domingo, 16 de outubro de 2022

.: Cristofobia nos tempos de hoje em nome do bezerro de ouro



Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em outubro de 2022 


Nos cinemas o filme que promete concluir a franquia "Halloween", está em cartaz. Assim, o 13º longa do assassino serial Michael Myers encerra a trama cheia de altos e baixos. Contudo, as bruxas continuam soltas no Brasil e seguem fazendo barbaridades, inclusive dentro das igrejas. A última e assombrosa aconteceu numa igreja católica. Não me refiro aos xingamentos e vaias do dia da Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, em 12 de outubro. Há um ataque mais recente e que também foi gravado.

Numa igreja em Fazenda do Rio, Paraná, terminando a homilia, um padre proferiu: "Que Deus possa ser aquele que vai governar a nossa vida e também o senhor da nossa sociedade", ao retornar para trás do altar, para seguir com a oração da Santa Missa, uma voz feminina ecoa ali questionando se "o Deus da vida é a favor do aborto". No microfone, ele responde que não e ainda destaca não estar pedindo voto para Lula. 

Mesmo puxando a "Oração do Credo", os ataques ao padre não pararam a ponto de a oração não ser concluída. As mesmas respostas foram dadas novamente, mas a fala repetitiva -típica de defensores do atual bezerro de ouro- transformaram o momento de oração e reflexão num verdadeiro caos. 

Sim! Dentro de uma igreja em que há rituais a serem seguidos e respeitados, a adoração de outro deus vem sendo escancarada - até aos gritos. Estaria o ódio normalizado a ser dado a todos, inclusive a um padre durante uma cerimônia? É assombroso. Desrespeitoso e tudo está acontecendo a olhos vistos.

Tal qual um inferno infinito na terra, vê-se a obrigação da inserção do tema política em toda conversa e, como nunca falha, pelos adoradores de fake news. Sempre seguem com o discurso agressivo e na base do grito. Defendem a proibição do aborto, o que é importante, mas não sabem o que é viver a igreja, o cuidar do próximo. Sem saber viver o amor, agridem. 

Nessa realidade que, infelizmente não é paralela, todos são diretamente chafurdados numa franquia de filme de terror completamente amadora, mas bastante nocisa. Nesse "Brazilian Horror Story" que vivemos, enquanto que os americanos só conhecem como seriado, "American Horror Story" -tendo já descartado Donald Trump do poder-, fica a dúvida sobre como sobreviveremos a tanto ódio?! 


Mary Ellen Farias dos Santos, editora do portal cultural www.resenhando.com. É jornalista, professora e roteirista. Twitter: @maryellenfsm

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