quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

.: Crítica: "Fanon" é comovente trajetória revolucionária de psiquiatra humanitário

 
 "Fanon" está em cartaz na Cineflix Cinemas de Santos


Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com

Em dezembro de 2025


O trabalho de um psiquiatra francês originário da Martinica cujo desafio profissional é chefiar os serviços do hospital psiquiátrico de Blida, na Argélia. Eis a cinebiografia "Fanon"em cartaz na Cineflix Cinemas de Santosno Festival de Cinema Francês do Brasil de 2025, que traça a trajetória daquele que dissecou em todas as principais obras o projeto racista e colonizador da cultura branca europeia.

Das imagens em preto e branco de um garotinho num mangue diante um caranguejo graúdo prestes a atacá-lo para cenas coloridas, com um homem chegando em seu novo lar. Ao descer do carro, o psiquiatra ao lado da esposa Josie (Déborah François) sofre o primeiro racismo de muitos, aliás, até o fim da vida. Uma fala com um toque "inocente", por refletir as normalidades abusivas da sociedade que já desenha problemas futuros, mesmo que doutor Fanon seja impositivo.

Na sequência, é seu árduo trabalho, focado no tratamento com os doentes a qual foi destinado a cuidar que dita o ritmo. Inicialmente, tira-os das amarras e mostra o Sol antes mantido atrás das paredes. Apostando na convivência, seus métodos inovadores e tratamento humanístico que inclui partidas de futebol, o que não agrada a todos, desde colegas de trabalho e ao diretor da instituição.

Em meio a tantos enfrentamentos para vencer, Fanon é agraciado com um filho, mas suas amizades e ideologia acabam o colocando como alvo dos que não aceitam o anticolonialismo. Em meio a ameaças diversas, depara-se com um paciente inimaginável, o agressivo Sargento Rolland (Stanislas Merhar). Com ele em cena a incerteza do que virá a seguir impera.

A produção entrelaça o drama com o suspense a cada possibilidade de perigo, embora entregue uma linda história de parceria, tanto de Fanon com a esposa quanto com aqueles que acreditaram em seus métodos de tratamento. "Fanon" é um filme essencial para reforçar que vidas importam independente de ideologias retrógradas. Vale a pena conferir!


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"Fanon". (“Fanon”). Classificação indicativa: 16 anos. Ano de produção: 2024. Idioma: francês. Direção: Jean-Claude Barny. Duração: 2 h 12. Roteiro: Philippe Bernard e Jean-Claude Barny. Elenco: Alexandre Bouyer, Déborah François, Stanislas Merhar, Mehdi Senoussi, Olivier Gourmet, Arthur Dupont, Salomé Partouche, entre outros. Distribuição no Brasil: Fênix Filmes. Duração: 2h13m. Cenas pós-créditos: não. Sinopse resumida: “Fanon” retrata a trajetória do psiquiatra e intelectual Frantz Fanon, nascido na Martinica, que em 1953 é nomeado chefe de serviço no hospital psiquiátrico de Blida, na Argélia, em plena guerra colonial. No cargo, Fanon introduz métodos psiquiátricos humanistas e adaptados à cultura dos pacientes, em choque com a medicina alienista dominante. A partir desse conflito institucional, sua trajetória se envereda para o ativismo anticolonial, transformando-se em uma voz fundamental na luta pela libertação da Argélia e na crítica à dominação colonial. 

Trailer de "Fanon"




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