowskiano Evaristo, popularmente conhecido como Tim, em um recital de poesias para celebrar a Consciência Negra.

A homenagem será realizada por meio da declamação das obras de Castro Alves, conhecido como "poeta dos escravos", em meio aos ambientes e jardins da instituição cultural e pinturas de Candido Portinari. Entre os poemas eleitos para o momento está "Navio Negreiro", que é um marco dentro da produção do artista pela beleza e representatividade.


Serviço:
Consciência Negra
Datas: 19/11/2017 (domingo)
Local: Museu Casa de Portinari (Praça Candido Portinari, nº 298 - Centro - Brodowski/SP)
Horário: das 9h00 às 12h00 e das 14h00 às 16h00
Informações: (16) 3664-4284 

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

.: “Antropofagias”, dois poemas e um fluido poético de Mariana Basílio


Abaixo, um fluxo poético (“Antropofagias”), dois poemas (“Sombras & Luzes”) e um fluido poético (“Uma Canção de Mim Mesma no Mar”) da obra "Sombras & Luzes", da poeta Mariana Basílio:

II

os nascimentos; as antropofagias; as artérias são todo o plus sobre o
pavor dos ossos e do tempo; os mapas e as lacunas que nos libertam
entre escutas e escritas – assim vamos planos, vamos de novo ver o
pôr-do-sol

(Fluxo II, da primeira seção, “Antropofagias”, p. 37)



VI 

“Cada um é a medida das coisas”
Paul Valéry

Espiritual. A profundidade do inesperado no
vislumbre das coisas. Aos retratos d’água.

Cada um é a medida das coisas.
Cada um é a medida das almas.

Quando penso total, quando penso
atemporal. Somos lampejos sob
lampejos. Espirituais, em lampejos!

Na energia da noite que são sustentos.
A tudo que se move por entre as coisas.

Desencarnam-se os órgãos, criam-se enlaces.
Espiritualmente, o amor corta-nos em faces.
Fazendo-nos mar, fazendo-nos milésimos
de pares. O amor-passo que afunda lama
nos ares frágeis são vivas substâncias.

A profundidade do inesperado. Profundidade.
Um espanto, uma passagem. E a canção renasce.
Na medida dos mármores. Na medida do retrato.

Cada um é a medida das coisas. Cada um é.
Como encanto descontente, como celeiro em
pontes e a fábula que se pensava distante.

Somos matéria cósmica. Somos hibridas esferas.

A vida é constelação.



XLVII

Todo escritor é um país estrangeiro.
Quando ultrapassa os limites do
seu coração ao cutucar
o fundo de um
silêncio, que
escapa aos
próprios
sentimentos.

Um estrangeiro de flores
rasgadas no fundo do peito.
Nos pomares desérticos de
antigos pensamentos.

Mesmo sendo poeira.
Mesmo tendo um ar pueril
que dissecaria um oceano.

Caminhando no céu
que engole,
na vida que esgana as
contas de sangue,
as gotas do tempo –
que não perdoam
o côncavo dos dedos.

Estrangeiro.
Ao sonhar alto demais
num topo de voz
que não se ouve
e
que
nunca
se imaginaria
tão luzente.

Em arqueiros
de nuvens
a dançar
ruas
e
carmins
em
futuros
passos.

Aos berros dos
pedregulhos,
nos acalantos
de casas que
apertam
nossas palavras
contra o peito.

A escalar
o silêncio das águas.
A ser navegante,
a ser

Correnteza.

(Poemas VI e XLVII, da seção principal, “Sombras & Luzes”, p. 76 e 153)



VII

Há de se ter consciência do mar.
É o que digo de melhor.
Mesmo que nunca saibamos
tocar o profundo de seu
corpo amargo.
O mar tem
um limite oceânico.
E todos nós não temos também?
Um mar dentro do estômago.
Um mar dentro dos olhos.

(Fluido VII, da última seção do livro, “Uma Canção de Mim Mesma no Mar”, p. 261)

quarta-feira, 27 de abril de 2016

.: Fernando Paixão e Eliane Robert Moraes falam de poesia e erotismo

Nesta quarta-feira, dia 27 de abril, às 20h, o Itaú Cultural realiza o segundo encontro "Literatura de Par em Par", sua mais nova série para refletir técnicas e linguagens contemporâneas da literatura com o público, com a participação dos escritores Fernando Paixão e Eliane Robert Moraes. 

A cada reunião com o público, casais de escritores e pesquisadores são convidados para falar sobre seus respectivos pontos de contato na escrita. O primeiro aconteceu no último dia 20 de abril, com João Bandeira e Noemi Jaffe, que falaram sobre experiências e experimentos literários.

Na quarta-feira, regem o próximo "Literatura de Par em Par" questões que envolvem técnica literária. Em Formas do Corpo na Poesia, Eliane e Paixão, seu marido, fazem o público pensar: "Como ler o corpo no corpo do poema?". Na busca pela resposta, o casal expõe as várias formas e figuras poéticas existentes em nossa literatura por meio da análise de poemas de autores brasileiros e portugueses do século XX.

Interessados ainda em abordar os trânsitos entre o alto e o baixo na lírica, em especial a amorosa e a erótica, eles fazem um jogo com a plateia: ele, apropriando-se da figura do corpo velado, e ela, do corpo desvelado. Assim, fazem o público analisar como o corpo humano era apropriado na poesia do século passado.

A série 'Literatura de Par em Par' acontece na Sala Itaú Cultural, às 20h, com distribuição de ingresso gratuito com 30 minutos de antecedência na bilheteria do instituto. Haverá tradução para Libras para a plateia.


Sobre os convidados
Eliane Robert Moraes - Professora de Literatura Brasileira na FFLCH da USP, e pesquisadora do CNPQ, entre suas publicações destacam-se diversos ensaios sobre o imaginário erótico nas artes e na literatura, além da tradução do livro "História do Olho de Georges Bataille" (Cosac & Naify) e da organização de uma "Antologia da Poesia Erótica Brasileira" (Ateliê). Eliane Robert Moraes é autora de "O Corpo Impossível - A Decomposição da Figura Humana, de Lautréamont a Bataille" (Iluminuras/FAPESP, 2002), "Lições de Sade - Ensaios Sobre a Imaginação Libertina" (Iluminuras, 2006) e "Perversos, Amantes e Outros Trágicos" (Iluminuras, 2013). Atualmente, desenvolve pesquisa sobre o erotismo literário brasileiro.


Fernando Paixão - Com vasta experiência como editor profissional na editora Ática, nessa área, Fernando Paixão organizou "Momentos do Livro no Brasil" (1995 - Prêmio Jabuti). Em 2009, ingressou na carreira acadêmica e, desde então, leciona literatura no Instituto de Estudos Brasileiros, da USP. No ensaísmo, publicou "Narciso em Sacrifício" (2003), que trata da obra poética de Mário de Sá-Carneiro, e "Arte da Pequena Reflexão" (2014), dedicado ao gênero do poema em prosa. Paixão foi convidado como visiting scholar em algumas universidades estrangeiras como Universidade de Berkeley (2005), Universidade da Califórnia de Los Angeles (2009) e Universidade Nova de Lisboa (2014).  Além da atividade acadêmica, dedica-se atualmente à poesia, com seis livros publicados, entre os quais "Porcelana Invisível" (2015), de poemas, pela Cosac Naify.

Serviço
"Literatura de Par em Par"

"Formas do Corpo na Poesia", com Fernando Paixão e Eliane Robert Moraes
Quarta-feira, dia 27 de abril
Das 20h às 21h30
Classificação indicativa: ​livre

Sala Itaú Cultural
249 lugares
Interpretação em Libras
Entrada gratuita (retirada de ingressos com 30 minutos de antecedência)
Acesso para deficientes físicos
Ar condicionado

Itaú Cultural
Avenida Paulista, 149, Estação Brigadeiro do Metrô
Fones: 11. 2168-1776/1777
atendimento@itaucultural.org.br

sábado, 26 de março de 2016

.: Eu e você numa manhã de outono, por Mary Ellen Farias dos Santos

Por: Mary Ellen Farias dos Santos*
Em março de 2016



Temperatura amena,
Ventilador ligado.
Ele ainda dorme.
Um lençol me cobre.
Sinto frio e ele está suado.
De fato, os opostos se atraem.


* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do www.photonovelas.com.br. Twitter: @maryellenfsm 

sábado, 19 de dezembro de 2015

.: Quem sou eu, Mary Ellen Farias dos Santos

Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em dezembro de 2015






Sou aquela que ama o que faz,
Sou aquela que faz o que ama.


Sou a colecionadora de bonecas,
Sou a esposa atenciosa e até impaciente,
Sou a jornalista que curte o ambiente cultural,
Sou a filha que ama os pais e a neta que admira a avó,
Sou de falar o que penso e me arrepender,
Sou de trocar uma leitura por uma boa conversa,
Sou aquela que quer distância daquele que faz mal a quem amo,
Sou aquela que se perde em pensamentos e lembranças,
Sou a pequena dos olhos de alguém (eu sei disso),
Sou legal.
Sou chata.
Sou calma.
Sou explosiva.
Sou geminiana.

Sou aquela que ama o que faz,
Sou aquela que faz o que ama.






* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do www.photonovelas.com.br. Twitter:@maryellenfsm

domingo, 2 de agosto de 2015

.: A arte por arte arteira, por Mary Ellen Farias dos Santos

Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em julho de 2015


Há quem faça arte por fazer
Há quem faça arte por amor

Há arteiros que só querem fama
Há arteiros que buscam agradar

Há quem faça arte para aparecer
Há quem faça arte por amor

Com salvar a cultura?


* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do www.photonovelas.com.br. Twitter: @maryellenfsm 

terça-feira, 19 de maio de 2015

.: Ouvir uma música e lembrar de você já virou rotina

Por: Bruno Novais
Em maio de 2015


Ouvir uma música e lembrar de você já virou rotina.
É impossível não lembrar a tão perfeita combinação que reza a forma divina.
Imaginava que fosse florir num muro todo em ruína.
Que com uma mão de menina dá um grande sossego, sem jardim de prosérpina.
Este amor, será que é milagre...? Fantasia ou talvez uma sina?


Bruno Novais é estudante do Ensino Médio.

sábado, 9 de maio de 2015

.: Sim e não, por Mary Ellen Farias dos Santos

Por: Mary Ellen Farias dos Santos*
Em maio de 2015*


Maldito não!

O mal DITO!
O NÃO dito!


* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista. Twitter: @maryellenfsm 

sexta-feira, 8 de maio de 2015

.: A alergia, por Mary Ellen Farias dos Santos

Por: Mary Ellen Farias dos Santos*

Em maio de 2015*


Sabia que lá iria
Tão logo a alergia viria

Espirros...
Cof! Cof! 

Ah! Aquele lugar...
Oh! Aquelas pessoas...

A alergia.


* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista. Twitter: @maryellenfsm 

quarta-feira, 8 de abril de 2015

.: Partirem Ficarem, por Helder Miranda

Por: Helder Miranda*
Em abril de 2015


Eu sou do mar, não sou do mal, nem do mau.
Sou bom. Um bom bocado de mim já poderia fazer feliz muita gente descrente do mundo que é, do mundo sem fé, nem ré, com contradições.
Contradigo o que habito, digo o que aviso, revelo revezes, releio às vezes e escrevo cartas, todos os dias, cartas são armas do adeus para que a despedida volte sempre à memória, para os que partirem ficarem mais uma vez, palavras. Pá. Lavras.


* Helder Miranda escreve desde os seis anos e publicou um livro de poemas, "Fuga", aos 17. Participou de várias antologias nacionais e internacionais, escreve contos, poemas e romances ainda não publicados. É editor do portal de cultura Resenhando.com, do blog Televizinha.blogspot.com e roteirista de seriados e novelas do site Photonovelas.com.br.

segunda-feira, 23 de março de 2015

.: Poema: "Setembro", de Helenice Moraes Miranda


Vem chegando a Primavera
Em breve, brotam as flores
Cheiro de terra no ar
Cheiro de mar, de amores...


Como eu te amo, SETEMBRO!!!

Setembro me toca fundo
Penetra meu pensamento
Descortina outro mundo,
mundo de encantamento.

Quando a vida me fustiga,
Setembro lembra infância,
Setembro lembra cantiga,
Setembro lembra criança.

Tudo em mim é Setembro,
Que os males fazem esquecer.
Setembro! Eu amo Setembro!
Setembro lembra você...

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

.: Economia Criativa da Literatura mostra a que veio

A Poeme-se, primeira grife poética do Brasil, fechou o ano de 2014 com um crescimento de mais de 100% em relação a 2013. Para Gledson Vinícius e Leonardo Borba, gestores da marca, a alta se deu graças aos investimentos na nova plataforma de e-commerce, área da economia que cresceu 24% em 2014, segundo o E-bit. Além disso, a Poeme-se ampliou sua participação em eventos literários no sudeste do país.

Para 2015, os empresários planejam voos mais altos. A empresa-verso vai participar pela primeira vez da Bienal do Livro, no Rio de Janeiro. Será a estreia de uma marca ligada à moda num dos maiores eventos literários do país. Além disso, eles pretendem continuar investindo no e-commerce para manter o crescimento, ampliar o mix de produtos e diversificar as estampas-literárias.

Entre as novidades, também chega o projeto Poesia 2.0, que Gledson mantém em segredo, mas adianta ser algo que promete movimentar o cenário poético. "Neste ano, que todos os pessimistas da economia atiram maus agouros aos 4 ventos, a Poeme-se quer dobrar seu tamanho novamente. Queremos que o país inteiro se vista de Poesia", finaliza Gledson Vinícius. Mais novidades no site www.poemese.com.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

.: Mauricio de Sousa homenageia seu pai, que era poeta, com soneto


Consagrado cartunista brasileiro, famoso pelos quadrinhos da "Turma da Mônica" e tantos outros, Maurício de Souza, homenageou o pai, o poeta Antônio Mauricio de Sousa, divulgando um poema feito pelo próprio pai, para ele. O cartunista também é filho da poetisa Petronilha Araújo de Sousa. 

terça-feira, 8 de junho de 2004

.: Lento Despertar, por Marcelo Luciano Martins Di Renzo

Lento Despertar
Por: Marcelo Luciano Martins Di Renzo

Em junho de 2004




pela fresta da janela

violando da madrugada

o silêncio,

raio de sol

desperta meus sentidos

latinos sentimentos

a ela - dormita, ainda - 

me impelem.
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