terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

.: Giovanna Jacobina no "BBB": "Eu fui para jogar, não para viver romance"


Veterinária protagonizou conflitos que elevaram a tensão no confinamento, além de ter se permitido viver um romance. Foto: Globo/ Léo Rosario


Giovanna Jacobina iniciou sua participação no "Big Brother Brasil" lado a lado com irmã Gracyanne Barbosa – a quem tem como grande inspiração – mas deixou o jogo sozinha nesta terça-feira, dia 4, com 52,61% dos votos. Primeira participante a se despedir do "BBB 25" de maneira individual, a ex-sister enfrentou a berlinda com Gracyanne Barbosa e os irmãos Diego e Daniele Hypolito, e viu sua dupla ganhar mais uma chance no jogo dentro do quarto secreto. Em seus últimos dias no programa, a veterinária protagonizou conflitos que elevaram a tensão no confinamento, além de ter se permitido viver um romance com Maike. Sobre essas situações e muito mais ela conta na entrevista a seguir.


Você e a Gracyanne foram indicadas ao paredão em dupla. Como foi receber a notícia, já fora da casa, de que somente você foi eliminada? 
Giovanna Jacobina -
Eu fiquei mais preocupada com ela, de ela se sentir forte e se manter centrada, de não se preocupar comigo aqui fora, porque ela pediu desculpas. Eu acho que ela fica muito preocupada em como vai ser a minha vida. Desde que eu me entendo por gente, ela já é famosa, então está acostumada a lidar com isso, e eu saindo sozinha, sem a companhia e a orientação dela, talvez ela fique com medo de como vai ser, de como as coisas foram vistas aqui fora também. Eu fiquei muito feliz por ela continuar, vou ficar firme e forte na torcida. Tenho total confiança de que ela é superguerreira e vai mandar benzão! A dinâmica foi uma surpresa para mim, pois nenhuma das duas queria sair. Eu queria viver tudo o que o programa proporciona porque é incrível, foi a melhor experiência da minha vida. Mas também fico muito feliz por ela ter ficado.
 

O que faltou para permanecer por mais tempo no "BBB", na sua opinião?
Giovanna Jacobina - 
Eu acho que, no jogo, as coisas não aconteceram diretamente voltadas para nós, então não tinha muito como a gente ter reagido. A gente seguiu com o nosso coração e com os nossos princípios. Se a gente tivesse forçado uma briga além disso ou algo mais planejado, não seríamos nós mesmas e talvez eu me arrependesse. 

 
Agora o jogo segue de forma individual. Se tivesse permanecido na casa, o que mudaria na sua estratégia nessa nova fase?
Giovanna Jacobina - 
Talvez eu falasse mais coisas, porque em alguns momentos, como quando eu briguei com a Eva e a Renata, a Gra me deu uma controlada, falou que não tinha necessidade de eu ter gritado. Acho que jogando de forma individual eu teria pensado: “eu faço como eu quero”. Mas jogando em dupla, por ela ser minha irmã mais velha, eu escutava muito o que ela me orientava. Então, talvez, jogando sozinha, eu não me preocupasse tanto em prejudicar a dupla. Eu faria a minha parte, jogando do meu jeito. Talvez rolasse isso.

 
Depois de algum tempo próxima do Maike, vocês acabaram ficando, já na sua última semana no "BBB". Acha que esse romance tem chances de seguir na vida aqui fora?
Giovanna Jacobina  - 
Não sei. Eu entrei com a cabeça de que eu não ficaria com ninguém, porque eu fui para jogar, não para viver romance. Mas ali é uma experiência única e você fica muito carente. O Maike é uma pessoa muito legal, é um cara muito respeitador, muito carinhoso, dentro do limite do respeito. Em nenhum momento ele foi além do que ele tinha de espaço permitido por mim. O fato de termos ficado rolou também por carência, mas foi espontâneo e eu não me arrependo. Eu não sei como vai ser aqui fora nem como ele vai estar lá no jogo, se ele vai se envolver com outra pessoa... Ainda tem muito tempo lá dentro e a carência é muito grande.

 
Você chegou a cogitar que ele tivesse algum interesse pela Renata e, por isso, estaria dividido. Como observa a relação entre os dois? Na sua visão, existe a possibilidade de acontecer algo entre eles?
Giovanna Jacobina  - Acho que tem total chance de acontecer alguma coisa entre os dois, principalmente por eu já ter sentido que havia essa dúvida nele. Mas eu achava que eu já era a primeira opção, por comentários que chegaram até mim. Eu inclusive falei para ele: “se você está na duvida entre as suas opções, pode ficar com a segunda”. Eu não gosto de disputa, gosto que o homem seja explicitamente meu fã (risos), isso mexe um pouco com o meu ego. Então, eu não ia querer ficar dividindo, nem ficar de “tititi”, até para não criar uma rivalidade feminina. Mas acho que tem muita chance de isso acontecer, até mesmo pela carência e pelo tempo que ainda tem na casa.

 
Você se mostrou bastante incomodada quando assistiu às falas de Renata e Eva no almoço, inclusive chegaram a ter uma breve discussão. O que mais te atingiu naquele episódio? 
Giovanna Jacobina  - Elas não falaram nada diretamente sobre mim, mas me atingiram quando falaram da Camilla. Além de ser uma pessoa da qual eu me aproximei muito na casa, ela é uma mulher preta, assim como eu, então tocou num ponto delicado para mim. Da forma como elas falaram e como a gente viu, me bateu como se a Camilla fosse uma funcionária delas e, por isso, elas não queriam colocá-la com o “castigo”. Eu tomei as dores da Camilla porque isso doeu muito em mim. Eu fui mais na defensiva da Camilla do que por algo relacionado a mim mesma quando eu as chamei de falsas, porque elas tinham um tratamento muito bom com a Camilla, eram muito carinhosas e brincalhonas, então falar sobre ela daquela forma me soou falso. 

 
Quem foi seu maior rival no jogo? 
Giovanna Jacobina  - Foi o Diogo. A Dona Vilma fica meio de “bucha”. O Diogo que é o articulador, é ele quem está preparado e que tenta manipular a casa, e traz a Dona Vilma junto com ele. Ele é quem tenta fazer um jogo bem pensado e planejado, com palavras muito bonitas e atitudes ruins.


Você apontou a Vilma como mentirosa e tiveram uma sequência de discussões, que se estenderam ao Sincerão. Que “mentiras” ela contou e o que mais te incomodou nessa situação?
Giovanna Jacobina  - A questão dos Joãos foi mal interpretada pela galera aqui fora, pelo pouco que eu vi. O que foi citado deles lá dentro do confessionário não foi apontar para votar, até porque eu menciono que não votaria neles, e a Gra concorda comigo. Dentre as possibilidades que havia na casa não tinha como não mencionar o nome deles. Então, na minha visão, eu mencionei a possibilidade, assim como as outras três duplas que estavam disponíveis, mas que não necessariamente eu indicaria eles. No jogo, não tinha lógica. Nós sabíamos que Aline e Vinicius tinham votado na gente, então não tinha por que ir em outra dupla que não tinha nada a ver, que não tinha votado na gente e que eu sabia que tinha um carinho por mim. A Camilla e a Thamiris a gente já tinha protegido, então não tinha lógica a gente votar em alguém que não fossem Aline e Vinícius, mesmo tendo um carinho por eles. Esse seria um contragolpe mais inteligente do que indicar outra dupla que não tinha nada a ver. 

 
O que mais gostou de viver no "BBB" e o que foi mais desafiador nessa experiência?
Giovanna Jacobina  - 
Eu gostei muito das festas, com certeza, mas a convivência com as pessoas foi muito importante para o meu amadurecimento. Eu não esperava que fosse reagir bem à Xepa, por exemplo. Eu sempre fui mimada em casa, minha mãe deixa frutinha cortada para mim na geladeira. Eu cheguei na Xepa e comi coisas que eu nunca tinha comido na vida: rabada, fígado, moela, língua. Na veterinária, eu estudava anatomia visualizando a língua; eu falo para as minhas estagiárias suturarem a língua. Eu tenho muito contato com a língua visualmente, então comê-la era muito difícil. Mas eu comi as proteínas todos os dias e isso me deu um certo orgulho, porque consegui vencer essa dificuldade. Além de comer de tudo, eu aprendi a fazer feijão, aprendi a fazer lentilha, lavei roupa... essas partes foram bem legais; minha mãe deve estar orgulhosa (risos). As provas de resistência são sinistras. Não sei quanto tempo eu fiquei na última prova do líder, mas eu já entrei com vontade de fazer xixi e o corpo humano é uma coisa enlouquecedora. Eu sentia que minha barriga estava estufando cada vez mais, mas não queria desistir... e tinha que ficar contando aquelas moedas. Não sei se eu teria aguentado mais tempo se não fosse por isso. Mas as provas de resistência são uma loucura! Acho que todas as provas, na verdade, porque eu e a Gra não fomos muito bem (risos). Parecia superfácil, mas quando a gente terminava as provas a gente falava: “Cara, não é possível! A gente ficou em 6º, 7º, tudo ruim...” As provas parecem ser bem mais fáceis, mas são muito difíceis. Ainda assim são divertidas, eu ficava ansiosa para fazer, era bem legal.

 
Algum episódio do confinamento te surpreendeu quando chegou aqui fora? 
Giovanna Jacobina  - Acho que a questão que foi comentada sobre os “leões” no quarto e “gatinhos na sala”. Isso me surpreendeu porque eu não imaginava que seria sobre o nosso grupo. A gente pensou que fosse para outras pessoas e não para nós. Imaginávamos que as nossas posições externalizadas eram boas o suficiente.


O que muda na sua vida após a participação no reality? Quais são seus próximos planos?
Giovanna Jacobina  - 
Eu estou aberta a todas as possibilidades que surgirem, trabalhos, oportunidades... Eu sou apaixonada pela minha profissão, pela Veterinária. O que eu estudei vai continuar na minha vida, no meu currículo, e eu vou aproveitar tudo o que o programa puder me proporcionar. Também posso fazer uma pós-graduação na minha área para me profissionalizar... estou aberta ao que vier, mantendo sempre meu amor pela minha profissão também.

 
Agora que está fora da disputa pelo prêmio, quem colocaria no seu pódio do "BBB 25"? 
Giovanna Jacobina - O primeiro lugar é da Gracyanne; o segundo, da Thamiris; e o terceiro, da Camilla. Ainda não vi muitas coisas, mas o meu carinho por elas é muito grande e eu sei que elas vão ser essenciais para dar uma força para a Gra. Eu acredito que, estando longe de mim e da família, ela possa se sentir um pouco fragilizada, com saudades. Eu sei que a Gra confia muito em mim, a gente tem muito carinho e cuidado uma com a outra. E a Camilla e a Thamiris podem suprir um pouco disso para ela.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

.: ‘A Lista’, comédia inédita estrelada por Lilia Cabral, chega à TV Globo


Lilia Cabral protagoniza comédia ao lado de Giulia Bertolli, filha dela na vida real. Foto: Globo/ Angélica Goudinho


Sucesso de público e crítica, assistido por mais de 50 mil pessoas em casas de teatro desde 2022, a peça teatral "A Lista" ganha uma adaptação para as telas com data de estreia marcada para esta segunda-feira, dia 17 de fevereiro, na TV Globo. Estrelada pelas atrizes Lilia Cabral e Giulia Bertolli, mãe e filha na vida real, a comédia conta a história de Laurita, uma professora aposentada, moradora de Copacabana, que se vê obrigada a estabelecer uma relação com uma vizinha décadas mais nova, a cantora lírica Amanda, personagem de Giulia. O encontro das duas desencadeia um turbilhão de sentimentos, lembranças e descobertas que marcarão a vida delas para sempre. Gustavo Pinheiro, autor da peça, também assina o roteiro do filme, com colaboração de Giulia Bertolli e supervisão de texto de Marcelo Saback. A direção é de José Alvarenga Jr.

 A primeira versão da história das duas personagens ganhou vida em 2020, ainda na pandemia, quando Lilia e Giulia encenaram pela primeira vez o texto de Gustavo Pinheiro em um teatro vazio, com apenas três câmeras que transmitiam a peça online para pessoas de todo o mundo. O tempo passou, a pandemia terminou e a possibilidade de encenar "A Lista" em um teatro com público tornou-se viável. E foi após assistir ao espetáculo pessoalmente que o diretor José Alvarenga Jr. pensou que a história renderia um filme.

 Na versão para a televisão, lugares, rostos e novos enredos tomam forma e incrementam a trama. Com isso, personagens que eram apenas citados na peça ganham corpo e, assim, somam-se ao elenco, que no teatro era formado apenas por mãe e filha, nomes como Tony Ramos, Leticia Colin, Vitor Britto, Zezeh Barbosa, Guida Vianna, Bia Montez, Rosamaria Murtinho, Betty Faria, Tony Tornado, Reginaldo Faria, Anselmo Vasconcellos, Eber Inácio e Cláudio Gabriel.

“O grande desafio desse texto foi transformar o que era falado na peça em concreto no filme. Assim apareceram as amigas de Laurita, os moradores do edifício. Eu, Gustavo Pinheiro, o autor, Lilia e Giulia conversamos muito sobre esse elenco. À medida que um personagem ia aparecendo no roteiro, fazíamos uma lista de sugestões de nomes para interpretá-los. Até porque víamos o elenco que cabia no projeto como um grande trunfo”, conta o diretor José Alvarenga Jr.

O que também passa a ser concreto na produção é o bairro de Copacabana que, mais do que um cenário, é um personagem e um grande homenageado da trama. “Uma das coisas mais legais de ter adaptado a peça para o cinema foi poder mostrar Copacabana – esse bairro que é uma verdadeira metáfora do Brasil, louco e adorável. É bairro onde acontecem a parada LGBTQIA+, festas evangélicas e o maior réveillon do mundo. Tudo pode ali, inclusive essa reinvenção de vidas. Cada janelinha de Copacabana tem alguém, tem uma vida. Isso é muito bonito”, comenta o autor Gustavo Pinheiro.

"A Lista" é o quarto longa-metragem produzido pelo Núcleo de Filmes dos Estúdios Globo. Escrito por Gustavo Pinheiro, com colaboração de Giulia Bertolli e supervisão de texto de Marcelo Saback, o filme tem direção artística de José Alvarenga Jr. Luciana Monteiro e Raphael Cavaco assinam a produção e a supervisão artística é de José Luiz Villamarim. O filme vai ao ar na TV Globo nesta segunda-feira, dia 17 de fevereiro, no "Tela Quente".

domingo, 16 de fevereiro de 2025

.: Tudo sobre "O Sentido das Águas" , o novo livro de Drauzio Varella


Resultado de mais de 30 anos de viagens de Drauzio Varella pela região da Amazônia, "O Sentido das Águas" é um percurso singular pela bacia do rio Negro, suas paisagens e suas gentes, reveladas aqui pelo olhar curioso e empático do autor. Tributário dos diários de viagem, este livro nos permite apreender a bacia do rio Negro por suas múltiplas vozes e cores em uma verdadeira imersão multissensorial.

Grande afluente do Amazonas, o rio Negro se estende por cerca de 1200 quilômetros no território brasileiro. Às suas margens, florestas majestosas abrigam uma diversidade botânica incomparável. Quando as folhas e os galhos caem das árvores, decompõem-se no curso d'água, conferindo-lhe a coloração particular -- um grande espelho âmbar a refletir as copas e o céu. Nesse ambiente em que fantasia e realidade parecem se confundir, a beleza natural estonteante encontra par na variedade cultural igualmente rica e complexa dos povos que o habitam. Compre o livro "O Sentido das Águas" neste link.

Sobre o autor
Drauzio Varella nasceu em São Paulo, em 1943. Formado em medicina pela USP, trabalhou por 20 anos no Hospital do Câncer. Foi voluntário na Casa de Detenção de São Paulo (Carandiru) e na Penitenciária Feminina da Capital, e hoje atende no Centro de Detenção Provisória do bairro do Belém, também em São Paulo. É autor, entre outros, de "Estação Carandiru" (1999), que ganhou os prêmios Jabuti de Não Ficção e Livro do Ano. Garanta o seu exemplar de "O Sentido das Águas" neste link.

Ficha técnica
Livro "O Sentido das Águas"
Autor: Drauzio Varella
Páginas: 296
Formato: 14.00 X 21.00 cm
Peso: 0.366 kg
Acabamento: livro brochura
Lançamento: 2 de abril de 2025
ISBN: 978-85-3594-055-8
Selo: Companhia das Letras
Capa: Alceu Chiesorin Nunes
Compre o livro neste link.

.: Livro "Frans Krajcberg: a Natureza como Cultura" é lançado após décadas


Lançada em coedição pelas Edições Sesc São Paulo e pela Editora da Universidade de São Paulo (Edusp), "Frans Krajcberg: a Natureza como Cultura", é resultado da “encomenda” que o escultor, pintor, fotógrafo e ativista ambiental Frans Krajcberg (1921-2017) fez ao ativista, amigo e colaborador João Meirelles, em 1985. Quase 40 anos após o pedido e muita pesquisa, finalmente a biografia de Krajcberg vem a público. Com fotos exclusivas e depoimentos inéditos, o livro apresenta a vida e a obra deste que é considerado um dos maiores artistas plásticos do século 20, nascido na Polônia em uma família judaica e naturalizado brasileiro.

Krajcberg e seu biógrafo se conheceram em 1984 na casa do artista Sepp Baendereck. No ano seguinte, a "encomenda" foi feita no sítio Natura, em Nova Viçosa (BA), onde o artista vivia. Um profundo trabalho de pesquisa remonta à infância e à adolescência, à experiência-limite nos campos de concentração nazistas e conta como Krajcberg redescobriu a vida ao se estabelecer no Brasil, fazendo da denúncia da destruição do meio ambiente o grande tema de sua arte.

Frans Krajcberg é considerado um dos maiores artistas plásticos de seu tempo. Como escultor, fotógrafo e pintor, acumulou centenas de prêmios, participou de mais de 200 exposições coletivas e 92 individuais, sendo presença constante nas Bienais de São Paulo e no circuito de arte nacional e internacional. Ao final da vida, doou seu acervo pessoal de obras e objetos, bem como seu sítio em Nova Viçosa, ao Governo do Estado da Bahia, responsável por seu legado.

Destaca-se também, na Nota dos Editores contida no livro, a extensa pesquisa, com “registros documentais, seus diários de campos e entrevistas com pessoas próximas a Krajcberg”, e o fato de que Meirelles “conseguiu manter o distanciamento emocional necessário para produzir uma obra equilibrada, sem julgamentos nem louvores infundados”. Krajcberg, nascido em uma comunidade judaica na Polônia, tinha 18 anos quando as tropas nazistas invadiram o país, dando início à 2ª Guerra Mundial, “idade suficiente para que os horrores da guerra e do Holocausto ficassem impressos na alma”. Escravizado em um campo de trabalhos forçados, conseguiu escapar e lutou ao lado do Exército Popular da Polônia, ligado à União Soviética, para derrotar os nazistas. Compre o livro "Frans Krajcberg: a Natureza como Cultura" neste link.


O grito de Krajcberg contra as queimadas
A maioria dos familiares próximos de Frans Krajcberg (com exceção de uma irmã) foram mortos nos campos de concentração. Em 1948, ele emigrou para o Brasil, onde foi acolhido pela família de um tio.  Não conseguiu sossegar. “Os traumas da juventude o fizeram desgostar da convivência com as pessoas”. Junto à natureza, “se sentia mais verdadeiro, mais inteiro”. Viajou por todo o Brasil e se apaixonou pela natureza dos diversos biomas brasileiros, das araucárias do Paraná à Mata Atlântica e os campos de Minas Gerais. Ao se deparar com as queimadas na viagem a Juruena, no Mato Grosso, “as árvores calcinadas devem ter evocado memórias de guerra em Krajcberg, que começou a gritar, e continuou gritando até o mundo escutar sua voz contra as queimadas e a devastação, pela proteção aos biomas brasileiros”.

Meirelles, na Introdução, relembra a primeira viagem que fez com Frans, de Nova Viçosa a Juruena, um percurso de 3 mil quilômetros. Ali, a Floresta Amazônica começava a ser destruída pelas queimadas para a criação de gado. O biógrafo relata uma experiência definidora de sua vida - acompanhar Krajcberg em meio à floresta ardente: “Naquela manhã de calor, ele finalmente decidiu vencer o ciclope de uma grande queimada. Estancou a camionete e saiu correndo em direção às chamas. O fogo consumia os troncos, que choravam e chiavam, exaustos... Frans, revoltado, discursou para as grandes castanheiras que testemunhavam tudo, em pé, desoladas de dor. Gritava, gritava até enrouquecer”.

O biógrafo lembra que a história em comum dele com o biografado pode ser dividida em três tempos. De 1984 a 1988, uma intensa convivência, “tão relevante para forjar minha carreira como ativista ambiental”. Depois, um “longo hiato de quase duas décadas”. O terceiro momento vai de 2011, quando Frans comemorou 90 anos, até sua morte, em 2017. “A biografia foi escrita principalmente neste último período, e seguiu até o presente momento”, conta Meirelles.


O intenso trabalho de pesquisa sobre o artista
No texto de orelha da edição, Jacques Marcovitch, ex-reitor e professor emérito da Universidade de São Paulo, conta que o autor teve dificuldades ao confrontar as informações prestadas em vida, pelo biografado, com os dados documentais da pesquisa. Marcovitch considera que, para Meirelles, intelectual experiente, não deve ter sido novidade o comportamento mitômano do artista, “cuja sensibilidade manifestava-se de forma tão criativa que, às vezes, atropelava a verdade”. Ele ressalta “a corajosa honestidade intelectual do biógrafo ao comentar informações que lhe foram passadas por Krajcberg e que checagens posteriores não confirmaram”.

No prefácio, Jacques Leenhardt, diretor de pesquisas da École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS), Paris, afirma que a biografia é “sustentada por um enorme trabalho de documentação, mas também por uma longa amizade e convivência com o artista”, e que em geral esses dois tipos de fontes “não dão uma boa liga”. Porém, para Leenhardt, o autor não teve essa dificuldade. “Ele lida com os testemunhos mais críticos com a mesma naturalidade e simplicidade com que lida com os mais elogiosos”.

A biografia escrita por João Meirelles nos ajuda a compreender como, a partir de uma existência violentamente maltratada pela história, Frans Krajcberg soube construir um projeto coerente, cujos fundamentos são a estética e a ética da sobrevivência e cujo testemunho é hoje, para muitos, um chamamento à ação.

Jacques Leenhardt
Jacques Leenhardt afirma que, desde que começou a se afastar do ofício convencional de artista para abraçar sua vocação de testemunha de acusação no grande processo contra a destruição da floresta, Krajcberg buscou uma linguagem plástica adequada à vocação de manifesto que atribuía a sua obra. “Diante das imensas queimadas de Juruena, Krajcberg compreendeu que elas ofereciam o que ele procurava: a vegetação queimada fundia a mensagem da qual ele se sentia investido com o objeto que transmitiria essa mensagem aos outros. Poderíamos dizer que ele encontrou na madeira carbonizada um símbolo icônico: a coalescência do objeto-suporte com a consciência ecológica”.

Além dos 34 capítulos que compõem um quadro completo dos 96 anos de vida de Krajcberg, de sua obra e evolução artística, e de seu ativismo ambiental, esta edição traz 32 páginas coloridas com obras selecionadas e um anexo com manifestos do artista, além de cerca de 50 imagens de arquivo em preto e branco que retratam o artista e sua história.

"João Meirelles consegue, neste livro, decifrar Frans Krajcberg e mostrá-lo sem retoques. A fusão do homem e do artista é feita com o distanciamento de um psicólogo ou de outro dedicado estudioso da natureza humana", Jacques Marcovitch.


Sobre o autor
João Meirelles
, nascido em São Paulo em 1960, é escritor e ativista socioambiental. Atualmente residindo entre Belém (PA) e Ribeirão Preto (SP), atua em organizações do terceiro setor há quatro décadas, principalmente à frente do Instituto Peabiru. É administrador de empresas (FGV-SP) e autor de 16 livros, metade sobre a Amazônia. Entre eles, destacam-se o livro de contos "O Abridor de Letras" (Record, 2017, Prêmio Sesc de Literatura) e "O Livro de Ouro da Amazônia" (Ediouro, 2004), além de obras sobre viajantes na Amazônia. Garanta o seu exemplar de "Frans Krajcberg: a Natureza como Cultura" neste link.


Ficha técnica
Livro "Frans Krajcberg: a Natureza como Cultura"
Autor: João Meirelles
Editora: Edições Sesc São Paulo
Coeditora: Edusp
Ano: 2024
Número de páginas: 376
ISBN: 978-85-9493-299-0 (Ed. Sesc SP)
978-65-5785-200-2 (Edusp)
Dimensões: 19 X 25 X 2,2 cm
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.: Jostein Gaarder reflete sobre o futuro da humanidade em novo livro


Com reflexões afiadas mas esperançosas, o autor de "O Mundo de Sofia" faz a pergunta mais importante do nosso tempo: como seremos capazes de preservar a civilização humana e a própria base da existência no nosso planeta?  “Não é estranho estarmos vivos? Não é estranho o mundo existir?”. Foi com essas perguntas que, ainda criança, Jostein Gaarder começou sua jornada filosófica. Hoje, em "Nós que Estamos Aqui Agora", o autor norueguês compartilha as reflexões que moldaram seu pensamento ao longo da vida. 

Combinando filosofia, ciência e uma narrativa profundamente humana, ele convida o leitor a contemplar questões essenciais sobre existência, meio ambiente e o legado que deixaremos para as próximas gerações. Em uma carta aberta aos seus netos - que devem viver até o fim do século XXI -, Gaarder aborda um dos maiores desafios do nosso tempo: a preservação da vida no planeta.

Diante das mudanças climáticas e da degradação ambiental, o autor reflete sobre o impacto das escolhas humanas e questiona como podemos garantir um futuro sustentável para as novas gerações. O livro apresenta uma visão ao mesmo tempo afiada e esperançosa sobre o destino da humanidade.

Com um texto acessível, mas longe de superficialidades, Gaarder, aos 72 anos, é o anfitrião de uma verdadeira epifania sobre a existência humana e a responsabilidade coletiva. "Nós que Estamos Aqui Agora" é um convite à reflexão e à ação, reforçando a importância de pensarmos sobre quem somos, o que fazemos e qual legado queremos deixar para o futuro. Compre o livro "Nós que Estamos Aqui Agora" neste link.

.: "Sete Minutos", peça de Antonio Fagundes, é publicada em livro


"Sete Minutos", dramaturgia escrita por Antonio Fagundes, acaba de ser publicada em livro pela editora Cobogó. Na peça, um ator veterano abandona o palco no meio de uma apresentação de Macbeth, de Shakespeare, irado com as interferências da plateia – barulhos de celulares, embalagens de comida – e inconformado com a falta de consideração por regras que acredita serem essenciais, como começar a peça no horário combinado, barrando os atrasados. A partir dessa crise, o fazer teatral e a relação do público com o teatro se tornam os temas do debate dos personagens nos bastidores, enquanto uma multidão indignada com a interrupção da peça se reúne do lado de fora.

Combinando reflexão, humor e crítica, Fagundes faz de Sete minutos uma declaração de amor ao teatro, considerado pelo protagonista o “último reduto de humanidade; a última esperança do calor humano, de contato real”. Escrita em 2002, ficando em cartaz daquele ano até 2004 e sendo vista por mais de 200 mil espectadores, a peça também antecipa a crise de concentração causada pela tecnologia, ao apontar o desafio de lidar com uma audiência programada para prestar atenção por não mais de sete minutos – o tempo calculado para um bloco de programa de televisão entre seus intervalos comerciais. Compre o livro "Sete Minutos" neste link.


Trecho

“Talvez sejamos os últimos a ainda exigir atenção. Paciência, cuidado, paixão. É a nossa falha. Queremos a alma de quem nos procura, não o dinheiro. Andamos na corda bamba da emoção, aqui em cima do palco, exigindo em troca, apenas, a rede carinhosa de proteção da plateia.”


Sobre o autor
Antonio Fagundes é ator, diretor, produtor, roteirista e dublador. Considerado um dos atores mais reconhecidos e prolíficos do Brasil, Fagundes ganhou notoriedade por suas performances nas telas e nos palcos. Recebeu vários prêmios ao longo de sua carreira de mais de cinco décadas, incluindo quatro Prêmios APCA, dois Prêmios Molière, dois Prêmios Qualidade Brasil, e dois Troféus Imprensa, além de ter recebido indicações para dois prêmios Grande Otelo e quatro Prêmios Guarani.


Sobre a coleção
A Coleção Dramaturgia publica, desde 2012, textos de dramaturgos da cena teatral brasileira e internacional. Os livros colaboram com o debate e a construção da memória do teatro do nosso tempo, marcando um novo registro do cenário da dramaturgia contemporânea. Em 2015, a Cobogó lançou ainda a Coleção Dramaturgia Espanhola, mais tarde a Coleção Dramaturgia Francesa (2019) e a Coleção Dramaturgia Holandesa (2022). A Coleção Dramaturgia possui mais de 100 títulos publicados, diversas peças premiadas, de mais de 70 importantes autores teatrais. Garanta o seu exemplar de "Sete Minutos" neste link.

Ficha técnica
Livro "Sete Minutos"
Autor: Antonio Fagundes
Número de páginas: 128
Capa: Ruan Oliveira
Encadernação: Brochura
Formato: 13 x 19 cm
ISBN: 978-65-5691-157-1 
Preço: 56,00
Editora: Cobogó

sábado, 15 de fevereiro de 2025

.: Inscrições abertas para o Prêmio Sesc de Literatura 2025


Escritores estreantes podem inscrever seus originais gratuitamente nas categorias Romance, Conto e Poesia. Livros vencedores em 2024. Foto: Gabriel Andrade

O Prêmio Sesc de Literatura, um dos mais importantes e consagrados do país voltado a escritores inéditos, estará com inscrições abertas no período de 10 de fevereiro a 10 de março de 2025. Podem ser inscritos originais ainda não publicados nas categorias Romance, Conto e Poesia. Os vencedores têm seus livros publicados pela Editora Senac Rio e recebem uma premiação em dinheiro no valor de R$ 30 mil cada. Também serão concedidas menções honrosas aos trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo finalistas na premiação. Interessados podem se inscrever gratuitamente pelo site www.sesc.com.br/premiosesc

“A expectativa pelo Prêmio Sesc de Literatura costuma ser grande, tanto para escritores quanto para o público leitor. Ao abrir espaço para novos autores, estamos proporcionando a renovação do cenário literário brasileiro e incentivando a formação de mais escritores. No ano passado, com a inclusão da categoria Poesia, registramos quase o dobro do número de inscrições, o que demonstra o potencial da produção literária nacional”, constatou a Diretora de Programas Sociais do Departamento Nacional do Sesc, Janaina Cunha.

Os trabalhos inscritos são analisados por comissões julgadoras de diferentes regiões do país, compostas por renomados escritores, jornalistas e críticos literários. O processo de avaliação tem como base o anonimato tanto dos autores quanto do júri, garantindo a lisura do projeto e a liberdade de análise das comissões julgadoras, que fazem a seleção pelo mérito literário, com soberania sobre a decisão final.

O resultado, que este ano também contemplará os finalistas, será divulgado em agosto e os vencedores vão ser apresentados ao público em uma cerimônia com noite de autógrafos no fim do ano. Após a publicação, os livros serão distribuídos na rede de bibliotecas e escolas do Sesc, em todas as regiões do país. Os escritores participarão, ainda, de bate-papos e mesas redondas em eventos culturais promovidos pelo Sesc ao longo de 2026.


A premiação
Criado em 2003, o Prêmio Sesc de Literatura já recebeu cerca de 22 mil originais e revelou ao mercado editorial 40 novos autores. Em 2024, os vencedores foram Ricardo Mauricio Gonzaga (ES), com o romance “Bololô: gaiola Vazia” (crítica neste link); Patrícia Lima (SP), com a coletânea de contos “A Glória dos Corpos Menores”; e Antonio Veloso Maia (RJ), com o livro de poesias “Contra a Parede”.


Leia +

.: "Bololô: gaiola Vazia", obra que redefine os limites da ficção brasileira

.: "Capitão América: admirável Mundo Novo" está em cartaz na rede Cineflix


"Capitão América: admirável Mundo Novo", o mais novo longa da Marvel Studios, chegou nesta quinta-feira, 13 de fevereiro, na rede Cineflix nos cinemas de todo o Brasil, apresentando Sam Wilson (Anthony Mackie) assumindo de vez o escudo mais famoso das telonas. A crítica do Resenhando.com já assistiu e escreveu a resenha. Leia neste link: "Capitão América: Admirável Mundo Novo" é bom, mas não inova. 

No filme, após se encontrar com o recém-eleito presidente dos EUA, Thaddeus Ross - interpretado por Harrison Ford em sua estreia no Universo Cinematográfico Marvel - Sam se vê no meio de um incidente internacional. Ele deve descobrir o motivo por trás de uma conspiração global nefasta antes que o verdadeiro gênio faça o mundo inteiro ser dominado pelo vermelho.

O produtor do longa e presidente do estúdio, Kevin Feige, comenta que Sam Wilson tomou a decisão de se tornar o Capitão América sem medo. “Mas o que significa ser o Capitão América quando você não é um super soldado, o que definitivamente sabemos que Sam Wilson não é, e em um mundo onde os Vingadores não estão ativos no momento?”, questiona.

"Capitão América: Admirável Mundo Novo" é estrelado por Anthony Mackie, Danny Ramirez, Shira Haas, Xosha Roquemore, Carl Lumbly, com Giancarlo Esposito, Liv Tyler, Tim Blake Nelson e Harrison Ford. O longa-metragem tem direção de Julius Onah e produção de Kevin Feige e Nate Moore. Louis D’Esposito e Charles Newirth atuam como produtores executivos.


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.: "O Caso do Homem de Uma História Só" continua a provocar às terças-feiras


Após a estreia com casa lotada, Diógenes Carvalho faz mais duas apresentações do solo "O Caso do Homem de Uma História Só" no Mi Teatro. Foto: Sergio Santoian

Com uma recepção calorosa do público em sua estreia, "O Caso do Homem de Uma História Só" segue sua temporada no Mi Teatro - o palco do centro gastronômico e cultural El Mercado Iberico. O monólogo autoral e autobiográfico, escrito e atuado por Diógenes Carvalho, cativou a plateia ao explorar os desafios da identidade, os limites das expectativas sociais e a busca por uma existência autêntica.

A peça apresenta a trajetória de um advogado e professor universitário que examina os dilemas existenciais de um homem que se vê preso a uma única narrativa, a do "homem bem-sucedido", e encontra na arte um refúgio e um ato de resistência contra a burocracia e as limitações impostas pela sociedade. Em cena, que se passa em um tribunal simbólico, Diógenes conduz o público por uma jornada de questionamentos e descobertas, transitando entre momentos de humor, crítica e introspecção.

Sob a direção de Raissa Gregori, que traz sua vasta experiência – estudou com Antunes Filho e Fernanda Montenegro, fundou os grupos XIX de Teatro, Tablado SP e Coletivo Bruto, presidiu a Fundação Brasileira de Teatro e atualmente atua como preparadora de elenco no audiovisual –, e com orientação dramatúrgica de Davi Novaes, a montagem propõe um debate profundo sobre a multiplicidade de caminhos que cada indivíduo pode trilhar. A narrativa se desenrola em um tribunal simbólico, onde o protagonista defende seu direito de ser mais do que uma única história, ampliando a discussão sobre liberdade e autoconhecimento.

A produção permanece em cartaz até 25 de fevereiro, com sessões às terças-feiras. Com duração de 30 minutos, a peça emociona e provoca reflexões no público, que se vê representado nos dilemas do personagem.


Sobre Diógenes Carvalho
Advogado, professor universitário e modelo, Diógenes Carvalho se destaca como um artista multifacetado. Além de sua trajetória consolidada no Direito, com diversas publicações acadêmicas e uma carreira internacional, explora outras formas de expressão, incluindo teatro, música e fotografia. Aos 45 anos, sua incursão no palco reafirma a capacidade de reinventar-se e desafiar rótulos, inspirando outros a fazerem o mesmo.


Serviço
Espetáculo "O Caso do Homem de Uma História Só"
Autor e elenco: Diógenes Carvalho
Orientação de dramaturgia: Davi Novaes
Direção: Raissa Gregori
Cenografia: Fabiana Queiroga
Desenho de luz: Gustavo Almeida
Figurino: Camargo Alfaiataria
Local: Mi Teatro - El Mercado Iberico
Rua Pamplona , 310 - Jardim Paulista
Telefone: (11) 99418-1978
Datas: 18 e 25 de fevereiro, terças-feiras, às 20h00
Ingressos: R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia-entrada)
Sympla: https://bit.ly/3PYGK5s
Duração: 30 minutos
Classificação indicativa: 12 anos
Capacidade: 60 lugares
Cafeteria

.: Revista "Artéria" faz 50 anos com lançamento de filme e revista em SP


Longa-metragem documental "Artéria: poesia em Revista", que narra cinco décadas de história da revista de poesia experimental mais longeva do país, será lançado no dia 20 de fevereiro de 2025, no Canal Curta!, ficando disponível na plataforma de streaming do canal

De todas as revistas independentes de veiculação poética que surgiram a partir da década de 1970 no Brasil, "Artéria" é a única sobrevivente, ainda em atividade. Veiculou trabalhos inéditos de importantes personalidades como Augusto de Campos, Décio Pignatari, Julio Plaza, Regina Silveira, Arnaldo Antunes, Lenora de Barros e muito mais, reunindo mais de 200 colaboradores ao longo de sua existência.

Resistindo como a revista de poesia experimental mais longeva do país, editada sempre de modo independente pelos poetas Omar Khouri e Paulo Miranda, a revista "Artéria" completa 50 anos em 2025. Ao longo de sua trajetória, foram publicados 11 números e, a cada edição, assumiu um novo formato: foi sacola, fita cassete, caixa de poemas, caderno e website. Para comemoração de seus 50 anos, a revista traz nova edição em dois volumes, 1 e 2, que performam a Artéria 12, abrigados por uma luva, com participações de Augusto de Campos, Regina Silveira, Arnaldo Antunes, Alice Ruiz, Lenora de Barros, Tadeu Jungle, Walter Silveira e outros.

Nomes que também participam do documentário “Artéria: poesia em Revista”, dirigido por Bruna Callegari, produzido em parceria com o Canal Curta!. O filme resgata a história da publicação, perpassando suas edições e os mais significativos poemas publicados, ao mesmo tempo em que propõe um mergulho na cena de revistas que eclodiu nos anos 1970, com títulos memoráveis como "Navilouca", "Código", "Qorpo Estranho", "Poesia em Greve", "Muda" e outras. “Os maiores poetas (escritos) dos anos 70 não são gente: são revistas”, a frase dita por Paulo Leminski resume a efervescência da produção editorial independente nesse período.

“Tais publicações, hoje lendárias, veicularam a mais inventiva poesia que se fez no Brasil, quiçá no mundo. E Artéria segue fazendo isso até hoje. É um biscoito fino do gênero, absolutamente histórica! Uma revista que merecia uma maior circulação. O filme tem essa missão: além de revisitar a memória da poesia de invenção brasileira, também divulgá-la para um público mais amplo”, conta a diretora Bruna Callegari, que entrevistou 22 personalidades, destacando o poeta concreto Augusto de Campos, cujo legado é um dos assuntos centrais do documentário.

Com rico material de arquivo, músicas de Itamar Assumpção, Walter Franco e Arnaldo Antunes, além de trilha sonora original de Cid Campos, o filme resgata histórias de figuras importantes como Paulo Leminski, Waly Salomão, Antonio Risério, Ivan Cardoso, Julio Plaza, Erthos Albino de Souza, e do famoso Trio Noigandres, apresentando imagens inéditas e pouco conhecidas dos poetas Augusto de Campos, Haroldo de Campos e Décio Pignatari. Encontros na casa de Augusto de Campos e Lygia Azeredo. Material inédito do filme.

Em certa altura do filme, Augusto de Campos reflete: “Foram revistas como a 'Artéria' que nos acolheram. Poderiam não ter acolhido, poderiam ter publicado somente a obra dos jovens, mas havia uma afinidade de projeto literário muito grande entre nós, e a nossa produção fluiu através delas, alcançando as gerações que vieram depois de nós”.


Depoimento de Augusto de Campos (93) é destaque do documentário
A realização do filme, pautada por uma pesquisa cuidadosa, levou dez anos até a sua conclusão. O projeto contou com apoio do Canal Curta! e fomento do Fundo Setorial do Audiovisual, por meio da Ancine e do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). A produção é da Espaço Líquido Audiovisual.


Serviço
Sessões do documentário, lançamento da revista Artéria #12 e bate papo com equipe

Sesc Belenzinho,  São Paulo
20 de fevereiro – Quinta-feira – às 19h30
Lançamento da revista e exibição do filme, seguidos de bate-papo.
Sujeito à lotação. Os ingressos serão distribuídos 1 hora antes da sessão.
R. Padre Adelino, 1000 – Belenzinho – Gratuito – Classificação Livre

Estreia no canal Curta!
20/02 – Quinta-feira – às 22h20
Reprises: 21/02 às 16h20, 22/02 às 15h30, 23/02 às 22h30, 24/02 às 10h20

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

.: Crítica: "Capitão América: Admirável Mundo Novo" é bom, mas não inova

Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com

Em fevereiro de 2025


Há tempos que as histórias cinematográficas para heróis foram saturadas. Sem a icônica introdução com o logotipo da Marvel, "Capitão América: Admirável Mundo Novo" chega às telonas da Cineflix CinemasCom seriedade, incluindo imagens longe do coloridão bastante visto, o longa com direção de Julius Onah (O Paradoxo Cloverfield), tenta unir as pontas soltas de produções anteriores, como por exemplo "Falcão e o Soldado Invernal" e "Eternos", porém não empolga. 

Não por trazer o antigo Falcão Negro como Capitão América, o que causa certo estranhamento em alguns fãs dos filmes da Marvel, ainda que tal evolução tenha acontecido nas histórias em quadrinhos. O filme que soma 1 horas e 58 minutos de duração, segue fielmente a fórmula Marvel, com pancadaria, problemas a serem resolvidos, alguns confrontos e o grande embate final, incluindo um super soldado, um agente infiltrado, uma mulher que luta com sangue nos olhos, uma maligna mente brilhante fazendo o que deseja.

"Capitão América: Admirável Mundo Novo" deixa a sensação de que falta algo. De fato, lá não estão os heróis que aprendemos amar, alguns nem mesmo para uma participação que seja. Assim, quando se vê Bucky Barnes (Sebastian Stan) a reação de alegria na sala de cinema é geral. De fato, é muito bom reconhecer mais alguém de peso na historia. E, para piorar, o grande momento do Hulk Vermelho demora muito a acontecer. 

A trama sobre problemas no governo dos E.U.A. esbarrando no Capitão e seus amigos não consegue envolver, mas garante boas sequências do protagonista com suas asas poderosas. Não como há deixar de se encantar quando Sam Wilson paramentado dá rasantes e fica paralelo aos caças, por exemplo. É indiscutivelmente lindo de se ver na telona. 

No entanto, ficam devendo em certas cenas, tanto o Capitão quanto o vilão Samuel Sterns (Tim Blake Nelson, de "O Incrível Hulk", de 2008), homem que foi exposto aos raios gama (assim como o verdão de "Os Vingadores") e sofre uma anomalia. Assim, toda a expectativa recaí no Hulk Vermelho que acaba resumido num ataque de fúria com a solução vinda pelo amor de uma mocinha.

Fica de alento o fato de a Cineflix Cinemas ofertar gratuitamente um poster para os primeiros clientes do filme, além de vender um lindo balde de pipoca colecionável, com tampa, uma vez que o filme entretém por duas horas. De toda forma, o longa que teve diversas cenas regravadas e fica como homenagem a Harrison Ford, o eterno Indiana Jones que está com 82 anos, faz valer a diversão, tendo ainda uma cena pós-crédito!

O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN


"Capitão América: Admirável Mundo Novo" (Captain America: Brave New World). Ingressos on-line neste linkGênero: ação, ficção científicaClassificação: 12 anos. Duração: 1h58. Ano: 2024. Direção: Julius Onah. Roteiro: Julius Onah, Dalan Musson, Malcolm Spellman, Peter Glanz, Rob Edwards. Sinopse: Após o surgimento do Celestial Tiamut, a "Ilha Celestial", começa uma corrida armamentista por um novo metal, o adamantium, encontrado nela. Thaddeus Ross é eleito presidente dos Estados Unidos com uma plataforma de negociação de comércio igualitário do metal com outros países. Cinco meses depois, Ross convoca Sam Wilson e o novo Falcão, Joaquin Torres, para interceptar uma venda ilegal de adamantium, que havia sido roubada do Japão, em Oaxaca, pela Sociedade da Serpente e seu líder, Coral. Depois de completar a missão, Sam apresenta Torres a Isaiah Bradley para um treinamento adicional. Confira os horários: neste link

Trailer "Capitão América: Admirável Mundo Novo"





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.: Crítica: "Eternos" é a continuação de um universo com novos super-heróis

.: Música: para Pedro Luís, tudo termina em amor no disco

Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

Quinto na discografia solo de Pedro Luís e primeiro do artista pela gravadora Biscoito Fino, o disco “E se Tudo Terminasse em Amor?” reúne canções inéditas compostas para o projeto, que começou a ser concebido ainda na pandemia. E acabou por mostrar um lado consistente desse artista que já consolidou seu espaço na nossa MPB. 

De sonoridade pop, o álbum inaugurou um novo processo criativo na carreira de Pedro Luís. Segundo ele, tudo foi programado. Ele optou por explorar o tema amor nas canções. E pela primeira vez ele participou de todos os estágios, não se limitando apenas na produção das composições, mas sim em toda construção sonora do disco.

A ideia de Pedro Luis era fazer um disco que falasse de amor, em suas mais variadas formas: o amor romântico, o amor que se revolta, o amor por outro ser humano, pela cidade à sua volta.  Lucky Luciano, seu parceiro de longa data, mandou duas letras que se transformaram nas canções “Abraços dos amantes” e “Vem amar comigo”, de onde aliás saíram os versos que dão nome ao álbum.

Também se aproximou de pessoas com as quais nunca havia composto, como Letícia Fialho, de Brasília, que ele conheceu através do disco que ela lançou, ‘Maravilha marginal”.  Essa parceria está no disco na faixa “Gole contra golpe”.

Outras duas compositoras fizeram parcerias no projeto: Ana Carol e Gisele de Santi. Pedro Luís conheceu o trabalho de Gisele ouvindo o álbum “Vermelho e demais matizes”, e a convidou para duas parcerias: “Muito amor", gravada em dueto pelos dois, e "Choro Punk".

O disco conta com a participação luxuosa de Chico César nos vocais: A faixa “‘Carinho na Rede’ é uma reflexão sobre nosso tempo manifestado pelas mídias digitais. Um tema que tem tudo a ver com o momento atual.

O repertório traz ainda as inéditas “É Tempo”, parceria com Rogério Batalha; “Pressa”, com Marco André, e “Na Flauta”, que Pedro Luís compôs sozinho. A surpresa ficou para o final: a versão reggae para “Muito Romântico”, clássico de Caetano Veloso.

Pedro Luís divide a produção de “E se tudo terminasse em amor?” com André Moraes, músico, produtor musical e autor de trilhas sonoras para cinema, teatro e televisão. O disco já pode ser conferido nas plataformas de streaming.


Muito Romântico


Abraço dos Amantes


Na Flauta



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