segunda-feira, 17 de novembro de 2025

.: “As Narradoras”: podcast celebra autoras fundamentais do século XX

A literatura do século XX acaba de ganhar um novo espaço para celebrar as vozes femininas mais vibrantes. "As Narradoras", minissérie em áudio apresentada pela editora Stéphanie Roque, revisita vidas, obras, afetos e rupturas de escritoras que moldaram a literatura mundial - e o faz conectando gerações, temas e possibilidades de leitura. São sete episódios que reúnem autoras distantes no tempo e no espaço, mas profundamente entrelaçadas por afinidades temáticas: amizade, cotidianidade, imaginação, família, escrita íntima e criação artística.

A proposta é simples e ambiciosa ao mesmo tempo: aproximar duplas de autoras para entender como as experiências, estilos e obsessões delas dialogam entre si e permanecem vivas na escrita contemporânea. Para isso, "As Narradoras" traz também a participação de nomes atuais - como Aline Bei, Socorro Acioli e Micheliny Verunschk - que comentam a relevância das homenageadas e expandem suas leituras. A atriz Maeve Jinkings empresta a voz a trechos de livros, criando um elo sensorial entre texto e escuta.


Episódio 1 - "As Irmãs Sisters"
O episódio de estreia mergulha na cumplicidade entre Lygia Fagundes Telles e Hilda Hilst, uma amizade que atravessou mais de meio século. As duas - que se autodenominavam “irmãs sisters” - partilharam confidências, rotinas, risos, medos e criação literária. O programa reconta esse encontro improvável e profundamente frutífero, explorando como suas trajetórias se cruzaram e se influenciaram mutuamente. Entre as vozes convidadas, participam Bruna Khalil Othero, Raquel Cozer e Lúcia Telles, enriquecendo o retrato dessas duas forças da nossa literatura.


Episódio 2 - "Estranhas Familiares"
O segundo capítulo destaca Leonora Carrington e Silvina Ocampo, duas autoras que embaralharam a fronteira entre o cotidiano e o fantástico. Desejo, infância, sonho, loucura, morte e liberdade atravessam suas narrativas - sempre guiadas por uma imaginação indomável. Micheliny Verunschk e Socorro Acioli comentam suas obras e refletem sobre o realismo fantástico, fio que costura a dupla e faz com que suas histórias permaneçam tão inquietantes quanto atuais.

Uma travessia entre gerações de narradoras
A minissérie propõe um encontro simbólico: escritoras que abriram caminhos sendo celebradas por quem hoje continua a reinventá-los. Mais do que perfis biográficos, "As Narradoras" oferece um mosaico de experiências e sensibilidades que atravessam o século XX e desembocam no presente - reafirmando a potência da literatura escrita por mulheres e sua capacidade de atravessar fronteiras.

Os dois primeiros episódios já estão disponíveis, e os demais chegam sempre às quartas-feiras, no tocador de áudio favorito do público. Uma boa oportunidade para revisitar autoras imprescindíveis e descobrir novas leituras com desconto - basta conferir as indicações divulgadas junto ao projeto. "As Narradoras" estreia como convite e celebração: ouvir para ler mais, ler para compreender melhor quem nos antecedeu, e quem segue narrando o mundo ao nosso lado.

.: Clássico, "Frankenstein" ganha edição ilustrada para lançamento de filme


A obra que é marca do movimento gótico conquista leitores até hoje com seu retrato universal dos sentimentos humanos

Escrito numa noite tempestuosa de 1816 por uma jovem de apenas dezoito anos, "Frankenstein" não é só o ponto de partida da ficção científica - é uma história sobre ambição, solidão e o preço de desafiar os limites da criação. Clássico absoluto da literatura gótica e do horror, a obra-prima de Mary Shelley chega ao selo Planeta Minotauro em uma edição especial, com ilustrações de Amanda Miranda, apresentação de Cláudia Fusco e tradução de Marcia Blasques. Um livro reconstituído - como a própria criatura =- para uma nova geração de leitores.

Além do texto que moldou todo um gênero na literatura e influenciou gerações de artistas nas mais diversas áreas, a nova edição conta com ilustrações de Amanda Miranda, artista visual, autora de histórias em quadrinhos e diretora de arte. Amanda foi destaque na lista Forbes 30 Under 30 em 2021, que reúne as pessoas mais criativas e influentes com menos de trinta anos no Brasil. A apresentação fica por conta de Cláudia Fusco, escritora, roteirista e mestre em Estudos de Ficção Científica pela Universidade de Liverpool, na Inglaterra. Cláudia dá cursos e palestras sobre narrativas, gênero, cultura pop, fantasia e ficção científic e tem passagens por espaços como USP, Casa do Saber, Bienal do Livro, MIS-SP e Sesc, entre outros.

A obra de caráter atemporal já ganhou diversas adaptações audiovisuais desde sua publicação, destacando-se entre elas o filme homônimo de 1931, dirigido por James Whale; Frankenstein de Mary Shelley, de 1994, dirigido e estrelado por Kenneth Branagh; a minissérie Frankenstein, de 2004; e a animação Frankenweenie, de 2012, dirigida por Tim Burton. Agora, o livro está prestes a ganhar mais um filme, dessa vez dirigido pelo vencedor do Oscar Guillermo Del Toro e estrelado pelo trio Jacob Elordi, Mia Goth e Oscar Isaac. A edição da Planeta minotauro chega também para apresentar o texto original aos interessados pelo novo longa.

Sobre a autora
Mary Shelley
(1797-1851) foi uma das escritoras mais inovadoras do século XIX. Filha da filósofa Mary Wollstonecraft e do pensador William Godwin, destacou-se com Frankenstein (1818), obra que inaugurou a ficção científica ao refletir sobre os limites da criação humana. Também escreveu os romances O último homem e Lodore, além de contos, ensaios e biografias. Sua voz única, marcada pela imaginação visionária e pela crítica social, consolidou-a como um dos grandes nomes da literatura gótica.

.: #LeituraMiau: "Escutando Demônios", um suspense psicológico perturbador


Por Cláudia Brino, escritora, ativista cultural e editora da Costelas Felinas

"Escutando Demônios", do autor Miau João Alexandrino, é um mergulho profundo nas sombras da mente humana — um suspense psicológico que confronta o leitor com os limites entre a lucidez e o delírio, a justiça e a perdição. A história acompanha um juiz de reputação impecável, homem de princípios firmes e carreira exemplar, cuja vida começa a desmoronar após um erro irreversível cometido no exercício da função. A partir desse instante, algo se rompe em seu interior: uma voz enigmática e insistente passa a ecoar dentro de sua mente, insinuando verdades que ele não quer ouvir - ou que talvez sempre tenham estado ali.

Enquanto tenta silenciar o sussurro que o persegue, o juiz assiste, impotente, à queda moral e emocional das pessoas ao seu redor. Cada gesto, cada olhar, cada decisão parece manipulado por forças que escapam à razão. Aos poucos, o mundo que o cercava se converte em um labirinto psicológico, onde culpa, poder e desejo se confundem numa espiral de destruição.

Com uma narrativa densa e inquietante, João Alexandrino constrói um retrato perturbador da consciência humana em colapso. A atmosfera é claustrofóbica, a escrita é precisa e cortante — e o leitor, prisioneiro da tensão crescente, se vê compelido a questionar junto ao protagonista: até que ponto a voz interior é apenas nossa, e quando ela passa a ser o eco de algo mais sombrio?

Entre revelações, delírios e verdades incômodas, Escutando Demônios é mais do que um romance psicológico - é uma descida aos abismos da alma, onde cada escolha carrega o peso do pecado e da redenção possíveis. Compre o livro "Escutando Demônios", de João Alexandrino, neste link.

domingo, 16 de novembro de 2025

.: Entrevista: Jerónimo Pizarro fala sobre o legado de Ricardo Reis


Por 
Helder Moraes Miranda, jornalista e crítico de cultura, especial para o portal Resenhando.com
Foto: divulgação

Segurar um livro de Ricardo Reis em 2025 é como abrir uma janela para um tempo que nunca existiu - e, ainda assim, insiste em assombrar. Há algo de profundamente irônico, quase literário demais para ser coincidência, no fato de o heterônimo que talvez tenha “se exilado” no Brasil retornar justamente agora, completo, restaurado, decifrado, com seus paradoxos intactos. A Tinta-da-China Brasil lança a primeira obra completa de Ricardo Reis, organizada por Jerónimo Pizarro e Jorge Uribe, e a sensação é a de estar diante não apenas de um volume, mas de uma espécie de artefato arqueológico: um mapa para entrar na mente dividida - e multiplicada - de Fernando Pessoa.

Reis, o mais sereno dos inquietos, o mais clássico dos modernos, sempre foi um desafio até para quem vive de enfrentar manuscritos poeirentos e grafias arcaizadas. “Vivem em nós inúmeros”, escreveu ele - e talvez nenhuma frase explique melhor o exercício de tentar organizar a obra de alguém que, por definição, nunca foi apenas um. Nesta edição, o leitor encontrará poesia, prosa, inéditos, variantes e uma ortografia que soa como mármore: dura, bela, cheia de ecos gregos e latinos. 

Conversar com Jerónimo Pizarro - arqueólogo do espólio pessoano - é perceber que Reis continua a  desafiar. A amplitude da prosa escrita por ele desmonta a imagem de uma serenidade absoluta; sob as odes perfeitas há dúvida, trabalho, hesitação. Em tempos de velocidade ansiosa, há algo de  contemporâneo na contenção ricardiana, nesse equilíbrio que se sustenta sobre tensões, jamais sobre certezas. Em meio ao ruído, Reis oferece lucidez - e uma rebeldia silenciosa.

Em entrevista exclusiva para o portal Resenhando.com, Jerónimo Pizarro abre as “arcas de Pessoa” ao lado de quem passou anos dentro delas. Ele fala de grafias arcaizadas, do paradoxo entre classicismo e modernidade, de descobertas recentes, de ética pagã e também do simbolismo quase poético de lançar, no Brasil, o heterônimo que para cá teria fugido. Afinal - como Reis talvez sorrisse ao lembrar - nada é definitivo. Compre o livro "Obra Completa de Ricardo Reis", edição de Jerónimo Pizarro e Jorge Uribe, neste link.


Resenhando.com - “Vivem em nós inúmeros”, escreveu Ricardo Reis - e talvez também se pudesse dizer: “editam-nos inúmeros”. O que significa organizar a obra completa de um heterônimo cuja própria existência é feita de paradoxos e desdobramentos?
Jerónimo Pizarro - Organizar a obra completa de Ricardo Reis é aceitar a contradição como princípio. Reis representa uma forma de disciplina poética que Pessoa inventa para equilibrar o tumulto dos outros. Mas Reis não é menos tumultuoso, nem em termos de filologia nem de ontologia...


Resenhando.com - Entre todos os heterônimos de Pessoa, Ricardo Reis talvez seja o mais enigmático: monárquico e pagão, clássico e moderno, racional e melancólico. Como traduzir esse equilíbrio de contrários em um volume que pretende ser definitivo?
Jerónimo Pizarro - A enigmática serenidade de Reis vem precisamente desse equilíbrio de contrários. A edição tentou refletir isso não através de um gesto unificador, mas respeitando a coexistência de tensões. Basta, por exemplo, começar a ler a prosa em paralelo com a poesia e vice-versa...


Resenhando.com - A edição mantém a grafia original usada por Pessoa - uma escolha que parece mais filosófica do que apenas filológica. Por que era essencial preservar essa ortografia “arcaizada” de Reis?
Jerónimo Pizarro - Preservar a ortografia de Reis é fazer uma homenagem ao seu tempo, ao seu classicismo. Até certo ponto, a ortografia “arcaizada” é parte do estilo ricardiano.


Resenhando.com - Há, neste livro, textos inéditos e variantes que reconfiguram o que sabíamos sobre Ricardo Reis. Que descobertas vocês destacariam? O que surpreendeu até mesmo os organizadores?
Jerónimo Pizarro - Entre as novidades, talvez surpreenda a amplitude da prosa de Reis: as reflexões filosóficas e notas que o aproximam de um ensaísta moral, não apenas de um poeta. Em princípio, as variantes revelam um labor que desmente a imagem de serenidade absoluta: há inquietação e dúvida sob o mármore aparente.


Resenhando.com - Pessoa dizia que “toda a arte é uma forma de literatura”. O que a prosa de Reis - menos conhecida do que as odes - revela sobre sua visão de mundo e sua relação com o próprio Pessoa?
Jerónimo Pizarro - A poesia e a prosa de Reis revelam uma vontade de pensamento, uma ética da distância. Nela, o diálogo com Pessoa torna-se mais nítido; como se ambos, o criador e a criatura, meditassem, lado a lado, sobre o valor da contenção (no meio da inúmera multiplicação...).


Resenhando.com - Ao ler Ricardo Reis hoje, em 2025, o que ele ainda fala? Em um tempo tão convulsionado e impaciente, que lição ética ou estética se pode tirar da serenidade pagã e do ceticismo de Reis?
Jerónimo Pizarro - Em 2025, o ceticismo ricardiano oferece lucidez; uma certa abdicação, resistência. Reis ensina que o equilíbrio pode coexistir com rebeldia e que o classicismo pode ser, paradoxalmente, uma vanguarda ética.


Resenhando.com - O livro encerra a trilogia da Coleção Pessoa, depois das obras completas de Caeiro e Campos. Que imagem do poeta - e do homem Fernando Pessoa - emerge dessa trilogia?
Jerónimo Pizarro - A trilogia da Coleção Pessoa mostra três formas de lidar com o infinito: Caeiro com a simplicidade, Campos com o excesso e Reis com a contenção. Juntas, as três obras revelam um Pessoa plural que se desdobra não para se perder, mas para se compreender melhor.


Resenhando.com - Ambos os organizadores têm trajetórias ligadas ao universo acadêmico e editorial, mas há também uma dimensão quase arqueológica em lidar com o espólio pessoano. O que mais fascina e o que mais exaure nesse trabalho de “abrir as arcas de Pessoa”?
Jerónimo Pizarro - O trabalho com o espólio pessoano é feito de fascínio e de um saber lidar com o cansaço físico. Fascina a inteligência labiríntica dos papéis, o modo como cada fragmento pode dialogar com outro; esgota a vastidão. Editar Pessoa é abrir caminhos que se multiplicam; cada descoberta traz novos interrogantes.


Resenhando.com - Há uma certa ironia em lançar a obra completa de Ricardo Reis no Brasil - o país para onde ele teria se exilado. Essa coincidência tem para vocês algum sentido simbólico?
Jerónimo Pizarro - Publicar Ricardo Reis no Brasil tem um sentido simbólico inevitável: é como se o heterónimo regressasse ao seu exílio imaginário. Há algo de circular e poético nesse gesto: Reis, que partiu para o Brasil, volta agora impresso e completo, como se cumprisse finalmente um destino literário.


Resenhando.com - Se Ricardo Reis pudesse escrever uma ode sobre este lançamento, o que ele diria?
Jerónimo Pizarro - Se Reis escrevesse uma ode sobre este lançamento, talvez dissesse: “Entre sombras antigas / e o rumor das nascentes, / um livro se fecha, outro desponta. / Nada é definitivo.” E sorriria, discretamente, perante a ideia de lançamento.



.: Festival de Cinema Francês do Brasil traz seis produções do Festival de Cannes deste ano


Com seis longas exibidos em Cannes, edição do Festival de Cinema Francês do Brasil traz obras que poderão ser vistas pela primeira vez no país. Na imagem,  inspirado em uma história real, o drama "13 Dias, 13 Noites" é um dos destaques da programação do 16º Festival de Cinema Francês do Brasil. Foto: divulgação


Da Riviera Francesa para as salas de cinemas de todo o Brasil: a 16ª edição do Festival de Cinema Francês do Brasil (antigo Varilux), que ocorre de 27 de novembro a 10 de dezembro em cinemas de todo o país, apresenta seis longas-metragens exibidos no Festival de Cannes em maio último, sendo cinco deles inéditos em solo brasileiro. Entre os destaques estão "O Segredo da Chef" ("Partir un jour"), de Amélie Bonnin, longa que abriu o evento, e "Jovens Mães" (Jeunes Mères), de Jean-Pierre e Luc Dardenne, que conquistou o prêmio de Melhor Roteiro.

Distribuído pela Synapse Distribution, o inédito "O Segredo da Chef" ("Partir un jour") acompanha a história de Cécile, uma chef em ascensão que está prestes a abrir seu restaurante em Paris, mas precisa retornar à vila onde nasceu por conta de uma emergência familiar. Escrito por Dimitri Lucas e Amélie Bonnin, que também assina a direção, o filme é estrelado por Juliette Armanet, François Rollin e por Bastien Bouillon, ator vencedor do César de Melhor Revelação em 2023 e que integra a delegação artística do festival este ano.

Novo filme dos irmãos Dardenne - conhecidos por suas produções realistas e socialmente engajadas - "Jovens Mães" ("Jeunes Mères"), da Vitrine Filmes, aborda o desafiador cotidiano de cinco adolescentes e seus filhos pequenos em um abrigo. Estrelada por Babette Verbeek, Elsa Houben e Janaïna Halloy Fokan, a produção acompanha a luta das jovens em busca de uma vida melhor para si mesmas e seus filhos, enquanto lidam com questões como conflitos financeiros e familiares. O roteiro do longa, premiado em Cannes, é também assinado pelos irmãos belgas.

Apresentado fora de competição, o drama inédito "13 Dias, 13 Noites" ("13 jours, 13 nuits"), da California Filmes, é ambientado em Cabul, no Afeganistão, em agosto de 2021, e inspirado em uma história real. Enquanto as tropas americanas se retiram, os Talibãs tomam a capital e milhares de afegãos buscam refúgio na Embaixada da França, protegida pelo comandante Mohamed Bida e seus homens. Cercado, ele negocia com os Talibãs para organizar, com a ajuda de Eva, uma humanitária franco-afegã, um último comboio em direção ao aeroporto. Dirigido por Martin Bourboulon, a produção é estrelada por Roschdy Zem, Lyna Khoudri e Sidse Babett Knudsen.

Exibido também fora de competição, "A Mulher Mais Rica do Mundo" ("La Femme la plus Riche du Monde"), de Thierry Kliffa, tem como protagonista a premiada atriz francesa Isabelle Huppert, que estará no Brasil para divulgação do filme durante o festival. Inédita no Brasil, com distribuição da Synapse Distribution, a produção é inspirada na história real da herdeira de uma das maiores empresas de cosméticos do mundo, em uma trama sobre ambição, doações astronômicas e segredos familiares. Laurent Lafitte, Marina Foïs e Raphaël Personnaz – que integrou a delegação do festival em 2024 - completam o elenco.

Homenageado do 16º Festival de Cinema Francês do Brasil, o ícone da comédia francesa Pierre Richard dirige e estrela o também inédito "Sonho, Logo Existo" ("L’homme qui a Vu L’ours qui a Vu L’homme"), seu retorno à direção após quase 30 anos. Exibida em sessão especial no Festival de Cannes deste ano, onde o artista também foi celebrado, a produção, distribuída pela Bonfilm, acompanha a história de dois homens de diferentes gerações que criam um vínculo improvável enquanto protegem um urso de circo fugitivo no interior da França. Aos 91 anos e com mais de 100 filmes no currículo, Pierre também estará por aqui para divulgar seu longa. Ele desembarca em São Paulo no dia 30 de novembro ao lado da mulher, a modelo brasileira Ceyla Lacerda, com quem é casado há quase três décadas, e também visita o Rio. Uma mostra com cinco longas fará uma retrospectiva de sua carreira.

A programação conta ainda com "Eu, Que Te Amei" ("Moi qui t’aimais"), parte da seleção Cannes Classics. Distribuído pela Autoral, a produção inédita no Brasil, dirigida por Diane Kurys, acompanha a atribulada história do icônico casal do cinema francês Yves Montand (Roschdy Zem) e Simone Signoret (Marina Foïs). Assombrada pelo caso de seu marido com a atriz Marilyn Monroe e ferida por todos os que vieram depois, Signoret sempre recusou o papel de vítima: o que eles sabiam é que nunca se separariam.

Em 2025, o Festival de Cinema Francês do Brasil segue com o apoio de Varilux – marca do grupo Essilor Luxottica - como “Patrocinador Master”. Conta também com os patrocínios do banco BNP PARIBAS, que entra pela primeira vez em 2025, do grupo PERNOD RICARD, da EDENRED, da VOLTALIA, do FAIRMONT e da AIR FRANCE, além do Ministério da Cultura - por meio da Lei Rouanet, e da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura.


Sobre a Bonfilm
Além de distribuidora de filmes, a Bonfilm é realizadora do Festival de Cinema Francês do Brasil (antigo Festival Varilux de Cinema Francês) que, nos últimos 15 anos, promoveu mais de 35 mil sessões nos cinemas em todo o Brasil e somou um público de mais de um 2 milhões de espectadores. Desde 2015, a Bonfilm organiza também o festival Ópera na Tela, evento que exibe filmes de récitas líricas em uma tenda montada ao ar livre no Rio de Janeiro, e contou com uma edição recente em São Paulo em 2024. A produtora Bonfilm também é idealizadora, em São Paulo, do Espaço Cultural CNP de Realidade Virtual, integralmente dedicado a exposições culturais em realidade virtual, como ‘Uma Noite com os Impressionistas’ e ‘Mundos Desaparecidos’.


Assista no Cineflix mais perto de você
Os filmes do Festival de Cinema Francês do Brasil e as principais estreias da semana podem ser assistidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.

.: Ana Paula Couto, autora de "Amor de Alecrim", e mulheres 50+ em romance


Romance “Amor de Alecrim” continua a história de Amanda, protagonista de "Amor de Manjericão", e aborda temas como menopausa e independência emocional. Foto: divulgação


Com leveza e humor, a professora e escritora Ana Paula Couto lançou o livro "Amor de Alecrim", sequência de "Amor de Manjericão" (2022). O novo romance mergulha na vida de Amanda, uma mulher que, aos 50 anos, enfrenta desafios como crise conjugal, menopausa e a descoberta de novas paixões. A protagonista, que no primeiro livro superou um divórcio e um affair com um homem mais jovem, agora se depara com a aposentadoria, os dilemas da maternidade e o reencontro com um amor do passado. Além do entretenimento, a obra apresenta uma representação de uma personagem mais velha, discutindo temas como o etarismo e a invisibilidade feminina após os 50 anos.

Natural de Nova Friburgo (RJ), onde ainda reside, Ana Paula Couto é professora de língua inglesa há mais de duas décadas. Estreou na literatura em 2021, com participações em antologias como “Diário dos Confinados” (Editora Resilience). Seu primeiro romance, “Amor de Manjericão” (2022), foi pivô de sua transição para a carreira literária. Desde então, publicou os e-books “Conto Comigo” (contos) e “Vida Crônica” (crônicas) e participou de eventos como Flip e Bienais do Livro. Na entrevista abaixo, ela conta mais sobre o processo de escrita de “Amor de Alecrim”, seu segundo romance. Compre o livro "Amor de Alecrim", de Ana Paula Couto, neste link.


Quais são os principais temas de “Amor de Alecrim” e como eles dialogam com o primeiro livro, “Amor de Manjericão”?
Ana Paula Couto -  "Amor de Alecrim" é a continuação do meu primeiro livro, "Amor de Manjericão", e vem com temas como relacionamento entre mãe e filha, síndrome do ninho vazio, crise conjugal, aposentadoria, mudanças nos relacionamentos afetivos, autoconhecimento e independência emocional, menopausa e mudanças de paradigmas. "Amor de Manjericão" é um chick-lit que dá protagonismo a uma mulher 40+ retratando o seu processo de autoconhecimento e sua trajetória pessoal após uma traição seguida por um divórcio. A obra enfoca as nuances do universo feminino em que a personagem principal vivencia situações presentes em nossa sociedade como o etarismo, por exemplo, quando ela se relaciona com um homem bem mais jovem. Também retrata questões relacionadas à maternidade. Escolhi temas e assuntos que, de alguma forma, fossem comuns às mulheres e as tocassem de alguma forma. Quis trazer um spot ao cotidiano feminino. Sendo assim, Amor de Alecrim segue o mesmo tracejado do primeiro livro, trazendo, de forma leve e bem-humorada, a mesma personagem dez anos depois, já casada e cheia de questões inerentes à essa fase da vida.


Por que você decidiu escrever uma continuação?
Ana Paula Couto - Eu já havia pensado, assim que lancei meu primeiro livro, numa possível continuação, mas não era nada concreto. No entanto, ao lançar Amor de Manjericão, em 2022, recebi muito incentivo, e até ideias me foram dadas por leitores que me cobraram a continuidade da história. Em 2023, motivada pelo alcance que o Manjericão teve em tocar as pessoas e seus pedidos, me lancei na produção da sequência do romance. Escrevi o livro em um ano. Em 2024 busquei recursos profissionais para o meu segundo livro. Já que me senti mais preparada e possuía alguma experiência na área, utilizei-me do networking conseguido até então e submeti o livro à leituras críticas e beta. Esse ano foi todo destinado a lapidar e lançar o romance.


Que mensagem você espera que as leitoras encontrem nas duas obras?
Ana Paula Couto - Os livros trazem assuntos importantes de forma leve e divertida, como um bom chick-lit, mas também emocionam, tocam e inspiram mulheres. A principal mensagem é a superação de desafios e o não desistir de si mesmo, a despeito das circunstâncias e das vicissitudes da vida. Ambas histórias trazem, por meio de uma leitura fluida, o gostinho de se dar a volta por cima e saborear a esperança. Tudo isso regado aos temperos, manjericão e alecrim, que de forma lúdica, interferem no destino da personagem Amanda.


Para você, qual o diferencial desta história? Por que ela precisa ser contada?
Ana Paula Couto - Creio que o ponto forte de meus livros é abordar temas que refletem a vidas das mulheres como um todo. E também a questão de trazer personagens 40+ e 50+, fase da vida que se tem pouca representatividade. Sendo assim, acredito que, mesmo não sendo as personagens idosas, as histórias trazem luz ao envelhecer e às mudanças na vida das mulheres, o que acaba discutindo o etarismo.


O que a escrita destes dois livros representa para você, na sua trajetória pessoal e profissional?
Ana Paula Couto - A escrita do primeiro livro me transformou no decorrer de seu processo de criação por ter sido uma experiência terapêutica, já que trata-se de uma bioficção, mas, majoritariamente, escrever e lançar esse livro modificou a minha vida como um todo. Foi uma virada de chave em minha trajetória pessoal e profissional. Em um ano de lançamento me posicionei como autora de fato, desengavetando projetos. Participei de eventos literários em minha cidade e fora dela, me engajei em coletivos femininos de escrita e assim dei a largada da minha carreira como escritora e não parei mais. Percebi essa virada ao ser, agora, reconhecida como escritora e não mais somente vista como docente.


De que forma suas experiências anteriores com contos, crônicas e o blog Vida Crônica contribuíram para este segundo romance?
Ana Paula Couto -  "Amor de Manjericão" foi meu primeiro romance publicado. No entanto, já havia inúmeros contos e crônicas meus da época em que eu achava muito ousado me posicionar como autora, pois, ao meu ver, tratava-se de um hobby. Lancei meu blog “Vida Crônica” no Wordpress e lá pousava minhas tímidas produções artísticas. O blog ainda existe. Acredito que todo esse repertório me ajudou a dar corpo ao meu primeiro romance, até ter coragem para lançá-lo. Amor de Alecrim foi totalmente pautado em "Amor de Manjericão".


Como descobriu o chick-lit e por que esse gênero se encaixa tão bem na sua escrita?
Ana Paula Couto - "Amor de Manjericão" e "Amor de Alecrim" são chick-lits. Quando escrevi o primeiro livro não conhecia esse gênero, mesmo já tendo consumido histórias que se encaixavam nele. As histórias, tipicamente femininas e contemporâneas que conto, trazem com força esse estilo que não escolhi escrever, mas que se enquadrou à minha personalidade e ao meu feeling literário. A partir de 2022 comecei a escrever, a partir de um conto, uma bioficção retratando experiências vividas com a intenção de também relatar vivências das várias mulheres que passaram pela minha vida. Venho de uma família predominantemente feminina. Essa história comum, meu primeiro livro, precisava ser contada para tocar as mulheres. Há uma nítida identificação com as leitoras que se veem retratadas na obra.


Quais são as suas principais influências artísticas e literárias?
Ana Paula Couto - Sou leitora desde a adolescência e apreciadora, desde essa época, de Carlos Drummond de Andrade e Ferreira Gullar. Mais tarde, durante a minha formação acadêmica, fui fortemente influenciada pelos clássicos como Machado de Assis, George Orwell, Skakespeare e afins. No entanto, dissocio totalmente meu estilo literário de alguma influência específica. Sou um mix das músicas, dos filmes, dos livros e de tudo que absorvi culturalmente até aqui e exponho isso claramente em minhas histórias. Gosto de dizer que minha escrita fugiu da academia. Tenho orgulho disso. Apesar do chick-lit ainda ser um gênero considerado menor para alguns, o que é um ranço do legado da sociedade patriarcal, me realizo totalmente ao escrever algo contemporâneo direcionado ao público feminino.


Como você definiria seu estilo literário?
Ana Paula Couto - Meus dois romances são chick-lits e se utilizam da estrutura desse gênero que é salientar histórias sobre mulheres contadas por mulheres para outras mulheres. Minhas tramas fluem como uma conversa de uma mulher com outras mulheres em que a personagem principal compartilha o seu cotidiano, os seus pensamentos e as suas questões amorosas, profissionais e familiares.


Quando a escrita deixou de ser hobby e se tornou profissão?
Ana Paula Couto - Comecei a escrever poemas na adolescência, por volta dos 15 anos e sempre mantinha comigo um caderno de escritos, mas era algo bem orgânico, isento de alguma intenção. Assim foi por toda a minha vida até a maturidade, em que me mantive escrevendo contos e, principalmente crônicas, sendo esse meu gênero favorito, sem alguma pretensão e sem me ver como escritora. Somente após os 50 anos, durante a pandemia, me posicionei como autora de fato e comecei a me profissionalizar e colocar minhas obras para o público.


Como é sua rotina criativa para escrever?
Ana Paula Couto - Não tenho ritual algum de escrita, tampouco estabeleço metas ou faço planejamentos fechados de capítulos e enredos. Vou produzindo e me organizando durante o processo em que as ideias vão surgindo. Até pouco tempo atrás considerava esse meu processo meio avacalhado, pode se dizer assim, mas quando tive a oportunidade de conversar e conhecer o talentosíssimo autor Francisco Azevedo e o perguntei sobre o seu processo criativo, desmistifiquei o meu próprio. Francisco, como eu, não planeja seus livros e nem começa a escrever com tudo determinado. Ele, segundo me disse, começa a escrever e deixa a história fluir. Foi um alívio ouvir tal relato desse ícone de quem sou muito fã.

.: Amaury Lorenzo estreia o solo "A Luta", baseado no livro "Os Sertões"


Com adaptação de Ivan Jaf, da terceira parte do livro sobre a Guerra de Canudos, e direção de Rose Abdallah, a peça coleciona várias indicações de Melhor Ator. Foto: Guga Melgar


Há dois anos em turnê pelo Brasil, a peça "A Luta" estreia dia 21 de novembro, no Teatro BDO Jaraguá, trazendo um dos mais reverenciados atores da nova geração, Amaury Lorenzo, que trouxe para a TV personagens como Ramiro, de "Terra e Paixão", e Gilmar, da novela "Três Graças". O solo transforma o ator Amaury Lorenzo em um rapsodo (trovador). Os rapsodos cantavam a "Ilíada" e a "Odisseia", de Homero, mantendo essas longas epopeias vivas pela fala e a memória, antes de poderem ser escritas.

Da mesma maneira, podemos imaginar a Guerra de Canudos, segundo a visão de Euclides da Cunha, sendo narrada por um “contador de histórias” diante de uma plateia. Um só ator, usando a fala e o corpo, conta as sucessivas investidas do exército brasileiro contra o arraial e a reação de seus habitantes. “O que me impressiona na obra de Euclides da Cunha é a riqueza de detalhes. O texto fala da construção da identidade brasileira, e percebo que a plateia vai sentindo comigo o cheiro daquela guerra, o cheiro daquelas pessoas. E esse é nosso objetivo, levar essa narrativa poderosa a mais gente. Muitos vão ao teatro porque me conhecem da TV e acabam se emocionando com uma aula de história, que nos faz entender de onde viemos, e assim, passamos a ter mais possibilidades de construir um futuro melhor”, conta Amaury.

Nessa terceira e última parte de "Os Sertões", Euclides criou uma simbologia poderosa, abandonando a linguagem acadêmica para traduzir jornalisticamente uma guerra de ideias: a luta entre as forças republicanas que traziam a modernidade contra o obscurantismo religioso que alicerçava a monarquia: os brasileiros do litoral contra os do interior; as elites contra o povo; a fé contra a razão provocando a união dos dois lados pela intolerância e a violência.

"A Luta" é uma guerra arquetípica, mitológica, portanto, será sempre atual para entender a formação do Brasil. É uma peça para nos questionar enquanto sociedade. O retumbante fracasso dos dois lados, com a violência sem sentido de ambos, é o resultado da nossa triste ignorância que infelizmente perdura”, resume a diretora da montagem. Nesta montagem, Amaury Lorenzo recebeu as indicações de Melhor Ator pelos Prêmios Cesgranrio de Teatro 2023, Cenym 2023 e Fita 2023.


"A Luta" | Ficha técnica
Autor: Ivan Jaf
Direção: Rose Abdallah
Ator: Amaury Lorenzo
Direção de movimento: Amaury Lorenzo e Johayne Hildefonso
Direção de arte: Rose Abdallah
Iluminação: Ricardo Meteoro
Música original gravada: Alexandre Dacosta
Pesquisa sonora e preparação vocal: Amaury Lorenzo
Vídeo: Sérgio Lobato (Cambará Filmes)
Fotos: Débora Agostini e Guga Melgar
Assessoria de Imprensa Teatro BDO Jaraguá: Liège Monteiro e Luiz Fernando Coutinho
Identidade visual: Inova Brand
Produção executiva: Marcio Netto
Direção de produção: Amaury Lorenzo e Sandro Rabello
Realização: Bambu Produções e Diga Sim Produções


"A Luta" | Serviço
Gênero: Solo dramático
Estreia: 21/11/25, sexta-feira
Temporada: de 22/11 a 21/12/25
Horários: sexta-feira, 22h, sábados, 21h, e domingos, 19h
Ingressos: R$ 150,00 | R$ 75,00 (meia)
Duração: 60 minutos
Indicação etária: 14 anos
Local: Teatro BDO Jaraguá
Endereço: Rua Martins Fontes, nº 71, Centro, São Paulo, SP (Metrô Anhangabaú)
Telefone: 11 2802-7075
Bilheteria: A partir das 18h de sextas-feiras bilheteria@teatrobdojaragua.com.br ou pelo link: https://bileto.sympla.com.br/event/112950
Capacidade: 260 lugares
Estacionamento: no local pela Estapar através da entrada principal do hotel com valor reduzido de R$ 30 (trinta reais) por até 4h, valorizando a experiência “espetáculo + Bar do Clóvis + Restaurante W3 do hotel Nacional In Jaraguá. Você pode reservar seu jantar pelo telefone 11-2802-7035.

.: Últimos dias de "Demolidora Iracema", de Renato Larini, no Espaço Zebra


Em cartaz até 27 de novembro, a mostra reúne cerca de 40 obras inéditas de fotografia expandida em grandes formatos, combinando experimentação técnica, crítica social e memória fragmentada, com visitas às sextas e sábados, das 19h à meia-noite, ou em outros dias mediante agendamento


Renato Larini volta a ocupar o Espaço Zebra, no bairro da Bela Vista, em São Paulo, para trazer ao público sua nova série na exposição individual "Demolidora Iracema", que reúne cerca de 40 obras inéditas. São trabalhos de fotografia expandida sobre lonas, a maioria em grande formato. A mostra segue em cartaz até 27 de novembro, com visitas às sextas e sábados, das 19h00 à meia-noite, ou em outros dias mediante agendamento.

Fruto de um cruzamento de imagens, memórias e referências culturais que se acumulavam no imaginário do artista, Demolidora Iracema carrega múltiplas camadas: evoca a personagem de José de Alencar, símbolo da pátria-natureza violada; remete à melancolia popular de Adoniran Barbosa; e revela o anagrama de “América”, a “grande demolidora”. Na ficção criada por Larini, essa empresa imaginária não apaga vestígios, mas recupera escombros preservando cicatrizes, assumindo as marcas e rasuras como parte essencial da forma e do conteúdo.

A mostra é o ponto de convergência de uma longa pesquisa e de décadas de experimentações com a imagem. As lonas de grande formato carregam elementos que atravessam toda a produção artística de Larini - colagens, serigrafias, fotocolagens, fotopinturas, ready-mades, entre outros — em composições que condensam um percurso atravessado por tentativas, descobertas e reinvenções, explorando de forma livre e contínua as possibilidades entre diferentes técnicas e suportes.

Na pesquisa que desenvolve para Demolidora Iracema, o artista voltou-se a processos químicos alternativos à fotografia tradicional, baseada no nitrato de prata, composto químico que, desde o início do que hoje reconhecemos como fotografia, consolidou-se como padrão dominante. Nesse caminho, investigou outras substâncias como cloretos, sulfatos, dicromatos, ferricianeto, peróxidos, betumes, colágenos, ácido acético e caseína, compostos mais alinhados a seu interesse por métodos artesanais, de resultados por vezes imprevisíveis e maleáveis.

O processo do artista mantém um vínculo direto com a fotografia e a ampliação clássica, mas incorpora uma série de adaptações criativas e recursos improvisados. O ampliador utilizado para projetar as imagens sobre as lonas previamente embebidas em emulsão fotossensível é, por exemplo, modificado para atender às experimentações do artista. Cada etapa, da preparação do suporte à intervenção no negativo, integra um engenho artesanal que remete tanto às origens da fotografia quanto às suas primeiras experiências no ateliê, quando já improvisava procedimentos de laboratório para expandir os limites do meio fotográfico.

A diferença, agora, está no domínio que Larini alcançou sobre o próprio processo: desde a captura da imagem, o controle da iluminação, a construção (ou invenção) de uma realidade, até a edição, a alteração do negativo e sua forma de projeção. Tudo pode ser manipulado, refeito, riscado, rabiscado, manchado, sujo. A lona torna-se espaço de rupturas, apagamentos e reinvenções sem síntese forçada. Uma superfície sensível também à intervenção manual e analógica, incorporando diversas camadas de gesto e tempo. Larini utiliza essa linguagem para compor crônicas visuais sobre o mundo que nos cerca. À revelia de tradições rígidas, propõe uma memória em movimento, tecida por alianças provisórias e narrativas não lineares, mas fragmentadas.

Além de sua dimensão técnica, "Demolidora Iracema" articula crítica social, arquivo e ficção. As obras abordam a destruição da memória, a estética da desfiguração e a representação de sujeitos borrados ou suprimidos. Para Larini, arquivar também é um gesto político: "Sofro dessa febre de arquivo, mas tento remediá-la com obras que discutem, explicitam e trazem vultos vítimas dos apagamentos, numa pulsão de vida ou de sobrevida", afirma. Compre o livro "Iracema", de José de Alencar, neste link.

Sobre o artista
Renato Larini
 nasceu no norte do Paraná e cresceu entre as margens do Rio Paranapanema. Após passagens por Curitiba, Salvador e Londres, fixou-se em São Paulo, onde fundou, em parceria com sua companheira Néli Pereira, o Espaço Zebra. Autodidata, desenvolve uma produção que articula artes visuais, design, performance e audiovisual. Seu trabalho transita entre o analógico e o digital, o precário e o simbólico, o improvisado e o ritualístico. Entre as exposições realizadas, destaque para Replicantes (2015), Gabinete de Curiosidades (2016), Bestiário (2017), Tradição, Família e Apropriação (2018) e Sinfonia Concreta (2019), todas no Zebra.


Serviço
Renato Larini em "Demolidora Iracema"

Em cartaz até 27 de novembro de 2025
Visitação: sextas e sábados, das 19h às 0h; ou em outros dias com agendamento
Agendamento: WhatsApp (11) 91653-3120
Espaço Zebra | Rua Major Diogo, 237 – Bela Vista / São Paulo

.: "Aurora", peça dedicada ao escritor Paulo Mendes Campos, estreia no CCSP


Mescla de teatro, sarau, happening, festa e até ópera set, Aurora - Uma homenagem à obra de Paulo Mendes Campos estreia dia 27 de novembro no CCSP. Com direção de Rodrigo Penna, espetáculo é livremente inspirado nas crônicas e na obra do escritor mineiro e passeia por temas como a condição humana, a ternura, a doçura, o amor e a falta desse sentimento. Foto: Larissa Vieira


Um dos mais importantes cronistas brasileiros, o escritor, poeta e jornalista mineiro Paulo Mendes Campos (1922-1991) tem seu legado celebrado em "Aurora - Uma Homenagem à Obra de Paulo Mendes Campos", idealizado e dirigido pelo produtor cultural e diretor Rodrigo Penna, com consultoria de roteiro de Adriana Falcão. O espetáculo, livremente inspirado na vida e em toda a obra do escritor, com olhar especial para a coletânea “O Amor Acaba - Crônicas Líricas e Existenciais” (1999), tem sua temporada de estreia no Centro Cultural São Paulo (CCSP), de 27 de novembro a 14 de dezembro de 2025, com sessões de quinta a sábado, às 20h00, e domingos às 19h00. No elenco, estão Julia Konrad, Gustavo Damasce no e Kadu Garcia.

A peça, que não tem uma estrutura dramatúrgica tradicional, com linearidade, curva dramática e personagens, é uma espécie de jogos de cenas e sentimentos da vida e da obra de Paulo Mendes Campos, como explica o diretor Rodrigo Penna. “É quase como uma coletânea de crônicas sobre ele que fiz ao longo dos anos. Já foram mais de 40 versões desse roteiro, baseado em muitas leituras aqui em casa, muita pesquisa de texto e muito bate-papo com a Adriana Falcão, minha consultora para roteiro”, diz.

“Sempre tive uma ligação com literatura e poesia e criei o Projeto Ambiente, um sarau contemporâneo com multilinguagens da palavra há 25 anos. Fiquei louco pelo Paulo Mendes quando a Adriana me apresentou a crônica ‘Para Maria da Graça’. Logo comprei o livro e fui atrás de tudo o que podia encontrar sobre o autor. Na época, eu estava fazendo turnê da festa ‘Bailinho’, que foi um sucesso, e devorei o livro em minhas viagens pelo Brasil”, acrescenta.

O diretor ainda conta que a palavra, expressa a partir de diferentes linguagens, é a grande força motriz do trabalho. “Nossa matéria prima é a palavra, o meio e o fim, como iguarias, jóias preciosas, tudo gira em torno da palavra. É o que queremos; espalhar a palavra do Paulo Brasil afora. A peça é uma dança entre diferentes linguagens, poéticas, em prosa, mídias e plataformas diversas, mas tudo em prol da palavra - até como ação e protesto. Todos são Paulo Mendes Campos e, ao mesmo tempo, todas são também suas musas, os personagens, as cenas. A peça fala sobre todo mundo, sobre a humanidade, a ternura, a doçura, o amor, a falta de amor, o excesso de amor, o conflito do amor. Um grande jogo de cenas e sentimentos”.

E, para construir essa atmosfera, o espetáculo aposta na ambiência, criada com sonoplastia, beats e ritmos, em união com projeções do artista visual Batman Zavareze, a cenografia de Marcos Figueroa, os figurinos de Marie Salles e o design de Billy Bacon. “Buscamos como referências as cores azul, que é a que ele mais explora, e o vermelho, que representa a própria origem do Paulo Mendes, que nasceu em Minas e, mesmo tendo vivido e morrido no Rio tem essa coisa mineira muito presente nas suas obras. Também buscamos referências na iconografia da arte de rua, no grafitti, no lambe-lambe e na risografia”.

A direção de Rodrigo Penna tem como forte referência e também presta uma homenagem ao trabalho do ator e diretor carioca Aderbal Freire Filho (1941-2023), que desenvolveu uma pesquisa intitulada por ele mesmo como “romance-em-cena”. Já a trilha sonora, assinada pelo próprio diretor ao lado de Chico Beltrão e Dani Roland, explora sonoridades pop e dialoga tanto com um público mais velho como com a juventude.Compre o livro de Paulo Mendes Campos neste link.

Sobre Paulo Mendes Campos
Conhecido como um dos “Quatro Cavaleiros do Apocalipse” da crônica brasileira, ao lado dos também mineiros e amigos de Fernando Sabino, Otto Lara Resende e Hélio Pellegrino, o escritor, poeta e jornalista Paulo Mendes Campos nasceu em Belo Horizonte em 1922 e mudou-se para o Rio de Janeiro em 1945. 

Ele colaborou com os principais veículos da imprensa carioca, como os jornais Correio da Manhã e Diário Carioca, no qual manteve a coluna diária “Primeiro Plano”, e a revista Manchete. Também foi diretor de Obras Raras da Biblioteca Nacional. Entre seus livros publicados, estão “O Cego de Ipanema” (1960), “Homenzinho na Ventania” (1962), “O Colunista do Morro (1965), “Antologia Brasileira de Humorismo” (1965), “Hora do Recreio” (1967), “O Anjo Bêbado” (1969), “Os Bares Morrem Numa Quarta-feira” (1980), “O Amor Acaba - Crônicas Líricas e Existenciais” (1999), “Brasil Brasileiro - Crônicas do País, das Cidades e do Povo” (2000), “Alhos e Bugalhos” (2000), “Cisne de Feltro” (2000), “Murais de Vinícius e Outros Perfis” (2000), “O Gol é Necessário” (2000), “Artigo Indefinido” ( 2000), “De Um Caderno Cinzento - Apanhadas no Chão” (2000), “Balé do Pato e Outras Crônicas” (2003) e “Quatro Histórias de Ladrão” ( 2005).

Além disso, atuou como tradutor de prosa e poesia de grandes nomes da literatura mundial, como Júlio Verne, Oscar Wilde, Jane Austen, Jorge Luis Borges, William Shakespeare, William Butler Yeats, C. S. Lewis, Charles Dickens, Gustave Flaubert, Guy de Maupassant, Pablo Neruda e outros.

Sobre Rodrigo Penna - diretor e idealizador
Rodrigo Penna participou de novelas de grande sucesso como “Top Model, “Vamp” e “Paraíso Tropical”, além de séries e minisséries como “Engraçadinha” e “JK”.  Seu primeiro sucesso no teatro foi aos 12 anos, com a peça "Menino Maluquinho“. Destacam-se ainda em sua trajetória no teatro os espetáculos “Mãe Coragem”, com direção de Daniela Thomaz, e “O Ateneu” com direção de Carlos Wilson e “Esplêndidos”, com direção de Daniel Herz, no qual dividiu o palco com nomes como Nelson Xavier, Gabriel Braga Nunes e Selton Mello.  Em 2006, dirigiu seu primeiro espetáculo “Eu Nunca Disse que Prestava”, do qual também assinou a dramaturgia, como base em textos de Adriana Falcão e Luciana Pessanha.  DJ, produtor e performer, é também idealizador de marcantes eventos   como o “Projeto Ambiente”, um sarau contemporâneo com multilinguagens da palavra, e “Bailinho” a prestigiada e disputada balada das noites cariocas. 


"Aurora - Uma Homenagem à Obra de Paulo Mendes Campos" | Ficha técnica
Adaptação, concepção e direção geral: Rodrigo Penna
Elenco: Júlia Konrad, Kadu Garcia e Gustavo Damasceno
Direção de Produção: Rubim Produções, Tatyana Rubim
Participação Especial: Teuda Bara
Cenografia: Marcus Figueiroa
Figurino: Marie Salles
Direção de arte: Marie Salles e Marcus Figueiroa
Iluminação: Lina Kaplan
Direção de movimento: Márcia Rubin
Consultoria de roteiro: Adriana Falcão
Trilha sonora: Chico Beltrão, Daniel Roland e Rodrigo Penna
Audiovisual: Batman Zavareze, Produção BH, Sartre
Produção RJ: Clarah Borges e Lucas Gustavo
Edição Audiovisual (projeções): Gabi Paschoal
Participação Especial em Vídeo: Lázaro Ramos
Vídeos participações especiais: Fred Tonucci (Teuda), Adriana Penna
Produtora Associada/temporada SP: Fábrica de Eventos
Assessoria de imprensa: Pombo Correio -SP


"Aurora - Uma Homenagem à Obra de Paulo Mendes Campos" | Serviço
Temporada: 27 de novembro a 14 de dezembro de 2025. Quinta a sábado às 20h, domingo às 19h.
Centro Cultural São Paulo - Rua Vergueiro, 1000, Liberdade, São Paulo
Ingressos: Gratuitos. Ingressos disponíveis diretamente no site do CCSP e presencialmente. A retirada presencial acontece a partir das 14h do dia anterior à sessão (iniciando em 26/11).
Bilheteria: terça a sábado, 13h às 22h; e aos domingos e feriados, das 12h às 21h |
Telefone: (11) 3397-4277
Classificação: 12 anos
Duração: 80 minutos
Capacidade: 320 lugares
Acessibilidade: sala acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida

sábado, 15 de novembro de 2025

.: Crítica: "Mauricio de Sousa: O Filme" conta pouco sobre gênio dos quadrinhos

"Mauricio de Sousa: O Filme", em cartaz na Cineflix Cinemas de Santos


Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com

Em novembro de 2025


"Mauricio de Sousa: O Filme" é uma cinebiografia com pegada de vídeo institucional. A produção de 1 hora e 35 minutos, protagonizada por Mauro Sousa, filho da mente criativa que ajudou e ainda ajuda tantas crianças a serem alfabetizadas, é superficial. Sem despertar a emoção no público, somente alimenta a ideia de que sonhos podem virar realidade, desde que se insista.

O longa dirigido por Pedro Vasconcelos ("Fala Sério, Mãe!") apresenta a história de vida de Mauricio de Sousa em variadas fases da vida sem aprofundamento algum. Logo, expõe a trajetória do cartunista, empresário e escritor brasileiro de modo raso, mantendo um nítido distanciamento do público que cresceu admirando tal homem.

Assim, a trama parte do amor de Mauricio pelos desenhos, os nãos recebidos e até o momento em que o seu primeiro personagem ganha espaço num jornal, o cachorrinho Bidu. As dificuldades financeiras, a vida com a primeira mulher, a chegada das filhas e como batizou a turminha mais amada dos quadrinhos brasileiros, a Turma da Mônica que segue viva até hoje, todos os problemas retratados parecem ganhar um toque de mágica ao serem resolvidos. 

O longa deixa a sensação de que deveria contar mais sobre alguém tão importante num Brasil em que a cultura sempre foi tão desprezada. Valeu a vontade de homenagear Mauricio de Sousa que fez 90 anos em 27 de outubro de 1935, mas "Mauricio de Sousa: O Filme" não está nem mesmo dentro do mínimo possível. Deixa apenas a decepção do que poderia ser.

"Mauricio de Sousa: O Filme". Gênero: cinebiografia. Diretor: Pedro Vasconcelos. Elenco: Mauro Sousa, Diego Lamar. Sinopse: A infância de Mauricio, sua paixão por quadrinhos, a invenção de uma carreira em um momento em que era considerada improvável e a criação de seus personagens icônicos. a produção sobre o quadrinista mais importante do Brasil, traça os primeiros passos que tornaram realidade o seu sonho de se tornar desenhista. Criador de Turma da Mônica, a trama traz um olhar pessoal e sensível para a vida de um artista e das referências que o formaram. Da descoberta e paixão pelos quadrinhos à construção de uma carreira considerada impossível na época, a coragem de Mauricio de Sousa em sustentar suas ideias, histórias e personagens.


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Trailer de "Mauricio de Sousa: O Filme"


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Hoje, dia 15 de novembro, haverá exibição do filme "Harry Potter e o Cálice de Fogo" em comemoração aos 20 anos, em três sessões, 14h40, 17h50 e 21h00. A produção lançada em 25 de novembro de 2005, é o quarto filme do estudante de bruxaria, nele, Harry retorna para a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, junto com os amigos Ron e Hermione. 

Contudo, acontece o Torneio Tribruxo entre as três maiores escola de magia, com um participante selecionado de cada escola, pelo Cálice de Fogo. O nome de Harry aparece misteriosamente, mesmo não tendo se inscrito, e ele é forçado a competir.

Assim, Harry Potter enfrenta três tarefas desafiadoras e descobre que Lord Voldemort está planejando seu retorno. Voldemort é ressuscitado, Harry retorna a Hogwarts para dar o alerta sobre o acontecido com o bruxo das trevas. No entanto, nem todos acreditam nele e em Dumbledore.

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sexta-feira, 14 de novembro de 2025

.: Critica: "Predador: Terras Selvagens" é sequência impecável de bravo caçador

"Predador: Terras Selvagens", em cartaz na Cineflix Cinemas de Santos


Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com

Em novembro de 2025


"Predador: Terras Selvagens", com Elle Fanning (a Bela Adormecida de "Malévola" e "Um Completo Desconhecido") robótica e em dose dupla, revigora a franquia pautada no personagem de sucesso lançado em 1989, estrelado por Arnold Schwarzenegger na pele do Major Alan Schaeffer. Desta vez, uma cria do grande Predador, chamado de Dek (Dimitrius Schuster-Koloamatangi) visto como fraco e destinado à morte, é expulso do seu clã.

Enviado numa missão nível impossível, ou seja, mandado para a morte, o alienígena defeituoso segue rumo a uma jornada cheia de nuances assombrosas em que a luta pela sobrevivência é o primeiro ponto. Assim, o caçador alienígena e a aliada improvável, Thia (Elle Fanning) que está pela metade, enquanto tentam se entender, colocando seus objetivos à frente, lutam pela própria valorização.

Bela analogia entre os dois personagens vistos por todos como incompletos e descartáveis até virarem o jogo. Num ambiente arenoso estilo Mad Max, mesclado ao do clássico filme, a tecnologia moderna entram como um terceiro elemento, acrescentando muito para toda a ambientação. Os embates cinematográficos na perfeita ambientação do planeta remoto junto ao design das criaturas, que misturam efeitos práticos e maquiagem de forma realista, são impecáveis.

Logo, a busca pelo adversário supremo gera uma montanha-russa no enredo a ponto de surpreender com boas reviravoltas tornando a continuação melhor das já lançadas. Embora aconteça, de fato, uma humanização do protagonista, "Predador: Terras Selvagens" consegue reiniciar uma franquia desacreditada, a ponto de ser a maior estreia nas bilheterias de todas as sequências do caçador espacial. Vale muito a ida ao cinema!

"Predador: Terras Selvagens". (Predator: Badlands). Direção: Dan Trachtenberg. Roteiro: Patrick Aison. Elenco: Elle Fanning, Dimitrius Schuster-Koloamatangi. Gênero: Ficção Científica. Duração: 1h55min. Sinopse: Um jovem predador, rejeitado por seu clã, se une à sobrevivente humana Thia em uma perigosa jornada em busca de um adversário digno. Os dois precisam trabalhar juntos para sobreviver e aprimorar suas habilidades, com a missão de o predador recuperar o respeito de seu povo. 


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Trailer de "Predador: Terras Selvagens"


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