quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

.: Crítica: "Jovens Mães" é retrato da realidade nua e crua que emociona

 "Jovens Mães" está em cartaz na Cineflix Cinemas de Santos


Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com

Em dezembro de 2025


O retrato da realidade é estampado em "Jovens Mães"em cartaz na Cineflix Cinemas de Santosno Festival de Cinema Francês do Brasil de 2025. A produção dirigida por e indicada da Bélgica ao Oscar 2026 apresenta o drama de cinco garotas sem apoio materno necessário. Enquanto que Jessica está prestes a mudar de vida definitivamente, Perla, Julie, Ariane e Naïma já vivem a realidade da maternidade juvenil.

Todas abrigadas em uma casa materna que as ajuda nos cuidados dos bebês, as jovens tentam seguir em frente por conta, mas o abandono em suas várias formas reflete no destino delas. Jessica (Babette Verbeek) que ainda leva Alba no ventre, anseia conhecer a mãe que a deixou para adoção quando bebê e nunca teve contato. Sem cogitar fazer o mesmo, a futura mãe tenta entender o motivo do que fez a progenitora abandoná-la e, claro, ter uma resposta compreensível.

Enquanto Perla (Lucie Laruelle) faz de tudo para ter o pai de Noé, Robin (Gunter Duret), ao lado e realizar o sonho de viver em uma família, usa a tática do custe o que custar e descobre que a vida adulta não é como se sonha. Ariane (Janaina Halloy) tenta ser mãe, embora nunca tivesse tal objetivo, pois seguiu com a gravidez incentivada pela mãe, Nathalie (Christelle Cornil) que até lhe promete um abrigo amoroso. No entanto, Nathalie ela ainda que vive num relacionamento com um homem ameaçador. 

Julie (Elsa Houben) com seu passado de drogas parece ter entrado nos eixos de uma vida comum ao lado do pai de seu bebê, porém a tentação a cerca de todas as formas e resistir é complicado. De fato, ela é a única que tem pai do progenitor de seu bebê, porém, ele carrega o mesmo história com drogas. Já Naïma (Samia Hilmi) aparece na trama como a que conseguiu sair dali para uma vida plena, passando a impressão de que as outras também irão conseguir.

Sem floreios, com direção e roteiro de Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne, "Jovens Mães" mostra que as maiores dificuldades sempre recaem nos ombros feminino, uma vez que somente um dos pais está presente na criação do bebê e, demonstra zelo pela parceira e o rebento. Entretanto, cabe a Robin ser o típico pai que nem mesmo reconhece o filho, escancarando racismo e machismo entranhados na sociedade. 

Cada história ali retratada é diferente e pode até se aproximar a vivida por tantas outras garotas ao redor do mundo, mas o final de cada uma é muito similar ao que vemos na realidade: o abandono. Cada choro de uma mãe no longa vai além da necessidade de alertar os jovens, pois usa a emoção, deixando vários convites reflexivos. Vale a pena conferir!


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"Jovens Mães". (“Jeunes Mères”). Classificação indicativa: 12 anos (estimada) | Ano de produção: 2025 | Idioma: Francês | Direção: Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne | Roteiro: Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne | Elenco: Babette Verbeek, Elsa Houben, Janaïna Halloy Fokan, Lucie Laruelle, Samia Hilmi | Distribuição no Brasil: Vitrine Filmes | Duração: 1h45| Cenas pós-créditos: não. Sinopse resumida: “Jovens Mães” acompanha as adolescentes Jessica, Perla, Julie, Ariane e Naïma, que vivem num abrigo para jovens mães na região de Liège, na Bélgica. Entre gravidez, primeiros cuidados com os bebês e a tentativa de reconstruir suas vidas, o filme retrata os desafios concretos da maternidade precoce, a precariedade, os conflitos familiares e a busca por uma vida melhor para elas e seus filhos.

Trailer de "Jovens Mães"


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 "Operação Maldoror" está em cartaz na Cineflix Cinemas de Santos


Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com

Em dezembro de 2025


Um thriller de arrepiar e ainda emocionar. Eis "Operação Maldoror" longa exibido no Festival de Cinema Francês do Brasil de 2025, em cartaz na Cineflix Cinemas de Santos, que apresenta uma releitura baseada em um crime real ocorrido na Bélgica nos anos 90. Protagonizado por Anthony Bajon (A Prece), o filme apresenta a história em paralelo, do policial novato Paul Chartier, idealista, prestes a se casar e a de duas garotinhas desaparecidas sem que a polícia trate o caso devidamente.

Ao investigar por conta própria passa a desmembrar uma rede de pedofilia e esbarra na corrupção dentro do próprio órgão a que pertence. A trama apresenta um jogo de gato e rato tão bem engendrado que libera revelações surpreendentes, entregando um desfecho perturbador. O trabalho solitário de Paul leva anos, assim, ele se casa, vira pai e, por fim, age pelas próprias mãos diante dos que o ignoravam e até o faziam de chacota.

De tirar o fôlego, "Operação Maldoror" é um filme sobre a busca pela justiça mesmo quando há medalhões encobrindo crimes chocantes a fim de garantir vantagens. E como "Maldoror" se refere a Les Chants de Maldoror (Os Cantos de Maldoror), uma obra poética em prosa escrita pelo Conde de Lautréamont (pseudônimo de Isidore Lucien Ducasse), com a história de um anti-herói que busca o mal de forma radical, movido pela misantropia e uma profunda revolta contra Deus e a sociedade, fica para Paul a única vaga de combate, o que torna o longa comovente.

E meio à violência, transgressão e o sombrio, a produção dirigida por Fabrice du Welz (Calvário) destaca que ainda existem meios para podar tanto mal, muito embora deixe claro que uma andorinha só não faz verão. De fato, as 2 horas e 35 minutos de "Operação Maldoror" o tornam imperdível. Filmaço!


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"Operação Maldoror". (Le Dossier Maldoror). Gênero: drama, suspenseDireção: Fabrice du WelzRoteiro: Fabrice du Welz, Domencio La Porta. Duração: (2h 35 min). Elenco: Anthony Bajon, Sergi Lopez. Sinopse: Baseado em um crime real ocorrido na Bélgica nos anos 90. O desaparecimento preocupante de duas jovens abala a população e desencadeia uma frenesi midiática sem precedentes. Assim, um jovem policial frustrado com a impassibilidade do sistema decide investigar o desaparecimento de duas garotas por conta própria.

Trailer de "Operação Maldoror"


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.: Drama francês “La Pampa” investiga segredos que implodem uma amizade


Por 
Helder Moraes Miranda, jornalista e crítico de cultura, especial para o portal Resenhando.com
Foto: divulgação

Dentro da programação do 16º Festival de Cinema Francês do Brasil, nesta quarta-feira, 3 de dezembro, às 20h35, na sala 3 do Cineflix Miramar, em Santos, no litoral de São Paulo, o filme “La Pampa” ganha sessão especial trazendo ao público um drama tenso e inquietante ambientado em uma pequena aldeia francesa. É ali que Willy e Jojo, dois adolescentes inseparáveis, tentam vencer o tédio e a monotonia do interior, até que um segredo guardado por um deles transforma radicalmente a vida dos amigos e desencadeia uma reação em cadeia que abala toda a comunidade.

Assinado pelo cineasta francês Antoine Chevrolier, responsável também pelo roteiro, o longa-metragem aposta em interpretações intensas de Sayyid El Alami e Amaury Foucher, com a presença marcante de Damien Bonnard. A direção aposta em uma construção emocional crua, que expõe a vulnerabilidade da juventude e a violência simbólica que permeia relações familiares e comunitárias no interior da França. Sem artifícios grandiosos, “La Pampa” se sustenta em performances sólidas e no desconforto crescente provocado por segredos capazes de romper laços antes considerados inabaláveis.

Combinando inocência juvenil, tensão comunitária e uma atmosfera de inquietação constante, o filme se estrutura como um drama de impacto silencioso, daqueles que incomodam pela honestidade com que tratam as fragilidades humanas. É uma obra que se ancora mais no realismo afetivo do que na ação, convidando o espectador a refletir sobre amizade, lealdade e os limites muitas vezes estreitos da convivência em espaços pequenos.

Sobre o Festival de Cinema Francês do Brasil
Único evento francês de âmbito nacional e simultâneo, o 16º Festival de Cinema Francês do Brasil (antigo Festival Varilux de Cinema Francês) é realizado em cidades de maior e menor porte, incluindo as capitais, e contabiliza mais de dois milhões de espectadores desde sua criação. São 20 longas-metragens que integraram a programação de importantes festivais, como Cannes e Veneza, e um clássico. Até 10 de dezembro, o público poderá conferir uma programação com histórias e personagens inspiradores, temáticas ricas e gêneros variados. 

A Bonfilm é realizadora do Festival que, nos últimos 15 anos, promoveu mais de 35 mil sessões nos cinemas em todo o Brasil e somou um público de mais de um 2 milhões de espectadores. Em 2025, o Festival de Cinema Francês do Brasil segue com o apoio de Varilux – marca do grupo Essilor Luxottica - como “Patrocinador Master”. Conta também com os patrocínios do banco BNP Paribas, que entra pela primeira vez em 2025, do grupo Pernod Ricard, da Edenred, da Voltalia, do Fairmont e da Air France, além do Ministério da Cultura - por meio da Lei Rouanet, e da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura.


Ficha técnica
“La Pampa”
Classificação indicativa: 14 anos. Ano de produção: 2024. Idioma: francês. Direção: Antoine Chevrolier. Roteiro: Antoine Chevrolier. Elenco: Sayyid El Alami, Amaury Foucher, Damien Bonnard. Distribuição no Brasil: Encripta. Duração: 1h35m. Cenas pós-créditos: não.

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Os filmes do Festival de Cinema Francês do Brasil e as principais estreias da semana podem ser assistidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.


Cineflix Miramar | Santos | Sala 3
3/12/2025 - Quarta-feira:  20h35
Miramar Shopping | Rua Euclides da Cunha, 21 - Gonzaga - Santos/SP. Ingressos neste link.

.: Filme “O Estrangeiro” traz de volta à tela o existencialismo cru de Camus


Por 
Helder Moraes Miranda, jornalista e crítico de cultura, especial para o portal Resenhando.com
Foto: divulgação

Na Argélia da década de 1930, Meursault, um homem apático e emocionalmente distante, recebe a notícia da morte da mãe e, sem demonstrar tristeza, retoma sua vida com completa indiferença. Em meio a essa rotina, envolve-se com uma colega, inicia uma série de desencontros com seu vizinho e acaba protagonizando um ato extremo de violência durante um dia de praia. O assassinato o leva a enfrentar um julgamento que não avalia apenas o crime, mas sua personalidade e sua “falta de emoção” - condição que o tornará um estrangeiro não apenas da lei, mas da própria sociedade. Essa é a premissa de "O Estrangeiro" ("L’Étranger"), destaque do 16º Festival de Cinema Francês do Brasil, que será apresentado nesta quarta-feira, dia 3 de dezembro, às 18h10, na sala 3 do Cineflix Miramar, em Santos, no litoral de São Paulo.

O premiado diretor francês François Ozon retorna ao universo sombrio e inquietante da alienação e da culpa com a adaptação cinematográfica do clássico de Albert Camus. A obra, reverenciada por décadas na literatura mundial, ganha corpo em preto e branco e com uma sobriedade visual que reforça a angústia existencial de seu protagonista. No papel de Meursault, o ator Benjamin Voisin entrega uma interpretação contida e intensa - a frieza do personagem não é simulada, é vivida, expondo a dureza do julgamento que recai tanto sobre o ato quanto sobre a indiferença. Completa o trio central a atriz Rebecca Marder, com Pierre Lottin e outros nomes como Denis Lavant e Swann Arlaud compondo o elenco coadjuvante. 

Exibido pela primeira vez na edição 2025 do Festival de Veneza - onde competiu pelo Leão de Ouro - o filme chega ao Brasil pelas mãos da distribuidora California Filmes. A escolha do preto e branco, novidade para muitos espectadores acostumados a versões mais glamorosas ou modernizadas, reforça a dureza existencial do romance e o contexto de opressão colonial da Argélia dos anos 1930. A adaptação de Ozon não evita a polêmica histórica implicada na obra: tratar do velho colonialismo francês em Argel via a lente de Camus é também revisitar as contradições, violências e silenciamentos daquele passado e talvez torná-lo mais visível ao público contemporâneo. 

Críticos internacionais apontam que o filme reacende debates sobre identidade, culpa e as cicatrizes do colonialismo, sobretudo ao trazer à tona a subjetividade dos colonizados. Em uma era marcada por revisões históricas e repensar ético-político, “O Estrangeiro” chega com força, interrogando não apenas o indivíduo, mas uma herança coletiva. A aposta de Ozon é ousada: transformar a filosofia de Camus em cinema, com riscos, mas com a ambição de provocar o incômodo essencial e talvez a consciência histórica no público.

Sobre o Festival de Cinema Francês do Brasil
Único evento francês de âmbito nacional e simultâneo, o 16º Festival de Cinema Francês do Brasil (antigo Festival Varilux de Cinema Francês) é realizado em cidades de maior e menor porte, incluindo as capitais, e contabiliza mais de dois milhões de espectadores desde sua criação. São 20 longas-metragens que integraram a programação de importantes festivais, como Cannes e Veneza, e um clássico. Até 10 de dezembro, o público poderá conferir uma programação com histórias e personagens inspiradores, temáticas ricas e gêneros variados. 

A Bonfilm é realizadora do Festival que, nos últimos 15 anos, promoveu mais de 35 mil sessões nos cinemas em todo o Brasil e somou um público de mais de um 2 milhões de espectadores. Em 2025, o Festival de Cinema Francês do Brasil segue com o apoio de Varilux – marca do grupo Essilor Luxottica - como “Patrocinador Master”. Conta também com os patrocínios do banco BNP Paribas, que entra pela primeira vez em 2025, do grupo Pernod Ricard, da Edenred, da Voltalia, do Fairmont e da Air France, além do Ministério da Cultura - por meio da Lei Rouanet, e da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura.


Ficha técnica
“O Estrangeiro” | “L’Étranger”
Classificação indicativa: 14 anos. Ano de produção: 2025. Idioma: francês. Direção: François Ozon. Roteiro: François Ozon, Manu Dacosse. Elenco: Benjamin Voisin, Rebecca Marder, Pierre Lottin, Denis Lavant, Swann Arlaud. Distribuição no Brasil: California Filmes. Duração: 2h00m. Cenas pós-créditos: não.

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Cineflix Miramar | Santos | Sala 3
3/12/2025 - Quarta-feira:  18h10
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.: “Mãos À Obra” expõe o preço doloroso da liberdade artística

Por Helder Moraes Miranda, jornalista e crítico de cultura, especial para o portal Resenhando.comFoto: divulgação

O longa “Mãos À Obra” (“À Pied D'œuvre”), dirigido pela cineasta francesa Valérie Donzelli, integra a programação do Festival de Cinema Francês do Brasil e será exibido no Cineflix Miramar, em Santos, no litoral paulista. A sessão acontece nesta quarta-feira, dia 3 de dezembro, às 16h15, na sala 3 do cinema.

Estrelado por Bastien Bouillon, ao lado de Virginie Ledoyen e Marie Rivière, o filme acompanha a jornada de um fotógrafo consagrado que decide romper com sua própria estabilidade. Movido pelo desejo de liberdade criativa, ele abandona a profissão e a vida confortável para se dedicar exclusivamente à escrita, mergulhando em um cotidiano de incertezas, dificuldades econômicas e perda de referências.

O roteiro, escrito por Donzelli em colaboração com Gilles Marchand, adapta o relato autobiográfico de Franck Courtès, cuja experiência real de ruptura serve de base para um retrato direto, atual e contundente das desigualdades e da marginalização social. Com fotografia contida de Irina Lubtchansky e trilha de Jean-Michel Bernard, a obra acentua o contraste entre o conforto do passado e a rudeza da nova realidade enfrentada pelo protagonista. O filme estreou mundialmente em 29 de agosto na Mostra de Veneza, dentro da competição oficial, de onde saiu laureado com o prêmio de Melhor Roteiro.

Sobre o Festival de Cinema Francês do Brasil
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A Bonfilm é realizadora do Festival que, nos últimos 15 anos, promoveu mais de 35 mil sessões nos cinemas em todo o Brasil e somou um público de mais de um 2 milhões de espectadores. Em 2025, o Festival de Cinema Francês do Brasil segue com o apoio de Varilux – marca do grupo Essilor Luxottica - como “Patrocinador Master”. Conta também com os patrocínios do banco BNP Paribas, que entra pela primeira vez em 2025, do grupo Pernod Ricard, da Edenred, da Voltalia, do Fairmont e da Air France, além do Ministério da Cultura - por meio da Lei Rouanet, e da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura.


Ficha técnica
“Mãos À Obra” | “À Pied D'œuvre”
Classificação indicativa: 14 anos. Ano de produção: 2025. Idioma: francês. Direção: Valérie Donzelli. Roteiro: Valérie Donzelli e Gilles Marchand, baseado no livro de Franck Courtès. Elenco: Bastien Bouillon, Virginie Ledoyen, Marie Rivière (há também participação de André Marcon, entre outros). Distribuição no Brasil: Bonfilm. Duração: 1h32. Cenas pós-créditos: não.

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Cineflix Miramar | Santos | Sala 3
3/12/2025 - Quarta-feira:  16h15
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.: Omar Sy retorna ao drama e reacende tensões em "Fora de Controle"


Por 
Helder Moraes Miranda, jornalista e crítico de cultura, especial para o portal Resenhando.com
Foto: divulgação

Novo drama de Anne Le Ny, “Fora de Controle” (“Dis-Moi Juste que Tu M’Aimes”) será apresentado no 16° Festival de Cinema Francês do Brasil, na sala 3 do Cineflix Miramar, localizado em Santos, no litoral de São Paulo, nesta quarta-feira, às 14h00. No filme, após 15 anos de casamento, a relação de Julien e Marie é abalada com o retorno de Anaëlle, o grande amor de juventude de Julien. Dominada por ciúmes e inseguranças, Marie inicia um envolvimento com Thomas, um chefe manipulador, o que desencadeia uma espiral de auto-destruição, traição e ameaça à família.

O filme mergulha no terreno árido do ciúme, da insegurança e das consequências de escolhas dolorosas dentro de um casamento de longa data. Com a presença de Omar Sy, rosto familiar do público graças ao sucesso de “Intocáveis” e "Samba", no papel de Julien, o filme traz também Élodie Bouchez como Marie, Vanessa Paradis como Anaëlle, o amor de juventude ressurgido, e José Garcia como o enigmático Thomas. 

Sob a direção de Anne Le Ny, que assina também o roteiro em parceria com Axelle Bachman, o filme se estrutura como um thriller doméstico capaz de transformar o cotidiano e as fragilidades de uma família em tensão crescente. A narrativa aposta no contraste entre a aparente estabilidade de um casamento de 15 anos e o desequilíbrio repentino causado pela volta de um antigo amor: o retorno de Anaëlle reacende inseguranças e desencadeia em Marie uma espiral de ciúmes, autodepreciação e vulnerabilidade emocional. 

As reações sensíveis dos atores, sobretudo Élodie Bouchez - cuja performance é apontada como “impecável” por críticos - e a tensão crescente construída com precisão por Anne Le Ny, fazem de “Fora de Controle” um retrato crível e angustiante de relações humanas marcadas por fragilidades profundas. A crítica especializada realça a habilidade da diretora em mesclar drama conjugal e suspense psicológico, evidenciando como o filme se insere - nas palavras de uma análise recente - no “filme pós-#MeToo”, ao subverter expectativas: longe de apresentar a mulher ciumenta e a mulher sedutora como vilãs cristalinas, o roteiro revela um retrato de manipulação masculina e um sistema de dependências afetivas e de poder. 

A estreia no Brasil, dentro da programação do , reforça a presença vibrante do cinema francês contemporâneo no circuito nacional. A trama de “Fora de Controle” convida o espectador a refletir — com intensidade e sem pudores — sobre confiança, dedicação, traição e o limiar delicado entre amor e possessão.


Ficha técnica
“Fora de Controle” | “Dis-Moi Juste que Tu M’Aimes”
Classificação indicativa: livre (tout public). Ano de produção: 2024. Idioma: francês. Direção: Anne Le Ny. Roteiro: Anne Le Ny (co-roteiro: Axelle Bachman). Elenco: Omar Sy, Élodie Bouchez, Vanessa Paradis, José Garcia. Distribuição no Brasil: California Filmes. Duração: 1h51m. Cenas pós-créditos: não.


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terça-feira, 2 de dezembro de 2025

.: Crítica: "Bugonia" faz deboche que reforça conspirações ideológicas

 "Bugonia" está em cartaz na Cineflix Cinemas de Santos


Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com

Em dezembro de 2025


A comédia de ficção científica dirigida por Yorgos Lanthimos, "Bugonia", apresenta uma dupla de homens conspiracionistas amalucados, Teddy Gatz (Jesse Plemons) e Don (Aidan Delbis) que sequestram a empresária de uma grande companhia, Michelle Fuller (Emma Stone) acreditando que ela seja uma alienígena com planos de destruir o planeta. 

O remake do filme sul-coreano "Salve o planeta verde!" (2003), de Jang Joon-Hwan, idealizado originalmente pelo diretor enquanto assistia ao filme "Louca Obsessão" ("Misery"), destaca ainda a sociedade dividida entre vencedores e perdedores. Em meio a devaneios diversos, a dupla composta por Teddy e Don vai além do cárcere com correntes e um vestido que era da mãe, Sandy (Alicia Silverstone) e corta seus fios de cabelos.

Numa terra plana em que empunham armas com naturalidade, Michelle Fuller consegue mostrar-se como uma fortaleza que transborda palavras manipuladoras, tal qual a mente de uma empresária que calcula tudo. Para o desequilibrado Teddy, restam suposições imaginativas e a dor da doença da mãe não ter cura, além de receber o apoio do mente vazia e influenciável Don. 

O longa de Yorgos Lanthimos caminha para o rumo da crítica dando um peso de deboche, porém derruba tudo por terra nos minutos finais quando reforça conspirações ideológicas e fica em cima do muro. Talvez, acabando antes, a produção com roteiro de Will Tracy tivesse mais coesão a ponto de provocar reflexões. No mais, "Bugonia" acaba sendo mais um filme de ficção científica que faz comédia com o que parece acreditar.


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"Bugonia". (Bugonia). Direção: Yorgos Lanthimos. Roteiro: Will Tracy. Gênero: Ficção científica e Comédia. Duração: 2 horas. Elenco: Emma Stone, Jesse Plemons, entre outros. Sinopse: Dois homens obcecados por conspirações sequestram a CEO de uma grande empresa, convencidos de que ela é uma alienígena que quer destruir a Terra. 

Trailer de "Bugonia"




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