Observamos em "Um Bolo de Vingança", de Murilo Alonso de Oliveira, publicado pela Costelas Felinas Editora, a vingança alçada ao patamar de terapia redentora. O protagonista tem como meta, para suplantar o marasmo interior e a ínfima auto estima cotidiana, a desforra contra desafetos que o humilharam fisicamente em diferentes períodos de sua adolescência e juventude. A trama muito bem alinhavada pelo escritor e professor Murilo Alonso de Oliveira, tem como elemento motriz a memorização insistente de fatos preponderantes inconclusos, fazendo com que o personagem projete um acerto de contas unilateral ante seus rivais e, em conseqüência, consigo mesmo e com seu próprio passado.
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sexta-feira, 19 de dezembro de 2025
.: #VivoLendo: "Um Bolo de Vingança", de Murilo Alonso de Oliveira
Observamos em "Um Bolo de Vingança", de Murilo Alonso de Oliveira, publicado pela Costelas Felinas Editora, a vingança alçada ao patamar de terapia redentora. O protagonista tem como meta, para suplantar o marasmo interior e a ínfima auto estima cotidiana, a desforra contra desafetos que o humilharam fisicamente em diferentes períodos de sua adolescência e juventude. A trama muito bem alinhavada pelo escritor e professor Murilo Alonso de Oliveira, tem como elemento motriz a memorização insistente de fatos preponderantes inconclusos, fazendo com que o personagem projete um acerto de contas unilateral ante seus rivais e, em conseqüência, consigo mesmo e com seu próprio passado.
sexta-feira, 12 de dezembro de 2025
.: #VivoLendo: Carolina Ramos, um século iluminando nossa literatura
A obra biográfica editada pela Editora OLPB, comemora e homenageia a trajetória marcante, coerente e exemplar de Carolina Ramos em seu centenário de vida dedicada às múltiplas atividades em literatura, música e artes plásticas. Nascida em 1924 na antiga Vila dos Andradas, na casa nº. 1, em Santos, onde atualmente se encontra a Rodoviária, conviveu, em sua infância, com o poeta Martins Fontes, frequentador da vizinha casa nº. 5. Estudou em tradicionais colégios da cidade, estudou piano e belas artes e enveredou pelos caminhos da literatura. Em 1964 conquistou seu primeiro prêmio, em Petrópolis e já em 1965 recebeu das mãos de Austregésilo de Athayde, na Academia Brasileira de Letras sua premiação referente ao primeiro lugar no Concurso Bicentenário de Bocage, realizado em Portugal.
sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
.: #VivoLendo: "A Extração dos Dias", de Claudia Roquette Pinto
Por Vieira Vivo, escritor e ativista cultural.
A obra de 367 páginas, editada pelo Círculo de Poemas traz, em uma única edição, a produção abrangente de cinco livros: "Os Dias Gagos" (1991). "Saxifraga" (1993), "Zona de Sombra" (1997), "Corola" (2000), "Margem de Manobra (2005) e, ainda, Poemas Inéditos (1984-1986) numa vertiginosa aquarela fonética onde os substantivos dialogam com o etéreo e se movimentam em uma teia opaca e densa desnudando a própria rotina e solidão ante a contemplação dos dias e as surpreendentes armadilhas poéticas do cotidiano. A leitura nos eleva a um obscuro e incerto firmamento cravejado por chispas de claridade e cores a nos guiar por versos intimamente elaborados em uma dimensão particular de emoções irreais e lisérgicas emoldurando a concepção mística e artística da autora: as sílabas racharam o dique – urdir é o xis da poesia.
Fica evidente na compostura imagética de Claudia Roquette Pinto, uma incansável meditação serena e reflexiva aglutinando seres e objetos em determinada e contínua conversação metalinguística. Os sentimentos, emoções e movimentos dos entes inanimados, insetos, aves, cores e plantas iluminam o núcleo das palavras e a passagem das horas em variados e múltiplos ambientes urbanos, utópicos, bucólicos ou no próprio âmago da poeta: abriu-se, de fonte inexplicável, no nanquim da noite a floração.
Há, também, em sua obra a manipulação caótica das palavras, forjando vazios entre as sílabas, a promover rupturas, criar espaços semânticos e a direcionar para além do mero verso a ousadia poética e rítmica elaborada a partir da lapidação constante. Essas rupturas ficam evidentes nos mosaicos textuais onde frases, aparentemente, desconexas formam, nas entrelinhas, diálogos e situações ímpares e inusitadas: parada no sinal eu vi um coração cheio de gasolina.
Enfim, uma obra poética que não se finda após a primeira leitura. A cada manuseio novas imagens se sobressaem tornando o livro um renovo constante e inconstante de produtiva e coerente produção poética. A edição traz, ainda, orelhas de Marília Garcia e posfácio esclarecedor e detalhado do organizador Gustavo Silveira Ribeiro.
sexta-feira, 28 de novembro de 2025
.: #VivoLendo: "Textosterones", de J. A. Garbino, é a indicação de Vieira Vivo
sexta-feira, 21 de novembro de 2025
.: #VivoLendo: "Des Casulo", de Flávio Viegas Amoreira, a dica de Vieira Vivo
Por Vieira Vivo, escritor e ativista cultural.
Jakobson define a poesia como a linguagem voltada para a sua própria materialidade, porém Flávio Viegas Amoreira em “Des Casulo”, publicado pela Editora Costelas Felinas, incorpora à esta tese a ressonância etérea das sensações incorpóreas a flutuar em devaneios atemporais e esquivos trazendo à tona o sumo das elucubrações utópicas das fantasias mais íntimas: "entre tentações tentaculares os gomos mais rígidos".
Nota-se, ainda, em cada verso uma sensualidade oculta qual um porvir eternamente ausente e distante, porém com uma determinada e concreta presença a emoldurar a dança das emoções cotidianamente. Se para Octavio Paz a poesia é o dizer que diz o indizível, para Viegas o indizível revela-se claridade em um labirinto de sensações profundamente germinadas em seu relicário interior: "há uma forma de poesia não pretérita esboçada no imprevisível horizonte".
Em “Des Casulo” somos, também, agraciados pelos faróis prefaciais de Luiz Rodrigues Corvo e de J. A. Garbino a nos conduzir ao cerne pulsante de cada micro poema. E após a leitura, temos a nítida sensação de termos presenciado ao desabrochar de recônditos alvéolos emocionais iluminados pelos cálidos raios de uma meticulosa depuração poética: "poema o que se escreve poesia o que se sente".
sexta-feira, 14 de novembro de 2025
.: #VivoLendo: "Cordilheira de Sonhos", de Márcio Gregório Sá
Por Vieira Vivo, escritor e ativista cultural.
A partir de um muro, podemos delimitar a catatonia interior da subalternidade e sua antítese elucidativa construtora de consciência e autodeterminação. A claridade intensa da liberdade advém de um pequeno raio de luz teimosamente infiltrado por um minúsculo orifício. A sede cognitiva aliada à curiosidade intelectual eleva e expande a visão do ser humano. À despeito de um ambiente claustrofóbico e opressor, o personagem alimenta-se de conhecimentos ofertados por uma pequena saliência, descoberta ao acaso, em seu obscuro e ínfimo mundo existencial. Esta é a primeira janela, neste livro de contos, aberta ante nosso deslumbrado e atento olhar.
sexta-feira, 7 de novembro de 2025
.: #VivoLendo: "22 Clareiras e 1 Abismo", de Marcelo Ariel
Submerso neste universo racionalmente paradoxal as palavras movimentam-se no sentido de descaracterizar o discurso lógico dissecando o conceito de tese, antítese e síntese das configurações em que supostamente nos movemos. Essa constante movimentação através do nomadismo poético nos remete à nirvânica contemplação ativa e se faz sob a égide da transcendência dentro de nossa essência em meio à temporalidade ocasional de cada ser.
A leitura atenta nos remete à autossimilaridade de fractais onde cada fragmento do ser interage simetricamente com o todo num processo analítico ultra racional. Gregório de Matos em seu raciocínio pré-cartesiano nos alertava: “Se a parte faz o todo, sendo parte. Não se diga que é parte sendo todo”. Porém, Ariel nos leva muito mais além em sua metodologia, onde fica evidente que “a parte e o todo são o vazio na gênese de um outro plano”. Além disso, ao mentalizarmos o livro numa visão extremamente expandida verificamos que o abismo também comporta clareiras e em cada clareira vinte e dois abismos nos espreitam.
sexta-feira, 31 de outubro de 2025
.: #VivoLendo: Vieira Vivo estreia com "Almas com Fome", de Cláudia Brino
Por Vieira Vivo, escritor e ativista cultural.
Cláudia Brino em sua constante, profícua e incansável lide poética nos oferece em “Almas com Fome” a plasticidade da palavra para desnudar o âmago de situações onde o texto submerge em um emaranhado cataclísmico. A atmosfera dos poemas, extremamente densa e convulsa, faz com que caminhemos através da leitura absorvendo seiva e sumo a cada imagem e assim adentrarmos aos nossos próprios labirintos emocionais: "A lágrima que escorre de seu espírito escurece a tarde na pupila do tempo."
Os versos nos apresentam um eficaz, insistente e revelador diálogo onde a obscuridade insípida do cotidiano revela-se desnuda e indefesa ante a constatação concreta da passagem das horas em um ambiente envolto em reticências, omissões e silêncios: "Não há nada mais estranho que ver o espanto pousado na própria face."
Por outro lado, o brado intrínseco na resolução poética revela-nos um súbito e surpreendente sentido direcional para onde a poeta conduz o desfecho sobrepondo-se à imagem gerada no espelho de seu próprio interior: "O medo do poema é ter seu íntimo revelado pelo mais profundo ego."
Cada poema assemelha-se a um oráculo onde a passagem angustiante das horas é dissecada minuciosamente e exposta de forma crua e consistente ante nossos olhos ao trazer à luz da poesia o peso opaco e renitente das incertezas rotineiras e sufocantes das vidas sem perspectivas: "Contemplei a ferida que se estendeu sobre a minha memória."
Há, ainda, à ressaltar o ofício da lapidação dos versos a enaltecer a coloração propícia de cada palavra no intuito de torná-la o guia condutor que desvendará, aos leitores, os mistérios ocultos de seu ímpar universo: Havia uma lágrima nossa na teia suspensa no abismo.
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#VivoLendo #VieiraVivo #CostelasFelinas #AlmasComFome #ClaudiaBrino






















