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segunda-feira, 1 de setembro de 2025

.: Filarmônica de Pasárgada faz show com Vanguarda Paulista no dia 5

Banda Filarmônica de Pasárgada fará um show especial para a Vanguarda Paulista no Sesc Pinheiros. Foto: divulgação

A banda Filarmônica de Pasárgada fará um show especial para a Vanguarda Paulista no Sesc Pinheiros. Eles acabam de lançar um EP em homenagem a essa cena musical, revisitando clássicos que influenciaram uma geração de artistas, incluindo a própria Filarmônica. A apresentação acontece dia 5 de setembro de 2025, sexta às 20h00, no Sesc Pinheiros – Teatro Paulo Autran. Os ingressos custam de R$ 18,00 (credencial plena) a R$ 60,00 (inteira). 

Intitulado “Rua Teodoro Sampaio, 1091”, endereço onde funcionava o Teatro Lira Paulistana, uma lendária casa de espetáculo que, entre 1979 e 1986, abrigou não só a Vanguarda Paulista como outros artistas, o EP traz quatro músicas com participações especiais dos próprios artistas da cena, que também participam do show. Ná Ozzetti em “Ladeira da Memória”, Wandi Doratiotto em “O Trabalho”, Suzana Salles em “Fim de Festa” e Arrigo Barnabé em “Instante”.

Além do repertório do EP, a Filarmônica vai tocar canções do álbum “PSSP”, inspirado na história da cidade de São Paulo, incluindo a música “Lira Paulistana”, por exemplo, que faz uma mistura entre a geração do Lira Paulistana e a geração dos modernistas de década de 1920. Filarmônica de Pasárgada é: Marcelo Segreto (compositor, voz e violão), André Teles (eletrônica), Fernando Henna (piano, acordeão), Ivan Ferreira (fagote e vocais), Leandro Lui (bateria e percussão), Migue Antar (baixo), Paula Mirhan (voz) e Renata Garcia (clarinete).


Serviço
Filarmônica de Pasárgada
Lançamento do EP “Rua Teodoro Sampaio, 1091”
Com participações especiais de Luiz Tatit, Wandi Doratiotto, Suzana Salles e Arrigo Barnabé
Local: Teatro Paulo Autran – Sesc Pinheiros
Dias 5 de setembro de 2025 - sexta-feira, às 20h00
Classificação indicativa: 12 anos
Duração: 90 minutos
Preços: R$ 21,00 (credencial plena), R$ 35,00 (meia) e R$ 70,00 (inteira).

Sesc Pinheiros  
Rua Paes Leme, 195, Pinheiros - São Paulo (SP)
Horário de funcionamento: Terça a sexta: 10h às 22h. Sábados: 10h às 21h. Domingos e feriados: 10h às 18h30
Estacionamento com manobrista 


Como chegar de transporte público: 350m a pé da Estação Faria Lima (metrô | linha amarela), 350m a pé da Estação Pinheiros (CPTM | Linha Esmeralda) e do Terminal Municipal Pinheiros (ônibus). Acessibilidade: a unidade possui rampas de acesso e elevadores, além de banheiros e vestiários adaptados para pessoas com mobilidade reduzida. Também conta com espaços reservados para cadeirantes.

sábado, 30 de agosto de 2025

.: Deep Purple: "Made In Japan" ganha nova edição


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. 

Um dos mais famosos álbuns gravados ao vivo, o icônico "Made In Japan" da banda Deep Purple ganhou uma edição especial, incluindo novas mixagens e versões raras editadas para singles na época. O disco captura as apresentações da banda no Japão no ano de 1972, ou seja, em pleno auge criativo da chamada formação clássica – Ian Gillan (vocal), Richie Blackmore (guitarra), Jon Lord (teclados), Roger Glover (baixo) e Ian Paice (bateria). O grupo vinha de três excelentes discos de estúdio ("In Rock", "Fireball" e "Machine Head") e havia uma crescente aceitação do público nos shows ao vivo.

O curioso é que a ideia de gravar um disco ao vivo inicialmente não agradava alguns integrantes. Richie Blackmore e Ian Gillan temiam que o resultado final do disco ficasse abaixo das expectativas. Entretanto a gravadora insistiu, porque naquela época o Japão tinha um grande número de apreciadores do hard rock tocado pelo Deep Purple. A representante da Warner no Japão disponibilizou o que havia de melhor na época em recursos técnicos para gravar o show.

Essa nova edição (Super Deluxe Edition) inclui novas mixagens estéreo e em Dolby ATMOS feitas pelo renomado produtor Steven Wilson, integrante da banda Porcupine Tree. Todos os três concertos foram completamente remixados por Richard Digby Smith e diversas versões raras editadas para singles. Eu lembro de ter ouvido esse disco pela primeira vez ainda na adolescência, na primeira metade dos anos 80.

O desempenho de Richie Blackmore, Jon Lord e Ian Paice (esse um monstro das baquetas) é simplesmente sensacional, assim como Ian Gillan em seu auge como vocalista. Traz uma energia nunca antes vista em um álbum ao vivo. Passou a ditar padrões para as demais bandas de hard rock sobre como produzir e gravar shows ao vivo. No repertório estão as clássicas "Highway Star", "Lazy", "Child In Time" e "Strange Kind Of Woman", com o famoso duelo de Blackmore e Ian Gillan no solo.

A edição já está disponível para pré-venda na loja oficial do Deep Purple, em diferentes formatos: box com 10 LPs de vinil, box com 5 CDs + Blu-ray, ou versão avulsa em vinil duplo com capa gatefold (com lançamento previsto para 3 de outubro nos EUA, Canadá e Japão). Também está disponível uma nova coleção de merchandising de "Made in Japan", além de pacotes musicais exclusivos. Poderia até falar mais coisas a respeito desse álbum. Mas o correto é você ouvir e conferir o motivo  desse registro ter se se tornado tão icônico. Se tiver acesso a alguma plataforma de streaming, basta apertar o play para iniciar a viagem musical com o Deep Purple, no seu auge na história do rock.

"Highway Star"

"Smoke On The Water"

"Strange Kind Of Woman"





sábado, 23 de agosto de 2025

.: Thomas Malherbe lança seu primeiro álbum autoral, “Garoto Tímido”


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto:divulgação

O cantor e compositor Thomas Malherbe está lançando neste mês o seu primeiro álbum, “Garoto Tímido”, nas principais plataformas digitais. O trabalho reúne oito faixas autorais e inéditas, marcando o início oficial de sua trajetória na música. 
Nascido em Paris, filho de mãe francesa e pai brasileiro, Thomas cresceu em um ambiente musical intenso, influenciado pelo pai, o músico, compositor e arranjador Ricardo Vilas. Desde cedo, trocou o pátio da escola pelos livros e pelos instrumentos, desenvolvendo sua veia de compositor introspectivo e inspirado.

Longe dos pátios escolares e das partidas de futebol, o ‘garoto tímido’, mergulhava em livros e sons. As leituras da adolescência deixaram marcas profundas em suas composições, que revelam sensibilidade e maturidade artística. Desde cedo, também encontrou amigos com quem compartilhava acordes no violão, baixo e guitarra, cultivando a base de sua linguagem musical.

Thomas compôs um repertório autoral que deu um resultado na gravação de seu primeiro álbum. Em “Garoto Tímido”, o artista revela-se um cantor comunicativo e caloroso, ao mesmo tempo sensível e inspirado ao interpretar suas próprias canções. Entre suas referências, Thomas cita Renato Russo da Legião Urbana e rock internacional capitaneado pelos Beatles, principalmente. "Estou muito animado com este primeiro álbum da minha carreira. É um projeto no qual venho trabalhando há muito tempo e me sinto realizado de poder apresentá-lo. Espero que gostem!", diz Thomas.

Com produção musical e arranjos de Rodrigo Campello, que trabalhou com diversos artistas renomados como João Bosco, Moraes Moreira, Marisa Monte, Lenine, Caetano Veloso, Gilberto Gil e outros. Músicos de peso, como Lancaster Lopes, no baixo, que também tocou e gravou com diversos artistas e bandas, assim como Marcelo Vig, que toca bateria nesse álbum.

"Garoto Tímido" - Thomas Malherbe

sexta-feira, 15 de agosto de 2025

.: Crítica musical: "Help", há 60 anos, a perda da inocência dos Beatles

Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto:divulgação

Há 60 anos, os Beatles lançavam a trilha de seu segundo filme, "Help". O disco simbolizou uma mudança de postura na produção musical, com composições que exploravam mais os recursos do estúdio. Ainda que os hits que marcaram a beatlemania ainda estivessem presentes no repertório, era possível notar uma postura diferente dos Fab Four.

Em relação a trilha do primeiro filme, o "A Hard Day's Night" (que no Brasil se chamou "Os Reis do Ie-Ie-Ie"), e ao álbum "Beatles For Sale", os Fab Four estavam dando um passo adiante. A começar pela faixa título, considerada uma obra prima do período da beatlemania, com backing vocals colocados de forma genial em cima de um arranjo igualmente excelente.

John Lennon revelaria anos mais tarde que esse período da banda foi um dos mais difíceis para ele, em função da superexposição na mídia da época. E que a música era realmente um pedido de ajuda que ele procurou expor. Isso inclusive pode ser facilmente notado na letra: “When I was younger, so much younger than today/ I never needed anybody's help in any way/ But now these days are gone, I'm not so self assured/ Help me if you can, I'm feeling down”. ("Quando eu era jovem, muito mais jovem que hoje/Nunca precisei da ajuda de ninguém em nenhum sentido/Mas agora estes dias se foram, não sou seguro de mim mesmo/Agora descobri que mudei de ideia e abri as portas/Ajude-me se você puder, estou triste").

Outro momento brilhante desse álbum foi a balada "You've Got To Hide Your Love Away", também composta por John Lennon que foi inspirada no estilo de Bob Dylan. . Foi esse período que os Beatles conheceram Dylan pessoalmente. Eles se conheceram em 1964 e, desde então, desenvolveram uma relação de admiração mútua e colaboração, com trocas criativas e influências mútuas, apesar de algumas tensões ocasionais. 

O disco segue com momentos de protagonismo de Paul McCartney nas faixas "The Night Bewfore" e "Another Girl". Lennon volta a solar o vocal nas faixas "You´re Going To Lose That Girl" e na incrível "Ticket To Ride", com um memorável trabalho de Ringo Starr na bateria. As demais faixas contam com duas ótimas composições de George Harrison ("I Need You e You Like Me Too Much") e dois covers, sendo um deles cantado por Ringo (a canção folk "Act Naturally") e o rock´n roll raiz de "Dizzy Miss Lizzy" (de Larry Williams) cantado por John Lennon.

Não poderia deixar de citar a balada "Yesterday", que foi gravada por Paul McCartney acompanhado por um quarteto de cordas, o que era uma novidade para o grupo na época. Essa canção se tornaria uma das mais regravadas do repertório dos Beatles nos anos seguintes. As faixas "It´s Only Love", "I´ve Just Seen" a "Face e Tell Me What You See" complementam o disco mantendo aceso o clima da Beatlemania na sonoridade da banda.

A trilha de "Help" simboliza o início de mudança de paradigma musical. Eles passariam a utilizar mais os recursos que tinham no estúdio de gravação na época, ampliando os horizontes da música e se consolidando como uma das referências da história do rock.

"Help"

"You´ve Got To Hide Your Love Away"

"I Need You"

.: Virgínia Rosa canta Raul Seixas no Sesc Pompeia no show "Cantrizes"


Em quatro shows autorais diferentes, série de espetáculos celebra a força cênica de grandes atrizes, que também são cantoras espetaculares. Além de 
Virgínia Rosa, apresentam-se Alessandra Maestrini,  Letícia Soares Letícia Sabatella. Foto: Kim Leekyung

Atriz e cantora, Virgínia Rosa apresenta "Luz das Estrelas - Virgínia Rosa Canta Raul Seixas", dentro da série de espetáculos "Cantrizes", no Sesc Pompeia, neste sábado, dia 16 de agosto, às 20h00. Com atuações marcantes em novelas da Rede Globo como "Babilônia" (2015)," Pega Pega" (2017) e "Éramos Seis" (2019), Virginia Rosa também construiu uma sólida e admirada trajetória musical. 

Espetáculos como "Palavra de Mulher", "Cartola - O Mundo É Um Moinho" e, mais recentemente, a minissérie "Rota 66", evidenciam sua versatilidade como artista. Neste show, ela mergulha no universo poético, filosófico e romântico de Raul Seixas, revelando novas camadas de sentido com sua voz expressiva e sua presença cênica sempre arrebatadora.

Outros shows da série "Cantrizes" no Sesc Pompeia:  Alessandra Maestrini em "Yentl em Concerto", quinta-feira, dia 14 de agosto, às 20h00; Letícia Soares em "Letícia Soares Canta Gal", sexta-feira, dia 15 de agosto, às 20h00; Letícia Sabatella em "Letícia Sabatella, Voz e Piano", domingo, dia 17 de agosto, às 18h00.


"Cantrizes" no Sesc Pompeia
Nos dias 14, 15, 16 e 17 de agosto, no Teatro do Sesc Pompeia, acontece “Cantrizes”, série de espetáculos que celebra um grupo raro e precioso: atrizes que também são cantoras espetaculares. São intérpretes completas, que levam ao palco não apenas a afinação vocal, mas a escuta, o gesto, a presença. Mulheres que transformam cada canção numa cena, cada espetáculo num mergulho sensível.

Nesta edição, quatro artistas com carreiras consolidadas - na música, no teatro, na televisão e no cinema - apresentam seus shows autorais em quatro noites seguidas. Na quinta-feira, dia 14 de agosto, Alessandra Maestrini abre essa série de espetáculos com "Yentl em Concerto", inspirado em conto de Isaac Bashevis Singer e no filme de Barbra Streisand, com músicas de Michel Legrand. Na sexta-feira, dia 15 de agosto, Letícia Soares percorre diferentes fases da carreira de Gal Costa no espetáculo Letícia canta Gal. 

Sábado, dia 16 de agosto, Virgínia Rosa apresenta "Luz das Estrelas - Virgínia Rosa" canta Raul Seixas, em que dá voz ao lado poético, filosófico e romântico do maluco beleza. Encerrando a série, Letícia Sabatella sobe ao palco no dia 17 de agosto com o show intimista, "Voz e Piano", em que reúne canções que refletem sua trajetória interior e dialogam com temas como natureza, amor, ancestralidade e liberdade. "Cantrizes" não é apenas uma mostra de shows. É um manifesto a favor da arte feita com corpo inteiro - onde atuação e música caminham juntas, sem hierarquias, sem rótulos. Um convite para escutar com outros sentidos.


Ficha técnica
Virgínia Rosa em "Luz das Estrelas - Virginia Canta Raul Seixas"
Idealização e intérprete: Virgínia Rosa
Direção musical, guitarra e programação eletrônica: Rovilson Pascoal
Baixo acústico e elétrico: André Bedurê
Bateria e percussão: Michele Abu
Técnico de som: Kiko Carbone
Iluminação: Christiano Paes
Figurinos: Guilherme Rodrigues
Produção executiva e direção geral: Fernando Cardoso


Quinta-feira, dia 14 de agosto, às 20h00 - Alessandra Maestrini em "Yentl em Concerto" - Ingressos on-line neste link
Sexta-feira, dia 15 de agosto, às 20h00 - Letícia Soares em "Letícia Soares Canta Gal" - Ingressos on-line neste link
Sábado, dia 16 de agosto, às 20h00 - Virgínia Rosa em "Luz das Estrelas - Virgínia Rosa Canta Raul Seixas" - Ingressos on-line neste link
Domingo, dia 17 de agosto, às 18h00 - Letícia Sabatella em "Letícia Sabatella, Voz e PianoIngressos on-line neste link


Serviço | "Cantrizes"
Dias 14, 15, 16 e 17 de agosto
Local: Teatro do Sesc Pompeia
Rua Clélia, 93 - Pompeia / São Paulo
Ingressos: R$ 21,00 (Credencial plena), R$ 35,00 (meia-entrada), R$ 70,00 (inteira)
Ingressos à venda on-line e nas bilheterias do Sesc 
Duração: 90 minutos
Classificação indicativa: livre

sexta-feira, 8 de agosto de 2025

.:"Todas Elas": Vanessa da Mata lança versão deluxe do novo álbum




Vanessa da Mata lançou a versão deluxe do álbum “Todas Elas”. O álbum conta com uma gravação da mato-grossense para o clássico “Nada Mais”, música lançada em 1984 na voz de Gal Costa para o álbum “Profana”, que é uma versão brasileira da balada “Lately” de Stevie Wonder, de 1980. A versão em português é de Ronaldo Bastos.

Viralizou nas redes sociais um vídeo de Vanessa da Mata interpretando a música durante os bastidores da gravação do programa “Altas Horas”. Na época, o vídeo recebeu inúmeros compartilhamentos e muitos elogios para Vanessa. A cantora e compositora explica o porquê da escolha de “Nada Mais” para a versão de luxe de “Todas Elas”.

“Gal Costa sempre foi uma referência de uma das vozes mais lindas do mundo para mim, atitude feminina, coragem. Acho que qualquer homenagem a Gal Costa e de suas contemporâneas só reacendem uma tradição de qualidade da música brasileira que nos sustenta em uma admiração mundial até hoje! Isso deve sempre ser recuperado, relembrado na nossa mais sociológica pulsão cumulativa de troca entre gerações e seus representantes e admissão de quem somos nos pontos mais grandiosos”, afirmou Vanessa da Mata.

O disco apresenta 11 músicas autorais com participação de João Gomes, Robert Glasper e Jota.pê, nas faixas Demorou e Um Passeio Com Robert Glasper Pelo Brasil e Troco Tudo. Assim como no trabalho anterior, Vanessa da Mata assina a produção musical do álbum "Todas Elas". Os arranjos têm criação coletiva, envolvendo a banda formada por músicos como Marcelo Costa (bateria), Maurício Pacheco (violão e guitarra) e Rafael Rocha (trombone), entre outros instrumentistas. Gravado e mixado no estúdio Visom Digital, na cidade do Rio de Janeiro.

A sonoridade oscila entre o som mais dançante de faixas como "Maria Sem Vergonha" e "É Por Isso Que Eu Danço", com momentos mais suaves e introspectivos, como as ótimas faixas "Esperança" e "Troco Tudo". Trata-se de um trabalho onde Vanessa está bem à vontade interpretando suas canções acompanhada de um time experiente de músicos.

"Maria Serm Vergonha"

"Esperança"

"Nada Mais"

quinta-feira, 7 de agosto de 2025

.:"Porgy and Bess", de George Gershwin, estreia no palco do Theatro Municipal


 Em setembro, destaque da temporada lírica, o espetáculo estreia em São Paulo. Foto: Rafael Salvador/Divulgação

Com a obra de Gershwin em contexto brasileiro, a produção ganha novos contornos sob a direção de Grace Passô. Além disso, a programação tem concertos como Texturas Brasileiras, com composições de dois grandes compositores brasileiros Ronaldo Miranda e Arthur Barbosa, e Schubertiades, um especial com composições de Franz Schubert, ambos do Quarteto de Cordas da Cidade, além da Oficina de Regência da Camerata da Orquestra Experimental de Repertório.

Iniciando a programação de setembro, o Quarteto de Cordas da Cidade, formado por Betina Stegmann e Nelson Rios, violinos, Marcelo Jaffé, viola e Rafael Cesario, violoncelo, apresenta Texturas Brasileiras, no dia 04, quinta-feira, às 20h, na Sala do Conservatório. O repertório terá Quarteto Texturas, de Ronaldo Miranda, e Quarteto Brazuca, de Arthur Barbosa. Os ingressos custam R$35, a classificação é livre e a duração de 60 minutos, sem intervalo.

O programa tem composições de dois grandes compositores brasileiros e amigos do Quarteto de Cordas, Ronaldo Miranda e Arthur Barbosa. O primeiro é um dos principais e mais atuantes compositores contemporâneos brasileiros, o carioca ocupa a cadeira de número 13 da Academia Brasileira de Música. Já o segundo é compositor, violinista e regente, natural de Fortaleza, o músico é violinista da Orquestra e Sinfônica de Porto Alegre (Ospa) e regente da orquestra jovem da mesma instituição.

Já no dia 12, sexta-feira, às 19h, na Sala do Conservatório, a Camerata da Orquestra Experimental de Repertório, sob regência de Wagner Polistchuk, apresenta Oficina de Regência. O repertório terá composições de Ludwig Van Beethoven, como Abertura Leonora n.1, op.138, Abertura Leonora n.2, op.72a, Abertura Leonora n.3, op.72b e Abertura Fidelio, op.72c. Os ingressos custam R$35, a classificação é livre e duração de 50 minutos, sem intervalo.

Em programação oficial do Ano do Brasil na França, o Balé da Cidade de São Paulo se apresenta no país em turnê especial, com início no dia 18 de setembro, no Teatro Olympia, em Arcachon, com os dois espetáculos de Rafaela Sahyoun, Fôlego e BOCA ABISSAL. Em seguida, de 23 a 27 de setembro, a turnê passará pelo Théâtre de la Ville, em Paris. Nos dias 2 e 3 de outubro, apresentações na La Comédie de Clermont Ferrand, em Clermont Ferrand. Já nos dias 8 de outubro e 9 de outubro, o Balé apresenta as obras de Sahyoun no Château Rouge, em Annemasse. Encerrando a turnê, Lyon recebe os espetáculos entre os dias 15 e 19 de outubro, na Maison de la danse, sendo está apresentação formada por Fôlego e por Réquiem SP, do coreógrafo e diretor da companhia Alejandro Ahmed.

Em mais um concerto do Quarteto de Cordas da Cidade, esse ao lado do convidado especial Robert Suetholz, violoncelista, e apresentam Schubertiades, no dia 18, quinta-feira, às 20h, na Sala do Conservatório. Com Betina Stegmann e Nelson Rios, violinos, Marcelo Jaffé, viola e Rafael Cesario, violoncelo. O repertório terá Quinteto em Dó Maior, op. 163, de Franz Schubert. Os ingressos custam R$35, a classificação é livre e a duração de 60 minutos, sem intervalo.

Destaque da temporada lírica, a ambiciosa obra de George Gershwin, Porgy and Bess, chega ao Theatro Municipal. Com direção musical de Roberto Minczuk, e o olhar poético e ousado de Grace Passô que assina a direção cênica e traz à cena o universo multifacetado desta ópera, que cruza as fronteiras do jazz, do teatro e da música clássica para contar uma história de luta e amor. As apresentações acontecem do dia 19 ao dia 27, na Sala de Espetáculos.

O espetáculo contará com o Coro Lírico Municipal, sob regência de Hernán Sánchez Arteaga, e Coral Paulistano, sob regência de Maíra Ferreira. A equipe técnica conta com Marcelino Melo na concepção cenográfica, Vinicius Cardoso com projeto cenográfico, Mario Lopes com criação de movimento e coreografia, Alexandre Tavera com figurino, Ana Vanessa como assistente de direção cênica. Os ingressos custam de R$33 a R$210 e duração de aproximadamente 230 minutos, com intervalo.

A trama de "Porgy and Bess" gira em torno das dores e paixões dos moradores de Catfish Row, com personagens como Porgy, um homem humilde e com uma deficiência física, e Bess, em busca de redenção após uma vida de provações. Canções como "Summertime", "My Man’s Gone Now" e "I Got Plenty o’ Nuttin" emergem como clássicos eternos, capturando a alma da música norte-americana.

O baixo Luiz-Ottavio Faria interpreta Porgy em todas as récitas. No papel de Bess, Latonia Moore canta nos dias 19, 21 e 27, enquanto Marly Montoni assume a personagem nos dias 20, 23, 24 e 26. Nas récitas dos dias 19, 21, 24 e 27, Bongani Kubheka interpreta Crown, Jean William será Sportin’ Life e Bette Garcés assume o papel de Clara. Já nas apresentações dos dias 20, 23 e 26, os papéis são interpretados, respectivamente, por Davi Marcondes (Crown), Carlos Eduardo Santos (Sportin’ Life) e Nubia Eunice (Clara). Michel de Souza (Jake) integra o elenco em todas as datas.

segunda-feira, 4 de agosto de 2025

.: Entrevista com Cassiana Pérola Negra, filha de Jovelina, joia rara do samba


Por 
Helder Moraes Miranda, especial para o portal Resenhando.com. Foto: Claudia Ribeiro

Filha de Jovelina Pérola Negra, Cassiana Belfort, mais conhecida como Cassiana Pérola Negra, poderia ter sido apenas “a continuação” ou a sombra respeitosa de um mito. Preferiu o risco: tirou a sandália, botou o pé no chão e fez da rua o próprio batismo artístico. Vinte anos depois daquele primeiro tributo inocente no Espírito Santo, ela grava a segunda parte de um registro audiovisual repleto de autenticidade. 

Definitivamente, ela não é a cópia da mãe, mas como intérprete de si mesma - com banjo, suor, partido alto e um público que responde no estalo da palma. Cassiana não canta por protocolo. No palco, ela mistura raiz e reinvenção, tradição e desobediência, abrindo espaço para perguntas que incomodam: o samba sobrevive ao algoritmo? Qual o limite entre herança e autonomia? Quem dita o ritmo: o tamborim ou o streaming

Recentemente, ela gravou na quadra do Império Serrano, em cuja ala das baianas Jovelina desfilava, a  segunda parte do audiovisual "Cassiana 20 Anos”, projeto contemplado no edital Fluxos Fluminense, da Secretaria do de Cultura e Economia Criativa do Estado do Rio de Janeiro. No repertório, além do repertório da própria mãe, obras de Dona Ivone Lara, Arlindo Cruz e Almir Guineto. Também foi oferecida uma oficina de banjo com o músico e Luthier Márcio Vandelei, Em entrevista exclusiva para o portal Resenhando.com, a cantora falou com a objetividade de quem canta entre o peso do nome e a leveza de ser o que se é.


Resenhando.com - Cassiana, sua carreira começou meio que sem intenção de seguir os passos de sua mãe, Jovelina Pérola Negra. Hoje, como você lida com o peso dessa herança tão forte?
Cassiana Pérola Negra - É uma benção! Uma herança única, algo inexplicável. Lido muito bem, hoje está mais tranquilo.


Resenhando.com - Você já declarou que “quem faz o artista é a rua”. Em tempos digitais, com lives e redes sociais dominando, como você vê a importância da rua e da presença física no samba e no seu trabalho?
Cassiana Pérola Negra - Eu vejo isso como algo importante, pois a presença na rede social é agregador para o nosso trabalho. Porém, para mim a rua continua sendo extremamente essencial. Na rua, você está cara a cara com o público, é mais quente. As redes sociais são um veículo de extensão. 


Resenhando.com - O samba partido alto tem uma tradição oral e coletiva muito forte. Como você enxerga o desafio de preservar essa essência em um mundo cada vez mais individualista e digitalizado?
Cassiana Pérola Negra - O desafio é grande, porém, precisamos preservar essa cultura que é do nosso povo preto, que tanto luta para manter esse vertente.  


Resenhando.com - A gravação da segunda parte do audiovisual aconteceu na quadra do Império Serrano, local onde sua mãe desfilava. Como é para você transitar entre esses dois espaços - o palco e o universo da escola de samba?
Cassiana Pérola Negra - Para mim é ótimo, pois posso eternizar os caminhos que minha mãe trilhou! 


Resenhando.com - A oficina de banjo ministrada por Márcio Vandelei reforça a importância dos instrumentos tradicionais. Como você avalia o papel do instrumental no samba hoje, especialmente para artistas jovens que talvez nunca tenham visto um banjo de perto?
Cassiana Pérola Negra - Essa oficina é essencial e importante para abrir caminhos para jovens e adolescentes conhecerem, aprofundarem e sentirem esse instrumento com som tão único e ensinado por um grande mestre e referência do ramo, chamado Márcio Vanderlei. 


Resenhando.com - Existe um estigma ou resistência em torno do samba partido alto por não ser “comercial” o suficiente? Como você encara essa percepção e o que gostaria de mudar no cenário da música popular brasileira?
Cassiana Pérola Negra - Na Música Popular Brasileira, não mudaria nada. Porém, nós trabalhamos para que o partido alto seja reconhecido como merece ser conhecido. 


Resenhando.com - Em 20 anos de carreira, qual foi o momento mais difícil de se manter fiel à sua arte e às suas raízes, mesmo diante das pressões do mercado ou da indústria?
Cassiana Pérola Negra - Nenhum, a fidelidade foi do início até hoje. É isso que eu gosto. 


Resenhando.com - Se pudesse dar um conselho para sua Cassiana de 20 anos atrás, no começo da carreira, o que seria? E qual conselho daria para os jovens sambistas que hoje começam a trilhar seu caminho?
Cassiana Pérola Negra - O conselho que eu me daria é: continue que vai valer a pena. O que eu falaria para os jovens é: estude, ame o que você faz e dedique-se! 


Resenhando.com - Olhando para o futuro, quais novos territórios musicais ou artísticos você gostaria de explorar - e o que ainda resta para ser desbravado dentro do samba para você?
Cassiana Pérola Negra - Sinto-me bem confortável onde estou. Amo o que faço.

sexta-feira, 1 de agosto de 2025

: Crítica musical: Vannick Belchior, um novo talento que surge


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto:divulgação

Santos terá a oportunidade de conhecer um pouco da obra de Vannick Belchior, filha do consagrado cantor e compositor Antonio Carlos Belchior.  Ela irá se apresentar no dia 14 de agosto a partir das 20h00 no Quintal da Veia (Rua Julio Conceição, 263 - Vila Mathias), trazendo o seu "Concerto a Palo Seco", com foco na rica obra autoral de Belchior.

Uma curiosidade: até 2020, Vannick Belchior estava muito certa de que seguiria o caminho do Direito e que cantar seria só um sonho de criança. Mas, faltando poucos meses para o mundo ganhar uma nova advogada, ela encontrou o músico Tarcísio Sardinha, velho amigo de seu pai e um dos mais experientes e admirados da cena cearense, que a convida para fazer um show. Foi o que bastou para mostrar o caminho da música para ela, que dois anos mais tarde lançaria o seu primeiro EP. Apresentações na televisão em programas como o "Altas Horas" do Serginho Groisman, serviram para mostrar que a cantora Vannick estava na área.

Nesse "Concerto a Palo Seco", Vannick traz um show mais acústico com releituras de composições consagradas, mescladas com outras canções menos conhecidas do grande público. Dessa forma ela inclui joias como "De Primeira Grandeza", que se mesclam com os conhecidos hits belchiorianos, como "Medo de Avião", "Paralelas" e "Divina Comédia Humana", entre outros. Direção musical e violões: Lu D'Sosa.

Vannick pretende levar o "Concerto a Palo Seco" em outras cidades  no segundo semestre. Para 2026, ela prepara um novo projeto ainda com foco na obra de seu pai e depois pretende investir na carreira como autora, uma coisa que vem amadurecendo aos poucos. “Quando o meu pai faleceu, que eu vi outras pessoas incessantemente regravando e cantando aquela coisa toda. Eu fiquei feliz. Eu pensei: ‘cara, ele merece. Ele merece ser cantado, ele merece estar em cada esquina com alguém cantando mesmo a música dele, a obra dele. Ele merece esse reconhecimento”. Informações sobre o show da Vannick em Santos podem ser acessadas no link https://www.bilheteriaexpress.com.br/ingressos-para-um-concerto-a-palo-seco-com-vannick-belchior-quintal-da-veia-shows-444256910214118.html

"Comentário a Respeito de John"

"De Primeira Grandeza"

"Galos Noites e Quintais"

terça-feira, 29 de julho de 2025

.: Rafael Dentini, o homem que virou Elton John, responde sem piedade


Por 
Helder Moraes Miranda, especial para o portal Resenhando.com. Foto: divulgação

Com mais de meio século de carreira, Elton John é daqueles artistas que atravessam décadas, estilos e gerações. Ícone da música pop mundial, as canções dele embalaram amores, despedidas e revoluções pessoais - e ainda seguem ecoando, mesmo para quem nasceu muito depois de "Your Song" tocar pela primeira vez nas rádios. Na próxima sexta-feira, dia 1º de agosto, a Arena Tatuapé recebe o espetáculo "Tributo a Elton John by Rafael Dentini", considerado o maior da América Latina. 

Mais que um cover, Rafael Dentini mergulha na alma artística de Elton com voz, figurino, carisma e - principalmente - respeito. Nesta entrevista exclusiva para o Resenhando.com, Rafael fala sobre a trajetória, o que significa interpretar um ícone vivo, os desafios de não virar uma caricatura e os bastidores de um tributo feito com paixão, intensidade e muito glitter.

Resenhando.com - Rafael, a semelhança vocal com Elton John é impressionante, mas como você trabalha para ir além da imitação e trazer sua própria identidade artística para o palco?
Rafael Dentini - A minha voz natural, tanto falando quanto cantando outras músicas, normalmente não se assemelha à do Elton John. Mas para fazer esse tributo, estudei bastante. Foi um longo processo até entender a dinâmica e o jeito dele de cantar e falar. Por ser britânico, ele tem particularidades no inglês que são diferentes do inglês americano, o que influencia muito a forma de pronunciar as palavras. Ainda hoje continuo estudando bastante, e conforme avanço, descobri novas nuances e formas de cantar, ajustando minha voz para me aproximar mais do timbre dele. Tudo isso, somado ao figurino, ao visual do show e à produção como um todo, contribui para criar essa semelhança - fruto de muito estudo. A voz do Elton John também mudou bastante ao longo da carreira, então procurei focar no período em que ela mais se parecia com a minha, que foi nos anos 70 e início dos 80. Esse recorte me permitiu chegar mais próximo da essência dele. Foi um processo longo, mas muito divertido.


Resenhando.com - Em meio a figurinos e performances que marcaram gerações, qual foi o maior desafio que você encontrou para equilibrar espetáculo visual e autenticidade musical?
Rafael Dentini - O maior desafio foi, além de cantar e tocar músicas com alto grau de dificuldade técnica, incorporar a performance visual. Reproduzir os figurinos, os gestos e o comportamento de palco do Elton John - especialmente nos anos 70 - exigiu bastante. Ele era extremamente performático: subia no piano, corria pelo palco, interagia o tempo todo, tudo isso sem perder a qualidade musical. Para mim, o mais desafiador foi unir todos esses elementos de forma natural, reproduzindo cada performance com intensidade e fidelidade.


Resenhando.com - Elton John é conhecido por sua vulnerabilidade e personalidade multifacetada. Como você incorpora essa complexidade emocional na sua performance, especialmente para um público que já conhece tão bem o original?
Rafael Dentini - Desde o início, fiz questão de deixar claro que o show é de fã para fã. Eu não sou o Elton John, nem quero ser ele. O que busco é homenageá-lo da melhor forma possível. Me colocar no lugar do fã, ao lado de quem está assistindo, cria uma conexão muito especial. Todos ali reconhecem a importância e a relevância que Elton John tem em suas vidas. As músicas falam diretamente ao coração das pessoas, despertam lembranças e emoções. Isso tudo constrói um ambiente muito emocionante e cria uma conexão verdadeira entre a banda e o público.


Resenhando.com - A música de Elton John atravessa gerações. Qual história pessoal ou reação do público mais te marcou em algum show seu?
Rafael Dentini - Um momento que me marcou profundamente foi em um show, ao final, quando fui tirar fotos com o público. Uma senhora estava muito emocionada. Chorando bastante, ela se apresentou e disse que tinha 92 anos e quase não saía mais de casa, mas que o grande sonho da vida dela era ver um show do Elton John - algo que nunca conseguiu realizar. Quando soube do nosso show, decidiu ir. E para ela, aquela experiência foi tão significativa que disse que, a partir daquele momento, poderia morrer feliz. Histórias como essa nos tocam profundamente e dão ainda mais sentido a tudo o que fazemos.


Resenhando.com - O tributo é “feito por fãs e para fãs”. Como você lida com as expectativas do público mais tradicional versus os novos fãs que talvez conheçam Elton John apenas por memes ou redes sociais?
Rafael Dentini - O Elton John tem um público muito amplo e diverso, porque ele também é um artista que está sempre se renovando. É o único que conseguiu emplacar sucessos no topo das paradas por cinco décadas consecutivas. Fazer um show de no máximo duas horas tentando representar toda essa carreira é um grande desafio. Por isso, montamos o repertório com base no público que estará presente, escolhendo as músicas que acreditamos que irão tocar mais as pessoas naquele momento. O público costuma se entregar muito, canta, dança e se emociona... A conexão acontece de forma muito natural e espontânea, impulsionada pelos grandes hits e pelas músicas que marcaram a trajetória do Elton John.


Resenhando.com - Você acredita que um tributo pode ser considerado uma forma legítima de arte, ou ele está sempre à sombra do artista original?
Rafael Dentini - Acredito que um tributo pode levar a mensagem e a música de um artista para lugares e pessoas que nunca tiveram a oportunidade de vê-lo ao vivo. Encaro o tributo como um grande espetáculo musical, quase como uma peça de teatro, como acontece na Broadway, onde se reproduzem obras de outros autores. Orquestas tocam sinfonías de Beethoven, de Bach... E eu estou ali, fazendo a minha representação de um artista que considero um dos maiores músicos que já existiram. 


Resenhando.com - Qual o seu papel nesse diálogo entre homenagem e criação?
Rafael Dentini - Continuar o legado de Elton John, especialmente agora que ele encerrou as turnês, é uma forma de manter viva sua música e levá-la ao maior número possível de pessoas.

Resenhando.com - Em um mundo cada vez mais digital e efêmero, que papel você acha que a música ao vivo, especialmente tributos como o seu, tem para manter viva a memória de artistas lendários?
Rafael Dentini - Estar presente em um show, vivenciar a experiência ao vivo, muda completamente a forma como sentimos a música. Música é sentimento. E ali, além da música, há o visual, a iluminação, os detalhes pensados para emocionar e transmitir a essência do show original. Essa troca entre o público e a banda eleva a experiência a um nível que nenhuma gravação consegue alcançar. Isso é fundamental para manter viva a chama, especialmente porque o Elton John sempre transmitiu essa energia contagiante aos fãs.


Resenhando.com - Se pudesse sentar para uma conversa franca com Elton John, o que você gostaria de perguntar ou dizer para ele sobre o que representa seu trabalho como tributo?
Rafael Dentini - Se eu tivesse a chance de estar frente a frente com o Elton John, a primeira coisa que faria seria agradecer por tudo que ele representa para mim e pela influência que teve na minha vida. Também mostraria o trabalho que faço no Brasil em homenagem a ele. De resto, não teria nada muito programado... deixaria o momento guiar a conversa, falaria o que sentisse vontade ali na hora. Acho que seria algo muito natural e espontâneo.


Resenhando.com - Seu repertório inclui os clássicos que todos amam, mas há alguma música menos conhecida de Elton que você sente que deveria ganhar mais destaque nos shows?
Rafael Dentini - Nosso repertório é baseado nas músicas mais famosas do Elton John no Brasil, especialmente aquelas que tocaram em novelas e fizeram muito sucesso por aqui. São canções que marcaram épocas e momentos importantes na vida de quem vai ao show. Sempre incluímos alguma surpresa também - uma música menos conhecida, seja por satisfação pessoal ou para apresentar ao público outras obras do Elton que talvez ainda não conheçam. Escolher uma agora seria difícil, porque sempre trazemos algo diferente para renovar a energia do espetáculo.


Resenhando.com - Pensando na sua trajetória, qual foi o momento em que você percebeu que não estava apenas reproduzindo uma voz, mas contando uma história, uma vida, através da música de Elton John?
Rafael Dentini - Acredito que percebi o verdadeiro impacto do show já na estreia. Quando acabou, vi a reação do público, os comentários, os abraços sinceros. Muitos fãs de Elton John vieram falar comigo, dizendo o quanto acharam bonito e emocionante o tributo. A aceitação ali, no momento do show, e a repercussão on-line me trouxeram uma paz muito grande. Eu tinha muito receio de não estar à altura do que o Elton John representa. Mas perceber que consegui transmitir ao menos um pouco da sua essência ao público foi o que me deu a motivação e a certeza de que estou no caminho certo - e que devo continuar levando essa homenagem adiante.


segunda-feira, 28 de julho de 2025

.: Música: Marisa Monte surpreende e anuncia turnê com orquestra sinfônica


"Marisa Monte une sua voz à força de uma orquestra sinfônica em 'Phonica': um encontro inesquecível entre o popular e o erudito. Foto: Leo Aversa

"Phonica - Marisa Monte & Orquestra Ao Vivo" é a primeira turnê de Marisa Monte com banda e orquestra sinfônica formada por 55 músicos especialmente selecionados, sob regência do maestro André Bachur. Em parceria com a T4F, o espetáculo passará por seis cidades brasileiras, com apresentações marcadas para: Belo Horizonte (18 de outubro, no Parque Ecológico da Pampulha), Rio de Janeiro (1º de novembro, na Brava Arena Jockey), São Paulo (8 de novembro, no Parque Ibirapuera), Curitiba (15 de novembro, na Pedreira Paulo Leminski), Brasília (29 de novembro, no Gramado do Eixo Cultural Ibero-Americano) e Porto Alegre (6 de dezembro, no Parque Harmonia). Os ingressos estarão à venda exclusivamente pelo site www.ticketsforfun.com.br. Mais informações serão divulgadas em breve.

O projeto tem patrocínio da Shell e conta com a realização da T4F e parceiros locais em cada cidade. A proposta do espetáculo é unir o popular ao erudito, criando uma experiência sonora única com arranjos complexos e grande riqueza musical. A banda que acompanha Marisa Monte é formada por Dadi Carvalho (violão e guitarra), Pupillo (bateria), Alberto Continentino (baixo) e Pedrinho da Serrinha (cavaquinho e percussão).

A Orquestra Sinfônica é composta por músicos de destaque nacional, entre eles nomes como Priscila Rato, Willian Gizzi, Paloma Pitaya, Beatriz Rodrigues e diversos outros nas seções de cordas, sopros, metais, harpa, percussão, piano e acordeon. A regência é assinada por André Bachur, regente e instrumentista paulistano conhecido pela versatilidade e atuação em importantes formações orquestrais do país, como a Orquestra Sinfônica da USP (OSUSP), Orquestra do Theatro São Pedro, Orquestra Moderna e Orquestra da Universidade Federal da Paraíba.

"Ao longo dos anos, tive algumas chances de cantar com orquestras, tanto no Brasil quanto no exterior. Foram experiências extraordinárias, emocionantes e inesquecíveis. A interação entre os músicos no palco, a complexidade dos arranjos e a combinação de técnica com a emoção fizeram desses concertos experiências verdadeiramente mágicas". Para esta série especial de seis shows, a artista se uniu novamente ao maestro André Bachur, com quem já havia trabalhado no concerto de comemoração dos 90 anos da USP. “Selecionamos músicos virtuosos das melhores orquestras do país. Junto com minha banda, unimos o popular ao erudito para interpretar clássicos, criando mais uma experiência transcendental”, afirma a cantora Marisa Monte.

"É uma imensa alegria poder participar deste projeto e estar no palco novamente com essa grande artista que admiro desde sempre. O encontro entre Marisa e a Orquestra Sinfônica promete, mais uma vez, uma energia arrebatadora, repleta de ritmos, cores e nuances musicais", destaca o maestro André Bachur. Ele afirma ainda que cada apresentação será única, emocionante e inesquecível para todos os envolvidos.

"Marisa Monte é uma das artistas mais importantes da música brasileira e que vem atravessando gerações com a mesma força, sensibilidade e relevância. Produzir seus shows ao lado de uma orquestra, em parques e lugares que carregam memória e beleza, é mais do que realizar um espetáculo: é construir experiências que tocam profundamente quem assiste e quem faz",  afirma Maitê Quartucci, Head Artístico Nacional da T4F. 

As apresentações contarão com apoios e parcerias locais: em Belo Horizonte, apoio da Shell e parceria da Ímpar Shows; no Rio de Janeiro, apoio da Shell; em São Paulo, patrocínio da Shell e parcerias de mídia com Nova Brasil FM, Alpha FM e Eletromídia; em Curitiba, apoio da Shell; em Brasília, apoio da Shell e parceria da OH! Artes; em Porto Alegre, apoio da Shell, parcerias de mídia com Imobi e Eletromídia, promoção da 102 FM e parceria da Maia Entretenimento.


Serviço
Show "Phonica - Marisa Monte & Orquestra Ao Vivo"
Ingressos em: www.ticketsforfun.com.br
Belo Horizonte - 18 de outubro - Parque Ecológico da Pampulha
Rio de Janeiro - 1° de novembro - Brava Arena Jockey
São Paulo - 8 de novembro - Parque Ibirapuera
Curitiba - 15 de novembro - Pedreira Paulo Leminski
Brasília - 29 de novembro - Gramado do Eixo Cultural Ibero-Americano
Porto Alegre - 6 de dezembro - Parque Harmonia
Patrocínio: Shell

sexta-feira, 25 de julho de 2025

.: Concerto: pianista Antonio Vaz Lemes une clássico e moderno em "Piano Solo"


O pianista Antonio Vaz Lemes utiliza exemplos de obras conhecidas para falar sobre música e convida o público a improvisar e experimentar o pensamento musical. Foto: Andre Moreira

Pianista paulistano, Antonio Vaz Lemes apresenta neste sábado, dia 26 de julho, às 20h00, no Sesc Santos, a aula-espetáculo "Piano Solo", que traz ao público um repertório em que o clássico e o contemporâneo se misturam. Também conhecido pelo canal PianoqueToca, ele apresenta um repertório que mistura temas de games de Koji Kondo, Nobuo Uematsu, Yu Peng-Chen, David Wise, com peças dos clássicos Debussy, Prokofiev, Brahms, Phillip Glass. 

A partir das semelhanças entre características das peças, o repertório dialoga entre os gêneros, levando a uma percepção profunda da experiência musical. A apresentação é gratuita, com retirada de ingressos, e integra a programação do projeto VEM - Venha Experimentar Música. O objetivo é proporcionar as múltiplas possibilidades no universo musical. Programação completa em sescsp.org.br/vem.

Neste encontro a música e o piano são meios de expressão e comunicação com a plateia. O repertório faz uma imersão ao universo da música instrumental. O clássico e o contemporâneo se misturam, unindo peças clássicas e temas de games. A partir das semelhanças entre caráteres das peças, o repertório dialoga entre os gêneros fluídos da linguagem musical, conduzindo o público a uma percepção profunda da experiência musical.

Pianista, professor e comunicador, o paulistano Antonio Vaz Lemes tem como sua missão maior, a ampla democratização do acesso a música clássica tem se concretizado nas redes sociais, através de seu canal PianoQueToca. Abordando temas de filmes, séries, animes, games, música brasileira, e relacionando-os a sentimentos e valores humanos, o canal também conecta seu público as obras dos grandes compositores da história da música clássica.


Serviço
Aula-espetáculo "Piano Solo", com Antonio Vaz Lemes
Sábado, dia 26 de julho, às 20h00
Grátis. Retirada de ingressos uma hora antes.
Área de convivência do Sesc Santos
Autoclassificação: livre

Sesc Santos
Rua Conselheiro Ribas, 136, Aparecida
(13) 3278-9800
Site do Sesc Santos
Instagram. Facebook. @sescsantos

.: "Madman" e "Príncipe das Trevas": Ozzy Osbourne, o legado permanece


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: divulgação 

É impossível dimensionar a importância de Ozzy Osbourne na história do rock, que faleceu aos 76 anos no dia 22. Ele não só ajudou a moldar as bases do que se convencionaria chamar de heavy metal, como ainda se tornou um dos vocalistas mais emblemáticos do mundo do rock.

Como integrante fundador do Black Sabbath, Ozzy ajudou a produzir discos antológicos que até hoje influenciam roqueiros iniciantes. Após sair da banda, em 1979, iniciou um bem sucedida carreira solo, que também emplacou momentos antológicos, como o seminal álbum de estreia, "Blizzard Of Ozz".

É certo que sua saída do Black Sabbath não ocorreu de forma normal. Seus excessos no uso de entorpecentes e bebida alcoólica não podiam mais ser tolerados e por isso os demais integrantes decidiram demitir Ozzy. Mesmo na carreira solo, Ozzy dava sinais de que não havia abandonado a fama de maluco. Era chamado de "Madman".

Colecionou várias lendas e fatos verídicos, como a mordida acidental em um morcego, que ele pensou ser de mentira durante um show ao vivo. Esteve em 1985 na primeira edição do Rock In Rio e contribuiu para a solidificação do estilo heavy metal. Mas é preciso ressaltar a performance dele ao vivo. Tinha um incrível poder de interpretação vocal, que justificava a sua fama de "Príncipe das Trevas".

Nos últimos anos enfrentava sérios problemas de saúde, agravados pelo mal de Parkinson. No recente concerto "Back to The Begininng", que se tornou a última performance dele ao vivo, ele se apresentou sentado em uma poltrona.

Mas engana-se quem imaginou uma performance abaixo da expectativa neste show. O "Madman" foi simplesmente magnífico na sua performance, inclusive com os integrantes originais do Black Sabbath. Se era para ser uma despedida, ela foi feita com louvor. Ozzy deixa um legado importante e insuperável para as futuras gerações de músicos e admiradores do rock em geral.

"Crazy Train"

"Mr. Crowley"

"Mama I´m Coming Home"

quinta-feira, 24 de julho de 2025

.: Entrevista: Claudio Lacerda fala sobre cantar a roça em tempos de algoritmo


Por 
Helder Moraes Miranda, especial para o portal Resenhando.com. Foto: Aline Grego

Em uma era em que os algoritmos decidem o que vale a pena ouvir, um show que se propõe a reviver a música de raiz soa como um manifesto. No próximo dia 14 de agosto, no Centro Cultural São Paulo, Cláudio Lacerda se une a Rodrigo Zanc para lançar o EP "Tributo a Pena Branca e Xavantinho" - um projeto que surgiu do afeto, atravessou o luto e chegou ao palco como resistência.

A apresentação celebra uma dupla que marcou a história da música brasileira com voz, viola e verdade. Mas por trás do repertório que passeia por Patativa do Assaré, Rolando Boldrin e Chico Buarque, há um gesto político e poético: o de lembrar que o Brasil ainda pulsa no interior, nos causos, nos bois de chifre e nas janelas sem vidro que abrem para a paisagem da memória.

Em entrevista exclusiva para o Resenhando.com Cláudio Lacerda - cantor, compositor e defensor incansável da cultura caipira - fala sobre o espetáculo, o peso simbólico de homenagear Pena Branca, e os dilemas de cantar o campo em um país que insiste em asfaltar a própria história.


Resenhando.com - Depois de cantar ao lado de Pena Branca em sua última apresentação em vida, vocês se tornaram guardiões involuntários de um legado. Quando é que a homenagem deixa de ser reverência e começa a virar responsabilidade sufocante?
Cláudio Lacerda - Entendemos que de certa forma a responsabilidade seja grande, mas não chega a ser sufocante pois além da gente, muitos outros artistas trabalham para preservar e valorizar a obra de Pena Branca e Xavantinho. Somos apenas mais dois artistas que têm consciência da importância do legado deles.


Resenhando.com - Em tempos de algoritmos que premiam o descartável, lançar um EP com “Triste Berrante” e “Chuá Chuá” é quase um ato subversivo. Vocês acham que a música de raiz ainda tem chance de furar a bolha digital - ou está condenada ao rodapé da memória nacional?
Cláudio Lacerda - Adorei o subversivo! É improvável furar a bolha digital. O consumo de música, de cultura, está muito condicionado ao mainstream. Infelizmente é a realidade. Mas ainda são muitos os festivais de viola, são muitas as orquestras de viola e artistas queridos pela população nas cidades pequenas. Podemos ser rodapé, mas um rodapé que nunca vai sair de moda.


Resenhando.com - Pena Branca e Xavantinho sempre falaram do Brasil profundo. Como é lidar com esse Brasil hoje, onde o campo virou sinônimo de disputa política e o sertão, de esquecimento?
Cláudio Lacerda - Sim, sempre. Tanto que em todos os discos da dupla havia sempre ao menos uma Folia de Reis. Nos grandes centros é raro, mas as folias, congadas, jongos, as expressões populares têm sido vistas mais frequentemente nos rincões do Brasil. Pesquisadores como o Professor Ivan Vilela da USP também confirmam isso, o que nos enche de esperança.


Resenhando.com - Quando vocês sobem ao palco e tocam “Cálix Bento”, estão em busca de quê: fé, redenção ou apenas silêncio respeitoso da plateia?
Cláudio Lacerda - Acredito que estamos em busca da união da gente com o público, no sentido de comemorarmos a nossa cultura, que é rica, que é linda, e nos enche de orgulho e pertencimento. Andar com fé...sempre!


Resenhando.com - “Cio da Terra” e “Vide, Vida Marvada” são músicas que choram por dentro. Que dor do Brasil vocês ainda não conseguiram cantar?
Cláudio Lacerda - A dor mais “dilurida” hoje em nosso país é a desunião e polarização política. A música de Pena e Xavantinho suaviza e ajuda a mitigar essa segregação. A arte cura!


Resenhando.com - Já que o show nasce de uma despedida abrupta, me digam com franqueza: o que ficou engasgado naquele último encontro com Pena Branca?
Cláudio Lacerda - Pena Branca era um ser humano extremamente simples e gentil. Aquela noite fluiu docemente com sua presença. O que lamentamos foi não podermos ter realizado outras apresentações com ele. Foi tudo lindo.


Resenhando.com - Se Xavantinho estivesse vivo, o que ele detestaria no projeto de vocês — e o que, talvez, elogiasse com um meio sorriso?
Cláudio Lacerda - Não acredito que ele detestaria nada não. Provavelmente ele ficaria muito feliz em ver seus antigos companheiros com a gente. Falo dos músicos incríveis que o acompanhavam, e de quem somos muito amigos: Ricardo Zoyo, Priscila Brigante, Ana Rodrigues e Ed Graballos. E acho que ele elogiaria a inclusão da canção “Bandeira do Divino” do Ivan Lins e Victor Martins, que eles não cantavam. É uma folia mais moderna digamos, sabemos, mas eles eram mestres em fazer adaptações de canções da MPB para uma versão regionalista.


Resenhando.com - Vocês são músicos que resistem à pasteurização do sertanejo universitário. Como é manter a dignidade artística em um país onde o som do berrante foi trocado por um beat de TikTok?
Cláudio Lacerda - A dignidade é fácil de manter, pois a gente ama a cultura popular. Não é oportunismo ou estratégia. A gente gosta de verdade. Cada um com sua consciência!


Resenhando.com - Existe espaço para melodia sem maquiagem em um mundo que venera a estética autotune? Vocês já se sentiram tentados a trair a simplicidade por uns likes a mais?
Cláudio Lacerda - Somos totalmente contra o uso de VS (playback) em shows. Para ouvir músicos tocando de verdade, sem maquiagem, vão lá assistir a gente dia 14 de agosto no CCSP!


Resenhando.com - E se a alma caipira fosse, de fato, um espírito: onde ela ainda habita neste país rachado entre o concreto e o agronegócio?
Cláudio Lacerda - A alma caipira é um espírito sim, e muito presente por sinal na Paulistânia (área de aculturamento bandeirante). E esse espírito jamais será extinto. Se depender da gente e de um mundão de artistas, há de imperar.


Dia 14 de agosto, no Centro Cultural São Paulo, Cláudio Lacerda se une a Rodrigo Zanc para lançar o EP "Tributo a Pena Branca e Xavantinho". Foto: Adriano Rosa


Serviço
Tributo a Pena Branca e Xavantinho - com Cláudio Lacerda e Rodrigo Zanc
Centro Cultural São Paulo - Sala Adoniran Barbosa
Quinta-feira, dia 14 de agosto de 2025
Às 19h00 (duração: 90 minutos)
Rua Vergueiro, 1000 - Paraíso / São Paulo
Ao lado da Estação Vergueiro do Metrô
Entrada gratuita | Classificação: livre
Capacidade: 400 lugares (chegue cedo, sujeito à lotação)
Saiba mais: @claudiolacerdaoficial | @rodrigozanc

.: Carrossel de Baco celebra 20 anos com show gratuito no Sesc dia 30


Banda Carrossel de Baco se apresenta dia 30 de julho no palco do Sesc Santos. Foto: divulgação

A energia contagiante da cultura caiçara, somada à força da poesia popular e à irreverência da música contemporânea brasileira, vai tomar conta do palco do Sesc Santos, no dia 30 de julho, às 20h00, com o show especial de 20 anos da banda Carrossel de Baco. A apresentação é gratuita e os ingressos estarão disponíveis 1h antes para a retirada na bilheteria local.

Nascida na bacia de Santos e liderada pelo multifacetado Danilo Nunes - cantor, compositor, ator e diretor teatral - a Carrossel de Baco une música, teatro, dança e poesia numa experiência sensorial e coletiva. A sessão é acompanhada pelos músicos: Anderson KB (bateria e backing vocal), Daniel Simonian (Guitarra), Edson Kbeça (Percussão), Paulo Faria (Baixo) e Rei Vieira (Teclado).

Com uma trajetória marcada pela ousadia criativa e pelo compromisso com as raízes culturais brasileiras, o grupo celebra duas décadas de reinvenção e resistência, com um espetáculo que promete encantar o público com sua sonoridade única e performance arrebatadora. No repertório, canções regionais como "Ciranda do Mar", de Zéllus Machado, "Mamão com Açúcar", de Jair de Freitas, e "Esperança", de Danilo Nunes - respectivamente integraram os discos de 2010, 2015 e 2019 da banda.

São composições autorais e parcerias que transitam entre o samba de roda, o maracatu, o xote e referências da Tropicália, tudo permeado por uma estética contemporânea que transforma cada apresentação em uma grande celebração.

Inspirada no Movimento Caiçara Contemporâneo, a banda eletrifica os sons tradicionais do litoral paulista sem perder sua essência, criando uma linguagem própria que ecoa de forma potente por todo o país. Danilo Nunes, à frente da formação, imprime sua marca cênica ao espetáculo — herança de seu trabalho com o grupo Teatro do Pé — em performances que misturam corpo, voz e poesia com intensidade visceral.

A apresentação no Sesc Santos faz parte da turnê comemorativa de 20 anos do grupo, levando sua “esbórnia” sonora e visual aos palcos do Brasil. Mais do que um show, o Carrossel de Baco convida o público a entrar na roda, celebrar, dançar e ser parte viva da festa.


Serviço
Carrossel de Baco - Turnê 20 Anos
Quarta-feira, dia 30 de julho de 2025
Horário: 20h00
Local: Sesc Santos – Rua Conselheiro Ribas, 136 – Santos/SP
Informações: https://www.sescsp.org.br/programacao/carrossel-de-baco-20-anos/

quarta-feira, 23 de julho de 2025

.: Spotify lança roteiro inédito pelos marcos históricos dos Racionais MC's


Campanha global da plataforma celebra a força dos fandoms e ganha versão brasileira em parceria com Guia Negro, reforçando o compromisso do Spotify com a cultura local


O Spotify acaba de lançar “Caminhos Racionais”, uma experiência imersiva que transforma marcos da história dos Racionais MC’s em pontos de visitação. Criado em parceria com o Guia Negro, plataforma especializada em turismo afrocentrado, o projeto convida fãs a revisitarem a trajetória do grupo através de dois roteiros autoguiados por São Paulo — um pela Zona Sul (Capão Redondo, Jardim São Luís, Vila Fundão) e outro pela Zona Norte (Tucuruvi, Vila Mazzei).

Cada parada foi escolhida com base no vínculo com fãs e integrantes do grupo, reunindo locais como a casa da mãe de KL Jay, o grafite no metrô Capão Redondo, a barbearia de Mano Brown, bibliotecas que viraram capas de discos e campos de futebol que inspiraram letras. O roteiro será distribuído em formato de fanzine impresso, enviado a superfãs selecionados, e também em versão digital gratuita que pode ser acessada neste link. 


Uma campanha sobre fãs, para fãs e feita com fãs
Na sua edição brasileira, o projeto ganhou contornos únicos com retratos vibrantes de fandoms locais de Racionais MC’s, Tasha & Tracie, Ana Castela e Lady Gaga, que ocuparam outdoors em pontos icônicos de São Paulo e Rio de Janeiro, como Estação da Luz e Gávea. A ação com a cantora americana, aliás, foi tão potente que foi exportada também para os Estados Unidos e Canadá.

Presença local refletida em colaborações culturais diversas
A nova iniciativa com os Racionais MC’s se soma a uma série de colaborações recentes que surgiram em diferentes contextos culturais e regionais no Brasil. Desenvolvido em parceria com o Guia Negro e co-criado com fãs, o projeto mapeia locais ligados à trajetória do grupo, com foco em bairros das zonas Sul e Norte de São Paulo.

No início do ano, o Spotify lançou uma campanha dedicada ao pagode, com destaques editoriais, conteúdos originais e uma colaboração com o Quintal dos Prettos, em São Paulo. Em junho, a plataforma marcou presença no São João de Caruaru, em Pernambuco, com ativações voltadas para gêneros como arrocha e piseiro. Essas ações contribuíram para dar mais visibilidade a cenas e artistas locais, tanto dentro quanto fora do aplicativo.

Em vez de seguir uma linha única de atuação, esses projetos refletem a variedade de caminhos pelos quais as comunidades de fãs e os movimentos musicais locais têm moldado momentos culturais no país.

segunda-feira, 21 de julho de 2025

.: Preta Gil: a trajetória multifacetada e o legado que transcende gerações


Preta Gil, a voz que rompeu barreiras e coloriu a cultura brasileira com coragem e autenticidade. Foto: Globo/ Maurício Fidalgo

A morte precoce de Preta Gil aos 50 anos representa um momento de profunda tristeza para a cultura brasileira. Filha do músico Gilberto Gil e da empresária Sandra Gadelha, Preta nunca se deixou limitar pelo peso de um sobrenome histórico. Pelo contrário, criou uma carreira multifacetada, em que a música, a atuação, o ativismo e o empreendedorismo se entrelaçaram para compor a singularidade de sua obra e personalidade.

Preta Maria Gadelha Gil Moreira nasceu no Rio de Janeiro em 8 de agosto de 1974, em um momento histórico singular - dois anos depois do retorno de seu pai do exílio na ditadura militar. O nome da artista carrega a simbologia da resistência: o tabelião que se recusou a registrar apenas “Preta” como nome próprio impôs a inclusão de “Maria”, uma marca das barreiras sociais e raciais que atravessaram sua vida.

Antes de se lançar como cantora, Preta Gil trabalhou nos bastidores da indústria musical, com destaque para a direção de videoclipes de artistas consagradas como Ivete Sangalo e Ana Carolina. O ingresso na carreira artística foi aos 28 anos, com o álbum "Prêt-à-Porter" (2003), cuja capa em que posou nua, fotografada por Vania Toledo, simbolizava um renascimento pessoal e artístico. Apesar da repercussão da imagem, a cantora sempre reforçou que o foco deveria ser a música e a arte, e não o impacto midiático.

A discografia de Preta Gil reúne quatro álbuns de estúdio - "Prêt-à-Porter" (2003), "Preta" (2005), "Sou Como Sou" (2012) e "Todas as Cores" (2017) - que exploram temas como identidade, amor, diversidade e autoaceitação. Além disso, atuou no teatro, televisão e internet, mostrando versatilidade e capacidade de diálogo com diferentes públicos. A experiência como atriz inclui personagens marcantes, como a vilã Helga na novela "Caminhos do Coração" (2007), e o monólogo "Mais Preta que Nunca!" (2019), que consolidou sua presença nos palcos. 

Em televisão, destacou-se como apresentadora e comentarista, aproximando-se ainda mais do público. No carnaval, lançou e consolidou o Bloco da Preta, evento que reuniu multidões e se tornou referência de celebração da diversidade e da cultura popular. Em 2017, Preta Gil cofundou a agência Mynd, que revolucionou o marketing de influência, a gestão de imagem e o entretenimento no Brasil. Com clientes de peso como Natura, Coca-Cola, Itaú e até o "Big Brother Brasil".

Em 2023, Preta Gil revelou seu diagnóstico de câncer no intestino, enfrentando a doença com transparência e coragem. Sua experiência pública contribuiu para desmistificar o tema e fortalecer o diálogo sobre saúde, superação e acolhimento. Além disso, a postura aberta dela em relação à bissexualidade e pansexualidade, bem como o ativismo em defesa dos direitos LGBTQIA+, consolidaram sua posição como uma das vozes mais importantes na luta pela diversidade e pela inclusão no Brasil.

A morte de Preta Gil não significa o fim de sua presença na cultura brasileira. Pelo contrário, a artista e empresária legou um acervo rico e plural que exige cuidado, respeito e compromisso para ser preservado e potencializado. O legado dela é um convite para que a memória cultural do país se fortaleça, reconhecendo a importância de artistas que, como ela, romperam barreiras e abriram espaços.

sexta-feira, 18 de julho de 2025

.: Crítica musical: Beto Viana estreia com a "Matriz Infinita do Sonho"


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: Flora Negri

"Matriz Infinita do Sonho" é o nome do disco de estreia do músico pernambucano Beto Viana. Um trabalho de camadas interessantes e aparentemente simples nas composições, que traz novo frescor para a MPB. Segundo o autor, o trabalho é sobre como todos carregamos em nós a possibilidade e a necessidade de sonhar, a capacidade de criar mundos dentro do mundo, que é o ofício do compositor e do artista em geral. "Matriz Infinita do Sonho" é um verso de Joaquim Cardozo que se encontra no seu poema "Visão do Último Trem Subindo ao Céu", a quem o disco presta homenagem.

Para lançar seu álbum de estreia, Beto abriu a gaveta onde guardava, há anos, poemas, construções melódicas e boa parte das suas inspirações. Esse material foi a matéria prima com a qual ele começou a transformar, em parceria com Negro Leo, produtor do álbum, suas construções poéticas. Da palavra sentida e escrita para a palavra cantada. As nove canções de “Matriz Infinita do Sonho” são o resultado final de um processo de criação que já duram alguns anos e que mira a visão particular e peculiar de Beto sobre o sagrado e o sensível.

“Matriz Infinita do Sonho” conta com mais de 20 profissionais da música, num trajeto que une estúdios no Rio de Janeiro, Recife e Gravatá, no Agreste pernambucano. Nomes como o Junio Barreto, que divide os vocais com Beto na música “Dandara”, além do pianista Vitor Araújo, o percussionista Gilu Amaral, o baterista Thomas Harres, Pedrinhu Junqueira e Thiago Nassif, nas guitarras, e Pedro Dantas, no baixo.


"Dandara"

"Yara do Mar"

.: "Gay HBO Max Song" de Trixie Mattel disponível nas plataformas de música


Atendendo a diversos pedidos dos fãs nas redes sociais, a HBO Max lançou a "Gay HBO Max Song", da superestrela drag e DJ Trixie Mattel, nas principais plataformas de streaming de música, para animar os dias e noites dos fãs quando quiserem.

Apresentada pela primeira vez durante o Mês do Orgulho, junto de seu videoclipe oficial, a faixa rapidamente tornou-se uma alegre celebração da comunidade LGBTQ+, com presença em diversos eventos ao redor do mundo.  O lançamento é uma homenagem à comunidade, e uma forma de manter viva a energia festiva para comemorar o Orgulho durante o ano inteiro.

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