Foram anunciados os cinco livros finalistas da primeira edição do Prêmio Kindle Vozes Negras, iniciativa que busca valorizar escritores negros independentes e ampliar a representatividade no mercado editorial brasileiro. As obras selecionadas apresentam diferentes perspectivas sobre identidade, memória, amizade, desigualdade e futuro. São essas:
“Amiga com Piscina”, de Daiana de Souza
O romance acompanha a trajetória de Leila e Marina, amigas desde o ensino médio, que enfrentam juntas vestibular, universidade e as transformações da vida adulta. A obra destaca como diferenças sociais podem afetar vínculos pessoais e questiona até que ponto uma amizade resiste às mudanças. Qual garota negra nunca teve uma amiga branca? A de Leila era rica, morava no melhor bairro da cidade, numa casa enorme e com piscina. A amizade começou na adolescência e foi pela vida afora, as duas trocaram sobre incertezas, sonhos e namorados. Até que precisaram se despedir uma da outra, para sempre. Daiana de Souza é escritora, roteirista e professora de História, é apaixonada pelo mar e pela palavra escrita. Pesquisa e escreve sobre as trajetórias de pessoas negras. De Macaé, interior do Rio de Janeiro, ela se conecta com o mundo pela literatura e pelo audiovisual. Redes sociais: @thenanadesouza. Compre o livro neste link.
“Borda Infinita”, de Tássia Nascimento
Narrado a partir das memórias de Ana Tereza, mulher negra e lésbica, o livro explora as relações familiares e afetivas da protagonista. O texto discute corpo, sexualidade e identidade, abordando contradições e limites que moldam sua subjetividade. O romance delineia o modo como cada experiência compõe a subjetividade da personagem. Os vínculos consanguíneos e as relações afetivo-sexuais são colocados a partir de suas contradições e limites e, de maneira minuciosa, a obra passeia por um acúmulo de vivências que constituem o corpo e a sexualidade da protagonista. Tássia Nascimento é pós-doutoranda em História da Arte pela Unifesp, doutora em Ciência da Literatura, mestre em Estudos Literários e licenciada em Letras. Atua como professora da rede pública e através de seus textos foi vencedora dos Prêmios Mulheres Negras Contam Sua História e Prêmio Palmares de Monografia e Dissertação. Em 2022, em parceria com a Editora Senac, lançou o livro"'Pesquisa, Tecnologia e Sociedade". Já publicou diversos artigos e ensaios sobre o tema da literatura afro-brasileira. Atualmente desenvolve projetos que dialogam com a linguagem audiovisual, incluindo a escrita de roteiros. Compre o livro neste link.
“Febre Inocente”, de J. Oliver Jr.
Ambientado em 2043, o romance de ficção especulativa apresenta o “Projeto Imáculo”, sistema que classifica crianças de 12 anos como “vidro”, “trigo” ou “joio”, definindo seus destinos de forma brutal. A trama questiona liberdade, controle social e sobrevivência. J. Oliver Jr. é graduando de Gestão Pública, profissional de licitações desde os dezesseis anos, além de compositor, roteirista e artista plástico. Escreve desde os oito anos, quando apresentou para sua professora de português, a história de um cachorrinho que salva seu tutor de um assalto. Em seu primeiro título, ele conta a história de um Brasil distópico, no qual crianças de doze anos, são condenadas a tirar a própria vida diante das câmeras de TV, com base em uma lei do ano 2000. Compre o livro neste link.
“Olhos Rubros de Sal”, de Márcia Moura
A narrativa traz a perspectiva de uma diarista que, ao acompanhar a vida de suas patroas, busca reconstruir a própria história após uma tragédia familiar. O livro aborda temas como perda, culpa e possibilidade de recomeço. Em meio à rotina de trabalho e enquanto acompanha de forma inevitável o desenrolar das histórias das suas patroas, uma diarista busca sentido ao tentar recomeçar sua vida após uma grande tragédia familiar. Márcia Moura nasceu em São Paulo e mora em Recife desde os 12 anos de idade. É médica, mãe de três garotos e professora de Ginecologia na Universidade Federal de Pernambuco e na Universidade de Pernambuco. É pós-graduada em Escrita Criativa pelo NESPE. Publicou, em 2023, sua primeira obra individual, "Como Dançam os Lírios-do-Mar" e foi uma das vencedoras do Prêmio Carolina Maria de Jesus. Em 2024, publicou "Neve Sobre Areia Quente", obra vencedora do prêmio Mar que Arrebenta, da Editora Arrelique. Compre o livro neste link.
“Via Pública”, de Tiago Costa
Ambientado em Salvador durante as comemorações da Independência da Bahia, o romance mistura política e cotidiano urbano. O contraste entre o desfile oficial e a escassez de água em algumas regiões da cidade serve de metáfora para as contradições sociais e históricas da capital baiana. Dois de Julho, Independência da Bahia: o governador desfila enquanto certas partes da capital passam o dia sem água. As pessoas vão às ruas de Salvador para viverem seus destinos nessa cidade que tem cor. Preta como seu povo, azul como seu mar, vermelha como pode se tornar quando o sangue de seus habitantes derrama sobre o asfalto. Transparente como a pergunta que se anuncia: desabastecida de tanto, haverá água suficiente na cidade para lavar essas manchas? Tiago Costa nasceu em Salvador, Bahia, no início dos anos 1990. Formado em medicina, especializou-se em psiquiatria em 2018 e trabalha desde então na rede pública e privada. Compre o livro neste link.
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