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domingo, 1 de dezembro de 2024

.: Murilo Gun convida o público a refletir sobre a harmonia entre a ordem e caos


Com uma combinação única de humor, autoconhecimento e música ao vivo, o show oferece uma experiência imersiva e transformadora que explora criatividade e inteligência emocional. Os ingressos estão disponíveis online ou na bilheteria do teatro. Foto: @tribezen


Com uma abordagem inovadora que mescla humor, autoconhecimento e música ao vivo, o humorista e palestrante Murilo Gun apresenta seu novo espetáculo, “Fé no Flow”, no Teatro B32, em São Paulo. Dirigido por Márcio Ballas, a montagem oferece uma experiência imersiva que transcende o stand-up tradicional, convidando o público a explorar a relação entre ordem e caos e refletir sobre a busca por uma vida mais alinhada e fluida.

“Fé no Flow” é o resultado de um experimento pessoal que Gun desenvolve há mais de 20 anos, "sem saber", como ele mesmo explica. “Nos últimos anos, venho fazendo isso de forma intencional, buscando entender como podemos viver em harmonia com o fluxo da vida, abraçando tanto a ordem quanto o caos”, comenta. O espetáculo reflete essa jornada e convida o público a fazer o mesmo, em uma reflexão profunda, porém leve, sobre criatividade e autoconhecimento. 

Com uma proposta única que combina teatro, humor, e música ao vivo, Murilo Gun usa metáforas e provocações inteligentes para despertar a consciência do espectador, levando-o a reflexões profundas e sugerindo formas claras de mudar a maneira como encara a vida. O equilíbrio entre diversão e autoconhecimento é a chave da narrativa, reforçando a mensagem de que aceitar tanto a ordem quanto o caos é essencial para viver em harmonia com o fluxo natural das coisas.

Com um cenário visualmente impactante e uma banda ao vivo para complementar a narrativa, “Fé no Flow” une tecnologia e arte em uma produção de alta qualidade, oferecendo uma experiência sensorial envolvente. O espetáculo conta com o patrocínio da Eduzz, além do apoio de Boali, Expert Integrado, Espaço Mabu, Reserva e Sloul. A produção fica a cargo da C.A. Produções.


Sobre Murilo Gun
Murilo Gun é um dos nomes mais respeitados do humor no Brasil, tendo sido pioneiro na internet e no stand-up comedy. Com passagens por grandes palcos, programas de TV e plataformas como o Netflix, Gun decidiu explorar novos horizontes ao estudar futurismo na Singularity University, localizada em um centro de pesquisas da NASA. Desde então, tem se dedicado a explorar temas como criatividade e inteligência emocional, transformando essas reflexões em conteúdo acessível e inspirador.


Serviço

"Fé no Flow"
Local: Teatro B32 – Av. Brg. Faria Lima, 3732 - Itaim Bibi, São Paulo/SP
Datas: 21 de dezembro (sábado), às 19h e às 21h30
Ingressos: A partir de R$ 70,00 (meia entrada) - https://teatrob32.com.br/fe-no-flow/
Vendas: Bilheteria do Teatro B32 e online pelo site oficial teatrob32.byinti.com
Classificação: 10 anos
O artista é representado pela C.A. Produções

segunda-feira, 25 de novembro de 2024

.: Espetáculo "Corte Seco" Corte Seco faz nova temporada na Embaixada Cultural


Com direção de Claudia Schapira e dramaturgia de Marcelo Oriani, o espetáculo explora a polifonia para discutir os efeitos-causas da violência sexual. Foto: Sergio Silva

Os impactos e consequências do abuso infantil pelo resto da vida de uma criança é o ponto central de "Corte Seco", com texto de Marcelo Oriani e direção de Claudia Schapira, que faz nova temporada na Embaixada Cultural, em São Paulo, de 28 a 30 de novembro. O espetáculo, que teve provocação cênica de Eliana Monteiro, traz no elenco Camila Fernandes, Nanddà Oliveira e Raquel Domingues. O texto foi contemplado pelo Prêmio Carlos Carvalho de Dramaturgia (2022) e ganhou menção honrosa no V Prêmio Ufes de Literatura (2023). E a temporada é realizada com recursos do ProAC 01/23 – Produção de Espetáculos Inéditos.

"Corte Seco" conta a história da cantora Poliana, que, depois de sofrer um acidente de carro, entra em coma e passa a recordar o abuso que sofreu pelo pai aos 7 anos. Nesse estado onírico do inconsciente, o presente, o passado e o futuro da cantora se enredam, enquanto ela passa sua memória a limpo. 

A peça narra essa trama de maneira não-linear, com cenas que acontecem ao mesmo tempo em espaços e tempos distintos. “A dramaturgia proposta por Marcelo é uma cena polifônica, onde diversas personagens falam na cabeça da voz central. Ela é constituída por uma sequência de perguntas e afirmações, além de diferentes situações que sugerem lugares, acontecimentos e estados. E isso inspirou uma cena vertiginosa, um revezamento dessas vozes num jogo de narração, onde as atrizes comandam a ação”, explica Claudia Schapira.

A dramaturgia é toda fragmentada, de modo que o público precisa completar à sua maneira as lacunas que ficaram na história. “Como a questão do abuso ainda não é uma questão resolvida socialmente, não faria sentido, para mim, resolver essa questão ficcionalmente. E essa fragmentação também se dá porque a narrativa utiliza o processo cinematográfico do corte seco – que é usado numa sequência de cenas que podem ou não acontecer ao mesmo tempo, mas em lugares distintos. Isso causa três efeitos: 1) deslocamentos temporais na cronologia da narrativa; 2) aumento de tensão da cena; 3) mudança dos pontos de vista sobre a narrativa”, revela o autor Marcelo Oriani.

Já a encenação tem forte influência do teatro hip-hop. “Venho trabalhando essa estética nos últimos 25 anos. A ‘palavra falada’ comanda a construção da cena a partir do ritmo que a própria palavra suscita criando nuances e camadas de significados. A poesia, o ritmo e a métrica narram. Essa dinâmica materializa, a partir da palavra falada, esses corpos no espaço. A palavra é corpo neste espetáculo. E o principal desafio foi compor as diversas figuras que desfilam ao longo da narrativa e que, pela fragmentação e a velocidade da troca, não daria tempo de construir personagens com precisão. O corpo, assim como o discurso, é fragmentado, lacunar,  mas aterram essas vozes que falam pelo espaço.  Neste espetáculo o gesto é lugar, é situação, é estado, é movimento, é discurso, e, por fim, é também dança”, diz a Schapira. Luaa Gabanini construiu a narrativa corporal com muita assertividade, e assina coreografia  e a direção de movimento,  elemento vital nesta posta em cena.

A ideia é suscitar o debate sobre o efeito-causa do abuso sexual infantil, mergulhando nesse tema-tabu a partir do campo da  estética e da poética para promover um debate sério, honesto e responsável. “Sempre foi uma escolha consciente não dar voz para o abusador. O que vemos em cena são pessoas tentando lidar com o rastro que um abusador deixa na vida de alguém. E também é uma vingança poética: uma maneira de fazer esse silenciamento – que faz com que essa violência se perpetue e favoreça o abusador – se volte contra ele. E pode ser lido também como mais uma camada de denúncia justamente porque o abuso é o único crime onde a vítima se envergonha. Por isso opta pelo silenciamento, quase sempre. Porque há, historicamente, uma responsabilização da vítima. É preciso começar desresponsabilizar as vítimas pelas violências que elas sofrem”, conta o dramaturgo.


Ficha técnica
Espetáculo "Corte Seco"
Direção:Claudia Schapira
Dramaturgia e assistência de direção: Marcelo Oriani
Elenco: Camila Fernandes, Nanddà Oliveira e Raquel Domingues
Live-DJ: Dani Hell
Ppreparação corporal e direção de movimento: Luaa Gabanini
Trilha sonora: Dani Nega
Desenho de luz: Rodrigo Palmieri
Preparação vocal: Sandra X
Cenografia: Juliana Fernandes
Figurinos: Rosângela Ribeiro
Provocação cênica: Eliana Monteiro
Cenotecnia: Victor Akkas e Vinícius Ribela
Assistência figurinos: Neemias Villas Boas
Operação de luz: Rafael Lopes
Operação de som: Marcelo Oriani
Hair Style: Klay Fausto
Intérprete de Libras: Adriane Macarini (Sorriso)
Designer gráfico: Tami Lemos
Assessoria de imprensa: Douglas Picchetti e Helô Cintra (Pombo Correio)
Produção geral: Rodrigo Palmieri e Leandro Ivo (Fulano’s Produções Artísticas)
Assistente de profução: Thauany Mesquita


Serviço
Espetáculo "Corte Seco"
Embaixada Cultural
Endereço: Rua Capitão Sérvio Rodrigues Caldas, 325 - Vila Dom Pedro II (próximo ao metrô Parada Inglesa)
Capacidade: 20 lugares
Apresentações: dias 28, 29 e 30 de novembro, de quinta-feira a sábado, às 19h00 e às 21h00
Duração: 65 minutos
Classificação: 16 anos

quinta-feira, 21 de novembro de 2024

.: "A Bailarina Fantasma" em cartaz no Espaço 28, no Bom Retiro


Depois de estrear no CCSP, a peça-instalação retorna ao espaço intimista onde foi criada, para quatro únicas apresentações; o espetáculo parte da escultura icônica de Degas para falar do apagamento da visibilidade de uma bailarina clássica negra. Haverá também atividades paralelas, com bate-papos e oficina. Foto: Helton Nóbrega


Depois de uma curta e concorrida temporada no Porão do CCSP - Centro Cultural São Paulo - a peça "A Bailarina Fantasma" volta em cartaz para quatro únicas apresentações - de 21 a 24 de novembro de 2024, quinta a domingo, às 20h00 - no Ateliê do encenador Wagner Antônio, localizado no 1º andar do Espaço 28 (Rua Anhaia, 987 - Bom Retiro), com entrada gratuita. 

A obra cênica parte da polêmica escultura "A Bailarina de 14 Anos", do pintor e escultor francês Edgar Degas (1834-1917), e das memórias da bailarina brasileira Verônica Santos para destacar as violências físicas e simbólicas sofridas pela artista em seu processo de formação em dança, bem como as tentativas de apagamento de sua visibilidade ao longo de sua carreira como bailarina clássica negra. 

A partir de um pensamento curatorial articulado por Fernando Gimenes, idealizador do projeto, foram reunidos profissionais com fortes traços autorais como Dione Carlos na dramaturgia, Wagner Antônio na encenação e criação da instalação, Natália Nery na trilha sonora original executada ao vivo, além de Verônica Santos. O espetáculo revela, em uma ‘peça-instalação’ (conceito e pesquisa de longa data do encenador junto ao Grupo 28 Patas Furiosas), os bastidores do universo da dança clássica e da escultura que virou um marco na história da arte moderna.

“Com a mediação artística-psicanalítica de Rafael Costa no levantamento da minha biografia e de materiais para a composição da nossa dramaturgia, acessei muitas das minhas memórias. Voltamos para a minha infância e avançamos até o momento presente em que me encontro na melhor forma de me expressar”, conta Verônica. 


Degas e suas esculturas
Edgar Degas tinha grande interesse por bailarinas, tema de mais da metade de suas duas mil obras, em que retratava o corpo de balé da Ópera de Paris em palco, ensaios e momentos de descanso. Na ópera, ele conheceu Marie van Goethem, uma estudante de balé de 13 anos, que posou para sua escultura "A Bailarina de 14 Anos", exposta em 1881. A obra, inovadora ao usar cera, cabelo real e tecido, recebeu críticas por parecer estranha e animalesca, mas se tornou icônica, com 28 cópias em bronze em museus renomados como o Museu d'Orsay e o MASP.

Sobre as réplicas, como elas são feitas em bronze, um material que escurece quando exposto à ação do tempo, muitas pessoas pensam que a bailarina retratada era uma jovem negra. O que ao longo dos anos gerou diversos atos de cunho racista sobre a obra, chegando a nomearem como "A Pequena Macaca de 14 Anos", conta Fernando Gimenes, idealizador do projeto.

As experiências de Verônica ecoam na escultura de Degas, onde, segundo Fernando Gimenes, o aparente descanso da bailarina revela, em um olhar mais atento, a tensão e o sofrimento de manter a postura. Este foi um dos temas da exposição "Degas", no Masp em 2020, onde a artista brasileira Sofia Borges criou fotos em grande escala das esculturas, especialmente da "Bailarina de 14 anos". Borges focou na expressão dos olhos e músculos, trocando a delicadeza tradicional por sombras que destacam as tensões sociais e críticas da obra.

Para Verônica, que cresceu em uma família preta e periférica, o balé foi uma oportunidade de educação, mas sua formação no ambiente foi desafiadora. “Passei anos em salas de balé, pois meus pais viam nisso uma chance de sociabilização”, afirma, ressaltando a busca por uma linguagem que represente suas vivências e subjetividade. “Eu aprendi duas técnicas específicas, uma francesa e uma russa, que nada têm a ver com um corpo negro ou tipicamente brasileiro. Depois, fui conhecer o trabalho das norte-americanas, incluindo o sapateado. Mas eu sempre sentia que aqueles ambientes não me queriam”, completa.  

Para Dione Carlos, dramaturga de A Bailarina Fantasma, o espetáculo é um ritual de libertação do corpo. “Queremos mostrar uma mulher renascendo. E como tenho investigado o poder do erotismo, principalmente quando falamos em corpos subalternizados, tenho construído uma espécie de quilombo-erótico-místico nos meus projetos”, explica a dramaturga. Verônica e Dione dialogam e planejam uma vingança, mas contra o colonialismo, contra o sistema, contra o racismo. É um plano de vingança subjetivo e poético, compartilhado com a plateia. 


A encenação - instalação
O público acompanha a cena de forma livre, sem lugares fixos. A intérprete e a equipe técnica guiam os espectadores por um ambiente imersivo, agora no Espaço 28, que oferece uma atmosfera mais intimista que o Porão do CCSP.

A pianista Natália Nery cria a atmosfera sonora no piano elétrico, inspirada no estilo experimental de John Cage. Ela toca composições originais, além de referências clássicas como “O Lago dos Cisnes” e músicas icônicas de Nina Simone, enquanto a voz de Dione ecoa pelo espaço, trazendo a influência das peças radiofônicas ao espetáculo. “Para mim, essa bailarina fantasma também é a memória corporal da primeira diáspora da humanidade, que foi a saída de África. Com esse espetáculo eu gostaria de resgatar essa nossa vocação para a dança”, completa Dione. 

Programação complementar
Para ampliar os assuntos trazidos em "A Bailarina Fantasma", haverá uma programação extra, com bate-papos e oficinas. Após as apresentações dos dias 22 e 23 de novembro, a equipe envolvida no espetáculo promoverá encontros públicos, para expandir referências e pesquisas para pessoas que se interessem pelo tema da interseccionalidade de linguagens artísticas e das artes visuais para criação de obras teatrais inéditas.

Na sexta-feira, dia 22 de novembro, acontece a conversa “Teatro das Matérias”, com a artista plástica, escultora e artista intermídia Laura Vinci, sobre sua pesquisa e obra, recentemente lançada em livro, homônimo, pela editora Nara Roesler. No sábado, dia 23 de novembro, o artista visual Ramo participa do encontro “Ramificar e Vilanizar”, em que trata do conceito de “vilanismo” e de sua obra e pesquisa para a criação da exposição "Ramificar”. Ramo é vilão, artista visual, educador e gestor cultural. 

Nos dias 23 e 24 de novembro, sábado e domingo, das 14h00 às 17h00, acontece a oficina “Por Uma Prática Curatorial Mediadora e Colaborativa em Artes Cênicas”, com Felipe de Assis, artista da cena, Mestre em Artes Cênicas pela UFBA, pesquisador e curador do Centro Cultural Futuros - Arte e Tecnologia (RJ) e do Festival Internacional FIAC BAHIA (BA). As inscrições são gratuitas e os encontros contarão com acessibilidade em Libras – Língua Brasileira de Sinais.


Sinopse de "A Bailarina Fantasma"
A peça-instalação foi criada a partir da icônica e polêmica escultura francesa "A Bailarina de 14 anos", do escultor Edgar Degas, em fricção com os relatos autobiográficos da bailarina brasileira Verônica Santos. Com encenação e instalação cênica de Wagner Antonio e dramaturgia inédita de Dione Carlos, o espetáculo revela um corpo fraturado por violências físicas e simbólicas e também por tentativas de apagamento da visibilidade de uma bailarina clássica negra. A obra propõe uma espacialidade imersiva onde a performer e a dramaturga ritualizam um diálogo íntimo e, diante do público, elaboram um plano de vingança.


Ficha técnica
Espetáculo "A Bailarina Fantasma" | Idealização e Direção de Produção: Fernando Gimenes | Produção: Plataforma – Estúdio de Produção Cultural  | Atuação: Verônica Santos | Dramaturgia: Dione Carlos | Pianista: Natália Nery | Encenação e instalação cênica: Wagner Antônio | Diretora Assistente: Isabel Wolfenson | Mediação Artística-Psicanalítica: Rafael Costa | Equipe técnica performativa: Laysla Loysle, Ijur Sanso, Lucas JP Santos, Camila Refinetti, Denis Kageyama, Guilherme Zomer, Marina Meyer | Acessibilidade: Sina – Acessibilidade e Produção | Designer Gráfico: Murilo Thaveira | Fotos: Helton Nóbrega e Noelia Nájera | Redes Sociais: Jorge Ferreira | Fisioterapeuta: Claudia Carahyba | Professora de balé: Aurea Ferreira | Assistente de Produção: Bruno Ribeiro | Técnico de Gravação em Áudio: Fabrício Zava | Assessoria de Imprensa: Canal Aberto - Márcia Marques, Carol Zeferino e Daniele Valério


Serviço
Espetáculo "A Bailarina Fantasma"
Data: 21 a 24 de novembro de 2024, quinta a domingo, às 20h00.
Local: Espaço 28 - 1º Andar - Rua Anhaia, 987 - Bom Retiro/São Paulo
Ingresso: Gratuito (Reservas a partir do dia 14/11 pelo Instagram  @abailarinafantasmateatro) – Público reduzido.
Duração: 75 minutos.
Classificação: 18 anos.
Acessibilidade: Todas as sessões contarão com acessibilidade em Libras – Língua Brasileira de Sinais.


Encontros públicos e oficina
Local: 1º Andar do Espaço 28 - Rua Anhaia, 987, Bom Retiro, São Paulo, SP. Acessos gratuitos, com reservas a partir do dia 14/11, pelo Instagram @abailarinafantasmateatro – Vagas limitadas.  Haverá tradução de LIBRAS - Língua Brasileira de Sinais


"Teatro das Matérias", com a artista plástica Laura Vinci.
Data: 22 de novembro de 2024, sexta, depois da sessão
A relação com o teatro, iniciada em 1998 no Teatro Oficina, tornou-se um lugar central de experimentação e exploração de temas já abordados há alguns anos por ela nas artes visuais, ampliando assim, o discurso e a potência de seu trabalho.


"Ramificar e Vilanizar", com o artista visual Ramo.
Data: 23 de novembro de 2024, sábado, depois da sessão
A exposição Ramificar apresenta um artista atento às questões afrofuturistas e quilombistas, consciente dos estigmas que o racismo impõe a corpos negros. “Vilanizar” como contragolpe ao enquadramento dos fantasmas da masculinidade hegemônica que ditam o que ser e aos poucos matam. 


Oficina "Por Uma Prática Curatorial Mediadora e Colaborativa em Artes Cênicas", com Felipe de Assis
Datas: 23 e 24 de novembro de 2024, sábado e domingo, das 14h00 às 17h00.
As noções de mediação e colaboração, oriundas respectivamente da curadoria em artes visuais e das práticas artísticas em artes cênicas, podem contribuir à formulação de uma prática curatorial em artes cênicas. A construção de uma prática curatorial atenta ao pressuposto da emancipação é um exercício de alteridades, deslocamentos constantes entre as posições usualmente estabelecidas pelos envolvidos, para a produção de um contexto tão performativo quanto o teatro com o qual dialoga.

.: "Memorial do Futuro Recente" faz nova temporada no Teatro Cacilda Becker


O espetáculo tem direção de Nelson Baskerville, dramaturgia de Diones Camargo e o ator Thiago Brianti no elenco. O texto retrata uma existência marcada por abandono,  perda, luto e pelos horrores do regime militar. Foto: Jennifer Glass


Um questionamento filosófico sobre o conceito de memória a partir de uma ferida aberta nacional, a ditadura civil-militar brasileira, é o que propõe o solo "Memorial do Futuro Recente", com direção de Nelson Baskerville e atuação de Thiago Brianti. O espetáculo tem nova temporada no Teatro Cacilda Becker, entre 21 e 24 de novembro. 

O texto tem como principal inspiração, de acordo com o dramaturgo Diones Camargo, uma matéria sobre crianças sequestradas pela ditadura militar que foram obrigadas a presenciar seus pais sendo violentamente torturados pelos agentes da repressão. Tais horrores vivenciados em cativeiro causariam nelas traumas psicológicos severos, levando algumas até mesmo ao suicídio, anos depois. 

“Esses relatos de horror e desumanidade que atestam a perversidade do Estado e de todos os envolvidos com a ditadura no Brasil se tornou a faísca para que eu imaginasse a trajetória fictícia desse menino desde seu nascimento - período este que coincidiria com a instauração do regime de exceção no país com o Golpe de 1964 até seu término em 1985, com a redemocratização”, explica o autor.

A peça fala justamente dessa existência marcada por abandono, perda, luto e pelos horrores de uma Ditadura Militar que perseguia, torturava e apagava qualquer traço de humanidade daqueles que insistiam em confrontá-la. Um trajeto doloroso e obscuro, iluminado apenas pelos lampejos de uma voz inconformada que, apesar de tudo, ainda insiste em se lembrar.

“Acreditamos que os culpados pelos crimes tenham de ser punidos pela lei. Mas em paralelo, acho que a cultura e a arte não podem parar de falar da ditadura, suas causas e efeitos. Trabalhar o tema artisticamente é uma das formas de abordar o problema nas consciências individuais, lembrar do que não pode ser esquecido, dar voz às vítimas e aos seus familiares e ainda tocar de maneira subjetiva, como só a arte consegue”, comenta o ator Thiago Brianti, que revela ser este o primeiro monólogo de sua carreira.

Já a encenação, antecipa Nelson Baskerville, é bem fiel à dramaturgia. “Como se trata de um memorial, estamos resgatando a história do personagem através de fotografias, vídeos e áudios originais da ditadura como, por exemplo: a implementação do AI 5. Além disso sua memória também será resgatada através dos desenhos que o personagem teria feito quando criança”, esclarece.

“O Teatro de Arena e o Teatro Oficina foram, até serem proibidos, um grande aliado da reação ao golpe de 64. Acredito que o teatro poderia formar toda uma geração consciente das violências que vivemos”, afirma o diretor.

Sinopse de "Memorial do Futuro Recente"
No corredor das memórias esquecidas, uma criança cujos pais foram torturados, volta já adulto aos porões da ditadura. Seu corpo fora do tempo percorre o trajeto doloroso e obscuro, iluminado apenas pelos lampejos da voz inconformada que, apesar de tudo, insiste em se lembrar. Diante dos olhos fechados dos interlocutores, sua história familiar se confunde com um período sombrio da História do Brasil. Um memorial da existência marcada por abandono, perda, luto e pelos horrores de um regime de exceção. 

Ficha técnica
Espetáculo "Memorial do Futuro Recente"
Idealização: Nelson Baskerville e Thiago Brianti
Dramaturgia: Diones Camargo
Direção: Nelson Baskerville
Diretora Assistente e Colaboração Criativa: Anna Zêpa
Atuação: Thiago Brianti
Cenário: Nelson Baskerville
Ilustrações do Cenário: Nelson Baskerville
Pintura da Lona: Eluzai Goulart - ZUZA
Aderecista Banheira: Ludoviko Bütcher
Figurino: Marichilene Artisevskis
Desenho de Luz: Felipe Tchaça
Direção Musical: Daniel Maia
Direção de Imagem e Vídeomapping: André Grynwask e Pri Argoud [Um Cafofo]
Operação de Som: Gabriel Müller
Operação de Luz: Felipe Tchaça e Paula Selva
Operação de Vídeo: Allyson Lemos
Assessoria de Imprensa: Pombo Correio
Diagramação e Filmagem: João Paulo Melo
Redes Sociais: May Nimmy
Fotos: Jennifer Glass
Direção de Produção: Iza Marie Miceli
Realização: ADAAP - Associação dos Artistas Amigos da Praça


Serviço
Espetáculo "Memorial do Futuro Recente", de Diones Camargo
Direção: Nelson Baskerville
Classificação:  16 anos
Duração: 70 minutos

Teatro Cacilda Becker
Rua Tito, 295 - Lapa / São Paulo
Temporada: 21 a 24 de novembro
De quinta a sábado, às 21h00, e no domingo, às 19h00
Ingressos: gratuito
Capacidade: 198 lugares

domingo, 17 de novembro de 2024

.: "Pequeno Manual Antirracista - A Peça" em curtíssima temporada em São Paulo


Protagonizado pela atriz Luana Xavier, "Pequeno Manual Antirracista" tem texto e direção de Aldri Anunciação, uma adaptação do livro da escritora Djamila Ribeiro. A peça fará uma curtíssima temporada no Teatro Nair Bello nos dias 27, 28 e 29 de novembro. Foto: Caio Lírio

Depois de ser apresentado em quatro cidades com sucesso de público, "Pequeno Manual Antirracista - A Peça” estrelado por Luana Xavier, com texto e direção de Aldri Anunciação, fará somente cinco apresentações no Teatro Nair Bello, dentro do shopping Frei Caneca, nos dias 27, 28 e 29 de novembro. Esta é a primeira adaptação de uma obra de Djamila Ribeiro para o teatro e marca a estreia de Luana Xavier em um monólogo. O projeto é apresentado pelo Ministério da Cultura e Novelis, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura. A peça é uma realização da Maré Produções Culturais.

Este monólogo traz à tona questões raciais e a luta contra o racismo estrutural e individual, com uma abordagem poderosa e educativa, o espetáculo tem o potencial de provocar reflexões profundas sobre o racismo e suas estruturas. “Pequeno Manual Antirracista” não é apenas uma obra teatral; é uma ferramenta de transformação social que busca promover a inclusão, a diversidade e a equidade em nossa sociedade. É um projeto cultural de grande relevância e impacto social, capaz de fortalecer debates e conscientização importante sobre a luta contra o racismo.

“Primeiro de tudo sou uma grande fã de Djamila, já tive oportunidade de entrevistá-la junto com Conceição Evaristo (duas escritoras que permeiam minha vida). Quando veio este convite, custei a acreditar que era mesmo verdade. ‘Pequeno Manual Antirracista’ apareceu num momento em que eu precisava retornar ao teatro. Teatro é a minha base, meu desabrochar foi no teatro, é o lugar onde eu realmente me conecto. Podendo fazer ativismo através da minha arte encontrei a ferramenta que eu precisava para existir e para resistir. Acredito que vamos despertar a reflexão nas pessoas, tanto para aquelas que não possuem consciência racial quanto naquelas que já têm consciência racial, mas que não enxergaram ainda por um outro viés. A gente aborda além do antirracismo em questões que envolvem educação, vamos atingir outras pessoas por conta desse nicho que a gente toca”, avalia Luana Xavier.

“Fico muito feliz quando outras linguagens se interessam pelo ‘Pequeno Manual’ porque acho que conseguimos comunicar e tocar as pessoas de outra forma. Acredito que o teatro tenha esse poder da narrativa, de levar as pessoas para uma reflexão em outro lugar que muitas vezes nós, escritores de não ficção, não conseguimos. Eu me sinto bastante segura sabendo que minha obra está com esta equipe de mãos negras, mentes negras", afirma Djamila Ribeiro, que é filósofa e jornalista negra feminista. “Este é meu terceiro livro publicado e até hoje me impressiona o seu alcance - inclusive está sendo estudado em escolas públicas e particulares”.

“O que me estimulou a mergulhar na obra de Djamila Ribeiro, especificamente ‘O Pequeno Manual Antirracista’, transformando essa obra não ficcional numa ficção, foi justamente o componente irônico desse título. Nós precisarmos de um manual para fazer com que as pessoas se relacionem no Brasil é de uma crítica social imensa e é justamente esse componente que tem ‘caldo’ para uma ficção teatral, um espetáculo debochado, dramático, cômico, que faz com que as pessoas pensem o que está sendo realizado. Falando do ponto de vista do diretor, do texto cênico, do que acontece ali no palco, a minha direção foi muito baseada e inspirada nas estéticas do afrofuturismo, assim como um namoro em cima do teatro de deboche, do teatro da ironia, que traz um pouco do humor e de criticidade para tudo isso”, avalia o diretor, Aldri Anunciação.

“Promover iniciativas que gerem reflexão e diálogo sobre equidade e inclusão está no centro do compromisso da Novelis de construir um futuro mais justo e sustentável para todos. Apoiar o ‘Pequeno Manual Antirracista – A Peça’ nos permite contribuir para a transformação social, amplificando vozes que abordam a luta contra o racismo estrutural de forma educativa e impactante. Esse projeto cultural é uma ferramenta importante para fortalecer a diversidade e a inclusão, dentro e fora da nossa empresa”, afirma Eunice Lima, diretora de Comunicação e Relações Governamentais da Novelis América do Sul. Compre o livro "Pequeno Manual Antirracista” neste link.


Sinopse de "Pequeno Manual Antirracista - A Peça”
A professora de ensino médio Bell vê sua aula subitamente interrompida quando uma misteriosa e violenta manifestação irrompe fora da escola. Protegida e confinada na sala de aula, a professora inicia um irônico e animado fórum sobre o racismo brasileiro com sua querida turma. Contudo, o mundo de Bell e dos seus alunos vira de cabeça para baixo quando eles descobrem as verdadeiras causas do protesto que ocorre lá fora.

 

Ficha técnica
"Pequeno Manual Antirracista - A Peça”
Texto e direção: Aldri Anunciação
Elenco: Luana Xavier
Fotos: Caio Lírio
Produção local e assessoria de imprensa: Fabio Camara
Coordenação geral: Maré Produções Culturais


Serviço
"Pequeno Manual Antirracista - A Peça”
Teatro Nair Bello – Shopping Frei Caneca 3º piso (Rua Frei Caneca, 569 – Consolação), 201 lugares. Com acessibilidade para cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida.
Dias: 27, 28 e 29/11 (quarta 19h e 21h, quinta 21h e sexta 19h e 21h)
Ingressos: R$ 100,00 (inteira) e R$ 50,00 (meia). Cota promocional R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia), limitado a 20% do teatro.
Vendas: Sympla
Informações: 11 3472-2414 e @pequenomanualapeca
Duração: 75 minutos
Classificação: 12 anos

quarta-feira, 6 de novembro de 2024

.: Espetáculo "Vacamundi" faz temporada gratuita no Teatro Alfredo Mesquita


A peça é uma sátira em formato cartum que retrata o comportamento destrutivo do homem consigo mesmo e com a natureza, ao mostrar parasitas que se propõem a invadir e colonizar uma vaca. Foto: Cacá Diniz


O espetáculo "Vacamundi", do Maracujá Laboratório de Artes inicia, a partir de outubro, sua segunda circulação pelo estado de São Paulo, passando por São Paulo de 7 a 17 de novembro. As apresentações são realizadas graças à Lei Paulo Gustavo, do Ministério da Cultura e da Secretaria Estadual de Cultura, Economia e Indústria Criativas.

"Vacamundi" é a quarta parceria do grupo com o premiado autor e ilustrador Michele Iacocca. Voltada para o público jovem a partir de 12 anos, a peça é uma sátira em formato cartum que retrata o comportamento destrutivo do homem consigo mesmo e com a natureza, ao mostrar parasitas que se propõem a invadir e colonizar uma vaca. O título do trabalho, é, aliás, segundo o autor, uma espécie de trocadilho com a palavra mapa-múndi, deixando bem claro que os parasitas não estão só na vaca, mas também ocupam todos os recantos do nosso planeta Terra sob outra roupagem. 

Publicado pela primeira vez em 1984, o livro que inspirou a montagem teatral tem como protagonistas diversos parasitas – endos, ectos e etc, que se encontram no processo de colonização de uma vaca. Qualquer semelhança com nossa história humana de exploração da Terra e de seus recursos não é mera coincidência nesse caso... E apesar de seus 40 anos, o livro se mantém bastante atual, explorando diversas situações relacionadas à finitude de nossos recursos naturais e sua utilização de forma descontrolada, tanto que acaba de ser relançado pela editora Faria e Silva, especializada em quadrinhos, sem praticamente nenhuma atualização. 

Tudo começa quando esse bando de parasitas invade uma vaca, iniciando uma grande jornada épica-histórico-cômica de colonização que passa pela invasão da bovina e segue com sua “conquista”, “ocupação” e a divisão dos “territórios” em situações que vão acontecendo de uma forma muito próxima da maneira humana de lidar com a ocupação do planeta Terra. E tudo isso à revelia da vaca que, resignadamente, admite sua condição passiva enquanto vai recebendo seus “colonizadores”.

Para contar essa história, o Maracujá criou um espetáculo cômico-musical, partindo de sua principal característica em seus outros trabalhos – a plasticidade visual – explorando, com sua equipe de cenografia, os traços do cartunista Michele Iacocca na criação de bonecos de manipulação direta e adereços cenográficos, além de incluir no processo de criação outros elementos já pesquisados pelo grupo, como o teatro físico e a música ao vivo. 

Inspirado pelo teatro de revista, o diretor do grupo, Sidnei Caria criou diversas músicas para o espetáculo, que retratam, de forma irônica, aspectos diversos desse processo de colonização, com arranjos instrumentais de Luiã Borges e arranjos vocais de Yasmin Olí. Tudo isso é cantado e tocado ao vivo pelo elenco composto por seis atores – Dani Theller, Érica Ribeiro, Lucas Luciano, Sidnei Caria, Silas Caria e Wesley Salatiel, que apresentam as diversas personagens dessa “saga nada heroica”, como o chefe do bando, os parasitas enamorados, os sugadores e mordedores, entre outros. 

Completando a composição destes parasitas, os figurinos de Luciano Ferrari propõem uma releitura dos personagens desenhados por Michele, trazendo texturas, cores e desenhos que auxiliam na construção da fisicalidade e comicidades propostas pelo diretor e adaptador do texto, Sidnei Caria. 

O espetáculo foi contemplado com o ProAC 01/2021 de montagem e estreou em julho de 2022. E agora, através da Lei Paulo Gustavo do Ministério da Cultura e Secretaria Estadual de Cultura, Economia e Indústria Criativas o projeto Vacamundi realizará 12 apresentações em diferentes cidades paulistas (São Paulo, Campinas, Indaiatuba e Franco da Rocha), todas seguidas de bate papo com a plateia. Além disso, serão realizadas 2 oficinas “Boneco de Restos” em escolas públicas de Campinas e São Paulo. Essas oficinas trabalham a confecção de bonecos a partir de materiais recicláveis, incentivando a sustentabilidade entre o público escolar.

Todas as apresentações serão acessíveis e terão intérprete de LIBRAS. Além disso, haverá audiodescrição em 6 das 8 apresentações realizadas na cidade de São Paulo (sempre às sextas, sábados e domingos), promovendo a acessibilidade do público deficiente visual. Todas essas ações serão gratuitas ao público.


Sinopse de "Vacamundi"
Baseado na obra de Michele Iacocca, o espetáculo "Vacamundi" conta a jornada épica-histórica da conquista e ocupação, por “valentes” parasitas desbravadores, de um “território não-civilizado”: uma vaca. Para contar essa saga, o Maracujá Laboratório de Artes criou um espetáculo cômico-musical que mostra, de forma irônica, os parasitas que ocupam não só a vaca, mas o nosso planeta Terra.

Ficha técnica
Espetáculo "Vacamundi"
Baseado no livro em quadrinhos do autor Michele Iacooca
Adaptação, concepção e direção: Sidnei Caria
Assistente de direção: Lucas Luciano
Elenco: Dani Theller, Érica Ribeiro, Lucas Luciano, Sidnei Caria, Silas Caria e Wesley Salatiel
Direção musical: Sidnei Caria
Trilha sonora e arranjos instrumentais: Luiã Borges
Preparação vocal e arranjos vocais: Yazi
Músicas: Sidnei Caria
Preparação corporal (oficina de Commedia Dell’Arte): Lucas Luciano
Direção de arte e cenografia: Sidnei Caria
Equipe de confecção de cenografia, bonecos e adereços cenográficos: Sidnei Caria, Lucas Luciano, João Caria e Silas Caria
Figurinos e adereços: Luciano Ferrari
Confecção de adereços: Tetê Ribeiro
Confecção do figurino da Vaca: Cidinha André
Coordenação de produção: Vivian Oliveira
Assistência de produção e design gráfico: Camila Ivo
Técnico de som: Edézio Aragão / Fernando Cavalcante
Técnica de luz: Roseli Marttinely
Fotografias: Cacá Diniz e Maracujá Laboratório de Artes
Ilustrações: Michele Iacocca
Intérprete de Libras: Fabiana Magoga
Audiodescritora: Ariane Almeida
Equipamentos para audiodescrição: Jump Tradução Simultânea
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Administração: Laboratório de Artes Produções (Maracujá Laboratório de Artes)
Produção geral: Vivian Oliveira e Maracujá Laboratório de Artes 

Serviço 
Espetáculo "Vacamundi"
Entrada gratuita
Duração: 70 minutos
Classificação indicativa: Não recomendado para menores de 12 anos
De 7 a 17 de novembro, de quinta a sábado, às  21h00, e aos domingos, às 19h00
*Apresentação com intérprete de Libras
**Sessões de sexta a domingo com audiodescrição
Onde: Teatro Alfredo Mesquita - Av. Santos Dumont, 1770 – Santana
Capacidade: 198 lugares

terça-feira, 5 de novembro de 2024

.: "Clara Nunes, a Tal Guerreira" no Teatro Renault a partir de janeiro


"Clara Nunes - A Tal Guerreira" faz nova temporada no Teatro Renault, a partir de 10 de janeiro em 2025. Visto por mais de 32 mil pessoas, o musical dirigido por Jorge Farjalla traz Vanessa da Mata como Clara Nunes. O trabalho está concorrendo ao prêmio DID (Destaque Imprensa Digital) 2024 em sete categorias. Foto: Priscila Prade


Com idealização de Vanessa da Mata, direção de Jorge Farjalla, que também assina o texto ao lado de André Magalhães, o musical “Clara Nunes, a Tal Guerreira” volta em cartaz para mais uma temporada a partir do dia 10 de janeiro, no Teatro Renault. Mais que uma homenagem à cantora Clara Nunes, esta é a primeira peça brasileira - e que não é uma produção original da Broadway - a se apresentar neste espaço considerado pioneiro para o teatro musical nacional. Além disso, o espetáculo está concorrendo ao prêmio DID 2024 (Destaque Imprensa Digital) nas categorias de destaque Musical Brasileiro, Revelação (para Vanessa da Mata), Coreografia (Gabriel Malo), Direção (Jorge Farjalla), Atriz Coadjuvante (Carol Costa), Iluminação (Cesar Pivetti) e Direção Musical (Fernanda Maia).

A realização do espetáculo é possível por meio do patrocínio master da Petrobras e apresentação do Ministério da Cultura, que possuem junto ao musical a característica de celebração à brasilidade. A Petrobras acredita na cultura como força transformadora da sociedade e agente impulsionador do desenvolvimento, algo que vem fazendo de forma contínua, incentivando as mais diversas ações, há mais de 40 anos por meio de seu programa Petrobras Cultural.

Os ingressos podem ser adquiridos na internet e pela bilheteria oficial do Teatro Renault. As apresentações ocorrem às quintas (somente 23 e 30 de janeiro) às 21h00, sextas-feiras, às 21h00; sábados às 17h00 e 21h00 (com exceção do dia 18/01) e domingos às 16h00 e 20h00. A realização é da Palco 7 Produções, de Marco Griesi, Solo Entretenimento, de Daniella Griesi e da Sevenx Produções Artísticas, de Felipe Heráclito Lima.


Sinopse de "Clara Nunes - A Tal Guerreira" 
Um ritual! Reencontro com o sagrado na obra de uma das maiores cantoras do Brasil. Abram alas para "Clara Nunes, a Tal Guerreira", uma viagem onírica pela trajetória da intérprete que escreveu seu nome na história da música popular brasileira através do samba e de sua busca na religiosidade de um povo ecumênico, miscigenado e plural, universalidade das raças dentro de um corpo-partitura, que cultua os santos, reza um canto e canta um ponto.

O palco de um teatro, sua morada, é o ponto de partida na sagração de sua história. Guiada pela amiga e diretora Bibi Ferreira e por seus Orixás, Clara ainda está arraigada no plano físico e precisa entender a transição entre dois mundos, vida após a vida, mistura instigante e curiosa, amálgama de um pensamento terreno. Sua casa no musical é o olimpo dos bambas: um barracão de escola de samba onde as personagens de sua trajetória se destacam em pedaços de carros alegóricos refletidos na realidade de Clara, futuro, presente e memória no barracão da vida desse grande carnaval que aqui chamamos de eternidade.

"Clara Nunes, a Tal Guerreira" é uma grande celebração que, através das canções interpretadas por Clara, glorifica a passagem desse  "ser de luz" pelo plano material e perpetua aquela que foi a primeira profissional feminina a ter status célebre de venda de discos no país, sendo respeitada por tal feito. Desde o continente africano até uma cidade no interior do Brasil, nas Minas Gerais, os povos se fundem para contar e cantar a vida de nossa eterna sabiá.

“É um dos desafios mais importantes e bonitos de toda a minha carreira. Já rodei pelo Brasil me apresentando com minhas turnês nos mais variados teatros, mas interagir com esse mesmo espaço, através de um prisma teatral e interpretar esse ícone brasileiro, é uma imensa responsabilidade”,  comenta Vanessa da Mata.

“Ter construído e dirigido esse espetáculo é um dos maiores orgulhos de minha carreira. Eu, junto de meu parceiro André Magalhães, fizemos uma vasta pesquisa em toda a carreira de Clara Nunes. Sua carreira fonográfica e cênica são, sem dúvida alguma, riquíssimas. Durante esse processo, tivemos a ideia de compor suas letras e músicas geniais de uma forma diferente da tradicional do teatro musical. No espetáculo elas são inseridas de duas maneiras: como momentos solos e únicos, mais tradicionais do gênero teatral, mas também como trechos específicos, compondo diálogos e cenas”, contou Jorge Farjalla. 


Sobre Clara Nunes
Clara Nunes, nome artístico de Clara Francisca Gonçalves Pinheiro, nascida em Paraopeba, Minas Gerais em 12 de agosto de 1942, foi uma cantora e compositora brasileira, considerada uma das maiores e melhores intérpretes do país. Pesquisadora da música popular brasileira, de seus ritmos e de seu folclore, também viajou para muitos países representando a cultura do Brasil. Conhecedora das músicas, danças e das tradições africanas, ela se converteu à umbanda e levou a cultura afro-brasileira para suas canções e vestimentas. Foi uma das cantoras que mais gravaram canções dos compositores da Portela, sua escola de samba do coração. Também foi a primeira cantora brasileira a vender mais de cem mil discos, derrubando um tabu de que “mulheres não vendiam discos”. Ao longo de toda a sua carreira, vendeu quatro milhões e quatrocentos mil discos. Foi considerada pela revista Rolling Stone como a nona maior voz brasileira e, pela mesma revista, quinquagésima primeira maior artista brasileira de todos os tempos.


Sobre Vanessa da Mata
Vanessa da Mata nasceu em 1976 no Mato Grosso. Em 1993 mudou-se para São Paulo. Em 1997 conheceu o cantor e compositor Chico César, com quem passou a compor. Teve canções gravadas por Bethânia e Caetano. Aos 21 anos, concorreu ao Grammy Latino como melhor música. O início efetivo da carreira solo aconteceu em 2002. Após destacadas participações em shows de Milton Nascimento, Maria Bethânia e de Baden Powell, lançou o primeiro álbum de estúdio, “Vanessa da Mata”. Em 2004 lançou “Essa Boneca Tem Manual”, que trouxe o mega hit "Ai ai ai...". Em 2006, “Ai ai ai...” tornou-se a música nacional mais executada nas rádios. “Essa Boneca Tem Manual” rendeu-lhe um Disco de Platina e a conquista do Prêmio Multishow de Melhor Música com "Ai, Ai, Ai".

O terceiro álbum chegou ao mercado em 2007. “Sim” teve a participação do astro americano Ben Harper, com quem dividiu os vocais na canção “Boa Sorte/Good Luck”, sucesso absoluto nas rádios. A artista ganhou o Grammy Latino na categoria Melhor Álbum de Pop Contemporâneo Brasileiro com "Sim". Em 2009, lançou o CD/DVD "Multishow ao Vivo Vanessa da Mata". Em 2013, participou do projeto “Viva Tom Jobim”. Estrelou seis shows gratuitos em seis capitais brasileiras (150 mil pessoas em São Paulo e 120 mil no Rio de Janeiro).

Em julho, “Vanessa da Mata canta Tom Jobim” tornou-se seu quinto álbum de estúdio. “Segue o Som” foi o sexto álbum de estúdio, lançado em 2014. Em 2019, aventurou-se como produtora musical em “Quando Deixamos Nossos Beijos na Esquina", sétimo álbum de estúdio. Para celebrar seu sucesso, lançou o projeto “Nossos Beijos Ao Vivo No Circo Voador”, gravado no Rio de Janeiro, em 2020. Em 2022, Ivete Sangalo e Vanessa da Mata juntaram-se em "Tudo Bateu", canção que faz parte do projeto Onda Boa. Encerrou 2022 com o primeiro single de seu próximo álbum, “Vem Doce”. “Vem Doce” trouxe 13 faixas inéditas. O sétimo álbum de inéditas incluiu parcerias com João Gomes, Marcelo Camelo e Ana Carolina. Em setembro de 2023, “Vem Doce” foi indicado ao Latin GRAMMY na categoria Melhor álbum de música popular brasileira.


Sobre Jorge Farjalla
É graduado em Licenciatura em Teatro pela Universidade Federal de Uberlândia – MG. Lecionou na mesma Universidade, Interpretação e Encenação. Criador da Cia. Guerreiro, sua pesquisa em teatro é ligada ao universo de Antonin Artaud, Bertolt Brecht e Constantin Stanislaviski, tendo como ápice suas montagens sobre as obras míticas de Nelson Rodrigues: “Álbum de Família”, “Anjo Negro”, “Senhora dos Afogados”, “Dorotéia” e o recente “O Mistério de Irma Vap”.Em 2007 no Rio de Janeiro, idealizou a Escola de Teatro da sua Cia. e inaugurou em 2010, onde ofereceu oficinas e cursos de Teatro, Cinema e TV. Dirigiu e atuou no projeto sobre a obra de Dante Alighieri: “A Divina Comédia”. Encenou “Dante ́s Inferno” e “Dante ́s Purgatório”.

O primeiro revigorou o Centro Cultural Municipal Parque das Ruínas em Sta. Tereza, credenciando o teatro do parque no circuito comercial na cidade do Rio. Trouxe, junto com a atriz Itala Nandi, o roteiro do filme de André Faria, “Prata Palomares” para a cena teatral carioca: “Paraíso AGORA! ou Prata Palomares”. Seus últimos trabalhos no teatro foram: “Dorotéia” com Rosamaria Murtinho e Letícia Spiller, “Senhora dos Afogados” com Alexia Dechamps e Rafael Vitti, “Vou Deixar de Ser Alegre, Por Medo de Ficar Triste” com Paula Bulamarqui, “Alice e Gustavo” com Carol Loback e Marcos Nauer e a nova versão do clássico “O Mistério de Irma Vap”com Luis Miranda e Mateus Solano.

Sobre Marco Griesi
Produtor cultural com mais de 17 anos no mercado. Idealizador da Palco 7 Produções, com expertise no ramo cultural com foco em produções, gestão, curadoria, patrocínios e equipamentos culturais. Como diretor de produção realizou diversas produções, dentre elas: “O Mistério de Irma Vap”, com direção de Jorge Farjalla com Luis Miranda e Mateus Solano, “Bárbara!” com Marisa Orth com direção de Bruno Guida, “Brilho Eterno” com Tainá Müller e Reynaldo Gianecchini, ”7 x Pecado – Broadway In Concert”, “Once – Musical” com Lucas Lima e Bruna Guerin, direção de Zé Henrique de Paula e “Kiss Me, Kate! O Beijo da Megera com Miguel Falabella, Alessandra Verney e Fafy Siqueira.

Sobre Daniella Griesi
Há 12 anos dedica-se ao mundo da produção teatral e musical, curadoria e gestão de equipamentos culturais. Ao longo da carreira cultural, envolveu-se em variados segmentos artísticos e organizou exposições memoráveis, como "Shakespeare - Retratos de uma Festa Luminosa", "Teatro por João Caldas" e "Heróis Urbanos de Katia Arantes". Em sua jornada como produtora teatral, participou de projetos inovadores, como "Deus É Um DJ", dirigido por Marcelo Paiva e estrelado por Marcos D’amigo e Guta Ruiz, "Coisa de Louco" e Myrna Sou Eu”, ambos dirigidos por Elias Andreato, com atuação de Nilton Bicudo, dentre outros. Após a pandemia produziu espetáculos que tiveram destaque na mídia e foram sucesso de público.

"Brilho Eterno", espetáculo teatral baseado no aclamado filme "Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças", de Charlie Kaufman. Com direção de Jorge Farjalla, a peça conta com um elenco estrelar, incluindo nomes como Reynaldo Gianecchini e Tainá Müller. “Barbara", com Marisa Orth no papel principal, é um espetáculo teatral livremente inspirado no livro "A Saideira" de Barbara Gancia, com direção de Bruno Guida. “Once”, produzido no início de 2023 é um espetáculo teatral premiado que estreou na Broadway em 2012 e conquistou 8 prêmios Tony Awards, incluindo Melhor Musical e Melhor Roteiro. A versão brasileira inédita, dirigida por José Henrique de Paula, apresenta em destaque Lucas Lima e Bruna Guerin.

Sobre Felipe Heráclito Lima
Especializado na idealização de projetos culturais, diretor da Sevenx Produções Artísticas e da F&F Film Productions, Felipe Heráclito Lima é ator formado pela CAL e publicitário pela PUC-RJ. Começou a produzir em 2011, com o espetáculo "R&J"de Shakespeare – Joe Calarco e, desde então, produziu 12 espetáculos, entre eles "Lá Dentro Tem Coisa” - Adriana Falcão, em 2017, "Dogville” - Lars Von Trier, em 2018, "As Brasas"- Sandor Marái, em 2018, “Fim de Caso” - Graham Greene, em 2019, “Ficções”- Rodrigo Portella, em 2022 e "Kafka e A Boneca Viajante" - Rafael Primot, em 2023.


Ficha técnica
Musical "Clara Nunes, a Tal Guerreira" 
Elenco completo: Vanessa da Mata (Clara Nunes), Carol Costa (Bibi Ferreira em Gota D’Água), André Torquato (Aurino), Vitor Vieira (Poeta), Caio (Adelzon), Renato Caetano (Èsù), Ananza Macedo (Nanã), Leilane Telles (Iansã), Gui Leal (Ogum), Fabio Enriquez (Mané Serrador), Paulo Viel (José/músico), Badu Morais (ensemble /cover Clara Nunes), Marisol Marcondes (ensemble/cover Bibi Ferreira em Gota D’Água), Jessé Scarpellini (ensemble/cover Aurino/Adelzon/Poeta / Músico), Edmundo Vitor (ensemble/cover Èsù/Ogum), Preta Ferreira (ensemble/cover Nanã), Larissa Grajauskas (ensemble/cover Iansã), Flavio Pacato (ensemble), Jade Ito (ensemble), Elix (ensemble), Jesus Jadh (ensemble), Guilherme Gila (ensemble/músico), Silvia Lys (Ensemble/músico), Thiago Brisolla (ensemble/ músico), Daniel Warschauer (ensemble/músico), Abner Paul (músico), Carlos Augusto (músico) e Pedro Macedo (músico).

Equipe criativa completa 
Idealização: Vanessa da Mata
Argumento, direção e encenação: Jorge Farjalla
Texto: André Magalhães e Jorge Farjalla
Direção musical: Fernanda Maia
Direção coreográfica: Gabriel Malo
Cenografia: Marco Lima
Figurino: Luiz Claudio Silva e Jorge Farjalla
Desenho de luz: César Pivetti
Desenho de som: Bruno Pinho
Preparador vocal e ass. dir. musical: Rafa Miranda
Visagismo: Simone Momo
Diretor de arte: Kelson Spalato
Fotografia: Priscila Prade
Diretora residente: Dani Calicchio
Produção: Daniella Griesi e Marco Griesi
Produtor associado: Felipe Heráclito Lima
Apresentação: Ministério da Cultura e Petrobras
Realização: Palco 7 Produções, Solo Entretenimento e Sevenx Produções


Serviço
Musical "Clara Nunes, a Tal Guerreira"  - Temporada 2025
Teatro Renault - Av. Brigadeiro Luís Antônio, 411 - República, São Paulo - SP
Preços: R$ 21,18 a R$ 300,00
Duração: 120 minutos 
Classificação indicativa: 12 anos
Link de vendas: https://www.ticketsforfun.com.br/ 
Instagram: @t4fmusicais e @claranunesmusical
Bilheteria oficial (sem taxa de conveniência)
Av. Brigadeiro Luís Antônio, 411 - República, São Paulo - SP
Horário de funcionamento: terça a domingo das 12h às 20h 

Temporada
De 10 de janeiro a 2 de fevereiro

Apresentações:
Quintas (somente em 23 e 30 de janeiro), às 21h00
Sextas-feiras, às 21h00
Sábados, às 17h00 e 21h00 (exceto dia 18 de janeiro)
Domingos, às 16h00 e 20h00

.: Susana Vieira inicia os ensaios de novo espetáculo baseado em "Lady Macbeth"


Após o grande sucesso de "Shirley Valentine" à, a atriz Susana Vieira está ensaiando um novo espetáculo, o monólogo "Lady", que viaja para uma temporada em janeiro, em Lisboa, e faz turnê por Portugal, em fevereiro. A estreia nacional será no Rio de Janeiro, em março. Com direção de Guilherme Piva, "Lady" é uma comédia que conta a história de uma atriz prestes a entrar em cena para viver a clássica personagem "Lady Macbeth", de William Shakespeare.  A personagem revê sua vida com muito humor e ironia, presentes no texto inédito de Gustavo Pinheiro, escrito especialmente para Susana.


Sobre a personagem
Lady Macbeth é uma das principais personagens da tragédia "Macbeth", escrita pelo dramaturgo inglês William Shakespeare c. 1603-1606. Ela é a esposa do protagonista da obra, o nobre escocês Macbeth. Após convencê-lo a matar o rei Duncan, o casal Macbeth torna-se rei e rainha da Escócia, mas ela acaba severamente atormentada pela culpa. Morre na parte final da obra, aparentemente por suicídio.

Historicamente, o rei Macbeth da Escócia (1005-1057) sucedeu Duncan I após vencê-lo numa batalha ou instigar seu assassinato.Sua segunda mulher foi Gruoch, nascida por volta de 1005 de família nobre, cujo primeiro marido, Gillecomgain, morreu num incidente em que Macbeth também poderia haver estado envolvido. Em algum momento na história - talvez fruto da tradição oral - Gruoch/Lady Macbeth passou a ser considerada uma personagem sinistra, que incitou o assassinato de Duncan por Macbeth. 

Shakespeare tomou contato com essa tradição através das Crônicas da Inglaterra, Escócia e Irlanda (1587), uma obra historiográfica sobre as Ilhas Britânicas compilada inicialmente por Raphael Holinshed, em que a esposa de Macbeth é retratada como uma mulher ambiciosa e sem escrúpulos, que convence seu marido a cometer o crime.Outra possível influência é o Livro das Crônicas da Escócia (c. 1535), de William Stewart, versão em verso da História do Povo Escocês de Hector Boece.

No mundo anglófono, o papel foi desempenhado ao longo do tempo por várias atrizes notáveis, incluindo Sarah Siddons, Helen Faucit, Ellen Terry, Vivien Leigh, Simone Signoret. Glenda Jackson, Francesca Annis, Judith Anderson, Judi Dench, Keeley Hawes e Marion Cotillard. Jeanette Nolan personificou Lady Macbeth na adaptação cinematográfica de Orson Welles em 1948.


Sem censura: a biografia de Susana Vieira, o maior ícone da TV brasileira
Susana Vieira é uma mulher de superlativos. Uma das maiores atrizes do Brasil - que deu vida a personagens marcantes como Nice, de "Anjo Mau" (1976), Branca Letícia, de "Por Amor" (1997) e Maria do Carmo, de "Senhora do Destino" (2005) - tem também sua marca no show business pela maneira intensa com a qual leva a vida.

Nesta biografia feita a quatro mãos com o especialista em teledramaturgia Mauro Alencar, a atriz conta, sem filtros e sem censura, toda a sua trajetória, desde a infância até o estrelato, incluindo os obstáculos na vida pessoal e profissional, o câncer que descobriu em 2015, as polêmicas, os momentos icônicos que viraram memes e a maneira única com a qual encara o mundo.

O livro conta ainda com registros históricos da TV e de momentos íntimos de Susana, além de depoimentos de outros grandes artistas e amigos, como Miguel Falabella, Tony Ramos, Arlete Salles, Silvio de Abreu, Boni e Renata Sorrah. Mais do que um relato da trajetória de uma das atrizes mais populares do país, "Susana Vieira: senhora do Meu Destino" celebra a vivência de uma grande mulher. Uma biografia imperdível para todos os fãs e admiradores desta personalidade que marcou a história da televisão brasileira.

“A vida vivida não se ensina, mas, por meio deste livro, quero compartilhar a fascinante experiência humana que representa meu equilíbrio entre a Susana Vieira e a Sônia Maria.”, afirma Susana Vieira. Compre o livro "Susana Vieira: senhorda do Meu Destino" neste link.

segunda-feira, 4 de novembro de 2024

.: Com Danielle Winits, André Gonçalves e Claudia Ohana, "Toc Toc" volta ao Brasil


Com texto de Laurent Baffie, direção de Alexandre Reinecke e tradução de Clara Carvalho, a nova montagem traz Riba Carlovich, Carolina Stofella Miguel Menezzes e Maria Helena Chira. Foto: Bruno Lemos


Prepare-se para um espetáculo com muitos risos, reflexões e manias! A comédia teatral "Toc Toc", escrita por Laurent Baffie, traduzida e montada mundo afora diversas vezes após estrondoso sucesso na França, retorna aos palcos brasileiros com uma nova montagem e grande elenco, trazendo uma abordagem bem-humorada e sensível sobre o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). 

Visto no Brasil por mais de um milhão de pessoas, o espetáculo se passa em uma sala de espera de um consultório, seis personagens, cada um com suas próprias obsessões, se veem obrigados a conviver e enfrentar seus desafios enquanto aguardam a chegada de um médico que, misteriosamente, nunca chega. Com texto de Laurent Baffie, direção de Alexandre Reinecke e tradução de Clara Carvalho, a nova montagem traz Riba Carlovich, Carolina Stofella Miguel Menezzes e Maria Helena Chira. 

Branca (Danielle Winits), obcecada por limpeza; Maria (Cláudia Ohana), uma religiosa que vive com a sensação de ter esquecido tudo aberto; Lili (Maria Helena Chira), com seu hábito de repetição; Bob (Miguel Menezzes), fanático por simetria; Vicente (André Gonçalves), que não consegue parar de fazer contas; e Fred (Riba Carlovich), que luta contra uma síndrome que o faz dizer palavras obscenas, formam esse grupo peculiar. A demora do médico faz com que a única solução seja iniciar uma terapia em grupo, onde, entre crises, brigas e muitas gargalhadas, o público é convidado a acompanhar as dificuldades e as maneiras inusitadas que cada um encontra para lidar com seu Toc.

"Toc Toc" não é apenas uma comédia; é uma reflexão sobre a condição humana e suas peculiaridades, trazendo à tona temas importantes com leveza e bom humor. O espetáculo promete conquistar o público com sua combinação de situações cômicas e personagens inesquecíveis, garantindo uma experiência  única e envolvente. Não perca a chance de se divertir e se emocionar com essa comédia que explora as manias e obsessões de uma maneira que só o teatro pode oferecer!


Ficha técnica
Espetáculo "Toc Toc". Texto: Laurent Baffie. Direção: Alexandre Reinecke. Tradução: Clara Carvalho. Idealização e produção artística: Sandro Chaim. Direção de produção: Miçairi Guimarães. Gestor de projeto: Fabinho Viana. Produtora executiva: Flávia Primo. Cenografia: Sandro Chaim e Alexandre Reinecke. Produtora assistente: Rebeca Zavaski. Realização: Teatro Procópio Ferreira. Elenco: Danielle Winits, André Gonçalves, Cláudia Ohana, Riba Carlovich, Carolina Stofella Miguel Menezzes e Maria Helena Chira.

Relação de personagens e atrizes/atores
Branca (Danielle Winits), obcecada por limpeza;
⁠Maria (Cláudia Ohana), religiosa,  vive com a sensação de ter esquecido tudo aberto;
⁠Lili (Maria Helena Chira), com seu hábito de repetição;
⁠Bob (Miguel Menezzes), fanático por simetria;
⁠Vicente (André Gonçalves), que não consegue parar de fazer contas;
⁠Fred (Riba Carlovich), luta contra uma síndrome que o faz dizer palavras obscenas;
Assistente do médico (Carolina Stofella)

Serviço
Espetáculo "Toc Toc". Local: Teatro Procópio Ferreira. Endereço: R. Augusta, 2823 - Cerqueira César, São Paulo - SP, 01413-100. Capacidade: 636 pessoas. Telefone: (11) 3083-4475. Duração: 120 minutos (sem intervalo). Classificação Indicativa: 14 anos. Temporada – de 4 de outubro a 16 de dezembro. Horários: Sexta-feira, 21h; Sábado, 21h; Domingo,  18h. Meia-Entrada: Confira as regras da Lei de Meia-Entrada no link: https://bileto.sympla.com.br/meia-entrada/. É necessário apresentar documento que comprove o direito ao desconto na entrada do espetáculo. Consulte também: https://www.documentodoestudante.com.br/.

.: Teatro: Helena Ranaldi e Martha Meola estrelam peça "Por Trás das Flores"


Espetáculo que fica em cartaz até 28 de novembro no novo Teatro Multiplan MorumbiShopping  explora a relação mãe e filha e os contrastes culturais entre Brasil e Líbano. Foto: Camila Rios

Até dia 28 de novembro, às quartas e quintas-feiras, sempre às 21h00, o Teatro Multiplan MorumbiShopping, localizado no Piso G2 do shopping, recebe o espetáculo "Por Trás das Flores". Dirigida por Marcelo Lazzaratto e protagonizada por Helena Ranaldi e Martha Meola, a peça teatral escrita por Samir Yazbek convida o público a mergulhar em uma narrativa poética explorando a complexa relação entre uma filha e sua mãe. Ambientada no Norte do Líbano e também na imaginação da Filha, a peça acompanha a tentativa da Mãe de convencer a Filha a retornar ao Brasil e viver entre os seus. Em algum lugar entre o Líbano e o Brasil, duas mulheres fazem um acerto de contas, investigando questões ligadas à ancestralidade e ao futuro.

Contrastando tradição e modernidade, a trama ressalta as diferenças culturais entre o Líbano e o Brasil, ao mesmo tempo em que revela o abismo temporal entre o mundo contemporâneo e a época em que a mãe migrou para o Brasil, em meados do século XX. A obra revela a profundidade das subjetividades de duas mulheres tão próximas e, ao mesmo tempo, tão distintas, destacando aspectos psicológicos, sociais e míticos.

Segundo o diretor Marcelo Lazzaratto, o espetáculo apresenta como espaço único, em que ocorre a ação, um quarto de uma antiga casa no Líbano. A encenação optou por manter apenas três elementos essenciais para configurá-lo: um tapete, um baú e um vaso com uma muda de Cedro-do-Líbano. Essa opção sintética aposta no jogo entre as atrizes para configurar as paisagens libanesas, que é o anseio da Filha; o cotidiano no Brasil, que é o desejo da Mãe; e todas as outras imagens advindas de suas memórias.

Sobre o cenário, o diretor acrescenta: “Há um painel atrás composto por módulos que lembram teares, como se a trama neles gerada fosse o enredo de memórias da família, memórias que transcendem a vida vivida das personagens e acessa elementos de sua ancestralidade”. Ao detalhar os conceitos da encenação, Lazzaratto considera que, “em uma abordagem psicanalítica, esse tapete intensamente iluminado, inserido em um palco como uma caixa preta, estabelece-se como sendo um espaço de consciência da personagem Filha que é visitada pela sua Mãe que surge do entorno do 'tapete-consciência', das latências de seu inconsciente”.

Para Samir Yazbek, o texto, inspirado em suas raízes libanesas, propõe “um mergulho na psique dessas duas mulheres que, apesar de suas diferenças geográficas e temporais, elaboram seus traumas, num acerto de contas que opera a partir de arquétipos familiares, mas que faz ressoar dilemas éticos e morais que refletem a encruzilhada das visões de mundo do Oriente e do Ocidente, tão presente na formação da sociedade brasileira”.

Nas palavras do diretor, o espetáculo, ao propor uma jornada desafiadora para as personagens, é “um rito de passagem da morte à vida”. Nesse sentido, por meio da referência ao Cedro, árvore milenar libanesa, Lazzaratto sintetiza: “Vida que se manifesta através de um broto de Cedro-do-Líbano no vaso disposto no canto da cena; árvore-símbolo daquele país que possui variados significados: na Bíblia, por exemplo, ele é mencionado frequentemente como um elemento de grandiosidade e bênçãos divinas, valores muito adequados às necessidades das personagens da peça. Mesmo que elas não lhes deem a devida atenção, o broto de Cedro está ali, crescendo, anunciando um amanhã renovado”.


Ficha técnica
Espetáculo "Por Trás das Flores"
Direção: Marcelo Lazzaratto
Texto: Samir Yazbek
Elenco: Helena Ranaldi e Martha Meola
Cenário: Marcelo Lazzaratto
Cenotécnico: Wanderley Wagner
Iluminação: Marcelo Lazzaratto
Operação de luz e som: Bruno Garcia
Figurino: Juliana Bertolini
Assistente de figurino: Vi Silva
Visagista: Junior Carvalho
Cabelo: Cida Grecco
Camareira: Rosa Silverio
Fotos: Camila Rios
Direção de produção: Jessica Rodrigues
Produção executiva: Carolina Henriques
Assistente de produção: Rommaní Carvalho e Julia Terro


Serviço
Espetáculo "Por Trás das Flores"
Até dia 28 de novembro, às quartas e quintas-feiras, às 21h00
*Não haverá apresentação no dia 14 de novembro, quinta-feira
Classificação indicativa: 12 anos
Duração: 60 minutos
Ingressos: de R$ 40,00 a R$ 100,00 | Vendas pela Sympla

Teatro Multiplan MorumbiShopping 
Avenida Roque Petroni Júnior, nº 1.089, Piso G2, Jardim das Acácias / São Paulo.
Bilheteria abre em dias de espetáculo, 2h antes de cada sessão.
Capacidade: 250 lugares.
Assessoria de imprensa do Teatro Multiplan MorumbiShoppping - Pevi 56

domingo, 3 de novembro de 2024

.: Cia. Filhos do Dr. Alfredo estreia "Tennessee Williams Deve Morrer"


Com dramaturgia de Marcelo Braga e Luís Filipe Caivano, espetáculo metateatral traz à cena fatos relevantes da vida e da obra de Williams, um dos autores mais importantes do Teatro Moderno do Século XX. Foto: Helton Nóbrega 


A vida e a obra do autor norte-americano Tennessee Williams (1911-1983) inspirou a criação do espetáculo metateatral "Tennessee Williams Deve Morrer", que tem sua temporada de estreia de 21 de novembro a 14 de dezembro no Sesc Pinheiros. As apresentações acontecem de quinta a sábado, às 20h00. Com texto de Luiz Filipe Caivano e Marcelo Braga, que também assina a direção, o novo trabalho encerra a trilogia metateatral de dramaturgia autoral da Cia. Filhos do Dr. Alfredo, composta ainda por "Montanha Russa" (2018) e "Quem Fica com Quem" (2019). No elenco, estão Vivian Bertocco e Luciano Schwab. 

"Tennessee Williams Deve Morrer" acompanha dois irmãos e artistas de teatro, Rose e Tom, que, enquanto se preparam para entrar em cena, recebem a crítica do espetáculo que estão prestes a iniciar. Frente à dureza da análise do crítico, Tom – que além de ator também é dramaturgo – resolve reescrever a peça como uma resposta à exclusão artística e à intolerância às novas ideias de construção teatral. Ele pretende sublinhar a atitude conservadora e homofóbica da crítica de então. E essa “peça dentro da peça” percorre fatos relevantes da vida e aspectos importantes da obra de Williams, que é, sem dúvida, um dos autores mais importantes do Teatro Moderno do século XX.


A encenação, por Marcelo Braga
A encenação está apoiada no  jogo teatral e no conceito de metateatro. Esse jogo toma corpo quando os dois intérpretes entram no espaço de jogo, ou seja, quando atuam na “peça dentro da peça”. As coxias serão abertas e as trocas de cenários/figurinos e a presença do videomapping serão revelados. Os signos de teatralidade e a linguagem da encenação estão em íntima relação. Os elementos que compõem a cena terão forte tom simbólico e metafórico. 

A proposta das visualidades também está apoiada no conceito de metateatro, a partir da construção de um espaço cênico imerso dentro da obra do Autor a partir da presença de banners ao fundo e nos lado do palco customizados com fac-símiles de manuscritos e textos de Tennessee Williams. Estes banners terão a função de tela para projeções em videomapping. Os signos de teatralidade estarão presentes da seguinte forma: máquina de escrever, baú para guardar objetos de cena, manequins que devem abrigar os figurinos dos diversos personagens, mesa e cadeira do dramaturgo e espaço destinado ao programa de entrevistas. 

A proposta de figurinos deve caracterizar os diversos personagens interpretados na “peça dentro da peça”: Ator, Tom, Cornelius Williams, Tennessee Williams e Atriz, Rose, Miss Edwina Williams, Apresentadora e Médica. A proposta de iluminação deve revelar as estruturas do palco: coxias abertas, refletores, objetos de cena e maquinários e também pontuar esse jogo cênico que alterna atriz/ator e personagens.

A dramaturgia foi construída em processo e a quatro mãos, tendo como ponto de partida uma pesquisa aprofundada sobre a biografia e obra de Tennessee Williams – incluso nessa pesquisa o livro "Memoirs" (autobiografia do autor), suas peças principais ("Zoológico de Vidro", "Gata em Telhado de Zinco Quente", "Um Bonde Chamado Desejo"), suas peças tardias ("Um Cavalheiro para Milady", "Verão no Lago", "A Peça de Dois Personagens", "Os Passos Devem Ser Leves") e textos, livros e trabalhos científicos, escritos pelos pesquisadores brasileiros Luís Márcio Arnaut, Fúlvio Torres Flores e Maria Silvia Betti, sobre a importância de Tennessee Williams para o desenvolvimento da dramaturgia ocidental moderna e contemporânea. A proposta da construção dramatúrgica também busca apresentar ao público brasileiro a versatilidade, a poesia e o lirismo da parte menos divulgada de sua obra, ou seja, um “outro Tennessee”.


Sobre Tennessee Williams
Tennessee Williams (1911-1983) é amplamente reconhecido como um dos dramaturgos mais influentes do Teatro Moderno. Seu sucesso foi consolidado com peças premiadas como "O Zoológico de Vidro" (1945), "Um Bonde Chamado Desejo" (1947) e "Gata em Telhado de Zinco Quente" (1955). Além de sua produção teatral, sua obra se estende a contos, novelas, artigos, crônicas, poesia e roteiros cinematográficos.

Williams nasceu em uma família marcada por tensões profundas. Sua mãe, Edwina Williams, era filha de um pastor episcopal e sua religiosidade rígida moldou sua personalidade. Seu pai, Cornelius Coffin Williams, era alcoólatra, frequentemente ausente e homofóbico, o que acentuava o ambiente hostil dentro do lar. A irmã mais velha, Rose Williams, teve seu primeiro surto de esquizofrenia na década de 1930, sendo internada em 1937 e submetida a uma das primeiras lobotomias nos Estados Unidos, em 1943. Rose passou grande parte de sua vida em uma instituição, que era suportada pelo irmão famoso, e faleceu em 1996.

A leitura crítica da obra de Tennessee Williams tem frequentemente enfatizado aspectos autobiográficos e realistas, relegando a segundo plano os contextos sociais, históricos, políticos e culturais nos quais suas peças foram produzidas. Esse enfoque reduzido também obscurece sua crítica à sociedade de seu tempo. As adaptações cinematográficas de quinze de suas peças, realizadas por Hollywood, simplificaram o conteúdo de sua obra, embora tenham contribuído para sua popularidade mundial.

Ao longo de sua vida, Williams manteve diversos relacionamentos fortuitos com rapazes. Os parceiros que marcaram sua trajetória foram Kip Kiernan, Frank Merlo e Pancho Rodriguez. Ele assumiu publicamente sua homossexualidade apenas em 1970, durante uma entrevista ao vivo em um programa de TV em rede nacional.

Nos últimos 20 anos de sua vida, Williams enfrentou o abuso de drogas e álcool, além do desprezo da crítica e do público, que não compreendiam sua ruptura com o realismo poético e sua exploração das tendências estéticas contraculturais dos anos 1960 e 1980. Marginalizado, considerado ultrapassado e alvo de preconceito por sua sexualidade, idade e dependência química, ele faleceu em um quarto de hotel em Nova Iorque, em circunstâncias que ainda geram dúvidas entre acidente ou suicídio.

Seu legado, contudo, permanece vasto, com muitas obras inéditas, a maior parte ainda desconhecida no Brasil e uma considerável parcela publicada postumamente nos Estados Unidos.


Sobre a Cia. Filhos do Dr. Alfredo
A Cia. Filhos do Dr. Alfredo foi criada em 2001 por atores formados pela EAD - Escola de Arte Dramática (ECA/USP), com a intenção de desenvolver pesquisas de linguagens próprias a partir de diferentes formas dramatúrgicas. O nome é uma homenagem a Alfredo Mesquita, fundador do conjunto amador Grupo de Teatro Experimental (GTE), uma das raízes para a criação do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), e fundador da EAD (Escola de Arte Dramática - EAD-ECA-USP).

Com 23 anos de existência, a companhia pretende continuar proporcionando cada vez mais desafios para os membros do grupo e com isso desenvolver espetáculos que dialoguem diretamente com a nossa realidade artístico-social. Entre os espetáculos criados pelo coletivo ao longo desses anos, estão "Quem Fica com Quem" (2019), "Montanha Russa" (2018), "As Cinzas do Velho" (2013), "Amor que Não Ousa Dizer Seu Nome" (2011), "Ritual Íntimo" (2007), "Sinfonia do Tempo" (2004) e "Pelo Buraco da Fechadura" (2002).


Sinopse de "Tennessee Williams Deve Morrer"
A peça narra a história de dois irmãos e artistas de teatro, Rose e Tom, que enquanto se preparam para entrar em cena, recebem a crítica do espetáculo que estão prestes a iniciar. Frente à dureza da análise do crítico, Tom – que além de ator também é dramaturgo – resolve reescrever a peça como uma resposta à exclusão artística, intolerância às novas ideias de construção teatral e, de forma subliminar, a atitude conservadora e homofóbica da crítica de então. A narrativa percorre fatos relevantes da vida e aspectos importantes da obra de Tennessee Williams – que é sem dúvida um dos autores mais importantes do Teatro Moderno do século XX.


Ficha técnica
Espetáculo "Tennessee Williams Deve Morrer"
Dramaturgia: Marcelo Braga e Luís Filipe Caivano 
Direção: Marcelo Braga 
Dramaturgismo: Luis Márcio Arnaut 
Elenco: Vivian Bertocco e Luciano Schwab 
Assistente de direção e preparação de elenco: Laís Marques
Cenário e figurinos: José Carlos de Andrade
Desenho de luz: Aline Santini
Videomaping: Um Cafofo (André Grynwask e Pri Argoud)
Produção musical: Dario Ricco
Midias sociais: Laura Carvalho 
Fotos: Helton Nóbrega
Mentoria artística: José Eduardo Vendramini 
Produção: Fulano´s Produções Artísticas (Rodrigo Palmieri e Leandro Ivo) 
Coordenação geral: Cia. Filhos do Dr. Alfredo.
Realização: Sesc 


Serviço
Espetáculo "Tennessee Williams Deve Morrer"
De 21 de novembro a 14 de dezembro | Quinta a sábado, 20h00
Duração: 60 minutos
Local: Auditório | 3º andar
Classificação: 14 anos
Ingressos: R$ 50 (inteira); R$ 25 (meia) e R$ 15 (credencial plena) 
Sesc Pinheiros – Rua Paes Leme, 195 - São Paulo 
Estacionamento com manobrista: terça a sexta, das 7h00 às 21h00; sábado, domingo e feriado, das 10h00 às 18h00.

sexta-feira, 1 de novembro de 2024

.: "Otelo de Shakespeare", do Coletivo Commune Teatral, pelos CEUs e Sesi


A inversão da etnicidade de Desdêmona e Otelo oferece uma nova visão sobre a relação deste casal. Desdêmona, é negra e Otelo é um general velho e branco. Foto: Matheus Melchionna

Em novembro e dezembro, "Otelo de Shakespeare" do Coletivo Commune Teatral, circula pelos CEUs e Sesi. A peça é construída a partir da linguagem da comédia física e visual, partindo de uma concepção original do inglês John Mowat. A direção geral é de Augusto Marin que está no elenco com Armando Liguori Júnior, Beatriz Poza, Natalia Albuk e Paulo Dantas. Apresentações gratuitas.

No espetáculo, Desdêmona, uma jovem negra, e Otelo, general de Veneza, velho e branco, casam-se secretamente contra a vontade da mãe dela, Dona Brabancia. Iago quer vingar-se de Otelo por ter promovido o jovem Cassio em seu lugar ao posto de tenente coronel. Seu plano é fazer com que Otelo pense que Cassio e Desdêmona são amantes. "Otelo", livre adaptação da peça de William Shakespeare, é uma abordagem cômica desta grande tragédia, que lida com temas universais e atemporais como o racismo, o amor, os ciúmes, a traição, a vingança e o arrependimento.

A inversão da etnicidade de Desdêmona e Otelo oferece uma nova visão sobre a relação deste casal. Desdêmona, é negra e Otelo é um general velho e branco. Cinco atores interpretam todos as personagens, sendo que um deles não apenas representa um juiz e um cão, mas 52.724 soldados do exército veneziano.


Sobre a Coletivo Commune Teatral
A Commune é uma companhia teatral, fundada em 2003, que desenvolve pesquisa, produção, formação e intercambio teatral, tendo recebido diversos prêmios e se apresentado em Portugal e na Argentina. Seu repertório inclui: Nem Todo Ladrão vem para Roubar, de Dario Fo, Na Cama com Molière, baseado em O Doente Imaginário, e Otelo, de Shakespeare, ambos com direção de John Mowat, Anti Comics, uma paródia dos Super Heróis, de Sonia Daniel (coprodução internacional com apoio do Iberescena). Desde 2005, é um Ponto de Cultura e desenvolve o Projeto Teatro Cidadão, que já formou mais de 1.500 jovens através de oficinas e da montagem de espetáculos.


Ficha técnica
Espetáculo "Otelo de Shakespeare"
Concepção original: John Mowat
Direção geral: Augusto Marin
Elenco: Armando Liguori Júnior, Beatriz Poza, Natalia Albuk, Paulo Dantas e Augusto Marin
Som/Luz: Anderval Areias e Éder Lopes
Designer: Rony Costa
Assessoria de imprensa: Miriam Bemelmans
Assistente de produção: Matheus Melchionna
Direção de produção: Augusto Marin e Luciane Ortiz
Realização: Coletivo Commune Teatral


Agenda
Novembro
1° de novembro, sexta-feira, às 14h00
CEU Três Pontes – Professora Nilzete Letícia Bispo dos Santos Lima
Rua Capachós, 400 - Jardim Celia, São Paulo - SP

4 de novembro, segunda-feira, às 10h00
CEU Capão Redondo
Rua Daniel Gran, s/n - Jardim Modelo, São Paulo

7 de novembro, quinta-feira, às 14h00
CEU Azul da Cor do Mar
Av. Ernesto Souza Cruz, 2171 - Cidade Antônio Estêvão de Carvalho, São Paulo

30 de novembro, sábado, às 20h00 - Com libras e audiodescrição
Sesi Osasco
Rua Calixto Barbieri - Iapi, Osasco -


Dezembro
1° de dezembro, domingo, às 15h30
Sesi Osasco
Rua Calixto Barbieri - Iapi, Osasco
Duração: 80 minutos
Classificação indicativa: 14 anos
Grátis.

terça-feira, 29 de outubro de 2024

.: "Vestido de Noiva" recebe montagem inédita idealizada por Helena Ignez


Lucélia Santos, Djin Sganzerla e Simone Spoladore em "Vestido de Noiva", a obra-prima de Nelson Rodrigues revisitada por Helena Ignez. Foto: © Ale Catan


Em cartaz no Teatro Anchieta do Sesc Consolação, o espetáculo "Vestido de Noiva", clássico de Nelson Rodrigues, ganha montagem inédita idealizada e dirigida por Helena Ignez. O espetáculo tem no elenco Lucélia Santos, Djin Sganzerla e Simone Spoladore à frente de elenco composto por Jiddu Pinheiro, Clarisse Abujamra, Luciano Chirolli, Tuna Dwek, Michele Matalon, Luciana Fróes e Luiza Barros. A direção traz a peça de Nelson para os dias de hoje e é no personagem de Madame Clessy, vítima de feminicídio, que quer dar o recado, do ponto de vista social.

A encenação conta com direção de imagem (vídeo) de André Guerreiro Lopes, direção de arte, cenografia e figurinos de Simone Mina e Carolina Bertier, iluminação de Aline Santini, vídeo mapping de André Grynwask e Pri Argoud, trilha sonora e sonoplastia de Aline Meyer, além da participação de Cida Moreira com uma versão original de “Brasil Pandeiro”, de Assis Valente. Com realização do Sesc SP, a nova montagem de "Vestido de Noiva" acontece às sextas e sábados às 20h00 e domingos às 18h00, de 25 de outubro até 8 de dezembro.

A provocação para a nova montagem de "Vestido de Noiva" surgiu ano passado, quando Lucélia Santos - que atuava como atriz no filme “Mulher Oceano” (2020), dirigido por Djin Sganzerla -, sugeriu à Djin que sua mãe, Helena Ignez, encenasse a peça com ela, Lucélia, fazendo Madame Clessi. "Achei incrível essa ideia que Lucélia teve de fazer a Madame Clessi, ela profundamente ligada a Nelson Rodrigues e pensei que em comum nós tínhamos uma coisa antes de tudo, amávamos Nelson Rodrigues. Ela performando vários de seus filmes", comenta Helena Ignez.

A narrativa da peça de Nelson Rodrigues, é dividida em três planos que se inter-relacionam em ações simultâneas, em tempos diferentes, onde ocorrem as cenas da alucinação, da memória e da realidade, que estabelecem as molduras nas quais a agonizante Alaíde (Djin Sganzerla), protagonista, desvenda ao público espectador a história trágica de seu amor infeliz pelo marido Pedro, na qual tem como rival a irmã, Lúcia (Simone Spoladore). 

À narrativa de Alaíde misturam-se flashes urbanos de ruas e de trânsito, de uma sala de cirurgia, de uma redação de jornal. E ainda se entrelaça com a história de Madame Clessy (Lucélia Santos), vítima de feminicídio, no início do século XX. Na peça, Madame Clessy tem a função de ajudar Alaíde a reorganizar sua mente convulcionada, após o atropelamento.

Helena Ignez chama atenção para o especial cuidado na nova montagem com a visualidade da encenação, além de trazer a peça de Nelson Rodrigues para os dias de hoje. E que é exatamente no personagem da Madame Clessy que a diretora quer dar o recado, do ponto de vista de personagem, do ponto de vista social. “Madame Clessy não é nada do que fizeram dela até hoje”, afirma a diretora, por isso está exclusivamente em cima do Nelson Rodrigues:

"Em nenhum momento Nelson se refere a ela como prostituta. Madame Clessy é uma mulher de vida livre, que acusam de orgias. Não é uma prostituta. Ela tem um amante, um desembargador que a conhece desde menina. Ela teve um filho e é apaixonada por um jovem de dezessete anos. Clessy é uma ingênua e o jovem um assassino, que a mata. É um feminicídio. O que me interessa mostrar, agora, em Vestido de Noiva é esse feminicídio e o esterismo e a loucura dessa família tradicional, burguesa. Clessy é uma figura antiga, que Nelson situa no começo do século XX e eu a trago para hoje. Uma mulher vítima da incompreensão e da inveja da sociedade, uma mulher vítima do feminicídio. 'Essa montagem é muito cabeça!'”, esclarece Helena Ignez.

"Nelson é um gênio, a gente sabe disso, e quando entra em contato íntimo com seus textos, isso é reafirmado a cada momento, ao ponto de não querer perder nada, nem a rubrica", afirma Helena Ignez.


Ficha técnica
Espetáculo "Vestido de Noiva"
Texto: Nelson Rodrigues
Direção: Helena Ignez
Assistência de direção e Direção de Cena: Rafael Bicudo
Elenco: Lucélia Santos (Madame Clessi), Djin Sganzerla (Alaíde), Simone Spoladore (Lúcia), Jiddu Pinheiro (Pedro), Clarisse Abujamra (Dona Lígia - mãe), Luciano Chirolli (participação especial, como Gastão - pai), Tuna Dwek (Dona Laura - sogra), Michele Matalon (mãe do namorado), Luciana Fróes e Luiza Barros (mulheres do bordel).
Direção de imagem (vídeo): André Guerreiro Lopes
Direção de arte, cenografia e figurinos: Simone Mina e Carolina Bertier
Iluminação: Aline Santini
Trilha sonora e sonoplastia: Aline Meyer
Arranjos e interpretação de “Brasil Pandeiro”: Cida Moreira
Vídeo Mapping: André Grynwask e Pri Argoud - Um Cafofo
Assistência de cenografia: Vinicius Cardoso
Assistência de figurinos: Rick Nagash e Hellige Santana
Técnico de som e operação: Kléber Marques
Operação de vídeo: Rodrigo Chueri
Assistência de luz e operação: Sibila
Produção executiva: Luiza Barros
Direção de produção: Marcela Horta
Assessoria de imprensa:  Ney Motta
Fotos de divulgação: Ale Catan
Programação visual: SESC SP


Serviço
Espetáculo "Vestido de Noiva"
Temporada: até dia 8 de dezembro de 2024
Sextas e sábados, às 20h00 | Domingos e feriados, às 18h00 - *não haverá sessão em 20 de novembro
Quinta, 21 de novembro e 5 de dezembro, às 15h00
Sesc Consolação - Teatro Anchieta (280 lugares)
Rua Dr. Vila Nova, 245, Vila Buarque / São Paulo
Telefone: (11) 3234-3000
Horário de funcionamento: terça a sexta: das 10h00 às 21h30. Sábados: das 10h00 às 20h00. Domingos e Feriados: das 10h00 às 18h00.
Ingressos: R$ 70,00 (inteira), R$ 35,00 (meia-entrada), R$ 21,00 (credencial plena).
Venda on-line: em sescsp.org.br e no app Credencial Sesc SP
Venda presencial: na bilheteria de qualquer unidade do Sesc SP
Duração: 110 minutos
Classificação indicativa: não recomendado para menores de 16 anos
Acessibilidade: teatro acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida

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