quarta-feira, 13 de março de 2024

.: Últimas apresentações de "Memórias do Mar Aberto: Medeia Conta..."


Com texto da brasileira Consuelo de Castro, peça está em cartaz até 24 de março no Teatro Paiol Cultural, com idealização de Roberta Collet e direção de Reginaldo Nascimento. Foto: Ronaldo Gutierrez

A montagem "Memórias do Mar Aberto: Medeia Conta Sua História", com texto da dramaturga Consuelo de Castro (1946-2016), e idealizada por Roberta Collet, que também está no papel principal, e dirigida Reginaldo Nascimento, faz as últimas apresentações  no Teatro Paiol Cultural, na Vila Buarque, em São Paulo. A peça está em cartaz até dia 24 de março, com sessões sábados e domingos.

Nesta versão livre do mito de Medeia, a personagem-título toma o lugar de Jasão e chefia a expedição dos Argonautas, não por amor a ele, mas pelo ideal de paz entre os povos do Ocidente e do Oriente. Na peça, ela é traída não só pelo amor de Jasão a uma outra mulher, mas por uma aliança política dele com o rei Creonte. Os intérpretes são  Roberta Collet, Felipe Oliveira, Haroldo Bianchi, Joca Sanches e Rodrigo Ladeira. 

A peça foi montada com recursos próprios, sem o apoio de leis de incentivo. O texto de Consuelo mostra Medeia por outros ângulos: na trama, ela tem ideais políticos e chefia a expedição dos Argonautas no lugar de Jasão. De acordo com o mito, a missão desses navegantes era ir à Cólquida buscar o Velocino de Ouro, um presente dos deuses cujo poder era atrair prosperidade. 

Medeia lutava para garantir a paz entre os povos do Ocidente e do Oriente. Por esse motivo, foi traída não só pelo amor de Jasão a uma outra mulher, mas por uma aliança política dele com o rei Creonte. Para abordar todas essas dimensões no espetáculo, a encenação coloca o poder feminino a partir dos atos finais de vida, mortes e renascimentos que atravessam o caminho de Medeia. Ela representa a luta de tantas outras pela paz ao longo da história. A traição aparece em cada desejo inescrupuloso dos homens que a cercam no desenvolvimento da tragédia. “Ela é deslegitimada pelos deuses, pelos oráculos e pelo próprio Jasão. Em sua visão, todos esses agentes matam as pessoas que a ajudam e roubam seu direito de ser rainha”, comenta o diretor Reginaldo Nascimento.


Sobre a encenação
"Memórias do Mar Aberto: Medeia Conta Sua História" de uma maneira diferente. Por isso, de acordo com o diretor Reginaldo Nascimento, a concepção do espetáculo se pauta em uma encenação limpa. “Nosso foco está na força das palavras e na potência das interpretações. Dessa maneira, o cenário é minimalista e a trilha sonora serve apenas para ambientar o espectador”, comenta.

Na proposta cênica, todos os personagens já estão mortos – exceto Medeia, pois ela se tornou um símbolo. “Como minha ideia é que ela esteja expurgando os pecados, a narrativa acontece em retrospecto, como um filme. Ou seja, o palácio já foi queimado e os filhos já estão mortos. Assim, quero que os atores e atrizes estejam chamuscados pela poeira do fogo e do tempo – e o figurinista Chriz Aizner vai viabilizar isso”, detalha o diretor.    

Em relação à sonoplastia, Reginaldo Nascimento pensou em utilizar apenas músicas instrumentais. Haverá também a projeção de um mar, com o barulho constante de água, raios e trovões, dando o clima de uma tragédia grega.  “Para nós, é uma alegria montar esse texto no Teatro Paiol Cultural, que abriu as portas em 1969, justamente com um texto de Consuelo de Castro”, afirma Nascimento. 

Ficha técnica
Espetáculo "Memórias do Mar Aberto: Medeia Conta Sua História"
Autora: Consuelo de Castro
Direção: Reginaldo Nascimento
Diretora assistente: Amália Pereira
Elenco: Roberta Collet, Felipe Oliveira, Haroldo Bianchi, Joca Sanches e Rodrigo Ladeira
Desenho de Espaço Cênico e Sonoplastia: Reginaldo Nascimento
Cenário e figurinos: Chris Aizner
Lighting Design: Wagner Pinto
Costureira: Judite Gerônimo de Lima
Assessoria de imprensa: Canal Aberto
Fotógrafo: Ronaldo Gutierrez
Produção executiva: Amália Pereira
Direção de produção: Reginaldo Nascimento
Designer: Patricia Collet


Serviço
Espetáculo "Memórias do Mar Aberto: Medeia Conta Sua História"
Até 24 de março, aos sábados, às 20h00, e, aos domingos, às 19h00
Local: Teatro Paiol Cultural - R. Amaral Gurgel, 164 - Vila Buarque (estações de metrô: Santa Cecília e República. Estacionamentos conveniados: Rua Marquês de Itu, 401 e 436). Telefone: (11) 2364-5671.
Bilheteria: de quinta a domingo, das 14h00 às 20h00
Valor: R$ 60,00 e R$ 30,00
Classificação: 14 anos | Duração: 90 minutos

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