segunda-feira, 4 de agosto de 2025

.: Abertura da exposição World Press Photo 2025 será nesta terça em SP


A abertura da exposição contará com a presença dos fotógrafos brasileiro premiados, Anselmo Cunha e Amanda Perobelli, e do presidente do júri Sulamericano, o também brasileiro, Lalo Almeida. Foto: Aeronave em Pista Inundada, registrada durante a enchente histórica que atingiu o Rio Grande do Sul em maio de 2024 | Anselmo Cunha - Agence France-Presse


A exposição itinerante "World Press Photo 2025", que apresenta os vencedores do 68º Concurso Anual, chega na CAIXA Cultural de São Paulo nesta terça-feira, dia 5 de agosto. Este ano, a mostra, que reúne o melhor do fotojornalismo, traz 42 projetos vencedores que refletem os temas mais urgentes da atualidade: política, gênero, migração, conflitos armados e a crise climática, reunindo histórias captadas por fotógrafos de 31 países. 

Entre os premiados, estão três profissionais brasileiros: Amanda Perobelli, André Coelho e Anselmo Cunha. O Brasil também ganhou protagonismo na lente de profissionais internacionais, o mexicano Musuk Nolte com imagens da seca na Amazônia e Jerome Brouillet com a foto do atleta olímpico Gabriel Medina. Depois de uma temporada de sucesso no Rio de Janeiro, a mostra segue em cartaz em São Paulo até o dia 28 de setembro, depois segue para Brasília, Curitiba e Salvador.

Em 2025, as imagens documentam desde protestos e levantes em países como Quênia, Myanmar, Haiti, El Salvador e Geórgia, até retratos inesperados de figuras políticas nos Estados Unidos e na Alemanha. Também revelam histórias comoventes de jovens ao redor do mundo – como um homem trans de 21 anos nos Países Baixos, uma jovem ucraniana traumatizada pela guerra e a foto do ano que mostra uma criança palestina vivendo com amputações após bombardeios em Gaza, captada por uma fotógrafa da mesma nacionalidade.

Outro destaque desta edição é o impacto das mudanças climáticas em diferentes partes do mundo, com registros de desastres no Peru, Brasil e Filipinas. Há ainda um retrato potente da comunidade LGBTQIAPN+ celebrando o orgulho em um local secreto em Lagos, Nigéria, onde atos dessa natureza podem ser criminalizados. Destaque também para Tamale Safale, o primeiro atleta com deficiência a competir com atletas não deficientes em Uganda.

“Uma foto vencedora no World Press Photo não é apenas um registro histórico, é arte. Ela documenta, mas também fica na memória. O prêmio valoriza os projetos que jogam luz a questões urgentes e relevantes, que estão em debate em todo o mundo. E enxergar o nosso país nesse lugar de potência traz ainda mais satisfação em representar a exposição aqui”, explica Flávia Moretti, representante do World Press Photo no Brasil. 


Brasil
Três fotógrafos brasileiros estão entre os premiados da América do Sul no World Press Photo 2025. Na categoria Individual, Anselmo Cunha foi reconhecido pela imagem Aeronave em Pista Inundada, registrada durante a enchente histórica que atingiu o Rio Grande do Sul em maio de 2024. Com o mesmo tema, Amanda Perobelli venceu na categoria Reportagem com a série As Piores Enchentes do Brasil, que retrata os impactos das chuvas na cidade de Canoas, uma das mais afetadas pelo desastre climático. Também na categoria Individual, o fotógrafo André Coelho foi premiado com a imagem Torcida do Botafogo: Orgulho e Glória, que mostra a comemoração dos torcedores do clube carioca após a conquista inédita da Copa Libertadores da CONMEBOL, em novembro de 2024. 

O Brasil também se destacou em outros dois projetos internacionais. O mexicano Musuk Nolte retratou os efeitos socioambientais da redução do nível dos rios na região norte do país. A série Seca no Rio Amazonas foi uma das vencedoras na categoria Reportagem da América do Sul. Já o fotógrafo francês Jerome Brouillet, da AFP, venceu na categoria Individual da região Ásia-Pacífico e Oceania, com a imagem de grande repercussão que  mostra o surfista brasileiro Gabriel Medina emergindo triunfante de uma onda em Teahupo’o, no Taiti, quando garantiu a medalha de bronze  nas Olimpíadas de Paris

O fotógrafo Lalo de Almeida, vencedor na categoria Individual da América do Sul na edição de 2024, foi escolhido para presidir o júri na América do Sul. “Ter a experiência de estar do outro lado do balcão é uma honra. É uma grande responsabilidade, pois todas as histórias são importantes e todas as fotografias selecionadas eram impressionantes. Há muitos fotógrafos trabalhando em histórias profundas e foi incrível ver a forma como a América do Sul produz boas histórias”, afirma ele, que também integrou o júri global.


Campanha Feminicídio Zero
Durante o período de exibição no Brasil, a  "World Press Photo 2025" adere à campanha "Feminicídio Zero" para ampliar o debate sobre violência de gênero e os desafios enfrentados por mulheres em diferentes contextos ao redor do mundo. As histórias retratadas em diversas imagens vencedoras da mostra nesta edição, tais como Corpos Femininos Como Campos de Batalha (Cinzia Canneri), Maria (Maria Abranches), Jaide (Santiago Mesa), Terra Sem Mulheres (Kiana Hayeri) e Crise no Haiti (Clarens Siffroy) evidenciam como o corpo e a vida das mulheres continuam sendo alvos de opressão, controle e violência. Ao conectar essas narrativas visuais com os objetivos da campanha, a mostra convida o público a refletir sobre os direitos das mulheres, a urgência do enfrentamento ao feminicídio e o papel da arte na promoção da conscientização social.


Concurso
Desde 1955, o Concurso Anual World Press Photo reconhece e celebra o melhor do fotojornalismo e da fotografia documental produzidos ao longo do último ano. Em 2021, o concurso passou a adotar um modelo regional de premiação, o que o tornou mais representativo globalmente. A edição de 2025 mantém esta estrutura, com seis regiões globais: África; América do Norte e Central; América do Sul; Ásia Ocidental, Central e Sul Asiático; Ásia-Pacífico e Oceania; e Europa. 

Neste ano, a novidade é a mudança de um para três vencedores nas categorias Fotografia Individual e Reportagem em cada região do mundo, além de um vencedor por região na categoria Projeto de Longo Prazo. A exposição será apresentada em mais de 60 cidades, incluindo a estreia mundial em Amsterdã, seguida de Londres, Roma, Berlim, Viena, Budapeste, Cidade do México, Montreal, Jacarta e Sydney. 

As inscrições são julgadas e premiadas de acordo com a região onde as fotografias e histórias foram produzidas — e não pela nacionalidade do fotógrafo. Cada região contempla três categorias baseadas em formato: Individual (Singles), Reportagem (Stories) e Projetos de Longo Prazo (Long-Term Projects). 

Em 2025, o concurso, que acontece em meio às comemorações de 70 anos da Fundação World Press Photo, realizadora da premiação, ampliou o número de fotógrafos e projetos premiados – de 33, em 2024, para 42. Foram recebidas 59.320 inscrições, enviadas por 3.778 fotógrafos, de 141 países. As inscrições sempre são avaliadas de forma anônima. A primeira etapa da seleção foi realizada por júris regionais, que fizeram a pré-seleção dos trabalhos. Em seguida, os vencedores foram definidos por um júri global independente, composto pelos presidentes dos júris regionais e o presidente global.

A exposição no Brasil é patrocinada pela CAIXA e pelo Governo Federal, e tem o apoio do Jornal Folha de S. Paulo. A organização sem fins lucrativos Repórteres Sem Fronteiras (RSF) é apoiadora da programação paralela da World Press Photo. 


Serviço
Exposição "World Press Photo 2025"
CAIXA Cultural São Paulo
De 5 de agosto a 28 de setembro de 2025
Praça da Sé, 111 - Centro – Próximo à estação Sé do Metrô
Horário de visitação: de terça a domingo, de 8h00 às 19h00
Entrada gratuita
Classificação etária: 12 anos
Mais informações: https://www.caixacultural.gov.br/Paginas/default.aspx /@caixalculturalsp/tel: (11) 3321-4400
Importante: A exposição terá visitas mediadas com Libras e todas as imagens contarão com audiodescrição.

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