quarta-feira, 11 de junho de 2025

.: "Os Ratos Vão Para o Céu?", o novo livro de Vitor Miranda


Idealizador do Movimento Neomarginal, Vitor Miranda, contista conhecido pela ironia contumaz, lança “Os Ratos Vão para o Céu?” em espaços culturais no país: Ira Rebella (13 de junho), A Feira do Livro (de 14 a 22 de junho), Ria Livraria (26 de junho) - os três locais em São Paulo, Livraria Realejo em Santos (28 de junho), Festa Neomarginal em Paraisópolis, em São Paulo (5 de julho) e FLIP em Paraty (de 30 de junho a 3 de agosto). Nos contos da obra, Vitor traz as descobertas da infância em histórias fantásticas e em outras cruéis, sempre permeadas pelo seu característico sarcasmo e pela poesia que constrói o ritmo de sua prosa que por vezes se encontra com diálogos cotidianos e profundos. O livro conta com apresentações de Aramyz e Xico Sá

Recentemente ele passou em Curitiba, no Porão Loquax - o clássico espaço cultural em Curitiba, realizado no subsolo do Wonka Bar, que promove leituras de poesias e eventos literários, por onde já passaram autores como Estrela Leminski e Rodrigo Garcia Lopes, Fernando Koproski, Ricardo Corona, entre outros. O evento teve leitura do próprio autor com a da atriz Kátia Horn, na sequência uma conversa mediada pelo escritor João Dusi e pelo poeta Ricardo Pozzo. 

O que disseram sobre o livro
“Os pesadelos crescem e ficam adultos. Eles ainda estão aqui, junto com ratos, medos, interrogações e a crônica da realidade punk.” - Xico Sá, jornalista 

“Essas crianças pra quem ele dá voz, conheço todas, sou eu, meus sobrinhos, as crianças que foram criança junto comigo, as crianças que estão nas conduções, nos lugares por onde a gente passa, são as crianças que moram na minha rua, as crianças que sofrem abusos e tem medo de falar.” - Aramyz, escritor


Sobre o autor
Vitor Miranda é poeta e escritor paulistano com vivências pelo Paraná e Minas Gerais. Atualmente se divide em São Paulo e Valinhos. “Os Ratos Vão para o Céu?” é o sétimo título dele. Entre poemas e contos, e o romance experimental “A Moça Caminha Alada sobre as Pedras de Paraty”. É poeta e letrista da Banda da Portaria, projeto que nasceu para musicar os poemas de seu livro “Poemas de Amor Deixados na Portaria” e ganhou vida.

É parceiro em letras e canções de artistas como Alice Ruiz, Rubi, Touché, João Sobral, Luz Marina, Zeca Alencar e os porteiros João Mantovani, Binho Siqueira e Arthur Lobo. Também faz parte como letrista do Margaridáridas, projeto de sua parceria com o músico paranaense, Eduardo Touché. Criou em 2019 o videocast de poesia "Prosa com Poeta", no qual entrevistou diversos artistas como Alice Ruiz, Maria Vilani, Bob Baq, Daniel Perroni Ratto, entre outros. É criador e líder do Movimento Neomarginal, grupo artístico vivo que tenta vencer as amarras do mercado artístico misturando artistas de diferentes níveis (sociais) de público nos mesmos eventos. 


Serviço
Lançamento de “Os Ratos Vão para o Céu?”

Dia 13 de junho
Espaço Ira Rebella
Il Sogno Di Anarello, 88 - Vila Mariana / São Paulo
Entrada gratuita

De 14 a 22 de junho
A Feira do Livro
Praça Charles Miller, Pacaembu / São Paulo
Entrada gratuita

Dia 26 de junho
Ria Livraria
R. Marinho Falcão, 58 - Sumarezinho / São Paulo
Entrada gratuita

Dia 28 de junho
Livraria Realejo
Av. Mal. Deodoro, 2 - Gonzaga - Santos / SP
Entrada gratuita

5 de julho
Festa Neomarginal em Paraisópolis, em São Paulo 
Entrada gratuita

De 30 de junho a 3 de agosto
Flip em Paraty
Entrada gratuita

.: Graphic novel que aborda a vida de irmãos refugiados chega ao Brasil


Chega ao Brasil, publicado pela Editora nVersos, uma das mais premiadas graphic novels da década: “Quando as Estrelas se Espalham” coleciona prêmios e menções honrosas por sua sutileza e habilidade de abordar um tema sensível como a vida de pessoas refugiadas da guerra. Escrita com base nas memórias de Omar Mohamed, um dos autores do livro e que viveu em um campo de refugiados, e abrilhantado pelas ilustrações de Victoria Jamieson, premiada internacionalmente por livros como “All’s Faire in Middle School” e “Roller Girl”.

“Quando as Estrelas se Espalham” foi Finalista do National Book Award, uma das principais premiações literárias do mundo, e vencedor de diversas outras premiações, tais como: Melhor Graphic Novel para Adolescentes pela American Library Association (ALA); Prêmio Walter Award; Melhor Livro Infantil pelo New York Times; Melhor Livro Infantil do Ano pela Revista TIME; Melhor Livro do Ano pela School Library Journal e Melhor Livro Infantil do Ano pela Kirkus Reviews; Finalista do prêmio Jane Addams de Livro Infantil; além de Menção Honrosa do prêmio Schneider Family, do Charlotte Huck Award e do Children’s Africana Book Awards.

Ainda muito pequenos para se lembrar, Omar e seu irmão caçula, Hassan, fogem da Guerra da Somália para os campos de refugiados no Quênia, mais especificamente, Dadaab. Lá eles passam da infância para a adolescência e levam uma vida difícil enquanto fazem amigos e constroem um senso de lar, em um lugar onde a escassez de recursos e a espera pelo reassentamento são o que preenche os dias monótonos de quem não tem nada, além de esperança.

Apesar de terem sido adotados pela gentil Fatuma, que acolhe os irmãos como se fossem seus filhos, Omar e Hassan nunca deixam de procurar e ansiar pelo reencontro com a mãe verdadeira. Quando Omar tem a chance de frequentar a mesma escola que seus amigos, ele se vê dividido entre desejo e obrigação: ficar em casa e cuidar de seu irmão não-verbal, a única família que lhe restou, ou ir para a escola e buscar, por meio da educação, um caminho para além de Dadaab. Baseado em uma história real, “Quando as Estrelas se Espalham” é uma narrativa emocionante sobre resiliência, esperança e o poder transformador da educação.

Sofrimento, esperança e humor gentil coexistem nesta graphic novel sobre a infância à espera de um futuro melhor e um jovem capaz de criar um senso de família e lar nos cenários mais difíceis. Apoie o Resenhando.com e compre o livro "Quando as Estrelas se Espalham" neste link.


Sobre os autores
Omar Mohamed passou a infância em Dadaab, campo para refugiados no Quênia. Hoje ele mora na Pensilvânia e trabalha em um centro de reassentamento de refugiados. É fundador do Refugee Strong, um projeto que empodera estudantes que tiveram a mesma trajetória que a sua.

Victoria Jamieson é autora das graphic novels "All’s Faire in Middle School" e "Roller Girl", esta última premiada com o Newbery Honor. Formada em ilustração pela Rhode Island School of Design, trabalhou como designer de livros infantis antes de se tornar ilustradora. Atualmente, mora na Pensilvânia. Apoie o Resenhando.com e compre o livro "Quando as Estrelas se Espalham" neste link.

.: Escritor Lucas de Matos estará na Feira do Livro de Maputo em Moçambique


Além de um sarau poético, o autor marca presença em painéis literários no Instituto Guimarães Rosa. Foto: Inage Kauana

Lucas de Matos, comunicador e escritor baiano, desembarca em Moçambique para uma série de atividades literárias na Feira do Livro de Maputo, do IGR - Instituto Guimarães Rosa. O autor de "Preto Ozado" e "Antes que o Mar Silencie" integra a comitiva do Coletivo Flipeba no projeto "Escrita Viajante e as Diversidades Culturais Diaspóricas", com atividades nos dias 16 e 17 de junho.

“É a minha primeira viagem internacional, e é simbólico que seja para o continente africano”, declara o escritor que já participou de atividades online com os países Angola e Moçambique. Sua agenda envolve debates literários e um sarau. No dia 16 de junho, Lucas realiza a apresentação do lançamento do livro "Confissões de Viajante (Sem Grana)", de Manoela Ramos, às 15h00.

No mesmo dia, às 18h00, o autor participa de um painel coletivo sobre o "Legado dos Festivais Literários - Conexão Bahia/ Maputo". No dia seguinte, dia 17 de junho, apresenta o "Sarau Poético", com textos de seus livros, além de poemas de escritoras moçambicanas como Paulina Chiziane e Noémia de Sousa, às 15h00. O poeta finaliza recitando na "Festa O Pente", do agitador cultural Uran Rodrigues.

A viagem ao continente africano surge com a incumbência de comunicador: Lucas, junto a Uran, fará a cobertura e assessoria da escritora Manoela Ramos, integrando o Coletivo da Festa Literária de Boipeba, da qual ela é uma das curadoras. O projeto busca fomentar a leitura e a produção literária a partir de experiências de viagem conectadas à diáspora africana. “É uma alegria poder contribuir para a difusão de iniciativas literárias por meio da comunicação. Faremos uma cobertura com todos os detalhes dessa imersão”, relata.

O projeto conta com o apoio financeiro do Governo da Bahia, por meio do Fundo de Cultura e da Secretaria de Cultura (Secult-BA), além do apoio internacional da plataforma Flotar, Fundo Cicla, Instituto Guimarães Rosa, Embaixada do Brasil e da própria Feira do Livro de Maputo 2025, que tem curadoria de Juci Reis.

Sinopse de "Antes que o Mar Silencie"
Assim como o mar, a escrita de Lucas de Matos tem uma força e um movimento belo, pedagógico e ancestral que nos instiga tanto a boiar na calmaria quanto a mergulhar no agito das suas ondas-palavras. Antes que o mar silencie é um chamado para atentar questões de ser e estar, a partir de versos cheios de ousadia, consciência de si e letramento socioambiental. Vale a pena tirar as boias e se jogar nesse mar poético encantador de um poeta que exala sede de vida. Mergulhemos nessas águas.

.: Ziraldo será homenageado em A Feira do Livro com lançamento de biografia


A Feira do Livro 2025 presta homenagem a um dos grandes nomes da cultura e das artes gráficas no Brasil. O lançamento de “Peixe Grande - Inzpirado em Fatoz Reaiz”, publicado pela Global Editora, será um dos destaques da quarta edição da feira, celebrando a contribuição de Ziraldo à educação e à formação de leitores. O livro reúne texto de Guto Lins e imagens selecionadas do acervo do Instituto Ziraldo. Aqui, Guto escreve uma biografia metafórica do amigo e ídolo, voltada para crianças de todas as idades. Ele relata a história de um pequeno peixe de água doce que, com coragem, talento e bom humor, nada a caminho do mar em uma trajetória que começa no Rio Doce e termina no Rio de Janeiro.

“Peixe Grande narra a história de um menino que se imaginou desenhista e se transformou em referência para a imaginação de todos os meninos, um ícone para a cultura brasileira. Um menino que cresceu e continuou menino para sempre”, revela Guto Lins, que já havia assinado o texto de “Entre Cobras e Lagartos” (2024), dando continuidade à coleção literária com ilustrações garimpadas no acervo do Instituto Ziraldo.

No próximo sábado, dia 14, às 17h00, o livro será tema do encontro "Ziraldo Eterno", no Tablado Literário da Feira do Livro. Com mediação do ilustrador Maurício Negro, o bate-papo reunirá o designer e autor Guto Lins, responsável pelo texto do livro e que já colaborou com Ziraldo em diversas publicações. A conversa será repleta de memórias, destacando a influência duradoura de Ziraldo na literatura, nas artes visuais e no imaginário de diferentes gerações.

Ao final da atividade, o público poderá participar de uma sessão de autógrafos na tenda da Global Editora, que assina a publicação do título. A atividade integra a programação gratuita da Feira do Livro 2025, que acontece de 14 a 22 de junho, na Praça Charles Miller, em São Paulo, reunindo autores consagrados do Brasil e do exterior em mais de 250 eventos abertos ao público. Apoie o Resenhando.com e compre o livro “Peixe Grande - Inzpirado em Fatoz Reaiz” neste link.


Livro relata a travessia de um pequeno peixe de água doce rumo ao mar
O lançamento representa um novo capítulo editorial: é o primeiro livro tanto de Ziraldo quanto de Guto Lins pela Global Editora. Lúdico e colorido, ele surpreende ao contar a história de um peixinho que ria e fazia rir como ninguém. Repleto de alusões às consagradas criações de Ziraldo, o peixinho “fabricante de sorrisos” cresce e conquista o mundo com seu talento. A metáfora do Peixe Grande sugere não só a grandiosidade do autor como artista, mas também sua leveza e fluidez única.

“Receber Ziraldo em nosso catálogo é uma honra e uma responsabilidade que nos enche de orgulho. Sua obra é um patrimônio cultural do Brasil, que inspira gerações com leveza, humor e sensibilidade. Peixe Grande simboliza essa chegada de forma poética e afetiva, reforçando nosso compromisso de preservar e valorizar a literatura brasileira em toda a sua diversidade e riqueza”, ressalta Richard Alves, CEO da Global Editora.

"Para o Instituto Ziraldo, Peixe Grande é a materialização do que nomeamos aqui como Acervo Vivo! Colocar em prática o potencial da obra e da linguagem de Ziraldo e difundir esse conteúdo para as novas gerações é a principal missão do IZ”, revela Adriana Lins, diretora artística da instituição.


Ziraldo deixa um legado duradouro na literatura e nas artes visuais
A obra de Ziraldo - pai da Turma do Pererê, Flicts, Menino Maluquinho e de tantas criações que atravessam gerações - segue viva e pulsante. Hoje, está representada pela Ziraldo Artes Produções (ZAP), responsável pelo licenciamento e novos negócios, e pelo Instituto Ziraldo (IZ), que cuida da preservação, difusão e desenvolvimento de projetos com seu acervo e memória.

A conservação do Acervo do IZ é viabilizada pela Lei Federal de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet – tem patrocínio da PRIO e é realizada pelo Instituto Ziraldo e Ministério da Cultura / Governo Federal - União e Reconstrução.


O artista Ziraldo
Ziraldo nasceu artista, em 1932, no interior de Minas Gerais, curioso por informação e apaixonado por livros, esporte e amigos. Observador das fraquezas e grandezas humanas, era um comunicador ávido. Artista autodidata, atuante nos mais variados campos da cultura, Ziraldo foi um desbravador, pioneiro no design brasileiro, revolucionário na literatura infantojuvenil, sempre com ideias inovadoras e traços vigorosos.

Dono de um olhar apurado e um enorme talento para dar formas aparentemente simples a temas complexos, Ziraldo abriu caminhos para toda uma geração de fãs, artistas e intelectuais, sendo um verdadeiro ativista cultural em constante diálogo com a sociedade. Sua assinatura inconfundível na imprensa brasileira e o humor como forma de resistência foram marcantes em momentos importantes de nossa história. Suas obras literárias trouxeram uma nova escuta para a infância. Ziraldo é um artista atemporal e universal, referência na defesa da liberdade de expressão.


Sobre o Instituto Ziraldo
Instituição cultural que preserva e difunde o acervo visual e intelectual do multiartista Ziraldo, o IZ é responsável pelo desenvolvimento de projetos a partir deste acervo relevante e representativo de sete décadas de nossa recente história. A instituição já digitalizou e inventariou, até o momento, cerca de 30 mil itens que incluem ilustrações, esboços e ideias. É a guardiã de objetos e materiais de trabalho do artista, além da vasta coleção de coletes, uma das marcas registradas de Ziraldo. Parte desse acervo está disponível na plataforma www.institutoziraldo.art.br

O acervo inclui, além das artes, inúmeros troféus, encadernações das publicações da Revista Pererê, do periódico O Pasquim, miniaturas dos personagens de Ziraldo, edições do livro “O Menino Maluquinho” em todos os idiomas publicados, a biblioteca de consulta do artista, a biblioteca de suas obras, sendo ainda o organizador de um imenso material biográfico com fatos e curiosidades sobre o artista e sobre os contextos social e político das suas obras.

Dentro da política de difusão do Instituto Ziraldo, além das recentes realizações com exposições, projetos editoriais, audiovisuais, ações educativas e sociais de incentivo à leitura, consta o intercâmbio cultural e artístico entre instituições, escolas e pesquisadores em âmbito nacional e internacional. Ler para ir além da leitura é a missão do Instituto Ziraldo. Apoie o Resenhando.com e compre o livro “Peixe Grande - Inzpirado em Fatoz Reaiz” neste link.

terça-feira, 10 de junho de 2025

.: Literatura no volume zero: o universo íntimo de Bruno Inácio em entrevista


Por 
Helder Moraes Miranda, especial para o portal Resenhando.com. Foto: divulgação.

No livro de contos "De Repente Nenhum Som", o escritor Bruno Inácio transforma o silêncio em linguagem, em narrativa, em personagens. Colaborador de veículos literários importantes, como o Jornal Rascunho e o site São Paulo Review, o autor recorre ao não dito, à pausa, à ausência – e justamente aí encontra matéria-prima para narrativas que ecoam no lado mais profundo de algum leitor atento. Como ele mesmo diz: “Tem tudo aquilo que só cabe no silêncio” . Nesta entrevista exclusiva concedida ao portal Resenhando.com, Bruno revela como descobriu, quase sem perceber, que o silêncio era seu tema mais íntimo e recorrente - nos papéis de leitor e de escritor.

Com uma escrita concisa e emocionalmente densa, Bruno Inácio compartilha o processo de lapidar frases como quem escolhe palavras para preencher vazios. “Quando compreendi que prefiro escrever frases curtas, foi libertador”, afirma. E é nesse equilíbrio entre delicadeza e brutalidade, cotidiano e introspecção, que ele constrói personagens que, embora comuns, “dialogam com o silêncio” e tornam-se espelhos de quem o lê. Esta conversa é um convite para mergulhar não só na obra de Bruno Inácio, mas também na poética silenciosa que pulsa nas entrelinhas de um texto bem escrito.  Compre "De Repente Nenhum Som" neste link.


"De Repente Nenhum Som" apresenta o silêncio não como ausência, mas como protagonista. Em que momento da sua trajetória como escritor você percebeu que o silêncio podia ser um elemento narrativo tão potente?
Bruno Inácio - Isso aconteceu de forma bastante natural, na verdade. Escrevi um dos contos do livro, “Céu de Ninguém”, em 2018. Mais tarde, em 2022, durante uma oficina de criação literária com o escritor Carlos Eduardo Pereira, surgiram outras duas narrativas: “Alô, Alô, Freguesia” e “Seis Minutos de Análise no Novo Divã”. Percebi, então, que os três contos dialogavam entre si, já que abordavam o silêncio e as relações familiares. Foi quando me dei conta que aqueles eram os temas que mais me interessavam no momento - e não só como escritor, mas também como leitor. Sem perceber isso de forma consciente, eu já estava mergulhado em leituras que abordavam o silêncio há algum tempo.

"De Repente Nenhum Som" mergulha na solidão, nas pausas da vida e no que não é dito. Como você equilibra a escrita econômica com a profundidade emocional que seus contos transmitem?
Bruno Inácio - Quando compreendi que prefiro escrever frases curtas, foi libertador. Como se, enfim, eu estivesse mais próximo de encontrar o meu estilo literário e meus temas. No entanto, ao mesmo tempo descobri que uma palavra mal escolhida pode destruir um parágrafo inteiro. A partir daí, passei a procurar as palavras certas para cada cena, sentimento, ação e, principalmente, para cada silêncio. Não digo palavra perfeita, porque sei que ainda sou alguém que está começando sua jornada na literatura, em meio a erros e acertos. Mas confesso que gastei um bom tempo reescrevendo os contos de “De Repente Nenhum Som” para chegar a esse resultado que você apontou: o equilíbrio entre a escrita econômica e a profundidade emocional.


Você escolheu personagens comuns, mas com dilemas complexos e profundos. Como foi o processo de criação dessas figuras? Houve alguma preocupação em torná-las espelhos do leitor?
Bruno Inácio - Gosto muito do drama presente no cotidiano, dos dilemas e anseios das pessoas comuns. Algumas dessas personagens se baseiam em familiares, outras são projeções de traumas e desejos. A minha maior preocupação no momento de pensar sobre essas pessoas foi tentar entender como cada uma se relacionava com o silêncio. Torná-las espelhos do leitor não foi algo exatamente planejado, mas a literatura tende a se encarregar disso, de uma forma ou de outra.

Um dos contos mais marcantes, "Céu de Ninguém", tem origem em uma experiência real. Como a vivência pessoal impacta sua ficção? Existe um limite entre o vivido e o inventado para você?Bruno Inácio - Uma vez minha psicanalista disse algo que nunca esqueci: toda memória é ficcional. Nesse sentido, sei que os acontecimentos reais que inspiraram alguns dos contos de “De Repente Nenhum Som” já passaram por certos filtros, uma vez que correspondem às minhas versões dos fatos e, consequentemente, à maneira que essas memórias foram construídas e reconstruídas ao longo dos anos. Ainda assim, gosto de explorar experiências autobiográficas na ficção, porque é um jeito de olhar para o passado com novos olhos e, de certa forma, criar novas lembranças.


O livro alterna momentos de brutalidade e de delicadeza com naturalidade. Essa dualidade surgiu de forma intuitiva ou foi construída intencionalmente ao longo dos contos?
Bruno Inácio - Acredito que isso tenha relação com meu interesse pelo cotidiano. O dia a dia é repleto de delicadeza e brutalidade, ainda que não pensemos tanto sobre isso. Eu me considero uma pessoa muito sensível, atenta aos detalhes que justificam a existência. Mas, ao mesmo tempo, sou um pessimista e às vezes me vejo sem grandes perspectivas. Como esse é meu trabalho mais pessoal até agora, essa dicotomia apareceu nos contos de forma bem intuitiva.

A estrutura minimalista dos contos chama atenção: poucas palavras, mas muito significado. Como você chegou a essa forma de escrever? Foi uma escolha estética, técnica ou emocional?
Bruno Inácio - Devo muito ao escritor Marcelino Freire. Antes de fazer sua oficina de criação literária, eu tentava me forçar a escrever frases longas e transitar por diversos gêneros literários. No decorrer das aulas, percebi que era muito mais lógico tentar aprimorar o que eu já sabia minimante fazer, ao invés de tentar “fazer tudo”’. Depois que reconheci minha escrita como concisa, escrever se tornou algo muito mais natural.


A solidão, em suas várias formas, é um tema central no livro. Você acredita que o silêncio e o isolamento dizem mais sobre o nosso tempo do que as falas e os ruídos diários?
Bruno Inácio - Há uma pressa em nossos tempos que me angustia. Tudo é urgente no trabalho, nas redes sociais e nas nossas relações. Isso leva ao isolamento e à interpretação superficial de fatos complexos. Às vezes, isso vem acompanhado de silêncio. Mas o silêncio também pode ser afeto, aconchego e conforto. Seja como for, acredito que ruídos e silêncios nos afetam de formas diferentes e ambos dizem muito sobre os nossos tempos.


A recepção crítica foi bastante positiva, com elogios de nomes importantes da literatura brasileira. Como você lida com esse reconhecimento e que responsabilidade sente ao ser apontado como uma das vozes promissoras da nova literatura?
Bruno Inácio - Ainda parece surreal tudo isso que tem acontecido com o livro. É uma obra de uma editora independente, escrita por um autor iniciante e publicada fora do eixo Rio-São Paulo. Então, sinceramente, não esperava que “De Repente Nenhum Som” chegaria a ser elogiado pelos principais veículos literários do país e por alguns dos mais importantes nomes da literatura brasileira contemporânea. Ser lido por pessoas que são referências para mim é algo com que sempre sonhei. Confesso que ainda não aprendi a lidar com naturalidade com isso de ser apontado como um novo talento da literatura brasileira. Sempre que leio algum comentário nesse sentido, volto a ser aquela criança tímida que não sabia o que responder quando recebia parabéns no seu aniversário.


Como colaborador de veículos como o Jornal Rascunho e a São Paulo Review, você acompanha a cena literária de perto. Onde você posicionaria sua obra dentro do panorama atual da literatura brasileira?
Bruno Inácio - A literatura brasileira vive um ótimo momento, tanto em forma como em conteúdo. Todos os dias conheço autores e autoras que têm feito um trabalho de qualidade junto a grandes, médias e pequenas editoras, além dos que optam pela autopublicação. Estar no meio de tanta gente talentosa e fazer parte de uma geração que tem ficcionistas como Jarid Arraes, Monique Malcher, Andreas Chamorro, Carina Bacelar, Bethânia Pires Amaro, Vanessa Passos, Julia Barandier, Giovana Proença, Mateus Baldi, Paulo Henrique Passos, Marcela Fassy, Camila Maccari, Pedro Jucá, Mariana Basílio e Febraro de Oliveira é um privilégio e uma alegria.


Para quem ainda não leu "De Repente Nenhum Som", que tipo de experiência você espera provocar? O que gostaria que ficasse ecoando no leitor depois da última página?
Bruno Inácio - Tenho usado uma frase do livro nas dedicatórias desde que a obra foi lançada: tem tudo aquilo que só cabe no silêncio. Acho que é o que resume bem o tipo de experiência que quero provocar em leitores e leitoras. Essa percepção de que o silêncio é complexo, repleto de nuances e, às vezes, a síntese de toda uma dinâmica familiar.

.: A Feira do Livro, que começa sábado, celebra 40 anos de democracia


Em 2025, o Brasil celebra 40 anos do retorno à vida democrática, com a posse, em 1985, de um civil na presidência da República, o fim da censura e a realização de eleições livres, sem a tutela militar. Se em 2024 A Feira do Livro rememorou os 6o anos do Golpe de 64, em 2025 o evento a céu aberto - realizado entre os dias 14 a 22 de junho no bairro paulistano do Pacaembu - irá  repassar com os convidados, no local onde ocorreram algumas das manifestações pelas Diretas, essas quatro décadas de democracia.

Além dos indispensáveis historiadores e jornalistas, essa história também é contada por ficcionistas, poetas, economistas, filósofos, artistas, tradutores, ilustradores, editores, cientistas e professores que se reúnem na programação oficial do evento literário. As populações negra e indígena, que seguem sofrendo a violência de Estado mesmo após a redemocratização, acrescentam seu imprescindível ponto de vista.

A programação oficial tem a literatura (poesia e ficção) como núcleo central, com a presença tanto de nomes consagrados, acostumados a frequentar as listas de mais vendidos e as principais premiações literárias do país, quanto dos estreantes e dos representantes das novas gerações. O jornalismo, a filosofia, a crítica literária, as artes visuais, a tradução literária, a edição de livros, a história, o teatro, a canção popular estão entre os saberes e artes que dialogam com a literatura nas mesas da programação e conferem à Feira do Livro 2025 um perfil plural e conectado com o debate público.

“A Feira do Livro acontece no meio da rua e por isso traz o espírito de mistura, de múltiplas vozes e pessoas que se cruzam numa praça”, diz Paulo Werneck, diretor geral do festival. A curadoria é feita a partir de sugestões dos expositores, da equipe da Quatro Cinco Um e dos colunistas da revista como Paulo Roberto Pires, Juliana Borges, Renan Quinalha, Bruna Beber e Fernando Luna, que fazem a mediação de alguns dos debates. “Na programação deste ano os autores consagrados se misturam aos underground, o pop encontra o erudito, o periférico encontra o estrangeiro”, afirma Werneck.

A Feira do Livro tem como preocupação central a bibliodiversidade, isto é, a presença de editores e autores de perfis diversos, trazendo diferentes pontos de vista para o debate. Como forma de garantir esse aspecto fundamental da circulação de ideias, o festival literário paulistano mantém pelo terceiro ano seguido uma iniciativa em parceria com o Instituto Ibirapitanga para isentar das taxas cobradas dos expositores as editoras e livrarias negras, periféricas e sem fins lucrativos, facilitando a sua participação. Em 2025, serão nove os expositores beneficiados.


Serviço

A Feira do Livro
Local: Praça Charles Miller - Pacaembu / São Paulo

Sábado, 14 de junho
Abertura d’A Feira do Livro 2025 para o público: 10h00
Funcionamento das 10h00 às 21h00

Domingo, 15 de junho
Funcionamento das 10h00 às 21h00

De segunda a quarta-feira, 16 a 18 de junho
Funcionamento das 12h00 às 21h00

Quinta, sexta-feira e sábado.  de 19 a 21 de junho - feriado e emenda
Funcionamento das 10h00 às 21h00

Domingo, dia 22 de junho
Funcionamento das 10h00 às 19h00


Espaço Rebentos n’A Feira do Livro 2025
De 14 a 22 de junho de 2025. Atividades às 11h00, 13h00, 15h00 e 17h00. Dias de semana: atividades às 12h30, 15h00 e 17h00.

.: Escola pública de Belém prepara estudantes da periferia para a Cop 30


Em ano de Cop 30, a educação ambiental ganha novo impulso em escola da periferia de Belém


As mudanças climáticas trazem consigo novos conceitos que precisam ser amplamente discutidos na 30ª Conference of the Parties, termo em inglês que define a sigla Cop, e que em português significa “Conferência das Partes" signatárias do tratado global de combate às mudanças climáticas, estabelecido desde 1992. Isso tudo integra a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as mudanças no clima. A capital paraense será a cidade brasileira onde vai ocorrer a conferência anual das partes, para discutir o progresso das ações globais de sustentabilidade e ajustar as metas para os próximos anos.

A agenda do meio ambiente é extensa e tem o propósito de amenizar os impactos ambientais provocados por uma série de fatores que regulam o efeito estufa e interferem diretamente sobre a vida na Terra. Essa agenda cobra dos países que mais poluem o meio ambiente. Mas de nada adiante responsabilizar esses países, se numa microestrutura, os cidadãos não fazem a sua própria parte, reeducando-se para o descarte adequado dos resíduos sólidos, a reciclagem, a sustentabilidade, a florestabilidade, a economia da água, o consumo consciente, e todas essas questões ecossistêmicas que o neoliberalismo econômico tenta mascarar, mas cujos efeitos, sobretudo no clima, já denunciam haver muita coisa errada.

Longe das estruturas de poder que pretendem se promover à sombra das emergências climáticas e dos problemas ambientais causados pela combustão de fósseis que poluem o meio ambiente, um grupo de professores de uma escola pública na periferia de Belém, num bairro situado às margens do furo de um rio, resolveu separar uma semana do calendário escolar, para propor uma programação pedagógica voltada exclusivamente para as questões ambientais.

A Escola Estadual de Ensino Médio Integral Manoel Leite Carneiro, situada no bairro do Tenoné, periferia de Belém, é uma escola nova, com apenas 10 anos de existência e atuação político-pedagógica na comunidade do bairro. Mas já oferece, com base no currículo do novo ensino médio, na parte diversificada, disciplinas eletivas voltadas para a conscientização ambiental, com projetos de cultivo de horta escolar, reaproveitamento de água da chuva e de produção de sabão, a partir da reciclagem de óleo de cozinha.


A Cop 30 em Belém e as questões ambientais na Amazônia
A Amazônia Legal engloba os estados do Pará, Maranhão, Tocantins, Mato Grosso, Rondônia, Acre, Roraima e Amapá. É uma região rica em biodiversidade e comunidades indígenas. Faz fronteira com outros países da América do Sul e, por isso, é o escopo de garimpeiros, grileiros, narcotraficantes, madeireiros, pescadores e caçadores ilegais, todos prenhes de usura e sem compromisso algum com o meio ambiente. 

A violência nesta região é um fenômeno social recorrente, e o Pará é o Estado brasileiro onde mais ocorrem assassinatos provocados por conflitos agrários. Ser sindicalista ambiental na Amazônia paraense é arriscar sua própria vida em defesa do meio ambiente. Mas os estudantes do ensino médio, via de regra, não sabem disso. Por isso, na semana do meio ambiente, o MLC, como é conhecido o colégio estadual, incluiu na programação audiovisual o filme biográfico de Chico Mendes. No debate, surgiram outros nomes de líderes comunitários que morreram devido à defesa da Amazônia, como Dom Phillips, Bruno Araújo Pereira, José Cláudio Ribeiro, Maria do Espírito Santo, Dorothy Stang e outros.

Através do estudo desses casos, esta nova geração de estudantes progride na compreensão dos conflitos ambientais como grandes contradições sistêmicas do Capitalismo globalizado e entendem a relevância do sindicalismo ambiental para o equilíbrio do ecossistema amazônico. A educação pública paraense entra assim na cooperação internacional, para enfrentar o desafio climático, entendendo as demandas climáticas do aquecimento global, para conscientizar os moradores na periferia, que estão na linha de frente dessas mudanças. 

Durante a programação, se discutirão conceitos como vulnerabilidade climática, apartheid climático, cultura do descarte, coleta seletiva do lixo, reciclagem e tratamento de resíduos sólidos, diferença entre consumo como ato político e consumismo, e critério do pós-vida útil, na aquisição de produtos potencialmente prejudiciais ao meio ambiente. A programação é voltada para a formação de cidadãos engajados nas causas ambientais, destacando-se o papel da escola na busca da sustentabilidade.

Até sexta-feira, 13 de junho de 2025, os estudantes participarão de palestras e debates baseados em documentários sobre mudanças climáticas, florestabilidade, sindicalismo ambiental, e sobre os impactos da industrialização e do modo de produção capitalista no ecossistema amazônico.

Um dos objetivos é discutir justiça climática como um valor sócio-humano inseparável do conceito de crise climática. Segundo o diretor da escola, David Cordeiro, é necessário que os estudantes reflitam sobre seu próprio poder de decisão nas políticas públicas de equilíbrio climático. "O trabalhador assalariado, os indígenas, quilombolas e os moradores na periferia são os que mais sofrem com as mudanças climáticas. Queremos também que a comunidade escolar pense sobre o papel de quem tem acesso à educação ambiental, pois a sociedade precisa saber quais destinos democráticos podem ser dados a seus recursos”, enfatiza. “A educação ambiental agora é um componente curricular obrigatório nas escolas de educação básica. Como escola em tempo integral, a Manoel Leite Carneiro oferece disciplinas eletivas, na parte diversificada da matriz curricular do novo ensino médio, com parcerias institucionais, para projetos que são mantidos pela escola e fazem parte da educação ambiental”, conclui.


Serviço
Semana do Meio Ambiente 2025
Até dia 13 de junho de 2025, das 7h30 às 16h30
EEEM Man - Tv. WE 04, 97-149 - Tenoné - Belém / PA

segunda-feira, 9 de junho de 2025

.: Todas as novidades sobre A Feira do Livro 2025, que começa neste sábado


O festival literário paulistano inaugura o Espaço Rebentos, dedicado ao público infantil, e traz mais de 200 convidados para a praça Charles Miller, entre os dias 14 e 22 de junho. Foto: Filipe Redondo

A quarta edição d’A Feira do Livro, festival literário gratuito e realizado a céu aberto entre 14 e 22 de junho, leva para o bairro paulistano do Pacaembu nove dias de debates, oficinas, contações de história e outras atividades totalmente gratuitas em torno do livro e da leitura. Os 150 editores e livreiros participantes vão trazer sua produção para a praça pública e promover diálogos entre os autores das mais diversas tendências, origens e sensibilidades.

São esperadas pelo menos 110 mil pessoas na praça Charles Miller durante esta edição d’A Feira do Livro, que é uma realização da Associação Quatro Cinco Um, organização voltada para a difusão do livro no Brasil, da Maré Produções, empresa especializada em exposições de arte, e do Ministério da Cultura, por meio da Lei Rouanet – Incentivo a Projetos Culturais. Tem apresentação exclusiva da Petrobras, por meio da Seleção Petrobras Cultural – Novos Eixos, patrocínio Prata da Prefeitura de São Paulo e da Motiva, patrocínio Bronze do Itaú e da laranjinha do Itaú, e apoio do Instituto Ibirapitanga, Pinheiro Neto Advogados e Enjoei.


As novidades da edição 2025
A Feira do Livro 2025 acontece nas condições mais favoráveis desde a primeira edição, em 2022. Entre as novidades, está a inauguração de um novo palco infantil na programação oficial, o Espaço Rebentos, com curadoria das jornalistas Juliana Vettore e Jaqueline Silva, além de novas estruturas e serviços voltados para o conforto de todos os participantes.

Traz na programação oficial mais de 200 autores de todas as regiões do país, e convidados estrangeiros, que levam para o Pacaembu as principais tradições literárias em diálogo com a cultura brasileira. Amplia tanto o número de eventos na programação quanto a estrutura dos Tablados Literários — pequenos palcos destinados à programação paralela —, que têm curadoria dos expositores;

Acontece no feriadão de Corpus Christi, proporcionando seis dias livres para o paulistano e para quem vem de fora curtirem o festival literário. Realiza-se plenamente integrada a outras atrações culturais do território, como o Museu do Futebol, que renovou sua exposição permanente, e a Mercado Livre Arena Pacaembu, pela primeira vez aberta ao público durante uma edição d’A Feira do Livro - um programa cultural completo.

Além de literatura - em especial a poesia e a crônica -, os eixos temáticos da programação incluem os 40 anos da redemocratização, tema geral que perpassa os demais debates, focados em meio ambiente, história, divulgação científica, cultura afro-brasileira, cultura indígena, alimentação, cultura do livro, teologia, jornalismo, educação, luta antirracista, relações afetivas, empreendedorismo social, cultura pop, cultura paulistana, relações internacionais, entre outros assuntos.

Em 2025, com o novo espaço para a programação infantil e a ampliação dos debates nos três Tablados Literários, estão previstos 250 eventos no total. Em 2024, o festival reuniu um público de 64 mil pessoas, com um total de 164 eventos.

Serviço
A Feira do Livro
Local: Praça Charles Miller - Pacaembu / São Paulo

Sábado, 14 de junho
Abertura d’A Feira do Livro 2025 para o público: 10h00
Funcionamento das 10h00 às 21h00

Domingo, 15 de junho
Funcionamento das 10h00 às 21h00

De segunda a quarta-feira, 16 a 18 de junho
Funcionamento das 12h00 às 21h00

Quinta, sexta-feira e sábado.  de 19 a 21 de junho - feriado e emenda
Funcionamento das 10h00 às 21h00

Domingo, dia 22 de junho
Funcionamento das 10h00 às 19h00


Espaço Rebentos n’A Feira do Livro 2025
De 14 a 22 de junho de 2025. Atividades às 11h00, 13h00, 15h00 e 17h00. Dias de semana: atividades às 12h30, 15h00 e 17h00.

.: "Wicked 2" ganha trailer poderoso e surpreende fãs em sessão especial


A Universal Pictures liberou o primeiro trailer de “Wicked: Parte II – For Good”, e a internet já está em polvorosa. O longa-metragem, que encerra com chave de ouro a saga das bruxas mais icônicas de Oz, estreia dia 20 de novembro na Rede Cineflix e nos cinemas brasileiros - e promete emocionar tanto quanto a primeira parte. Mas a estreia do trailer não foi nada convencional: rolou uma prévia exclusiva no palco do Teatro Renault, em São Paulo, logo após uma sessão do espetáculo “Wicked – A História Não Contada das Bruxas de Oz”. 

Plateia cheia, luzes apagadas e, de repente... boom! Telão, trailer e emoção à flor da pele. Myra Ruiz (Elphaba) e Fabi Bang (Glinda), que dublam as protagonistas na versão brasileira do filme, estavam lá e assistiram junto com o público a versão final da dublagem. Spoiler: teve grito, teve choro, teve aplauso! Um encontro mágico entre palco e tela que arrancou suspiros dos fãs.


O que vem por aí em “Wicked: Parte II”?
Se o primeiro filme já mexeu com os corações dos fãs de musicais, o segundo promete ser ainda mais intenso. A história retoma o drama de Elphaba (Cynthia Erivo), agora exilada como a famigerada Bruxa Má do Oeste, e Glinda (Ariana Grande), rainha da fama e símbolo oficial da Bondade em Oz. Só que nem tudo são flores - muito menos num reino governado por um Mágico cheio de segredos.

A amizade abalada entre as duas protagonistas será colocada à prova quando uma menina do Kansas - sim, ELA! - cair de paraquedas em Oz e bagunçar ainda mais esse caldeirão. Além das estrelas principais, o filme traz um elenco de peso: Michelle Yeoh, Jonathan Bailey, Jeff Goldblum, Bowen Yang, entre outros. A direção é de Jon M. Chu (o mesmo de “Em um Bairro de Nova York”) e a produção continua nas mãos do super premiado Marc Platt. Ah, e se você já se encantou com os figurinos e cenários do primeiro filme (que levou o Oscar nessas categorias!), prepare-se para mais uma enxurrada de visuais arrebatadores.


Sucesso nas telonas e nos palcos
A montagem brasileira do musical não fica atrás. Só nas duas primeiras temporadas (2016 e 2023), mais de meio milhão de pessoas assistiram à produção - e a temporada atual já tem 230 mil ingressos vendidos! A versão 2024 chega com novos sistemas de voo, ilusionismo e efeitos visuais de cair o queixo. Quer ver ao vivo? “Wicked - A História Não Contada das Bruxas de Oz” está em cartaz no Teatro Renault, com sessões de quarta a domingo. Os ingressos podem ser comprados neste link.


Serviço
"Wicked – A História Não Contada das Bruxas de Oz"  
Teatro Renault (Av. Brigadeiro Luís Antônio, 411 - República, São Paulo)  
De quarta a sexta-feira, às 20h00, sábados e domingos, às 15h00 e 19h30  

Ingressos
Bilheteria Oficial no Teatro Renault (sem taxa de conveniência): de terça-feira a domingo, das 12h00 às 20h00, exceto feriados  
Site e app da Ticket for Fun: ticketsforfun.com.br 

Estreia de "Wicked: Parte II" nos cinemas: 20 de novembro
Versões legendada e dublada disponíveis

Assista à reação completa aqui ao trailer de "Wicked"em pleno espetáculo brasileiro

Trailer de "Wicked - Parte II"

domingo, 8 de junho de 2025

.: Autor português, Hugo Gonçalves participa de clube de leitura on-line


O escritor conversa com leitores de Brasil e Portugal no Encontro de Leituras deste mês, uma iniciativa da revista literária brasileira Quatro Cinco Um e do jornal português Público


O escritor português Hugo Gonçalves é o convidado do próximo "Encontro de Leituras", que acontece no dia 10 de junho, às 18h do Brasil (horário de Brasília) e 22h de Portugal. O autor e os participantes discutirão a obra "Mãe", publicada no Brasil em 2021 e em Portugal em 2019, onde recebeu o título "Filho da Mãe". Ambas as edições são da Companhia das Letras. 

Nesta obra, Gonçalves conduz uma investigação profunda e sincera sobre como a perda da mãe influenciou sua identidade e seu caráter. O livro, que se apresenta como um relato biográfico sobre laços afetivos, raízes familiares e os desafios do amadurecimento, transforma-se também em uma homenagem à figura materna, cuja presença — ou ausência — marca profundamente a vida dos filhos.

A narrativa começa aos quase quarenta anos do autor, quando recebe o testamento de seu avô materno dentro de um saco plástico. O evento dá início a uma jornada que mistura deslocamento físico e revisitação de memórias há muito adiadas, a partir da tarde de 1985 em que, ao voltar da escola primária, soube da morte da mãe. 

Por mais de um ano, o escritor buscou pessoas e lugares, tentando recuperar fragmentos que o tempo e o afastamento haviam obscurecido, além de revelações sobre sua mãe que nunca soube. Das férias da infância aos desgovernados anos em Nova York, o autor foi recolhendo os estilhaços do luto: os corredores do hospital, o colégio de padres, uma cicatriz na perna, o escape do amor romântico, do sexo e das drogas ou uma road trip com o pai e o irmão. Os melhores momentos da conversa são publicados no podcast Encontro de Leituras, disponível no Spotify, Apple Podcasts, SoundCloud e outros aplicativos de áudio. Apoie o Resenhando.com e compre o livro "Mãe", de Hugo Gonçalves, neste link.

Sobre o Encontro de Leituras
O Encontro reúne leitores de língua portuguesa dos dois lados do Atlântico e discute romances, ensaios, memórias, literatura de viagem e obras de jornalismo literário na presença de um escritor, editor ou especialista convidado. Os encontros são gratuitos e acontecem sempre nas segundas terças-feiras de cada mês, às 18h do Brasil e 22h de Portugal. O evento não é transmitido nas redes sociais, nem disponibilizado depois, mas os melhores momentos são publicados no podcast Encontro de Leituras, disponível no Spotify, Apple Podcasts, SoundCloud ou outros tocadores. 

A parceria entre a Quatro Cinco Um e o Público conta com um espaço editorial fixo nos dois veículos e uma newsletter mensal sobre o trânsito literário e editorial entre os países de língua portuguesa. A editoria especial publica materiais jornalísticos sobre autores do Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné Bissau e Timor que tenham sido lançados dos dois lados do oceano. A newsletter mensal traz notas, curiosidades, imagens e informações sobre as novidades das livrarias e os eventos literários em Lisboa, São Paulo, Rio de Janeiro e outras cidades onde se fala português. De vez em quando, na programação de festivais e em outras ocasiões, eventos presenciais são realizados.

Sobre a Revista Quatro Cinco Um
Publicada em edição impressa, site, newsletters, podcasts e clubes de leitura, a revista dos livros seleciona e divulga mensalmente cerca de duzentos lançamentos em mais de vinte áreas da produção editorial brasileira. 

Em linguagem clara, sem jargões nem hermetismo, os textos são assinados por nomes de destaque da crítica e da cultura. Tendo o pluralismo e a bibliodiversidade como nortes editoriais, a Quatro Cinco Um busca misturar em sua pauta diferentes gerações, sensibilidades e pontos de vista. Projetos editoriais especiais focalizam temas relevantes, tais como cidades, democracia e justiça, literatura infantojuvenil, literatura japonesa, literatura francesa e livros LGBTQIA+. 

Desde 2019, a revista publica o 451 MHz, primeiro podcast da imprensa profissional dedicado exclusivamente a livros. A Quatro Cinco Um acredita no livro como objeto de transformação individual e coletiva, com base no princípio de que não há sociedade democrática sem ampla circulação de livros.


Serviço
Convidado: Hugo Gonçalves
Data: terça-feira, 10/06
Horário: 18h do Brasil (horário de Brasília) e 22h de Portugal.
Modalidade: on-line e gratuito, via Zoom
Participe: https://app.zoom.us/wc/82166068914/join?_x_zm_rtaid=w9nsil4fR6qBWlBmaYrEfw.1748896933494.342c1c96a96a1e8fab20bd3ea119738e&_x_zm_rhtaid=771&wpk=wcpk%7B0%7D%26%26%26%26wcpk3d9aa2cca5ad3f97e31d1638da9d338a 
ID: 821 6606 8914
Senha de acesso: 088951

.: Ópera “Navalha na Carne” marca os 90 anos de Plínio Marcos nesta segunda


Espetáculo da Cia. Ópera São Paulo acontece nesta segunda-feira. dia 9 de junho, às 20h00, com entrada gratuita. Cintia Cunha, soprano (Neusa Sueli) | Fernando Portari, tenor (Vado)    Fulvio Souza, barítono (Veludo) | Karin Uzun, pianista. Foto: divulgação

O Teatro Sérgio Cardoso, espaço da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerido pela Associação Paulista dos Amigos da Arte (APAA), recebe nesta segunda-feira, dia 9 de junho, às 20h00, o espetáculo "Navalha na Carne", da Cia Ópera São Paulo. A montagem marca a homenagem póstuma aos 90 anos do escritor, ator, diretor e jornalista Plínio Marcos. A ópera em um ato tem música e texto assinados por Leonardo Martinelli, e é inspirada na peça homônima escrita pelo autor.

Com 70 minutos de duração, a obra estreou em 2022, no Theatro Municipal de São Paulo. A direção musical é de Karin Uzun, ao piano, e a direção cênica, iluminação e concepção são de Leo Lama. No elenco, Cintia Cunha (soprano) interpreta Neusa Sueli, Fulvio Souza (barítono) vive Veludo, e Fernando Portari (tenor) participa como Vado. O ator Rogério Bandeira completa o elenco.

A apresentação tem classificação etária de 16 anos. A entrada é gratuita, com retirada de ingressos na bilheteria do teatro a partir de uma hora antes do início do espetáculo.


Serviço
Ópera "Navalha na Carne"
Nesta segunda-feira, dia 9 de junho, às 20h00
Teatro Sérgio Cardoso – Sala Paschoal Carlos Magno
Rua Rui Barbosa, 153 – Bela Vista – São Paulo/SP
Duração: 70 minutos
Classificação: 16 anos
Ingressos: gratuitos, com retirada na bilheteria uma hora antes
Capacidade da sala: 143 lugares + 6 espaços para cadeirantes

.: Luiz Felipe Pondé e Carlos Taquari lançam livro nesta segunda, em SP


O alerta de Bertrand Russell nunca se fez tão necessário: “Só os tolos estão sempre cheios de convicção, enquanto os sábios estão cheios de dúvidas”. É com base nesse preceito que o filósofo, professor e escritor Luiz Felipe Pondé lança o livro “O Agente Provocador” pela Editora nVersos: . A obra foi produzida em coautoria com o jornalista Carlos Taquari e se autointitula como “uma metralhadora giratória contra a indigência mental e os donos das verdades absolutas”. O lançamento da obra acontecerá no dia 9 de junho, segunda-feira, a partir das 19h00, na Livraria da Vila do Shopping Pátio Higienópolis.

Com seus artigos na Folha de S.Paulo e suas tiradas ferinas no programa “Linhas Cruzadas” na TV Cultura, Luiz Felipe Pondé conquistou uma legião de seguidores - e também inimigos -, para os quais ele daria um único conselho: leiam e tentem escapar do poço da ignorância.  Para ele, fica mais fácil entender as complexidades do mundo atual a partir da ótica dos grandes pensadores.

De Descartes, Pascal e Hume a Hobbes e Rousseau; de Montesquieu, Kant, Popper e Tocqueville a Nietzsche, Camus e Sartre, para citar apenas alguns. Em “O Agente Provocador”, escrito em formato de entrevistas entre Pondé e Taquari, além de temas como política, imprensa, censura, religião e redes sociais, o professor Luiz Felipe Pondé brinda os leitores com duas imperdíveis aulas de literatura, além de uma seleção de títulos como sugestão de leitura complementar, para entender todos os assuntos trazidos por ele.

“O Agente Provocador” surge para combater a nova forma de censura "líquida" que brota de toda parte: do politicamente correto ao ‘cala a boca’ jurídico que sentimos na pele, o livro dedica uma boa parte a essa catástrofe da inteligência pública levada a cabo pelos seus próprios agentes. Mergulhamos em dramas humanos constantes, passando por revoluções políticas conhecidas desde o século XVIII, pelo caráter sórdido e breve da vida política, sem que esqueçamos que esta é “um bordel de falsas virgens”, nas palavras do autor.

O livro também pode ser de grande ajuda para aqueles que, a partir da leitura de meia dúzia de livros, acreditam ser proprietários de todas as verdades. Apoie o Resenhando.com e compre o livro “O Agente Provocador” neste link.

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