segunda-feira, 1 de setembro de 2025

.: Entre "O Pai, a Faca e o Beijo", Thiago Sobral escreve o romance da omissão



Por 
Helder Moraes Miranda, jornalista e crítico cultural, especial para o portal Resenhando.com

Há romances que não se contentam em apenas contar uma história. Eles cutucam, provocam, obrigam o leitor a encarar a vida de uma maneira mais pragmática. "O Pai, a Faca e o Beijo", de Thiago Sobral, é um desses livros que estabelece uma relação de gato e rato com o leitor justamente porque não entrega facilmente o que ele quer. A cada página desse excelente livro de estreia, a sensação é de se estar diante de uma tragédia anunciada - e, ao mesmo tempo, a de testemunhar um beijo negado, ou acompanhar a trajetória daqueles que se suicidam em vida.

O romance gira em torno de Santiago e Davi, o “Pirueta”. À primeira vista, parece uma história simples: dois homens tentando se aproximar, ainda que cercados por obstáculos, o principal deles é o embate com um pai que faz o que faz para proteger o filho da maledicência de uma cidade pequena. Mas Sobral não entrega um romance de amor no molde previsível. Em vez disso, o autor cria um campo de batalha em as palavras são mal-entendidas, cada gesto se converte em desentendimentos e cada omissão para evitar o confronto carrega mais peso do que qualquer briga consumada. 

Santiago é o retrato da desesperança: um jovem que parece já ter desistido de si mesmo. Ele também é um paradoxo ambulante: homossexual e homofóbico, negro e racista, puritano e promíscuo, apaixonado e cruel, detestável e vítima das circunstâncias. O protagonista despeja todo tipo de chorume verbal, na fala e nos pensamentos, e ainda assim o leitor insiste em torcer por ele, como se a esperança de redenção pudesse surgir exatamente de quem mais nega a própria possibilidade de mudança e, sobretudo, de ser feliz.

Esse jogo perverso de expectativas é uma das forças do livro. Thiago Sobral não oferece personagens fáceis, mas desafia o leitor a se apegar a eles mesmo assim, como quem insiste em cuidar de uma planta que já nasceu murcha. Essa insistência faz parte da experiência da leitura desse livro: torcer pelo impossível. Mas não são apenas Santiago e Davi que sustentam o enredo de personagens carismáticos e fortes. 

Ao redor deles, um coro de personagens secundários amplia a sensação de claustrofobia emocional. A mãe, apresentada como doce e pilar da família, falha justamente por se omitir - a bondade dela é uma forma de covardia. O padre, que poderia ser refúgio espiritual, é ao mesmo tempo hipócrita e humano até demais, pois também revela-se incapaz de escapar dos dilemas dele. E Severo, o pai opressor e antagonista do próprio filho, representa a insatisfação destilada em cada atitude controversa. 

A falta de conciliação é a espinha dorsal de um livro que se constrói sobre a falha, a omissão e a impossibilidade. Cada gesto que poderia resolver é adiado e cada fala que poderia curar é engolida em um universo onde ninguém é de ninguém e todos se rejeitam o tempo todo. A escrita de Thiago Sobral é impregnada de fé, que no livro não aparece como dogma, muito menos como consolo. O autor, ex-seminarista, sabe quando a religião aperta e escreve sobre espiritualidade sem devoção cega, nem medo de expor as contradições de um universo que insiste em pregar amor enquanto ignora conflitos que poderiam ser resolvidos com uma fala mais incisiva. É uma literatura de coragem porque não teme nomear a ferida.

A influência de Machado de Assis é visível. Não se trata de copiar estilo do Bruxo do Cosme Velho, mas de herdar a ironia fina, a capacidade de desmontar o humano pela sutileza, o gosto pelo pessimismo elegante. Thiago Sobral parece olhar para os personagens que ele cria com a mesma frieza do autor de "Dom Casmurro" diante de Bentinho e Capitu: sem absolvições fáceis e muito menos recorrer ao melodrama.

Curiosamente, a leitura também evoca o cinema. Como no clássico "Casablanca", há uma sensação de destino interrompido, de que os protagonistas sempre carregarão um espaço vazio, um amor não realizado, um “barraco” abandonado em Cubatão, cidade que é cenário de toda essa história, e que traz o peso de uma geografia real para dentro do mito da separação eterna."O Pai, a Faca e o Beijo" é uma ode à liberdade, que nasce do confronto com o que se tentou calar. 

É a liberdade que pode ser percebida nos escombros, no beijo interdito, no pai irredutível e violento, no filho em fuga, naquilo que se faz escondido e no que se varre para baixo do tapete. Não é exagero dizer que também é um soco no estômago. Não há catarse porque não há reconciliação, e talvez esteja aí a ousadia maior do livro: recusar ao leitor a ilusão de que a vida sempre encontra um jeito. Compre o livro "O Pai, a Faca e o Beijo", de Thiago Sobral, neste link.

.: Braulio Lorentz, autor de "Baseado em Hits Reais", e a arqueologia do pop


Por Helder Moraes Miranda, especial para o portal Resenhando.comFoto: Luiz Franco.

Há músicas que grudam feito chiclete e sobrevivem ao tempo mesmo contra a vontade de quem tenta esquecê-las. Canções que explodiram em rádios, trilhas de filmes e pistas de dança, mas acabaram arrastando para o limbo da memória os próprios artistas que as criaram. É nesse território delicado entre o brilho efêmero e o anonimato que o jornalista Braulio Lorentz, editor de cultura do G1 e apaixonado confesso por pop, mergulha em seu novo livro, "Baseado em Hits Reais", publicado pela editora Máquina de Livros.

A obra reúne mais de 40 histórias de nomes que já ocuparam o topo das paradas, de Natalie Imbruglia a Kelly Key, de Lou Bega a Daniel Powter. Artistas que tiveram seu momento de glória e depois precisaram lidar com o rótulo cruel do “one-hit wonder”. Alguns seguiram na música, outros abandonaram os palcos para dar aulas, filosofar ou até programar para gigantes da tecnologia. Todos, no entanto, guardam bastidores surpreendentes, melancólicos e por vezes engraçados sobre o que significa ter vivido “o auge” por um breve instante. Em entrevista exclusiva para o portal Resenhando.com, Braulio Lorentz fala sobre a arqueologia do pop, entre hits inesquecíveis e trajetórias improváveis. Compre o livro "Baseado em Hits Reais", de Braulio Lorentz, neste link.


Resenhando.com - Você humaniza hits esquecidos com uma ternura provocativa. Mas o que você acha que a gente projeta neles - nostalgia, vergonha alheia ou aquele prazer proibido de quem canta “Barbie Girl” no chuveiro?
Braulio Lorentz - Eu concordo que a nostalgia tem um papel para querer cantar e querer saber mais sobre esses hits. Também entendo que muitos deles se encaixam naquilo que se chama de "guilty pleasure", ouvir com culpa. Mas eu, sinceramente, nunca tive disso. Sem querer pagar de diferentão, mas lembro que no meu aniversário de 14 anos um amigo me pergunto qual CD eu gostaria de ganhar e eu disse: “Middle of Nowhere” do Hanson ou “The Colour and the Shape” do Foo Fighters. Ele pensou que eu estivesse zoando e me deu o do Foo Fighters. Mas eu, claro, não estava. Então, a gente projeta um monte de coisa quando ouve, mas, no final, a gente só está em busca de boas canções e boas histórias.


Resenhando.com - Ao escutar tantos relatos de ascensão meteórica e quedas silenciosas, você se viu mais como jornalista, terapeuta ou cúmplice melancólico de um karaokê emocional?
Braulio Lorentz - Eu me senti terapeuta algumas vezes, principalmente nas entrevistas em que eu precisava ir entrando no assunto óbvio (o sumiço, a decadência comercial, as mágoas) aos poucos. Então, talvez em mais da metade dos casos, teve algum momento do papo que a pessoa do outro lado foi se soltando até assumir que, sim, guardava algum tipo de sentimento ambíguo relacionado ao sucesso.


Resenhando.com - Existe algo mais cruel do que o conceito de “one-hit wonder”? Por que a cultura pop tem essa obsessão sádica por canonizar um sucesso e enterrar o resto da discografia - mesmo quando ela é decente?
Braulio Lorentz - Eu gosto muito do resumo feito pelo Vinny, com o qual outros artistas concordam: para a maioria dos artistas, o natural é nunca ter um grande sucesso. Eles furaram a bolha, fizeram muito sucesso e veio um declínio comercial natural. Então, aquele período de sucesso absurdo tem que ser tratado com exceção. Acho que esse ciclo faz parte da música pop: é muito difícil se manter no topo e existe vida fora da parte mais alta das paradas.


Resenhando.com - Você ouviu mais de 40 músicas que foram chicletes - e sobreviveu para contar. Qual delas você nunca mais quer ouvir nem sob tortura midiática?
Braulio Lorentz - Eu consigo ouvir todas sem problema, porque passei a ter um apego por elas. Agora, elas fazem parte da trilha sonora do primeiro livro que eu lancei. Mas, obviamente, gosto mais de algumas do que de outras. Na minha opinião, KT Tunstall e Vanessa Carlton são cantoras muito subestimadas, por exemplo. Acho também que Snow Patrol e Cornershop são nomes mais alternativos do britpop pelos quais eu tenho muito carinho. 


Resenhando.com - Dos entrevistados, quem mais surpreendeu: o filósofo, o programador da Amazon ou o artista que ainda insiste num comeback? Qual dessas reinvenções você achou mais tocante - e qual deu aquele nó na garganta?
Braulio Lorentz - Acho que o depoimento mais genuíno de uma pessoa que encontrou sua verdadeira vocação foi a do vocalista do EMF, o James Atkin. Ele fala com carinho do "Unbelievable", um hit número um do Hot 100 da Billboard americana, mas fala com mais carinho ainda dos alunos e alunas das classes de música no interior da Inglaterra. James é um cara muito good vibes e vê-lo sorrindo quando o comparei ao personagem do Jack Black em “Escola do Rock” foi um dos grandes momentos que estão no livro.


Resenhando.com - Seu livro faz uma espécie de arqueologia pop. Qual foi o fóssil mais valioso que você desenterrou?
Braulio Lorentz - É meio bizarro constatar isso, mas a entrevista que me deu mais trabalho, das publicadas no livro, foi a de um cara que morava no Brasil: Evan Dando, o ex-galã grunge do Lemonheads. Embora tenha desmarcado nosso papo quatro vezes pelos mais variados motivos (falta de luz, lanche da tarde, sonolência, reunião com empresário), Dando foi simpático e atencioso.


Qual hit virou dinossauro sem esqueleto?
Braulio Lorentz - Acho que os dinossauros sem esqueleto foram as entrevistas que tentei marcar, mas sem sucesso. Para tentar falar com o Spin Doctors, por exemplo, mandei uma foto em que segurava meus quatro CDs da banda. Só que “problemas na agenda” me impediram de falar com eles. No primeiro capítulo do livro conto outros casos de entrevistas que eu não consegui fazer.


Resenhando.com - Existe uma verdade incômoda por trás de todo grande hit?
Braulio Lorentz - Não sei se existe. Alguns são apenas o retrato de uma época. “One Thousand Miles” representa quem a Vanessa Carlton era aos 16 anos: uma menina apaixonada que tinha um senso melódico excelente e tocava muito bem piano. No fim, os hits retratam uma fase bem específica do artista e é um baita desafio tentar dar novo sentido àquela velha canção todas as noites. Afinal, muita gente vai ou ia aos shows apenas para ouvir aquela música.


Resenhando.com - Se você fosse obrigado a montar um trio elétrico só com os artistas do livro, quem puxaria o bloco? E quem você deixaria na calçada segurando a pochete?
Braulio Lorentz - Não deixaria ninguém na calçada, coitados. Se chamasse para o carnaval, gostaria que estivessem nos holofotes. Acho que para um trio elétrico botaria todos os artistas do capítulo mais agitado do livro, dedicado ao dance pop (Ace of Base, Alexia, Aqua, t.A.T.u., DJ Bobo e Kasino). Tiraria apenas o Right Said Fred, porque eles são antivax e não quero que eles tenham chance de propagar doenças.


Resenhando.com - O livro tem trilha sonora. Mas se tivesse cheiro, qual seria? Aroma de CD novo? De mofo de sebo? De lágrimas de artista pós-fama?
Braulio Lorentz - Seria cheirinho de loja de encarte amarelado de CD. Aquele que está até meio rasgadinho de tanto tempo que você passou folheando e lendo as letras, vendo as fotos.


Resenhando.com - No fundo, todo jornalista cultural quer escrever sobre o lado B do sucesso? A fama esquecida é mais literária do que a glória?
Braulio Lorentz - Acho que não. Muitos jornalistas preferem falar dos fenômenos pop mais recentes. Eu também me incluo nessa e gosto de explicar o que está rolando agora. Na minha opinião, existem boas histórias de bastidores em todas as épocas. O negócio é correr atrás para contá-las da melhor forma. De preferência falando com quem estava lá. Por isso, fiz questão de só incluir hits de artistas que falaram comigo.


.: Filarmônica de Pasárgada faz show com Vanguarda Paulista no dia 5

Banda Filarmônica de Pasárgada fará um show especial para a Vanguarda Paulista no Sesc Pinheiros. Foto: divulgação

A banda Filarmônica de Pasárgada fará um show especial para a Vanguarda Paulista no Sesc Pinheiros. Eles acabam de lançar um EP em homenagem a essa cena musical, revisitando clássicos que influenciaram uma geração de artistas, incluindo a própria Filarmônica. A apresentação acontece dia 5 de setembro de 2025, sexta às 20h00, no Sesc Pinheiros – Teatro Paulo Autran. Os ingressos custam de R$ 18,00 (credencial plena) a R$ 60,00 (inteira). 

Intitulado “Rua Teodoro Sampaio, 1091”, endereço onde funcionava o Teatro Lira Paulistana, uma lendária casa de espetáculo que, entre 1979 e 1986, abrigou não só a Vanguarda Paulista como outros artistas, o EP traz quatro músicas com participações especiais dos próprios artistas da cena, que também participam do show. Ná Ozzetti em “Ladeira da Memória”, Wandi Doratiotto em “O Trabalho”, Suzana Salles em “Fim de Festa” e Arrigo Barnabé em “Instante”.

Além do repertório do EP, a Filarmônica vai tocar canções do álbum “PSSP”, inspirado na história da cidade de São Paulo, incluindo a música “Lira Paulistana”, por exemplo, que faz uma mistura entre a geração do Lira Paulistana e a geração dos modernistas de década de 1920. Filarmônica de Pasárgada é: Marcelo Segreto (compositor, voz e violão), André Teles (eletrônica), Fernando Henna (piano, acordeão), Ivan Ferreira (fagote e vocais), Leandro Lui (bateria e percussão), Migue Antar (baixo), Paula Mirhan (voz) e Renata Garcia (clarinete).


Serviço
Filarmônica de Pasárgada
Lançamento do EP “Rua Teodoro Sampaio, 1091”
Com participações especiais de Luiz Tatit, Wandi Doratiotto, Suzana Salles e Arrigo Barnabé
Local: Teatro Paulo Autran – Sesc Pinheiros
Dias 5 de setembro de 2025 - sexta-feira, às 20h00
Classificação indicativa: 12 anos
Duração: 90 minutos
Preços: R$ 21,00 (credencial plena), R$ 35,00 (meia) e R$ 70,00 (inteira).

Sesc Pinheiros  
Rua Paes Leme, 195, Pinheiros - São Paulo (SP)
Horário de funcionamento: Terça a sexta: 10h às 22h. Sábados: 10h às 21h. Domingos e feriados: 10h às 18h30
Estacionamento com manobrista 


Como chegar de transporte público: 350m a pé da Estação Faria Lima (metrô | linha amarela), 350m a pé da Estação Pinheiros (CPTM | Linha Esmeralda) e do Terminal Municipal Pinheiros (ônibus). Acessibilidade: a unidade possui rampas de acesso e elevadores, além de banheiros e vestiários adaptados para pessoas com mobilidade reduzida. Também conta com espaços reservados para cadeirantes.

domingo, 31 de agosto de 2025

.: Crítica: "O Último Azul" usa desejo de voar como combustível na velhice

 

Cena de "O Último Azul"


Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com

Em agosto de 2025


"O Último Azul" é mais uma produção brasileira para nos deixar orgulhosos do cinema nacional. Dirigido por Gabriel Mascaro ("Divino Amor"), na trama, Tereza (Denise Weinberg), uma mulher de 77 anos, muito ativa, entra automaticamente para o programa "O Futuro é Para Todos", tendo sua vida completamente bagunçada. Para tanto, perde o emprego e recebe somente alguns dias para se organizar antes de ir obrigatoriamente para a colônia, local em que vivem todos os idosos brasileiros.

Perdida com tamanha reviravolta, numa conversa ela é instigada a realizar algum desejo antes de seguir seu rumo. Eis que Tereza percebe nunca ter voado. Numa agência de turismo, tenta comprar uma passagem aérea, porém, com a filha como tutora, por telefone, nega a tal viagem, impedindo que o vendedor realize qualquer ação, ainda que a senhora de cabelos branquinhos tenha dinheiro vivo. 

Contudo, ela não desiste. Assim, esbarra em Cadu (Rodrigo Santoro). Viajando num barco suspeito, de modo clandestino para tentar voar de ultraleve, ao fazer uma parada de alerta, surge um raro caracol de gosma azul capaz de trazer revelações diversas. Em tempo, o tal animal volta a aparecer na trama, em outra situação. 

No entanto, um revés coloca a senhora de 77 anos em risco de seguir o destino ditado pelo governo. Por outro lado, Roberta (Miriam Socarrás) pode ser a tábua de salvação de Tereza. Em meio a reviravoltas diversas, a busca pela liberdade da senhora empolga o público durante 1 hora e 27 minutos de filme, despertando curiosidade sobre qual será o destino dela. Imperdível!


O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no GonzagaConsulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN


"O Último Azul"Ingressos on-line neste linkGênero: ficção científica, fantasiaClassificação: 14 anos. Direção: Gabriel Mascar. Roteiro: Gabriel Mascaro e Tibério Azul, com a consultoria de Murilo Hauser e Heitor Lorega. Duração: 1h 27 min. Elenco: Denise Weinberg, Rodrigo Santoro, Miriam Socarrás, Adanilo e participação de Isabela Catão, como Vanessa. Sinopse: Em um Brasil distópico, uma mulher de 77 anos, Tereza, recusa-se ao exílio compulsório para uma colônia de idosos e navega pelos rios da Amazônia em busca de realizar seu último desejo. Confira os horários: neste link


Trailer de "O Último Azul"

sábado, 30 de agosto de 2025

.: Físico e diplomata, Ernesto Mané lança "Antes do Início" na Tapera Taperá


Físico e diplomata brasileiro-guineense conversa com José Henrique Bortoluci sobre seu livro de estreia, que entrelaça reflexões sobre identidade, racismo e a busca pelas raízes paternas. Foto: divulgação

O físico e diplomata Ernesto Mané lança nesta quarta-feira, 3 de setembro, às 18h30, na livraria e espaço cultural Tapera Taperá, "Antes do Início", seu livro de estreia publicado pela Tinta-da-China Brasil. O encontro será mediado pelo sociólogo, professor e escritor José Henrique Bortoluci, autor de "O Que É Meu". Os dois devem falar da figura do pai na literatura, ensaio autobiográfico, física, entre outros temas de interesse comum. Leia a entrevista com ele neste link> .: "Antes do Início": Ernesto Mané encara o passado com olhos de futuro.  

Em "Antes do Início", Mané narra sua jornada pessoal em busca de suas raízes na Guiné-Bissau. A obra mescla diário de viagem e ensaio autobiográfico, enquanto narra a própria experiência ao visitar pela primeira vez a terra de seu pai em 2010. Nascido no Brasil, de mãe paraibana e pai guineense, Mané sempre teve uma inquietação profunda: conhecer o outro lado da kalunga - termo que designa a travessia atlântica que tantos africanos fizeram ao longo dos séculos.

Seu pai, da geração responsável pela independência da Guiné-Bissau, imigra para o Brasil nos anos 1970 graças a uma bolsa de estudos do Itamaraty, em busca de uma formação acadêmica internacional de alto nível. Em São Paulo, acaba sendo repelido pelo racismo nas salas de aula e corredores da universidade, e abandona o jovem Ernesto e a família. Constitui uma nova família em Cabo Verde, e novamente a abandona. Seria um “sacana”, como dizem alguns, ou apenas alguém que tentava salvar a própria pele em meio à barbárie das guerras coloniais portuguesas? O que têm a dizer os amigos e parentes que ficaram na Guiné-Bissau sobre este homem que parece ter abandonado a todos, mas que é lembrado e mencionado no tempo presente, como se sempre estivesse ali?

Para Mané, conhecer a realidade da Guiné e da família que vive ali traz desalento e dor, frustra expectativas, amplia os questionamentos e o faz revisitar memórias de infância. A paternidade e o divórcio recente o fazem olhar de outra maneira para o pai e para os enredos familiares.

Tendo sofrido racismo desde criança no Brasil, ele se choca ao ser chamado de “branco” nas ruas de Bissau, pelo modo de se vestir e se comportar. Aprende a comer com as mãos, da mesma tigela dos parentes reunidos à mesa. Conhece a bolanha, a plantação de arroz junto à qual vivem seus avós em condições extremamente precárias. Um dia ele se vê no transporte público carregando pelos pés um presente que ganhou: uma galinha viva, cena comum nas ruas de Bissau. As contradições e possibilidades da Guiné chamam a atenção do jovem cientista. Parece-lhe evidente o potencial cultural e político do crioulo, idioma que é falado por toda a população, mas que seu pai não lhe ensinou e não é sequer adotado como uma das línguas oficiais do país.

Entre as muitas decisões que Mané - sobrenome de origem balanta, uma das etnias que compõem a população da Guiné-Bissau - toma a partir da viagem está o pedido de um passaporte da Guiné-Bissau para ter dupla cidadania. Se a história e a política, conforme atestam as páginas de Antes do início, contribuíram para acentuar a distância entre África e Brasil, Mané nos mostra de forma notável que a literatura é uma linguagem privilegiada para nos trazer notícias do outro lado da kalunga.

O debate sobre ausência paterna, história e ancestralidade será aprofundado no encontro com Bortoluci, que também já explorou o tema em seu livro "O que É Meu" (Fósforo, 2023), no qual reconstitui a vida do pai caminhoneiro e, com isso, uma parte da história brasileira. A conversa abordará as trajetórias que conectam Brasil e Guiné-Bissau, explorando como ambos os autores revisitaram suas origens para construir narrativas literárias. Compre o livro "Antes do Início", de Ernesto Mané, neste link. 


Sobre o autor
Ernesto Mané (João Pessoa, 1983) é brasileiro e guineense. Doutor em física nuclear pela Universidade de Manchester, no Reino Unido, realizou pós-doutorado no laboratório canadense Triumf. Ingressou na carreira diplomática em 2014, por meio do Programa de Ação Afirmativa para Afrodescendentes do Instituto Rio Branco. Foi pesquisador visitante na Universidade de Princeton, nos EUA, entre 2019 e 2020. Também em 2019, foi reconhecido pelo Mipad (Most Influential People of African Descent) como um dos cem afrodescendentes com menos de quarenta anos mais influentes do mundo na área de política e governança. Serviu na Embaixada do Brasil em Washington entre 2021 e 2025, e atualmente serve na Embaixada do Brasil em Buenos Aires. Antes do início é seu livro de estreia.

Sobre o mediador
José Henrique Bortoluci
é escritor, doutor em sociologia pela Universidade de Michigan e professor da FGV. Ele é autor de "O Que É Meu" (Fósforo, 2023) e da série de ensaios Geração Democracia (revista piauí, 2025), entre outros. 


Serviço
Lançamento do livro "Antes do Início" com Ernesto Mané
Mediação: José Henrique Bortoluci
Data: 3 de setembro, quarta-feira
Horário: 18h30
Local: Tapera Taperá – Av. São Luís, 187 – 2º andar, loja 29. República / São Paulo

.: Entrevista: Nirah fala sobre "Estrela da Casa" e projeta novos passos na carreira


Direto da Ilha de Marajó para o palco do Estrela da Casa, Nirah levou o tecnomelody para todo o Brasil e, mesmo como a primeira eliminada, conquistou visibilidade, novos fãs e planos ambiciosos para a carreira. Foto: Globo/ Gabriel Vaguel


Da Ilha de Marajó, no Pará, para todo o Brasil: Nirah levou para o programa "Estrela da Casa" o orgulho de suas raízes e mostrou a todo o país a música tecnomelody. A cantora foi a primeira competidora a deixar o reality, na noite de ontem, dia 28, mas conta que aproveitou cada segundo de sua permanência, especialmente as trocas com os outros participantes. Agora, está focada em seus objetivos pós-programa: aproveitar a visibilidade que atingiu e voltar a fazer shows, além de lançar um clipe já gravado e compor um próximo hit. 

"Vivi um sonho no 'Estrela da Casa'. Meu coração está cheio de gratidão", resume a eliminada sobre a experiência do programa. Em entrevista, ela fala sobre a experiência. "Estrela da Casa" é um formato original e inédito Globo, com apresentação de Ana Clara, produção de Maiana Timoner e Rodrigo Tapias, direção geral de Aída Silva e Carlo Milani e direção de gênero de Rodrigo Dourado. O reality é exibido de segunda a sábado, após "Vale Tudo", e domingo, após o "Fantástico".    
 

O que foi mais especial na sua participação no "Estrela da Casa"? 
Nirah - As pessoas me marcaram muito. Apesar do pouco tempo, o programa é muito intenso. No confinamento, eu já estava falando "semana passada" sobre algo que tinha acontecido na segunda-feira, só alguns dias antes. O carinho e a amizade de todos são coisas que ficam. Só tem gente linda e especial, com o coração e caráter lindos, ali. Falei que quero eles todos no Pará, tomando açaí com peixe e farinha da baguda, dançando brega, conhecendo a aparelhagem, e é verdade. Foi um convite que eu fiz de coração, quero todo mundo realmente junto comigo para a gente curtir muito.
 

Qual foi sua dinâmica preferida?
Nirah - A dinâmica em que eu mais fiquei impressionada e me senti mais desafiada foi a do jingle. O compositor que fez a parte inicial, Renno Poeta, começou a me seguir hoje nas redes sociais e eu fiquei muito feliz porque o encontro com ele foi uma oportunidade única. Eu, como compositora amadora, peguei dicas incríveis. Essa foi a coisa que mais me marcou. Foi uma honra ter a oportunidade de aprender com ele, e eu vou levar para o resto da minha vida o conhecimento que ele nos passou.
 

De qual apresentação sua você mais gostou?
Nirah - Estou feliz com tudo, mas acho que eu poderia ter sido melhor em todas elas. Eu sinto que me prejudiquei um pouco porque fiquei eufórica, gritei, cantei, fiz um monte de doidice, e acabei perdendo a voz. Foi difícil para mim aceitar isso porque eu sei que eu poderia ter entregado mais se eu tivesse tido responsabilidade com a minha voz. Deveria ter seguido as dicas da Nina [Pancevski, preparadora vocal do programa], que foram preciosas. Mas, acho que ninguém seguiu completamente porque no programa é uma loucura, uma empolgação enorme (risos).
 

Quais aprendizados você está levando do "Estrela da Casa" para a sua carreira?
Nirah - Muitos! Eu me testei em um nível muito elevado, e talvez tenha sido a coisa mais difícil que eu fiz na minha vida. Eu canto um ritmo diferente, que é o tecnomelody, o brega, e eu pensava em como as pessoas iriam abraçar isso. Pensei muito na minha vida, na minha família, e veio um misto de sentimentos. A gente fica muito aflorado, tentando separar as coisas e acalmar a mente. Mas eu fiquei muito feliz com o resultado que consegui porque pensei: "Eu sou forte demais, não é qualquer pessoa que chega até aqui". Cheguei, me testei e vi que sou capaz. Tudo foi muito gratificante. Preciso ainda citar o Michel Teló, uma pessoa incrível, e o que o Dinho Ouro Preto me falou após a minha eliminação. Ele olhou dentro dos meus olhos, na minha alma, e me disse que eu não podia parar, que eu era gigante. Eu vi a emoção que ele trazia. Aí, desabei -  não dá para ser forte o tempo todo (risos). Vivi um sonho no 'Estrela da Casa'. Meu coração está cheio de gratidão.
 

O que faria diferente, se tivesse a chance?
Nirah - Acho que eu teria batido mais o pé no Tecnomelody. Teria ido de brega já no início. Cantei Tecnomelody na música de apresentação, entrei grandona, mas outros clássicos do gênero estavam organizados para um pouco mais para frente, numa crescente. E acabei não chegando lá. Eu teria trazido essas músicas mais para o início da competição.


Na sua opinião, quem tem mais chances de sair vencedor ou vencedora? 
Nirah - Eu me apaixonei por todo mundo, e de cara pela Ruama Feitosa e pela Bea. Ri tanto com elas como nunca na minha vida, de doer a barriga! Até agradeci a Deus! (risos). Quanto à presença de palco, charme, admiro muito a Talíz. Ela domina o palco, é uma diva. Inclusive fui aprendendo com ela uma coisa aqui e outra ali que vou trazer para a minha vida. Também acho a Thainá Gonçalves uma coisa absurda. Olhava para ela e pensava: "Meu Deus, isso existe? Vem de outro planeta?". Ela canta como um anjo, você sente a presença de Deus. Quando ela abre a boca, com aquele vozerão, a gente fica arrepiado, emocionado. Quem chegar à final é um grande merecedor; todos têm uma história muito linda, também.


E para quem fica sua torcida? 
Nirah - Eu tenho um conterrâneo lá dentro, o Daniel Sobral, e a minha torcida com certeza é para ele. Torço por todos, mas quero muito que ele chegue à final, pelo menos. Ele canta absurdo, tem uma voz surreal! 


Quais são os próximos passos da sua carreira? Já consegue pensar em alguma coisa?
Nirah - Com certeza! Já avisei ao meu esposo: "Meu filho, vamos embora trabalhar porque a gente não pode parar!" (risos). Sei que agora é um momento de evidência, então vamos lá. Nunca parei na minha vida, não será agora. Quero montar um novo show, fechar apresentações e ir para os palcos cantar. Também me reunir urgentemente com outros compositores e lançar um próximo hit. E quero lançar o clipe da minha música "Meu Love", que já estava pronto antes do programa. A música está quase batendo 100 mil reproduções, e um outro clipe que eu já tinha lançado chegou a 500 mil. Tem noção disso? Consegui a marca de meio milhão de visualizações! Então, por tudo isso, o 'Estrela da Casa' já foi grandioso. Estou muito grata e muito feliz porque não é qualquer artista, com o tamanho como o meu, que consegue atingir essas marcas.

.: Cineflix Santos tem ingressos a R$ 10 na Semana do Cinema


Por Helder Moraes Miranda, especial para o portal Resenhando.com.

Até dia 3 de setembro, o Cineflix Miramar, em Santos, participa da Semana do Cinema, iniciativa nacional que leva milhões de pessoas às salas de exibição em todo o Brasil. Durante o período, todos os ingressos custam R$ 10 em qualquer sessão e horário, inclusive no fim de semana. As estreias da semana são os filmes "Ladrões", "O Último Azul" e "Os Roses: até Que a Morte os Separe", mas também podem ser assistidos no valor promocional os filmes "Amores à Parte", "Os Caras Malvados 2" e "Uma Mulher Sem Filtro". 

Além da promoção nos bilhetes, o público encontra um combo especial por R$ 29,90, com 2 pipocas pequenas e 2 refrigerantes de 500 ml, tornando a experiência ainda mais completa. A Semana do Cinema é organizada pela Feneec (Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográficas) e pela Abraplex (Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Cinematográficas Operadoras de Multiplex), com o objetivo de democratizar o acesso à cultura e ao entretenimento.

Os ingressos já estão disponíveis nas bilheterias do Cineflix Miramar e também no site oficial da rede. Confira a programação completa com sinopses, dias e horários dos filmes em cartaz no Cineflix Miramar Santos na Semana do Cinema. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.

"Amores à Parte" (sessões legendadas)
Direção: Michael Angelo Covino – Romance/Drama – 1h44
Elenco: Adria Arjona, Dakota Johnson, Kyle Marvin e grande elenco.
Um casal em crise tenta se reconectar em meio a escolhas difíceis, amizades abaladas e novas paixões. O longa aborda as contradições dos relacionamentos modernos com emoção e toques de humor. Sessões todos os dias, até 3 de setembro, às 19h20


"Ladrões" (sessões legendadas)
Direção: Darren Aronofsky – Suspense/Ação – 1h46
Elenco: Austin Butler, Zoë Kravitz, Matt Smith e outros.
Um ex-jogador de beisebol se vê envolvido em uma trama sombria ao ser perseguido por criminosos e policiais corruptos. Repleto de tensão e reviravoltas, o longa traz o estilo intenso do diretor de “Cisne Negro” e “Réquiem para um Sonho”. Sessões todos os dias, até 3 de setembro, às 16h00, 18h30 e 20h50

"O Último Azul" (filme nacional)
Direção: Gabriel Mascaro – Drama – 1h25
Elenco: Denise Weinberg, Rodrigo Santoro, Adanilo
Um mergulho sensível em memórias, afetos e conflitos familiares. A trama acompanha personagens que enfrentam dilemas existenciais e questões sociais no Brasil contemporâneo, em mais um trabalho poético de Gabriel Mascaro. Sessões todos os dias, até 3 de setembro, às 15h10, 17h05, 19h00 e 21h00.


"Os Caras Malvados 2" (sessões dubladas)
Direção: Pierre Perifel – Animação/Aventura – 1h45
Depois de tentarem levar uma vida comum, os famosos vilões precisam se unir novamente para enfrentar uma ameaça que pode colocar o mundo em risco. A sequência promete ação, humor e aventuras eletrizantes para toda a família. Sessões todos os dias, até 3 de setembro, às 15h00.


"Os Roses: até Que a Morte os Separe" (sessões legendadas)
Direção: Jay Roach – Comédia Dramática – 1h38
Elenco: Olivia Colman, Benedict Cumberbatch, Kate McKinnon
Uma nova versão da clássica história de um casal que transforma a separação em uma guerra conjugal absurda. Entre humor ácido e emoção, o filme mostra os limites do amor, do ódio e da convivência. Sessões todos os dias, até 3 de setembro, às 15h40, 18h00 e 20h20

"Uma Mulher Sem Filtro" (filme nacional)
Direção: Arthur Fontes – Comédia – 1h32
Elenco: Fabiula Nascimento, Camila Queiroz, Samuel de Assis e grande elenco.
Cansada de ser submissa e “politicamente correta”, uma mulher decide falar tudo o que pensa, sem filtros. A mudança radical transforma suas relações pessoais e profissionais em uma montanha-russa de confusões e liberdade. Sessões todos os dias, até 3 de setembro, às 17h20.

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As principais estreias da semana e os melhores filmes em cartaz podem ser assistidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.

.: Deep Purple: "Made In Japan" ganha nova edição


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. 

Um dos mais famosos álbuns gravados ao vivo, o icônico "Made In Japan" da banda Deep Purple ganhou uma edição especial, incluindo novas mixagens e versões raras editadas para singles na época. O disco captura as apresentações da banda no Japão no ano de 1972, ou seja, em pleno auge criativo da chamada formação clássica – Ian Gillan (vocal), Richie Blackmore (guitarra), Jon Lord (teclados), Roger Glover (baixo) e Ian Paice (bateria). O grupo vinha de três excelentes discos de estúdio ("In Rock", "Fireball" e "Machine Head") e havia uma crescente aceitação do público nos shows ao vivo.

O curioso é que a ideia de gravar um disco ao vivo inicialmente não agradava alguns integrantes. Richie Blackmore e Ian Gillan temiam que o resultado final do disco ficasse abaixo das expectativas. Entretanto a gravadora insistiu, porque naquela época o Japão tinha um grande número de apreciadores do hard rock tocado pelo Deep Purple. A representante da Warner no Japão disponibilizou o que havia de melhor na época em recursos técnicos para gravar o show.

Essa nova edição (Super Deluxe Edition) inclui novas mixagens estéreo e em Dolby ATMOS feitas pelo renomado produtor Steven Wilson, integrante da banda Porcupine Tree. Todos os três concertos foram completamente remixados por Richard Digby Smith e diversas versões raras editadas para singles. Eu lembro de ter ouvido esse disco pela primeira vez ainda na adolescência, na primeira metade dos anos 80.

O desempenho de Richie Blackmore, Jon Lord e Ian Paice (esse um monstro das baquetas) é simplesmente sensacional, assim como Ian Gillan em seu auge como vocalista. Traz uma energia nunca antes vista em um álbum ao vivo. Passou a ditar padrões para as demais bandas de hard rock sobre como produzir e gravar shows ao vivo. No repertório estão as clássicas "Highway Star", "Lazy", "Child In Time" e "Strange Kind Of Woman", com o famoso duelo de Blackmore e Ian Gillan no solo.

A edição já está disponível para pré-venda na loja oficial do Deep Purple, em diferentes formatos: box com 10 LPs de vinil, box com 5 CDs + Blu-ray, ou versão avulsa em vinil duplo com capa gatefold (com lançamento previsto para 3 de outubro nos EUA, Canadá e Japão). Também está disponível uma nova coleção de merchandising de "Made in Japan", além de pacotes musicais exclusivos. Poderia até falar mais coisas a respeito desse álbum. Mas o correto é você ouvir e conferir o motivo  desse registro ter se se tornado tão icônico. Se tiver acesso a alguma plataforma de streaming, basta apertar o play para iniciar a viagem musical com o Deep Purple, no seu auge na história do rock.

"Highway Star"

"Smoke On The Water"

"Strange Kind Of Woman"





.: Denise Weinberg desafia o exílio da velhice em "O Último Azul”


Por Helder Moraes Miranda, especial para o portal Resenhando.com.

Em cartaz nos cinemas brasileiros “O Último Azul”, filme de ficção científica dramática dirigida por Gabriel Mascaro. Ambientado em uma Amazônia futurista e distópica, o longa-metragem traz como protagonista Tereza, uma mulher de 77 anos vivida por Denise Weinberg que, em face de um exílio compulsório para uma colônia destinada a idosos, embarca em uma última jornada pelos rios da região - uma travessia para realizar um sonho. Rodrigo Santoro, em uma curta participação, interpreta Cadu, personagem que acompanha Tereza em parte dessa travessia, ao lado de Miriam Socarrás e Adanilo no elenco.

Mundialmente aclamada, a produção teve sua première em 16 de fevereiro de 2025 na Competição Oficial do Festival Internacional de Cinema de Berlim, onde conquistou o Grande Prêmio do Júri (Urso de Prata), além do Prêmio do Júri Ecumênico e o Prêmio do Júri de Leitores do Berliner Morgenpost. O filme abriu o Festival de Gramado, em agosto, foi ambientado no Festival Internacional de Cinema de Toronto 

O roteiro é assinado por Gabriel Mascaro em parceria com Tibério Azul, com consultoria de Murilo Hauser e Heitor Lorega. Segundo o diretor, o filme emerge como um manifesto poético sobre o direito de sonhar - mesmo na velhice - e a possibilidade de ressignificar a vida a qualquer momento. 

Com distribuição da Vitrine Filmes, “O Último Azul” chega ao público nacional com o frescor da Amazônia como personagem-chave. Denise Weinberg, refletindo sobre sua experiência nas filmagens, destacou o privilégio visceral de estar na floresta: "Voltei ainda querendo mais... A Amazônia não foi retratada de modo romântico, mas real. É linda, mas assustadora", comentou. 


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Ficha técnica
“O Último Azul” | Sala 2
Classificação indicativa:
não recomendado para menores de 14 anos | Ano de produção: 2025 | Idioma original: português | Direção: Gabriel Mascaro | Roteiro: Gabriel Mascaro e Tibério Azul, com a consultoria de Murilo Hauser e Heitor Lorega | Elenco: Denise Weinberg, Rodrigo Santoro, Miriam Socarrás, Adanilo e participação de Isabela Catão, como Vanessa | Distribuição no Brasil: Vitrine Filmes
Duração: 1h 27m | Cenas pós-créditos: não.


Sinopse resumida de “O Último Azul”
Em um Brasil distópico, uma mulher de 77 anos, Tereza, recusa-se ao exílio compulsório para uma colônia de idosos e navega pelos rios da Amazônia em busca de realizar seu último desejo.


Sessões no idioma original
28/8/2025 - Quinta-feira: 15h10, 17h05, 19h00 e 21h00
29/8/2025 - Sexta-feira: 15h10, 17h05, 19h00 e 21h00
30/8/2025 - Sábado: 15h10, 17h05, 19h00 e 21h00
31/8/2025 - Domingo: 15h10, 17h05, 19h00 e 21h00
1°/9/2025 - Segunda-feira: 15h10, 17h05, 19h00 e 21h00
2/9/2025 - Terça-feira: 15h10, 17h05, 19h00 e 21h00
3/9/2025 - Quarta-feira: 15h10, 17h05, 19h00 e 21h00

sexta-feira, 29 de agosto de 2025

.: Crítica: "Os Roses: Até Que a Morte os Separe" é releitura que faz gargalhar

Cena de "Os Roses: Até Que a Morte os Separe"


Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com

Em agosto de 2025


Uma releitura modernizada cinematográfica para um clássico de 1989, originalmente adaptado do livro de "A Guerra dos Roses" (1981), de Warren Adler. Eis "Os Roses: Até Que a Morte os Separe" (The Roses), longa dirigido por Jay Roach ("Entrando Numa Fria" e "Austin Power: O Agente Bond Cama"). Com uma excelente escalação de elenco, capaz de entregar um super filme envolvente e divertido,  o longa é encabeçado pela dupla de perfeita sincronia composta pela vencedora do Oscar de melhor atriz, Olivia Colman e o inesquecível intérprete de Sherlock Holmes e Doutor Estranho, Benedict Cumberbatch.

A produção com texto atual e tão ácido quanto o primeiro filme com Michael Douglas e Kathleen Turner, tendo ainda Danny DeVito. Muito, muito ágil ao longo de 1h45 de duração, "Os Roses: Até Que a Morte os Separe" (The Roses) faz gargalhar e refletir a respeito das relações e seus impasses, incluindo a situação que pode ser comum atualmente, a troca de papéis entre marido e mulher, quando ela chega ao sucesso e ele vê seu fracasso virar meme na internet.

Sem cenas pós-créditos, "Os Roses: Até Que a Morte os Separe" (The Roses) dá o recado completo ao estampar um casal que parece estar em harmonia, mas que vê a parceria desmoronar, provocando assim, a todo momento, por incômodos gerados no público por meio dos ataques trocados entre Ivy (Olivia Colman) e Theo (Benedict Cumberbatch). Com desfecho impactante, o longa reforça que num embate entre pessoas que, pelo menos um dia se amaram -e talvez ainda se amem-, não há vencedores. E que desfecho para a trama!

No filme, Ivy (Olivia Colman) e Theo (Benedict Cumberbatch) são apresentados numa terapia de casal e, aos poucos, toda a história de amor de enlouquecer, vira ódio puro, com direito a um casal de filhos testemunhando tudo. Quando o amor é deixado de escanteio, todas mágoas protagonizam confrontos até mesmo diante de visitas e "amigos". No elenco ainda estão Kate McKinnon (Amy), Sunita Mani (Jane), Andy Samberg (Barry), Ncuti Gatwa (Jefrrey), Allison Janney (Eleanor), Jamie Demetriou (Rory).


O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN



"Os Roses: Até Que a Morte os Separe" (The Roses)Ingressos on-line neste linkGênero: comédia, dramaClassificação: 16 anos. Direção: Jay Roach. Duração: 98 min. Elenco: Olivia Colman (Ivy), Benedict Cumberbatch (Theo), Kate McKinnon (Amy), Sunita Mani (Jane), Andy Samberg (Barry), Ncuti Gatwa (Jefrrey), Allison Janney (Eleanor), Jamie Demetriou (Rory). Sinopse: A vida parece fácil para o casal perfeito Ivy e Theo: carreiras de sucesso, um casamento amoroso e filhos maravilhosos. Mas, por trás da fachada de sua suposta vida ideal, uma tempestade se forma – enquanto a carreira de Theo despenca e as ambições de Ivy decolam, um barril de pólvora de competição acirrada e ressentimento oculto se acende. Confira os horários: neste link

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