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sexta-feira, 13 de junho de 2025

.: Crítica musical: Brian Wilson, dos Beach Boys, é harmonia infinita


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: divulgação.

Certa vez em uma entrevista, o filho de John Lennon, Sean Lennon, disse que as músicas dos Beach Boys transportavam o ouvinte para um mundo de felicidade, com harmonias vocais infinitas inspiradas pelo clima da California. E uma parcela significativa dessa genialidade se foi esta semana, com o falecimento de Brian Wilson, o principal líder musical do grupo e idealizador do clássico álbum "Pet Sounds", aquele disco que “virou do avesso” a mente de Paul McCartney e John Lennon nos anos 60, criando uma saudável rivalidade musical com os colegas americanos.

Brian Wilson tinha 82 anos e teve uma trajetória de vida marcada por problemas sérios de saúde. Na infância, teve problemas com a postura repressiva do pai, Murray Wilson. No auge dos Beach Boys, ele preferia ficar no estúdio compondo canções e arranjos vocais. A banda tinha em sua formação os dois irmãos de Brian (Carl e Dennis Wilson) e mais Al Jardine e Mike Love.

Tinha apena 24 anos quando cuidou da produção e dos arranjos do mítico álbum "Pet Sounds". A principal fonte de inspiração para Brian foi o álbum "Rubber Soul", dos Beatles. A ideia consistia em produzir algo tão bom quanto o que os ingleses fizeram. Ironicamente, o disco "Pet Sounds" também motivaria John Lennon e Paul McCartney a produzirem mais dois álbuns sensacionais ("Revolver" e "Sgt. Pepper´s Lonely Heart Club Band").

Nos anos seguintes Brian ficou mais afastado da música e acabou retomando com mais força nos anos 80 e 90, quando lançou ótimos álbuns solo. Recentemente havia sido diagnosticado com um distúrbio neurocognitivo similar a demência. De certa forma, a definição de Sean Lennon contrasta com os problemas físicos e emocionais de Brian. No entanto, sua música permanece relevante e atual nos dias de hoje.

"God Only Knows"

.: Entrevista com Keco Brandão, um convite musical irrecusável


Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: divulgação.

O arranjador, compositor, produtor musical Keco Brandão tem mais de 30 anos de carreira e um currículo respeitável, ao lado de artistas como Jane Duboc, Toquinho, Roberta Miranda, Fábio Júnior, Zizi Possi, Pedro Camargo Mariano, Gal Costa, Leila Pinheiro, Virgínia Rodrigues, Célia, entre outros.

Agora o músico trabalha no terceiro álbum do projeto "Keco Brandão Com Vida". Os dois primeiros singles estão sendo disponibilizados nas plataformas de música sendo uma das canções, uma parceria inédita com o compositor e instrumentista Toninho Horta.

Em entrevista para o Resenhando, Keco Brandão conta como foi sua trajetória, que inclui ainda a criação da identidade musical do canal Record News (entre 2007 e 2014) e trilhas de programas do SBT, além de abrir portas para os novos talentos. “O nosso País tem muita gente talentosa que merece ter um espaço na mídia”.


Resenhando.com - Nesses mais de 30 anos, quais os artistas que você considera fundamentais para consolidar a sua trajetória?
Keco Brandão - Eu sempre serei muito agradecido a todos com quem pude trabalhar. Mas três tem um lugar especial na minha mente: Jane Duboc, Gal Costa e Zizi Possi. Eu cantei com a Gal em um de seus shows.  Com a Zizi trabalho até hoje, como integrante da banda. Essas três cantoras foram muito marcantes para mim.


Resenhando.com - Como está a produção do terceiro volume do Keco Brandão Com Vida?
Keco Brandão - Estou divulgando os dois primeiros singles. O primeiro é uma composição de Rafael Altério e Rita Altério. Nessa versão, o convidado para interpretar foi o instrumentista, compositor e cantor mineiro Felipe Bedetti. O segundo é a canção que se chama “Meu doce irmão”, uma homenagem aberta ao compositor mineiro Tunai, uma parceria poética em música de Toninho Horta. A convidada para interpretar a canção foi a cantora e compositora Diana HP, que atualmente vive na França e é sobrinha de Toninho e filha dos músicos instrumentistas Yuri Popoff e Lena Horta.


Resenhando.com - Há planos para novos singles?
Keco Brandão - Sim. Já tenho algumas participações que devem ser concretizadas mais adiante. Nesse terceiro volume estou priorizando os novos talentos que estão buscando seu espaço. Tem a Graziela Medori, filha da cantora Claudya e do músico Chico Medori, que vai cantar um samba que compus com Moacir Luz. Eu gosto muito de abrir espaço para os novos talentos. Nosso país tem muita gente talentosa que merece esse espaço.

Resenhando.com - Você tem um trabalho forte também na música instrumental. Pretende retomar esse trabalho no futuro?
Keco Brandão - Com certeza. Trabalhei como produtor musical na Rede Record de televisão, onde criei a identidade musical do canal Record News de 2007 à 2014. Ainda no ramo das televisões, sonorizei trilhas de programas e novelas do canal SBT, inclusive a recente produção "A Caverna Encantada". No futuro irei retomar meu trabalho conceitual na linha instrumental.

Keco Brandão - "Até Quando Deus Quiser"

sexta-feira, 6 de junho de 2025

.: Entrevista: Felipe Puperi da banda Tagua Tagua, que lança o terceiro álbum


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: Thiago Dias.

Gravado, produzido e composto em um apartamento localizado no Centro da cidade de São Paulo, “Raio” é o terceiro álbum da banda Tagua Tagua, um projeto musical idealizado pelo músico Felipe Puperi. O trabalho apresenta novas nuances ao projeto que outrora apresentou o neo soul e a psicodelia como suas principais características. Sem esquecer de seus ídolos do passado, artistas como Tim Maia, Cassiano e Bill Withers, marcas registradas em sua obra, Tagua Tagua traz agora uma energia dançante renovadora menos presente em seus trabalhos anteriores com novas influências, como Daft Punk e os contemporâneos franceses L'Imperatrice.

Natural do Rio Grande do Sul, Puperi se mudou para São Paulo e desde então vem desenvolvendo o projeto musical sempre mesclando suas influências com elementos de música eletrônica e uma sonoridade dançante. Nesse trabalho, ele teve a colaboração da banda americana White Denim na faixa "Lado a Lado". A Tagua Tagua já tem agendadas apresentações pelo Brasil e no exterior, como show de abertura da turnê da White Denim pelos Estados Unidos. Em entrevista para o Resenhando.com, Puperi conta como se deu o conceito desse novo trabalho e comenta a atual fase do seu projeto. “Ele veio da vontade de ter essa energia nos shows”.


Resenhando.com - Em primeiro lugar, gostaria que você explicasse de onde veio o nome da banda (Tagua Tagua)?
Felipe Puperi -
Tagua Tagua é o nome de um lago no Chile. Descobri essa paisagem linda durante uma viagem que fiz há alguns anos nesse país. Pensei que seria uma ótima ideia dar esse nome ao projeto musical.


Resenhando.com - As influências dos anos 80 vieram mais fortes nesse seu terceiro disco. Foi intencional?
Felipe Puperi -
Esse álbum é diferente de tudo que já fiz, principalmente por ter esse caráter animado e dançante. Sinto que ele veio de uma vontade de ter essa energia nos shows, esse momento de curtição, onde as pessoas podem simplesmente aproveitar o momento e dançar, como se estivessem numa grande festa.


Resenhando.com - Fale sobre a participação da banda White Denim no disco.
Felipe Puperi -
Foi a faixa que se tornou o primeiro single, "Lado a Lado". É uma música um pouco mais urgente que as demais, com uma levada contagiante da bateria que funciona como um trilho. Gravei algumas ideias e fiz a melodia e letra, então James Petralli continuou com guitarras, flauta, vozes e percussões. Fala sobre as melhores sensações da vida. 


Resenhando.com - Como a banda foi estruturada para os shows?
Felipe Puperi -
Eu toco guitarra e faço o vocal, amparado pela banda com bateria, baixo e teclados com guitarra. A banda tem dois músicos sergipanos de Aracaju. E essa troca de experiências foi muito positiva para todos. Estruturamos a banda para apresentar o som com o mesmo tipo de sonoridade do disco. Fomos convidados para fazer os shows de abertura da turnê americana da banda White Denim. Etambém vamos mostrar o nosso trabalho pelo Brasil.

"Lado a Lado" - Tagua Tagua


 
"Let It Go" - Tagua Tagua

"Artificial" - Tagua Tagua


sexta-feira, 30 de maio de 2025

.: Crítica musical: The Who, bem próximo do epílogo final da trajetória


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

Integrantes da formação original da banda The Who, Pete Townshend e Roger Daltrey anunciaram uma turnê de despedida dos palcos pelos Estados Unidos e Canadá no segundo semestre deste ano. Será provavelmente o epílogo final da trajetória de um dos mais influentes grupos da história do rock. 
Há diversos fatores que podem ter contribuído para essa decisão. O principal deles talvez tenha sido a idade. Os dois integrantes estão próximos da casa dos 80 anos. E a conta pelos anos de excessos nas outras décadas pode ter chegado.

Seja lá qual for a razão, é compreensível a decisão de parar com as turnês. Muitos entendem que a banda deveria ter encerrado as atividades em 1978, após a morte do baterista Keith Moon. Mais tarde, seria a vez do baixista John Entwistle sair de cena em 2002. A ausência desses dois músicos, responsáveis pela cozinha rítmica da banda, acabou fazendo falta seja nos shows ou na gravação de discos de estúdio.

A dupla remanescente (ou seria sobrevivente?) manteve a banda ativa com outros integrantes de apoio. Entretanto, os recentes incidentes que resultaram na demissão do baterista Zak Starkey, filho do ex-beatle Ringo Starr, mostraram que o ambiente interno da banda apresentava problemas de relacionamento. A exposição desse mal-estar interno em um dos shows da banda acabou pegando mal perante o público.

Creio que nada irá apagar ou diminuir a importância da banda dentro do contexto do rock como movimento musical. Nomes como Noel Gallagher do Oasis e Eddie Vedder do Pearl Jam, já deram declarações enaltecendo as canções de Pete Townshend e mostrando como a força da obra do The Who marcou as suas formações musicais.

A trajetória do The Who ficou marcada pelas operas-rock "Tommy" e "Quadrophenia", ambas com momentos geniais, além do emblemático álbum "Who´s Next", de 1971, que continha as canções "Baba O´Ryley" e "Won´t Get Fooled Again". Mas não ficam de fora de uma relação canções como "My Generation", "The Seeker", "Substitute" e "I Can´t Explain", entre outras que deixaram uma marca indelével dentro do rock.

Não acredito em uma aposentadoria integral da banda. Creio que tanto Townshend como Daltrey ainda têm plenas condições de continuar produzindo músicas novas em estúdio. Mas somente o tempo responderá essa questão.


"Baba O´Ryley"

 "Won´t Get Fooled Again"

"My Generation"

quarta-feira, 28 de maio de 2025

.: Lagum lança “As Cores, As Curvas e As Dores do Mundo”, 5° álbum de estúdio


Mesclando rock, reggae e pop, o disco com dez faixas inéditas estará disponível em todas as plataformas digitais a partir do dia 27 de maio


E se você simplesmente se permitisse experimentar o mundo sob o ponto de vista de um olhar livre das camadas ilusórias da realidade hiperconectada que permeia a essência do jogo social atual? Se, ao abrir os olhos, sua perspectiva não fosse distorcida pela estética implacável das telas, mas ampliada por uma visão multifacetada da existência humana? Essa é a proposta da banda Lagum com seu mais novo trabalho de estúdio. O álbum é um convite a um mergulho profundo na literalidade da vida real.

A banda nos (re) apresenta a beleza da simplicidade por meio de uma complexa tapeçaria emocional de timbres e sonoridades em um álbum que é uma verdadeira ode às singelas situações e aos momentos leves do dia a dia. Em um cenário musical em que bandas são cada vez mais raras, a Lagum finca sua bandeira como um grupo de músicos que produz com propósito. Ao tomar posse e adquirir cada vez mais consciência de seu lugar, Pedro Calais, Zani, Jorge e Chico abrem mão dos gatilhos e dos mecanismos de captura de atenção e voltam-se para um processo criativo que traduz a felicidade no descomplicado e romantiza as pequenas coisas do cotidiano.

Cores, curvas e dores quando vistos de maneira isolada podem até ser elementos ordinários. No entanto, quando percebidos de forma expandida, como se olhados através de uma lupa, as cores, as curvas e as dores do mundo abrem universos de possibilidades.

As “Cores”, revelam-se a multiplicidade de gêneros musicais e de assuntos abordados - as 10 faixas apresentam uma vasta gama de texturas e camadas, passeando por uma diversidade de harmonias, arranjos e melodias. Do rock ao reggae, das grandes canções com arranjos delicados e progressivos a um folk de violão aconchegante e um rock sujo com bends de guitarra desafinados fala-se de temas como o poder do agora, de relacionamento à distância, do sentimento de falta, de desejos e de amor.

As “Curvas” retiram a obviedade do processo daquilo que é retilíneo, ou seja, é onde estão as gostosas surpresas que o ouvinte encontra durante todo o percurso de audição do álbum. Que, diga-se de passagem, recomenda-se ser trilhado em ordem. É aqui que se deparam os contrastes, as viradas e as verdadeiras provocações sonoras que a Lagum nos proporciona com maestria e elegância. É onde também descobrimos um delicioso encontro das vozes de Pedro Calais e de Céu. Única participação especial no projeto, a cantora aparece para deixar tudo ainda mais orgânico.

Por fim, as “Dores” são um ponto de conexão universal, uma teia emocional que transpassa a existência de cada um de nós. Afinal, quem de nós nunca sentiu dor, seja ela física ou afetiva? Gravado na Ilhota, estúdio da banda em Belo Horizonte, e produzido pela própria Lagum em parceria com Paul Ralphes, produtor musical ganhador do Grammy Latino considerado um dos principais agentes de transformação da cena pop nacional, “As Cores, As Curvas e As Dores do Mundo” nos presenteia com uma Lagum em sua versão mais autêntica e livre. São aproximadamente 30 minutos de uma experiência sensorial que perdura por dias a fio na memória e no coração


Sobre a Lagum
Com três álbuns indicados ao Grammy Latino — "Memórias (De Onde Eu Nunca Fui)" (2022), "Depois do Fim" (2023) e "Lagum Ao Vivo" (2023) — a Lagum é uma banda mineira formada em 2014 por Pedro Calais (voz), Zani (Otavio Cardoso) e Jorge (Glauco Borges) nas guitarras, e Chico (Francisco Jardim) no baixo. Durante sua trajetória, o grupo conheceu Tio Wilson (Breno Braga), que assumiu a bateria e marcou profundamente a história da banda. Misturando rock, pop, reggae, indie e o que mais a criatividade permitir, a Lagum não se prende a rótulos. Sua liberdade estética é um reflexo da busca por identidade artística, resultando em um som que transita por gêneros com autenticidade e assinatura própria.

O primeiro álbum, "Seja o Que Eu Quiser" (2016), apresentou ao público suas composições autorais e iniciou o caminho de uma carreira ascendente. Entre uma leva de singles, a faixa “Deixa” explodiu nas plataformas digitais e rádios, catapultando a banda ao cenário nacional. Em 2019, veio o segundo disco, Coisas da Geração, que ampliou o público com hits como “Oi” e os levou a turnês pelo Brasil e exterior.

Em 2020, a banda enfrentou a perda de Tio Wilson, vítima de uma parada cardiorrespiratória causada por uma miocardiopatia dilatada. O álbum Memórias (De Onde Eu Nunca Fui), lançado no ano seguinte, eternizou suas últimas gravações e consolidou a capacidade da Lagum de transformar dor em arte — rendendo a primeira indicação ao Grammy Latino. Mais tarde, em 2023, o EP FIM e o disco Depois do Fim marcaram uma nova fase do grupo, com experimentações sonoras, letras confessionais e um mergulho emocional profundo. O álbum alcançou o Top 50 do Spotify Brasil em menos de uma semana e trouxe visuais gravados em Belo Horizonte que expandem a experiência da obra.

No mesmo ano, a banda lançou o projeto "Lagum Ao Vivo", gravado para 8 mil pessoas no Espaço Unimed (SP), consolidando sua potência nos palcos. Reconhecida por shows grandiosos e viscerais, a Lagum entrega ao vivo uma experiência catártica e eletrizante. Em 2024, a banda lançou seu projeto de bloco de carnaval, Lagum na Avenida. Com as edições de 2024 e 2025, mais de 200 mil foliões foram às ruas de Belo Horizonte.


Ficha técnica “As Cores, As Curvas e As Dores do Mundo”
Produção: Lagum e Paul Ralphes
Mixagem: João Milliet
Engenheiros de Gravação: Victor Amaral (Victão) e Rodrigo Aires (Grilo)
Músicos: Glauco Mendes, Rodrigo Tavares e Felipe Pacheco
Gravado na Ilhota Estúdios


Equipe Lagum
Diretor de operações: Bernardo Barcelos
Tour manager: Carol de Amar
Head de marketing: Clara Diniz
Direção criativa: Breno Galtier
Produção executiva: Catarina Capelossi
Editora Ilha: Pedro Costa
Jurídico: Bruno Fernandes
Financeiro: Thaís Valadares
Merchandise: Pedro Costa
Distribuição: The Orchard
Consultoria de marketing: Moving Comunicação
Assessoria: Lupa Comunicação
Gestão de tráfego: Felipe F. Azevedo
Ilha Records ©

sábado, 24 de maio de 2025

.: "Ela me achou antipático", diz Roberto de Carvalho, no "Provoca", sobre Rita Lee


Além da parceria com Rita, Roberto também é um dos instrumentistas e compositores mais respeitados e bem-sucedidos do Brasil. Foto: Ana Paula Santos

Na próxima terça-feira, dia 27 de maio, Marcelo Tas recebe Roberto de Carvalho no "Provoca". Na entrevista inédita, o multi-instrumentista e compositor, parceiro de Rita Lee na música e na vida por quase 50 anos, conta sua versão do primeiro encontro com a Rainha do Rock, fala do novo documentário sobre a vida de Rita e comenta sobre sua formação musical. O programa vai ao ar a partir das 22h, na TV Cultura.

“Ela me achou antipático, (...) mais especificamente blasé” - é assim que Roberto de Carvalho descreve o que ouviu dizer sobre a primeira impressão de Rita Lee a seu respeito. O encontro aconteceu num show da banda de Ney Matogrosso, em 1976, da qual Roberto fazia parte. Os dois ainda se esbarraram no Festival de Saquarema, no mesmo ano, antes do próprio Ney entrar em ação como cupido do casal.

Eles se conhecerem de vez num jantar na casa de Rita, para o qual Ney foi convidado. A cantora pediu que ele "levasse um músico" - e Ney entendeu a deixa. Roberto conta: “Eu me sentei, ela sentou do meu lado, e eu estava com uma meia de lurex, que é um material brilhante. A meia apareceu, e ela disse: ‘Nossa, que meia legal!’. Aí eu falei: ‘Gostou? Então é sua!’. Tirei a meia, dei para ela e falei: ‘pode usar, que eu não tenho chulé’. (...) Dali, iniciou-se uma dialética interminável, que durou 48 anos. Uma dialética em todos os níveis: nível conversacional, no nível de troca de ideias, de música, de amor, de sexo, de filhos, enfim, tudo era muito intenso. Mas começou ali”.

Sobre o documentário "Rita Lee: mania de Você", recém-lançado na plataforma de streaming Max, Roberto comenta: “Eu assisti duas vezes. (...) [a primeira] eu estava em Londres, e o Guito – que foi o diretor do documentário – me mandou para assistir. Eu estava lá, assim, tentando oxigenar as ideias. Foi a primeira viagem que eu estava fazendo depois que aconteceu tudo. E aí veio aquela pedrada. Eu assisti no IPhone, eu estava na casa de um amigo meu, no andar de baixo. E eu comecei a chorar, chorar, chorar. Aí eu subi a escada, e quando ele me viu [perguntou]: ‘Roberto, o que está acontecendo!?’... Aquilo me pegou de um jeito...”.

Além da parceria com Rita, Roberto também é um dos instrumentistas e compositores mais respeitados e bem-sucedidos do Brasil. A relação com a música começou logo cedo, aos três anos de idade, muito por conta da influência da mãe e da avó, que tocavam piano. Roberto logo descobriu um talento muito específico, mas que vinha a certo custo: “eu tinha muita dificuldade para ler partitura, e ao mesmo tempo eu tinha bom ouvido”. Tas lembra que Roberto tem o chamado “ouvido absoluto”, que o músico explica: “você tem um computador interior que te dá a nota”.

sexta-feira, 23 de maio de 2025

.: Crítica musical: Dire Straits e os 40 anos de "Brothers in Arms"


Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. 

Há 40 anos, a banda britânica Dire Straits atingia o seu auge de popularidade com o lançamento do álbum "Brothers In Arms". Um disco que revolucionou a forma de gravar e produzir música na época e que ainda deixou canções que se tornariam clássicos ao passar pelo teste do tempo.

A banda era liderada pelo guitarrista e vocalista Mark Knopfler, responsável pelo fato de insistir em gravar as canções em processo digital, ao invés do sistema mais convencional (analógico). A proposta de Knopfler estava certa. O disco ficou com uma qualidade técnica sonora sensacional e até hoje surpreende quem o coloca para ouvir em seu CD player ou mesmo nas plataformas de streaming. Foi gravado no antigo Air Studio, que ficava na Ilha de Monteserrat e pertencia ao produtor George Martin (dos Beatles).

Knopfler sempre foi o cara que definia o conceito dos discos, além de ser o principal compositor e um exímio guitarrista, capaz de criar riffs e solos mágicos. Era o vocalista, muito embora reconhecesse suas limitações como cantor. Sua voz não tinha um alcance como o de outros artistas pop da época. Mas era sob medida para a música que a banda produzia.

O disco abre com a etérea "So Far Away", uma balada com um riff mágico. Mas é na faixa seguinte, "Money For Nothing", que a banda se consagraria de vez como a banda da MTV. Knopfler revelou que teve a inspiração da letra em uma loja de departamentos, onde os funcionários falavam que deveriam aprender a tocar um instrumento para ganhar a vida de forma fácil.

O lançamento do clipe da canção aconteceu na MTV europeia. E a canção venceu o prêmio Grammy em 1985 na categoria de melhor performance no rock. Destaca-se ainda a participação de Sting, que faz um luxuoso backing vocal e chega a dividir os vocais com Knopfler, que por sua vez fez um riff matador que pontua todo o arranjo.

O disco segue com o rockabilly animado de "Walk Of Life" e mais duas baladas marcantes: "Your Latest Trick" (com um solo mágico de sax) e "Why Worry", fechando o primeiro lado do álbum de forma magnífica. Todas essas cinco faixas foram bem executadas nas rádios na época.

O lado B do álbum abre com a igualmente ótima "Ride Across the River", cujo solo parece ter sido inspirado no estilo do guitarrista mexicano Carlos Santana. As duas canções seguintes "The Man´s Too Strong" e "One World" seguem aquele padrão de qualidade do grupo. A balada que encerra o disco e deu o nome para o álbum também foi bastante executada nas rádios, apesar de sua longa duração (pouco mais de seis minutos).

A banda seguiria até 1995, quando Knopfler anunciou oficialmente o fim do grupo. Passaria a desenvolver uma carreira solo com menos obrigações contratuais e com mais tempo para curtir a sua família. Ainda não seria a tal da “vida fácil” que o funcionário daquela loja de departamentos nos anos 80 imaginara. Mas pelo menos o tempo passaria a ser melhor administrado.


"Money for Nothing"

"So Far Away"

"Walk of Life"

sábado, 17 de maio de 2025

.: Entrevista com Gabriel Aragão, da banda Selvagens à Procura de Lei


Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: Igor de Melo

Com mais de 15 anos na estrada do rock, a banda Selvagens à Procura de Lei está divulgando seu terceiro disco, intitulado “Y”. Um trabalho que marca a nova fase do grupo e seus novos integrantes. Matheus Brasil, baterista, é ex-membro da banda Projeto Rivera, que tocou no Rock In Rio representando Fortaleza em 2018. Plínio Câmara, guitarrista, é ex-membro da banda Casa de Velho, fundada por ele. E Jonas Rio, baixista, é ex-membro da banda Left Inside, além de Gabriel Aragão, membro fundador da Selvagens a Procura da Lei. É ele quem define o conceito da produção musical. 

Segundo ele a nova formação dos Selvagens à Procura de Lei carrega em si a representatividade de uma Fortaleza periférica, preta e jovem. Em entrevista para o Resenhando.com, Aragão conta como foi que surgiu o cenário para o rock em Fortaleza e as dificuldades que há para furar a bolha do eixo Rio-São Paulo para mostrar o trabalho da banda. “O Nordeste também tem espaço para produzir rock com qualidade e originalidade”.


Resenhando.com - Quais foram as referências musicais para o Selvagens à Procura de Lei?
Gabriel Aragão - 
As bandas de rock dos anos 80 foram nossas principais influências. O nome do grupo veio do título do terceiro disco dos Paralamas do Sucesso (Selvagem). Mas não vou negar que tem inspiração naquele trecho da canção da Legião Urbana, Tempo Perdido (E tão sério/E selvagem/Selvagem/Selvagem...). No plano internacional as influências são muitas. Fui criado em um ambiente familiar altamente Beatlemaníaco. E atualmente ouço muito rock alternativo.


Resenhando.com - Passados 15 anos e agora com o terceiro disco, a banda conseguiu encontrar seu espaço no rock nacional?
Gabriel Aragão - 
Não tenho do que reclamar. Tocamos em vários festivais, como o Lollapalooza, o Rock In Rio, o Planeta Terra...mas é fato que ainda tem público no Sudeste que se surpreende quando toma conhecimento do nosso trabalho e de onde nós viemos. Ainda há aquela imagem do Nordeste com o forró e a música de festa, que realmente é uma tradição que merece ser preservada. Mas no Nordeste também tem espaço para o rock e suas várias vertentes. Fortaleza tem um cenário muito forte nesse segmento. Nós fazemos hoje o que chamam de indie rock, ou rock alternativo, como você preferir.


Resenhando.com - Fale sobre o novo disco.
Gabriel Aragão - 
Este foi um disco bem pessoal. Talvez o mais pessoal da banda e muito, muito rock. Gravado em Fortaleza em poucos meses, durante o hiato da banda, falamos sobre rupturas e sobre seguir em frente, assim é a vida. O nome do disco se chama “Y” por conta do desenho da letra, que se assemelha um caminho que se bifurca, ao mesmo tempo simbolizando uma separação e um seguir em frente. Escrever esse disco foi ao mesmo tempo natural e necessário, tendo sempre em mente o amor imenso à história da banda e a todos os fãs, sem exceção. Agora, com nova formação, seguiremos em frente nos palcos e em futuras canções.


Resenhando.com - O título tem a ver com a figura da capa?
Gabriel Aragão - 
A capa ficou por conta de João Lauro Fonte, que já tinha trabalhado com a banda no single “Por Todo O Universo”. Para essa arte, tivemos a ideia de usar a folha da ginkgo biloba, que é uma planta que virou símbolo de resistência depois de sobreviver à bomba atômica de Hiroshima, renascendo do solo devastado. Assim como essa árvore, todos nós carregamos essa força dentro da gente. A figura lembra também a letra Y.


Resenhando.com - Como estão se estruturando para divulgar esse trabalho?
Gabriel Aragão -
Estamos iniciando uma turnê pelo País. Começaremos pelo Nordeste e depois seguimos para Minas Gerais. Mas vamos levar o show e as novas músicas para o Norte e para o Sudeste. Queremos levar a nossa música para todo o lugar que pudermos tocar. Isso inclui também o Litoral Paulista, que tem um público sempre muito caloroso.


Selvagens à Procura de Lei - Daqui pra Frente



sexta-feira, 16 de maio de 2025

.: Marina Baggio estreia na música com CD autoral, por Luiz Gomes Otero

Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. 

Marina Baggio é um ser inquieto - pensadora, artista plástica, filmaker, fotógrafa, designer, cantora e compositora. Suas produções artísticas evocam itinerários e movimentos sensíveis em uma investigação estética que batizou de “Bahia oriental”. E agora ela está estreando em disco com o álbum autoral intitulado Kissila.

Nascida em 1996, Marina passou a infância em Salvador, próxima ao mar, ouriços, coqueiros e bananeiras, que tanto marcam seu trabalho na pintura e fotografia, e se tornou cidadã do mundo muito cedo ao se mudar para China para trabalhar como modelo aos 16 anos.

Depois, atuando nas artes plásticas e imagens, rodou meio mundo com exposições, rabiscando paredes, instalações e telas até fazer sua primeira exposição individual em Lisboa, Portugal, em 2023. Na volta ao Brasil abriu seu próprio ateliê onde há uma geladeira azul dos anos 50, sem o motor, que é recheada de tudo que é tipo de papel, tintas e materiais que gosta de usar. E agora abraçou de vez também a música.

 “Kissila”, foi produzido por Dadi Carvalho (A Cor do Som). Com nove faixas, sendo oito autorais e um dueto com Roberto Mendes, o disco celebra a riqueza da música brasileira em uma sonoridade única e sofisticada. Para dar vida a esse trabalho, um verdadeiro time de músicos se reuniu: Cézar Mendes, Chico Brown, Marcelo Costa e Tomás Improta.

Marina Baggio por Nani Basso

O álbum funciona como uma colagem de linguagens e sonoridades que celebra a liberdade criativa e o poder dos encontros em suas diversas manifestações. É a materialização das inquietudes de Marina Baggio e tudo que inspira movimento.

“Kissila” traz  “Agora Só Penso em Você” (Marina Baggio, Cézar Mendes e Chico Brown), a bossa nova “Delícia Demais” (Marina Baggio e Cézar Mendes) que conta com o assobio de Cézar, o samba cadenciado “Chave de Cadeia” recheado de violões, baixo, bandolins, teclados e guitarras de Dadi e mais o blues “Sujeita à Cobrança” com arranjo e piano de Tomás Improta, “Não Aperte Minha Mente”, com as percussões de Marcelo Costa, e “Jailbreak”, versão em inglês de “Chave de Cadeia”.

A canção “Kissila”, que dá título ao álbum, nasceu em Salvador há anos atrás, conta Marina. “Eu devia estar com a adrenalina muito alta ainda de um assalto na noite anterior para ter a ousadia e o impulso de convidar Caetano Veloso a escutar uma composição minha. Cantei pra ele, que foi super generoso em me ouvir, comentar e perguntou se eu tocava violão”.

O álbum vem acompanhado de um filme que faz junção dos clipes feitos para cada uma das músicas. Conforme explica Marina, o universo da música é uma novidade, mas também é a integração dos mundos, o poder de experimentar as múltiplas facetas de expressão.


Não Aperte Minha Mente


Gestos


Delícia Demais



quinta-feira, 15 de maio de 2025

.: Turnê "Tempo Rei" SP: Gilberto Gil abre vendas de ingressos para quinta data

Gilberto Gil inicia vendas de ingressos para a quinta data da turnê "Tempo Rei" no Allianz Parque, em São Paulo. Realizado pela 30e em parceria com a Gege Produções Artísticas e com apresentação do Banco do Brasil, o show extra na capital paulista acontece no dia 18 de outubro


Duzentas mil pessoas vibraram na capital paulista com "Tempo Rei", última turnê de Gilberto Gil. Com quatro datas esgotadas no Allianz Parque, o cantor e compositor baiano anuncia  uma nova data da turnê em São Paulo, marcada para o dia 18 de outubro. Os ingressos já estão à venda no site da Eventim (acesse aqui).

"Tempo Rei" é uma realização da 30e, maior companhia brasileira de entretenimento ao vivo, em parceria com a Gege Produções Artísticas. A tour vai passar por 10 capitais brasileiras e é apresentada pelo Banco do Brasil, tem Correios como patrocinador master, Rolex o Relógio Oficial, Estrella Galicia cerveja oficial, conta com apoio do WhatsApp, Smiles e GAC, e tem os cartões Banco do Brasil Ourocard Visa como meio de pagamento oficial.

Quando Gilberto Gil compôs "Tempo Rei", em 1984, ele propunha uma resposta à canção "Oração ao Tempo", de Caetano Veloso. Enquanto a música do seu conterrâneo (e contemporâneo) surge com uma ideia de que o tempo e aquele que o inventou desaparecerão, a letra de Gil traz um vago desejo de permanência e transformação. Não à toa, Gilberto Gil escolheu "Tempo Rei" para dar nome à sua última turnê. 

Gilberto Gil vem amadurecendo a ideia de não realizar mais turnês há algum tempo (!). É uma reflexão que ele enxerga como natural e a decisão visa diminuir a intensidade de sua agenda. Há também uma mudança de perspectiva: agora menos centrada no plano material e mais próxima à espiritualidade. A turnê "Tempo Rei" será a experiência de celebrar a ampla obra musical do cantor e compositor baiano, trilha sonora que está enraizada na cultura do país, além de estar presente no DNA de todo brasileiro.

O princípio de Gilberto Gil na música foi com o acordeão (inspirado por Luiz Gonzaga), nos anos 1950. E sua sonoridade foi se moldando no passo em que outras referências chegaram ao seu alcance. De João Gilberto e da bossa nova a  Dorival Caymmi; até que ele se conectasse com o violão – instrumento que abriga as harmonias particulares de sua obra até hoje. Com o passar das décadas, ficou evidente uma unidade muito preciosa no catálogo fonográfico de Gil, com canções que sempre retrataram o país, e uma musicalidade moldada por formas rítmicas e melódicas muito pessoais.

O desafio da última turnê "Tempo Rei" será, justamente, o de condensar esse tesouro nacional e levá-lo para o palco, enaltecendo o cancioneiro e os vários Gilbertos que conhecemos: o cantor e compositor; o tropicalista que foi preso pela ditadura militar e se exilou em Londres; o Ministro da Cultura; o imortal da Academia Brasileira de Letras; o Doutor Honoris Causa pela Berklee College of Music, em Boston (EUA);  o que detém o título de "doutor honoris causa" da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj); e o patriarca de uma família musical.

"Foram vários os elementos que ponderei para chegar na decisão da realização de uma última turnê. Houve reflexão sobre este mercado e também sobre a exigência física necessária para esses grandes shows. Quero continuar fazendo música em outro ritmo, mas, antes, teremos essa celebração bonita junto do público e da família. Transformai as velhas formas do viver", afirma Gilberto Gil. 

"É natural que a gente fale de ‘tempo’ de várias perspectivas e fico pensando em todas as viagens e turnês que fizemos. São 43 anos de estrada, nas quais viajamos o país e o mundo com a música de Gil. Nos últimos anos, traduzimos a carreira dele em audiovisual, em plataformas multidisciplinares e, agora, levamos essa história completa para o palco para uma última turnê de grandes proporções", adiciona Flora Gil, diretora da Gege Produções Artísticas.

"É uma honra poder estar ao lado de Gilberto Gil, da Gege Produções Artísticas e de um time de profissionais que está empenhado em entregar uma turnê à altura do que este momento pede. A obra de Gilberto Gil é fundamental para a cultura do nosso país e para a identidade do brasileiro e a turnê "Tempo Rei" será uma grande reverência à trajetória dele", afirma Pepeu Correa, CEO da 30e.

"Apresentar a turnê de um dos maiores nomes da música brasileira é uma verdadeira honra. Gil é potência e símbolo cultural que se conecta com o BB para falar da força do tempo. Há mais de 30 anos, apoiamos e incentivamos a cultura e a diversidade brasileiras, que transformam vidas. Seguimos juntando e misturando a música com as oportunidades negociais, valorizando a riqueza artística do nosso país e os benefícios exclusivos para clientes", comenta Paula Sayão, diretora de marketing e comunicação do Banco do Brasil.

“Pelo conjunto da obra e por seu trabalho como ministro da Cultura, Gilberto Gil foi o primeiro nome escolhido pelos Correios para ilustrar a série de selos “Personalidades”. Como agentes do governo federal engajados no incentivo à cultura, temos orgulho de patrocinar essa turnê histórica”, afirmou o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos.

Com direção artística de Rafael Dragaud, direção musical de Bem Gil e José Gil e acompanhado por uma mega banda composta por Bem Gil (guitarra/baixo), José Gil (bateria), João Gil (guitarra/baixo), Nara Gil (voz), Mariá Pinkusfeld (voz), Diogo Gomes (sopro), Thiago Oliveira (sopro), Marlon Sete (sopro), Danilo Andrade (teclado), Leonardo Reis (percussão), Gustavo Di Dalva (percussão), Mestrinho (sanfona) e ainda um quarteto de cordas, Gilberto Gil fará uma apresentação que celebrará de forma imersiva e sensorial a entidade mais intrigante da experiência humana: o TEMPO. Lembrando que, para Gil, o tempo é simplesmente o AGORA. E esse é o convite e a proposta do artista: embaralhar as cartas de sua própria história e viver junto com seu público um espetáculo que o Brasil e o mundo irão guardar para sempre na memória.



Datas e locais

15 de março de 2025 - Salvador - Casa de Apostas Arena Fonte Nova (ESGOTADO)

29 de março de 2025 - Rio de Janeiro - Farmasi Arena (ESGOTADO)

30 de março de 2025 - Rio de Janeiro - Farmasi Arena (ESGOTADO)

05 de abril de 2025 -  Rio de Janeiro - Farmasi Arena (ESGOTADO)

06 de abril de 2025 -  Rio de Janeiro - Farmasi Arena (ESGOTADO)

11 de abril de 2025 - São Paulo - Allianz Parque (ESGOTADO)

12 de abril de 2025 - São Paulo - Allianz Parque (ESGOTADO)

25 de abril de 2025 - São Paulo - Allianz Parque (ESGOTADO)

26 de abril de 2025 - São Paulo - Allianz Parque (ESGOTADO)

31 de maio de 2025 - Rio de Janeiro - Marina da Glória (ESGOTADO)

01 de junho de 2025 - Rio de Janeiro - Marina da Glória (ESGOTADO)

07 de junho de 2025 - Brasília - Arena BRB Mané Garrincha

14 de junho de 2025 - Belo Horizonte - Arena MRV

05 de julho de 2025 - Curitiba - Ligga Arena

09 de agosto de 2025 - Belém - Estádio Mangueirão

06 de setembro de 2025 - Porto Alegre - Beira Rio

18 de outubro de 2025 - São Paulo - Allianz Parque (DATA EXTRA)

25 de outubro de 2025 -  Rio de Janeiro - Farmasi Arena (DATA EXTRA)

15 de novembro de 2025 - Fortaleza - Centro de Formação Olímpica (CFO)

22 de novembro de 2025 - Recife - Classic Hall (ESGOTADO)

23 de novembro de 2025 - Recife - Classic Hall (DATA EXTRA)


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sexta-feira, 9 de maio de 2025

.: Entrevista: Sonya Ferreira canta a saudade da boa música

Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. 

Uma das vozes do mítico grupo vocal Quarteto em Cy por mais de 50 anos, Sonya Ferreira sempre se destacou pela sua voz afinada e suave. E agora ela se mostra por inteiro como solista em um álbum intitulado Da Saudade Boa, que já foi disponibilizado nas plataformas de streaming. Um repertório que mescla canções inéditas com releituras de canções que fizeram parte de sua formação musical em várias épocas. Em entrevista para o portal Resenhando.com, ela conta como se deu o processo de produção, que contou com arranjos do experiente Luiz Claudio Ramos e sua relação com a obra de George Gershwin, um dos maiores nomes da música internacional. “Passei um ano estudando a vida de Gershwin nos Estados Unidos”.


Resenhando.com - "Da Saudade Boa" é um álbum que passeia pelas suas memórias afetivas. Como foi o processo de escolher quais músicas fariam parte desse retrato tão pessoal da sua história?
Sonya Ferreira - Dá Saudade Boa é um álbum que fala da minha memória afetiva com relação a todos os amigos, a todas as pessoas, sendo músicos, cantores que participaram desde o meu começo como cantora profissional. A ideia surgiu quando começou a pandemia. O maestro Luiz Cláudio Ramos, que foi sempre nosso arranjador no Quarteto em Cy, falou assim, “Soninha, você não pode parar não, você topa fazer um disco?”. Na hora topei, porque eu tinha um tempo, eu aceitei na hora, fiquei muito feliz com o convite dele. Então fui pedindo músicas a vários compositores, amigos e parceiros, uma das primeiras canções que chegou em minha mão, foi uma composição inédita do Miltinho, do MPB4, com o Magro. Aí eu pedi ao Sá, o “Samba da Aurora”, e foram surgindo as músicas.


Resenhando.com - João Donato deixou sua marca em “Gaiolas Abertas”, pouco antes de partir. Como foi trabalhar com ele e o que essa gravação representa na sua trajetória?
Sonya Ferreira -
João Donato eu já apreciava demais. Desde 1965, quando convivíamos em Los Angeles. Ele estava sempre com a gente e com todos os músicos. Foi maravilhoso gravar com o Donato, “Gaiolas Abertas”, porque os arranjos desse meu álbum, quem fez foi o Luiz Cláudio.  Mas aconteceu algo mágico nessa faixa. O João Donato chegou no estúdio, se sentou no teclado e já começou a tocar.  Então, dentro do estúdio, eu já comecei a cantar com ele, acompanhados pelos músicos. Mas, Donato, na hora, criou um arranjo com a marca dele e gostamos do arranjo feito por João Donato para “Gaiolas Abertas”, parceria dele com o Martinho da Vila.


Resenhando.com - Entre tantas regravações e homenagens, há também músicas inéditas. Como você equilibrou o novo com o nostálgico para manter a alma do disco?
Sonya Ferreira - 
Foi uma coincidência. Por exemplo, “Ao Amigo Tom”, que é uma música dos irmãos Vale (Marcos e Paulo Sérgio), eu sempre amei desde a minha adolescência, quando eu a ouvia com a Claudette Soares, que é uma cantora que eu amo e sempre fui fã. Eu amava o arranjo da gravação da Claudete. Quando fui gravar, optei por um arranjo baseado no da Claudette, que é do Osmar Milito. Então, ficou bem assim, no estilo daquele arranjo que a Claudete gravou nos anos 60.´ É todo baseado no arranjo mais antigo, com o toque moderno do vocal. E tem o contraste com as músicas inéditas, como a do Ivan Lins com o Gilson Peranzzetta e Nelson Wellington na faixa  “Doce Rotina”, que é muito bonita.


Resenhando.com - O título do álbum vem de uma canção de Miltinho e Magro Waghabi. Como essa amizade com eles influenciou não só esse disco, mas a sua carreira como um todo?
Sonya Ferreira - 
Quando eu pedi a música ao Miltinho, eu vi essa música com o título “Dá Saudade Boa”, que completou tudo, fechou toda a ideia. Foi o que influenciou a minha escolha, nos compositores, nas pessoas, nos cantores que iam cantar comigo e das participações nas composições de cada um deles.


Resenhando.com - Você homenageia ídolos internacionais como Michel Legrand e Gershwin. Como essas influências estrangeiras dialogam com a sua formação musical?
Sonya Ferreira - 
Esses dois compositores sempre me influenciaram. Michel Legrand, eu estive com ele na primeira vez quando ele veio ao Brasil. Eu já era fã, tinha discos, tinha vários álbuns. E era muito amiga do Pedro Paulo Castro Neves, o Pepe, irmão do Oscar Castro Neves, que foi nosso arranjador durante anos. Fomos assistir ao show do Legrand no Canecão. Era a primeira vez, e aí o convidamos. Pepe já conhecia Michel Legrand e aí eu os convidei para um almoço em casa na época em que morava no Leblon. Eles foram na minha casa almoçar. Eu tinha meus álbuns com as partituras de Michel Legrand. Ele assinou todos com dedicatória. E George Gershwin, sempre foi a minha paixão como pianista e compositor. Eu estive, inclusive, no centenário de George Gershwin, em 98, quando fui aos Estados Unidos. Passei um ano estudando sobre George Gershwin, sobre a vida dele. Estive em Nova York e fui à biblioteca do Congresso, em Washington, onde eu estive com o diretor do setor de música. Fiz uma grande pesquisa, trouxe vários álbuns de partituras, CDs, livros...  Gershwin está aqui na minha casa, nas paredes, nos quadros, no piano. Tenho uma grande paixão, por esses dois, Michel Legrand e George Gershwin. Gravei a valsa de Michel Legrand com a versão do Ronaldo Bastos. E gravei do George Gershwin com Ira Gershwin, a faixa  “Someone To Watch Over Me”.


Resenhando.com - Estar cercada por nomes como Luiz Claudio Ramos, Cristóvão Bastos, Jorge Helder... Como foi reunir esse time de músicos no estúdio e como isso contribuiu para a sonoridade do álbum?
Sonya Ferreira - 
Graças à Deus sempre estou cercada por esses músicos fantásticos, sendo violonista, pianista, baixista... músicos de uma categoria fantástica que sempre fizeram parte das nossas apresentações, seja tocando ao vivo ou gravando com o Quarteto em Cy. Cristóvão Bastos, um pianista, que já tinha tocado várias vezes com o Quarteto em Cy, Jorge Helder, um baixista de uma categoria fantástica, Luiz Cláudio um grande produtor. Fiquei muito feliz em tê-los nesse meu álbum.

"Você Vai Ver"

"Da Saudade Boa"

"Someone To Watch Over Me"

.: Warner Music Brasil investe em IA para reviver voz de Cleber Augusto


Projeto inédito no país revoluciona o mercado da música trazendo de volta uma lenda do samba, num álbum repleto de colaborações especiais

Em um projeto inovador que redefine os limites da tecnologia e da arte, a Warner Music Brasil faz uso do potencial da inteligência artificial (IA) para escrever um novo capítulo na história da música brasileira. A gravadora embarcou em uma jornada fascinante para dar vida à voz de uma ilustre lenda do samba, num case que experimenta como o uso adequado da IA pode ser relevante para a cultura. A tecnologia, muitas vezes vista com desconfiança, revela seu lado humano ao permitir a recriação da voz de um artista, possibilitando que ele celebre seu legado e compartilhe sua arte com as novas gerações.

 E assim surge o projeto “Minhas Andanças”, de Cleber Augusto, um dos nomes mais respeitados do samba, conhecido por sua composição, habilidades no violão e por ser ex-integrante do grupo Fundo de Quintal. Com 74 anos, e vivendo há 21 com afonia total após sofrer com um câncer na garganta que levou embora seu instrumento de trabalho, ele se prepara agora para lançar um novo álbum com a ajuda da tecnologia.

"A tecnologia, quando usada com respeito e propósito, pode ser uma grande aliada da arte. Esse projeto não substitui a genialidade de Cleber, mas permite que sua voz e sua história continuem vivas. É uma forma de celebrar seu legado e mostrar ao mundo a importância de sua obra”, afirma Tony Vieira, A&R Manager da Warner Music Brasil.

O processo de recriação dos vocais de Cleber contou com o trabalho de muitos artistas, com destaque especial para o Alexandre Marmita, cantor, compositor e cavaquinista, integrante do famoso Samba do Trabalhador, roda de samba que acontece toda segunda-feira no clube Renascença, no Rio de Janeiro. Por ter o mesmo timbre que Cleber Augusto, e ser grande fã de seu trabalho, o artista foi selecionado para interpretar as canções que alimentaram o software de IA, servindo como ferramenta essencial para guiar a tecnologia no processo de criação das canções.

 "Foi uma honra imensa participar desse projeto e dar minha voz para ajudar a tecnologia a trazer de volta o canto de um mestre como o Cleber. Ele é uma referência para mim e para muitos sambistas. Saber que meu timbre serviu como base para essa recriação é algo que me emociona profundamente”, conta Marmita.

A produção do projeto ficou a cargo de Alessandro Cardozo e Tony Vieira, que, sem se limitar apenas aos hits, selecionaram um repertório que atravessa a carreira de Cleber, reunindo artistas de várias gerações para imprimir frescor e autenticidade às composições. O resultado deste lindo trabalho poderá ser comprovado no álbum “Minhas Andanças”, previsto para ser lançado no dia 30 de abril deste ano, repleto de feats de peso com grandes nomes do mundo do samba, como Zeca Pagodinho, Péricles, Seu Jorge, Ferrugem, Diogo Nogueira, Xande de Pilares, Mumuzinho, Tiê, Roberta Sá, Pretinho da Serrinha, Sorriso Maroto, Marvvila, Menos é Mais, e Yan. Além disso, uma edição deluxe do álbum chega às plataformas digitais no dia 21 de maio, com mais quatro faixas inéditas.

Todos os artistas convidados não só se emocionaram com o projeto, como fizeram questão de declarar a admiração que nutrem por Cleber Augusto, que acompanhou de perto todas as fases do trabalho desenvolvido pela Warner. O projeto conta com 14 faixas, sendo 13 regravações de clássicos do sambista, e uma canção inédita - “Imã” - , que vem a ser a grande surpresa do álbum. Composta há mais de 20 anos, a canção foi resgatada de um tape antigo do artista e será lançada com a participação de Péricles.

 “A voz é a alma da música, e a IA me permitiu manter a essência da minha interpretação, mesmo com a tecnologia. O resultado final é surpreendente. A emoção e a mensagem das músicas continuam intactas, e isso é o que realmente importa. Agradeço a Warner e a todos os envolvidos que tornaram este projeto possível”, declara Cleber Augusto.


Tracklist completa - Projeto “Minhas Andanças”:

"Ímã" - Feat. com Péricles

"Falso Herói" - Feat. com Ferrugem

"Deixa Estar" - Feat. com Mumuzinho

"Fera no Cio" - Feat. com Sorriso Maroto

"Timidez" - Feat. com Diogo Nogueira

"Minhas Andanças" - Feat. com Seu Jorge

"Romance dos Astros" - Feat. com Roberta Sá

"Quantas Canções" - Feat. com Pretinho da Serrinha

"Livre pra Sonhar" - Feat. com Marvvila

"Lucidez" - Feat.com Menos é Mais

"A Amizade" - Feat. com Yan

"Nem Lá Nem Cá" - Feat. com Zeca Pagodinho

"Amor Não É por Aí" - Xande Pilares

"Antigas Paixões que Pena" - Feat. com Tiee

sábado, 3 de maio de 2025

.: Entrevista com Paulinho Guitarra: seis décadas em seis cordas


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. 

Na atividade como músico desde 1967, Paulinho Guitarra mantém um currículo invejável. Fundador (e padrinho) da célebre Banda Vitória Régia, que acompanhou Tim Maia, ele também fez trabalhos memoráveis com vários outros nomes, como Marina Lima, Ed Motta, Marcos Valle, Cassiano, Sandra de Sá, Cazuza e Paula Lima, só para citar alguns exemplos

E o veterano músico nem cogita uma aposentadoria. Seu elogiado trabalho instrumental segue em plena atividade. O seu último disco, o Baile na Suméria, mescla uma sonoridade soul com o jazz de forma singular. E ele desenvolve atualmente um projeto de show ao vivo com foco na sonoridade soul dos anos 70, além de participar do projeto em tributo ao músico Raul de Souza. Em entrevista para o portal Resenhando.com, Paulinho conta alguns detalhes dessa sua trajetória na música, incluindo seus projetos atuais.

 

Resenhando.com - Quais foram suas principais influências musicais?
Paulinho Guitarra - Minhas influências vieram dos anos 60, com nomes como Eric Clapton (da fase das bandas Cream e Blind Faith), Jimi Hendrix, Leslie West (da banda Mountain), além de George Harrison dos Beatles. Posso citar ainda B.B. King e Freddie King, na área do blues. Já na área do jazz citaria nomes como John McLaughlin, Pat Metheny, Miles Davis e John Coltrane. Acrescentaria ainda as bandas de soul, como a Mar-Keys, que acompanhava os astros da gravadora Stax. É um universo bem amplo.


Resenhando.com
 - Como foi tocar na banda Vitoria Regia, que acompanhava o Tim Maia?
Paulinho Guitarra - Foi um aprendizado e tanto. Eu participei das gravações dos discos da fase inicial do Tim, de 1971 até 1977. E um fato curioso é que eu acabei sendo o padrinho da banda. Naquela época, a banda ainda não tinha nome. Nós ensaiávamos em uma casa que ficava na rua Vitória Régia, no Rio de Janeiro. Um dia sugeri pro Tim nomear o grupo como a Banda da Rua Vitória Régia. Ele adorou a ideia. Mais tarde, para encurtar o nome, ele tirou a rua e passou a se chamar somente Banda Vitoria Régia. E ficou assim desde então. Foi uma escola para um músico como eu, tocar ao vivo e gravar em estúdio. Aprendi muita coisa.


Resenhando.com
 - Mais tarde você tocou com o Cassiano. Por que essa parceria não foi para frente?
Paulinho Guitarra - Foi depois que saí da banda do Tim Maia. O Cassiano me chamou para participar de um disco dele. Fizemos vários ensaios mas o disco nunca chegou a ser lançado. Depois fui tocar com o Sidney Magal, que fêz um sucesso grande naquele período, além de tocar com Carlos Dafé, entre outros.


Resenhando.com
 - Nos anos 80 você integrou a banda da Marina Lima com um time de feras da música (Renato Rocketh, Jorjão Barreto, etc). Fale sobre essa experiência.
Paulinho Guitarra - Depois de tocar com vários nomes, veio o convite para participar do grupo que acompanharia a Marina Lima. Acabei ficando oito anos com ela. Era época dos discos "Fullgas", "Todas" e "Virgem". Foi um período muito produtivo. A banda dela teve várias formações até chegar na época do disco 'Todas" , que tinha o Rocketh no baixo, o Sérgio Della Monica na bateria, Jorjão Barreto nos teclados e Miguel Ramos no sax. Foi uma experiência bem marcante. Fizemos muitas coisas legais.


Resenhando.com
 - Conte como aconteceu o solo de guitarra da gravação de "Nada por Mim", com a Marina.
Paulinho Guitarra - Eu tinha também uma banda com o Claudio Zoli nesse período. E quando surgiu a gravação para fazer, eu estava ainda esperando chegar uma guitarra nova, que eu havia comprado. Por isso, pedi emprestado a guitarra Fender Stratocaster do Zoli para gravar. O solo aconteceu praticamente ao vivo no estúdio. Sem parar de fazer a base, eu fiz o solo que saiu em um estilo meio blues e acabou ajudando a canção a fazer o sucesso que foi na época. Também marcou muito o solo da canção "Uma Noite e Meia", do Renato Rocketh, que virou um hit da Marina nos shows da época do álbum Virgem.


Resenhando.com
 - Na sequência você tocou na banda do Ed Motta. Como foi tocar com ele?
Paulinho Guitarra - Um pouco antes toquei com o Claudio Zoli. E realmente depois toquei com o Ed Motta. Foram quase 22 anos tocando com ele, que é um cantor incrível. Um dos melhores, sem dúvida. E toquei ainda com Marcos Valle, que foi uma outra experiência incrível.


Resenhando.com
 - Fale sobre seu projeto autoral instrumental.
Paulinho Guitarra - Tenho um selo musical, o Very Cool Music, pelo qual lancei quatro discos: Very Very Cool Band, Trans Space, Romantic Lovers e Baile na Suméria. E tenho mais um, o primeiro que foi pela Niteroi Discos, que leva o meu nome no título. Dos projetos atuais, tem o Superfly, um show com foco na sonoridade soul dos anos 70. E também faço parte do projeto Tributo ao Raul de Souza,        que foi um dos maiores músicos do País. Continuo compondo e produzindo coisas novas nessa linha instrumental.


"120 Shars Beat"

"Shem Shem"

"Ianna Fun"
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