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sábado, 24 de maio de 2025

.: “O Amor que Sinto”, com direção de Elias Andreato, volta em sessão única


Peça inspirada em cartas de amor reais dos anos 1990 traz o ator Mário Goes de volta ao papel. Foto>: divulgação


Após temporada de estreia em 2023, o monólogo “O Amor que Sinto” retorna para uma apresentação única no dia 29 de maio de 2025, às 20h, no Teatro D-Jaraguá, em São Paulo. Protagonizado pelo premiado ator Mário Goes e dirigido por Elias Andreato, o espetáculo oferece uma delicada e intensa viagem pelo tempo e pelas emoções do amor.

Baseado em cartas de amor reais, escritas ao longo de cinco anos nos anos 1990 e jamais entregues ao destinatário, o texto do autor Egbert Mesquita foi adaptado para monólogo a partir de uma versão inicial para três atores. Em cena, o homem confronta seu passado e presente, dialogando com a pessoa amada que ora se manifesta, ora se ausenta - um verdadeiro “respiro” para o amor sentido.

“Tudo é eterno enquanto dura, e nós permanecemos sempre sonhando. A vida gira em torno do amor e isto basta”, afirma o diretor Elias Andreato, ressaltando a profundidade e a urgência do tema. A ideia de montar a peça nasceu durante a pandemia, quando Mário Goes se apresentava em sua varanda para os vizinhos no projeto “Arte na Varanda”. A experiência inspirou a adaptação do texto para um monólogo, revelando uma obra sensível e universal. “Eu gosto de falar de amor! Além de universal, é urgente e base para qualquer outra luta”, comenta Mário Goes.


Ficha técnica
Espetáculo "O Amor que Sinto"
Texto: Egbert Mesquita
Elenco: Mário Góes
Direção: Elias Andreato
Desenho de luz: Kleber Montanheiro
Figurinos: Rosângela Ribeiro
Trilha sonora: Rafael Thomazini
Direção: Palco Agnes Bordin
Produção: Cia Paradóxos E Neila Camargo
Realização: Teatro-D-Jaraguá


Serviço
Espetáculo "O Amor que Sinto"
Dia 29 de maio de 2025, quinta-feira, às 20h
Duração: 60 minutos | Classificação Indicativa: 12anos
Local: Teatro D-Jaraguá – Rua Martins Fontes, 71, Centro Histórico, São Paulo (Metrô Anhangabaú)
Capacidade: 260 lugares
Fone: 11-2802-7075 @teatrodjaragua
Bilheteria: quinta a domingo a partir das 15h ou diretamente no link SYMPLA: https://bileto.sympla.com.br/event/106341
Ingressos: R$ 100 (inteira) / R$ 50 (meia)
Estacionamento: Estapar na entrada principal do hotel, com preço especial para o teatro — R$ 20 por até 4 horas, valorizando a experiência teatro + restaurantes do hotel.

.: Os impasses das migrações expostos na peça "eXílio", do Coletivo Comum


Trabalho documental, com direção de Fernando Kinas, faz temporadas no Teatro de Paulo Eiró e no Galpão do Folias. O espetáculo tem canções em vários idiomas, incluindo purepecha e tamazight, línguas do atual México e do norte da África, respectivamente, além de músicas brasileiras. Foto: Fernando Reis

Para o Coletivo Comum, os deslocamentos forçados de pessoas por conta de guerras, violações de direitos humanos, condições climáticas e perseguições de qualquer tipo são um dos principais temas da atualidade, envolvendo questões individuais e coletivas, políticas e subjetivas. O grupo decidiu, então, fazer desses deslocamentos o seu material de pesquisa para construir o espetáculo "eXílio", que fica em temporada no Teatro Paulo Eiró entre 30 de maio a 15 de junho de 2025, com sessões de quinta a sábado, às 20h30, e, aos domingos, às 18h.

Na sequência, a peça segue para o Galpão do Folias, entre 19 e 30 de junho, com apresentações de quinta a sábado, às 20h30, domingos, às 18h e, segunda-feira, dia 30 de junho, às 20h30. Mantendo a tradição de fazer teatro documental, o Coletivo Comum estruturou 30 cenas para dar conta da multiplicidade de abordagens referentes ao tema do exílio. São quadros independentes, nos quais o elenco formado por Fernanda Azevedo, Maria Carolina Dressler, Ícaro Rodrigues, Renata Soul e Roberto Moura narra diferentes dimensões que envolvem migração, refúgio e exílio. 

"Optamos por deixar o 'X' em caixa alta no nome do espetáculo para reforçar o tema da encruzilhada, do conflito e das oposições", afirma o diretor Fernando Kinas, acrescentando a relevância dos debates diante dos conflitos na Palestina e na Ucrânia, e da posse de Trump nos Estados Unidos. Assim, a obra "eXílio" é mais um capítulo na ampla investigação do grupo sobre os desafios civilizacionais contemporâneos.

Ao se debruçar sobre a temática das migrações, a companhia decidiu ampliar a discussão, incluindo exílios dentro do próprio país, descrito pelo crítico literário Antonio Candido como o sentimento que algumas pessoas têm de não se sentirem representadas pelo seu país ou regime político, como no caso das ditaduras militares.  Outro tema abordado é o exílio interno, já destacado por Ovídio no primeiro século da era cristã.

"Estamos discutindo também o sentimento de não pertencimento a uma comunidade, mesmo dentro da sua própria cidade ou país. Há pessoas que se sentem exiladas de seu próprio corpo. Neste sentido procuramos fazer uma discussão ampla, incluindo questões que envolvem, por exemplo, a população LGBTQIAP+, que sofre todo o tipo de preconceito e violências", completa Kinas. 


Sobre a encenação
Para a construção da dramaturgia, foram utilizados muitos materiais, como o livro "Conversas de Refugiados", escrito por Bertolt Brecht durante seu exílio na Finlândia e nos Estados Unidos nos anos 1940 por conta do nazismo. O livro foi traduzido e comentado por Tercio Redondo, professor da USP que participa como consultor do projeto. Também são utilizadas notícias veiculadas na imprensa, cartas de migrantes, documentos de órgãos oficiais, entre outros materiais. 

De acordo com o ACNUR (Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados), atualmente, mais de 110 milhões de pessoas estão vivendo, de forma não voluntária, fora dos seus locais de origem. Nesse contexto, elas estão sujeitas a violências anti-imigração, como estupro, discriminação e humilhação. 

E, em meio a tantas informações, o grupo se inspirou em algumas personagens reais para criar as cenas, como o imigrante congolês Moïse Kabagambe, espancado e morto do Rio de Janeiro após cobrar duas diárias de trabalho atrasadas; a militante brasileira Dorinha, exilada durante a ditadura militar no Brasil que acabou tirando sua própria vida no exílio; e o crítico literário palestino Edward Said, que aborda o conceito de orientalismo como criação do ocidente. 

O trabalho busca o compartilhamento entre atores, atrizes e público. Por isso, o coletivo apostou em um dispositivo cênico circular, apoiado pelo uso de barreiras, evocando campos de refugiados e de deportação. "Estamos chamando nosso espaço cênico de campo, já que essa expressão está intimamente ligada ao refúgio. Campo de averiguação, de concentração, de triagem... No nosso caso, é também um campo de batalha, em que a memória e a resistência também estão presentes. E, de certa forma, quando o elenco está mais perto do público, ele está exilado da cena", conta Beatriz Calló, que assina a assistência de direção e colaborou no roteiro ao lado de Fernando e do grupo. 

A trilha sonora ganhou muita importância na encenação. Tanto que duas pessoas da área musical fazem parte do elenco, Renata Soul e Roberto Moura, este último também assina a direção vocal. Além das canções executadas pelo elenco, uma cuidadosa trilha sonora evoca os temas da migração. 


Sinopse de "eXílio"
Atualmente, mais de 110 milhões de pessoas no mundo, segundo dados oficiais, foram obrigadas a se deslocar por causa de guerras, violações de direitos humanos, condições climáticas e perseguições de todo tipo (políticas, religiosas, étnicas, por orientação sexual). Elas estão sujeitas a violências anti-imigração, como estupro, discriminação, humilhação. Muitas perderam suas vidas. A experiência do exílio também pode ser vivida dentro do próprio país, como no caso das ditaduras e nos processos de desumanização. eXílio é um trabalho teatral, proposto pelo Coletivo Comum, que parte desta atualidade brutal, mas também da perspectiva de que as fronteiras são criações históricas e que, portanto, podem ser alteradas e suprimidas.


Ficha técnica
Espetáculo "eXílio"
Roteiro: Fernando Kinas, com a colaboração de Beatriz Calló e elenco
Direção: Fernando Kinas
Elenco: Fernanda Azevedo, Maria Carolina Dressler, Renata Soul, Ícaro Rodrigues e Roberto Moura
Assistência direção: Beatriz Calló
Cenografia: Julio Dojcsar
Iluminação e operação de luz: Dedê Ferreira
Figurino: Beatriz Calló, com a participação do Coletivo Comum e pessoas em condição de migração e refúgio
Treinamento e direção vocais: Roberto Moura
Pesquisa musical e trilha: Fernando Kinas, com a colaboração de Eduardo Contrera
Assessoria dramatúrgica: Tercio Redondo (Bertolt Brecht e o exílio)
Interlocução crítica: Clóvis Inocêncio (Berna), Beatriz Whitaker, Leneide Duarte-Plon, Dominique Durand e Cimade (Paris), Organon Art Cie (Marseille), Jean-Michel Dolivo (Lausanne), Rabii Houmazen (Marrocos e São Paulo), Museu da Imigração do Estado de São Paulo, Arro (Afeganistão e São Paulo), Padre Assis (Cabo Verde e São Paulo)
Desenho e operação de som: Lienio Medeiros
Programação visual: Casa 36|Camila Lisboa
Fotografia: Fernando Reis
Serralheiro: Fernando Lemos (Zito)
Assessoria de imprensa: Canal Aberto|Márcia Marques, Daniele Valério e Carol Zeferino
Produção: Patricia Borin
Realização: Coletivo Comum


Serviço
Espetáculo "eXílio"
Duração: aproximadamente 140 minutos
Classificação indicativa: 14 anos 


Teatro Paulo Eiró
Temporada: 30 de maio a 15 de junho de 2025, de quinta a sábado, às 20h30, e, aos domingos, às 18h00.
Endereço: Av. Adolfo Pinheiro, 765 - Santo Amaro, São Paulo - SP
Ingresso: gratuito
Sessão com intérprete de libras: 13 de junho


Galpão do Folias
Temporada: 19 a 30 de junho de 2025, de quinta a sábado, às 20h30, domingos, às 18h00, e, segunda-feira, dia 30 de junho, às 20h30
Endereço: R. Ana Cintra, 213 - Campos Elíseos, São Paulo - SP
Ingresso: gratuito
Sessão com intérprete de libras: 27 de junho
Reservas: circulacaoexilio@gmail.com / IG: @coletivocomum 

quarta-feira, 21 de maio de 2025

.: Cineflix Cinemas Santos estreia "Lilo & Stitch" e "Ritas". Programe-se!

A unidade Cineflix Cinemas Santos, localizada no Miramar Shopping, bairro Gonzaga, estreia dia 22 o aguardado live action de comédia e ficção científica da Disney "Lilo & Stitch" e o documentário sobre a cantora, poetisa, compositora, instrumentista, escritora e musa Rita Lee, intitulado "Ritas".

Seguem em cartaz o longa de ação protagonizada por Tom Cruise, "Missão Impossível - O Acerto Final", a nova sequência do terror para maiores de 18 anos, "Premonição 6: Laços de Sangue", com Tony Todd, assim como a cinebiografia sobre Ney Matogrosso, "Homem com H"

Estão abertas a pré-venda do musical "j-hope - Hope On The Stage: Live Viewing" e a exibição ao vivo da "UEFA Champions League 2025", no dia 31 de maio. Garanta seus ingressos aqui: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN

Programe-se, confira detalhes e compre os ingressos aqui: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN. Você pode assistir as estreias com pipoca quentinha, doce ou salgada, tendo em mãos o balde colecionável de "Lilo & Stitch""Thunderbolts*" e "Um Filme Minecraft".



O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN.


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sábado, 17 de maio de 2025

.: TUDUM 2025: Netflix anuncia participação especial de Lady Gaga

Cantora se junta à lista de estrelas que participam do evento, apresentado por Sofia Carson, com presença de Millie Bobby Brown, Jenna Ortega, Lee Jung-Jae e muito mais!


A Netflix divulgou o line-up do evento global mais aguardado do ano, com direito a participação especial! O Tudum 2025, comandado pela atriz Sofia Carson (A Lista da Minha Vida, Bagagem de Risco), contará com a presença das estrelas mais amadas pelo público, como Millie Bobby Brown e elenco principal de Stranger Things, Jenna Ortega (Wandinha), Iñaki Godoy (One Piece), Lee Jung-Jae (Round 6), Lily Collins (Emily em Paris) e muito mais!  

Para completar essa lista estelar, a cantora Lady Gaga fará uma apresentação especial durante o show, que será transmitido ao vivo na Netflix, diretamente do Kia Forum, em Los Angeles, no dia 31 de maio. 

Além disso, nomes como Guillermo Del Toro (Frankenstein), Matt Damon e Ben Affleck (The Rip) também subirão ao palco, para contar novidades sobre seus novos projetos com a Netflix. Durante todo o evento, serão apresentados anúncios inéditos e exclusivos sobre as produções queridinhas dos fãs. Não perca!


Sobre o TUDUM: O Tudum AO VIVO é o evento mundial para fãs da Netflix. O nome veio do famoso barulhinho que a gente escuta antes de todos os filmes, séries ou eventos Netflix. É a maior celebração da comunidade de fãs da Netflix e das histórias que criam toda uma cultura, destacando os filmes, séries, estrelas e criadores favoritos dos fãs do mundo todo.

O primeiro evento Tudum foi realizado em janeiro de 2020, no Pavilhão da Bienal, em São Paulo. Foi um festival com vários títulos, celebrando o conteúdo para jovens adultos da Netflix, com um público de mais de 50 mil pessoas ao longo de quatro dias. Desde então, o Tudum evoluiu e passou por diferentes formatos, como festival, live e almanaque digital, até se consolidar como um evento mundial. Em 2023, o Tudum voltou a São Paulo, atraindo um público presente de mais de 35 mil pessoas, além de registrar mais de 78 milhões de visualizações nas mídias sociais da Netflix no mundo todo.

Agora, o Tudum AO VIVO volta em 31 de maio de 2025, com transmissão às 21h (horário de Brasília), direto do Kia Forum, em Los Angeles. Esse evento imperdível vai contar com a presença das maiores estrelas da Netflix, apresentações incríveis, revelações de cair o queixo e momentos inesquecíveis. Além disso, o Tudum.com continua disponível o ano todo com conteúdo exclusivo, imagens de bastidores e conexões mais profundas com os títulos mais amados da Netflix.

COMO ASSISTIR: O público poderá assistir ao evento ao vivo na Netflix. A transmissão terá início às 21h (horário de Brasília). Netflix Tudum 2025: O evento ao vivo terá tradução simultânea (sem legendas) disponível em espanhol (América Latina) e português (Brasil) para quem quiser acompanhar o que todos estão falando em tempo real, em seu idioma de preferência. Após a transmissão ao vivo, legendas em outros idiomas estarão disponíveis dentro de alguns dias. 

Sobre a Netflix: A Netflix é um dos principais serviços de entretenimento do mundo. São mais de 300 milhões de assinaturas pagas em mais de 190 países com acesso a séries, filmes e jogos de diversos gêneros e idiomas. Assinantes podem assistir, pausar e voltar a assistir a um título quantas vezes quiserem em qualquer lugar e alterar o plano a qualquer momento.

quinta-feira, 15 de maio de 2025

.: "Esboço": da obra de Hilda Hilst, retrato da loucura como extrema lucidez

Idealizado pelo ator e psicanalista Rafael Costa e dirigido por Donizeti Mazonas, o trabalho estreia no Sesc Ipiranga, no dia 16 de maio, mês da Luta Antimanicomial. Esboço. Fotos: Keiny Andrade


O ator e psicanalista Rafael Costa, idealizador da 3C - Plataforma de Pesquisa, Criação e Produção Cultural Antimanicomial, tem uma longa pesquisa na interface Arte, Loucura e Psicanálise. Em seu novo espetáculo, "Esboço", a investigação tem como premissa o não enclausuramento cênico da Loucura e a desconstrução de estereótipos. A obra é construída a partir de dois textos da escritora brasileira Hilda Hilst e faz sua estreia no projeto Teatro Mínimo, do Sesc Ipiranga, no dia 16 de maio, às 21h30. A temporada segue até 8 de junho, com sessões às sextas, às 21h30, e, aos sábados e domingos, às 18h30. A apresentação do dia 24 de maio fará parte da VIRADA CULTURAL de São Paulo.

A partir dos textos ‘Esboço’ e ‘Com os meus olhos de cão’, a trama apresenta ao público um professor de matemática pura que conclui que tudo à sua volta e todo o seu entendimento sobre a vida é apenas um esboço. Por isso, “esboço” passa a ser a única palavra que media a sua comunicação com o mundo.

O solo tem direção e dramaturgismo de Donizeti Mazonas, que investiga a obra dessa autora há quase duas décadas. “Por ser uma prosa poética, torna-se um desafio levar seus textos para a cena. O fluxo de consciência é um recurso bastante presente na escrita da autora,  numa polifonia de vozes que torna, às vezes, difícil saber exatamente quem está falando”, comenta o diretor.

"Esboço" estreia no Mês da Luta Antimanicomial no Brasil, comemorado especialmente no dia 18 de maio, que marca o Dia Nacional da Luta Antimanicomial. A data celebra a Reforma Psiquiátrica e a criação de uma sociedade sem manicômios, isto é, a luta por um sistema de cuidado em saúde mental que priorize a liberdade e o tratamento em comunidade.


SOBRE A ENCENAÇÃO

Infância, família, trabalho e a sua relação com Deus estão em chamas, é dentro deste fogo que Riolo, protagonista desta jornada, recebe a constante exigência externa para esboçar o que ele quer dizer com a palavra “esboço”. Para construir cenicamente a experiência de um fluxo de pensamento, a encenação parte da proposta radical de uma ação ininterrupta, paradoxalmente, uma caminhada sem fim e sem sair do lugar.

A equipe de criação formada por Renan Marcondes, Vic von Poser, Dimitri Luppi e Pedro Canales criam um ambiente sinestésico para adentrar no pensamento e nos afetos desse “acrobata sobre os fios do tempo”. O palco é atravessado por sons, cores, texturas e textos que pluralizam as vias de recepção do espetáculo.

“Eu gostaria que as pessoas saíssem do espetáculo com a infamiliar sensação de estranhamento. Isso porque, quando se fala em saúde mental, penso que as concepções de harmonia e equilíbrio acabam por nos aprisionar em um ideal que humanamente não nos contempla. Precisamos lidar com as nossas experiências de transbordamento, são nesses momentos, por vezes difíceis, que somos mais gente”, defende o ator e idealizador do trabalho. 

"Esboço" é um convite para o público vivenciar os caminhos do enlouquecimento para além da replicação de estereótipos e de tipos de cuidados já amplamente conhecidos. Rafael acredita que, tanto no campo artístico quanto na vida, o encontro com a Loucura proporciona o abalo das certezas e  revela os modos que se instauram como padrão. A peça é também um dispositivo para celebrar e reforçar a importância do 18 de maio, Dia Nacional da Luta Antimanicomial.   

“A obra de Hilda Hilst serve perfeitamente a esse propósito já que nela a suposta loucura das personagens é nada mais que um excesso de lucidez”, diz Donizeti. “Todos os personagens dela deram um passo além da realidade, mas, por outro lado, atingem um outro nível de compreensão da existência. Na verdade, é como se essas pessoas conseguissem extrapolar o senso comum enxergando além. E isso não é algo negativo”, completa.   

Por meio da 3C - Plataforma de Pesquisa, Criação e Produção Cultural Antimanicomial, Rafael Costa pesquisa a partir dos pressupostos éticos da luta antimanicomial brasileira, a analogia entre o fazer clínico psicanalítico e o fazer artístico. A plataforma tem se destacado dentro e fora do país  como um polo de criação no campo das artes, no qual a loucura não fica restrita à condição temática, mas também se afirma como instauradora de novos regimes estéticos.


TEATRO MÍNIMO

Importante espaço de experimentação da cidade de São Paulo e criado em 2011 pela equipe de programação do Sesc Ipiranga, o Projeto ‘Teatro Mínimo’ foi concebido com o objetivo de apresentar temporadas de espetáculos teatrais que discutem a experimentação das linguagens cênicas, por meio de encenações focadas no trabalho de atuação, em proximidade e na relação direta com a plateia.

SINOPSE

A loucura desenhada como extrema lucidez é a chave poética de ESBOÇO, espetáculo com foco na atuação e no caráter transformador das criações antimanicomiais. Fruto das investigações sobre a potência dramatúrgica presente nas obras ‘Esboço’ e ‘Com os meus olhos de cão’, de Hilda Hilst, o solo apresenta Riolo, um professor de matemática pura que, após expelir a constatação de que tudo em sua vida é apenas um esboço, passa a conviver diariamente com esta condição. Diante de tudo e todos, a única palavra possível é “esboço”.


FICHA TÉCNICA

Idealização: Rafael Costa e 3C - Plataforma de Pesquisa, Criação e Produção Cultural Antimanicomial

Textos: Hilda Hilst

Direção e dramaturgismo: Donizeti Mazonas

Atuação: Rafael Costa

Produção: Plataforma Estúdio de Produção Cultural

Desenho de Som e operação: Pedro Canales

Videografia: Vic von Poser

Operação de Vídeo: Vic von Poser e Júlia Favero

Design e Operação de Luz: Dimitri Luppi

Assistente de Iluminação: Léo Sousa

Cenário e Figurino: Renan Marcondes

Direção de produção: Fernando Gimenes

Produção executiva: Bruno Ribeiro

Fotos: Keiny Andrade

Redes Sociais: Jorge Ferreira

Assessoria de imprensa: Canal Aberto - Márcia Marques, Flávia Fontes e Dani Valério

Apoio e Sala de ensaio: Cia do Pássaro - Voo e Teatro


SERVIÇO

"Esboço"

Data: 16 de maio a 08 de junho, às sextas, às 21h30, e, aos sábados e domingos, às 18h30*

* A apresentação do dia 24 de maio fará parte da programação da VIRADA CULTURAL. A sessão será gratuita e estará disponível para retirada online de ingressos a partir das 12h00 do mesmo dia.

Local: Projeto Teatro Mínimo - Auditório - Sesc Ipiranga - Rua Bom Pastor, 822, Ipiranga, São Paulo, SP

Ingressos: R$50 (inteira), R$25 (meia-entrada) e R$15 (credencial plena)

Ingressos disponíveis a partir de 6 de maio no aplicativo Credencial Sesc SP, site centralrelacionamento.sescsp.org.br e a partir de 7 de maio presencialmente nas bilheterias das unidades do Sesc SP.

Classificação: 14 anos Duração: 50 minutos


.: Turnê "Tempo Rei" SP: Gilberto Gil abre vendas de ingressos para quinta data

Gilberto Gil inicia vendas de ingressos para a quinta data da turnê "Tempo Rei" no Allianz Parque, em São Paulo. Realizado pela 30e em parceria com a Gege Produções Artísticas e com apresentação do Banco do Brasil, o show extra na capital paulista acontece no dia 18 de outubro


Duzentas mil pessoas vibraram na capital paulista com "Tempo Rei", última turnê de Gilberto Gil. Com quatro datas esgotadas no Allianz Parque, o cantor e compositor baiano anuncia  uma nova data da turnê em São Paulo, marcada para o dia 18 de outubro. Os ingressos já estão à venda no site da Eventim (acesse aqui).

"Tempo Rei" é uma realização da 30e, maior companhia brasileira de entretenimento ao vivo, em parceria com a Gege Produções Artísticas. A tour vai passar por 10 capitais brasileiras e é apresentada pelo Banco do Brasil, tem Correios como patrocinador master, Rolex o Relógio Oficial, Estrella Galicia cerveja oficial, conta com apoio do WhatsApp, Smiles e GAC, e tem os cartões Banco do Brasil Ourocard Visa como meio de pagamento oficial.

Quando Gilberto Gil compôs "Tempo Rei", em 1984, ele propunha uma resposta à canção "Oração ao Tempo", de Caetano Veloso. Enquanto a música do seu conterrâneo (e contemporâneo) surge com uma ideia de que o tempo e aquele que o inventou desaparecerão, a letra de Gil traz um vago desejo de permanência e transformação. Não à toa, Gilberto Gil escolheu "Tempo Rei" para dar nome à sua última turnê. 

Gilberto Gil vem amadurecendo a ideia de não realizar mais turnês há algum tempo (!). É uma reflexão que ele enxerga como natural e a decisão visa diminuir a intensidade de sua agenda. Há também uma mudança de perspectiva: agora menos centrada no plano material e mais próxima à espiritualidade. A turnê "Tempo Rei" será a experiência de celebrar a ampla obra musical do cantor e compositor baiano, trilha sonora que está enraizada na cultura do país, além de estar presente no DNA de todo brasileiro.

O princípio de Gilberto Gil na música foi com o acordeão (inspirado por Luiz Gonzaga), nos anos 1950. E sua sonoridade foi se moldando no passo em que outras referências chegaram ao seu alcance. De João Gilberto e da bossa nova a  Dorival Caymmi; até que ele se conectasse com o violão – instrumento que abriga as harmonias particulares de sua obra até hoje. Com o passar das décadas, ficou evidente uma unidade muito preciosa no catálogo fonográfico de Gil, com canções que sempre retrataram o país, e uma musicalidade moldada por formas rítmicas e melódicas muito pessoais.

O desafio da última turnê "Tempo Rei" será, justamente, o de condensar esse tesouro nacional e levá-lo para o palco, enaltecendo o cancioneiro e os vários Gilbertos que conhecemos: o cantor e compositor; o tropicalista que foi preso pela ditadura militar e se exilou em Londres; o Ministro da Cultura; o imortal da Academia Brasileira de Letras; o Doutor Honoris Causa pela Berklee College of Music, em Boston (EUA);  o que detém o título de "doutor honoris causa" da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj); e o patriarca de uma família musical.

"Foram vários os elementos que ponderei para chegar na decisão da realização de uma última turnê. Houve reflexão sobre este mercado e também sobre a exigência física necessária para esses grandes shows. Quero continuar fazendo música em outro ritmo, mas, antes, teremos essa celebração bonita junto do público e da família. Transformai as velhas formas do viver", afirma Gilberto Gil. 

"É natural que a gente fale de ‘tempo’ de várias perspectivas e fico pensando em todas as viagens e turnês que fizemos. São 43 anos de estrada, nas quais viajamos o país e o mundo com a música de Gil. Nos últimos anos, traduzimos a carreira dele em audiovisual, em plataformas multidisciplinares e, agora, levamos essa história completa para o palco para uma última turnê de grandes proporções", adiciona Flora Gil, diretora da Gege Produções Artísticas.

"É uma honra poder estar ao lado de Gilberto Gil, da Gege Produções Artísticas e de um time de profissionais que está empenhado em entregar uma turnê à altura do que este momento pede. A obra de Gilberto Gil é fundamental para a cultura do nosso país e para a identidade do brasileiro e a turnê "Tempo Rei" será uma grande reverência à trajetória dele", afirma Pepeu Correa, CEO da 30e.

"Apresentar a turnê de um dos maiores nomes da música brasileira é uma verdadeira honra. Gil é potência e símbolo cultural que se conecta com o BB para falar da força do tempo. Há mais de 30 anos, apoiamos e incentivamos a cultura e a diversidade brasileiras, que transformam vidas. Seguimos juntando e misturando a música com as oportunidades negociais, valorizando a riqueza artística do nosso país e os benefícios exclusivos para clientes", comenta Paula Sayão, diretora de marketing e comunicação do Banco do Brasil.

“Pelo conjunto da obra e por seu trabalho como ministro da Cultura, Gilberto Gil foi o primeiro nome escolhido pelos Correios para ilustrar a série de selos “Personalidades”. Como agentes do governo federal engajados no incentivo à cultura, temos orgulho de patrocinar essa turnê histórica”, afirmou o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos.

Com direção artística de Rafael Dragaud, direção musical de Bem Gil e José Gil e acompanhado por uma mega banda composta por Bem Gil (guitarra/baixo), José Gil (bateria), João Gil (guitarra/baixo), Nara Gil (voz), Mariá Pinkusfeld (voz), Diogo Gomes (sopro), Thiago Oliveira (sopro), Marlon Sete (sopro), Danilo Andrade (teclado), Leonardo Reis (percussão), Gustavo Di Dalva (percussão), Mestrinho (sanfona) e ainda um quarteto de cordas, Gilberto Gil fará uma apresentação que celebrará de forma imersiva e sensorial a entidade mais intrigante da experiência humana: o TEMPO. Lembrando que, para Gil, o tempo é simplesmente o AGORA. E esse é o convite e a proposta do artista: embaralhar as cartas de sua própria história e viver junto com seu público um espetáculo que o Brasil e o mundo irão guardar para sempre na memória.



Datas e locais

15 de março de 2025 - Salvador - Casa de Apostas Arena Fonte Nova (ESGOTADO)

29 de março de 2025 - Rio de Janeiro - Farmasi Arena (ESGOTADO)

30 de março de 2025 - Rio de Janeiro - Farmasi Arena (ESGOTADO)

05 de abril de 2025 -  Rio de Janeiro - Farmasi Arena (ESGOTADO)

06 de abril de 2025 -  Rio de Janeiro - Farmasi Arena (ESGOTADO)

11 de abril de 2025 - São Paulo - Allianz Parque (ESGOTADO)

12 de abril de 2025 - São Paulo - Allianz Parque (ESGOTADO)

25 de abril de 2025 - São Paulo - Allianz Parque (ESGOTADO)

26 de abril de 2025 - São Paulo - Allianz Parque (ESGOTADO)

31 de maio de 2025 - Rio de Janeiro - Marina da Glória (ESGOTADO)

01 de junho de 2025 - Rio de Janeiro - Marina da Glória (ESGOTADO)

07 de junho de 2025 - Brasília - Arena BRB Mané Garrincha

14 de junho de 2025 - Belo Horizonte - Arena MRV

05 de julho de 2025 - Curitiba - Ligga Arena

09 de agosto de 2025 - Belém - Estádio Mangueirão

06 de setembro de 2025 - Porto Alegre - Beira Rio

18 de outubro de 2025 - São Paulo - Allianz Parque (DATA EXTRA)

25 de outubro de 2025 -  Rio de Janeiro - Farmasi Arena (DATA EXTRA)

15 de novembro de 2025 - Fortaleza - Centro de Formação Olímpica (CFO)

22 de novembro de 2025 - Recife - Classic Hall (ESGOTADO)

23 de novembro de 2025 - Recife - Classic Hall (DATA EXTRA)


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quarta-feira, 14 de maio de 2025

.: Cineflix Cinemas estreia "Premonição 6" e tem pré de "Missão Impossível"

A unidade Cineflix Cinemas Santos, localizada no Miramar Shopping, bairro Gonzaga, estreia dia 15 de maio a nova sequência do terror para maiores de 18 anos, "Premonição 6: Laços de Sangue", com Tony Todd, conhecido por sua interpretação do assassino sobrenatural Candyman.

A partir de sábado é possível conferir a pré-estreia do longa de ação protagonizada por Tom Cruise, "Missão Impossível - O Acerto Final". O filme tem estreia dia 22 de maio. Seguem em cartaz os longas de ação "Karatê Kid: Lendas" e "Thunderbolts*", assim como a cinebiografia sobre Ney Matogrosso, "Homem com H"

Estão abertas a pré-venda do aguardado filme de aventura "Lilo & Stitch", com exibições a partir do dia 22 de maio, assim como o musical "j-hope - Hope On The Stage: Live Viewing" e a exibição ao vivo da "UEFA Champions League 2025", no dia 31 de maio. Garanta seus ingressos aqui: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN


Programe-se, confira detalhes e compre os ingressos aqui: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN. Você pode assistir as estreias com pipoca quentinha, doce ou salgada, tendo em mãos o balde colecionável de "Thunderbolts*""Um Filme Minecraft" e "Branca de Neve".



O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN.


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sábado, 10 de maio de 2025

.: Teatro: "Trilogia Kafka" reflete sobre os sistemas de violência e desumanização


Montagem do Grupo Garagem 21 mistura referências do teatro de Tadeusz Kantor, das HQs e dos desenhos animados para contar a história dos textos "Um Artista da Fome", "Comunicado a uma Academia" e "Carta ao Pai" do autor tcheco. Foto: João Caldas

Buscando ampliar o debate sobre violência estrutural que leva à alienação, o diretor Cesar Ribeiro estreia seu novo trabalho, "Trilogia Kafka". O espetáculo faz sua temporada de estreia no Teatro do Núcleo Experimental entre os dias 23 de maio e 30 de junho, com sessões às sextas, aos sábados e às segundas, às 20h00; e, aos domingos, às 19h00, totalizando 24 sessões. No elenco estão Helio Cicero, André Capuano e Pedro Conrado.

A peça apresenta três textos curtos do escritor tcheco Franz Kafka (1883-1924): "Um Artista da Fome", que conta a história de um artista cujo trabalho é passar fome publicamente e que se sente excluído da sociedade após uma mudança cultural que desvalorizou seu ofício; "Comunicado a uma Academia", sobre um macaco falante que relata a diversos intelectuais sua transição de animal para quase humano e como se tornou um artista de renome no teatro musical; e "Carta ao Pai", em que Kafka escreve ao pai para expor a mágoa diante de seu autoritarismo. A montagem ainda conta com outro escrito na abertura. "Diante da Lei" revela ao público um homem que vai até a porta da lei pedindo acesso à Justiça, sempre negado. 

Entre as referências teóricas do projeto estão obras da socióloga brasileira Maria Cecília de Souza Minayo, que define a violência estrutural como aquela "gerada por estruturas organizadas e institucionalizadas, naturalizada e oculta em estruturas sociais, que se expressa na injustiça e na exploração e que conduz à opressão dos indivíduos", e do jornalista e ativista indiano Pothik Gosh, que destaca o tema da justiça na obra kafkiana, entendida como uma esfera em que há completa ausência de sentido que não seja pelo fato de ser uma pura força de dominação, por meio de uma dialética em que a lei inclui ao excluir e exclui ao incluir, refletindo uma realidade em que as pessoas são excluídas hierarquicamente e incluídas produtivamente. 

Esse conceito remete à noção de corpos produtivos e corpos matáveis, abordando as políticas de morte e segregação presentes na sociedade contemporânea – assim como, na sociopolítica, abrange os movimentos de luta por soberania e direitos, em que os oprimidos podem escapar da opressão em certo momento temporal, mas os sistemas de opressão persistem.Apoie o Resenhando.com e compre os livros de Franz Kafka neste link.

Sobre a encenação
Dando sequência ao trabalho realizado pelo grupo Garagem 21 em Dias Felizes, O Arquiteto e o Imperador da Assíria e Esperando Godot, a montagem de Trilogia Kafka propõe uma visão das diversas faces dos sistemas de violência, observando, quase com uma lente de aumento, a relação entre opressores e oprimidos. Por meio dessas narrativas, a peça levanta questionamentos sobre temas como justiça, liberdade, censura, repressão, direito e democracia. 

"Debater esses conceitos é muito importante neste momento em que os fascistas propositadamente e estrategicamente buscam uma confusão desses termos, que abrangem até a tentativa de vitimização de bandidos que tentaram um golpe de estado", defende Cesar. Para dar conta da dualidade liberdade-dominação, tão presente na obra de Kafka, o cenógrafo J. C. Serroni propôs uma instalação que remete a um grande presídio. O chão preto está cheio de marcas de sangue, como se o local tivesse enfrentado uma chacina recente, simbolizando as vozes dos grupos silenciados ao longo das violências históricas. 

"Há uma grade cercando o fundo da plateia, uma grade dividindo público e plateia, que é removida depois da primeira cena, e diversas celas similares a jaulas em que ocorrem partes das narrativas. Os espaços se multiplicam conforme a narrativa por meio do desenho de luz e dessas variações cenográficas, colocando o público também dentro dessa dualidade perpetrador-vítima", detalha o diretor. 

Ao mesmo tempo, a composição das cenas foi inspirada na gestualidade do teatro de Tadeusz Kantor e na linguagem das HQs e dos desenhos animados. "Quisemos representar o humano e a humanidade sem dar a aparência de realidade. Por isso, partimos para referências que nos ajudassem a construir nosso próprio universo estético", comenta Cesar. Assim, a montagem foi tomando forma quadro a quadro, a partir de uma visão sobre direção de arte, formação da imagem e formação do olhar que incluem partituras gestuais, desenhos de luz, visagismo e figurinos. 

"Em 'Carta ao Pai', por exemplo, há um momento em que o escritor se lembra de sua infância e da vergonha ao ver seu corpo ainda pouco formado ao lado de seu pai forte quando vão nadar. Ele fala como se estivesse falando com o pai, mas na visão da criança o pai é um gigante, então ele olha muito para o alto, ficando nessa imagem durante esse tempo da narrativa. A montagem é decodificada sempre dentro desse campo simbólico, e não de tentativa de reprodução da aparência da realidade, o que não deixa de ser quase uma exigência quando você tem em uma narrativa um macaco falante", acrescenta.

Para o figurino, assinado por Telumi Hellen, existe a mistura de visual futurista com a moda elisabetana. Isso porque os artistas querem transmitir a noção de que, embora existam avanços em relação aos direitos humanos e progressos tecnológicos, a realidade apresenta um constante estado de guerra de grupos humanos privilegiados contra outros grupos humanos. "Em última instância, enquanto houver capitalismo haverá a construção de ossadas", pontua Cesar.

Em decorrência disso, as narrativas variam a voz central. "No primeiro texto há a voz de um antigo opressor que se tornou oprimido em um novo tempo histórico; no segundo, um ser aculturado pela violência torna-se um opressor e agente do sistema; no terceiro texto, o oprimido ganha voz e apresenta uma espécie de teologia da libertação", conclui o diretor. Apoie o Resenhando.com e compre os livros de Franz Kafka neste link.


Sinopse
A montagem reúne três textos curtos de Franz Kafka: em Um Artista da Fome é narrada a trajetória de um artista cujo trabalho é passar fome publicamente e que se sente excluído da sociedade após uma mudança cultural que desvalorizou seu ofício; Comunicado a uma Academia apresenta a história de um macaco falante que relata aos membros de uma academia sua transição de animal para quase humano; já em Carta ao Pai, Kafka escreve ao pai uma carta em que expõe a mágoa diante de seu autoritarismo. Abrindo a montagem ainda está o breve texto Diante da Lei, em que um homem vai até a porta da lei pedindo acesso, sempre negado. Com uma linguagem influenciada pelo teatro de Tadeusz Kantor e a linguagem de HQs e desenhos animados, o espetáculo aborda os modos com que os sistemas de violência conduzem à alienação.


Ficha técnica
Espetáculo "Trilogia Kafka"
Texto: Franz Kafka
Adaptação, direção e trilha sonora: Cesar Ribeiro
Atuação: Helio Cicero, André Capuano e Pedro Conrado
Cenografia: J. C. Serroni
Figurinos: Telumi Hellen
Iluminação: Rodrigo Palmieri
Produção: Marisa Medeiros
Assessoria de imprensa: Canal Aberto
Coordenação de projeto: Edinho Rodrigues

Serviço
Espetáculo "Trilogia Kafka"
Temporada: 23 de maio a 30 de junho, às sextas, aos sábados e às segundas, às 20h; e, aos domingos, às 19h
Teatro do Núcleo Experimental – Rua Barra Funda, 637 – São Paulo
Ingressos: R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia-entrada)
Venda online em https://www.sympla.com.br/
Bilheteria física (sem taxa de conveniência): Teatro do Núcleo Experimental
Horário de funcionamento: em dias de espetáculos, a bilheteria abre 1h antes do início da apresentação.
Duração: 100 minutos
Classificação: 12 anos
Capacidade: 65 pessoas

.: MASP apresenta exposição de Monet com obras inéditas no Hemisfério Sul


Mostra aborda a complexa relação do impressionista com as transformações da natureza no final do século XIX. Na imagem, Claude Monet, Ponte de Waterloo, 1903, McMaster University, McMaster Museum of Art, doação Herman H. Levy, 1984, Hamilton, Canadá. Foto: Robert McNair


O MASP - Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand anuncia a exposição "A Ecologia de Monet", apresentando uma leitura contemporânea sobre a relação de Claude Monet (1840–1926) com a natureza, as transformações ambientais, a modernização da paisagem e as tensões entre ser humano e natureza. A exposição apresenta obras que perpassam grande parte da carreira do artista - das décadas de 1870 até 1920 -, revelando diferentes momentos de sua relação com a paisagem e com o meio ambiente. Em cartaz de 16 de maio a 24 de agosto de 2025, a exposição reúne 32 pinturas do impressionista francês, sendo a maioria inédita no hemisfério sul.

Com curadoria de Adriano Pedrosa, diretor artístico, MASP, e Fernando Oliva, curador, MASP, e com assistência de Isabela Ferreira Loures, assistente curatorial, MASP, a exposição aborda diferentes aspectos da relação de Monet com a ecologia em cinco núcleos: Os barcos de Monet; O Sena como Ecossistema; Neblina e Fumaça; O Pintor como Caçador; Giverny: Natureza Controlada.  

“É inegável que o artista teve um olhar atento para as transformações ambientais de seu tempo, documentando desde a industrialização crescente até fenômenos naturais, como enchentes e degelos. No entanto, a relação de Monet com a ecologia da época era outra, muito diferente das dimensões atuais do termo, tanto no campo das ciências do clima como no da história da arte. Ainda assim, é possível traçar leituras contemporâneas sobre o seu trabalho, especialmente se considerarmos a força e o impacto que sua obra segue exercendo na sociedade”, afirma Fernando Oliva.

O núcleo “O Sena como Ecossistema” aborda a água como um motivo constante na produção do artista, que cresceu na cidade do Havre, no norte da França, onde o rio Sena deságua no Oceano Atlântico. Ao longo da vida, Monet percorreu grande parte dos 776 km do rio e seus afluentes, desenvolvendo uma relação profunda com as paisagens fluviais, que também expressam os hábitos sociais e o processo de industrialização. Na mostra, a importância do Sena para a vida e a obra do artista também é representada em um painel expográfico curvo que simboliza o percurso do rio. 

O curso d’água também tem destaque no núcleo “Os Barcos de Monet”, no qual o impressionista apresenta o afluente do rio Sena em uma imersão. As barcas são mostradas de pontos de vista elevados, eliminando, assim, a noção de uma linha do horizonte. A correnteza do rio é destacada por pinceladas onduladas em tons de vermelho e amarelo que se somam ao verde intenso.

O núcleo “Neblina e Fumaça” discute como Monet representou as transformações urbanas e industriais de seu tempo. A energia a vapor, as fábricas em expansão, a produção de carvão e as rápidas mudanças nos meios de produção modificaram o horizonte das cidades do século XIX, fazendo com que as torres das igrejas passassem a competir com as chaminés na paisagem urbana. Os trabalhos em que o artista retrata as pontes de Waterloo e de Charing Cross, de Londres, são emblemáticos, pois dão a ver a forma como Monet explorou a perspectiva atmosférica com cores e pinceladas singulares, conferindo espessura à neblina e evidenciando o ar carregado pela fumaça liberada pelas indústrias instaladas às margens do rio Tâmisa.

“O Pintor como Caçador” parte das longas caminhadas de Monet à procura de boas vistas as quais pintar ou, como ele próprio dizia, boas “impressões”. Se no início de sua produção o artista se limitava a áreas de fácil acesso, especialmente após os anos 1880 passou a se aventurar por trilhas em busca de pontos de vista originais. Nesse núcleo também são apresentadas pinturas de Monet realizadas em suas viagens pela costa francesa —Normandia, Bretanha e Mediterrâneo —, além de passagens por outros países, como a Holanda. 

“Giverny: natureza Controlada” apresenta obras como "A Ponte Japonesa" (1918–1926) e "A Ponte Japonesa sobre a Lagoa das Ninfeias em Giverny" (1920–1924), concebidas pelo pintor no refúgio que criou nos jardins de sua propriedade na cidade de Giverny, onde viveu por mais de quatro décadas. Esse núcleo faz uma reflexão sobre a paixão de Monet por seus jardins, que também pode ser analisada como um desejo de controlar e moldar a natureza. 

“A exposição reflete uma relação complexa do pintor com a paisagem natural e o meio ambiente. Em suas pinturas coexiste um elogio ao meio ambiente e uma tentativa de organizá-lo, de contê-lo”, conclui Oliva. "A Ecologia de Monet" integra a programação anual do MASP dedicada às Histórias da ecologia. A programação do ano também inclui mostras de Hulda Guzmán, "Mulheres Atingidas por Barragens", Frans Krajcberg, Clarissa Tossin, Abel Rodríguez, Minerva Cuevas e a grande coletiva "Histórias da Ecologia".


Sobre o artista
Claude Monet (1840–1926) foi um dos fundadores e principais expoentes do movimento impressionista, revolucionando a história da arte com sua abordagem inovadora da luz e da cor. Nascido em Paris e criado na Normandia, Monet desenvolveu desde cedo uma sensibilidade única para a natureza e suas transformações. Seu quadro Impressão, "Nascer do Sol" (1872) deu nome ao movimento impressionista. Ao longo de sua carreira, dedicou-se a capturar os efeitos transitórios da luz sobre a paisagem, muitas vezes pintando o mesmo motivo em diferentes horários e condições atmosféricas. 


Acessibilidade
Todas as exposições temporárias do MASP possuem recursos de acessibilidade, com entrada gratuita para pessoas com deficiência e seu acompanhante. São oferecidas visitas em Libras ou descritivas, além de textos e legendas em fonte ampliada e produções audiovisuais em linguagem fácil — com narração, legendagem e interpretação em Libras que descrevem e comentam os espaços e as obras. Os conteúdos, disponíveis no site e no canal do YouTube do museu, podem ser utilizados por pessoas com deficiência, públicos escolares, professores, pessoas não alfabetizadas e interessados em geral.


Catálogo
Por ocasião da mostra, será publicado um catálogo bilíngue, em inglês e português, reunindo imagens e ensaios comissionados que debatem a relação de Monet com a ecologia. O livro tem organização editorial de Adriano Pedrosa e Fernando Oliva, com assistência de Isabela Ferreira Loures. O catálogo tem texto curatorial de Oliva e artigos dos especialistas Ana Gonçalves Magalhães, Caroline Shields, Géraldine Lefebvre, Maria Grazia Messina, Marianne Mathieu, Michael J. Call, Nicholas Mirzoeff e Stephen F. Eisenman.


Loja MASP
Em diálogo com a exposição, a Loja MASP apresenta uma coleção exclusiva inspirada na obra de Claude Monet. A seleção de produtos inclui lenços de seda, vela aromática, aromatizador de ambiente, bolsas, ímãs, postais, marca-páginas, garrafa térmica, camisetas, cadernos de capa dura e bloco de anotação.


Realização
A Ecologia de Monet é realizada por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura e tem patrocínio exclusivo de Nubank.


Serviço
"A Ecologia de Monet"
Curadoria: Adriano Pedrosa, diretor artístico, MASP, e Fernando Oliva, curador, MASP, com assistência de Isabela Ferreira Loures, assistente curatorial, MASP
16.5 —24.8.25
1° andar, Edifício Lina Bo Bardi

MASP - Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand
Avenida Paulista, 1578 – Bela Vista / São Paulo
Telefone: (11) 3149-5959
Horários: terças grátis, das 10h00 às 20h00 (entrada até as 19h00); quarta e quinta das 10h00 às 18h00 (entrada até as 17h00); sexta das 10h00 às 21h00 (entrada gratuita das 18h00 às 20h30); sábado e domingo, das 10h00 às 18h00 (entrada até as 17h); fechado às segundas.
Agendamento on-line obrigatório pelo link masp.org.br/ingressos
Ingressos: R$ 75,00 (entrada); R$ 37,00 (meia-entrada)

sexta-feira, 9 de maio de 2025

.: Espetáculo "Um Grito Parado no Ar" em cartaz no Teatro Itália


"Um Grito Parado no Ar", montagem do Teatro do Osso para o clássico de Guarnieri, volta em nova temporada no Teatro Itália. Com direção de Rogério Tarifa, o ato-espetáculo musical celebra os 52 anos da obra de Gianfrancesco Guarnieri. Foto: Cacá Bernardes


A nova versão de "Um Grito Parado no Ar", clássico de Gianfrancesco Guarnieri (1934-2006), volta na sua segunda temporada, no Teatro Itália. Sob a direção de Rogério Tarifa e montagem do grupo Teatro do Osso, a obra revisita a icônica peça que reflete sobre os desafios da criação artística em tempos de censura e repressão. A dramaturgia, atualizada por Jonathan Silva, Rogério Tarifa e o Teatro do Osso, dialoga com o contexto contemporâneo, enquanto a encenação preserva o caráter crítico e metateatral que marcou a história do teatro brasileiro. A temporada segue até 28 de maio, com sessões às quartas, às 19h30.

Gianfrancesco Guarnieri foi ator, diretor, dramaturgo e poeta italiano naturalizado brasileiro. Figura central do Teatro de Arena de São Paulo, Guarnieri marcou a dramaturgia nacional com textos que abordavam questões sociais e políticas. Entre suas obras mais significativas está Eles Não Usam Black-Tie, reconhecida como um marco do teatro brasileiro.

Escrito em 1973, durante a ditadura militar brasileira, Um Grito Parado no Ar se destacou por expor os desafios de se fazer arte em um contexto de repressão. Na adaptação de Tarifa, a obra preserva sua essência crítica e amplia o diálogo com o presente, conectando as questões sociais da época em que foi escrita, aos desafios culturais contemporâneos.

A narrativa acompanha um grupo de artistas que ensaia uma peça a dez dias de sua estreia. Enquanto pressões externas, como dívidas e restrições financeiras, ameaçam o andamento da produção, a trama reflete a precariedade e a persistência da arte em tempos complexos. Com improvisações baseadas em relatos reais de moradores da cidade, o espetáculo revela as tensões sociais e econômicas que permeiam o cotidiano, reafirmando o teatro como espaço de resistência e transformação. 

O ato-espetáculo musical conta com a participação da atriz convidada Dulce Muniz, que interpreta a personagem Flora. O diretor Rogério Tarifa destaca que Dulce fez parte do Teatro Arena e da história do teatro brasileiro. O grupo costuma trabalhar com depoimentos de pessoas, e Dulce traz um olhar especial por ter vivenciado as duas épocas, 1973 e a atual.

“O espetáculo surgiu da colaboração entre meu trabalho e o Teatro do Osso, a partir de uma pesquisa sobre o Teatro Épico no Brasil, inspirada nas obras de Guarnieri. Realizamos um estudo aprofundado sobre esse período, coletando referências e realizando entrevistas com artistas da época. Fomos ao Rio de Janeiro e conversamos com Othon Bastos e Sonia Loureiro. Assim, a montagem representa um encontro entre a companhia Teatro do Osso e um Grito Parado no Ar, unindo características de 1973 e da atualidade, estabelecendo diálogos entre esses dois momentos”, comenta Tarifa.

A direção musical de William Guedes conta com músicas originais compostas por Jonathan Silva criadas especialmente para o espetáculo, enriquecendo a experiência e a conexão com o público. “Essa abordagem envolve algumas características essenciais, como a dramaturgia coletiva, a música ao vivo e as composições criadas especialmente para o espetáculo. Na nossa montagem, embora o texto tenha origem na dramaturgia de Guarnieri, incorporamos também toda a pesquisa necessária para a construção do espetáculo e desses elementos”, explica Tarifa.

Uma exposição virtual, "Do Canto ao Grito - Um Estudo sobre o Teatro Épico no Brasil", reúne músicas, vídeos, documentos históricos e materiais desenvolvidos ao longo do processo criativo. A mostra enriquece a experiência do espetáculo ao ampliar debates sobre temas como censura, violência e desigualdade, reafirmando a relevância da obra de Guarnieri no diálogo entre passado e presente da sociedade brasileira. A exposição pode ser visitada no site www.teatrodoosso.com.br.

“As pesquisas duraram 6 anos, buscando compreender a prática artística contemporânea em relação à montagem de 1973. Quando ouvimos pela primeira vez o nome 'Um Grito Parado no Ar', isso nos provocou uma reflexão profunda. Quais gritos estão parados no ar? Seriam gritos negativos ou violentos? O título criado por Guarnieri, é muito preciso e realmente convida à reflexão”, reflete Tarifa.

Junto ao elenco atua um coro, formado por oito integrantes, reunidos em cena como personificação da multiplicidade de experiências pessoais, éticas, estéticas e políticas. A proposta é trazer a pluralidade de vozes e experiências para contar o que é fazer teatro em 2025, numa convivência entre atrizes, atores e não atores, diferentes gerações, classes sociais, imigrantes, pessoas cis e pessoas trans.

A obra estreou há 52 anos, em um período de forte repressão política, e tornou-se um símbolo da resistência cultural. A frase “Nós vamos estrear nem que seja na marra!”, dita pelo personagem Fernando, ecoava como um manifesto dos artistas contra a censura. Hoje, o Teatro do Osso traz essa força para os palcos, reafirmando a importância do teatro como ferramenta de questionamento e crítica social. 


Ficha técnica do espetáculo

Espetáculo "Um Grito Parado No Ar". Direção: Rogério Tarifa. Dramaturgia: Jonathan Silva, Rogério Tarifa e Teatro do Osso. Direção de Atores: Luis André Cherubim e Rogério Tarifa. Texto original: “Um Grito Parado no Ar”, de Gianfrancesco Guarnieri. Elenco: Guilherme Carrasco, Isadora Títto, Maria Loverra, Oswaldo Ribeiro Acalêo e Rubens Consulini. Atriz convidada: Dulce Muniz. Coro: Dan Nonato, Thiego Torres, Ísis Gonçalves, Marcela Reis, Nduduzo Siba, Rommaní Carvalho, Sofia Lemos e Wilma Elena. Iluminação: Marisa Bentivegna. Direção musical e treinamento vocal: William Guedes.Composições originais: Jonathan Silva. Músicos: Gabriel Moreira, Felipe Chacon e Ju Vieira. Direção de movimento e treinamento: Marilda Alface. Direção de Arte: Rogério Tarifa. Cenário: Diego Dac e Rogério Tarifa. Figurino: Juliana Bertolini. Desenho de som: Duda Gomes. Produção Executiva: Carolina Henriques. Diretor de palco: Diego Dac.Assistentes de Palco: Clara Boucher e Mayhara Ribeiro. Técnica de Luz: Gabi Ciancio.  Técnico de som: Duda Gomes. VJ: Lui Cavalcante. Assistente de Produção: Julia Terron. Assistente figurino: VI Silva. Assessoria de imprensa: Adriana Balsanelli. Fotos: Mauricio Bertolin e Cacá Bernardes. Designer gráfico: Fábio Vieira. Ilustração: Elifas Andreato. Realização: Teatro do Osso. Produção: Jessica Rodrigues Produções Artísticas. Direção de Produção: Jessica Rodrigues.


Serviço
Espetáculo "Um Grito Parado No Ar"
Direção: Rogério Tarifa
Reestreia dia 7 de maio, quarta, às 19h30. Temporada até 28/05.
Todas as quartas, às 19h30
Teatro Itália (278 lugares). 14 anos. Duração: 2h45m sem intervalo.
Valores: R$40 (Meia) e R$80 (Inteira).
Ingresso promocional: R$60 - com 1kg de alimento, na bilheteria
https://bileto.sympla.com.br/event/105367

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