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segunda-feira, 18 de março de 2024

.: Bon Jovi anuncia novo álbum “Forever”, com lançamento em 7 de junho


Bon Jovi
, um dos mais icônicos grupos de rock, vencedor do Grammy® e integrante do Rock and Roll Hall of Fame, continua as celebrações pelo 40º aniversário de carreira publicando “Legendary”, novo single e vídeo disponível hoje em todos os aplicativos de música. A monumental faixa nova abre o cenário para o 16º álbum de estúdio de Bon Jovi, “Forever”, que tem lançamento marcado para 7 de junho de 2024. O novo álbum está disponível para pré-venda na UMusic Store, incluindo diferentes opções de formato para os fãs.

Como parte da programação da 66ª edição do Grammy Awards®, no mês passado, Jon Bon Jovi foi escolhido Pessoa do Ano MusiCares 2024. Ele foi homenageado com um show de tributo no L.A. Convention Center, com Bruce Springsteen, Shania Twain, Melissa Etheridge, Sammy Hagar, Jason Isbell, Jelly Roll, Pat Monahan do Train e muitos outros. “Este disco é um retorno à alegria. Desde a composição, passando pelo processo de gravação, este é um Bon Jovi que aumenta o volume e se sente bem”, disse Jon Bon Jovi.

As comemorações pelo 40º aniversário de carreria do Bon Jovi continuam hoje à noite na Conferência SXSW, no Texas, quando a HULU estreia “Thank You, Goodnight: The Bon Jovi Story”. A série documental em quatro partes, que abrange toda a carreira da banda, terá sua estreia oficial na América Latina no streaming da Star+ em 26 de abril.  Esta é a primeira série documental sobre a história do grupo que foi feita com a total cooperação de todos os integrantes antigos e atuais do Bon Jovi.  A série é uma produção da ROS, marca do cineasta Gotham Chopra.


"Bon Jovi: Forever" - Tracklisting

1. "Legendary"
2. "We Made It Look Easy"
3. "Living Proof"
4. "Waves"
5. "Seeds"
6. "Kiss The Bride"
7. "The People’s House"
8. "Walls Of Jericho"
9. "I Wrote You A Song"
10. "Living In Paradis"
11. "My First Guitar"
12. "Hollow Man"

Sobre Bon Jovi
Ao longo de uma carreira ilustre de mais de três décadas, desde sua formação em 1983, o Bon Jovi conquistou seu lugar na realeza do rock mundial, no Rock & Roll Hall of Fame e no Songwriters Hall of Fame. Com mais de 130 milhões de álbuns vendidos em todo o mundo, um extenso catálogo de hinos de sucesso, milhares de shows realizados em mais de 50 países, para mais de 35 milhões de fãs, e bilheteria de mais de 1 bilhão de dólares em todo o mundo somente na última década, Bon Jovi é a banda de rock & roll por excelência. Foto: Mark Seliger.

sábado, 16 de março de 2024

.: Mayana Neiva lança o seu primeiro álbum, “Tá Tudo Aqui Dentro”


Texto de Juliana Alves

“Tá Tudo Aqui Dentro” é a síntese poético-sonora que anuncia o debut musical da multiartista Mayana Neiva. Numa prosódia lírica e autoral, a paraibana desfia o rosário de timbres contemporâneos entoados nas cores da tradição. O disco, concebido pela artista como uma reinvenção de si, propõe uma ancoragem no tempo, revisitando suas raízes em clave futurista. O Nordeste, ponto de partida e de chegada, se espraia pelas veias abertas da América e pulsa em sotaque latino. A memória é o fio que alinhava as paisagens sonoras e afetivas que se acumulam como retratos de um álbum próprio.

O cortejo se abre com o manifesto audiovisual “Cordel da Mulher Paraibana” onde a gramática sertaneja verseja na cadência do maracatu e celebra a ancestralidade feminina que ressoa flamejante na profundidade de “Flecha”. Ainda no registro da palavra encantada, o álbum traz parcerias luminosas com artistas importantes do cenário atual, como a faixa “Queima” com o compositor conterrâneo Chico César, “Dopamina” com a baiana Josyara, além da sonoridade virtuosa de Mestrinho e José Manuel.

A produção musical combina arranjos modernos com beats e sintetizadores a instrumentos orgânicos que formam um corpo sonoro em que as diferentes temporalidades se expressam por uma profusão de ritmos que variam da nostalgia tangueira ao forró pé de serra, passando pela cumbia colombiana e o bolero cubano. 

Nomes como Ylana, Yuri Queiroga, Guegué, Pupillo, Juliano Holanda e Igor de Carvalho encorpam a manufatura desse nordeste vário: infinito e ancestral, que amplifica seu dinamismo com a participação dos produtores: Naná Rizzini, Magí Batalla, Marcus Preto, Marcel e Conrado Goes. Estreante no universo da música, Mayana traz o frescor dos inícios nas tintas da artista experimentada que é, apresentando uma narrativa memorialística e moderna que mergulha fundo pra dentro de si e nos devolve a certeza de que Tá tudo ali dentro...

.: Zayn Malik retorna com “What I Am”, explorando uma nova sonoridade


O cantor, compositor, produtor, filantropo e artista com múltiplos certificados de platina Zayn Malik está lançando seu novo single “What I Am”. A canção, cheia de soul, é a primeira amostra de seu aguardadíssimo quarto álbum de estúdio, “Room Under the Stairs”, que chega em 17 de maio de 2024 via Mercury Records.

Nos últimos seis anos, Zayn vem compondo e criando o álbum em seu estúdio caseiro, na zona rural da Pensilvânia, nos EUA. Este álbum marca seu lançamento mais pessoal até o momento, refletindo onde ele está na vida e explorando as complexidades relacionadas a cura, quietude e crescimento. O artista, que domina vários gêneros, também explora um novo som, apoiando-se em seus vocais com influência da soul music, instrumentação ao vivo e lirismo.

Refletindo sobre “Room Under the Stairs”, Zayn diz: “Este é o meu álbum favorito entre os que fiz. Principalmente porque ele vem de um lugar de pura honestidade e vulnerabilidade. Eu queria que cada música parecesse assim: eu, sentado ao seu lado, dizendo como me sinto, cantando diretamente para você. É cru e despojado, o tipo de música que sempre esperei fazer”.

Ele prossegue: “Trabalhar com Dave Cobb tem sido uma experiência incrível. A maneira como ele elevou a música é inigualável. Ele fez um trabalho incrível ao me ajudar a criar esse disco. Espero que possamos levar os ouvintes em uma viagem mágica e caprichosa, e que eles gostem de ouvi-lo tanto quanto eu gostei de criá-lo”.

“Acho que o fato de estar onde eu estava naquela época, afastado de tudo e vivendo com meus próprios pensamentos, me inspirou a querer escrever algo daquele ponto de vista. Eu precisava lançar isso como um trabalho completo, é algo para mim mesmo, não apenas para o mundo”, diz Zayn.

“Room Under the Stairs” foi co-produzido por Zayn com Dave Cobb, produtor vencedor de nove prêmios Grammy (por trabalhos com Chris Stapleton, Jason Isbell, “Nasce Uma Estrela”, Brandi Carlile). Cobb se juntou ao time depois de ouvir as músicas que Zayn havia criado e ficar maravilhado com a crueza e a honestidade do material. Em uma entrevista recente à “Rolling Stone”, Cobb disse: “O que me conquistou em Zayn foi sua voz, você pode ouvir amor, perda, dor, triunfo e humanidade nela. Zayn realmente criou um universo próprio neste disco. Ele não tem medo e está falando diretamente de sua alma”.

Antes do lançamento, Zayn fez uma aparição surpresa no “The Tonight Show Starring Jimmy Fallon” para promover o single e participou como entrevistado no programa ”Hot Ones”, deixando os fãs freneticamente ansiosos por conhecer as canções mais pessoais de Zayn em toda sua carreira. Para coincidir com a pré-venda que será lançada hoje, os fãs poderão comprar duas edições especiais em vinil, uma “Studio Edition” autografada com arte de capa exclusiva, um vinil colorido em edição limitada e dois CDs — um autografado e ambos com livretos especiais, incluindo as letras.


Sobre Zayn
Zayn é um artista, compositor, produtor e filantropo com vários certificados de platina, conhecido por seus vocais poderosos em um estilo híbrido de pop e R&B. Em 2023, após dois anos sem lançar músicas originais, Zayn fez um retorno altamente esperado e emplacou um hino instantâneo de verão, “Love Like This”.

Com seu primeiro álbum solo, “Mind of Mine”, ele se tornou o primeiro artista masculino solo do Reino Unido a alcançar simultaneamente o primeiro lugar nas paradas de álbuns do Reino Unido e dos Estados Unidos — na primeira semana de lançamento. O single principal do álbum, “Pillowtalk”, alcançou o primeiro lugar em 68 países e desde então foi certificado como platina quíntupla pela RIAA.

O álbum seguinte, “Icarus Falls” (2018), foi disco de ouro;  seu sucessor, “Nobody Is Listening” (2021), recebeu a aclamação geral da crítica. Em 2022, Zayn foi convidado pelos administradores do espólio de Jimi Hendrix para criar uma nova versão de um clássico de seu repertório, “Angel”, em celebração ao 80º aniversário do legendário guitarrista. Zayn recebeu vários prêmios ao longo da carreira, incluindo Billboard Music, American Music, VMA da MTV; também recebeu duas indicações ao Brit Awards.

Além da música, Zayn segue atuando como voz em prol de mudanças positivas. Recentemente, escreveu uma carta pública ao primeiro-ministro britânico defendendo a expansão do programa de merenda escolar gratuita para crianças que vivem na pobreza no Reino Unido. Ele vai estrelar e atuar como produtor musical executivo no aguardado filme de animação “10 Lives”, ao lado de Simone Ashley, que será lançado em 2024. O aguardado quarto álbum de estúdio de Zayn, “Room Under the Stairs”, chega em 17 de maio de 2024.

Zayn Malik - "What I Am" (Official Lyric Video)



sexta-feira, 15 de março de 2024

.: A infinitude do tempo e do mar no disco de estreia de Carlos Cavallini


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

Radicado há alguns anos em Portugal, o cantor e compositor Carlos Cavallini está lançando o seu primeiro disco autoral, intitulado "O Tamanho do Tempo". Uma iniciativa na qual buscou sintetizar suas influências em um trabalho de extremo bom gosto, que aponta para novos caminhos na MPB utilizando o seu cotidiano como principal fonte de inspiração.

Dono de uma voz suave e afinada, Cavallini mostra um tipo de interpretação no estilo cool, em que a mensagem transmitida nas letras oferece momentos de reflexão para o ouvinte. A faixa "Nem Todo Mundo" exemplifica o tipo de mensagem que ele deseja passar: “...Nem todo mundo acredita/ No mesmo Deus que você/Nem todo mundo precisa acreditar...”.

Na faixa "Natureza" se destacam os sopros suaves nos arranjos de trompete e flugelhorn de Aquiles Moraes. E uma letra com mensagem simples e pertinente, lembrando que todos nós fazemos parte da natureza. Na faixa "Sempre Mar", Cavallini procurar ilustrar para o ouvinte o que representa o mar em sua poesia, de uma forma conectada com a paisagem da natureza que ele observa atualmente em terras portuguesas. O resultado ficou acima da média.

O álbum foi produzido por Domenico Lancellotti e Ricardo Dias Gomes, que também fizeram arranjos e contribuíram instrumentalmente no projeto. Além disso, conta com colaborações de músicos de destaque como Pedro Sá, João Erbetta, Davi Moraes, Aquiles Moraes e Jonas Sá. A acordeonista, cantora e compositora Celina da Piedade, participa de uma das faixas do disco.

Cavallini estuda Etnomusicologia na Universidade Nova de Lisboa e prepara-se agora para a sua estreia no panorama musical. "O Tamanho do Tempo" é um mergulho na riqueza da música brasileira, refletindo uma diversidade de influências musicais. Um começo e tanto para um iniciante.

"Nem Todo Mundo"

"Sempre Mar"

"Natureza"

.: Bate-papo musical "A Mulher por Trás da Canção" é destaque no Sesc Santos


Bate-papo musical "A Mulher por Trás da Canção" traz ao palco histórias das canções da MPB com nomes femininos, neste sábado, dia 16 de março. Foto: Cesar Sartori
 

Neste sábado, dia 16 de março, às 20h00, a cantora e escritora Rosane Queiroz e o pianista Mario Margarido apresentam o bate-papo musical "A Mulher por Trás da Canção", no auditório do Sesc Santos. Baseado no livro “Musas e Músicas - A Mulher por Trás da Canção”, de Rosane Queiroz, lançado pela editora Tinta Negra, o bate-papo musical leva o público a um passeio pelas histórias das canções da MPB com nomes femininos, revelando quem são mulheres inspiradoras de músicas como "Lígia" (Tom Jobim), "Drão" (Giberto Gil), "Tigresa" (Caetano Veloso), "Anna Júlia" (Los Hermanos), entre muitas outras. 

Além da conversa com o público, a autora do livro, Rosane Queiroz, acompanhada do pianista Mario Margarido, canta 12 músicas que estão presentes no livro. Ingressos à venda: R$ 10,00 (credencial plena), R$ 15,00 (meia) e R$ 30,00 (inteira). Livre: autoclassificação. 


Sobre Rosane Queiroz
Jornalista, escritora e cantora, Rosane Queiroz trabalhou 15 anos na editora Globo. Foi editora da revista Marie Claire e da revista de bordo da Gol. Atualmente colabora com diversas publicações, entre elas a Folha de S.Paulo. É autora de "Só-Dores e Delícias de Morar Sozinha" (editora Globo Livros) e “Musas e Músicas - A Mulher por Trás da Canção” (editora Tinta Negra).


Sobre Mario Margarido
Pianista, produtor e arranjador, Mário Margarido estudou composição e regência na Faculdade de Música Santa Marcelina. É fundador da banda Armazém (que já foi Prata da Casa no SESC) e da banda Quasímodo e pianista da banda de Jazz do Esporte Clube Pinheiros. Fez turnê pela França em 2005 e participou do Festival de Música Brasileira na Bretanha em 2006. Suas influências: Hermeto Pascoal, Egberto Gismonti e Amilton Godoy.

Serviço
Bate-papo musical "A Mulher por Trás da Canção" 
Sábado, dia 16 de março, às 20h00
Auditório do Sesc Santos


Sesc Santos
Rua Conselheiro Ribas, 136, Aparecida/Santos  
(13) 3278-9800    


Venda de ingressos
As vendas de ingressos para os shows e espetáculos da semana seguinte (segunda a domingo) começa na semana anterior às atividades, em dois lotes:  

On-line pelo aplicativo Credencial Sesc SP e portal do Sesc São Paulo: às terças-feiras, a partir das 17h00. Presencialmente, nas bilheterias das unidades:  às quartas-feiras, a partir das 17h00.  


Bilheteria Sesc Santos - Funcionamento   
Terça a sexta, das 9h às 21h30 | Sábado, domingo e feriado, das 10h às 18h30

sábado, 9 de março de 2024

.: Integrantes da Banda Front falam sobre viagem musical em nome da arte


“A Front é uma manifestação artística com muitas ramificações”
.

Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

Fundada em 1983, no início do movimento do Rock Brasil, a banda Front acabou não seguindo adiante naquela ocasião. Isso porque todos seus integrantes originais – Nani Dias, Ricardo Palmeira e Rodrigo Santos - acabaram sendo escalados pela nata do pop rock para integrarem suas respectivas bandas. 

Com isso, eles acabaram tocando com nomes como Cazuza, Blitz, Leo Jaime, Kid Abelha, Lobão, Barão Vermelho, só pra citar alguns exemplos. E agora, depois de 40 anos, o trio da formação original se reuniu para reativar o antigo projeto, que consistia em gravar canções autorais com foco na música eletrônica e na sonoridade pop dos anos 80. Em um curto espaço de tempo, já lançaram três álbuns e estão em fase de produção do quarto disco! Em entrevista para o Resenhando, os músicos Nani Dias, Rodrigo Santos e Ricardo Palmeira contam como se deu o retorno da banda e a elaboração do processo criativo do grupo. 

Resenhando – Como foi que surgiu a oportunidade de reunir os integrantes da banda Front?
Rodrigo Santos -
Estávamos já tocando uns com os outros em projetos diferentes, quando veio a ideia da volta do Front. Não exatamente como uma banda tradicional dos 80, buscando um lugar ao sol. Esse lugar já conquistamos. Queríamos uma nova forma de ver a arte e a vida como um todo. Um manifesto em movimento, sair da mesmice que vemos por aí. Gostamos de coisas bem plurais e flertamos com a música eletrônica dessa vez. Porém, o Front não tem fronteiras. Tanto não tem, que começamos a gravar álbuns pelo mundo todo, com músicas em estilos variados. Começamos a compor muito em agosto de 2023. O que já daria para fazer uns 10 álbuns. O que resolvemos fazer é viver de arte, de uma forma inusitada. Todos temos milhares de projetos. Somos compositores, produtores etc. E nos conhecemos há 40 anos. Tinha de ter desafio. E o desafio foi começar a gravar, filmar e misturar cultura, turismo, história, música, artes plásticas viajando pelo mundo. Os dois primeiros discos foram gravados no Brasil e lançados em outubro do ano passado. Aí, partimos pra Berlim em novembro para gravar no Hansa Studio, o mesmo de Bowie, U2, REM, Bjork, Depeche Mode e muitos outros. O berço da música eletrônica. Com nossa experiência de décadas, sabemos o que queremos, porque queremos e o que fazer na pré e pós-produção e gravação dos álbuns. Dois meses depois - lançamos em janeiro de 2024 o terceiro álbum - já estávamos em Amsterdam e Hilversum na Holanda, pra gravar o quarto álbum no mesmo estúdio que gravaram The Police, Elton John, Mick Jagger, etc : o Wisseloord Studios. Mais um local maravilhoso, icônico.


Resenhando - Por que no início, em 1983, a banda não seguiu o mesmo curso das outras que fizeram sucesso naquele período? Faltou mais divulgação naquela ocasião?
Nani Dias –
Na verdade, nós estávamos seguindo o curso natural das bandas, tocando nas danceterias, festivais e buscando as gravadoras. Gravamos pela CBS um single pra coletânea Os Intocáveis e um compacto que também entrou na trilha e álbum do filme Rock Estrela. Daí fomos chamados prá banda do Leo Jaime e pulamos pra etapa dos shows top do mercado. O Leo tinha 10 hits nas paradas, circuito primeira linha ... daí seguimos "bem acostumados",  tocando com outros artistas top: Cazuza, Lobão , Kid Abelha , Paulo Ricardo,  Blitz... Rodrigo como músico fixo no Barão...E agora, passados 40 anos , aproveitamos bem toda nossa história pra continuar a escrever novas canções e desfrutar da liberdade que a nossa história nos deu, abrindo caminhos e grandes experiências.


Resenhando – Cada integrante da Front tem um currículo bem significativo na música. Como isso contribuiu para vocês nesse momento atual?
Ricardo Palmeira -
Nos reencontramos no auge artístico de nossas carreiras. Está sendo muito gratificante. Ainda temos a mesma afinidade musical e o resultado está sendo ótimo.


Resenhando  – Como funciona o processo criativo da banda? Todos compõem?
Rodrigo Santos -
Todos compõem, todos participam juntos dos arranjos, a afinidade e amizade são tão grandes, que tentamos desde o início convergir no que os três curtem. Só assim dá certo. As ideias podem vir de várias maneiras. Um som. Uma letra. Ambos ao mesmo tempo. Depois, claro, vamos mexendo até chegar ao ponto certo para os três. Seja na letra, seja na melodia, mixagem etc. É muito unido esse processo. Aliás tudo. Tudo é muito leve e unido.

Resenhando – De 83 para cá, muita coisa mudou na indústria da música. Como você encaram esse momento atual?
Ricardo Palmeira -
O momento atual da música pop está extremamente propício para os músicos da nossa geração, pois artistas de ponta como Harry Styles, The Weekend, Coldplay e Ariana Grande estão usando e abusando da estética musical dos anos 80, combinando com a linguagem eletrônica atual. Como já estávamos mergulhando naturalmente nessa onda, nos sentimos completamente à vontade para participar do cenário contemporâneo e ainda por cima trazer elementos rítmicos brasileiros e de outras culturas consideradas exóticas, pra enriquecer essa mistura.

Resenhando – Como ficam as carreiras solo dos integrantes? Seguem em paralelo?
Rodrigo Santos -
Sim, faremos tudo que quisermos o tempo todo. Tem espaço para tudo. Arte não tem limites ou limitações. O que interessa é a vontade de ficar junto e fazer coisas juntos. Exclusividade não combina com a proposta do Front. E sim a mistura de tudo um pouco! Há espaço e tempo pra tudo. O que importa é estar de bem com a vida e fazer com dedicação, feliz, focado. E isso nós temos de sobra. Então na minha opinião nada briga com nada, tudo se completa e quero viver junto tocando com esses caras pra sempre! Exatamente porque não tem amarras ou fronteiras. Isso chama-se maturidade. Emocional e musical. Quanto mais coisas fizermos, melhor como pessoas ficamos. Serve prá vida o exemplo do Front. Por isso essa “volta” faz tanto sentido. Porque não é uma volta. É uma ida! Um trem para as estrelas. It’s a Long Way Now.

Resenhando – Como está a gravação do quarto disco?
Rodrigo Santos -
Já estamos na mixagem do quarto álbum, gravado na Holanda em fevereiro de 2024. Os três primeiros ("Tempo/Espazo", "Espazo/Tempo" e "The Hansa Album") já podem ser ouvidos nas plataformas de streaming

Resenhando – Há planos para shows neste ano?
Rodrigo Santos -
Sim, claro! Mas não um show qualquer. Estamos criando conteúdo primeiro, fazendo parceria com uma rádio e TV e depois vamos chegar com o show. Estamos preparando algo diferente para o público.


"A Tempestade"

"Sem Você"


"Valeu"

sexta-feira, 1 de março de 2024

.: Disqueria: o fim de uma era e o início de outra


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

Fundada em 1986, a Disqueria anunciou o fechamento de suas portas no final de fevereiro. Vai deixar de ser uma loja física para desbravar o ambiente virtual, ainda oferecendo uma série de discos de vinil, CDs e livros, além de outros tipos de produtos procurados por colecionadores.

Apesar da novidade da loja virtual ser um alento, é impossível deixar de sentir uma ponta de saudade desse local, que marcou época comandado pelo saudoso DJ Wagner Parra, que cuidava das seleções musicais que tocavam no Bar da Praia e do Bar do Torto, no qual criou os eventos denominados Vitroladas, levando sempre uma seleção de músicas sempre com o foco na produção latino-americana e nacional.

Lembro que a loja chegou a funcionar na Rua Goias, quase esquina com o Canal 3, no Gonzaga, antes de se mudar para a Avenida Conselheiro Nébias, 850, no Boqueirão. E foi na Disqueria, entre um papo e outro, que o Parra me falava os nomes dos cantores e cantoras latinos mais significativos. Nomes como Willie Colon, Celia Cruz, Tito Puente, Ruben Blades e Hector Lavoe chegaram até mim por intermédio de Parra. Se hoje eu passei a conhecer um pouco mais sobre as canções latino-americanas, devo isso ao Parra e seu inesgotável arsenal sonoro.

Numa dessas visitas, ele me mostrou um disco do percussionista Chico Batera, de 1979, que tinha uma canção chamada "La Rumba", que depois me lembrei que ouvi na época em que ele discotecava no Bar da Praia. Ele ficou surpreso quando reconheci a canção, cujo arranjo era baseado na conhecida salsa cubana.

Ali, na loja física, adquiri uma série de discos de vinil e CDs que hoje compõem a minha modesta coleção. Desde jazz (Duke Ellington, Miles Davis, etc.), passando pelas orquestras tipo Easy Listening e alguns clássicos da MPB (Lo Borges, Chico Buarque, etc). E, claro, rock clássico (Jethro Tull, Led Zeppelin, entre outros). São tantas passagens marcantes na Disqueria, que seria impossível resumi-las em um único texto.

Mas é compreensível a decisão da companheira de Parra, Claudia Chelotti, que após o falecimento dele, em 2015, conseguiu prosseguir firme com a loja funcionando. Com o passar dos anos, é natural que o dono ou dona do estabelecimento queiram ter uma qualidade de vida melhor, de acordo com o momento que eles vivem. Por tudo que a Disqueria nos proporcionou ao longo de todos esses anos, só temos que agradecer a Claudia Chelotti. E iremos conferir com certeza o ambiente virtual da loja, que pode ser acessado pelo link https://disqueria.mercadoshops.com.br.

"La Rumba" (Chico Batera)

"Quimbara" - Celia Cruz e Tito Puente

"Che Che Cole" - Willie Colon e Hector Lavoe"

sábado, 24 de fevereiro de 2024

.: "Tela Quente" exibe primeiro episódio da série documental sobre "MC Daleste"


Documentário Original Globoplay produzido pelo Jornalismo da Globo conta a história de funkeiro assassinado em cima do palco há dez anos. Na imagem, Dona de fã clube do MC Daleste guarda lembranças do artista em sua residência. Foto: Globo/Divulgação


A série Original Globoplay "MC Daleste – Mataram o Pobre Loco" que revela detalhes do fim trágico do funkeiro que virou lenda nas periferias do Brasil vai poder ser vista na TV Globo nesta segunda-feira, dia 26, , apenas para o estado de São Paulo, quando a "Tela Quente" exibe o primeiro episódio da obra que estreou no Globoplay. 

Produzida pelo jornalismo da TV Globo, a série conta em quatro episódios a história de Daniel Pellegrini, o MC Daleste, assassinado com dois tiros em cima do palco durante um show em Campinas, interior de São Paulo, em julho de 2013. Com direção de Guilherme Belarmino e Eliane Scardovelli, que também assina o roteiro junto com Caio Cavechini, a produção se aprofunda na investigação do crime, que foi filmado de vários ângulos e continua impune até hoje, além de percorrer a trajetória do funk ostentação em São Paulo. 

A equipe de jornalismo da Globo teve acesso ao processo criminal de quase mil páginas, arquivado pela última vez em 2019. As linhas de investigação consideram desde o relacionamento de Daleste com namoradas de traficantes até uma possível participação da polícia. A série traz ainda depoimentos exclusivos de testemunhas, do delegado do caso, do irmão e da irmã de Daleste, além de artistas como Glória Groove, MC Livinho, MC Hariel, entre outros.

 

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

.: "A Noite que Mudou o Pop": Netflix e o documentário do projeto USA for Africa



Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

A Netflix disponibilizou o documentário "A Noite que Mudou o Pop", que mostra os bastidores da gravação da canção "We Are The World" para o projeto USA for Africa. A produção desvenda a incrível odisseia que foi reunir um time de cerca de 50 artistas em pleno auge de suas carreiras para participar da histórica gravação.

A proposta se baseava em gravar uma canção para arrecadar dinheiro para a Etiópia, que na época atravessava uma grave crise humanitária, com um grande número de crianças e famílias morrendo de fome. O cantor Harry Belafonte foi um dos mentores da ideia, que se inspirou em no projeto do britânico Bob Geldof, que havia feito algo parecido meses antes.

O documentário se concentra nas memórias de Lionel Richie, autor da canção em parceria com Michael Jackson. E há alguns momentos bem divertidos, como o que Lionel conta quando foi na casa do então Rei do Pop e se deparou com uma cobra e outros animais exóticos. É difícil imaginar como conseguiram conciliar, naquela ocasião, 50 agendas de artistas com a gravação da canção, que ainda foi feita numa única noite, iniciando no dia 28 de janeiro de 1985 e terminando somente na manhã do dia seguinte. Quase doze horas de gravação ininterruptas.

A reunião foi viabilizada no estúdio da AM Records, logo depois da premiação do American Awards. Tudo feito de forma milagrosamente sigilosa. Mas é preciso ressaltar que em 1985 ainda não havia celulares e a internet ainda engatinhava, bem distante de sua força globalizadora e imediatista atual. Talvez hoje isso fosse impossível realizar. Alguns artistas como Bob Dylan e Bruce Springsteen se juntaram ao grupo no estúdio na data combinada.

Cada artista que solou na canção aprendeu praticamente na hora a sua parte, como é mostrado no documentário. Houve exaustivos ensaios até atingirem o efeito desejado. O grande mérito da gravação é atribuído ao produtor Quincy Jones, que além de comandar com pulso firme o grupo, ainda regeu o coro e cuidou da mixagem e produção final.

Há muitos momentos interessantes dos bastidores, como a presença da cantora Sheila E, que confessa ter se sentido usada como isca para atrair o cantor Prince. Mas o fato é que Prince se ofereceu para apenas tocar um solo de guitarra, longe do grupo.  A proposta foi recusada por Quincy Jones. O solo vocal de Huey Lewis, aliás, era originalmente previsto para Prince.

O mais incrível foi notar que todos os artistas ali presentes, sem exceção, deixaram de lado o estrelismo e se comportaram como pessoas comuns. Alguns até aproveitaram a ocasião para pegar autógrafos de seus ídolos ou simplesmente trocar algumas palavras com eles. É possível notar que alguns pontos poderiam ser mais explorados, como o critério da escolha dos solistas. Alguns artistas questionaram na época o fato de só cantarem no coro ao invés de terem alguns minutos de destaque nos solos. Mesmo assim, vale a pena conferir a verdadeira epopeia que foi essa gravação.

Clip de "We Are the World"

Trailer de "A Noite que Mudou o Pop"

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

.: Pearl Jam anuncia novo álbum, “Dark Matter”, previsto para o dia 19 de abril


Arte da capa do álbum “Dark Matter”: pintura com luz por Alexandr Gnezdilov

O Pearl Jam vai lançar seu décimo segundo álbum de estúdio, “Dark Matter”, via Monkeywrench Records/Republic Records, em19 de abril de 2024, e começar em maio uma turnê mundial com 35 datas. A faixa-título do novo trabalho já está disponível. Produzido por Andrew Watt, ganhador de vários prêmios Grammy®, “Dark Matter” é o primeiro lançamento da banda desde o aclamadíssimo “Gigaton” (2020). A versão física do álbum está disponível em pré-venda na UMusic Store. Saiba mais em: umusicstore.com/pearl-jam.

Em 2023, os integrantes do Pearl Jam—Eddie Vedder [vocais], Jeff Ament [baixo], Stone Gossard [guitarra ritmo], Mike McCready [guitar principal] e Matt Cameron [bateria] —se recolheram nos Shangri-La Studios, em Malibu, onde simplesmente plugaram e saíram tocando, sob a batuta do produtor Andrew Watt. 

Os instrumentistas tocaram cara a cara, reunidos no mesmo espaço, para conseguir se comunicar sonoramente no mais alto nível. Composto e gravado numa explosão criativa, “Dark Matter” nasceu após apenas três semanas de trabalho.

Como resultado, “Dark Matter” canaliza o espírito coletivo de um grupo de irmãos e velhos parceiros criativos reunidos no mesmo espaço, tocando como se suas vidas dependessem disso. Todo o sangue, o suor, as lágrimas e a energia de uma carreira histórica foram renovados e despejados neste trabalho singular.

Os membros da banda apresentaram pessoalmente o disco em uma festa de audição no icônico Troubadour, em West Hollywood, durante a semana do Grammy®. Vedder disse: “Estou arrepiado, porque tenho boas lembranças. Ainda estamos procurando maneiras de nos comunicar. Estamos em um momento de nossas vidas em que podemos fazer isso ou não, mas ainda nos preocupamos em lançar algo que seja significativo e que, esperamos, seja nosso melhor trabalho. Sem exagero, acho que esse é o nosso melhor trabalho”.

Ament acrescentou: “É o que Ed disse sobre a gente se reunir no mesmo espaço a essa altura. Sentimos que estávamos prestes a fazer um disco realmente importante. Muito disso teve a ver com a atmosfera que Andrew criou. Ele tem um conhecimento enciclopédico de nossa história, não apenas enquanto banda e  sobre como escrevemos músicas, mas também como músicos. Ele conseguia identificar coisas que fazíamos em canções antigas a ponto de eu pensar: ‘De que diabos ele está falando?’ Sua empolgação era contagiante. Ele é uma força. Só quero agradecer por nos manter no caminho certo. Eu não poderia estar mais orgulhoso de nós como banda. Eu sou muito grato aos fãs, mas acima de tudo, aos meus brothers, essas pessoas com quem eu fiz música”.

A banda está celebrando as lojas de discos independentes com o lançamento de uma edição especial de “Dark Matter” em 20 de abril. Somente nas lojas participantes do Record Store Day. Mais informações e lista de lojas em  www.recordstoreday.com.

A embalagem do álbum “Dark Matter” contém arte de pintura de luz de Alexandr Gnezdilov. Pintura de luz, ou “light painting”, é uma forma artística de fotografia em que as imagens são criadas ajustando a exposição da câmera por um período prolongado e usando uma fonte de luz, como uma lanterna, para "pintar" no escuro. A arte da capa do álbum foi criada usando um grande caleidoscópio feito por ele mesmo. Cada letra visível na capa foi capturada individualmente e escrita à mão no ar com uma lanterna especialmente projetada para criar o efeito perolado. 


O que disseram sobre o álbum
“‘Gigaton’ surpreendeu muitos fãs e criticos por ser tão hard rock. O novo (‘Dark Matter’) é ainda mais pesado.” - Associated Press

“(Dark Matter)… sob medida para cantar junto com os punhos pra cima.” – “SPIN”


Lista de faixas de “Dark Matter”

1. "Scared of Fear"

2. "React, Respond"

3. "Wreckage"

4. "Dark Matter"

5. "Won’t Tell"

6. "Upper Hand"

7. "Waiting for Stevie"

8. "Running"

9. "Something Special"

10. "Got to Give"

11. "Setting Sun"

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

.: Crítica musical: Caio mostra todo o seu balanço no CD "Passageiro"


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: Tinho Souza.

O cantor e compositor mineiro Caio está lançando o seu primeiro álbum autoral. Intitulado "Passageiro", o trabalho funciona como um passeio musicado pelas suas vivências familiares, espirituais e afetivas, além de ser um balanço sobre o que aprendeu ao longo de seus 33 anos de vida.

O ponto de partida para o disco foi o samba. Caio cresceu ouvindo esse ritmo em casa, nos churrascos de família. Seu pai tocava percussão como músico amador em pizzarias, num grupo de pagode de amigos. A produção do disco funde o samba com outros ritmos brasileiros, somando batidas eletrônicas numa simbiose de tradição e vanguarda. Os produtores do álbum (Douglas Moda e Nave) conseguiram captar muito bem essa atmosfera.

A voz forte e afinada de Caio é outro ponto forte. Ele consegue interpretar com maestria vários ritmos, mas é no samba que ele se sente mais à vontade, como se percebe na faixa título ("Passageiro") e em "Despachei Você". Duas canções que ajudam a entender o caminho escolhido por Caio para ilustrar a sua musicalidade.

Junto com Iza, Felipe Sassi e Nídia Aranha, Caio ganhou o Prêmio Multishow de 2023, na categoria “Melhor Capa”, pela direção criativa de “Afrodhit”. A escolha do nome "Passageiro" teve muito a ver com a visão do artista sobre esse trabalho. “Eu acredito que o álbum cumprirá o papel dele, acessará quem está predestinado a ouvi-lo e, fechado esse ciclo, tudo segue. A vida caminha. Meus objetivos mudam. Não quero estabelecer um ponto de vista fixo sobre chegar a algum lugar. Quero ecoar essa mensagem durante o tempo em que ela fizer sentido. Nós somos passageiros nesse plano terrestre. Tudo é. Por que esse trabalho não seria?”, assinala o cantor.

Recentemente Caio lançou o single "Sente o Tambor", cantado em dueto com Daniela Mercury. Trata-se de uma canção que mescla elementos de samba-reggae e pop. A produção do single também foi de Douglas Moda, apresentando uma batida bem dançante, partindo dos arranjos da primeira versão de 2019. O CD "Passageiro" e o single "Sente o Tambor" já estão disponíveis nas principais plataformas de streaming. E quem quiser conhecer mais sobre o trabalho do artista mineiro pode acessar seu canal no YouTube (@CaioOficial).


"Passageiro"

"Despachei Você"

"Sente o Tambor"

domingo, 11 de fevereiro de 2024

.: Leopold Nunan lança 2° single de álbum de estreia, "Marchinha Fúnebre"


Canção foi produzida pelo carioca radicado em Salvador Lúcio K e gravada com músicos da Timbalada e chega com dois remixes de Buarky.


Dando sequência à campanha de divulgação de seu álbum de estreia, "Leo from Rio", batizado com seu codinome nos Estados Unidos, o cantor Leopold Nunan, brasileiro radicado em Los Angeles, lança o segundo single do trabalho, de olho no carnaval, "Marchinha Fúnebre", depois do lançamento de "Quem é teu baby", com Sônia Santos e Ana Gazzola, em 2023.

"Marchinha Fúnebre" teve vocais de apoio gravados por João Pires Correia, o Criolo, cantor deficiente visual de Cabo Verde, e Eli Vasconcellos, e instrumentos gravados por músicos da Timbalada na banda. O clipe, com muito humor, está cheio de palhaços que vagam pelo maior Halloween de Los Angeles, em West Hollywood, a meca gay estadunidense. O Dia dos Mortos mexicano também foi uma inspiração. O vídeo foi dirigido e editado pelo brasileiro Anthony Vanity, usando as tecnologias de Inteligência Articial (AI), Imagens geradas por computador (Computer-generated imagery/CGI) e Efeitos (FX),  com maquiagem do lendário mexicano Alfred Mercado. 

"Eu aprendi sobre indumentária e montação nos carnavais da vida. A inspiração para o clipe vem do próprio carnaval e de 'El Día de los Muertos'. Encarno vários personagens que habitam a loucura e os devaneios carnavalescos. O carnaval tem esse espírito libertário de se permitir, soltar as amarras", explica o artista. O Día de los Muertos se baseia na lenda de que os Mexica, o povo indígena dominante da era pré-hispânica, viajavam depois de morrer pelas nove regiões do submundo, conhecidas como Mictlan. Neste dia, milhões de famílias constroem altares em suas casas como forma de homenagear seus entes queridos.

"A faixa é uma ótima brincadeira entre alegria e um tema fúnebre. Diversão garantida nas pistas", analisa Lucio K, carioca radicado em Salvador que produziu a faixa e deu o clima clubber do arranjo. O álbum com dez faixas foi todo gravado remotamente, na pandemia, com arranjos e instrumentos a cargo do prodígio mineiro Alberto Menezes. A faixa ainda ganhou dois remixes criados pelo produtor Buarky, nome artístico de Yuri Ferrari. de Osasco (SP). nos estilos UK Baile (encontro do funk com a house music) e funk rave. Produtor que começou sua carreira no hip-hop, ele agora foca em misturar ritmos brasileiros com música eletrônica e já tocou nas rádios EDC e BBC Radio 1.

O próximo single a ser lançado será "Pé de Maracujá", com clipe gravado no Rio de Janeiro, no final de 2023, com participação do artista Márcio de Carvalho no lettering poético e visual. Depois dele, virá "5 Meters", com clipe gravado sob chuva no inverno severo de Seatlle. O artista fez a opção de ir lançando o álbum faixa a faixa, trabalhando cada single com clipes que são uma festa da imaginação e um delírio fashionista, especialidade de Leopold. 

O primeiro single do álbum, o coco "Quem É Teu Baby", ganhou clipe dirigido pelo premiado cineasta cearense Lucas Paz. O clipe foi inteiramente filmado em Los Angeles, na Wilshire Boulevard, na fachada em camadas do Petersen Automotive Museum, no Los Angeles County Museum of Art (LACMA), na obra "Urban Light", uma floresta de luzes da cidade criada pelo artista Chris Burden, no Cherry Soda Studios e em parque de diversões da The Official Summer Fair of LA, no subúrbio. "O vídeo é uma ode ao amor de todas as formas, à diversidade, às minorias, à comunidade negra, à comunidade LGBTQIA+, aos diferentemente capazes, aos amantes dos bichos e das plantas", resume Leopold, sobre o vídeo que ganhou dois prêmios no Latino Film Market, Conception International Film Awards (CIFA) e foi selecionado para 15 festivais.

O álbum foi financiado com recursos da Music Forward Foundation e do Citibank, que selecionaram dez projetos LGBTQIA+ de artistas imigrantes e pessoas de cor (Person Of Color/POC) entre mais de 250 mil propostas. Ele é portador da rara síndrome Charcot-Marie-Tooth (CMT), grupo hereditário de doenças do nervo periférico que afeta movimentos e sensações nos braços e nas pernas.

Cantor, compositor, bailarino, ator e dublador, Leopold Nunan, também conhecido como Leo From Rio, começou a carreira musical com 19 anos, no Rio, com o lançamento de “I've Got it”, pela Utter Records, de Andre Gismonti. Outros lançamentos musicais foram"Ballin’ in Beverly Hills", tratado sobre ostentação com a drag queen carioca radicada em Nova York Pietra Parker,  "Banzé", com a gravadora australiana “Wile Out”e o líder do Xingu Anuiá Amary, "Feeling Like Myself Again", com clipe gravado no Rio com a participação de Lorna Washington,  o divertido "Multiple Personality", no qual faz 47 trocas de looks no videoclipe, "Got to be Strong", o funk "Bate Bum Bum", com clipe gravado em Los Angeles.

Ele também fez, ainda no Brasil, trajetória no ballet moderno, participando de peças premiadas com Prêmio Sharp e Coca Cola de Teatro, como "Hair" e "Sweet Charity". Leopold já cantou com Lady Miss Kier, do Deee Lite, Chaka Khan e Sheila E. no icônico Long Beach Gay Pride. Foi o favorito dos fãs no hit show do Food Network, de duas temporadas do hilário reality show "Worst Cooks in America". No Brasil, ele cantou no programa "Amor e Sexo" de Fernanda Lima, fazendo uma homenagem histórica a Cazuza.

Leopold é dublador. É dele a voz do personagem Walescu na dublagem da telenovela colombiana "Chica Vampiro" (Gloob).  Nas mídias sociais, tem várias composições que se tornaram virais, como "Pista elétrica", "LGBTQIA+", "Ta na cara"e "Eu tive em Copa".

sábado, 10 de fevereiro de 2024

.: Crítica musical: Luarada Brasileira resgata o autêntico forró pé de serra


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

O músico Cicinho Silva se uniu a outros músicos talentosos para fundar o grupo Luarada Brasileira, um projeto que busca resgatar o som do autêntico forró, transitando entre o tradicional pé de serra e o contemporâneo. Eles preparam um EP autoral intitulado "Três É Demais" que estará disponível nas plataformas em breve e já vem divulgando o trabalho em apresentações ao vivo.

O grupo é formado por Cicinho Silva (sanfona), Ivan Rodrigo (zabumba), Clebinho Santos (voz e triângulo) e Antonio Batista (guitarra, recém-integrado ao trio original). Todos artistas de carreira consolidada na música brasileira. A trajetória do Luarada, apesar de recente, já soma mais de 60 apresentações, além do lançamento do primeiro EP, Três É Demais (2024), que chega para consolidar o trabalho.

O grupo foi batizado de Luarada Brasileira pelo poeta cordelista Cacá Lopes como uma homenagem ao rei do baião, Luiz Gonzaga, que recebeu o apelido carinhoso de Mestre Lua. Também é uma referência a um dos clássicos da música brasileira, a toada “Luar do Sertão”, de João Pernambuco e Catulo da Paixão Cearense, que o próprio Gonzagão regravou, em 1981.

O forró e suas vertentes, assim como a música nordestina, estão presentes em cada um dos componentes do grupo. Todos têm raízes familiares nordestinas fortalecidas com forró pé de serra. “O forró acolhe as novas tendências musicais, reinventa-se fortalecendo a cultura popular que continua existindo e resistindo. O forró é nosso Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, reconhecido pelo IPHAN, em 2021”, assinala o sanfoneiro Cicinho Silva.

Quem quiser conhecer o trabalho do Luarada Brasileira pode acessar os perfis do grupo nas redes sociais: Instagram: @luaradabrasileira | Facebook - Luarada Forró e YouTube  - @LuaradaBrasileira.

"Longe ou Perto de Mim"

"Nilopolitano"

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

.: “Pérolas Negras - Um Tributo a Luiz Melodia" homenageia 50 anos de álbum


Lorena Calabria, em janeiro de 2024.

A produção musical é de Mahmundi, que se junta às vozes de Anelis Assumpção, Criolo, Liniker, Mart'nália, Sandra Sá e Zezé Motta em releituras de seis faixas. Ouça e baixe aqui: umusicplay.lnk.to/PerolasNegras

Luiz Melodia tinha apenas 22 anos quando, em junho de 1973, lançou "Pérola Negra" - estreia fonográfica das mais prodigiosas da música brasileira. Protagonizado pelo jovem cantor e compositor, o álbum reunia dez faixas, das quais duas já haviam sido gravadas por intérpretes consagradas. Eternizada por Gal Costa em “Fa-tal - Gal a Todo Vapor”, show e disco de 1971, "Pérola Negra" surgia também na voz de Ângela Maria, em 1972. 

No mesmo ano, Maria Bethânia registrava "Estácio, Holly Estácio" no álbum "Drama". Além dessas, o disco apresentava outras tantas canções que, posteriormente, figurariam com destaque em sua obra, como "Estácio, Eu e Você", "Vale Quanto Pesa", "Pra Aquietar", "Magrelinha" e "Farrapo Humano".

Musicalmente, o repertório surpreendia pela fusão de gêneros, ao transitar com propriedade pelo choro, samba, bolero, blues, rock, forró, soul, jazz - hibridismo incomum para um artista criado no bairro do Estácio, reduto seminal do samba carioca. Nas letras, o poeta do morro de São Carlos exibia estilo único de compor. Com prosódia particular, articulava versos dilacerantes em um caleidoscópico jogo de palavras. Dotado de extensão vocal, divisão rítmica, timbre singular, Luiz Melodia tingia seu canto de matizes improváveis. Fosse trágico ou terno, irradiava intensidade. 

Por todos esses aspectos, o álbum "Pérola Negra" marcou com ineditismo e ousadia o cenário musical da década de 70. Se cabia ao artista desfrutar da liberdade criativa exortada pelo Tropicalismo, também havia de lidar com a censura imposta pelo regime ditatorial. O disco de estreia de Melodia não passou ileso, tendo versos deliberadamente cortados e duas faixas excluídas, o que determinou a sua curta duração - menos de 28 minutos. Embora não tenha sido um sucesso comercial na época do lançamento, o tempo se encarregou de colocá-lo no topo. Presença constante nas listas de melhores discos brasileiros, os anos só confirmaram a relevância de "Pérola Negra".

Com o intuito de celebrar o cinquentenário do álbum, a Universal Music lança "Pérolas Negras - Um Tributo a Luiz Melodia", projeto concebido pela companhia, que fez no dia 6 de fevereiro o lançamento do EP e dos singles avulsos, com adesão de Jane Reis, viúva do artista que nos deixou precocemente aos 66 anos, em 2017. "Participei desde o começo, conversando muito sobre repertório, artistas, e todas as escolhas. É bonito ver pessoas especiais cantando, compreendendo, com tanta propriedade e com a clareza que permeia o trabalho. A vida é isso: um colaborando com o outro e deixando a marca. Falando da força e da dificuldade de ser. Foi muito difícil, mas muito proveitoso pra ele - e como vemos, pra todos", reflete Jane. "Espero que tenhamos mais, porque o Luiz tem muito a ser mostrado".

O tributo começou a tomar forma ainda em 2023 com a entrada de Mahmundi, convidada a assumir a direção e produção musical. "Luiz Melodia é uma preciosidade, sinônimo de beleza, riqueza, poder. Achei chiquérrimo o projeto", diz a compositora, cantora e multi-instrumentista carioca. "Por estar diante de um álbum emblemático, sabia da responsabilidade de realizar novas versões e com artistas que a gente ama", referindo-se ao time de intérpretes formado por Anelis Assumpção, Criolo, Liniker, Mart'nália, Sandra Sá e Zezé Motta, além da própria Mahmundi.

O elenco carrega afinidades e conexões variadas com o álbum e com o homenageado. "Ouvi o disco em 2000, em uma festa de rua no Grajaú (bairro paulistano). 'Pérola Negra' é incrível, com músicos incríveis, e ele, Luiz Melodia, deixando tudo mágico", rememora Criolo. Na lembrança de Mahmundi, vem a música que ouvia nas ruas de Marechal Hermes. "Fui ouvir o álbum tempos depois. O repertório é todo lindo, muito profundo, e tem uma coisa do Rio de Janeiro ali, em cada canção". Mart'nália conta que conheceu o disco quando era adolescente. "Minha mãe gostava muito dele e tive contato assim que lançou. Lembro de ter ficado comovida pela força e limpeza da voz do Melodia". 

Liniker ressalta que Luiz Melodia teve um impacto na sua família, não só pelas canções. "Por sua elegância, ele chegava nesse lugar em que o preto no Brasil não era vinculado, de ser chique, bem vestido". Anelis Assumpção revela que "Pérola Negra" esteve presente desde a sua infância. "Esse disco entrou na minha vida muito cedo por conta do meu pai (Itamar Assumpção), que tinha uma ligação íntima com o Melodia. Dois gigantes da música brasileira, geniais e marginalizados". Também próximas de Luiz Melodia, Sandra de Sá e, mais ainda, Zezé Motta já haviam gravado composições do amigo.

Na concepção musical do tributo, Mahmundi contou com um "fiel escudeiro" na coprodução: o músico e compositor Josefe. As seis faixas selecionadas receberam  instrumentação enxuta e arranjos que, embora distantes do registro feito em 1973, preservam a essência de cada canção. Mahmundi e Josefe arregimentaram músicos que pudessem contribuir com essa proposta. "A gente montou um time de pessoas que entendem a linguagem brasileira de violão e percussão. Daí eu trouxe o Webster Santos, violonista que costura o projeto inteiro, já que o violão está em quase todas as faixas. Na percussão, chegamos no Kabé Pinheiro. No piano, tem o Samuel Silva. E partiu muito do Josefe a ideia do Ivan Sacerdote com o clarinete em uma única faixa, 'Pérola Negra'", conta Mahmundi. 

Ela e Josefe também colaboraram como instrumentistas, entre piano, sintetizador e baixo synth. "Queria imprimir um pouco do álbum original, trazer essa lucidez, até para que os artistas pudessem vestir a roupa da canção e interpretar do jeito deles", completa a diretora, que fez questão de ambientar o estúdio com uma seleção de vídeos do Luiz Melodia. As seis faixas ganharam registro audiovisual, gerando um documentário a ser lançado em breve.

É Criolo quem inicia o tributo, cantando a faixa-título, "Pérola Negra". Em tom intimista, ele mergulha no blues e flutua nas incertezas da letra que diz "Baby, te amo, nem sei se te amo". Para o cantor, a gravação foi "muito serena". "Coloquei voz valendo, no mesmo set de filmagem. O contexto de estar com aquela equipe foi muito especial, ver meu povo lindo produzindo coisas lindas".

Mart’nália vem a seguir com "Estácio, Eu e Você", brejeira como ela só. Bem à vontade nesse samba-choro, parece imbuída da mesma emoção que atravessava os encontros com Melodia. "Foram todos marcantes, com muita resenha. Ríamos e nos abraçávamos muito, papo de vascaínos", recorda a cantora, sorrindo.

O bairro onde o poeta cresceu também é cenário de outra canção, "Estácio, Holly Estácio", aqui abraçada pela voz de Mahmundi. "Melodia tem uma sutileza ao falar dos sentimentos do coração, 'fico manso, amanso a dor, holiday é um dia de paz, solto o ódio, mato o amor', essa letra é linda", sublinha. A intenção era vestir a faixa de latinidade. "Quis fazer um bolerinho brasileiro, e como eu cresci! Josefe me ajudou bastante a achar o modo de contar essa história"

"Pra Aquietar" deixa o rock da gravação original e cai no suingue com Sandra de Sá na levada do samba. É nessa letra que Luiz Melodia foi censurado e, por pirraça, inventou versos como "não posso pra lá paraguaio para". Sandra também improvisa e sugere "desligar o segurador de onda e curtir", e ainda finaliza com versos de "Juventude Transviada".

O dueto de Anelis Assumpção e Zezé Motta traz à tona a pungente emoção de "Magrelinha". Marcada pelo piano de Samuel Silva, a faixa caminha num crescente que culmina com as duas vozes entrelaçadas. "Conheci 'Magrelinha' antes de conhecer o disco. Eu era muito magra, meu pai (Itamar Assumpção) cantava essa música e dizia que fez pra mim. Só depois descobri que era do Melodia e virou uma piada familiar", conta Anelis. Gravada por Zezé Motta em seu álbum de estreia, em 1978, a canção é definida por ela como "grandiosa".

Coube a Liniker legitimar o acento soul de "Vale Quanto Pesa". A sexta e última faixa do tributo ainda vagueia pelo blues e bolero. "Sou forte feito cobra coral / semente brota em qualquer local / um velho novo cartão postal", diz a letra. A cantora se reconhece na poesia de Luiz Melodia: "Ele pode ser muito direto e, ao mesmo tempo, é um cara que sempre construiu imagens em tudo que escreveu".

Modernidade e tradição. A combinação, lapidada por Luiz Melodia de forma magistral em seu disco de estreia também pauta as seis faixas que compõem esta homenagem. Cinquenta anos depois, as releituras de “Pérolas Negras – Um Tributo a Luiz Melodia” estão prontas para fazer morada. No coração. No coração do Brasil.

Especial de TV
Os fãs de Luiz Melodia ainda terão a oportunidade de assistir ao especial de TV “Pérolas Negras – Um Tributo a Luiz Melodia”, que será apresentado no Canal BIS nesta quinta-feira, dia 8 de fevereiro, às 22h00, e no Multishow, neste sábado, dia 10de fevereiro, às 14h30.

“Estamos muito orgulhosos com o resultado desse projeto lindo. As novas gerações ganham uma oportunidade imperdível de conhecer  as canções do inesquecível Luiz Melodia, em jovens e talentosas vozes”, diz Paulo Lima, presidente da Universal Music Brasil.

domingo, 4 de fevereiro de 2024

.: Cantor e compositor Criolo faz o show "Samba Só" no Teatro Porto


O show é um projeto especial e intimista que reúne ao vivo os sambas autorais do artista, além de versões de clássicos imortais de sambistas que admira e acompanha desde o início da vida e carreira musical. Foto: Helder Fruteira


O cantor e compositor Criolo sobe ao palco do Teatro Porto para apresentar o show "Samba Só", totalmente dedicado ao gênero, no dia 23 de fevereiro, sexta-feira, às 20h00. O show é um projeto especial e intimista que reúne ao vivo os sambas autorais do artista, além de versões de clássicos imortais de sambistas que admira e acompanha desde o início da vida e carreira musical. No setlist, canções como "Menino Mimado", "Espiral de Ilusão", "Fermento pra Massa" e muito mais.

"Sempre tive um carinho muito grande por samba. Música é muito forte e samba é algo muito especial pra nós, pra todo nosso povo, pra nossa cidade, pra minha família. Muita coisa me visitou e desaguou em forma de samba sem que eu pedisse. As músicas começaram a ser um martelo e um formão, que visita a carne e o coração”, explicou Criolo sobre sua relação com o ritmo quando do lançamento do disco e show "Espiral de Ilusão", em 2017, somente com sambas autorais.

Pelo álbum, Criolo foi contemplado como melhor cantor de samba pelo Prêmio de Música Brasileira em 2018, que também teve o disco como finalista. Além de sua proximidade com o "Pagode da 27", Criolo já se apresentou ao vivo e se envolveu em projetos com gigantes do samba como Nelson Sargento, Monarco e Paulinho da Viola.

Em "Samba Só", Criolo é acompanhado por Ricardo Rabelo (cavaco), Gian Correa (violão 7 cordas) e Ed Trombone (trombone e percussão). Ingressos à venda pela Sympla. Clientes do Porto Seguro Bank mais acompanhante têm 50% de desconto, e clientes Porto mais um acompanhante têm 30% de desconto. O Teatro Porto oferece a seus clientes uma van gratuita partindo da Estação da Luz em direção ao prédio do teatro. O local de partida é na saída da estação, na Rua José Paulino/Praça da Luz. No trajeto de volta, a circulação é de até 30 minutos após o término da apresentação. E possui estacionamento gratuito para clientes do teatro.

Serviço
Show "Criolo Samba Só". Dia 23 de fevereiro, sexta-feira, às 20h00. Ingressos: R$ 120,00 plateia / R$ 90,00 balcão e frisas. Classificação: livre. Duração: 60 minutos. Teatro Porto. Al. Barão de Piracicaba, 740 – Campos Elíseos / São Paulo. Telefone (11) 3366-8700. Bilheteria: aberta somente nos dias de espetáculo, duas horas antes da atração. Clientes Porto Seguro Bank mais acompanhante têm 50% de desconto. Clientes Porto mais acompanhante têm 30% de desconto. Vendas: www.sympla.com.br/teatroporto. Capacidade: 508 lugares. Formas de pagamento: Cartão de crédito e débito (Visa, Mastercard, Elo e Diners). Acessibilidade: 10 lugares para cadeirantes e 5 cadeiras para obesos. Estacionamento no local: gratuito para clientes do Teatro Porto.

.: "Bob Marley: one Love" terá álbum com covers de músicas do artista


Para celebrar o lançamento do novo longa da Paramount Pictures, “Bob Marley: one Love”, em cartaz na Rede Cineflix e em cinemas de todo o Brasil, a Tuff Gong e a Island Records vão disponibilizar um álbum com covers de grandes artistas interpretando músicas da lenda do reggae a partir de 14 de fevereiro. Daniel Caesar, Kacey Musgraves, Wizkid, Leon Bridges, Jessie Reyez, Bloody Civilian e Skip Marley, neto do cantor, foram os músicos escolhidos para participar desse projeto que contou com curadoria da família Marley.  Ao todo, sete músicas compõem o álbum “Bob Marley: One Love (Music Inspired by the Film)”, entre elas, as clássicas “Three Little Birds”, “Redemption Song” e “Is This Love”. 

“A missão é sempre espelhar a música do meu pai em todos os cantos da Terra e nós tivemos muito cuidado na escolha dos artistas que foram selecionados”, conta Cedella Marley, filha de Bob. “Poder recriar as suas músicas ao mesmo tempo em que mostramos sua história para o mundo através desse filme é algo que minha família e eu estamos extremamente orgulhosos em fazer parte”

“Bob Marley: one Love” celebra a vida e a música de um ícone que inspirou gerações por meio de sua mensagem de amor e união. Na tela dos cinemas pela primeira vez, o público vai descobrir a poderosa história de superação e a jornada por trás de sua música revolucionária. Dirigido por Reinaldo Marcus Green (King Richards: Criando Campeãs), o filme é estrelado por Kingsley Ben-Adir e Lashana Lynch. James Norton, Tosin Cole, Umi Myers e  Anthony Welsh também integram o elenco. O filme chega aos cinemas brasileiros em 12 de fevereiro. Filme com acessibilidade disponível através do aplicativo GRETA.


“Bob Marley: One Love” (Music Inspired by the Film) - Lista de músicas:

Bloody Civilian - “Natural Mystic”

Skip Marley - "Exodus"

Daniel Caesar - “Waiting in Vain”

Kacey Musgraves - “Three Little Birds”

Wizkid - “One Love”

Jessie Reyez - “Is This Love”

Leon Bridges - “Redemption Song”


Assista na Cineflix
Filmes de sucesso como “Bob Marley: one Love” são exibidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.

sábado, 3 de fevereiro de 2024

.: Crítica musical: Danilo Caymmi recria clássicos da MPB em disco


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

O cantor, compositor e músico Danilo Caymmi lançou o álbum “Danilo Caymmi Andança 5.5”, uma referência ao clássico eternizado por Beth Carvalho na época dos festivais. E resgata canções desse fértil período de nossa música, em releituras que ficaram acima da média.

O repertório é fruto de uma pesquisa do músico e produtor Flávio Mendes, que já havia produzido o projeto "Danilo Caymmi Canta Tom Jobim". Ele trouxe uma lista de músicas lançadas no entorno de “Andança” e dos Festivais da Canção, do final dos anos 60. A partir desta seleção, chegaram a um consenso sobre o que entraria no disco.

“Danilo Caymmi Andança 5.5” é um álbum de intérprete, uma espécie de trilha sonora da sua trajetória musical. Mesmo reunindo clássicos como “Sabiá”, “Pra Não Dizer que Não Falei de Flores”, “Travessia”, “Pra Dizer Adeus”, “Eu a Brisa”, “Viola Enluarada” e “Andança”, entre outros, não tem caráter saudosista, como explica Danilo: “A ideia foi gravar essas canções à minha maneira, dar novas versões para elas. Eu sinto que estou no meu melhor momento como intérprete e o disco traduz muito bem esse momento”.

A capa do álbum reproduz um dos quadros pintados por Danilo Caymmi  durante a pandemia. Estudante de arquitetura, Danilo herdou do pai Dorival não só a veia musical, mas também o talento para a pintura. Difícil apontar uma faixa como destaque. Todas estão muito bem produzidas e a voz de Danilo está cada vez melhor. Assim como seus irmãos (Nana e Dori Caymmi), ele mostra ser um excelente intérprete, capaz de trazer as canções para o seu estilo suave de cantar.

"Viola Enluarada"

"Andança"

 
"Travessia"

sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

.: Graziela Medori resgata a obra de Marcos Valle em disco


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: Alexandre Vianna

Com 13 anos de carreira, Graziela Medori coleciona projetos musicais bem interessantes. Agora ela apresenta um novo disco, o quinto de sua discografia, colocando luz em canções menos conhecidas do consagrado compositor Marcos Valle, que completou 80 anos recentemente. Um tributo mais do que oportuno, que comprova a riqueza da obra do autor carioca.

O disco conta com arranjos de Alexandre Viana, que toca teclados, além de João Benjamim no baixo e Rafael Lourenço na bateria. Os arranjos em formato de trio acabaram por valorizar a bela voz de Graziela e as canções do mestre carioca. Como as faixas escolhidas são desconhecidas pela maior parte do público, o trabalho soa como se fosse algo inédito para o ouvinte.

A relação musical de Graziela com Marcos Valle já vem de longa data. Sua mãe, a cantora Claudya, gravou várias canções dele nos anos 70. E a própria Graziela interpretou algumas composições do autor carioca em sua discografia.

O disco foi lançado pela gravadora Joia Moderna.  O repertório foi selecionado pelo DJ Zé Pedro, idealizador do disco, que acabou por fazer uma viagem pela obra do consagrado músico. Tem canções mais recentes como Vamos Sambar (de 2010., parceria de Valle com Marcelo Camelo), Curvas do Tempo (de 2009, parceria de Valle com Celso Fonseca), América Latina (de 1972, parceria com o irmão Paulo Sérgio) , entre outras pérolas musicais.

Foto: Alexandre Vianna

Difícil escolher uma faixa como a melhor. Todas contam com arranjos que lembram os bons momentos dos anos 60 e 70.  Gosto muito de “Qual é?”, que daria para imaginar também Elis Regina cantando com toda sua sua malemolência e graça. Aliás, se Elis tinha Cesar Camargo Mariano, Graziela conta com Alexandre Viana, que também mostra ser um músico de primeira linha, seja nos teclados, seja nos arranjos luxuosos e discretos.

Graziela entrou de cabeça no balanço inconfundível de Marcos Valle. E é uma satisfação ouvir sua voz tão segura de si, sabendo a direção a ser dada em sua carreira. E que ela continue nos brindando com lançamentos de extremo bom gosto musical como esse.


America Latina


Qual é?


Curvas do tempo




.: The Masked Singer: Marcelo Serrado é o jurado convidado de domingo

Chimarrão, Cuco, Preguiça e Trevo são as fantasias a se apresentarem no episódio. Foto: Globo/ Maurício Fidalgo


Neste domingo, dia 28, após "Temperatura Máxima’, vai ao ar o segundo episódio da quarta temporada de "The Masked Singer Brasil". O reality, que estreou nesta semana, recebe um convidado especial no time de jurados. A ator Marcelo Serrado se une a José Loreto, Paulo Vieira e Sabrina Sato para tentar desvendar quem são as personalidades fantasiadas que disputam por meio de espetáculos musicais de tirar o fôlego.

Na estreia, o programa apresentou quatro mascarados, e o Etzinho foi o escolhido para ser revelado. Louro Mané, companheiro de Ana Maria Braga no "Mais Você", estava por trás da fantasia. Neste domingo, outros quatro competidores se apresentam: Chimarrão, Cuco, Preguiça e Trevo.

Após as apresentações, a plateia vota para salvar duas fantasias da eliminação, e as duas menos votadas batalham novamente, mostrando um segundo musical. O júri, então, se reúne para deliberar quem dos dois fantasiados será salvo e quem será desmascarado. Contudo, reviravoltas poderão acontecer com o Masked Sino. Localizado ao lado dos jurados, pode ser acionado a qualquer momento, e a consequência é a anulação de uma revelação. Durante a temporada, o sino só pode ser tocado uma única vez por jurado, salvando um personagem que teria sua identidade revelada por decisão do grupo.

O "The Masked Singer Brasil" é uma coprodução TV Globo e Endemol Shine Brasil, baseado no formato sul-coreano criado pela Mun Hwa Broadcasting Corp, com supervisão artística de Adriano Ricco (TV Globo) e direção geral de Marcelo Amiky (Endemol Shine Brasil). O programa vai ao ar na TV Globo aos domingos, após o ‘Temperatura Máxima’, com reexibição na madrugada de segunda para terça-feira, à 00h30, no Multishow, seguida da entrevista de Kenya Sade com o eliminado da semana. 


quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

.: Crítica musical: Nasi lança o álbum "Rocksoulblues"


Por André Barcinski

Imagine que o Ira! nunca tivesse existido.

Imagine sua vida sem discos como “Mudança de Comportamento”, “Psicoacústica”, “Vivendo e Não Aprendendo”, e sem a banda que, para muitos – eu me incluo no grupo – é a melhor e mais instigante entre as grandes do BRock dos anos 80, e a única que entra em sua quinta década de existência lançando discos desafiadores, como ficou provado pelo excelente LP homônimo, lançado em 2020, em plena pandemia.

Mesmo nesse cenário, sem o Ira!, Marcos Valadão, o Nasi, seria um dos nomes mais importantes e talentosos do pop-rock brasileiro dos últimos 40 anos. Um artista com um trabalho eclético e de altíssima qualidade, que nos anos 80 já enxergava a força e importância do hip hop paulistano, produzindo a influente coletânea “Hip Hop Cultura de Rua”, que revelou nomes como Thaíde e DJ Hum, MC Jack e Código 13.

Off-Ira!, Nasi deixou sua marca no pós-punk brasileiro com o grupo Voluntários da Pátria, montou o grupo Nasi e os Irmãos do Blues, que lançou três LPs de celebração à música de raiz norte-americana, especialmente dos gênios Muddy Waters e Howlin’ Wolf, e recentemente voltou aos tempos de mod com um explosivo disco gravado com a banda Spoilers. Como se não bastasse, tem uma longa carreira solo, que chega agora ao nono disco, “Rocksoulblues”.

“Rocksoulblues” traz oito faixas, a maioria composta ou interpretada por artistas que Nasi sempre admirou, como Zé Rodrix, Tim Maia, Erasmo Carlos, Jerry Lee Lewis e Martinho da Vila, gravadas em versões surpreendentes e diferentes das originais. 

O disco abre com “Blues do Gato Preto”, do próprio Nasi, um bluesão malemolente, cantado com a voz rascante e áspera de Nasi e com um clima de big band, animado pelos saxofones de Sax Gordon e pelos teclados de Johnny Boy, colaborador habitual de Nasi em sua carreira solo. 

Depois, Nasi transforma “Devolve Meus LPs”, de Zé Rodrix, num jump blues que parece ter saído de um clube enfumaçado de Kansas City ou Chicago, e tira do chapéu uma versão blues do clássico do Ira!, “Dias de Luta”, com o guitarrista Igor Prado conjurando Stevie Ray Vaughan e Albert King.

As surpresas continuam com a versão matadora de “Eu Não Te Quero Santa”, composta por Vitor Martins, Sérgio Fayne e Saulo Nunes e gravada originalmente pelo Tremendão em seu clássico LP “Carlos, Erasmo” (1971). É a primeira de três faixas gravadas no disco pela excelente banda liderada por Marcelo Sussekind e que tem Sergio Melo (bateria), Sergio Morel (guitarra) e Sergio Villarim (teclados), além do próprio Sussekind no baixo.

Em seguida vem “Não Vá Me Machucar”, adaptação – com letra de Nasi - de “Rollin’ and Tumblin’”, clássico blues norte-americano gravado em diferentes versões por vários bluesmen dos anos 1920 e mais conhecido pela versão eternizada por Robert Johnson em 1936, com o título de “If I Had Possession Over Judgment Day”. Aqui, a canção ganha uma roupagem moderna e dançante, com as participações do produtor Apollo Nove e os “scratches” de DJ Hum. É a conexão blues-hip hop-eletrônico.

E quem mais, senão Nasi, poderia transformar um Country Western em  o samba “O Caveira”, famoso na voz de Martinho da Vila? A nova versão ganha companhia luxuosa da cantora Nanda Moura, que divide os vocais com Nasi nesse dueto divertido.  O cantor depois solta a voz e presta tributo a um de seus grandes ídolos, Tim Maia, na suingada “O Que Você Quer Apostar?”, abrilhantada por um solo de guitarra memorável de Sergio Morel.

“Rocksoulblues” encerra com “Rosa Selvagem”, versão de “Ramblin’ Rose”, originalmente um country-blues gravado em 1962 por Jerry Lee Lewis e transformado, em 1969, num míssil proto-punk pela banda MC5 em seu LP de estreia, o clássico “Kick out the Jams”. A versão de Nasi emula o MC5 e é o encerramento perfeito para um disco tão festivo.

“Rocksoulblues” não é um simples “disco de covers”, daqueles em que o artista se limita a regravar músicas que gosta. É um LP de intérprete, em que Nasi transforma e dá a sua cara a músicas que o influenciaram. É um disco eclético e surpreendente. Um disco com a cara do Nasi.

Ouça o álbum neste link.


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