segunda-feira, 18 de março de 2024

.: Teatro Rosinha Mastrângelo recebe a peça "Pagu - Do Outro Lado do Muro"


A vida de Patrícia Galvão, a Pagu, considerada uma das precursoras do movimento feminista no Brasil, como mãe, militante política, escritora, é tema do espetáculo "Pagu - Do Outro Lado do Muro", que será seguido de bate-papo. Foto: Arô Ribeiro


Localizado no Centro de Cultura Patrícia Galvão, em Santos, o Teatro Rosinha Mastrângelo recebe o monólogo "Pagu - Do Outro Lado do Muro", nesta quinta-feira, dia 21 de março, às 19h00.  Ao final do espetáculo, a dramaturga Tereza Freire, autora do livro "Dos Escombros de Pagu: um Recorte Biográfico de Patrícia Galvão", lançado pelas Edições Sesc SP e Editora Senac, e a atriz Thais Aguiar, participam de um bate-papo seguido de sessão de autógrafos. A classificação indicativa do espetáculo, que tem apresentação gratuita, é de 14 anos. A retirada de ingressos será no dia, a partir das 10h00, no Sesc Santos.

O monólogo com a atriz Thais Aguiar e texto da dramaturga e historiadora Tereza Freire que de forma ímpar, conta a riquíssima vida de Patrícia Galvão, mãe, militante política, escritora, que passa por sua relação com Tarsila do Amaral e os modernistas, fala de seus filhos, amores, amigos, da família, das viagens, das descobertas, da menina irreverente que foi e da mulher guerreira em que se transformou e hoje considerada uma das precursoras do movimento feminista no Brasil. Um espetáculo que nos leva a verdadeiramente conhecer o furacão que é Pagu, entendê-la e amá-la.

Estamos falando de abuso, de violência, do tarefismo imposto a mulheres, de várias coisas que Pagu passou, mas que todas nós mulheres ainda passamos. E como ampliar e tornar ainda mais arquetípica essa história, essa relação que não é só de uma mulher, é de uma geração que se perpetua pelas próximas gerações. Enquanto houver patriarcado isso vai existir.

Nesta montagem, formada por uma equipe artística composta em sua maioria por mulheres, resultado de 4 anos de pesquisa da atriz Thais Aguiar sobre a vida e a obra de Pagu. "Pagu - Do Outro Lado do Muro" traz uma dramaturgia atualizada que dialoga ainda mais com o cenário social e político brasileiro. Com idealização de Thais Aguiar, da Espontânea Cia de Teatro, direção de Érika Moura e Natália Siufi (Grupo Xingó), e dramaturgia assinada por Tereza Freire.

O espetáculo reúne forças nesse encontro de mulheres, que ditam o pulso numa caminhada vertical na contramão de um pensar, existir e se mover. Nos questiona como é que a gente faz desse teatro que é antigo e resistente, se tornar essa relação de uma experiência conjunta, presente e capaz de convocar toda uma ancestralidade de mulheres.

"Pagu - Do Outro Lado do Muro" nasceu após sua montagem embrionária em 2022, inspirada no livro "Dos Escombros de Pagu", de Tereza Freire (Edições Sesc), realizada especialmente para as comemorações do Centenário da Semana de Arte Moderna, em São Paulo, em 2022, na Oficina Cultural Oswald de Andrade em São Paulo.

Sobre o livro
As Edições Sesc São Paulo lançam "Dos Escombros de Pagu: um Recorte Biográfico de Patrícia Galvão". A segunda edição da biografia, escrita pela historiadora Tereza Freire, tem como ponto de partida a reunião dos escritos de Pagu, como cartas, bilhetes, poemas, correspondências e artigos de jornal. Poucas personagens da vida cultural e política brasileira da primeira metade do século XX tiveram uma vida tão intensa e fascinante como a escritora, poetisa, diretora teatral, tradutora, desenhista, cartunista e jornalista Patrícia Rehder Galvão, a Pagu. 

Essa mulher extraordinária, no entanto, ainda é pouco conhecida do grande público. Para ajudar a preencher essa lacuna, as Edições Sesc São Paulo, em parceria com a Editora Senac SP, publicam a segunda edição de "Dos Escombros de Pagu: um Recorte Biográfico de Patrícia Galvão", da historiadora Tereza Freire.

A autora relata a agitada vida de Pagu, nascida em 1910 em uma família abastada do interior de São Paulo, a partir de correspondências, poemas e artigos de jornal. Dividido em três partes e por temas, o livro não se limita a fazer um relato cronológico de acontecimentos, mas dá voz à biografada, tomando como ponto de partida a reunião de seus escritos. Quem assina o prefácio é o historiador Rudá K. Andrade, neto de Pagu e do também escritor Oswald de Andrade, um dos principais arquitetos do Modernismo brasileiro.

Tereza Freire é historiadora com mestrado sobre Pagu pela PUC-SP. É roteirista e diretora do documentário Caminhos do Yoga, gravado na Índia em 2003, e autora do romance "Selvagem como o Vento", de 2002. Na televisão, foi roteirista da série de documentários "Diário de Viagem", sobre turismo no Nordeste, e como apresentadora do programa "Contos da Meia-noite", da TV Cultura de São Paulo. O livro "Os Escombros de Pagu" foi inspiração para duas montagens de teatro, no Rio de Janeiro e em São Paulo.


Ficha técnica
Monólogo "Pagu - Do Outro Lado do Muro" 
Atuação: Thais Aguiar
Texto: Tereza Freire
Direção: Erika Moura e Natália Siufi
Trilha Sonora original: Paulo Gianini
Iluminação: Tomate Saraiva
Fotografias: Arô Ribeiro
Design gráfico: Theo Siqueira
Cenário e Figurino orientados por Livia Loureiro
Realização: Espontânea Cultural
Assessoria de Imprensa: Antonio Montano
Coprodução: Lorenna Mesquita


Serviço
Monólogo "Pagu - Do Outro Lado do Muro"
Espetáculo seguido de bate-papo e sessão de autógrafos
Com Espontânea Cia. de Teatro
Bate-papo e sessão de autógrafos do livro "Dos Escombros de Pagu: um Recorte Biográfico de Patrícia Galvão" - Edições Sesc SP e Editora Senac com Tereza Freire (autora) e Thais Aguiar (atriz
Quinta-feira, dia 21 de março, às 19h00

Teatro Rosinha Mastrângelo
Av. Senador Pinheiro Machado, 48 - Vila Matias)
(piso térreo do Centro Cultural Patrícia Galvão)
Classificação indicativa: 14 anos
Grátis. Retirada de ingressos no dia, a partir das 10h00, no Sesc Santos

Sesc Santos
Rua Conselheiro Ribas, 136, Aparecida  
Telefone: (13) 3278-9800  

.: "Escritos de Um Viado Vermelho" mistura movimento LGBTQIA+ e a ditadura militar


O brasilianista James N. Green lança, na próxima terça-feira, dia 19 de março, às 19h00, o livro "Escritos de Um Viado Vermelho", lançado pela editora Unesp. O encontro, que terá bate-papo do autor com o pesquisador Renan Quinalha, será na Livraria Megafauna, em São Paulo. “O privado é político”. O slogan, de origem incerta, foi muito usado pelo movimento feminista dos anos 1960, indicando que elementos de nossa vida pessoal na maioria das vezes têm origem em questões políticas da sociedade em que vivemos. 

Essa frase poderia ser usada também para iniciar uma abordagem de "Escritos de Um Viado Vermelho", coletânea de ensaios em que o brasilianista combina relatos autobiográficos e ensaios sobre os temas que lhe são mais caros: o movimento LGBTQIAP+ e a ditadura militar brasileira. Nos ensaios que compõem este volume, Green não se afasta do tom pessoal e da prosa fluida que lhe são característicos. Trata-se de uma obra que já nasce como referência para todos que estudam ou têm curiosidade sobre o tema. Compre o livro "Escritos de Um Viado Vermelho", de James. Green, neste link.


Sobre o autor
James Naylor Green
é professor de História Moderna da América Latina e foi diretor da Iniciativa Brasil na Brown University, EUA. Especialista em estudos latino-americanos, Green é brasilianista, tendo vivido no Brasil entre 1976 e 1982, e sua trajetória esteve sempre ligada ao ativismo pelos direitos LGBTQIAP+ e na defesa da democracia no Brasil. Pela Editora Unesp, publicou "Além do Carnaval" (2000, com 3ª edição revista e ampliada em 2022). Garanta o seu exemplar de "Escritos de Um Viado Vermelho", escrito por James N. Green, neste link.


Serviço
Lançamento do livro "Escritos de Um Viado Vermelho"
Terça-feira, diaa 19 de março, às 19h00
Livraria Megafauna
Av. Ipiranga, 200 - loja 53 do Edifício Copan - República/São Paulo

.: Obra de Conceição Evaristo em clube de leitura da Biblioteca Parque Villa-Lobos


Escrito por Conceição Evaristo, o livro "Becos da Memória" será tema de conversa em encontro on-line, em 28 de março, na BVL. Além deste, outros clubes acontecem ao longo do mês também na Biblioteca de São Paulo, zona norte da capital. "Becos da Memória" é um dos mais importantes romances memorialistas da literatura contemporânea brasileira.

Conceição Evaristo traduz, a partir de seus muitos personagens, a complexidade humana e os sentimentos profundos dos que enfrentam cotidianamente o desamparo, o preconceito, a fome e a miséria; dos que a cada dia têm a vida por um fio. Sem perder o lirismo e a delicadeza, a autora discute, como poucos, questões profundas da sociedade brasileira. 

E para compartilhar e discutir essa história, a Biblioteca Parque Villa- Lobos convida você a se juntar ao clube de leitura on-line, que acontece em parceria com a BibliON - biblioteca digital gratuita de São Paulo. O encontro está marcado para o dia 28 de março, das 15h00 às 17h00. Compre o livro "Becos da Memória", de Conceição Evaristo, neste link. Mas os clubes não terminam por aí. Além deste, temos os encontros da Biblioteca de São Paulo. Oportunidades on-line e presenciais. Confira abaixo toda a programação:

Biblioteca de São Paulo

Clube de Leitura
Os encontros virtuais são mais uma possibilidade para o debate e a troca entre leitores de uma mesma obra. Por isso, a BSP promove mensalmente o Clube de Leitura online, para que você possa participar de qualquer lugar! Os primeiros inscritos receberão instruções para realizar o empréstimo do e-book.
O livro do mês é “Trópico de Câncer”, de Henry Miller.
21 de março, das 15h00 às 17h00.
Parceria BibliON.
Atividade On-line.


Clube de Leitura 
Ao final deste encontro haverá o sorteio de um livro da editora.
Mediação Equipe BSP.
A obra escolhida para este mês é “O Presidente Pornô”, de Bruna Kalil Othero.
22 de março, das 15h00 às 17h00.
Parceria Companhia das Letras.
Atividade presencial.
Biblioteca Parque Villa-Lobos. 

Clube de Leitura 
Ao final deste encontro haverá o sorteio de um livro da editora.
Mediação Equipe BVL.
A obra escolhida para este mês é “Medeia”, de Eurípides
23 de março, das 15h00 às 16h15.
Parceria Companhia das Letras.
Atividade presencial.


Clube de Leitura On-line
O livro do mês é "Becos da Memória", de Conceição Evaristo.
28 de março, das 15h00 às 17h00.
Parceria BibliON.
Atividade On-line.


Sobre a Biblioteca de São Paulo
Inaugurada em fevereiro de 2010, a Biblioteca de São Paulo (BSP) está localizada no Parque da Juventude, no terreno em que funcionou a Casa de Detenção de São Paulo (conhecida como Carandiru), na zona norte da capital paulista. A qualidade do acervo, as atividades de programação cultural e os serviços oferecidos deram um novo significado ao espaço, transformando-o em uma praça cultural, local de acolhimento e descobertas. Inspirada nas melhores práticas das bibliotecas públicas do Chile e da Colômbia, soma mais de 3 milhões de visitantes e visa promover o incentivo à cultura, à leitura e à literatura. Ocupa uma área de 4.257 metros quadrados para atender o público - crianças, jovens, adultos e idosos com ou sem deficiência. A BSP é um equipamento cultural da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerido pela Organização Social SP Leituras.

Sobre a Biblioteca Parque Villa-Lobos
A Biblioteca Parque Villa-Lobos (BVL), localizada dentro do parque de mesmo nome, é um espaço convidativo para a leitura, fruição da cultura e interação entre as pessoas. Além de um amplo acervo literário, atualizado semanalmente, oferece várias atividades gratuitas, como encontro com escritores, contação de histórias, saraus, oficinas, cursos, apresentações musicais, entre outros eventos de uma extensa programação. O local conta ainda com sala de games, ludoteca, computadores com acesso à internet, auditório, aparelhos de tecnologia assistiva, deck com vista para o parque, bicicletário e skatário. É um equipamento cultural da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerido pela Organização Social SP Leituras.

.: Bon Jovi anuncia novo álbum “Forever”, com lançamento em 7 de junho


Bon Jovi
, um dos mais icônicos grupos de rock, vencedor do Grammy® e integrante do Rock and Roll Hall of Fame, continua as celebrações pelo 40º aniversário de carreira publicando “Legendary”, novo single e vídeo disponível hoje em todos os aplicativos de música. A monumental faixa nova abre o cenário para o 16º álbum de estúdio de Bon Jovi, “Forever”, que tem lançamento marcado para 7 de junho de 2024. O novo álbum está disponível para pré-venda na UMusic Store, incluindo diferentes opções de formato para os fãs.

Como parte da programação da 66ª edição do Grammy Awards®, no mês passado, Jon Bon Jovi foi escolhido Pessoa do Ano MusiCares 2024. Ele foi homenageado com um show de tributo no L.A. Convention Center, com Bruce Springsteen, Shania Twain, Melissa Etheridge, Sammy Hagar, Jason Isbell, Jelly Roll, Pat Monahan do Train e muitos outros. “Este disco é um retorno à alegria. Desde a composição, passando pelo processo de gravação, este é um Bon Jovi que aumenta o volume e se sente bem”, disse Jon Bon Jovi.

As comemorações pelo 40º aniversário de carreria do Bon Jovi continuam hoje à noite na Conferência SXSW, no Texas, quando a HULU estreia “Thank You, Goodnight: The Bon Jovi Story”. A série documental em quatro partes, que abrange toda a carreira da banda, terá sua estreia oficial na América Latina no streaming da Star+ em 26 de abril.  Esta é a primeira série documental sobre a história do grupo que foi feita com a total cooperação de todos os integrantes antigos e atuais do Bon Jovi.  A série é uma produção da ROS, marca do cineasta Gotham Chopra.


"Bon Jovi: Forever" - Tracklisting

1. "Legendary"
2. "We Made It Look Easy"
3. "Living Proof"
4. "Waves"
5. "Seeds"
6. "Kiss The Bride"
7. "The People’s House"
8. "Walls Of Jericho"
9. "I Wrote You A Song"
10. "Living In Paradis"
11. "My First Guitar"
12. "Hollow Man"

Sobre Bon Jovi
Ao longo de uma carreira ilustre de mais de três décadas, desde sua formação em 1983, o Bon Jovi conquistou seu lugar na realeza do rock mundial, no Rock & Roll Hall of Fame e no Songwriters Hall of Fame. Com mais de 130 milhões de álbuns vendidos em todo o mundo, um extenso catálogo de hinos de sucesso, milhares de shows realizados em mais de 50 países, para mais de 35 milhões de fãs, e bilheteria de mais de 1 bilhão de dólares em todo o mundo somente na última década, Bon Jovi é a banda de rock & roll por excelência. Foto: Mark Seliger.

domingo, 17 de março de 2024

.: Entrevista com Midria: "Minha poesia reflete meus processos de inquietação"


Por Helder Moraes Miranda, editor do portal Resenhando.com. 

Poeta, slammer e cientista social, Midria está entre os principais nomes da atual geração de escritores. A estreia na editora Rosa dos Tempos com "Desamada: um Corpo à Espera do Amor" vem marcada por um texto sensível e amadurecido sobre a descoberta amorosa. Em evidência após o emocionante debut na programação oficial da Flip 2022, também foi capa da revista Glamour em março de 2023 e, em abril do mesmo ano, revelou-se um destaque como referência da geração Z em reportagem da revista Vogue. 

Com texto de orelha assinado pela escritora, tradutora e psicanalista Eliane Marques, Midria vai além do que se espera de quem vive da poesia porque ultrapassa o lirismo para percorrer o universo das vivências. O livro é indicado para qualquer pessoa que já viveu o contrário do amor: a solidão física, corpórea, a falta do toque, a ausência de companhia. Nesta entrevista exclusiva, Midria revela tudo - e um pouco mais - sobre vida, inspiração e amor. Compre o livro "Desamada: um Corpo à Espera do Amor", de Midria, neste link.


Como sobreviver ao desamor?
Midria - Acredito que buscar espaços de autocuidado e de pertencimento coletivo ao mesmo tempo é importante. Para pessoas negras isso pode significar o “aquilombamento”, existir de forma mais plena e amorosa entre pares.


O que há de autobiográfico em "Desamada"?
Midria -  Quase tudo, minha poesia reflete meus processos de inquietação, dores e amores com o mundo.


O que representa a literatura em sua vida?
Midria A literatura pra mim é um fio condutor de muita importância, me reconecta com minha potência criativa e me apresenta o mundo de formas pluriverais. Desde criança, adolescente sempre amei muito ler e mais tarde encontrei nos saraus e slams uma forma de partilhar a escrita que formou muito minha identidade.


Na sua própria literatura, em que você se expõe mais, e por outro lado, em que você mais se preserva, em seus textos?
Midria Acho que busco ter um princípio geral de amor comigo e em relação ao mundo como aquilo que me motiva, isso ajuda a não cair num cinismo ou desesperança frente a questões difíceis que por vezes abordo.


Que conselhos você dá para as pessoas que pretendem enveredar pelos caminhos da escrita?
Midria Sempre busque partilhar só o que você pode dizer, a narrativa que se relaciona com o seu universo pessoal ou de interesses que cruzem uma nova possibilidade de imaginar o mundo.


Quais livros foram fundamentais para a sua formação enquanto escritore e leitore?
Midria - "O Menino do Pijama Listrado", "As Boas Mulheres da China", as obras da Octavia E. Butler no geral e mais recentemente "O Caminho do Artista".


Como e quando começou a escrever?
Midria -  Eu escrevia desde pequene, na escola quando minha professora da segunda série ensinou o que era poesia me encantei pela forma e segui escrevendo poemas aqui e ali. Mais pra frente na quinta, sexta série participei de projetos de formação de leitores na escola, o chamado “Círculos de Leitura”, o que aprofundou mais ainda o amor pela escrita. E nos saraus e slams os poemas que eu já escrevia ganharam mais corpo e espaço de partilha.


Quais escritores mais influenciaram a sua trajetória artística e pessoal?
Midria Gosto de pensar em pares como Mel Duarte, Luz Ribeiro, Danylo Paulo, Igor Chico, Jô Freitas, que são pessoas contemporâneas e para além de escreverem, vivenciam muito o que colocam no papel. Além de serem todes agitadores culturais que criam espaços de escuta e partilha de poesia dos quais pude participar.


É possível viver de literatura no Brasil?
Midria É possível, mas não sem muitos percalços. Fiz uma pesquisa sobre a trajetória de profissionalização de poetas negras do slam em São Paulo ainda na graduação e o que ela mais me mostrou foi como ainda não temos algum tipo de parâmetro que balize os valores mínimos pelos quais nossos trabalhos devem ser valorizados. É tudo muito desigual e por vezes as pessoas não compreendem que a escrita tem um custo de tempo, emocional, interpessoal. Vejo que ainda falta um olhar sério sobre pessoas que escrevem no Brasil, em especial quando falam da margem.


O quanto para você escrever é disciplina? É mais inspiração ou transpiração?
Midria -  Acho que ando no meio termo, vou construindo a inspiração, coletando escritos aqui e ali e quando vejo que o livro está realmente já no caminho sento com mais afinco para dar os toques finais.


Quanto tempo por dia você reserva para escrever?
Midria Tento escrever pelo menos 30 minutos a cada manhã em fluxo livre e o restante vem à medida da inspiração, em especial a poesia que mora bastante nos detalhes do cotidiano.


Você tem um ritual para escrever?
Midria -  Não tenho, só gosto de sentir que há tempo para isso.


Em um processo de criação, o silêncio e isolamento são primordiais para produzir conteúdo ou o barulho não atrapalha?
Midria Muita coisa eu escrevi e escrevo no ônibus, metrô. Mas lapidar as coisas demanda concentração.


Como começar a ler Midria?
Midria -  Ler meus livros desde o primeiro, "A Menina que Nasceu sem Cor" que reúne poesias dos  meus primeiros anos nos slams e seguir conhecendo os seguintes é um bom jeito de se aprofundar nos diferentes momentos que já tive na escrita.


Que livro você gostaria de ter escrito?
Midria Não vou dar spoiler dos próximos, estão no forno! (risos)


Hoje, quem é Midria por Midria?
Midria Midria é uma pessoa que escreve, mas que também se divide entre ser uma pessoa que transforma o mundo por meio de uma ONG, que estuda muito como forma de se alimentar para dar conta da vida, que dança, vai para academia, nada, que está aprendendo a tocar bateria para manter viva sua criança interior, em resumo, uma pessoa que não para quieta para se sentir viva. E que busca a espiritualidade, Orixás e guias como eixo para dar conta de tanto movimento.

.: "Diário de Um Filme": o processo criativo de "A Paixão Segundo G.H."


Escrito por Melina Dalboni e publicado pela editora Rocco, o livro "Diário de Um Filme" narra o processo criativo e a aventura de se fazer cinema independente no Brasil a partir da realização do longa-metragem , baseado no romance homônimo de Clarice Lispector, dirigido por Luiz Fernando Carvalho e protagonizado por Maria Fernanda Candido.

Em primeira pessoa, a roteirista Melina Dalboni não se limita a apresentar a criação de um filme propriamente dito, mas revela a jornada emocional de todos da equipe e do elenco. Neste diário, a autora conduz o leitor a um mergulho no percurso criativo vertical do cineasta a partir da obra de Clarice Lispector e se depara com as circunstâncias externas — pessoais ou não — que afetam uma filmagem.

Na segunda parte do livro, são reproduzidas as transcrições das Oficinas Teóricas, ponto de partida para todos os trabalhos de Carvalho, realizadas para a equipe durante a fase de pesquisa e ensaios. Pelo tablado do Galpão, espaço criativo idealizado pelo cineasta, passaram nomes como Nádia Battella Gotlib, supervisora de texto do filme, e José Miguel Wisnik, Yudith Rosenbaum, Franklin Leopoldo e Silva, Rafaela Zorzanelli e Flavia Trocoli, todos grandes estudiosos e especialistas na obra da autora de "A Paixão Segundo G.H.". Isso torna as palestras transcritas nesta publicação escritos inéditos incontornáveis para os estudiosos e admiradores da obra clariceana.

Acompanhando os textos, são reproduzidos os cadernos do cineasta, frames do filme e fotografias das fases de pré-produção e bastidores das filmagens. O resultado é um painel que atravessa as questões subjetivas e técnicas do filme, as inspirações, a vulnerabilidade de uma criação, o diálogo entre a literatura de Clarice e o cinema de Carvalho, o extraordinário tour de force da atriz Maria Fernanda Candido e a busca incansável pela própria linguagem cinematográfica. Compre o livro "Diário de Um Filme", de Melina Dalboni, neste link.


Sobre o filme
"'A Paixão Segundo G.H.' é como saborear a conquista do impossível. Há que se discutir se algum artista já conseguiu isso. Clarice chegou perto. Carvalho e Candido também." — Walter Porto, Folha de S. Paulo

"A prosa altamente filosófica de Clarice Lispector encontra uma representação cinematográfica que supera todas as expectativas. O filme combina confessional, experimental e psicológico para alcançar um horror existencial com ecos de 'Através de Um Espelho', de Bergman, e 'Repulsa ao Sexo', de Polanski." —Cristina Álvarez López, IFFR - Rotterdam

"O estranhamento e a beleza estética do filme de Luiz Fernando Carvalho surpreendem, instigam, num apelo a que o espectador se ligue ao que ali se expõe e nos escapa no dia a dia." — Nádia Battella Gotlib, biógrafa de Clarice Lispector

"Esse filme extraordinário, corajoso e requintado não se amofina diante dos desafios do original. Em vez disso, mergulha no seu tecido escamoso e delirante para daí extrair uma pérola de cinema." — Carlos Alberto de Mattos, crítico cinematográfico


Sobre a autora
Melina Dalboni é escritora, roteirista e jornalista. Foi colaboradora da série "IndependênciaS" (TV Cultura, 2022) e roteirista dos filmes "A Paixão Segundo G.H." (2023) e "Tire Cinco Cartas" (2023). É autora dos textos de "Meu Pedacinho de Chão" (Editora Casa da Palavra, 2014) e de "Sonia Braga em Fotobiografia" (Edições Sesc e Cepe, 2023), e organizadora de "Fotografias – O Processo Criativo dos Atores de 'Dois Irmãos'" (Editora Bazar do Tempo, 2017). Atualmente, escreve para os principais veículos de imprensa do Brasil. Garanta o seu exemplar de "Diário de Um Filme", escrito por Melina Dalboni, neste link.

.: "O Convidado", de Henri Lui, ensina a não confiar em estranhos conhecidos


Escrito por Henri Lui, o romance "O Convidado", lançado pela editora Frieden, é sobre uma rica família envolta em crimes, mistérios, dramas e traições após a chegada de um sobrinho órfão. Os Marah parecem a família perfeita. O patriarca Ivan é um descendente de aristocrata e ocupa um cargo de influência na Corte de Julgamento do Estado. Já Natália, a matriarca, é tão dedicada ao marido e aos três filhos que renunciou à própria individualidade para se tornar um exemplo de mãe e mulher. Mas as porcelanas da casa não permitem que os leitores de "O Convidado" acreditem no mundo de aparências, porque elas são sempre a companhia da mesa de jantar e observadoras oniscientes dos acontecimentos entre os familiares.

Este romance repleto de traições, assassinatos, dramas e mentiras destrincha hipocrisias que se escondem por trás das portas de um lar. Com um texto descritivo, parágrafos longos e diálogos curtos, o escritor Henri Lui analisa os sentimentos e as contradições de cada personagem para mostrar que não há somente um vilão nem um protagonista admirável. Mais que isso: o autor evidencia as ações - boas e ruins – que qualquer ser humano é capaz de praticar independentemente de sua formação como pessoa.

Com duas partes principais, o primeiro momento do enredo gira em torno dos Marah e das formas que os membros se relacionam entre si e com a sociedade. O segundo inicia quando Fiódor chega à casa dessa rica família e esconde sua verdadeira identidade. Ele não é o sobrinho órfão que está prestes a receber as posses dos pais, como diz. Sua verdadeira identidade é Xavier, um jovem pobre, vítima de violência doméstica, que assassina o herdeiro para ter outra vida.

Entretanto, o agora Fiódor não é o único a cometer crimes ou a desestruturar o ideal de perfeição familiar. Ivan está envolvido em um grande esquema de corrupção; Natália vive uma relação amorosa fora do casamento; e as meninas Anna e Kátia cresceram egocêntricas por acreditarem que o dinheiro pode comprar tudo. O filho mais novo, Nikolau, morre cedo devido a uma doença e marca a primeira experiência de luto dos Marah.

Inspirado nos clássicos da literatura russa e nas obras publicadas durante o século XIX, que investigam as mais dramáticas e conflituosas condições da existência humana, "O Convidado" detalha questões psicológicas, problemas íntimos e diferentes realidades de cada personagem. Com uma trama misteriosa e complexa, Henri Lui guia o leitor por reviravoltas permeadas de mentiras, investigações e erros que se estendem até a última página. Compre o livro "O Convidado", de Henri Lui, neste link.


Sobre o autor
Nascido em Araraquara, em São Paulo, Luiz Henrique Marquez assina com o pseudônimo Henri Lui e tem dois livros publicados. “J.” marcou sua estreia na literatura e conta com elementos autobiográficos. O segundo lançamento é "O Convidado", publicado pela editora Frieden. Garanta o seu exemplar de "O Convidado", de Henri Lui, neste link.

sábado, 16 de março de 2024

.: "Imaginário: Brinquedo Diabólico" é terror com mescla duvidosa

Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em março de 2024


Uma Anabelle em pelúcia? Não. "Imaginário: Brinquedo Diabólico", filme de terror dirigido por Jeff Wadlow ("Verdade ou Desafio", "Ilha da Fantasia"), em cartaz no Cineflix Cinemas, faz uma mescla duvidosa de referências para contar a história de uma "boadrasta", Jessica (DeWanda Wise), que vive tendo pesadelos com aranhas. Na vida adulta, parceira de Max (Tom Payne), o pai de duas meninas que acaba permitindo que ela vá para um outro mundo e conseguir o que deseja.

Tentando conquistar o carinho e atenção das enteadas, a adolescente Taylor (Taegen Burns) e a pequena Alice (Pyper Braun), Jessica que é desenhista e escritora infantil, passa a viver na casa em que julga ter guardado boas lembranças, enquanto descobre ter sido uma fase conturbada dos seus 5 anos de idade, por conta de um ursinho de pelúcia, o Chauncey. No entanto, sua antiga babá surge na trama para acender uma fagulha de curiosidade. Em tempo, é a própria personagem que irá movimentar consideravelmente a história toda.

A produção da Blumhouse Productions e Tower of Babble Entertainment até começa de modo envolvente, mesmo estampando um pesadelo da protagonista nos primeiros minutos. Contudo, no desenrolar de 1h 44m, o filme se perde em referências emboladas e até repetitivas, como por exemplo, ao amigo imaginário de Riley, de "Divertida Mente", o fofo Bing Bong. Passa até por "Coraline e o Mundo Secreto", nos olhos e na abertura de um portal, além de apresentar portas diversas que remetem ao clássico de Tim Burton "Os Fantasmas se Divertem". Mas, aos brasileiros, leva mais a lembrança do quadro "Senta que lá vem história", do programa infantil "Rá-Tim-Bum", da Tv Cultura.

"Imaginário: Brinquedo Diabólico" vale ser assistido por puro entretenimento, pois fica marcado como mais um filme de um brinquedo que desperta coisas do além. 

Em parceria com o Cineflix Cinemas, o Resenhando.com assiste aos filmes em Santos, no primeiro andar do Miramar Shopping. O Cineclube do Cineflix traz uma série de vantagens, entre elas ir ao cinema com acompanhante quantas vezes quiser - um sonho para qualquer cinéfilo. Além disso, o Cinema traz uma série de projetos, que você pode conferir neste link. Compre seus ingressos no Cineflix Cinemas Santos aqui: vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN

* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm 

"Imaginário: Brinquedo Diabólico" ("Imaginary"). Ingressos on-line neste linkGênero: terrorClassificação: 12 anos. Duração: 1h44. Ano: 2023. Idioma original: inglês. Distribuidora: Paris Filmes. Direção: Jeff Wadlow. Roteiro: Andrew Haigh. Elenco: DeWanda Wise, Tom Payne, Betty Buckley, Veronica FalcónSinopse: Jessica volta para a casa de sua infância e sua enteada mais nova, Alice, encontra um urso de pelúcia chamado Chauncey. O comportamento de Alice se torna cada vez mais preocupante e Jessica percebe que Chauncey é muito mais que um brinquedo.


Leia+

.: Defa Lucy, a boneca fashion que ganhou o coração dos colecionadores

Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em março de 2024


Em 9 de março de 2024 a boneca batizada de Barbara Millicent Roberts, a Barbie, completou 65 anos que foi lançada na feira de brinquedos nos Estados Unidos usando um maiô listrado custando somente 3 dólares. Eis que a boneca que resiste ao tempo ao longo dos anos ganhou diversas concorrentes, algumas com o poder de atrapalhar as vendas, como aconteceu, com as Bratz, nos anos 2000. Entre as mais recentes bonecas tipo Barbie está a Defa Lucy, produzida pela Jieyang Defa Industry Co, que vem se tornando uma febre no meio dos colecionadores de bonecas de até 30 centímetros.

A boneca fabricada na China leva parte do nome da empresa de manufatura, o que nos permite concluir que seu nome é, de fato, Lucy. Entre as bonecas mais simples, estão as mais sofisticadas em corpos articulados e outras até com animais de estimação, algo que em muito remete a coleção da Mattel, a extinta Barbie Extra, existindo também a Defa Lucy em cadeira de rodas.

História da Defa Lucy: A boneca fashion que existe desde 1990, com traços de brinquedos clones, popularmente chamadas de genéricas e até piratas, ganhou em 2022 um upgrade e, inclusive, corpos articulados, aproximando-se da coleção Barbie Fashionistas e até Barbie Extra, que acompanha looks despojados e um pet. Fazendo sucesso entre colecionadores, é considerada por alguns como uma versão da Poppy Parker (produzida pela Integrity Toys) mais acessível. Há também a versão da mesma boneca chamada de Brittany ou ainda levando o mesmo nome, porém, com um rosto diferente, enquanto que as roupas e acessórios são idênticos. Atualmente, a boneca pode ser importada pela plataforma de vendas chinesas, Shein. 

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* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm



.: Cartas de amor entre Camus e atriz francesa são publicadas em livro


Lançado pela editora Record, o livro "Escreva Muito e Sem Medo: uma História de Amor em Cartas (1944-1959)" traz a intensa correspondência entre um dos maiores autores do século XX, o franco-argelino Albert Camus, e uma das grandes atrizes do teatro francês, Maria Casarès, que figurou em clássicos do cinema, como "O Boulevard do Crime" e "As Damas do Bois de Boulogne". O livro foi editado por Béatrice Vaillant, com notas de Alexandre Alajbegovic.

Inédito no Brasil, o livro, com prefácio da filha de Camus, Catherine, é um testemunho da busca de dois amantes pela verdadeira experiência do amor. Para os fãs do escritor, oferece um vislumbre único da vida pessoal, sem nenhum filtro, da imagem pública do vencedor do Prêmio Nobel de Literatura. Ainda no primeiro semestre de 2024, a Editora Record vai publicar "Caro Professor Germain", mais um livro inédito de Camus no Brasil. A tradução é de Clóvis Marques.

Albert CamusMaria Casarès se conheceram em 19 de março de 1944 mas o relacionamento começou efetivamente na noite do Dia D, 6 de junho. Ex-aluna do Conservatório de Arte Dramática de Paris, nascida em Corunha e filha de um político espanhol forçado ao exílio, ela tinha apenas 21 anos. Camus morava sozinho em Paris, afastado da mulher, Francine, por conta da guerra.

As cartas revelam a intensidade do relacionamento e de suas realizações pessoais. O escritor é mais conciso, e em meio a juras de amor conta à amante sobre os livros que está produzindo, como "O Avesso e o Direito", "O Exílio e o Reino", "A Queda" e "O Primeiro Homem", este o livro que estava na valise quando Camus morreu em um acidente de carro. As cartas de Maria são mais extensas e revelam o cotidiano da atriz, as gravações no rádio, os ensaios, as récitas teatrais, as filmagens, bem como a vida de atores da Comédie-Française e do Teatro Nacional Popular.

A publicação desta enorme troca de correspondências, que durou até o fim da vida do escritor, revela uma pedra angular de uma preocupação constante em seu trabalho. “Quando se ama alguém, ama-se para sempre”, confidenciou Maria Casarès muito depois da morte de Albert Camus; “quando não se esteve mais sozinho uma vez, nunca mais se estará”. Compre o livro "Escreva Muito e Sem Medo: uma História de Amor em Cartas (1944-1959)", de Albert Camus e Maria Casarès, neste link. 


Sobre os autores
Albert Camus
foi um jornalista, filósofo e escritor francês nascido na Argélia, em 1913. Seus trabalhos contribuíram com o crescimento da corrente de pensamento conhecida como absurdismo. Um dos grandes autores do século XX, Camus recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1957, três anos antes de sua morte. Entre suas maiores obras estão "A Peste", "O Estrangeiro" e "A Queda".

Maria Casarès foi uma atriz franco-espanhola nascida em Espanha, em 1922. Desde sua estreia, em 1942, até sua morte, em 1996, foi uma das grandes atrizes de tragédias do teatro francês, além de ter atuado no cinema e na televisão. Figurou em vários clássicos do cinema, como "O Boulevard do Crime" e "As Damas do Bois de Boulogne". Garanta o seu exemplar de "Escreva Muito e Sem Medo: uma História de Amor em Cartas (1944-1959)", escrito por Albert Camus e Maria Casarès, neste link. 

.: "O Último dos Copistas", de Marcílio França Castro, consagra autor


"O Último dos Copistas"
, romance híbrido que mescla ensaio e literatura, fato e ficção, com um estilo envolvente e arrojado, a história esquecida de uma figura do século XVI se revela uma janela para compreender o contemporâneo. O livro estabelece Marcílio França Castro como um dos autores de maior destaque no cenário contemporâneo. Os copistas são figuras fantasmagóricas que assombram a literatura. Aqui o ponto de partida é Ângelo Vergécio, um copista do século XVI cuja caligrafia deu origem à fonte Garamond.

Um enigma de sua vida move, no século XXI, na passagem do analógico ao digital, a história de amizade entre um revisor e uma ilustradora em uma pequena casa editorial. Trata-se de uma relação platônica que parece se concretizar através de uma obsessão compartilhada por desvendar detalhes da vida de Vergécio, conduzindo o enredo ainda por cidadezinhas da Europa que conhecemos através de cartões-postais intrigantes. Compre o livro "O Último dos Copistas", de Marcílio França Castro, neste link.


O que disseram sobre o livro
“Um livro surpreendente sobre a passagem do tempo, dos mundos que se sucedem e do que fica pelo caminho. A história de dois tipos em extinção, um copista à saída da Idade Média e um revisor literário no mundo digital, ao mesmo tempo remanescentes e transmissores do que corre o risco de se perder para sempre. Um romance incisivo e original sobre a obsolescência e o anacronismo como resistências artísticas incomuns, capazes de criar pontes inesperadas e revelar o quanto a naturalidade do presente pode apenas encobrir um processo de normalização.” — Bernardo Carvalho

“A obra parece um daqueles desenhos de Escher, de uma mão desenhando a si mesma, ou de um castelo de escadas que levam para cima e para baixo ao mesmo tempo. Com incrível domínio topológico da narrativa, os fatos vão se combinando e recombinando, equilibrados no vértice de uma jovem ilustradora que atrai todas as linhas da trama — em texto e imagens —, até o surpreendente clique que fecha a máquina perfeita do livro.” — Arthur Nestrovski


Sobre o autor
Marcílio França Castro
 nasceu em Belo Horizonte em 1967. Mestre em estudos literários pela UFMG, publicou, entre outros livros, "Histórias Naturais" e "Breve Cartografia de Lugares sem Nenhum Interesse", pelo qual recebeu o Prêmio Literário da Fundação Biblioteca Nacional. Garanta o seu exemplar de "O Último dos Copistas", escrito por Marcílio França Castro, neste link.

.: Mayana Neiva lança o seu primeiro álbum, “Tá Tudo Aqui Dentro”


Texto de Juliana Alves

“Tá Tudo Aqui Dentro” é a síntese poético-sonora que anuncia o debut musical da multiartista Mayana Neiva. Numa prosódia lírica e autoral, a paraibana desfia o rosário de timbres contemporâneos entoados nas cores da tradição. O disco, concebido pela artista como uma reinvenção de si, propõe uma ancoragem no tempo, revisitando suas raízes em clave futurista. O Nordeste, ponto de partida e de chegada, se espraia pelas veias abertas da América e pulsa em sotaque latino. A memória é o fio que alinhava as paisagens sonoras e afetivas que se acumulam como retratos de um álbum próprio.

O cortejo se abre com o manifesto audiovisual “Cordel da Mulher Paraibana” onde a gramática sertaneja verseja na cadência do maracatu e celebra a ancestralidade feminina que ressoa flamejante na profundidade de “Flecha”. Ainda no registro da palavra encantada, o álbum traz parcerias luminosas com artistas importantes do cenário atual, como a faixa “Queima” com o compositor conterrâneo Chico César, “Dopamina” com a baiana Josyara, além da sonoridade virtuosa de Mestrinho e José Manuel.

A produção musical combina arranjos modernos com beats e sintetizadores a instrumentos orgânicos que formam um corpo sonoro em que as diferentes temporalidades se expressam por uma profusão de ritmos que variam da nostalgia tangueira ao forró pé de serra, passando pela cumbia colombiana e o bolero cubano. 

Nomes como Ylana, Yuri Queiroga, Guegué, Pupillo, Juliano Holanda e Igor de Carvalho encorpam a manufatura desse nordeste vário: infinito e ancestral, que amplifica seu dinamismo com a participação dos produtores: Naná Rizzini, Magí Batalla, Marcus Preto, Marcel e Conrado Goes. Estreante no universo da música, Mayana traz o frescor dos inícios nas tintas da artista experimentada que é, apresentando uma narrativa memorialística e moderna que mergulha fundo pra dentro de si e nos devolve a certeza de que Tá tudo ali dentro...

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