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quinta-feira, 10 de julho de 2025

.: Crítica: musical “Wicked” desafia a gravidade e as expectativas


Por 
Helder Moraes Miranda, especial para o portal Resenhando.com. Foto: divulgação/Jairo Goldflus

Existe um momento em que o teatro deixa de ser teatro e passa a ser transcendência, em que a arte deixa de apenas entreter e começa a transformar. “Wicked - A História Não Contada das Bruxas de Oz”, em cartaz no Teatro Renault, é exatamente isso: um salto entre o bom e o inesquecível. E se a palavra “clássico” já pairava sobre essa história nascida nos palcos da Broadway, o que se vê na terceira montagem brasileira é o nascimento de um novo patamar para o teatro musical no país.

Myra Ruiz não interpreta Elphaba - ela É Elphaba. E isso não é apenas um elogio, é um aviso. Prepare-se para testemunhar uma entrega artística de tirar o fôlego, que combina técnica vocal absurda, presença cênica hipnótica e uma força emocional que faz tremer a poltrona. Ver Myra “voar” - literalmente e metaforicamente - enquanto canta “Desafiando a Gravidade” é uma experiência de se guardar talismã verde-esmeralda. Em uma era de performances cada vez mais plastificadas, ela entrega verdade.

Bel Barros, como Glinda, na apresentação que substituiu Fabi Bang, encontra o tom exato entre o carisma solar e a frivolidade encantadora da bruxa boa. A química com Myra é mais do que uma parceria: é a prova de que antagonismos podem gerar beleza. Já Luisa Bresser, como Nessarose, mostra um domínio emocional raro para tanta juventude. A transição da atriz, de doce para amarga, é digna de nota - e, se o futuro da dramaturgia musical brasileira precisa de representantes, ela certamente já está convocada.

Hipólyto, como Fiyero, encontra mais um papel que o desafia e o valoriza. O Fiyero interpretado por ele tem charme, mas também tem camadas - algo raro nesse tipo de papel. E Cleto Baccic, como sempre, é a cereja do bolo: o Mágico de Oz dele destila cinismo com vulnerabilidade, lembrando a todos os espectadores que até o poder pode ser patético. Há algo que diferencia esta montagem das anteriores: ela ouve o tempo. 

Sob a direção de John Stefaniuk e com novos figurinos, efeitos visuais e sistemas de voo que parecem saídos de uma ficção científica glamurosa, o espetáculo conecta-se às angústias e urgências do presente. A mensagem de resistência, identidade e amizade feminina não poderia ser mais atual. “Wicked” não é apenas um musical: é uma alegoria queer, um manifesto feminista, uma crítica às narrativas oficiais. Tudo isso embalado em luz verde e rosa, plumas, vassouras e canções que colam na alma.

Além disso, o projeto extrapola os limites do palco. O leilão de figurinos em prol do GIV, as ações durante o Mês do Orgulho LGBTQIAPN+ e a participação ativa do elenco em iniciativas sociais mostram que esta produção entende o que significa “teatro vivo”. Se o teatro é um espelho, “Wicked” é aquele espelho mágico que nos mostra não só quem somos, mas quem podemos ser.

E que prazer vê-lo em cartaz justamente agora, quando a cultura brasileira parece, mais do que nunca, precisar de esperança, de empatia e de um pouco de feitiçaria também. Não é novidade que "Wicked" sempre será o melhor espetáculo do ano em todas as vezes em que estiver em cartaz. Mas, sem qualquer exagero, também é o melhor espetáculo que você terá a honra de assistir em toda a sua vida.


Serviço
"Wicked - A História Não Contada das Bruxas de Oz"
Quartas, quintas e sextas-feiras, às 20h00. Sábados e domingos, às 15h00 e às 19h30.
Teatro Renault - Av. Brigadeiro Luís Antônio, 411 - República/São Paulo.
Bilheteria oficial no Teatro Renault (sem taxa de conveniência): de terça a domingo, das 12h00 às 20h00 (exceto feriados). Site e app Ticket For Fun: ticketsforfun.com.br.
Temporada estendida até 10 de agosto de 2025.

quarta-feira, 9 de julho de 2025

.: Entrevista: Bruno Baroni transforma caos hospitalar em comédia de plantão


Por 
Helder Moraes Miranda, especial para o portal Resenhando.com. Foto: Abílio Gil

Ele já salvou vidas com estetoscópio na mão e agora arranca gargalhadas com um jaleco e uma peruca loira. Bruno Baroni, médico formado em 2020 em plena pandemia, decidiu que o hospital também podia ser palco - e viralizou ao transformar o cotidiano tenso das emergências em esquetes que dialogam com milhões de seguidores. Agora, ele leva esse universo para os palcos com a comédia teatral “Eu Também Sou Médico”, que mistura stand-up, personagens hilários e caos institucional com precisão cirúrgica.  O espetáculo fica em cartaz até dia 29 de julho no Teatro Uol, com sessões às terças, às 20h00. Depois, parte em turnê por Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba. 

A peça, em parceria com a roteirista e atriz Thaisa Damous, estreia em São Paulo e já tem sessões esgotadas. Na encenação, Bruno dá vida a tipos reconhecíveis por qualquer brasileiro que já passou por um postinho ou UPA: desde a residente insegura até a temida Doutora Dinossauro. Mas é com a enfermeira Sandra, diva do SUS e fenômeno nas redes, que ele conquista plateias e desafia os estereótipos do profissional de saúde.

Nesta entrevista exclusiva ao Resenhando.com, Bruno Baroni fala sobre vaidade médica, humor como remédio, a responsabilidade de rir do que dói - e como sobreviveu ao plantão mais longo do mundo: o da pandemia. Prepare-se para uma consulta fora do comum. E pode rir à vontade: aqui, o convênio é com o bom senso.

Resenhando.com - Você viralizou com a enfermeira Sandra. Mas diga com sinceridade de jaleco: quem é mais difícil de lidar, o algoritmo ou o paciente que “só quer uma dipirona”?
Bruno Baroni - Com toda a certeza o algoritmo! Até porque o algoritmo é algo completamente instável e imprevisível! Eu estudei seis anos de medicina e três anos de pós-graduação em dermatologia, então sou preparado pra tratar e cuidar do paciente! Quando aprendemos medicina, não é ensinado só o tratamento de uma doença, mas tambem aprendemos a como lidar com todas as possíveis complicações que podem acontecer com um paciente! Já o algoritmo, não é algo que aprendemos em lugar nenhum! Ainda mais eu, que cai de paraquedas nesse mundo do entretenimento, sem nenhuma pretensão.

Resenhando.com - A medicina exige precisão. A comédia exige timing. Quando o plantão virou palco e você decidiu que o estetoscópio também podia ser microfone?
Bruno Baroni - A comédia sempre fez parte da minha personalidade! Eu consumia quando criança muito conteúdo de humoristas muito conhecidos, e me identificava naquilo que eu via nos comediantes! Eu sempre tive esse olhar mais cênico das coisas, e conseguia visualizar cenas na minha cabeça de coisas do cotidiano que poderiam ser traduzidas em cenas de comédia! Quando o meu reconhecimento na internet aconteceu eu vi que eu conseguia levar pras pessoas o meu ponto de vista das coisas! Mas eu sinto que eu tenho uma necessidade de levar o riso pras pessoas de uma maneira mais próxima! Quero estar de frente com as pessoas! Eu me juntei com minha amiga roteirista Thaisa Damous em dezembro e decidi! Vamos escrever juntos uma peça, e vamos pros palcos!


Resenhando.com - 
Qual foi a primeira vez que você riu - de nervoso - dentro de um hospital? E teve que disfarçar com um “licença, vou ali buscar o prontuário”?
Bruno Baroni - É dificil lembrar de um momento específico! Ate porque minha memória é uma coisa a ser estudada, de tão enferrujada! Mas eu me lembro de momentos que me marcavam! Os momentos de alegria e risos na hora do café, quando todos os setores se juntavam em um só lugar pra fofocar e
compartilhar histórias! Enfermeiros, técnicos, médicos, auxiliares de limpeza, recepcionistas, todos em um só lugar rindo em unidade! Aquilo me trazia um conforto tão grande! Eu sempre sentia que o riso trazia as pessoas a se unir! Aqueles momentos para mim eram mágicos!


Resenhando.com - 
“Eu Também Sou Médico” mistura stand-up, teatro e caos hospitalar. Você aredita que, no fundo, médicos e atores vivem do mesmo combustível: improviso e vaidade?
Bruno Baroni - Não acredito que os médicos e atores vivam de um combustível de improviso e vaidade! Até porque os atores e médicos devem fazer uma desconstrução do ego, tanto para ter empatia e se colocar no lugar do paciente, quanto nos palcos quando se entrega a um papel de algum personagem!


Resenhando.com - 
Sandra, sua enfermeira pop, virou oráculo da saúde pública nas redes. O que ela diria hoje para um estudante do primeiro ano de medicina? 
Bruno Baroni - Ela diria para colar na enfermagem! E sempre tratar todo o setor de maneira educada! Porque uma boa relação com a equipe do plantão faz com que o trabalho flua muito melhor! Ainda mais quando estamos começando! Todos estão ali para te ajudar, e te ver ajudar o próximo


Resenhando.com - 
Entre a pandemia e a fama, o que você aprendeu sobre remédio que não se compra em farmácia?
Bruno Baroni - A empatia! Saber se colocar no lugar do outro é algo que não se compra. E é o diferencial na hora de formar um profissional competente e humanizado. Saber entender as dificuldades e medos do meu paciente, e saber cuidar de forma individualizada cada pessoa!

Resenhando.com - Você se formou em 2020, no meio do colapso. Agora estreia nos palcos. Como foi sair da linha de frente da UTI direto para a coxia do teatro?
Bruno Baroni - Desde o último ano de faculdade comecei a fazer videos para a internet, e meu
crescimento aconteceu de forma muito espontânea e exponencial! Minha paixão pela comédia só foi
crescendo a cada ano! Eu tenho um prazer enorme em fazer o outro rir, tirar uma gargalhada de alguém!
E eu queria muito levar isso pras pessoas pessoalmente e nao só pela tela do celular!


Resenhando.com - 
Você está com quase três milhões de seguidores e uma peça em turnê. Em que
momento você se deu conta de que também era 
artista - e não só médico comediante?
Bruno Baroni - Nunca me enxerguei so como um médico comediante! Sentia que eu era um profissional multifacetado! Ao mesmo tempo medico, ao mesmo tempo humorista, criador de conteúdo!
Mas senti que queria essa mudada de chave na carreira indo pros palcos pra sentir o calor do publico!
Transformar aquele publico das redes em publico que eu poderia enxergar, abraçar e agradecer por todo
o carinho que me deram. Porque foi esse carinho que me fez chegar até aqui! Foi esse carinho que me
fez me sentir talvez o artista que sou hoje!


Ficha técnica
Espetáculo “Eu Também Sou Médico”
Elenco: Bruno Baroni e Thaisa Damous
Texto: Bruno Baroni e Thaisa Damous
Direção: Camila Vaz e Thaisa Damous
Produção: Ika Tronco
Figurino: Danilo Diniz
Iluminação: Vini
Cenografia: Grazi Bastos
Assessoria de Imprensa: Angelina Colicchio e Diogo Locci - Pevi 56 


Serviço
Espetáculo “Eu Também Sou Médico”
Teatro Uol (Av. Higienópolis, 618 - Consolação)
Até dia 29 de julho, terças-feiras, às 20h00
Ingressos: entre R$ 45,00 e R$ 120,00. À venda pelo site do Teatro Uol
Classificação: 14 anos
Duração: 90 minutos

terça-feira, 8 de julho de 2025

.: Espetáculo "Vermes Radiantes" encara a gentrificação e supressão do outro


Versão brasileira para a peça do celebrado autor inglês Philip Ridley é estrelada por Maria Eduarda de Carvalho e Rui Ricardo Diaz, com múltiplas contribuições do ator e músico Marco França. Foto: Matheus Ramalho


Uma poderosa e ácida crítica social, com humor perspicaz, "Vermes Radiantes", do poeta, dramaturgo e roteirista inglês Philip Ridley, ganha uma versão brasileira inédita, dirigida por Alexandre Dal Farra. O espetáculo tem sua temporada de estreia no Sesc Pompeia, de 17 de julho a 10 de agosto, com apresentações de quinta a sábado, às 20h00; aos domingos, às 18h00, e às sextas, também às 16h00.

A peça, protagonizada por Maria Eduarda de Carvalho e Rui Ricardo Diaz, com múltiplas contribuições do ator e músico Marco França, trata do poder de supressão do outro. Trata do que podemos nos tornar se cooptados pela ideia distorcida de ascensão, colocando em xeque até onde estamos dispostos a seguir para realizar os nossos mais ínfimos desejos. 

A partir da aldeia onde sobrevivem nossos protagonistas, a montagem convida o espectador a um exercício estranho, que diverte, mas também aterroriza: refletir sobre a ideia do humano transformado em matéria de ascensão, mediante ao sacrifício ou aniquilamento do outro. No espetáculo, Jill e Ollie querem contar para vocês sobre a casa dos sonhos - ou melhor, sobre como eles conseguiram a casa dos sonhos. Algumas coisas que eles fizeram para isso talvez não tenham sido legais. Tem gente que vai dizer que foram até mesmo chocantes. Mas eles vão explicar. Vocês vão entender. Vocês precisam entender. Escutem a história e me digam: Vocês não fariam o mesmo?

Ficha técnica
Espetáculo "Vermes Radiantes"
Autor: Philip Ridley
Direção: Alexandre Dal Farra
Elenco: Rui Ricardo Diaz, Maria Eduarda de Carvalho e Marco França
Idealização: Rui Ricardo Diaz e Maria Eduarda de Carvalho
Tradução: Diego Teza
Iluminação, preparação de elenco e assistência de direção: Lucas Brandão
Cenografia: Stéphanie Fretin e Camila Refinetti
Figurino: João Marcos de Almeida
Direção musical: Marco França
Direção de produção: Bia Goldenberg
Fotografia e projeto gráfico: Matheus Ramalho
Técnico e operador de som: Alexandre Martins
Assistência de figurino e costureira: Daiane Martins
Cenotécnicos: Wanderley Wagner e Fernando Zimolo
Intérprete de Libras: Wesley Leal
Produção: Raiz de Oito, Quincas, Nem Freud Explica

Serviço
Espetáculo "Vermes Radiantes"
De 17 de julho a 10 de agosto
De quinta-feira a sábado, às 20h, e aos domingos, às 18h*
*Há também sessão vespertina às sextas-feiras, às 16h
Sesc Pompeia - Teatro - Rua Clélia, 93 - Água Branca, São Paulo
Ingressos: R$ 60,00 (inteira), R$ 30,00 (meia-entrada) e R$ 18,00 (credencial plena)
Vendas on-line em sescsp.org.br/pompeia
Classificação: 16 anos
Duração: 90 minutos
Acessibilidade: teatro acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida.
Sessões com tradução em Libras aos domingos.

segunda-feira, 7 de julho de 2025

.: Espetáculo "Dodô", criado por pessoas com afasia, no Teatro Sérgio Cardoso


Peça criada por afásicos, pessoas com condição neurológica que afeta a comunicação, faz apresentações dias 8 e 9 de julho. Foto: divulgação


O Teatro Sérgio Cardoso recebe nos dias 8 e 9 de julho, terça e quarta-feira, às 20h30, o espetáculo "Dodô", realizado por Ser em Cena e Ministério da Cultura, e criado coletivamente por integrantes do grupo Ser em Cena - Teatro de Afásicos. "Dodô" parte de experimentações cênicas baseadas na obra de Samuel Beckett, especialmente em sua abordagem da linguagem, do silêncio e do absurdo. A peça não segue uma narrativa linear e se organiza como um inventário de memórias inventadas, pausas, ruídos e afetos.

Criado por pessoas com afasia, condição neurológica que compromete a linguagem, o espetáculo explora improvisações, fragmentos de fala, silêncios e movimentos, propondo uma poética do intervalo, da escuta e da presença. O nome “Dodô” surgiu espontaneamente nos ensaios, em referência à sonoridade de “Esperando Godot”, texto clássico de Beckett.

A direção é de Elisa Band, com codireção de Nicolas Wahba, que também assina a dramaturgia ao lado da diretora. A produção executiva é de Cláudia Niemayer e Cassia Navarro, com coordenação de Igor Armucho. A equipe conta ainda com fonoaudiólogos, psicóloga, figurinista, técnico de som, iluminador e designer gráfico.


O que é afasia?
Afasia é um déficit geral da linguagem decorrente de uma lesão no hemisfério esquerdo do cérebro. As causas mais comuns de afasia são: AVCs (acidentes vasculares cerebrais, como derrames e isquemias), traumatismos (decorrentes de acidentes automobilísticos, armas de fogo, quedas graves, entre outros) e tumores cerebrais.

A afasia pode se manifestar por distúrbios na capacidade de compreender ou expressar a linguagem — ou ambas. O comprometimento da comunicação pode ser leve, moderado ou severo, a depender da extensão e da localização da lesão cerebral.

Ficha técnica
Espetáculo "Dodô" 
Direção geral: Elisa Band | Codireção: Nicolas Wahba | Dramaturgia: Elisa Band e Nicolas Wahba | Fonoaudiologia: Fernanda Papaterra, Guilherme Zaramella, Rafaela Pagani | Psicologia: Fátima Monteiro | Produção Executiva: Cláudia Niemayer e Cassia Navarro | Coordenação de Produção: Igor Armucho | Divulgação: Márcia Aguirre | Figurino: Marcelo X | Iluminação: Carlos Aleixo | Trilha Sonora: Peri Pane | Técnico de Som: Caike Carvalho Souza | Designer Gráfico: Marcelo X


Serviço
Espetáculo "Dodô" 
Datas: 8 e 9 de julho, terça e quarta-feira, às 20h30
Local: Teatro Sérgio Cardoso – Sala Nydia Licia | Rua Rui Barbosa, 153 – Bela Vista – São Paulo/SP
Duração: 75 minutos
Classificação: livre
Ingressos: R$ 30,00 (inteira) | R$ 15,00 (meia) | Sympla
Capacidade da sala: 827 lugares

.: "Uma Rapsódia Para Sarah Bernhardt" na Biblioteca Mário de Andrade


Solo  escrito e interpretado por Luciana Carnieli, com direção de Elias Andreato, "Uma Rapsódia para Sarah Bernhardt" faz temporada gratuita na Biblioteca Mário de Andrade. Foto: João Caldas


Durante o mês de julho, a Biblioteca Mário de Andrade recebe o solo teatral "Uma Rapsódia para Sarah Bernhardt", com Luciana Carnieli e direção de Elias Andreato. As apresentações acontecem às segundas-feiras, às 19h, com entrada gratuita. Inspirado na trajetória da atriz francesa Sarah Bernhardt (1844–1923) - ícone do teatro mundial - o espetáculo propõe um diálogo entre passado e presente, refletindo sobre os desafios históricos e atuais das mulheres nas artes cênicas. A narrativa se constrói a partir de uma atriz contemporânea que, em processo criativo, incorpora momentos marcantes da vida de Bernhardt no palco.

A trilha sonora, assinada pelo maestro João Maurício Galindo, resgata obras de compositoras da época, como Lili Boulanger e Cécile Chaminade, ampliando o protagonismo feminino também na música. Segue o release para mais informações; . Depois de temporada esgotada na Arena B3, o espetáculo volta ao cartaz. No palco, uma profunda reflexão sobre o legado da icônica atriz Sarah Bernhardt, os desafios das mulheres no mundo das artes, e principalmente, no Teatro.

Inspirado na trajetória de vida da atriz francesa Sarah Bernhardt, considerada por muitos "a atriz mais famosa da história", o espetáculo propõe uma reflexão sobre os desafios e conquistas das mulheres no universo teatral. O espetáculo se apresenta às segundas-feiras de julho, às 19h, no teatro da Biblioteca Mário de Andrade.

Ao trazer pra cena a história de Sarah Bernhardt, o espetáculo celebra uma mulher que desafiou as normas de sua época, enfrentando a discriminação por sua postura irreverente e inovadora. Bernhardt se tornou um símbolo de força e empoderamento, não apenas por sua brilhante atuação no palco, mas também pela ousadia em quebrar convenções sociais, solidificando-se como uma das maiores atrizes de todos os tempos.

Simultaneamente, o espetáculo apresenta uma atriz contemporânea brasileira, que, diante dos desafios da profissão, se dedica à criação e produção de um espetáculo sobre Sarah Bernhardt. Essa conexão entre passado e presente, resulta em uma rapsódia cômico-dramática que revela pontos em comum ao longo da história, como o etarismo e a constante luta das mulheres no universo artístico.

A trilha sonora do espetáculo, elaborada pelo Maestro João Maurício Galindo, destaca-se por resgatar a obra de grandes compositoras contemporâneas de Sarah Bernhardt, como Lili Boulanger e Cécile Chaminade. Essa escolha cria um diálogo profundo entre a trilha sonora e o texto e valoriza a presença feminina nas artes. A peça também explora a relação de Sarah Bernhardt com o Brasil, país onde se apresentou diversas vezes, sendo o palco de um acidente que resultou na amputação de uma de suas pernas.

"Uma Rapsódia para Sarah Bernhardt" é uma homenagem ao poder da arte e ao papel transformador das mulheres. Um espetáculo para aqueles que buscam, para além do entretenimento, uma reflexão sobre temas contemporâneos e universais.


Sobre Luciana Carnieli
Atriz e dramaturga formada pela Escola de Arte Dramática/ ECA/ USP. No teatro, atuou em espetáculos de variados estilos – musical, comédia e drama - dirigidos por Jô Soares, Gabriel Villela, Marcelo Lazzaratto, Débora Dubois, Eduardo Tolentino de Araújo, Marcia Abujamra, Cássio Scapin, Alexandre Reinecke, entre outros. Na TV atuou em novelas e seriados da TV Globo, GNT e TV Cultura, sendo dirigida por diretores como Maurício Farias, Hugo Prata, Denise Sarraceni e Luís Villaça.

Foi indicada aos Prêmios: Bibi Ferreira, por seu trabalho em “Primeiro Hamlet”, APCA e Aplauso Brasil, por seu trabalho em “Amar, Verbo Intransitivo”, também ao Prêmio Aplauso Brasil por seu trabalho em “Roque Santeiro, o Musical” e aos prêmios Bibi Ferreira de Teatro Musical e Prêmio Qualidade Brasil por sua atuação no espetáculo musical “Lampião e Lancelote”, sendo vencedora do Prêmio Femsa por este trabalho.

Sobre Elias Andreato
Ator de teatro, cinema e televisão, diretor e muitas vezes roteirista dos seus próprios trabalhos. Sua busca é pela humanidade dos personagens que interpreta e seus espetáculos frequentemente questionam o papel do artista na sociedade e a relação com seu tempo. Construiu uma carreira sólida feita, acima de tudo, pela escolha por personagens/personalidades que pudessem traduzir esse pensamento – Van Gogh, Oscar Wilde, Artaud, são exemplos dessa escolha e resultaram em interpretações marcantes que garantiram a ele um lugar especial no teatro brasileiro.


Ficha técnica
Solo "Uma Rapsódia Para Sarah Bernhardt"
Dramaturgia e atuação: Luciana Carnieli
Direção: Elias Andreato
Trilha sonora: Maestro João Maurício Galindo
Figurino: Marichilene Artisevskis
Iluminação: Sylvie Laila
Fotos: João Caldas Filho
Vídeo: Seh Marques
Realização: Luminária Produções Artísticas


Serviço
Solo "Uma Rapsódia Para Sarah Bernhardt"
Biblioteca Mário de Andrade/ Auditório
Rua da Consolação, 94 - República
Segundas-feiras, dia 7, 14, 21 e 28 de julho. Horário: 19h00
Duração: 60 minutos Classificação: 12 anos
Ingressos: gratuitos/  disponíveis uma hora antes na bilheteria do Teatro.

domingo, 6 de julho de 2025

.: Leona Cavalli, provocada, diz que o teatro é a arte mais humana que existe


A artista, que atuou pela primeira vez aos seis anos de idade, continua nos palcos e conta como é trabalhar também como diretora. Foto: Gelse Montesso


Nesta terça-feira, dia 8 de julho, o apresentador Marcelo Tas recebe a atriz e diretora Leona Cavalli, no "Provoca". A artista, que atuou pela primeira vez aos seis anos de idade, continua nos palcos e conta como é trabalhar também como diretora. A entrevista inédita vai ao ar a partir das 22h, na TV Cultura.

Leona estreou profissionalmente no Teatro Oficina, do diretor Zé Celso, e fez peças como "As Troianas, de Eurípedes", e "Hamlet", de William Shakespeare; a atriz também começou a fazer cinema e TV. Mesmo com sua evolução, ela comenta que não recebeu apoio no começo da carreira. “O meu pai é político e ele sempre quis que eu fosse política. Eu nunca quis”, afirma.

Durante o bate-papo, Tas pergunta como é ser diretora, já que passou a maior parte da vida atuando. Leona responde que, na prática, a essência é a mesma, o que muda é a parte técnica e atenção aos detalhes. “O teatro é a arte mais humana que existe (...) A matéria-prima do teatro somos nós”, acrescenta.

Leona está na direção de seu quarto espetáculo. Participou de "Cascando o Bico" (1999), "O Príncipe" (2012) e "Pandora" (2018); e, atualmente, está em "Lady" (2025), interpretado por Susana Vieira. Hoje, aos 55 anos, Leona tem um sítio no Rio de Janeiro, onde cuida das suas plantas, investe em uma alimentação vegetariana e encara o tempo de forma cíclica.

sábado, 5 de julho de 2025

.: Bianca Rinaldi e Rodrigo Phavanello na comédia "Casa, Comida e Alma Lavada"


Destaque pelos palcos de diversas cidades brasileiras, peça de autoria Américo Nouman Jr. e Ricardo Tibau, terá apresentações aos sábados no palco do Teatro Santo Agostinho. Foto: divulgação

Com sucesso de público pelos palcos de diversas cidades brasileiras, a  comédia “Casa, Comida e Alma Lavada”, com autoria de Américo Nouman Jr. e Ricardo Tibau, anuncia nova temporada na cidade de São Paulo. Com estreia neste sábado, dia 5 de julho, no palco do Teatro Santo Agostinho, a peça destaca em cena os atores Bianca Rinaldi e Rodrigo Phavanello e contará com apresentações nos sábados, dias 12, 19 e 26 de julho.

“Estar no palco representando, é uma realização uma alegria transbordante e quando sento que o público participa do começo ao fim, rindo, se vendo em cena, refletindo, se envolvendo junto com gente nessa história, a realização e a alegria se tornam missão cumprida. Vou pra casa com a Alma Lavada”, comenta a atriz Bianca Rinaldi, no elenco desde do início da montagem, em setembro de 2024, no Rio de Janeiro.

“Com muito humor e uma boa dose de realidade, Casa, Comida e Alma Lavada nos faz rir e refletir sobre os altos e baixos da vida a dois. Entre trocas de farpas e momentos de cumplicidade, a peça mostra que, no fim das contas, o amor que resiste ao tempo é aquele que aprende a rir de si mesmo”, pontua o ator Rodrigo Phavanello, que passou a dividir o palco com Bianca, em março deste ano.

A comédia "Casa, Comida e Alma Lavada" apresenta ao público, com muito humor e irreverência, a história de Tânia Mara e Luís Alberto, onde após 20 anos de casados, resolvem aderir à DR (Discussão da Relação), quando vem à tona toda a trajetória do relacionamento, desde os apaixonados tempos de namoro até os dias atuais, onde, de ambas as partes, são revelados os detalhes e os segredos mais íntimos da relação e também dos que nela estão envolvidos.

Com direção assinada pelo experiente diretor Rogério Fabiano, a montagem preserva com excelência, a essência do texto, com os atores mantendo interação com o público, que acabam contando suas histórias e ao se identificarem com essa troca de farpas, chegam à conclusão de que na tradicional guerra dos sexos, quando o amor resiste ao tempo lutando contra tudo e contra todos, não existe um vencedor.

"Nada mais compensador para um autor do que ver sua obra crescer. O espetáculo 'Casa, Comida e Alma Lavada!' é para mim como um filho primogênito que faz os pais vibrarem na primeira palavra, no primeiro passo, no primeiro banho. 'Casa, Comida e Alma Lavada' foi a primeira peça escrita, a primeira montada, a primeira remontada, a primeira a trocar elenco. Agora, nessa nova temporada, está adulta. A sensação é quase a mesma de um pai ao ver seu primogênito se formando na faculdade", comemora o autor Américo Nouman Jr, que fez a estreia do texto da comédia em setembro de 2003.

Ficha técnica
Espetáculo "Casa, Comida e Alma Lavada"
Elenco:  Bianca Rinaldi  e Rodrigo Phavanello
Direção: Rogério Fabiano
Direção de movimentos: Ciro Barcelos
Cenário e figurinos: Márcio Araújo
Customização: Débora Munhyz
Designer de luz: Rafael Burgath
Trilha sonora: Miguel Briamonte
Produção executiva: Gherardo Franco
Produção: Rama Kriya Produções
Assessoria de imprensa: Davi Brandão


Serviço
Espetáculo "Casa, Comida e Alma Lavada" 
Temporada: apresentações aos sábados, dias 5, 12, 19 de julho, às 20 horas e  26 de julho, às 18 horas.
Teatro Santo Agostinho–  Rua Apeninos, 118, na Liberdade
Ingressos: R$ 100,00 (Bilheteria Express:  https://abrir.link/RGvuH)
Classificação: 14 anos
Duração: 75 minutos
Gênero: comédia
Acessibilidade: teatro acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida.

.: Flávia Reis faz estreia paulistana da comédia "Neurótica!" no Teatro J. Safra


Com direção de Márcio Trigo e roteiro de Henrique Tavares, espetáculo cria discussão bem-humorada sobre sobre a sobrecarga ainda enfrentada pelas mulheres. Foto: Tercianne Melo

A divertidíssima comédia "Neurótica!", estrelada pela atriz Flávia Reis, estreou em 2014 no Rio de Janeiro, onde fez várias temporadas de sucesso. E, agora, o espetáculo, com direção de Márcio Trigo e roteiro de Henrique Tavares,  desembarca na capital paulista para série de novas apresentações de 5 de julho a 31 de agosto, no Teatro J.Safra, aos sábados, às 21h00, e aos domingos, às 19h00.

Após séculos de preconceitos e discriminações, a mulher passou a ocupar espaços que eram antes exclusivamente ocupados pelos homens e a exercer um papel fundamental na organização da nossa sociedade. Entretanto, elas não deixaram para trás sua função de mãe e esposa. Essa sobrecarga dos afazeres do lar e da profissão, aliada ao ritmo acelerado dos nossos dias, gerou esses tipos femininos cômicos e curiosos. 

E Flávia Reis, que há 15 anos pesquisa o humor no gênero feminino, se apropria justamente da figura dessas mulheres conhecidas popularmente como neuróticas para satirizar os pequenos dramas da sociedade contemporânea, de forma crítica e com bastante ironia e acidez. A atriz se divide entre 11 personagens femininos, colocando uma lente de aumento nas figuras neuróticas do dia-a-dia. A trama é conduzida por uma terapeuta que, em uma palestra absolutamente equivocada sobre neuroses, apresenta tipos como a mulher que perde o próprio carro no estacionamento, a idosa pessimista que prevê o fim do mundo ao comer um tomate com agrotóxico e “Fernanda”, a cerimonialista que se atrapalha ao atender vários celulares ao mesmo tempo.


Sobre Flávia Reis
Flávia Reis
é atriz e comediante formada em Artes Cênicas pela UniRio, com formação em workshops de grandes nomes da comédia internacional. No teatro, atuou ao lado de Paulo Gustavo em “Hiperativo" e “On Line”,  e segue em cartaz com o solo “Neurótica!" desde 2014, além de seguir ao lado de Ricardo Cubba apresentando o espetáculo “Deixa que eu Conto”,  em turnê por teatros e casas de comédia do Brasil. Na televisão, destacou-se em programas de humor do Canal Multishow como “220 Volts”, “Não Tá Fácil pra Ninguém” e “Vai que Cola”. Já na TV Globo, integrou o elenco das novelas "Amor Eterno Amor" e “Travessia”. Na Netflix, participou da série "Sem Filtro” e do longa “Um Natal Cheio de Graça”. No Prime Video, foi vencedora do reality “LOL – Se Rir Já Era”.  Atualmente, integra a série “Cosme e Damião”, exibida no Globoplay além de viver Jacira em "Garota do Momento” novela que vem fazendo um enorme sucesso no horário das seis da TV Globo.


Ficha técnica
Espetáculo "Neurótica!"
Idealização e atuação: Flávia Reis
Direção: Márcio Trigo
Texto: Henrique Tavares e Flávia Reis
Participação: Flavio Souza
Direção musical e trilha sonora original: Guilherme Miranda
Iluminação: Aurélio de Simoni
Sonorização: Vinicius Geria
Cenário: Mina Quental
Coreografia: Andrea Jabor
Figurinos: Flávio Souza
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Design gráfico: Hannah23
Videografismo: Rico Vilarouca e Renato Vilarouca
Produção executiva: Juliana Trimer
Realização: Rainha Produções


Serviço
“Neurótica”, com Flávia Reis
Temporada: 5 de julho a 31 de agosto aos sábados, às 21h00, e aos domingos, às 19h00
Teatro: J. Safra - Rua Josef Kryss, 318, Barra Funda, São Paulo
Ingressos: R$30 a R$ 80
Venda on-line em https://www.eventim.com.br/artist/flavia-reis/
Bilheteria: às quartas e quintas, das 15h às 20h; às sextas, aos sábados e aos domingos, das 15h até o horário dos espetáculos
Fone bilheteria: (11) 3611-2561
Classificação: 14 anos
Duração: 70 minutos
Capacidade: 627 lugares
Acessibilidade: teatro acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida

.: "Sombras no Final da Escadaria", solo com Vannessa Gerbelli, estreia em SP


Teatro Sérgio Cardoso recebe Sombras no Final da Escadaria, com Vannessa Gerbelli e direção de Amir Haddad. Comédia dramática inédita de Luiz Carlos Góes reflete, com humor ácido e confissão, sobre fracasso, resistência e os bastidores do teatro. Foto: Guga Melgar 


Com estreia marcada para este sábado, dia 5 de julho, e temporada aos sábados e domingos, sempre às 18h00, o público poderá conferir no Teatro Sérgio Cardoso,  o espetáculo "Sombras no Final da Escadaria", estrelado por Vannessa Gerbelli e dirigido por Amir Haddad. A peça marca a última obra inédita do dramaturgo carioca Luiz Carlos Góes (1944-2014), reconhecido por seu humor mordaz e olhar crítico sobre os comportamentos humanos.

A trama gira em torno de uma atriz sem nome, como escolheu o autor, que, após uma estreia desastrosa, decide ocupar o teatro e anuncia que só sairá dali à força. O espetáculo que ela apresenta à plateia é uma mistura de embromação cômica e confissão emocional, alternando entre o absurdo, o humor rasgado e momentos de profundo desabafo. Aos poucos, o nonsense dá lugar a uma fala direta, dolorida e provocadora, expondo camadas de frustração, misoginia, abusos e a solidão de quem insiste em fazer arte em um país que frequentemente ignora sua cultura.

“As questões da submissão e objetificação femininas ( importante dizer que hoje já se fala de muitos homens que passaram por isso também) me mobilizam desde criança. Quando li essa peça, me deliciei com o humor absurdamente corajoso do Luiz Carlos em seu auge, mas também reconheci  a denúncia e o grito dessas pessoas, sobretudo mulheres, que ecoam em minha subjetividade há tanto tempo. Além disso, Trabalhar com Amir é sempre meu maior prazer no teatro. Fico muito feliz de trazer essa obra  a São Paulo, onde comecei minha carreira”, complementa a atriz Vannessa Gerbelli. "Sombras no Final da Escadaria" é um convite à reflexão: como seguir adiante após o fracasso? Que sombras rondam uma mulher artista, sozinha no palco, diante da expectativa de um público?


Ficha técnica
Espetáculo "Sombras no Final da Escadaria"
Texto: Luiz Carlos Góes
Direção: Amir Haddad
Com: Vannessa Gerbelli
Iluminação: Paulo Denizot
Assistência de direção: Máximo Cutrim
Trilha sonora: Máximo Cutrim e Vannessa Gerbelli
Figurino: Vannessa Gerbelli
Assistência de figurino: Ciça Fillon
Fotos originais: Guga Melgar
Design São Paulo: Jayme Koatz
Design original: Antônio Kvalo
Direção de arte original: Beli Araújo
Operação de luz: Nic Matheus
Livro da peça: Editora O Sexo da Palavra
Produtores: Françoise Fillon e Joaquim Vicente
Produção: Grupo Prismma e Teatro da Gente
Realização: Gelsomina Produções Artísticas


Serviço
Espetáculo "Sombras no Final da Escadaria"
Temporada: 5 a 27 de julho de 2025, sábados e domingos, às 18h
Ingressos: R$ 90,00 (inteira) | R$ 45,00 (meia-entrada) | Sympla
Local: Teatro Sérgio Cardoso – Sala Paschoal Carlos Magno | Rua Rui Barbosa, 153 - Bela Vista - São Paulo/SP
Duração: 1h20
Classificação etária: 16 anos
Capacidade: 143 lugares + 6 espaços para cadeirantes

.: Fulvio Stefanini retorna ao Teatro Uol para comemorar 70 anos de carreira


Montada em mais de 30 países, peça escrita pelo francês Florian Zeller rendeu ao brasileiro os Prêmios Shell e Bibi Ferreira de melhor ator. Foto: João Caldas F.º. 


Sucesso de público e de crítica, a premiada peça "O Pai", escrita pelo francês Florian Zeller, já foi vista por mais de 120 mil pessoas em suas mais de 300 apresentações desde a estreia em 2016. E, agora, a montagem brasileira volta ao palco do Teatro Uol para comemorar os 70 anos de carreira de Fulvio Stefanini, que ganhou os prêmios Shell e Bibi Ferreira de melhor ator por este trabalho. A nova temporada acontece de 5 de julho a 31 de agosto, com apresentações aos sábados e domingos, às 18h00.

A montagem, dirigida por Léo Stefanini, filho de Fulvio na vida real, levou também  os prêmios de melhor cenografia e melhor espetáculo do ano. Ainda no elenco estão Carol Gonzalez, Paulo Emílio, Fulvio Filho, Déo Patrício e Carol Mariottini. Encenado em mais de 30 países, o texto foi adaptado pelo próprio autor para o cinema em um filme de 2020, estrelado por Anthony Hopkins, que levou o Oscar nas categorias de melhor ator e roteiro adaptado. Recentemente, Florian Zeller estreou outro drama nas telonas, “O Filho” (2022), lançado neste ano no Brasil.

A peça ainda ganhou em 2014, na França, o famoso Prêmio Molière, nas categorias de melhor espetáculo, ator e atriz. E, na Inglaterra, foi eleita a peça do ano pelo jornal The Guardian. "O Pai" conta a história de André, um idoso de 80 anos, rabugento, porém muito simpático e divertido. Quando a memória dele começa a falhar, a sua única filha vive um dilema: deve levá-lo para morar com ela e contratar uma enfermeira para ajudá-la a cuidar dele ou deve interná-lo em um asilo - para poder curtir a vida ao lado de seu novo namorado? 

Com tom poético e um leve humor requintado, a peça trata desse tema comovente com leveza e sensibilidade, e nos convida a pensar sobre questões como a convivência familiar, o envelhecimento e as nossas escolhas na vida.


Ficha técnica
Espetáculo "O Pai"
Texto: Florian Zeller
Tradução: Carol Gonzalez e Lenita Aghetoni
Direção: Léo Stefanini
Elenco: Fulvio Stefanini, Carol Gonzalez, Fulvio Filho, Deo Patricio, Carol Mariottini e Paulo Emilio Lisboa
Luz: Diego Cortez
Som: Raul Teixeira e Renato Navarro
Figurinos: Lelê Barbieri
Técnicos: Diego Cortez e Ronaldo Silva
Design: Eric Aguiar
Assessoria de Imprensa: Pombo Correio
Realização: Cora Produções Artísticas


Serviço
Espetáculo "O Pai", de Florian Zeller
Temporada: de 5 de julho a 31 de agosto
Aos sábados e domingos, às 18h
Teatro UOL - Shopping Pátio Higienópolis - Avenida Higienópolis, 618 - Higienópolis
Ingressos: Plateia VIP - R$ 150,00 (inteira) e R$ 75,00 (meia-entrada) | Plateia – R$ 120,00 (inteira) e R$ 60,00 (meia-entrada)
Venda on-line em https://teatrouol.com.br/espetaculos/o-pai-2/
Classificação: 14 anos
Duração: 90 minutos
Capacidade: 305 lugares
Acessibilidade: o teatro é acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida.

.: Herson Capri e Caio Blat em nova temporada de "Memórias do Vinho"


Herson Capri e Caio Blat voltam em cartaz com o sucesso Memórias do Vinho, no Teatro Renaissance, a partir de 5 de julho. Com direção de Elias Andreato, o texto de Jandira Martini e Maurício Guilherme retrata pai e filho que se reencontram após longo período de distância para um acerto de contas. Foto: Roberto Setton

Os talentosos atores Herson Capri e Caio Blat interpretam pai e filho em "Memórias do Vinho", último texto escrito para teatro pela saudosa Jandira Martini, que faleceu em janeiro de 2024, em colaboração com Maurício Guilherme. A peça inédita foi criada a partir de uma ideia do produtor Fernando Cardoso, que produz a peça ao lado de Roberto Monteiro, seu sócio na Mesa2 Produções. 

Com direção de Elias Andreato, o espetáculo que cumpriu temporada de imenso sucesso no Teatro Vivo em 2024, volta em cartaz, agora no Teatro Renaissance, de 5 a 27 de julho, sábados, às 21h00, e domingos, às 19h00. Tomando como contexto o fascinante universo dos vinhos, capaz de resgatar a História da humanidade desde tempos imemoriais, a peça retrata o reencontro entre pai e filho que estão afastados há muitos anos. Reunidos por pura necessidade, o filho vê na adega do mais velho uma chance de sair da ruína financeira vendendo algumas garrafas.

A preciosa adega, formada por garrafas colecionadas como antigos presentes, compras de oportunidade e raridades arrematadas em leilões caríssimos, representa uma espécie de biblioteca de memórias – muitas delas difíceis de serem degustadas. E, no meio das garrafas, o filho encontra um diário secreto dos vinhos, escrito pelo pai, contendo informações detalhadas sobre quando cada garrafa foi adquirida e aberta.

O curioso diário, capaz de despertar prazer em qualquer enólogo, conta não apenas a trajetória da adega e dos vinhos contidos nela, mas a história de toda uma vida. No entanto, inesperadas revelações mudam o rumo desse encontro, transformando-o em um tenso acerto de contas. Estariam pai e filho prontos para um brinde final?

“Essa história revela o aspecto efêmero que só o teatro é capaz de registrar – em oposição direta ao contexto atual, no qual imagens e sons são captados freneticamente por smartphones e câmeras. Não seria esse um ponto de encontro entre Vinho e Teatro - ambos criados pelo deus Baco para celebrar o prazer de viver intensamente o momento?”, comenta o produtor Roberto Monteiro. "Memórias do Vinho" é apresentado pela Mesa2 Produções.


Ficha técnica
Espetáculo "Memórias do Vinho"
Autores: Jandira Martini e Maurício Guilherme
Direção: Elias Andreato
Assistente de direção: Rodrigo Frampton
Cenário: Rebeca Oliveira
Contrarregra: Tico (Agilson dos Santos)
Figurino: Mari Chileni
Camareira: Gisele Pereira
Iluminação: Cleber Eli
Operação de luz: Ian Bessa
Operação de som: Eder Soares
Trilha: Elias Andreato
Fotos: Nana Moraes
Design e identidade visual: Rodolfo Rezende / Estúdio Tostex
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Produção Executiva: Elisangela Monteiro
Direção de produção: Fernando Cardoso e Roberto Monteiro
Realização: Mesa2 Produções


Serviço
Espetáculo "Memórias do Vinho", de Jandira Martini e Maurício Guilherme
Temporada: de 5 a 27 de julho - sábados, às 21h00, e domingos, às 19h00
Teatro Renaissance - Alameda Santos, 2233 - Jardim Paulista / São Paulo
Ingressos: R$ 150,00 (inteira), R$ 75,00 (meia-entrada)
Lotação: 432 lugares
Venda on-line pelo Sampa Ingressos: www.sampaingressos.com.br
Bilheteria (sem taxa de conveniência): aberta 2 horas antes das sessões.
Classificação: 12 anos
Duração: 70 minutos
Capacidade: 432 lugares
Acessibilidade: Teatro é acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida
Bilheteria (sem taxa de conveniência): aberta de sexta a domingo a partir das 14h até o início do espetáculo.
Acessibilidade: o teatro comporta 432 pessoas, sendo 412 poltronas numeradas e oito espaços para cadeirantes. Dentre os 412 lugares fixos nós temos: 8 poltronas “Assentos Obeso” e outras 8 poltronas para deficientes visuais com espaço reservado para o cão guia.
* O comprovante de meia-entrada deverá ser apresentado na entrada do espetáculo.

.: "A Autoestima do Homem Hétero" é uma sátira afiada sobre as relações


Mais do que uma sátira, o espetáculo é um convite ao olhar crítico e ao empoderamento feminino, sem excluir os homens da conversa — pelo contrário: provoca todos os públicos a se reconhecerem e refletirem. Comédia de Amanda Mirásci, com direção de Martha Nowill, estreia dia 5 de julho no Teatro Uol. Foto: Julia Lego


Prepare-se para o lançamento mais inusitado do ano. Chega aos palcos “A Autoestima do Homem Hétero”, um espetáculo que promete revolucionar o imaginário coletivo com uma pergunta provocadora: e se fosse possível encapsular a inabalável confiança dos homens héteros e oferecê-la, em forma de pílula, às mulheres? Idealizado, escrito e protagonizado por Amanda Mirásci, com direção de Martha Nowill, o monólogo é uma sátira afiada sobre as relações afetivas, a construção da autoestima e os comportamentos masculinos que a sociedade ainda naturaliza.

No centro da história está Carina, uma farmacêutica que desenvolveu um medicamento revolucionário: a autoestima do homem hétero em cápsulas. Em uma noite decisiva - o lançamento oficial do produto - Carina apresenta ao público os componentes desta fórmula milagrosa, reencenando situações hilárias e dando vida aos homens que serviram de “matéria-prima” para sua criação.

Cada componente do remédio foi inspirado em um “tipo” masculino que Carina encontrou ao longo do caminho: o cara do violão, que nunca perde a chance de se exibir com seu imenso repertório de cinco músicas; o sujeito da caixa de som, que domina a praia como se fosse o DJ residente do mundo; o match do Tinder que, mesmo longe dos padrões de beleza, exige mulheres sem celulite; e tantos outros homens héteros de autoestima inflada que acabaram virando objeto de estudo dessa inusitada pesquisa.

À medida que apresenta os efeitos e os testes da fórmula, Carina também revela suas próprias vulnerabilidades: dilemas familiares, traumas afetivos e a incômoda presença da "síndrome da impostora", que ameaça sabotá-la a cada passo. Para ganhar autoconfiança, ela decide tomar sua própria invenção — que promete revolucionar o mundo. Mas ninguém estava preparado para as consequências… nem ela própria!

“A peça surgiu da minha vida real. Das minhas relações, das histórias das minhas amigas, da minha irmã… Situações que parecem pontuais, mas que, ao serem compartilhadas, revelam um padrão. O cara que explica o que você acabou de dizer, o pai que acha que ‘ajudar’ na criação dos filhos é um favor, o homem que se sente o máximo só por existir”, comenta Amanda Mirásci.

“Apesar do título, 'A Autoestima do Homem Hétero' não é um espetáculo só para mulheres. Os homens estão convidados — de verdade — a rir de si mesmos e, quem sabe, repensar atitudes. Porque se a gente quer mesmo mudar alguma coisa, eles precisam estar nessa conversa também”, conclui Amanda.

A diretora Martha Nowill reforça que incluir os homens no debate é essencial: “O que estamos criando é uma peça muito divertida e agregadora. Não é uma peça agressiva que vai constranger os homens. Muito pelo contrário, vamos fazer eles se enxergarem e falarem sobre si mesmos”.

Em cena, Amanda interpreta sozinha uma série de figuras distintas: “Temos muitos personagens na peça, e a Amanda dá vida a todos eles. O que estamos buscando é, a partir das ferramentas da própria atriz, extrair o que há de mais simbólico em cada construção cênica. Como traduzir isso no corpo dela? Quando é a Amanda e quando é o pensamento do outro? Como fazer com que ela assuma tantas identidades de forma clara, compreensível, sem que se torne uma confusão? Estamos trabalhando esse corpo, essa voz, essa escuta e essa compreensão profunda.”


Sobre Amanda Mirásci
Atriz e dramaturga, foi indicada aos prêmios Cesgranrio e APTR por Uma Vida Boa, de Rafael Primot. Atuou também em Mansa, Inútil a Chuva (Armazém Cia. de Teatro), O Branco dos Seus Olhos, entre outros. No cinema, está em Todo Clichê do Amor. Na TV, integrou elencos de A Lei do Amor, Cara e Coragem e Garota do Momento, da TV Globo, e da série Ringue, do Canal Brasil.


Sobre Martha Nowill
Diretora, atriz e roteirista, Martha Nowill atua no teatro, cinema e televisão desde os 18 anos. É formada em Cinema pela FAAP e Teatro pela Escola Célia Helena. Assina roteiros e colaborações para revistas como Piauí, TPM, Bazaar, Vogue, Carta Capital e Folha de S.Paulo. Seu trabalho mais recente nos palcos é Pagú – Até Onde Chega a Sonda, que também idealizou e protagonizou.


Ficha técnica
Espetáculo "A Autoestima do Homem Hétero"
Idealização, texto e atuação: Amanda Mirásci
Direção: Martha Nowill
Colaboração dramatúrgica: Bruna Trindade e Martha Nowill
Assistência de direção: Iuri Saraiva
Direção de movimento: Julianne Trevisol
Direção de arte: Luiza Mitidieri
Visagismo: Isabella Oliveira
Trilha sonora: Aline Meyer
Luz: Júnior Docini
Preparação vocal: Verônica Machado
Direção de Produção: Marlene Salgado
Design gráfico: Harú Estúdio Criativo
Fotos: Julia Lego
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Produção associada: Amanda Mirásci e Marlene Salgado
Realização: Arrakasta Produções Artísticas

Serviço
Espetáculo "A Autoestima do Homem Hétero"
Temporada: 5 de julho a 30 de agosto
Local: Teatro Uol
Avenida Higienópolis, 618 - Higienópolis - São Paulo, SP / Shopping Pátio Higienópolis - Piso Terraço
Dias e Horários: sábados, às 22h00
Ingressos: setor A: R$ 100,00 (inteira) / R$ 50,00 (meia) - setor B: R$ 80,00 (inteira) / R$ 40,00 (meia)
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 60 minutos

.: Espetáculo "Os Óculos Mágicos de Charlotte" estreia em São Paulo


Montagem musical com direção e dramaturgismo de Juliana Sanches e idealização de Filipe Fratino convida crianças e famílias a enxergar o mundo com mais empatia, humor e imaginação. Foto: Fernanda Hernandez

Um presente inesperado muda para sempre a forma como uma menina vê o mundo. Assim começa o espetáculo infantojuvenil "Os Óculos Mágicos de Charlotte". Criada pela ilustradora Suppa e Miguel Falabella, a peça, idealizada por Filipe Fratino, tem direção e dramaturgismo de Juliana Sanches e combina música, humor, dança e fantasia em uma experiência cênica para toda a família. 

O espetáculo estreia neste sábado, dia 5 de julho, no Teatro Alfredo Mesquita, com sessões gratuitas aos sábados e domingos, às 16h00, até 27 de julho. Na sequência, segue para o Teatro Sérgio Cardoso, onde cumpre temporada de 2 a 30 de agosto, com apresentações aos sábados, às 15h00, e domingos, às 11h00, com ingressos a R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia-entrada).

No elenco estão Niccole Lara (Charlotte), Adriano Tunes (Pelusso), Ana Lamana (Sylvette), Lakis Farias (Dora), Gui Giannetto (Romano), Paula Tavares (Fada Belle), Allira (Fada Manu) e Nestor Fonseca(Valentão). Na trama, Charlotte perde um dente de leite e, em troca, ganha da Fada Belle um par de óculos mágicos. A partir daí, ela passa a enxergar o mundo como ele poderia - e deveria - ser: mais gentil, mais colorido, mais justo. Ao lado de seus amigos e do seu cão Pelusso, embarca em aventuras cômicas e poéticas, revelando como atitudes simples têm o poder de transformar a realidade.

“A Charlotte é uma menina especial, que pode nos ajudar a construir uma nova geração mais tolerante, consciente e curiosa. Os óculos revelam cenas de aprendizado, convivência e celebração das riquezas do Brasil, como as festas populares e a diversidade cultural”, destaca Falabella. Ele também comenta que o cão Pelusso representa uma consciência crítica: “É o animal que olha para a humanidade com humor, mas também com filosofia.”

Inspirado na série animada homônima exibida no Disney+, YouTube e demais plataformas digitais, o espetáculo é o primeiro lançamento teatral da companhia "O Mundo de Charlotte Produções", formada por Suppa, Miguel Falabella e Filipe Fratino. Voltada ao público infantil, a companhia aposta em produções autorais que combinam excelência artística, conteúdo transformador e um olhar respeitoso para a infância em toda sua diversidade. “Quando eu e Suppa criamos a personagem Charlotte, estávamos preocupados com uma educação que agregasse valor à infância no Brasil. A educação dá sentido à vida, e é uma obrigação de nós, que trabalhamos com arte, formar as crianças para o futuro”, afirma Falabella.

Na adaptação feita por Juliana Sanches, os episódios da série ganharam uma macro dramaturgia pensada para o palco. “Cada episódio tem uma temática importante — natureza, poluição, desigualdade — e minha missão foi criar conflitos e soluções que pudessem amarrar tudo isso em uma narrativa única, com mais humor e ritmo cênico”, explica a diretora. Juliana também destaca o trabalho com o elenco: “Foi um desafio dar vida a personagens que já existem no imaginário infantil, ainda mais vindos de uma animação. Mas os atores vieram com a energia certa, estudaram muito. Temos três artistas nordestinos no elenco, o que trouxe uma sonoridade nova à peça. E o elenco cresceu durante a seleção: íamos escolher cinco, mas nos encantamos tanto que decidimos ampliar os papéis. Isso somou demais à montagem.”

Para Suppa, o desafio foi adaptar para o palco, em uma hora de espetáculo, o universo da série animada: “O Filipe Fratino juntou os episódios e criou uma trama que foi amarrada pelo dramaturgismo da Juliana Sanches. Como cada episódio tem uma música original do Miguel, a forma mais natural de contar essa história no teatro foi como um musical.” Ao todo, a peça reúne dez músicas inéditas de Falabella, com direção musical de Vinicius Loyola e coreografias de Tatiana Ribeiro.

A direção de arte também é de Suppa, que buscou traduzir o impacto visual da animação para o palco. “As projeções ocupam telões com os ambientes da peça. Os figurinos foram inspirados na série, mas redesenhados para o teatro, com muita pesquisa de tecidos, estampas e texturas. Cada música tem um adereço diferente — como no Halloween, por exemplo.” Outro desafio da adaptação foi transformar Pelusso, o cachorro de pelúcia de Charlotte, em um personagem falante após ela colocar os óculos. “Criamos um boneco manipulado por um ator, e ficou perfeito!”, conta a artista.

Mais do que magia, o espetáculo propõe uma reflexão sobre empatia, convivência e responsabilidade coletiva. “Os óculos mostram o mundo como ele pode ser melhor. Mas para isso acontecer, são as pessoas — inclusive as crianças — que precisam agir. Cuidar da natureza, respeitar as diferenças, ser honesto, gentil. A peça fala sobre isso com leveza e alegria”, resume Suppa. Com uma linguagem acessível e cheia de camadas, "Os Óculos Mágicos de Charlotte" convida crianças e adultos a refletirem juntos sobre como olhar para o mundo com mais curiosidade, atenção e carinho.


Ficha técnica
Espetáculo "Os Óculos Mágicos de Charlotte".
Criação: Suppa e Miguel Falabella. Canções/ letras: Miguel Falabella. Idealização:  Filipe Fratino. Direção e Dramaturgismo: Juliana Sanches. Assistência de Direção: Nicolas Trevijano. Direção Musical e Arranjos: Vinícius Loyola. Músicas: Vinícius Loyola/ Bruno Bonaventura/ Sérgio Vilaça. Direção de Arte: Suppa. Coreografia: Tatiana Ribeiro. Desenho, operação de luz e vídeo: Thiago Capella. Desenho e operação de Som: Roberta Helena. Microfonista: Katia Akemi. Cenário e Figurinos: Suppa/ Felipe Cruz. Adereços: Felipe Cruz. Perucas e Visagismo: Matte Gadelha. Criação Boneco: Matias Ivan Arce. Contra Regra: Ramilla Souza. Designer Gráfico: Eduardo Reyes. Fotógrafa: Fernanda Hernandez. Sonorização: Inca Áudio e Backline. Direção de Produção: Filipe Fratino. Produção Executiva: Andréa Marques. Redes Sociais: Jéssica Christina. Assessoria de Imprensa: Adriana Balsanelli. Administração: Vera Gouveia. Elenco: Niccole Lara (Charlotte), Adriano Tunes (Pelusso), Ana Lamana (Sylvette), Lakis Farias (Dora), Gui Giannetto (Romano), Paula Tavares (Fada Belle), Allira (Fada Manu) e Nestor Fonseca (Valentão). Vozes: Juliana Sanches (mãe) e Suppa (Dentina).


Serviço
Espetáculo "Os Óculos Mágicos de Charlotte"

Classificação: livre
Duração: 60 minutos.


Teatro Alfredo Mesquita
Av. Santos Dumont, 1770 - Santana, São Paulo - SP, 02012-010
De 5 a 27 de julho de 2025 – Sábados e domingos, às 16h00.
Capacidade: 198 pessoas
Ingressos: gratuitos com retirada na bilheteria do teatro a partir das 15h00 nos dias das sessões e via sympla.com.br

Teatro Sérgio Cardoso | Sala Paschoal Carlos Magno
R. Rui Barbosa, 153 - Bela Vista, São Paulo - SP, 01326-010
Transporte público: estação mais próxima - Bela Vista.
Temporada: de 2 a 30 de agosto de 2025 - Sábados às 15h00 e domingos às 11h00.
Dia 9 de agosto não haverá apresentação. Dia 30 de agosto sessão gratuita.
Ingressos:  R$ 40,00 (inteira), R$ 20,00 (meia-entrada)
Vendas: Na bilheteria do teatro ou pela Sympla https://site.bileto.sympla.com.br/teatrosergiocardoso/
Vendas antecipadas: terça a sábado, das 14h00 às 19h00
Bilheteria: das 14h00 até o horário da apresentação.
Contato bilheteria: (11) 3288-0136
Capacidade: 149 lugares.

sexta-feira, 4 de julho de 2025

.: "Fuga" estreia no Sesc Belenzinho e coloca o público dentro de um museu

Idealizada por Beatriz Barros e Jennifer Souza, peça usa elementos cênicos para provocar debate sobre os desafios ambientais. Foto: Duda Portella


O espetáculo "Fuga", criação da Frente Coletiva, estreia no dia 4 de julho no Sesc Belenzinho. A montagem mistura diferentes linguagens artísticas para propor uma imersão nos efeitos da crise climática. A estreia acontece nesta sexta-feira, dia 4 de julho, com sessões às sextas e sábados, às 20h00, e aos domingos e feriados, às 18h00, até 3 de agosto, com sessões às quintas a partir de 17 de julho. Os ingressos variam de R$ 15,00 a R$ 50,00.

Idealizado pela diretora geral e encenadora Beatriz Barros e pela produtora e atriz Jennifer Souza, o espetáculo parte da premissa de que o capitalismo é um dos motores da degradação ambiental e das desigualdades sociais que dela decorrem. Desde 2023, as criadoras em conjunto com a Frente Coletiva (coletivo de artistas transdisciplinares) pesquisam o tema, tendo como ponto de partida o romance Parábola do Semeador, da escritora afro-americana Octavia Butler (1947–2006), referência central do afrofuturismo. Publicado em 1993, o livro retrata o mundo em 2025 em puro colapso climático, e essa atmosfera foi o ponto de partida para a construção de narrativas mais próximas do cotidiano contemporâneo. “Usamos essa ideia como base para criar situações que o público pudesse reconhecer como parte de sua própria realidade”, explica Beatriz.

A dramaturgia original - escrita por Louise Belmonte com colaboração da diretora e das intérpretes - se constrói por meio de uma linguagem cênica que provoca sensações físicas e emocionais: sons de chuvas intensas, trovões, falhas de energia, vento e água em cena criam um ambiente de instabilidade constante. Beatriz destaca que o som tem um papel fundamental nessa narrativa e que a presença da água no cenário interfere diretamente nas interpretações, tornando a encenação uma verdadeira orquestração de experiências sensoriais.

A história se passa dentro de um museu em São Paulo, durante uma tempestade que paralisa a cidade. Quatro trabalhadoras de um Museu ficam presas no trabalho, enquanto outras tentam chegar na instituição museológica à qualquer custo. Impedidas de retornar para casa por conta do desastre climático, elas seguem trabalhando ou seguem tentando chegar de qualquer forma ao trabalho, movidas pela urgência de garantir o sustento em meio ao caos." pois nem todas trabalhadoras trampam no museu e nem todas já estão lá, algumas estão tentando chegar ainda no trabalho.

Suas presenças no local revelam como o racismo ambiental afeta, de forma desigual, a população periférica. “Elas seguem trabalhando porque não têm escolha: a necessidade de garantir o sustento falou mais alto que o medo da catástrofe. Isso diz muito sobre o sistema em que vivemos”, observa Jennifer, que também atua na peça ao lado de Julia Pedreira, Joy Catharina e Tricka Carvalho.

A encenação propõe uma espécie de visita mediada  a esse museu fictício. O público acompanha, em tempo real, um dia de trabalho que é rompido por uma emergência climática. A estrutura dramatúrgica se transforma junto com a narrativa: o que começa como uma cena cotidiana evolui para um espaço extracotidiano, mais instável, quase apocalíptico. Jennifer destaca essa transição ao dizer que o espetáculo começa com duas pessoas em seu ambiente de trabalho, mas aos poucos tudo se altera - a espacialidade, a relação com o corpo, o tom das falas. “O colapso também toma conta da linguagem”, conclui.


Sobre a encenação
O trabalho corporal ganha cada vez mais importância ao longo da encenação. Por isso, Castilho trouxe em sua pesquisa práticas como mindfulness, terapia somática e atividades ao ar livre. Ao mesmo tempo, o grupo estudou a maneira como o corpo se comporta após eventos traumáticos, como catástrofes naturais. O cenário concebido por Maíra Sciuto também usou os elementos naturais ao longo do espetáculo: água, vento, lama e até o meteorito de Bendegó, o maior encontrado no Brasil e que estava exposto no Museu Nacional, dominam a cena, contribuindo para a sensação de angústia do público. 

A sonoplastia segue essa mesma linha,  como se a natureza estivesse se comunicando. A trilha de Lua Oliveira brinca com o efeito da água e constrói uma espacialidade tridimensional no espaço cênico. “Pensamos em muitas coisas que pudessem deixar Fuga bem sensorial. Não queremos que os espectadores saiam indiferentes do teatro”, defende Beatriz. Para a Frente Coletiva, o apocalipse não é uma questão, porque o planeta já está em colapso. “A obra pretende dar forma a tudo que vemos e escutamos. De dizer que sim, ouvimos: cada queimada, cada deslizamento, cada espécie desaparecida, cada corpo que afunda”, completa.

Ficha técnica
Espetáculo "Fuga"
Idealização: Beatriz Barros e Jennifer Souza
Encenação e direção geral: Beatriz Barros
Assistência de direção: Jennifer Souza
Dramaturgia: Louise Belmonte
Colaboração dramatúrgica: Jennifer Souza, Julia Pedreira, Joy Catharina, Tricka Carvalho e Beatriz Barros
Elenco: Jennifer Souza, Julia Pedreira, Joy Catharina e Tricka Carvalho
Direção musical e trilha sonora original: Lua Oliveira
Direção de movimento e preparação corporal: Castilho
Cenografia: Maíra Sciuto
Assistente de cenografia: Matheus Muniz
Cenotécnico: Alicio Silva
Figurino: Ayomi Domenica
Costureiro: Jonhy Karlo
Assistente de figurino: Regina Torres
Videografia: Gabriela Miranda
Desenho e operação de luz:  Matheus Brant
Operação de luz e vídeo: Matheus Espessoto
Operação de som: Caike Souza
Fotografia: Duda Portella
Assessoria de imprensa: Canal Aberto - Márcia Marques, Daniele Valério e Flávia Fontes
Produção: Corpo Rastreado | Jack dos Santos


Serviço
Espetáculo "Fuga"
De 4 de julho a 3 de agosto. Sextas, sábados, às 20h. Domingos, 18h30. E a partir de 17 de julho também às quintas, às 20h.
Ingressos: R$ 50,00 (inteira); R$ 25,00 (meia-entrada); R$ 15,00 (Credencial Plena).
Vendas no portal sescsp.org.br e nas bilheterias das unidades Sesc.
Local: Sala de Espetáculos I (130 lugares). Duração: 100 minutos. Classificação: a partir de 14 anos.
Acessibilidade em libras de 1° a 3 de agosto.

Sesc Belenzinho
Rua Padre Adelino, 1000. Belenzinho / São Paulo
Telefone: (11) 2076-9700 | sescsp.org.br/Belenzinho
Estacionamento: De terça a sábado, das 9h às 21h. Domingos e feriados, das 9h às 18h. 
Valores: Credenciados plenos do Sesc: R$ 8,00 a primeira hora e R$ 3,00 por hora adicional. Não credenciados no Sesc: R$ 17,00 a primeira hora e R$ 4,00 por hora adicional.
Transporte Público: Metrô Belém (550m) | Estação Tatuapé (1400m)

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.: “A (Ré)tomada da Palavra ou A Mulher que Não se Vê” encena em um ônibus


O trabalho celebra os 18 anos da companhia com inspiração na ativista negra norte-americana Rosa Parks e na história de vida de Flávia Diniz e reflete que se na sociedade atual a mulher preta é invisível, a mulher preta com deficiência nem ao menos existe. Foto: Leonardo Souzza


Uma mulher negra, usuária de cadeira de rodas, está no ponto de ônibus. Dá o sinal. O motorista não para e segue viagem. Esse é o mote criado pela Zózima Trupe para o espetáculo que celebra os 18 anos do grupo, em 2025. Quem dá vida à cena é a performer Ma Devi Murti, que usa o ônibus - objeto de pesquisa da companhia - como ponto de partida para refletir sobre esse meio de transporte enquanto espaço contemporâneo de opressão.

Desde 2007, a Zózima ocupa o ônibus como palco, reafirmando seu compromisso com a descentralização e a democratização do acesso às artes. Agora, estaciona sua mais nova criação, “A (Ré)tomada da Palavra ou A Mulher que Não se Vê”, no Terminal Parque Dom Pedro II (de 4 a 13 de julho) na Praça das Artes (de 7 a 9 de agosto) e na Praça Franklin Roosevelt (de 18 de julho a 28 de setembro), com sessões às sextas e sábados, às 20h, e aos domingos, às 19h (e quinta, 7 de agosto às 20h). A temporada é gratuita e reúne 30 apresentações — um marco inédito na trajetória do grupo, que tradicionalmente distribui sessões por múltiplas datas e locais. O projeto foi contemplado na 19ª edição do Prêmio Zé Renato de Apoio à Produção e Desenvolvimento da Atividade Teatral para a Cidade de São Paulo.

Com dramaturgia de Shaira Mana Josy — do Slam Dandaras do Norte — e Piê Souza, atuação de Ma Devi Murti e acompanhamento musical de Victória dos Santos & Aworonke Lima, o espetáculo dá voz às existências silenciadas, denunciando o descaso, a violência, o racismo, o capacitismo, o patriarcado e a pobreza.

A obra conta a história de Rosa, uma passageira comunicativa, trabalhadora da limpeza, que tem olhar atento para as injustiças sociais. Em certo dia, ela exige que o motorista pare para uma mulher negra em cadeira de rodas. Ao descer para ajudá-la, o público vê apenas uma cadeira de rodas vazia.

“Somente nossa protagonista enxerga essa mulher e começa a perguntar sobre sua vida. Nesse momento, criamos a imagem de um navio negreiro, porque muitas pessoas enxergam o ônibus como uma versão contemporânea desse espaço tão opressor”, explica o diretor Anderson Maurício.

Inspirado na trajetória de Flávia Diniz (1983–2024) — mulher preta, com deficiência, ativista, mãe solo, LGBTQIAP+ e integrante do coletivo VNDI (Vidas Negras com Deficiência Importam) —, o espetáculo revela as múltiplas camadas de opressão que atravessam mulheres negras e pessoas com deficiência, ao mesmo tempo em que reivindica espaço, voz e visibilidade.

O ônibus como catalisador de mudanças
A personagem também se inspira na ativista negra norte-americana Rosa Parks, que, em 1955, em Montgomery, Alabama, se recusou a ceder seu assento a um homem branco no transporte público. Seu gesto desencadeou um boicote de um ano aos ônibus da cidade e se tornou um marco na luta pelos direitos civis nos Estados Unidos, culminando na decisão da Suprema Corte que proibiu a segregação nesses veículos.

“Para nós, esse acontecimento é extremamente simbólico. Uma mulher, sozinha, no cotidiano, se insurgiu contra a ordem vigente e provocou uma transformação profunda. Muitas vezes, acreditamos que as revoluções precisam ser grandiosas, mobilizar multidões, mas, na verdade, qualquer gesto — por mais trivial que pareça — pode ser uma fagulha de reflexão e mudança. É isso que queremos provocar”, afirma o diretor.

A pandemia escancarou desigualdades, especialmente na população negra, mais exposta por depender do trabalho presencial. Dados da SPTrans mostraram que, na retomada, 57% dos passageiros de ônibus em São Paulo eram mulheres jovens e negras, e 70% seguiam usando transporte coletivo, evidenciando a desigualdade no acesso ao trabalho remoto. 

O espetáculo questiona a crueldade do sistema capitalista exploratório-predatório que faz da Mulher Preta uma Atlas contemporânea, condenada a carregar o mundo nas costas para sustentar uma sociedade estruturalmente desigual. “Como contraponto, a figura do motorista representa o patriarcado - e até o próprio capital - que não pode parar, operando sob a lógica da velocidade, da produtividade e da exclusão”, completa Anderson.

No processo de criação de “A (Ré)tomada da Palavra ou A Mulher que Não se Vê”, o coletivo se deparou com um paradoxo que evidencia os limites da inclusão no transporte público. Como os ônibus oferecem apenas um espaço para pessoas que usam cadeira de rodas, quando esse elemento foi incorporado à cena, os espectadores que também dependem desse recurso passaram a não ter onde se acomodar. “Se todos os ônibus oferecem só um único lugar, como, então, ampliar essa discussão de forma concreta?”, questiona o diretor.

Ficha técnica
“A (Ré)tomada da Palavra ou A Mulher que Não se Vê”
Atuação Ma Devi Murti
Dramaturgia Shaira Mana Josy e Piê Souza
Direção Anderson Maurício
Músicas Cleide Amorim
Direção vocal Eloiza Paixão
Direção de movimento Janette Santiago
Desenho de luz Junior Docini
Iluminação Flávia Servidone & Abner Félix
Figurino e adereços Clau Carmo
Maquiagem Gil Ramos & Suze Ferreira
Cenografia palhAssada ateliê soluções cenográficas
Percussão Victória dos Santos & Aworonke Lima
Sonoplastia Pedro Moura & Bárbara Frazão
Efeitos sonoros Pero Manzé
Vivência de voz, corpo e ancestralidade Camila Sá
Designer: Nando Motta
Conteúdo do programa do espetáculo Wanessa Yano
Fotografia Christiane Forcinito &  Leonardo Souzza
Vídeo Leonardo Souzza
Coordenação de produção Tatiane Lustoza
Assistência de produção Samyra Keller, Iara Nazario, Kauã Tripoloni, Maytê Costa, Silvia de Oliveira
Estágio de produção Mabel Machado, Samuel Sousa
Convidadas da roda de conversa  Suely Rezende, Ana Carolina Toledo, Flávia Rosa, Marli de Fátima Aguiar e Priscila Obaci
Idealização Zózima Trupe
Assessoria de imprensa Canal Aberto - Márcia Marques, Daniele Valério e Marina Franco
Realização Arte expressa


Serviço
Espetáculo “A (Ré)tomada da Palavra ou A Mulher que Não se Vê”
De 4 de julho a 28 de setembro de 2025
Ingressos gratuitos
Outras informações: @zozimatrupe
Duração: 60 minutos
Classificação: 12 anos
Gratuito e aberto ao público, com retirada de ingressos pelo Sympla

Terminal Parque Dom Pedro II - Plataforma 0
Data: 4 a 13 de julho, às sextas e aos sábados, às 20h, e, aos domingos, às 19h
Endereço: Av. do Exterior, s/nº - Sé
Link da Sympla aqui

Praça das Artes - Flipei
Data: 7, 8 e 9 de agosto - quinta, sexta e sábado às 20h
Endereço: Av. São João, 281 - Centro Histórico de São Paulo, São Paulo
Link da Sympla aqui

Praça Franklin Roosevelt - s/n.º - Bela Vista
Data: 18 de julho a 28 de setembro, às sextas e aos sábados, às 20h, e, aos domingos, às 19h
Link da Sympla aqui

.: Peça teatral "Onde Vivem os Bárbaros" faz apresentações gratuitas em SP


Com direção de Wallyson Mota e dramaturgia de Pablo Manzi, espetáculo cria uma reflexão sobre a importância da democracia e sobre quem pode exercer a cidadania na sociedade. Foto: Matheus Brant


Em uma reflexão crua e irônica sobre as ideias de civilização e barbárie, o Coletivo Labirinto estreou em 2022 "Onde Vivem os Bárbaros", com direção de Wallyson Mota e dramaturgia de Pablo Manzi. E agora, no contexto das comemorações da primeira década de trajetória do grupo, o espetáculo reestreia e ganha novas apresentações nos teatros da prefeitura de São Paulo a partir de abril. Ao longo deste semestre, a montagem percorrerá todas as regiões da cidade. Em cena, estão Abel Xavier, Carol Vidotti, Ernani Sanchez, Ton Ribeiro e Wallyson Mota.

As novas sessões do espetáculo estão inseridas dentro do projeto “Pés-Coração: a América Latina como Caminho”, em que o Coletivo Labirinto celebra sua pesquisa sobre a dramaturgia latino-americana contemporânea. As atividades são possíveis graças ao apoio recebido pelo Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo - Edição 43. Além da circulação, o projeto abarca leituras encenadas e laboratórios de criação que serão desenvolvidos ao longo de 2025.

"Onde Vivem os Bárbaros" apresenta um debate cênico sobre as relações entre civilização e barbárie em nosso dias, num processo social de esfarelamento das democracias através dos silenciamentos e das manifestações de violência. A obra conta a história de três primos que, depois de vários anos sem se ver, decidem se encontrar no Chile, em 2015. O anfitrião, diretor de uma ONG reconhecida por realizar ações de estabelecimento da democracia em zonas de conflito, se vê envolvido no estranho homicídio de uma jovem ligada a movimentos neonazistas. Este fato desencadeia atitudes inesperadas das personagens e uma discussão sobre a ideia que cada uma constrói sobre a outra, que culmina na deflagração das diferentes formas de violência entre os convidados.

“A obra apresenta uma sociedade que busca respostas rápidas para assuntos complexos, mesmo que para isso se arrisque pelo terreno das injustiças e se expresse por gestos inequívocos de silenciamento do que lhe é diferente – entendido então como um inimigo”, conta o diretor Wallyson Mota. Ainda segundo o encenador, o espetáculo promove - através de uma situação ficcional - uma espécie de ágora contemporânea sobre vários pontos de nossa vivência política, social, histórica e até mesmo filosófica. 

“Essa ideia de que uma certa assembleia pode surgir ao redor da narrativa só é possível em sua plenitude no teatro. Isso porque o teatro é um espaço de comunhão, um lugar onde uma coletividade se agrupa ao redor de algo ou de uma ideia, onde podemos compartilhar sensações, pensamentos e emoções através da simples presença dos corpos”, acrescenta. Sobre a construção da encenação, o diretor explica que a peça é dividida em três partes. Na primeira, um prólogo que se passa na Grécia no século 5 a.C., época conhecida como o berço da civilização ocidental e do pensamento democrático. Na segunda temos o Chile, em 2015, com algumas situações que provocam reflexões e discussões sobre essa mesma democracia, apontando alguma noção de decolonialidade. 

Por fim, o terceiro momento se passa em 2022, no Brasil, quando o país se viu defronte ao fantasma de ameaça às instituições democráticas e à liberdade do pensamento dissonante, durante as eleições presidenciais e parlamentares daquele ano. Escrita no Chile, a peça apresenta uma ampla base de reflexão para traços determinantes de nosso percurso social, tais como a normalização e a validação da violência dentro de contextos supostamente democráticos.

O texto traz ainda uma oportuna reflexão sobre o arquétipo do bárbaro. “Bárbaro é aquele que não é cidadão. Por esse viés, é o que está à margem, fora das premissas civilizatórias, o que é visto como bruto, sujo, selvagem. É o que não habita a polis, o que não tem direito de exercer ação sobre o Estado instituído. Mas o que seria uma sociedade civilizada e o que seria uma sociedade bárbara? Acredito que o ponto que mais nos interessa em tudo isso é: quem pode ocupar os espaços de uma pressuposta cidadania hoje? Quem sempre ocupou esses lugares e quem segue sendo apartado/a deles?”, questiona o encenador.

Mota ainda conta que a proposta do grupo não é propor uma reflexão sobre a democracia no sentido de desmoralizá-la. “Queremos falar sobre o entendimento total de sua importância e da constatação de que ela só existe de fato quando as mais diversas pessoas (seja pelo recorte de classe, raça ou gênero) podem usufruir de suas benesses e interferir no seu funcionamento. A democracia de fato só existe quando ela é praticada por todos os setores da sociedade. Por isso, ela é um exercício coletivo e público, que deve ser praticado e desenvolvido a todo instante, para que não deixe de existir”, finaliza.


Sobre o Coletivo Labirinto
Fundado em 2013, o Coletivo Labirinto é um núcleo de pesquisa e criação cênica formado por artistas que transitam entre direção, atuação, performance e produção, a fim de investigar as relações das pessoas com o seu panorama social através da dramaturgia latino-americana contemporânea. Entre os trabalhos estreados pelo grupo, estão “Sem_Título” (2014), “Argumento Contra a Existência de Vida Inteligente no Cone Sul” (2019), “Onde Vivem os Bárbaros” (2021/2022) e “Mirar: Quando os Olhos se Levantam”  (2022).


Ficha técnica
Espetáculo "Onde Vivem os Bárbaros"
Direção: Wallyson Mota
Dramaturgia: Pablo Manzi
Tradução: Wallyson Mota
Elenco: Abel Xavier, Carol Vidotti, Ernani Sanchez, Ton Ribeiro e Wallyson Mota
Assistente de direção: Carolina Fabri
Cenário e figurino: Lu Bueno
Iluminação: Matheus Brant
Visagismo: Fábia Mirassos
Concepção Sonora: Gregory Slivar
Cenotécnico: Armando Junior
Aderecista: Jésus Seda e Matias Arce
Designer gráfico: Renan Marcondes
Fotos: Mayra Azzi e Matheus Brant
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Produção: Corpo Rastreado – Leo Devitto e Lucas Cardoso
Realização: Coletivo Labirinto e Cooperativa Paulista de Teatro


Serviço
Espetáculo "Onde Vivem os Bárbaros"
Classificação: 14 anos
Duração: 75 minutos

Teatro Cacilda Becker
Endereço: Rua Tito, 295 - Lapa
Entre os dias 4 a 6 de julho (sexta e sábado às 21h, domingos às 19h)
Grátis
Ingressos na bilheteria uma hora antes do início das sessões
"Onde Vivem os Bárbaros" faz apresentações gratuitas nos Teatros Cacilda Becker e Alfredo Mesquita. Com direção de Wallyson Mota e dramaturgia de Pablo Manzi, espetáculo cria uma reflexão sobre a importância da democracia e sobre quem pode exercer a cidadania em nossa sociedade.

sexta-feira, 20 de junho de 2025

.: "Roda Viva" entrevista a atriz Andrea Beltrão nesta segunda-feira


A artista, que está em cartaz com o monólogo "Lady Tempestade", fala sobre a vida e carreira, ao vivo, na TV Cultura. Foto: Nana Moraes

A atriz Andrea Beltrão, uma das mais renomadas do cenário brasileiro, estará no programa "Roda Viva", ao vivo, na próxima segunda-feira, dia 23 de junho. Durante a entrevista, ela compartilhará detalhes sobre sua carreira na televisão e no teatro, destacando momentos marcantes e projetos que ganharam espaço em sua trajetória pessoal e artística.
 
Atualmente, Andrea Beltrão está em cartaz com o espetáculo "Lady Tempestade", um monólogo que vem conquistando o público e a crítica. A peça, que já realizou duas temporadas de sucesso no Rio de Janeiro, recebeu seis indicações ao Prêmio APTR, incluindo categorias como atriz protagonista, direção, dramaturgia, espetáculo, produção não-musical e jovem talento. Agora, ela está em São Paulo para uma nova temporada no Sesc Consolação, até julho.

A bancada de entrevistadores será formada por Bruno Cavalcanti - jornalista e dramaturgo; Daniela Arrais - jornalista e sócia-fundadora da Contente.vc; Marina Caruso - editora-chefe da revista Ela, do jornal O Globo; Mika Lins - diretora; e Ubiratan Brasil - Canal Teatro MF. Haverá ainda a participação do cartunista Luciano Veronezi. Com apresentação de Vera Magalhães, o "Roda Viva" vai ao ar a partir das 22h, na Cultura, no site da emissora, app Cultura Play, além de YouTube, X, Tik Tok e Facebook.

quinta-feira, 19 de junho de 2025

.: Teatro: "A Médica", obra inédita do britânico Robert Icke, estreia no MASP


O texto faz uma releitura contemporânea da peça Professor Bernhardi (1912), de Arthur Schnitzler. Protagonizada por Clara Carvalho, a montagem marca a quarta parceria entre a pesquisadora e produtora Rosalie Rahal Haddad e a Cia. Círculo de Atores. Foto: Ronaldo Gutierrez


Em uma história que propõe uma espécie de julgamento público, no qual diferentes visões sobre religião, ciência, sociedade e ética se entrelaçam a questões de identidade, etnia e gênero, "A Médica" estreia no dia 20 de junho, sexta-feira, às 20h00, no auditório do MASP. O texto é do britânico Robert Icke, que faz uma releitura contemporânea de Professor Bernhardi (1912), de Arthur Schnitzler.

A montagem conta com direção de Nelson Baskerville, idealização da pesquisadora Rosalie Rahal Haddad, realização do Círculo de Atores e produção da SM Arte Cultura. A temporada tem sessões sextas e sábados, às 20h00, e domingos, às 18h00, até 24 de agosto. O elenco é formado por Clara Carvalho, Adriana Lessa, Anderson Muller, Cella Azevedo, Cesar Mello, Chris Couto, Isabella Lemos, Kiko Marques, Luisa Silva, Sergio Mastropasqua e Thalles Cabral. O espetáculo estreou na Inglaterra e vem circulando pelo mundo com várias produções de países como Holanda, Alemanha, Índia, Estados Unidos, Grécia, China e Peru.

Na trama, a Dra. Ruth Wolff é uma médica judia reconhecida que dirige um instituto especializado em pesquisas sobre o Alzheimer. Ela acaba se envolvendo em uma questão delicada ao impedir a entrada de um padre católico no quarto de uma adolescente que foi internada devido a um aborto mal realizado e que está prestes a morrer. A intenção do padre é aplicar a extrema-unção, mas a médica alega que a presença dele provocará tensão e ansiedade nos momentos finais da vida da jovem. O incidente toma grandes proporções e repercute amplamente.

A discussão entre a médica e o padre foi gravada e divulgada na internet. A protagonista começa a ser alvo de fortes reações por parte dos colegas do hospital, de grupos nas redes sociais e, por fim, seu caso chega à televisão. Como consequência, os primeiros patrocinadores ameaçam retirar o financiamento do instituto. A personagem se vê no centro de uma tempestade midiática e é confrontada em suas convicções.

Clara Carvalho é a responsável por viver a protagonista Dra. Ruth Wolff. “Ela é uma renomada médica, criadora desse instituto de pesquisa de alta tecnologia para a cura do Alzheimer. Ela tem um gesto maternal ao levar a adolescente ao hospital após o aborto, mas, ao proibir a entrada do padre, desencadeia uma série de discussões que envolvem a trama: fake news, racismo, antissemitismo, a questão de gênero, viralização nas redes sociais, haters. O texto passa por várias ramificações de assuntos que estão altamente em evidência”.

Um dos maiores embates da personagem principal acontece com o neurocirurgião Roger Hardiman, vivido por Sergio Mastropasqua. “Ele é um ótimo profissional, porém é um mau caráter, altamente traiçoeiro. Nesta peça, o dramaturgo embaralha tudo, é um panorama complexo, onde o público forma o seu juízo e vai acabar tomando suas posições”.

Nelson Baskerville já teve contato com a obra do dramaturgo inglês ao dirigir Mary Stuart, montagem que trouxe ares mais modernos ao clássico de Friedrich Schiller. Agora, o diretor se depara mais uma vez com a dramaturgia de Robert Icke. “O trabalho dele se baseia em realizar uma adaptação mais contemporânea de textos clássicos, inclusive está fazendo atualmente uma para Édipo Rei, de Sófocles. Ele mantém a espinha dorsal do autor original, porém adiciona elementos mais atuais. Nesta montagem, ele faz uma exigência de que alguns personagens tenham algo dissonante de gênero, raça ou idade do que estamos vendo no palco, uma característica que o público vai percebendo ao longo do espetáculo”.

Com cenário de Marisa Bentivegna, figurinos de Marichilene Artisevskis e iluminação de Wagner Freire, a encenação ainda incorpora videomapping. A trilha sonora original, de Gregory Slivar, é executada ao vivo. A parceria entre a pesquisadora Rosalie Rahal Haddad e o Círculo de Atores já resultou em três produções: A Profissão da "Sra. Warren" (2018), "O Dilema do Médico" (2023) - ambas de Bernard Shaw - e "Hedda Gabler", do dramaturgo norueguês Henrik Ibsen. Esta última rendeu a Clara Carvalho uma indicação ao Prêmio Shell, na categoria de Melhor Direção. Rosalie Haddad produziu ainda a mostra "2XSHAW" (2019), composta pelas peças "A Milionária" e "A Profissão da Sra. Warren".

Rosalie Rahal Haddad é pesquisadora na área de Estudos Irlandeses da USP, membro do conselho da Universidade Trinity College, em Dublin, da International Shaw Society e da Brazilian Association of Irish Studies. Por meio da Fundação Haddad, mantém um programa de bolsas, proporcionando a alunos brasileiros a oportunidade de estudarem no Trinity College Dublin, em cursos de pós-graduação em diversas áreas relativas ao Teatro. Compre os livros de Robert Icke neste link.


Ficha técnica
Espetáculo "A Médica".
IDEALIZAÇÃO: Rosalie Rahal Haddad. TEXTO: Robert Icke. TRADUÇÃO: Diego Teza. DIREÇÃO: Nelson Baskerville. ELENCO:  Clara Carvalho, Adriana Lessa, Anderson Muller, Cella Azevedo, Cesar Mello, Chris Couto, Isabella Lemos, Kiko Marques, Luisa Silva, Sergio Mastropasqua e Thalles Cabral. MÚSICA ORIGINAL: Greg Slivar MÚSICA AO VIVO:  Edézio Aragão. CENÁRIO: Marisa Bentivegna. FIGURINO: Marichilene Artisevskis. PRODUÇÃO DE OBJETOS: Jorge Luiz Alves. ILUMINAÇÃO: Wagner Freire. VIDEOMAPPING: Um Cafofo. DESIGNER GRÁFICO: Rafael Oliveira. PRODUÇÃO: Círculo de Atores e SM Arte Cultura. COORDENAÇÃO PRODUÇÃO: Sergio Mastropasqua/ Círculo de Atores. DIREÇÃO DE PRODUÇÃO: Selene Marinho/ SM Arte Cultura. PRODUÇÃO EXECUTIVA: André Roman / Teatro de Jardim. GERENCIAMENTO REDES SOCIAIS: Selene Marinho e Sergio Mastropasqua. ASSESSORIA DE IMPRENSA: Adriana Balsanelli e Renato Fernandes. FOTOS: Ronaldo Gutierrez.


Serviço
Espetáculo "A Médica".
Local: Auditório do Masp. Temporada: 20 de junho a 24 de agosto, exceto dia 22 de junho (domingo). Sextas e sábados, às 20h00, domingos, às 18h00. Classificação: 14 anos. Duração: 105 minutos. Capacidade: 344 lugares. Ingressos: sextas-feiras, R$ 80,00 (inteira) - R$ 40,00 (meia-entrada) / Sábados e domingos: R$ 100,00 (inteira) - R$ 50,00 (meia-entrada).

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