sábado, 5 de julho de 2025

.: Bianca Rinaldi e Rodrigo Phavanello na comédia "Casa, Comida e Alma Lavada"


Destaque pelos palcos de diversas cidades brasileiras, peça de autoria Américo Nouman Jr. e Ricardo Tibau, terá apresentações aos sábados no palco do Teatro Santo Agostinho

Com sucesso de público pelos palcos de diversas cidades brasileiras, a  comédia “Casa, Comida e Alma Lavada”, com autoria de Américo Nouman Jr. e Ricardo Tibau, anuncia nova temporada na cidade de São Paulo. Com estreia neste sábado, dia 5 de julho, no palco do Teatro Santo Agostinho, a peça destaca em cena, os atores Bianca Rinaldi (Tânia Mara). e Rodrigo Phavanello (Luis Alberto) e contará com apresentações nos sábados 12, 19 e 26 de julho.

“Estar no palco representando, é uma realização uma alegria transbordante e quando sento que o público participa do começo ao fim, rindo, se vendo em cena, refletindo, se envolvendo junto com gente nessa história, a realização e a alegria se tornam missão cumprida. Vou pra casa com a Alma Lavada”, comenta a atriz Bianca Rinaldi, no elenco desde do início da montagem, em setembro de 2024, no Rio de Janeiro.

“Com muito humor e uma boa dose de realidade, Casa, Comida e Alma Lavada nos faz rir e refletir sobre os altos e baixos da vida a dois. Entre trocas de farpas e momentos de cumplicidade, a peça mostra que, no fim das contas, o amor que resiste ao tempo é aquele que aprende a rir de si mesmo”, pontua o ator Rodrigo Phavanello, que passou a dividir o palco com Bianca, em março deste ano.

A comédia "Casa, Comida e Alma Lavada" apresenta ao público, com muito humor e irreverência, a história de Tânia Mara e Luís Alberto, onde após 20 anos de casados, resolvem aderir à DR (Discussão da Relação), quando vem à tona toda a trajetória do relacionamento, desde os apaixonados tempos de namoro até os dias atuais, onde, de ambas as partes, são revelados os detalhes e os segredos mais íntimos da relação e também dos que nela estão envolvidos.

Com direção assinada pelo experiente diretor Rogério Fabiano, a montagem preserva com excelência, a essência do texto, com os atores mantendo interação com o público, que acabam contando suas histórias e ao se identificarem com essa troca de farpas, chegam à conclusão de que na tradicional guerra dos sexos, quando o amor resiste ao tempo lutando contra tudo e contra todos, não existe um vencedor.

"Nada mais compensador para um autor do que ver sua obra crescer. O espetáculo 'Casa, Comida e Alma Lavada!' é para mim como um filho primogênito que faz os pais vibrarem na primeira palavra, no primeiro passo, no primeiro banho. 'Casa, Comida e Alma Lavada' foi a primeira peça escrita, a primeira montada, a primeira remontada, a primeira a trocar elenco. Agora, nessa nova temporada, está adulta. A sensação é quase a mesma de um pai ao ver seu primogênito se formando na faculdade", comemora o autor Américo Nouman Jr, que fez a estreia do texto da comédia em setembro de 2003.

Ficha técnica
Espetáculo "Casa, Comida e Alma Lavada"
Elenco:  Bianca Rinaldi  e Rodrigo Phavanello
Direção: Rogério Fabiano
Direção de movimentos: Ciro Barcelos
Cenário e figurinos: Márcio Araújo
Customização: Débora Munhyz
Designer de luz: Rafael Burgath
Trilha sonora: Miguel Briamonte
Produção executiva: Gherardo Franco
Produção: Rama Kriya Produções
Assessoria de imprensa: Davi Brandão


Serviço
Espetáculo "Casa, Comida e Alma Lavada" 
Temporada: apresentações aos sábados, dias 5, 12, 19 de julho, às 20 horas e  26 de julho, às 18 horas.
Teatro Santo Agostinho–  Rua Apeninos, 118, na Liberdade
Ingressos: R$ 100,00 (Bilheteria Express:  https://abrir.link/RGvuH)
Classificação: 14 anos
Duração: 75 minutos
Gênero: comédia
Acessibilidade: teatro acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida.

.: Flávia Reis faz estreia paulistana da comédia "Neurótica!" no Teatro J. Safra


Com direção de Márcio Trigo e roteiro de Henrique Tavares, espetáculo cria discussão bem-humorada sobre sobre a sobrecarga ainda enfrentada pelas mulheres. Foto: Tercianne Melo

A divertidíssima comédia "Neurótica!", estrelada pela atriz Flávia Reis, estreou em 2014 no Rio de Janeiro, onde fez várias temporadas de sucesso. E, agora, o espetáculo, com direção de Márcio Trigo e roteiro de Henrique Tavares,  desembarca na capital paulista para série de novas apresentações de 5 de julho a 31 de agosto, no Teatro J.Safra, aos sábados, às 21h00, e aos domingos, às 19h00.

Após séculos de preconceitos e discriminações, a mulher passou a ocupar espaços que eram antes exclusivamente ocupados pelos homens e a exercer um papel fundamental na organização da nossa sociedade. Entretanto, elas não deixaram para trás sua função de mãe e esposa. Essa sobrecarga dos afazeres do lar e da profissão, aliada ao ritmo acelerado dos nossos dias, gerou esses tipos femininos cômicos e curiosos. 

E Flávia Reis, que há 15 anos pesquisa o humor no gênero feminino, se apropria justamente da figura dessas mulheres conhecidas popularmente como neuróticas para satirizar os pequenos dramas da sociedade contemporânea, de forma crítica e com bastante ironia e acidez. A atriz se divide entre 11 personagens femininos, colocando uma lente de aumento nas figuras neuróticas do dia-a-dia. A trama é conduzida por uma terapeuta que, em uma palestra absolutamente equivocada sobre neuroses, apresenta tipos como a mulher que perde o próprio carro no estacionamento, a idosa pessimista que prevê o fim do mundo ao comer um tomate com agrotóxico e “Fernanda”, a cerimonialista que se atrapalha ao atender vários celulares ao mesmo tempo.


Sobre Flávia Reis
Flávia Reis
é atriz e comediante formada em Artes Cênicas pela UniRio, com formação em workshops de grandes nomes da comédia internacional. No teatro, atuou ao lado de Paulo Gustavo em “Hiperativo" e “On Line”,  e segue em cartaz com o solo “Neurótica!" desde 2014, além de seguir ao lado de Ricardo Cubba apresentando o espetáculo “Deixa que eu Conto”,  em turnê por teatros e casas de comédia do Brasil. Na televisão, destacou-se em programas de humor do Canal Multishow como “220 Volts”, “Não Tá Fácil pra Ninguém” e “Vai que Cola”. Já na TV Globo, integrou o elenco das novelas "Amor Eterno Amor" e “Travessia”. Na Netflix, participou da série "Sem Filtro” e do longa “Um Natal Cheio de Graça”. No Prime Video, foi vencedora do reality “LOL – Se Rir Já Era”.  Atualmente, integra a série “Cosme e Damião”, exibida no Globoplay além de viver Jacira em "Garota do Momento” novela que vem fazendo um enorme sucesso no horário das seis da TV Globo.


Ficha técnica
Espetáculo "Neurótica!"
Idealização e atuação: Flávia Reis
Direção: Márcio Trigo
Texto: Henrique Tavares e Flávia Reis
Participação: Flavio Souza
Direção musical e trilha sonora original: Guilherme Miranda
Iluminação: Aurélio de Simoni
Sonorização: Vinicius Geria
Cenário: Mina Quental
Coreografia: Andrea Jabor
Figurinos: Flávio Souza
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Design gráfico: Hannah23
Videografismo: Rico Vilarouca e Renato Vilarouca
Produção executiva: Juliana Trimer
Realização: Rainha Produções


Serviço
“Neurótica”, com Flávia Reis
Temporada: 5 de julho a 31 de agosto aos sábados, às 21h00, e aos domingos, às 19h00
Teatro: J. Safra - Rua Josef Kryss, 318, Barra Funda, São Paulo
Ingressos: R$30 a R$ 80
Venda on-line em https://www.eventim.com.br/artist/flavia-reis/
Bilheteria: às quartas e quintas, das 15h às 20h; às sextas, aos sábados e aos domingos, das 15h até o horário dos espetáculos
Fone bilheteria: (11) 3611-2561
Classificação: 14 anos
Duração: 70 minutos
Capacidade: 627 lugares
Acessibilidade: teatro acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida

.: "Sombras no Final da Escadaria", solo com Vannessa Gerbelli, estreia em SP


Teatro Sérgio Cardoso recebe Sombras no Final da Escadaria, com Vannessa Gerbelli e direção de Amir Haddad. Comédia dramática inédita de Luiz Carlos Góes reflete, com humor ácido e confissão, sobre fracasso, resistência e os bastidores do teatro. Foto: Guga Melgar
 


Com estreia marcada para este sábado, dia 5 de julho, e temporada aos sábados e domingos, sempre às 18h00, o público poderá conferir no Teatro Sérgio Cardoso, espaço da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Cri;ativas do Estado de São Paulo, gerido pela Associação Paulista dos Amigos da Arte (APAA),  o espetáculo Sombras no Final da Escadaria, estrelado por Vannessa Gerbelli e dirigido por Amir Haddad. A peça marca a última obra inédita do dramaturgo carioca Luiz Carlos Góes (1944-2014), reconhecido por seu humor mordaz e olhar crítico sobre os comportamentos humanos.

A trama gira em torno de uma atriz sem nome, como escolheu o autor, que, após uma estreia desastrosa, decide ocupar o teatro e anuncia que só sairá dali à força. O espetáculo que ela apresenta à plateia é uma mistura de embromação cômica e confissão emocional, alternando entre o absurdo, o humor rasgado e momentos de profundo desabafo. Aos poucos, o nonsense dá lugar a uma fala direta, dolorida e provocadora, expondo camadas de frustração, misoginia, abusos e a solidão de quem insiste em fazer arte em um país que frequentemente ignora sua cultura.

“As questões da submissão e objetificação femininas ( importante dizer que hoje já se fala de muitos homens que passaram por isso também) me mobilizam desde criança. Quando li essa peça, me deliciei com o humor absurdamente corajoso do Luiz Carlos em seu auge, mas também reconheci  a denúncia e o grito dessas pessoas, sobretudo mulheres, que ecoam em minha subjetividade há tanto tempo. Além disso, Trabalhar com Amir é sempre meu maior prazer no teatro. Fico muito feliz de trazer essa obra  a São Paulo, onde comecei minha carreira”, complementa a atriz Vannessa Gerbelli. "Sombras no Final da Escadaria" é um convite à reflexão: como seguir adiante após o fracasso? Que sombras rondam uma mulher artista, sozinha no palco, diante da expectativa de um público?


Ficha técnica
Espetáculo "Sombras no Final da Escadaria"
Texto: Luiz Carlos Góes
Direção: Amir Haddad
Com: Vannessa Gerbelli
Iluminação: Paulo Denizot
Assistência de direção: Máximo Cutrim
Trilha sonora: Máximo Cutrim e Vannessa Gerbelli
Figurino: Vannessa Gerbelli
Assistência de figurino: Ciça Fillon
Fotos originais: Guga Melgar
Design São Paulo: Jayme Koatz
Design original: Antônio Kvalo
Direção de arte original: Beli Araújo
Operação de luz: Nic Matheus
Livro da peça: Editora O Sexo da Palavra
Produtores: Françoise Fillon e Joaquim Vicente
Produção: Grupo Prismma e Teatro da Gente
Realização: Gelsomina Produções Artísticas


Serviço
Espetáculo "Sombras no Final da Escadaria"
Temporada: 5 a 27 de julho de 2025, sábados e domingos, às 18h
Ingressos: R$ 90,00 (inteira) | R$ 45,00 (meia-entrada) | Sympla
Local: Teatro Sérgio Cardoso – Sala Paschoal Carlos Magno | Rua Rui Barbosa, 153 - Bela Vista - São Paulo/SP
Duração: 1h20
Classificação etária: 16 anos
Capacidade: 143 lugares + 6 espaços para cadeirantes

.: Fulvio Stefanini retorna ao Teatro Uol para comemorar 70 anos de carreira


Montada em mais de 30 países, peça escrita pelo francês Florian Zeller rendeu ao brasileiro os Prêmios Shell e Bibi Ferreira de melhor ator. Foto: João Caldas F.º. 


Sucesso de público e de crítica, a premiada peça "O Pai", escrita pelo francês Florian Zeller, já foi vista por mais de 120 mil pessoas em suas mais de 300 apresentações desde a estreia em 2016. E, agora, a montagem brasileira volta ao palco do Teatro Uol para comemorar os 70 anos de carreira de Fulvio Stefanini, que ganhou os prêmios Shell e Bibi Ferreira de melhor ator por este trabalho. A nova temporada acontece de 5 de julho a 31 de agosto, com apresentações aos sábados e domingos, às 18h00.

A montagem, dirigida por Léo Stefanini, filho de Fulvio na vida real, levou também  os prêmios de melhor cenografia e melhor espetáculo do ano. Ainda no elenco estão Carol Gonzalez, Paulo Emílio, Fulvio Filho, Déo Patrício e Carol Mariottini. Encenado em mais de 30 países, o texto foi adaptado pelo próprio autor para o cinema em um filme de 2020, estrelado por Anthony Hopkins, que levou o Oscar nas categorias de melhor ator e roteiro adaptado. Recentemente, Florian Zeller estreou outro drama nas telonas, “O Filho” (2022), lançado neste ano no Brasil.

A peça ainda ganhou em 2014, na França, o famoso Prêmio Molière, nas categorias de melhor espetáculo, ator e atriz. E, na Inglaterra, foi eleita a peça do ano pelo jornal The Guardian. "O Pai" conta a história de André, um idoso de 80 anos, rabugento, porém muito simpático e divertido. Quando a memória dele começa a falhar, a sua única filha vive um dilema: deve levá-lo para morar com ela e contratar uma enfermeira para ajudá-la a cuidar dele ou deve interná-lo em um asilo - para poder curtir a vida ao lado de seu novo namorado? 

Com tom poético e um leve humor requintado, a peça trata desse tema comovente com leveza e sensibilidade, e nos convida a pensar sobre questões como a convivência familiar, o envelhecimento e as nossas escolhas na vida.


Ficha técnica
Espetáculo "O Pai"
Texto: Florian Zeller
Tradução: Carol Gonzalez e Lenita Aghetoni
Direção: Léo Stefanini
Elenco: Fulvio Stefanini, Carol Gonzalez, Fulvio Filho, Deo Patricio, Carol Mariottini e Paulo Emilio Lisboa
Luz: Diego Cortez
Som: Raul Teixeira e Renato Navarro
Figurinos: Lelê Barbieri
Técnicos: Diego Cortez e Ronaldo Silva
Design: Eric Aguiar
Assessoria de Imprensa: Pombo Correio
Realização: Cora Produções Artísticas


Serviço
Espetáculo "O Pai", de Florian Zeller
Temporada: de 5 de julho a 31 de agosto
Aos sábados e domingos, às 18h
Teatro UOL - Shopping Pátio Higienópolis - Avenida Higienópolis, 618 - Higienópolis
Ingressos: Plateia VIP - R$ 150,00 (inteira) e R$ 75,00 (meia-entrada) | Plateia – R$ 120,00 (inteira) e R$ 60,00 (meia-entrada)
Venda on-line em https://teatrouol.com.br/espetaculos/o-pai-2/
Classificação: 14 anos
Duração: 90 minutos
Capacidade: 305 lugares
Acessibilidade: o teatro é acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida.

.: Herson Capri e Caio Blat em nova temporada de "Memórias do Vinho"


Herson Capri e Caio Blat voltam em cartaz com o sucesso Memórias do Vinho, no Teatro Renaissance, a partir de 5 de julho. Com direção de Elias Andreato, o texto de Jandira Martini e Maurício Guilherme retrata pai e filho que se reencontram após longo período de distância para um acerto de contas. Foto: Roberto Setton

Os talentosos atores Herson Capri e Caio Blat interpretam pai e filho em "Memórias do Vinho", último texto escrito para teatro pela saudosa Jandira Martini, que faleceu em janeiro de 2024, em colaboração com Maurício Guilherme. A peça inédita foi criada a partir de uma ideia do produtor Fernando Cardoso, que produz a peça ao lado de Roberto Monteiro, seu sócio na Mesa2 Produções. 

Com direção de Elias Andreato, o espetáculo que cumpriu temporada de imenso sucesso no Teatro Vivo em 2024, volta em cartaz, agora no Teatro Renaissance, de 5 a 27 de julho, sábados, às 21h00, e domingos, às 19h00. Tomando como contexto o fascinante universo dos vinhos, capaz de resgatar a História da humanidade desde tempos imemoriais, a peça retrata o reencontro entre pai e filho que estão afastados há muitos anos. Reunidos por pura necessidade, o filho vê na adega do mais velho uma chance de sair da ruína financeira vendendo algumas garrafas.

A preciosa adega, formada por garrafas colecionadas como antigos presentes, compras de oportunidade e raridades arrematadas em leilões caríssimos, representa uma espécie de biblioteca de memórias – muitas delas difíceis de serem degustadas. E, no meio das garrafas, o filho encontra um diário secreto dos vinhos, escrito pelo pai, contendo informações detalhadas sobre quando cada garrafa foi adquirida e aberta.

O curioso diário, capaz de despertar prazer em qualquer enólogo, conta não apenas a trajetória da adega e dos vinhos contidos nela, mas a história de toda uma vida. No entanto, inesperadas revelações mudam o rumo desse encontro, transformando-o em um tenso acerto de contas. Estariam pai e filho prontos para um brinde final?

“Essa história revela o aspecto efêmero que só o teatro é capaz de registrar – em oposição direta ao contexto atual, no qual imagens e sons são captados freneticamente por smartphones e câmeras. Não seria esse um ponto de encontro entre Vinho e Teatro - ambos criados pelo deus Baco para celebrar o prazer de viver intensamente o momento?”, comenta o produtor Roberto Monteiro. "Memórias do Vinho" é apresentado pela Mesa2 Produções.


Ficha técnica
Espetáculo "Memórias do Vinho"
Autores: Jandira Martini e Maurício Guilherme
Direção: Elias Andreato
Assistente de direção: Rodrigo Frampton
Cenário: Rebeca Oliveira
Contrarregra: Tico (Agilson dos Santos)
Figurino: Mari Chileni
Camareira: Gisele Pereira
Iluminação: Cleber Eli
Operação de luz: Ian Bessa
Operação de som: Eder Soares
Trilha: Elias Andreato
Fotos: Nana Moraes
Design e identidade visual: Rodolfo Rezende / Estúdio Tostex
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Produção Executiva: Elisangela Monteiro
Direção de produção: Fernando Cardoso e Roberto Monteiro
Realização: Mesa2 Produções


Serviço
Espetáculo "Memórias do Vinho", de Jandira Martini e Maurício Guilherme
Temporada: de 5 a 27 de julho - sábados, às 21h00, e domingos, às 19h00
Teatro Renaissance - Alameda Santos, 2233 - Jardim Paulista / São Paulo
Ingressos: R$ 150,00 (inteira), R$ 75,00 (meia-entrada)
Lotação: 432 lugares
Venda on-line pelo Sampa Ingressos: www.sampaingressos.com.br
Bilheteria (sem taxa de conveniência): aberta 2 horas antes das sessões.
Classificação: 12 anos
Duração: 70 minutos
Capacidade: 432 lugares
Acessibilidade: Teatro é acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida
Bilheteria (sem taxa de conveniência): aberta de sexta a domingo a partir das 14h até o início do espetáculo.
Acessibilidade: o teatro comporta 432 pessoas, sendo 412 poltronas numeradas e oito espaços para cadeirantes. Dentre os 412 lugares fixos nós temos: 8 poltronas “Assentos Obeso” e outras 8 poltronas para deficientes visuais com espaço reservado para o cão guia.
* O comprovante de meia-entrada deverá ser apresentado na entrada do espetáculo.

.: "A Autoestima do Homem Hétero" é uma sátira afiada sobre as relações


Mais do que uma sátira, o espetáculo é um convite ao olhar crítico e ao empoderamento feminino, sem excluir os homens da conversa — pelo contrário: provoca todos os públicos a se reconhecerem e refletirem. Comédia de Amanda Mirásci, com direção de Martha Nowill, estreia dia 5 de julho no Teatro Uol. Foto: Julia Lego


Prepare-se para o lançamento mais inusitado do ano. Chega aos palcos “A Autoestima do Homem Hétero”, um espetáculo que promete revolucionar o imaginário coletivo com uma pergunta provocadora: e se fosse possível encapsular a inabalável confiança dos homens héteros e oferecê-la, em forma de pílula, às mulheres? Idealizado, escrito e protagonizado por Amanda Mirásci, com direção de Martha Nowill, o monólogo é uma sátira afiada sobre as relações afetivas, a construção da autoestima e os comportamentos masculinos que a sociedade ainda naturaliza.

No centro da história está Carina, uma farmacêutica que desenvolveu um medicamento revolucionário: a autoestima do homem hétero em cápsulas. Em uma noite decisiva - o lançamento oficial do produto - Carina apresenta ao público os componentes desta fórmula milagrosa, reencenando situações hilárias e dando vida aos homens que serviram de “matéria-prima” para sua criação.

Cada componente do remédio foi inspirado em um “tipo” masculino que Carina encontrou ao longo do caminho: o cara do violão, que nunca perde a chance de se exibir com seu imenso repertório de cinco músicas; o sujeito da caixa de som, que domina a praia como se fosse o DJ residente do mundo; o match do Tinder que, mesmo longe dos padrões de beleza, exige mulheres sem celulite; e tantos outros homens héteros de autoestima inflada que acabaram virando objeto de estudo dessa inusitada pesquisa.

À medida que apresenta os efeitos e os testes da fórmula, Carina também revela suas próprias vulnerabilidades: dilemas familiares, traumas afetivos e a incômoda presença da "síndrome da impostora", que ameaça sabotá-la a cada passo. Para ganhar autoconfiança, ela decide tomar sua própria invenção — que promete revolucionar o mundo. Mas ninguém estava preparado para as consequências… nem ela própria!

“A peça surgiu da minha vida real. Das minhas relações, das histórias das minhas amigas, da minha irmã… Situações que parecem pontuais, mas que, ao serem compartilhadas, revelam um padrão. O cara que explica o que você acabou de dizer, o pai que acha que ‘ajudar’ na criação dos filhos é um favor, o homem que se sente o máximo só por existir”, comenta Amanda Mirásci.

“Apesar do título, 'A Autoestima do Homem Hétero' não é um espetáculo só para mulheres. Os homens estão convidados — de verdade — a rir de si mesmos e, quem sabe, repensar atitudes. Porque se a gente quer mesmo mudar alguma coisa, eles precisam estar nessa conversa também”, conclui Amanda.

A diretora Martha Nowill reforça que incluir os homens no debate é essencial: “O que estamos criando é uma peça muito divertida e agregadora. Não é uma peça agressiva que vai constranger os homens. Muito pelo contrário, vamos fazer eles se enxergarem e falarem sobre si mesmos”.

Em cena, Amanda interpreta sozinha uma série de figuras distintas: “Temos muitos personagens na peça, e a Amanda dá vida a todos eles. O que estamos buscando é, a partir das ferramentas da própria atriz, extrair o que há de mais simbólico em cada construção cênica. Como traduzir isso no corpo dela? Quando é a Amanda e quando é o pensamento do outro? Como fazer com que ela assuma tantas identidades de forma clara, compreensível, sem que se torne uma confusão? Estamos trabalhando esse corpo, essa voz, essa escuta e essa compreensão profunda.”


Sobre Amanda Mirásci
Atriz e dramaturga, foi indicada aos prêmios Cesgranrio e APTR por Uma Vida Boa, de Rafael Primot. Atuou também em Mansa, Inútil a Chuva (Armazém Cia. de Teatro), O Branco dos Seus Olhos, entre outros. No cinema, está em Todo Clichê do Amor. Na TV, integrou elencos de A Lei do Amor, Cara e Coragem e Garota do Momento, da TV Globo, e da série Ringue, do Canal Brasil.


Sobre Martha Nowill
Diretora, atriz e roteirista, atua no teatro, cinema e televisão desde os 18 anos. É formada em Cinema pela FAAP e Teatro pela Escola Célia Helena. Assina roteiros e colaborações para revistas como Piauí, TPM, Bazaar, Vogue, Carta Capital e Folha de S.Paulo. Seu trabalho mais recente nos palcos é Pagú – Até Onde Chega a Sonda, que também idealizou e protagonizou.


Ficha técnica
Espetáculo "A Autoestima do Homem Hétero"
Idealização, texto e atuação: Amanda Mirásci
Direção: Martha Nowill
Colaboração dramatúrgica: Bruna Trindade e Martha Nowill
Assistência de direção: Iuri Saraiva
Direção de movimento: Julianne Trevisol
Direção de arte: Luiza Mitidieri
Visagismo: Isabella Oliveira
Trilha sonora: Aline Meyer
Luz: Júnior Docini
Preparação vocal: Verônica Machado
Direção de Produção: Marlene Salgado
Design gráfico: Harú Estúdio Criativo
Fotos: Julia Lego
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Produção associada: Amanda Mirásci e Marlene Salgado
Realização: Arrakasta Produções Artísticas

Serviço
Espetáculo "A Autoestima do Homem Hétero"
Temporada: 5 de julho a 30 de agosto
Local: Teatro Uol
Avenida Higienópolis, 618 - Higienópolis - São Paulo, SP / Shopping Pátio Higienópolis - Piso Terraço
Dias e Horários: sábados, às 22h00
Ingressos: setor A: R$ 100,00 (inteira) / R$ 50,00 (meia) - setor B: R$ 80,00 (inteira) / R$ 40,00 (meia)
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 60 minutos

.: Espetáculo "Os Óculos Mágicos de Charlotte" estreia em São Paulo


Montagem musical com direção e dramaturgismo de Juliana Sanches e idealização de Filipe Fratino convida crianças e famílias a enxergar o mundo com mais empatia, humor e imaginação. Foto: Fernanda Hernandez

Um presente inesperado muda para sempre a forma como uma menina vê o mundo. Assim começa o espetáculo infantojuvenil "Os Óculos Mágicos de Charlotte". Criada pela ilustradora Suppa e Miguel Falabella, a peça, idealizada por Filipe Fratino, tem direção e dramaturgismo de Juliana Sanches e combina música, humor, dança e fantasia em uma experiência cênica para toda a família. 

O espetáculo estreia neste sábado, dia 5 de julho, no Teatro Alfredo Mesquita, com sessões gratuitas aos sábados e domingos, às 16h00, até 27 de julho. Na sequência, segue para o Teatro Sérgio Cardoso, onde cumpre temporada de 2 a 30 de agosto, com apresentações aos sábados, às 15h00, e domingos, às 11h00, com ingressos a R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia-entrada).

No elenco estão Niccole Lara (Charlotte), Adriano Tunes (Pelusso), Ana Lamana (Sylvette), Lakis Farias (Dora), Gui Giannetto (Romano), Paula Tavares (Fada Belle), Allira (Fada Manu) e Nestor Fonseca(Valentão). Na trama, Charlotte perde um dente de leite e, em troca, ganha da Fada Belle um par de óculos mágicos. A partir daí, ela passa a enxergar o mundo como ele poderia - e deveria - ser: mais gentil, mais colorido, mais justo. Ao lado de seus amigos e do seu cão Pelusso, embarca em aventuras cômicas e poéticas, revelando como atitudes simples têm o poder de transformar a realidade.

“A Charlotte é uma menina especial, que pode nos ajudar a construir uma nova geração mais tolerante, consciente e curiosa. Os óculos revelam cenas de aprendizado, convivência e celebração das riquezas do Brasil, como as festas populares e a diversidade cultural”, destaca Falabella. Ele também comenta que o cão Pelusso representa uma consciência crítica: “É o animal que olha para a humanidade com humor, mas também com filosofia.”

Inspirado na série animada homônima exibida no Disney+, YouTube e demais plataformas digitais, o espetáculo é o primeiro lançamento teatral da companhia "O Mundo de Charlotte Produções", formada por Suppa, Miguel Falabella e Filipe Fratino. Voltada ao público infantil, a companhia aposta em produções autorais que combinam excelência artística, conteúdo transformador e um olhar respeitoso para a infância em toda sua diversidade. “Quando eu e Suppa criamos a personagem Charlotte, estávamos preocupados com uma educação que agregasse valor à infância no Brasil. A educação dá sentido à vida, e é uma obrigação de nós, que trabalhamos com arte, formar as crianças para o futuro”, afirma Falabella.

Na adaptação feita por Juliana Sanches, os episódios da série ganharam uma macro dramaturgia pensada para o palco. “Cada episódio tem uma temática importante — natureza, poluição, desigualdade — e minha missão foi criar conflitos e soluções que pudessem amarrar tudo isso em uma narrativa única, com mais humor e ritmo cênico”, explica a diretora. Juliana também destaca o trabalho com o elenco: “Foi um desafio dar vida a personagens que já existem no imaginário infantil, ainda mais vindos de uma animação. Mas os atores vieram com a energia certa, estudaram muito. Temos três artistas nordestinos no elenco, o que trouxe uma sonoridade nova à peça. E o elenco cresceu durante a seleção: íamos escolher cinco, mas nos encantamos tanto que decidimos ampliar os papéis. Isso somou demais à montagem.”

Para Suppa, o desafio foi adaptar para o palco, em uma hora de espetáculo, o universo da série animada: “O Filipe Fratino juntou os episódios e criou uma trama que foi amarrada pelo dramaturgismo da Juliana Sanches. Como cada episódio tem uma música original do Miguel, a forma mais natural de contar essa história no teatro foi como um musical.” Ao todo, a peça reúne dez músicas inéditas de Falabella, com direção musical de Vinicius Loyola e coreografias de Tatiana Ribeiro.

A direção de arte também é de Suppa, que buscou traduzir o impacto visual da animação para o palco. “As projeções ocupam telões com os ambientes da peça. Os figurinos foram inspirados na série, mas redesenhados para o teatro, com muita pesquisa de tecidos, estampas e texturas. Cada música tem um adereço diferente — como no Halloween, por exemplo.” Outro desafio da adaptação foi transformar Pelusso, o cachorro de pelúcia de Charlotte, em um personagem falante após ela colocar os óculos. “Criamos um boneco manipulado por um ator, e ficou perfeito!”, conta a artista.

Mais do que magia, o espetáculo propõe uma reflexão sobre empatia, convivência e responsabilidade coletiva. “Os óculos mostram o mundo como ele pode ser melhor. Mas para isso acontecer, são as pessoas — inclusive as crianças — que precisam agir. Cuidar da natureza, respeitar as diferenças, ser honesto, gentil. A peça fala sobre isso com leveza e alegria”, resume Suppa. Com uma linguagem acessível e cheia de camadas, "Os Óculos Mágicos de Charlotte" convida crianças e adultos a refletirem juntos sobre como olhar para o mundo com mais curiosidade, atenção e carinho.


Ficha técnica
Espetáculo "Os Óculos Mágicos de Charlotte".
Criação: Suppa e Miguel Falabella. Canções/ letras: Miguel Falabella. Idealização:  Filipe Fratino. Direção e Dramaturgismo: Juliana Sanches. Assistência de Direção: Nicolas Trevijano. Direção Musical e Arranjos: Vinícius Loyola. Músicas: Vinícius Loyola/ Bruno Bonaventura/ Sérgio Vilaça. Direção de Arte: Suppa. Coreografia: Tatiana Ribeiro. Desenho, operação de luz e vídeo: Thiago Capella. Desenho e operação de Som: Roberta Helena. Microfonista: Katia Akemi. Cenário e Figurinos: Suppa/ Felipe Cruz. Adereços: Felipe Cruz. Perucas e Visagismo: Matte Gadelha. Criação Boneco: Matias Ivan Arce. Contra Regra: Ramilla Souza. Designer Gráfico: Eduardo Reyes. Fotógrafa: Fernanda Hernandez. Sonorização: Inca Áudio e Backline. Direção de Produção: Filipe Fratino. Produção Executiva: Andréa Marques. Redes Sociais: Jéssica Christina. Assessoria de Imprensa: Adriana Balsanelli. Administração: Vera Gouveia. Elenco: Niccole Lara (Charlotte), Adriano Tunes (Pelusso), Ana Lamana (Sylvette), Lakis Farias (Dora), Gui Giannetto (Romano), Paula Tavares (Fada Belle), Allira (Fada Manu) e Nestor Fonseca (Valentão). Vozes: Juliana Sanches (mãe) e Suppa (Dentina).


Serviço
Espetáculo "Os Óculos Mágicos de Charlotte"

Classificação: livre
Duração: 60 minutos.


Teatro Alfredo Mesquita
Av. Santos Dumont, 1770 - Santana, São Paulo - SP, 02012-010
De 5 a 27 de julho de 2025 – Sábados e domingos, às 16h00.
Capacidade: 198 pessoas
Ingressos: gratuitos com retirada na bilheteria do teatro a partir das 15h00 nos dias das sessões e via sympla.com.br

Teatro Sérgio Cardoso | Sala Paschoal Carlos Magno
R. Rui Barbosa, 153 - Bela Vista, São Paulo - SP, 01326-010
Transporte público: estação mais próxima - Bela Vista.
Temporada: De 2 a 30 de agosto de 2025 - Sábados às 15h00 e domingos às 11h00.
Dia 9 de agosto não haverá apresentação. Dia 30 de agosto sessão gratuita.
Ingressos:  R$40,00 (inteira), R$20,00 (meia-entrada)
Vendas: Na bilheteria do teatro ou pela Sympla https://site.bileto.sympla.com.br/teatrosergiocardoso/
Vendas antecipadas: terça a sábado, das 14h00 às 19h00
Bilheteria: das 14h00 até o horário da apresentação.
Contato bilheteria: (11) 3288-0136
Capacidade: 149 lugares.

sexta-feira, 4 de julho de 2025

.: Cineflix Santos estreia "Jurassic World: Recomeço" e "Jovens Amantes"

Cena de Jurassic World: Recomeço que estreia na Cineflix Cinemas de Santos e não tem cena pós-créditos


A unidade Cineflix Cinemas Santos, localizada no Miramar Shopping, bairro Gonzaga, tem várias opções de filmes em cartaz para garantir a sua diversão nesses dias de chuvinha e frio. As estreias da semana são o longa de ação e aventura "Jurassic World: Recomeço", com Scarlett Johansson e Jonathan Bailey e a comédia dramática "Jovens Amantes"

Seguem em cartaz o drama "F 1", com o ator Brad Pitt, a sequência do terror da bonequinha do mal dançarina "Megan 2.0", o live action de aventura "Como Treinar O Seu Dragão", o live action da Disney "Lilo & Stitch", assim como a animação de um garotinho que sai do planeta Terra, "Elio".

Você já pode garantir seus ingressos para o "Superman", de James Gunn, que estreia dia 8 de julho e também do aguardado "Quarteto Fantástico: Primeiros Passos", da Marvel com estreia marcada para o dia 23 de julho. Compre seus ingressos aqui: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN

Programe-se, confira detalhes e compre os ingressos aqui: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN. Você pode assistir as estreias com pipoca quentinha, doce ou salgada, tendo em mãos o balde colecionável de "Lilo & Stitch""Elio" e "Como Treinar O Seu Dragão".

O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN.



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.: Entrevista com Camila Anllelini: entre o amor e o ódio, ela decidiu escrever


Por Helder Moraes Miranda, especial para o portal Resenhando.com. Foto: divulgação

Se Freud tivesse Instagram, talvez stalkeasse Camila Anllelini com a mesma obsessão com que investigava a mente humana - não por voyeurismo, mas por pura fascinação diante de uma mulher que transforma trauma em literatura, dor em bisturi e amor materno em campo de batalha emocional. "De Amor e Outros Ódios" não é somente um livro. É uma ferida aberta que tem letra de filha machucada e psicanalista que observa.

O que Camila faz com essa matéria-prima íntima beira o indecente: ela convida o leitor a ler as cartas que nunca enviou, escancara a criança que quis consertar a mãe e ri - com ares de provocação - da coragem que levou anos para decantar. A personagem do livro escreve para a mãe. A autora escreve a partir da mãe. Mas e se essa mãe respondesse? E se fosse Freud o destinatário dessas confissões de filha? E se o amor não fosse apenas o oposto do ódio, mas a forma mais refinada desse sentimento? Nesta entrevista exclusiva, Camila Anllelini mergulha fundo.

Fala da psicanálise como quem se despe no divã, confessa contradições que a maioria sufoca com mantras de autoajuda, e revela que escrever - diferentemente de clinicar - é estar exposta, sem jaleco, sem diagnóstico e sem salvação. É um território em que não há frases de efeito, muito menos respostas terapêuticas. Só verdades perigosas, perguntas espinhosas e uma escritora que lembra o tempo todo que muitas vezes só dá para amar depois de sobreviver. Compre o livro "De Amor e Outros Ódios" neste link.


Resenhando.com - ⁠Sua personagem escreve cartas à mãe, mas se ela respondesse, que tipo de carta você acredita que ela escreveria de volta?
Camila Anllelini - Seriam bilhetes culpados, melancólicos. Porque essa é a mãe do "De Amor e Outros Ódios", a mãe que pôde ser, mas não de um lugar pacificado.


Resenhando.com - ⁠Você diz que precisou "esperar a ebulição da história" antes de escrever. Na sua vida, o que costuma explodir primeiro: o coração, o texto ou o silêncio?
Camila Anllelini - O silêncio, sempre o silêncio. O texto é um contorno aos "não ditos", o que pode emergir depois da decantação dos fatos que me capturam. O coração vem junto, a reboque, aos tropeços.


Resenhando.com - ⁠Em um mundo onde “ser mãe” ainda é cercado por idealizações tóxicas, seu livro é quase um ato político. Você acha que amar a mãe é, de certa forma, também sobreviver a ela?
Camila Anllelini - Sim. Se não sobrevivermos a ela, apesar do que nos aconteceu, não poderemos amá-la. Acredito que é preciso uma certa revolta pra se descolar da mãe ideal, essa que o sujeito enquanto filho ou filha deposita tantas expectativas, para podermos então entender quem somos além e apesar dela. Essa separação, quando bem sucedida, é uma das possibilidades para o amor.


Resenhando.com - ⁠Na sua escrita há psicanálise, dor e beleza. Já pensou que escrever pode ser mais arriscado do que clinicar? Algum texto seu já revelou algo que nem você sabia sobre si?
Camila Anllelini - Sem a menor sombra de dúvidas escrever é muito mais arriscado do que clinicar (risos). Na clínica, quem diz de si é o paciente. Na literatura, são os personagens dizendo da escritora. Com muita frequência, algo até então desconhecido se revela de mim. Escrever é lidar com um duplo.


Resenhando.com - ⁠Se Freud lesse seu livro, qual hipótese ele teria sobre sua personagem filha - e qual diagnóstico você daria a ele, caso ele fosse seu paciente?
Camila Anllelini - Aposto que Freud teria afeição pela personagem como teve com suas pacientes histéricas. Foi em nome delas que ele criou a psicanálise. A histérica não nega seu desejo, ela se implica no próprio sintoma, sendo capaz de fabricar um desejo para não ser satisfeito e assim se manter desejante. No deslizar entre um desejo e outro, ela vira especialista em denunciar a falta. A histérica tem um corpo que fala, que reivindica, e disso se constituem as histórias.


Resenhando.com - ⁠O que há de mais feio que você escreveu neste livro e decidiu manter?
Camila Anllelini - ”Eu achava que a minha mãe precisava de conserto”. Essa é uma posição infantil que não concebe a mãe como sujeito de si, como mulher, como ser desejante. Aos olhos da criança que escreveu isso por mim, a mãe é uma engrenagem que deve funcionar a serviço de suas leis, ou seja, nos moldes da sua demanda de amor.


Resenhando.com - ⁠Se a psicanálise é, muitas vezes, o exercício de escutar o indizível, o que você ainda não teve coragem de escrever sobre sua mãe - e o que ela talvez nunca tenha ousado ler em você?
Camila Anllelini - Tenho uma mãe que sempre abriu espaço para que eu dissesse, ainda que isso pudesse - e certamente eu o fiz - despedaçá-la. Foi dela que tive desde o início a permissão de dizer. Se tem alguém que me conhece no osso e me ama ainda assim, esse alguém é minha mãe.


Resenhando.com - ⁠Você diz que admirava a ideia de ter uma estante que precisasse de escada. Hoje, o que te faz subir escadas literárias: o desejo de ser lida ou o risco de não caber mais em si mesma?
Camila Anllelini - As duas coisas. O desejo de ser lida indubitavelmente me move degrau por degrau escada a cima, mesmo que eu acredite que ela nunca vai ter fim e que possivelmente terá. Mas o que possibilita que eu suba cada um desses degraus é a escrita. Ela precisa vir primeiro para que eu tenha o que levar comigo, e eu escrevo primordialmente porque, com frequência, não caibo em mim.


Resenhando.com - ⁠Você trabalha com contradições. Mas há alguma contradição que ainda a incomoda aceitar, mesmo sabendo que ela é inevitável?
Camila Anllelini - Todas. A aceitação não é sem incômodo, eu sou uma eterna inconformada. Faço perguntas, entro em conflitos e me pego querendo refazer a ordem do mundo. Mas saber que é inevitável é também um alento. Sem abrir espaço para a contradição a gente endurece, só consegue ver sempre a mesma rota de saída, isso não me interessa.


Resenhando.com - ⁠Se sua mãe nunca lesse esse livro, você ainda o escreveria da mesma forma? Ou a escrita só nasceu porque havia a chance - secreta ou desesperada - de que ela um dia o lesse?
Camila Anllelini - Esse livro foi escrito porque eu precisava escrevê-lo, nunca se sabe o que leva um escritor a correr tamanho risco. Não fui eu que escolhi, foi essa história que me escolheu para ser escrita. Por acaso, nela aparecia a figura da minha mãe. Agradeço ter podido fazer essa declaração a ela em vida e, além disso, sem imaginar que seria assim, essa história ter chegado aos leitores como um pedaço das suas próprias histórias. Desde a publicação essa têm sido uma grata surpresa.


.: "Campo Formoso", um romance com todos os ingredientes



Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: Rodrigo Azevedo

"Campo Formoso" é um romance que tem como base, histórias sobre a família da autora Maria Victoria Oliveira. Através de personagens complexos e uma narrativa que alterna perspectivas e incorpora elementos de realismo mágico, o livro explora temas universais como família, identidade, superação e o peso do passado. Uma verdadeira saga, escrita ao longo de oito anos, que chega às livrarias pela Editora Lacre, com noite de autógrafos dia 8 de julho, terça-feira, a partir das 18h30, na Livraria Argumento. 

A narrativa mergulha na complexa história da família Borges, em Campo Formoso, uma cidade no Planalto Central que espelha o interior do Brasil. A trama central gira em torno do Coronel Adauto Borges e sua esposa Maria Pia. O casamento é abalado pela chegada de Bento, filho ilegítimo do Coronel, personagem principal do livro. Ao longo de suas 460 páginas, a obra apresenta uma prosa rica, em que a autora alterna perspectivas para revelar as múltiplas faces da verdade: da rigidez do Coronel até a resistência silenciosa da esposa e a busca de identidade do filho bastardo.  A trama é marcada por um ato simbólico de ruptura com o passado e celebração das transformações que o tempo impõe.

O romance é inspirado em histórias que Victoria escutou do seu pai, Benedicto, neto bastardo de um coronel em Goiás. Embora o livro seja uma obra de ficção, incorpora elementos verídicos, como a infância, a história da fazenda Fim do Mundo e sua viagem aos Estados Unidos. A autora criou personagens baseados em parentes, mas com características e experiências ficcionais..

Maria Victoria Oliveira é formada em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), onde foi revisora e tradutora no Instituto de Documentação, Maria Victoria Oliveira resolveu dar uma guinada em sua vida em 1994 e seguir o sonho de ser cozinheira profissional. Deu aulas, abriu um restaurante e trabalhou como chef executiva em redes de hotelaria, como Windsor Hotel. Ao todo, foram 26 anos dedicados à gastronomia. 

Em 2017 começou a escrever o romance "Campo Formoso", e desde então, não parou mais. Victoria ingressou na Oficina Literária do professor Ivan Proença e hoje faz parte, também, da Oficina Literária do jornalista e cronista Eduardo Affonso. Como contista, participou de duas  antologias comemorativas de aniversários da oficina.  Em 2020, ano da pandemia da Covid-19, deixou de lado as panelas e resolveu se dedicar ao seu sonho antigo que é ser escritora.  Em 2023, publicou o seu primeiro livro de contos, pela editora Francisco Alves, intitulado “Vestido Vermelho e Outras Histórias”

.: "Fuga" estreia no Sesc Belenzinho e coloca o público dentro de um museu

Idealizada por Beatriz Barros e Jennifer Souza, peça usa elementos cênicos para provocar debate sobre os desafios ambientais. Foto: Duda Portella


O espetáculo "Fuga", criação da Frente Coletiva, estreia no dia 4 de julho no Sesc Belenzinho. A montagem mistura diferentes linguagens artísticas para propor uma imersão nos efeitos da crise climática. A estreia acontece nesta sexta-feira, dia 4 de julho, com sessões às sextas e sábados, às 20h00, e aos domingos e feriados, às 18h00, até 3 de agosto, com sessões às quintas a partir de 17 de julho. Os ingressos variam de R$ 15,00 a R$ 50,00.

Idealizado pela diretora geral e encenadora Beatriz Barros e pela produtora e atriz Jennifer Souza, o espetáculo parte da premissa de que o capitalismo é um dos motores da degradação ambiental e das desigualdades sociais que dela decorrem. Desde 2023, as criadoras em conjunto com a Frente Coletiva (coletivo de artistas transdisciplinares) pesquisam o tema, tendo como ponto de partida o romance Parábola do Semeador, da escritora afro-americana Octavia Butler (1947–2006), referência central do afrofuturismo. Publicado em 1993, o livro retrata o mundo em 2025 em puro colapso climático, e essa atmosfera foi o ponto de partida para a construção de narrativas mais próximas do cotidiano contemporâneo. “Usamos essa ideia como base para criar situações que o público pudesse reconhecer como parte de sua própria realidade”, explica Beatriz.

A dramaturgia original - escrita por Louise Belmonte com colaboração da diretora e das intérpretes - se constrói por meio de uma linguagem cênica que provoca sensações físicas e emocionais: sons de chuvas intensas, trovões, falhas de energia, vento e água em cena criam um ambiente de instabilidade constante. Beatriz destaca que o som tem um papel fundamental nessa narrativa e que a presença da água no cenário interfere diretamente nas interpretações, tornando a encenação uma verdadeira orquestração de experiências sensoriais.

A história se passa dentro de um museu em São Paulo, durante uma tempestade que paralisa a cidade. Quatro trabalhadoras de um Museu ficam presas no trabalho, enquanto outras tentam chegar na instituição museológica à qualquer custo. Impedidas de retornar para casa por conta do desastre climático, elas seguem trabalhando ou seguem tentando chegar de qualquer forma ao trabalho, movidas pela urgência de garantir o sustento em meio ao caos." pois nem todas trabalhadoras trampam no museu e nem todas já estão lá, algumas estão tentando chegar ainda no trabalho.

Suas presenças no local revelam como o racismo ambiental afeta, de forma desigual, a população periférica. “Elas seguem trabalhando porque não têm escolha: a necessidade de garantir o sustento falou mais alto que o medo da catástrofe. Isso diz muito sobre o sistema em que vivemos”, observa Jennifer, que também atua na peça ao lado de Julia Pedreira, Joy Catharina e Tricka Carvalho.

A encenação propõe uma espécie de visita mediada  a esse museu fictício. O público acompanha, em tempo real, um dia de trabalho que é rompido por uma emergência climática. A estrutura dramatúrgica se transforma junto com a narrativa: o que começa como uma cena cotidiana evolui para um espaço extracotidiano, mais instável, quase apocalíptico. Jennifer destaca essa transição ao dizer que o espetáculo começa com duas pessoas em seu ambiente de trabalho, mas aos poucos tudo se altera - a espacialidade, a relação com o corpo, o tom das falas. “O colapso também toma conta da linguagem”, conclui.


Sobre a encenação
O trabalho corporal ganha cada vez mais importância ao longo da encenação. Por isso, Castilho trouxe em sua pesquisa práticas como mindfulness, terapia somática e atividades ao ar livre. Ao mesmo tempo, o grupo estudou a maneira como o corpo se comporta após eventos traumáticos, como catástrofes naturais. O cenário concebido por Maíra Sciuto também usou os elementos naturais ao longo do espetáculo: água, vento, lama e até o meteorito de Bendegó, o maior encontrado no Brasil e que estava exposto no Museu Nacional, dominam a cena, contribuindo para a sensação de angústia do público. 

A sonoplastia segue essa mesma linha,  como se a natureza estivesse se comunicando. A trilha de Lua Oliveira brinca com o efeito da água e constrói uma espacialidade tridimensional no espaço cênico. “Pensamos em muitas coisas que pudessem deixar Fuga bem sensorial. Não queremos que os espectadores saiam indiferentes do teatro”, defende Beatriz. Para a Frente Coletiva, o apocalipse não é uma questão, porque o planeta já está em colapso. “A obra pretende dar forma a tudo que vemos e escutamos. De dizer que sim, ouvimos: cada queimada, cada deslizamento, cada espécie desaparecida, cada corpo que afunda”, completa.

Ficha técnica
Espetáculo "Fuga"
Idealização: Beatriz Barros e Jennifer Souza
Encenação e direção geral: Beatriz Barros
Assistência de direção: Jennifer Souza
Dramaturgia: Louise Belmonte
Colaboração dramatúrgica: Jennifer Souza, Julia Pedreira, Joy Catharina, Tricka Carvalho e Beatriz Barros
Elenco: Jennifer Souza, Julia Pedreira, Joy Catharina e Tricka Carvalho
Direção musical e trilha sonora original: Lua Oliveira
Direção de movimento e preparação corporal: Castilho
Cenografia: Maíra Sciuto
Assistente de cenografia: Matheus Muniz
Cenotécnico: Alicio Silva
Figurino: Ayomi Domenica
Costureiro: Jonhy Karlo
Assistente de figurino: Regina Torres
Videografia: Gabriela Miranda
Desenho e operação de luz:  Matheus Brant
Operação de luz e vídeo: Matheus Espessoto
Operação de som: Caike Souza
Fotografia: Duda Portella
Assessoria de imprensa: Canal Aberto - Márcia Marques, Daniele Valério e Flávia Fontes
Produção: Corpo Rastreado | Jack dos Santos


Serviço
Espetáculo "Fuga"
De 4 de julho a 3 de agosto. Sextas, sábados, às 20h. Domingos, 18h30. E a partir de 17 de julho também às quintas, às 20h.
Ingressos: R$ 50,00 (inteira); R$ 25,00 (meia-entrada); R$ 15,00 (Credencial Plena).
Vendas no portal sescsp.org.br e nas bilheterias das unidades Sesc.
Local: Sala de Espetáculos I (130 lugares). Duração: 100 minutos. Classificação: a partir de 14 anos.
Acessibilidade em libras de 1° a 3 de agosto.

Sesc Belenzinho
Rua Padre Adelino, 1000. Belenzinho / São Paulo
Telefone: (11) 2076-9700 | sescsp.org.br/Belenzinho
Estacionamento: De terça a sábado, das 9h às 21h. Domingos e feriados, das 9h às 18h. 
Valores: Credenciados plenos do Sesc: R$ 8,00 a primeira hora e R$ 3,00 por hora adicional. Não credenciados no Sesc: R$ 17,00 a primeira hora e R$ 4,00 por hora adicional.
Transporte Público: Metrô Belém (550m) | Estação Tatuapé (1400m)

Sesc Belenzinho nas redes 
Facebook | Instagram | YouTube: @sescbelenzinho

.: “A (Ré)tomada da Palavra ou A Mulher que Não se Vê” encena em um ônibus


O trabalho celebra os 18 anos da companhia com inspiração na ativista negra norte-americana Rosa Parks e na história de vida de Flávia Diniz e reflete que se na sociedade atual a mulher preta é invisível, a mulher preta com deficiência nem ao menos existe. Foto: Leonardo Souzza


Uma mulher negra, usuária de cadeira de rodas, está no ponto de ônibus. Dá o sinal. O motorista não para e segue viagem. Esse é o mote criado pela Zózima Trupe para o espetáculo que celebra os 18 anos do grupo, em 2025. Quem dá vida à cena é a performer Ma Devi Murti, que usa o ônibus - objeto de pesquisa da companhia - como ponto de partida para refletir sobre esse meio de transporte enquanto espaço contemporâneo de opressão.

Desde 2007, a Zózima ocupa o ônibus como palco, reafirmando seu compromisso com a descentralização e a democratização do acesso às artes. Agora, estaciona sua mais nova criação, “A (Ré)tomada da Palavra ou A Mulher que Não se Vê”, no Terminal Parque Dom Pedro II (de 4 a 13 de julho) na Praça das Artes (de 7 a 9 de agosto) e na Praça Franklin Roosevelt (de 18 de julho a 28 de setembro), com sessões às sextas e sábados, às 20h, e aos domingos, às 19h (e quinta, 7 de agosto às 20h). A temporada é gratuita e reúne 30 apresentações — um marco inédito na trajetória do grupo, que tradicionalmente distribui sessões por múltiplas datas e locais. O projeto foi contemplado na 19ª edição do Prêmio Zé Renato de Apoio à Produção e Desenvolvimento da Atividade Teatral para a Cidade de São Paulo.

Com dramaturgia de Shaira Mana Josy — do Slam Dandaras do Norte — e Piê Souza, atuação de Ma Devi Murti e acompanhamento musical de Victória dos Santos & Aworonke Lima, o espetáculo dá voz às existências silenciadas, denunciando o descaso, a violência, o racismo, o capacitismo, o patriarcado e a pobreza.

A obra conta a história de Rosa, uma passageira comunicativa, trabalhadora da limpeza, que tem olhar atento para as injustiças sociais. Em certo dia, ela exige que o motorista pare para uma mulher negra em cadeira de rodas. Ao descer para ajudá-la, o público vê apenas uma cadeira de rodas vazia.

“Somente nossa protagonista enxerga essa mulher e começa a perguntar sobre sua vida. Nesse momento, criamos a imagem de um navio negreiro, porque muitas pessoas enxergam o ônibus como uma versão contemporânea desse espaço tão opressor”, explica o diretor Anderson Maurício.

Inspirado na trajetória de Flávia Diniz (1983–2024) — mulher preta, com deficiência, ativista, mãe solo, LGBTQIAP+ e integrante do coletivo VNDI (Vidas Negras com Deficiência Importam) —, o espetáculo revela as múltiplas camadas de opressão que atravessam mulheres negras e pessoas com deficiência, ao mesmo tempo em que reivindica espaço, voz e visibilidade.

O ônibus como catalisador de mudanças
A personagem também se inspira na ativista negra norte-americana Rosa Parks, que, em 1955, em Montgomery, Alabama, se recusou a ceder seu assento a um homem branco no transporte público. Seu gesto desencadeou um boicote de um ano aos ônibus da cidade e se tornou um marco na luta pelos direitos civis nos Estados Unidos, culminando na decisão da Suprema Corte que proibiu a segregação nesses veículos.

“Para nós, esse acontecimento é extremamente simbólico. Uma mulher, sozinha, no cotidiano, se insurgiu contra a ordem vigente e provocou uma transformação profunda. Muitas vezes, acreditamos que as revoluções precisam ser grandiosas, mobilizar multidões, mas, na verdade, qualquer gesto — por mais trivial que pareça — pode ser uma fagulha de reflexão e mudança. É isso que queremos provocar”, afirma o diretor.

A pandemia escancarou desigualdades, especialmente na população negra, mais exposta por depender do trabalho presencial. Dados da SPTrans mostraram que, na retomada, 57% dos passageiros de ônibus em São Paulo eram mulheres jovens e negras, e 70% seguiam usando transporte coletivo, evidenciando a desigualdade no acesso ao trabalho remoto. 

O espetáculo questiona a crueldade do sistema capitalista exploratório-predatório que faz da Mulher Preta uma Atlas contemporânea, condenada a carregar o mundo nas costas para sustentar uma sociedade estruturalmente desigual. “Como contraponto, a figura do motorista representa o patriarcado - e até o próprio capital - que não pode parar, operando sob a lógica da velocidade, da produtividade e da exclusão”, completa Anderson.

No processo de criação de “A (Ré)tomada da Palavra ou A Mulher que Não se Vê”, o coletivo se deparou com um paradoxo que evidencia os limites da inclusão no transporte público. Como os ônibus oferecem apenas um espaço para pessoas que usam cadeira de rodas, quando esse elemento foi incorporado à cena, os espectadores que também dependem desse recurso passaram a não ter onde se acomodar. “Se todos os ônibus oferecem só um único lugar, como, então, ampliar essa discussão de forma concreta?”, questiona o diretor.

Ficha técnica
“A (Ré)tomada da Palavra ou A Mulher que Não se Vê”
Atuação Ma Devi Murti
Dramaturgia Shaira Mana Josy e Piê Souza
Direção Anderson Maurício
Músicas Cleide Amorim
Direção vocal Eloiza Paixão
Direção de movimento Janette Santiago
Desenho de luz Junior Docini
Iluminação Flávia Servidone & Abner Félix
Figurino e adereços Clau Carmo
Maquiagem Gil Ramos & Suze Ferreira
Cenografia palhAssada ateliê soluções cenográficas
Percussão Victória dos Santos & Aworonke Lima
Sonoplastia Pedro Moura & Bárbara Frazão
Efeitos sonoros Pero Manzé
Vivência de voz, corpo e ancestralidade Camila Sá
Designer: Nando Motta
Conteúdo do programa do espetáculo Wanessa Yano
Fotografia Christiane Forcinito &  Leonardo Souzza
Vídeo Leonardo Souzza
Coordenação de produção Tatiane Lustoza
Assistência de produção Samyra Keller, Iara Nazario, Kauã Tripoloni, Maytê Costa, Silvia de Oliveira
Estágio de produção Mabel Machado, Samuel Sousa
Convidadas da roda de conversa  Suely Rezende, Ana Carolina Toledo, Flávia Rosa, Marli de Fátima Aguiar e Priscila Obaci
Idealização Zózima Trupe
Assessoria de imprensa Canal Aberto - Márcia Marques, Daniele Valério e Marina Franco
Realização Arte expressa


Serviço
Espetáculo “A (Ré)tomada da Palavra ou A Mulher que Não se Vê”
De 4 de julho a 28 de setembro de 2025
Ingressos gratuitos
Outras informações: @zozimatrupe
Duração: 60 minutos
Classificação: 12 anos
Gratuito e aberto ao público, com retirada de ingressos pelo Sympla

Terminal Parque Dom Pedro II - Plataforma 0
Data: 4 a 13 de julho, às sextas e aos sábados, às 20h, e, aos domingos, às 19h
Endereço: Av. do Exterior, s/nº - Sé
Link da Sympla aqui

Praça das Artes - Flipei
Data: 7, 8 e 9 de agosto - quinta, sexta e sábado às 20h
Endereço: Av. São João, 281 - Centro Histórico de São Paulo, São Paulo
Link da Sympla aqui

Praça Franklin Roosevelt - s/n.º - Bela Vista
Data: 18 de julho a 28 de setembro, às sextas e aos sábados, às 20h, e, aos domingos, às 19h
Link da Sympla aqui

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