Mostrando postagens com marcador Teatro. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Teatro. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 9 de junho de 2023

.: "O Guarda Costas - O Musical" em 11 motivos para não perder

 
Cena de "O Guarda Costas - O Musical" em cartaz no Teatro Claro, São Paulo. Foto: Helena Mello


Por: Mary Ellen Farias dos Santos 

Em junho de 2023


"O Guarda Costas - O Musical", em cartaz no Teatro Claro, em São Paulo, vai além de um espetáculo e entrega um show impecável da cantora Leilah Moreno, a Whitney Houston do Brasil, na pele da personagem Rachel Marron que precisa dos cuidados de Frank Farmer. Confira a lista de 11 motivos para não perder a belíssima adaptação teatral da 4ACT para o marcante filme de 1992 e que fica em cartaz até o dia 11 de junho!

1. A montagem brasileira do filme para o teatro musical é mais do que um espetáculo, mas um verdadeiro show de atuação e voz da cantora Leilah Moreno em que interpreta canções de Whitney Houston, sem ficar restrita na trilha sonora do longa "O Guarda Costas - O Musical". Na montagem estão "Greatest Love of All", "How Will I Know", "One Moment in Time" e "I Wanna Dance With Somebody".

2. No elenco, além de Leilah Moreno, estão Fabrizio Gorziza, que interpreta o segurança Frank Farmer, Talita Cipriano, finalista da terceira temporada do "The Voice Kids" há cinco anos e Vinicius Conrad, como o stalker da protagonista.

3. No palco, dançarinos em figurinos deslumbrantes seguem no ritmo das músicas, além de soltarem a voz. Não há como esquecer o trio no karaokê: Mariah, Celine e Cyndi!

4. A cenografia caprichada complementa a atuação da equipe visivelmente em sincronia, seja nas cenas mais sérias, com direito a perseguição, ou de pura cantoria com direito a piano. 

5. "O Guarda Costas - O Musical" adapta o filme de 1992, logo a trama não é exatamente a mesma e as mudanças favorecem ainda mais a versão da história abrasileirada.



6. O espetáculo apresenta protagonistas e equipe de palco em figurinos dignos de um verdadeiro show. O que, de fato, é! 

7. Entre as músicas interpretadas, grande parte delas são cantadas em inglês, enquanto que há algumas versões em português que ficam na lembrança e, quando menos perceber, você irá cantarolar.

8. Além de Leilah Moreno fazer par com Fabrizio Gorziza, quem dá vida ao guarda-costas, há duetos emocionantes com Talita Cipriano, filha da Deise do "Fat Family", que é dona de uma voz limpa e tocante. Como segurar as lágrimas ao ouvi-la também nos solos do espetáculo? 

9. O musical entrega tensão com o sinistro stalker de Vinicius Conrad -que, de fato, assusta.

10. Embora seja um musical, o personagem que dá o nome ao espetáculo, o guarda-costas não sai cantando para declarar seu amor. Pelo contrário, há uma brincadeira dele quando é desafiado por Rachel Marron e acaba dando uma nova interpretação para “I Will Always Love You”.

11. Indica a todos, principalmente aos admiradores ou fãs de Whitney Houston, a montagem é simplesmente indispensável.


* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm

Foto: Helena Mello

Serviço
"O Guarda-Costas - O Musical"
Temporada até 11 de junho de 2023. Local: Teatro Claro SP – Shopping Vila Olímpia - R. Olimpíadas, 360 - Vila Olímpia/São Paulo. Capacidade: 799 pessoas Site: teatroclarosp.com.br. Classificação: 12 anos. Duração: 125 minutos. Acessibilidade. Ar-condicionado. Sessões: quinta e sexta-feira, às 21h. Sábado, às 17h30 e 21h. Domingo, às 19h. Ingressos: de R$ 50 a R$ 200. Obs.: confira legislação vigente para meia-entrada. Canais de venda oficiais: www.sympla.com.br - com taxa de serviço. Bilheteria física - sem taxa de serviço. Teatro Claro (Shopping Vila Olímpia). De segunda-feira a sábado, das 10h às 22h. Domingos e feriados, das 12h às 20h. Telefone: (11) 3448-5061.


Leia + 

.: Crítica: "O Guarda Costas - O Musical" consegue ser melhor que o filme

.: Sucesso de público: "O Guarda-Costas" prorroga temporada

.: Teatro Claro SP: "O Guarda-Costas, o Musical" abre pré-venda de ingressos

.: Flávia Garrafa volta ao teatro com a comédia "Faça Mais Sobre Isso"


Com direção de Pedro Garrafa, o espetáculo tem como personagem a Dra. Laura, a divertida terapeuta da bem-sucedida Fale Mais Sobre Isso. Apesar de trazer a mesma personagem, as duas peças têm independência dramatúrgica, e podem ser apreciadas separadamente. Foto: João Neto


Depois do enorme sucesso feito pela comédia "Fale Mais Sobre Isso", vista por mais de 25 mil pessoas, Flávia Garrafa volta aos palcos na pele da mesma personagem em "Faça Mais Sobre Isso". O solo, dirigido por Pedro Garrafa, estreia no dia 10 de junho no Teatro Renaissance, onde segue em cartaz até 29 de julho, com apresentações aos sábados, às 21h30.

Quase como uma sequência do sucesso anterior, a peça traz em seu nome uma alusão a uma nova etapa de um tratamento psicológico. “Porque depois de olhar para dentro, identificar o que está incomodando e FALAR (como dizia a primeira peça), é hora de FAZER alguma coisa sobre isso. Só que entre o falar e o fazer o caminho é longo, cheio de ladeiras e curvas, mas pode ser extremamente divertido”, explica a atriz e idealizadora da montagem.

O espetáculo é uma comédia reflexiva sobre o comportamento humano. Pode-se dizer que é sobre terapia, sobre relacionamentos interpessoais e até que é uma peça que aborda alguns aspectos sobre a ação que vem depois (ou deveria vir depois) do desejo de agir. “Preferimos generalizar para que o espectador entenda que o ‘fazer’, o ‘não fazer’, o ‘dizer que vai fazer’ ou até o ‘achar que está fazendo’ são parte da nossa existência. São temáticas nem sempre fáceis de se encarar, mas a arte e o humor estão aí para nos ajudar”, complementa.

Na trama, Dra. Laura é uma terapeuta empenhada e apaixonada por sua profissão e, ao mesmo tempo, sobrecarregada como a maioria das mulheres. Agora ela atende novos pacientes e se depara com novas questões dentro de si. Afinal, terapeutas não são Deuses e é sempre bom, divertido e esclarecedor mostrar seu lado "B" ou melhor, seu lado de "pessoa física".

“Em Faça mais sobre isso, o foco é o FAZER, mas a discussão nos leva a rir e chorar na hora de mensurar se devemos seguir fazendo, fazer diferente, não fazer ou simplesmente contemplar o caos e deixar que a vida faça a parte dela”, brinca Flávia.


Sobre Flávia Garrafa
Formada em Psicologia pela Universidade de São Paulo, Flávia Garrafa estudou artes cênicas no teatro escola Célia Helena e no The Lee Strasberg Theatre Institute – New York. Atriz, diretora e dramaturga, ela participou de novelas na Rede Globo, séries para diferentes canais brasileiros, quatro longas-metragens no cinema e mais de 25 peças de sucesso na capital paulista. Com mais de 25 anos de experiência no ensino de teatro para jovens, Flávia se tornou uma referência neste ramo de atividade, unindo a psicologia à arte. 

Entres seus principais trabalhos na TV e no cinema se destacam: as novelas “Espelho da Vida” (2018/19), “Morde e Assopra” (2011) e “Amor Eterno Amor” (2012); os longas-metragens “O Candidato Honesto 1 e 2” (2014/ 2018), “Tudo Por um POP Star” (2018), “Diárias de Intercâmbio” (2020) e “Pai em Dobro (2020); e as séries “Surtadas na Yoga” (GNT 2013 e 2014) e “Tô de Graça” (Multishow 2017). 

No teatro, Garrafa destacou-se por atuar em “TOC TOC”, de Laurent Baffie, com direção de Alexandre Reinecke; “Paulo Francis Está Morto”, de Paulo Coronato, com direção de Denise Weinberg; “Assim com Rose”, contos de Mário de Andrade adaptados por Mario Vianna, com direção Jairo Mattos; “Arsênico e Alfazema”, de Joseph Kesselring, com direção de Alexandre Reinecke; “Caras e Bocas”, com texto e direção de Angela Dip; “A Gata Borralheira”, de Toni Brandão, com direção de Débora Dubois; “Há um Incêndio sob a Chuva Rala”, de Vera Karam, com direção de Ary França; “Guerra Na Casa Do João”, de Toni Brandão e Débora Dubois; “Grogue”, de Toni Brandão, com direção de Débora Dubois, pelo qual foi indicada como melhor Atriz no Prêmio Coca Cola de Teatro Jovem; e “Cuidado: Garoto Apaixonado”, de Toni Brandão, com direção de Débora Dubois, pelo qual foi indicada ao prêmio Mambembe e ao Prêmio APETESP de melhor atriz coadjuvante, em 1998.


Sobre Pedro Garrafa
Pedro Garrafa é ator, dramaturgo, roteirista, diretor e professor de teatro. Cursou Comunicação das Artes do Corpo pela PUC-SP de 1999 a 2003. Ganhador do Prêmio São Paulo (FEMSA) de Teatro Infantil e Juvenil como melhores texto e espetáculo jovem de 2015, por “O Alvo”, e do prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte de melhor espetáculo jovem de 2019 por “Nomo”, ambos grandes sucessos de público e crítica. 

Pedro ainda assinou nos últimos anos, texto e direção de outros espetáculos como: “Espartanos” (2016), “O Alvo – Hateclub” (parte 2 em 2016), “O Que a Dorothy Quer” (2015), “Nem Sonhando” (2012), “Enquanto o Mundo Explode” (2010) e “Oito a Zero, Os Futebóis do País” (2008). Como diretor, junto ao também diretor e autor Willians Mezzacapa, estreou em 2022 o espetáculo infantil “Mundo Cão”, além da direção do espetáculo “Fale Mais Sobre Isso” (2015), de Flávia Garrafa, considerado a melhor comédia de 2015 na escolha do público pela Folha de S.Paulo. 

Já montagens como o clássico “As Três Irmãs” (2010), da Cia dos Desejos; “Desvio” (2011), de Juliana Gonçalves; e “Aqui Aconteço” (2008), solo de Suia Legaspe sobre a obra poética de Orides Fontela, também se destacam entre as suas direções.

Sinopse
"Faça Mais Sobre isso" é uma comédia reflexiva sobre o comportamento humano. Dra. Laura é uma terapeuta empenhada e apaixonada por sua profissão e, ao mesmo tempo, sobrecarregada como a maioria das mulheres. Agora ela atende novos pacientes e se depara com novas questões dentro de si. Afinal, terapeutas não são Deuses e é sempre bom, divertido e esclarecedor mostrar seu lado "B" ou melhor, seu lado de "pessoa física".


Ficha técnica
Texto: Flávia Garrafa. Com: Flávia Garrafa. Direção: Pedro Garrafa. Assistência de direção: Rafael Cabral. Cenário e figurino: Paula Di Paoli. Costureira: Daniela Leoz. Direção de produção: Fernanda Bianco, Guilherme Maturo, Renata Nastari - Elemento Cultural. Visagismo: Dennis Ruiz. Operador de som: Lucas Moreira. Desenho e operador de Luz:  Gabriel Greghi. Trilha sonora: Diego Trindade. Assistente de cenografia: Priscila. Contrarregra: Danilo Ardel. Produtora de Cenografia: Bia Mendes. Cenotécnico: Wagner José de Almeida. Aderecista: Edu Fraga. Serralheiro: Josivan Alves de Moura & Kalango. Técnico de montagem: Vinícius Lopes. Assessoria de imprensa: Pombo Correio. Arte gráfica: Marcus Braz. Assistente de produção: Débora Nebuloni.  Comunicação visual & marketing digital: Agência Elemento Cultural. Fotografia: João Neto Foto. Gravação e mixagem de som: Paul Black.


Serviço
"Faça Mais Sobre Isso", de Flávia Garrafa. Temporada: de 10 de junho a 29 de julho, aos sábados, às 21h30. Teatro Renaissance - Alameda Santos, 2233, Jardim Paulista/São Paulo. Ingressos: R$ 100 (inteira) e R$50 (meia-entrada). Vendas on-line neste link. Bilheteria (sem cobrança de taxa): às sextas, aos sábados e aos domingo, das 14h até o início do espetáculo. Telefone: (11) 3069-2286. Gênero: comédia. Classificação: 12 anos. Duração: 70 minutos. Capacidade: 440 lugares. Acessibilidade: teatro acessível para cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida.

quinta-feira, 8 de junho de 2023

.: Crítica: "O Guarda Costas - O Musical" consegue ser melhor que o filme

Leilah Moreno brilha no papel de sua vida no teatro. Última apresentação de "O Guarda-costas - O Musical" será neste domingo, no Teatro Claro SP. Foto: Foto: Helena Mello

Por Helder Moraes Miranda, editor do portal Resenhando.com. 

Mais do que um espetáculo, "O Guarda-costas - O Musical" é uma celebração à música e à memória de Whitney Houston e pode ser visto até este domingo, dia 11 de junho, no Teatro Claro SP. A montagem brasileira do espetáculo, produzida pela 4ACT e dirigida por Ricardo Marques e Igor Pushinov, consegue a proeza de ser melhor que o filme da década de 90 que o inspirou. Grande parte do mérito disto acontecer é a entrega da protagonista, interpretada por Leilah Moreno, que nasceu para o papel. 

Intérprete da personagem principal, ela está entregue e devora tudo o que vem pela frente em mais de duas horas que parecem minutos. Encantado com o que a artista promove a partir da voz e do talento da artistas, o público não vê o tempo passar. Parece que Leilah Moreno, na pele de Rachel Marron, tem o poder de parar o tempo. Não há outra atriz no mundo capaz de interpretar um papel que foi de Whitney Houston como faz Leilah Moreno neste espetáculo.

Caloura do programa Raul Gil há 20 anos, quando ele ainda estava na Record TV, e vocalista da banda "Altas Horas", de Serginho Groisman na TV Globo, ela dá a impressão de que se preparou para o papel a vida inteira, até mesmo antes de saber que ele viria. E o que se vê no palco vai além de uma artista interpretando o papel de sua vida: é uma mulher realizando um sonho. 

No espetáculo, personagem e intérprete se misturam de uma maneira muito delicada e bonita. Sorte a do mundo ter presenciado uma voz como Whitney Houston para ouvir. Sorte a dos brasileiros terem Leilah Moreno para representá-la e, também, ser a artista que é, já que não se atém apenas a covers na produtiva carreira que mantém desde que estreou na televisão como um jovem promissora.

O musical não se atém às músicas do filme. Há, também, um compilado de hits da própria Whitney Houston, como "Greatest Love of All", "How Will I Know", "One Moment in Time" e "I Wanna Dance With Somebody", grandes sucessos da intérprete internacional, que não estão na trilha do longa-metragem, mas fazem total sentido estar na trilha da peça - além de o público gostar de ouvir, também foram em parte responsáveis para que Whitney Houston fosse convidada para o papel devido ao sucesso que tiveram quando foram lançados. No final, "O Guarda-Costas - O Musical" também pode ser visto como um grande show que homenageia uma artista imortal.

O espetáculo não faz apostas ousadas, o que é ótimo, e há pouquíssimas versões em português das canções do filme - que são boas, mas que talvez pudessem soar como "blasfêmias" a uma obra que não precisa ser mexida. As versões, quando aparecem, começam no idioma original. Não há muitas trocas de cenário, mas há muitos figurinos usados por Leilah Moreno. Eles fazem questão de lembrar o porquê de a personagem Rachel Marron ser tão emblemática até hoje no mundo do cinema.

Outro destaque é Talita Cipriano, finalista da terceira temporada do "The Voice Kids" há cinco anos. Agora uma jovem adulta, ela encara o desafio de interpretar o papel de Nicki, a irmã invejosa de Rachel - no espetáculo, no entanto, bem mais profunda e "boazinha" do que no filme - já que dá para entendê-la e, em partes, torcer por ela. São dela alguns dos grandes momentos do espetáculo.

Fabrizio Gorziza, que interpreta o segurança Frank Farmer, papel que pertenceu a Kevin Costner no filme. O guarda-costas brasileiro é extremamente carismático e dá humanidade a um personagem que é bem mais desafiador do que aparenta por ser tão seco. É muito coerente, também, o personagem não cantar - o que seria estranho dentro de todo o contexto. Isso só acontece em um momento engraçadinho do musical: quando ele canta desafinadamente “I Will Always Love You” em um karaokê.

Isso dá ainda mais sentido ao ponto alto do espetáculo, na grand-finale que todos esperam. Depois de passar pelos clássicos do longa-metragem “Run to You” e “I Have Nothing”, a protagonista relembra a música que foi cantada para ela, despretensiosamente, na noite do primeiro encontro, em um karaokê.  

Vinicius Conrad, o stalker do espetáculo, é realmente assustador. No papel do filho de Rachel, o menino Pedro Galvão, como Fletcher une momentos de fofura e talento nato a um espetáculo perfeito e sem pontas soltas. Tudo em "O Guarda-costas - O Musical" é natural, embora se saiba que foi exaustivamente ensaiado. O mérito de não deixar perceber o trabalho duro por traz dessa naturalidade é mérito de todos os envolvidos em um espetáculo desse porte. Nada parece forçado ou piegas.

"O Guarda-costas - O Musical" é uma celebração à vida, ao amor, ao cinema e, principalmente ao teatro. Pena que a última apresentação será na véspera do Dia dos Namorados no Brasil, embora a antecipação da data possa levar alguns casais a mais para assistir a esse, que é o espetáculo do ano.


Ficha técnica
"O Guarda-Costas - O Musical"
Equipe criativa. Diretor: Ricardo Marques. Diretor associado: Igor Pushinov. Diretor musical: Paulo Nogueira. Coreografo: Tutu Morasi. Cenário: Rogério Falcão. Visagista: Antonio Vanfill. Figurino: Bruno Oliveira. Desenho de som: Marcelo Claret. Desenho de luz: Rogério Cândido. Desenho de luz associado: Marcel Rodrigues. Assistente de coreografia/Coreógrafa residente: Victoria Ariante. Assistente de direção musical: Roniel de Souza. Versão brasileira: Sofia Bragança Peres, Silvano Vieira e Ricardo Marques. Produtor de objetos: Clau Carmo.

Equipe de Stage
Production Stage Manager (PSM): Tatah Cerquinho. Stage manager: Vivian Rodrigues. Stage manager: Renatinho.

Equipe de produção
Gerente de produção: Bia Izar; Produtora administrativa: Juliana Lorensseto. Produtor: Clayton Epfani

Equipe de comunicação
Produtora de conteúdo: Marilia Di Dio. Assessoria de imprensa: Pombo Correio. Agência de comunicação: AR Propaganda.

Elenco
Leilah Moreno (Rachel Marron). Fabrizio Gorziza (Frank Farmer). Talita Cipriano (Nicki). Pedro Galvão (Fletcher). Marcelo Goes (Bill). Vinicius Conrad (Stalker). Nalin Junior (Tony). Victor Barreto (Sy Spector) Alvaro Real (Ray Court). Back'n vocal: Daiana Ribeiro. Ensembles: Mari Saraiva,Danilo Coelho, Jefferson Felix, Leandro Naiss, Lucas Maia, Maik Soares, Raquel Gattermeier, Fernanda Salla, Josemara Macedo, Thaiane Chuvas. Swings: Vicky Maila e Lucas Teodoro.

Orquestra
Maestro / Pianista 1: Paulo Nogueira. Pianista 2: André Repizo. Segundo Regente / Pianista 3: Roniel de Souza. Reed: Chiquinho de Almeida. Trompetista: Bruno Belasco. Baterista: Douglas Andrade. Percussão: Wagner Gusmão. Baixista: Mauro Domenech. Guitarrista 1: Thiago Lima. Guitarrista 2: Lucas Fragiacomo. Pianista (ensaio): Roniel de Souza e André Luz Coletti. Produção: 4ACT Performing Arts.


Serviço
"O Guarda-Costas - O Musical"
Temporada até 11 de junho de 2023. Local: Teatro Claro SP – Shopping Vila Olímpia - R. Olimpíadas, 360 - Vila Olímpia/São Paulo. Capacidade: 799 pessoas Site: teatroclarosp.com.br. Classificação: 12 anos. Duração: 125 minutos. Acessibilidade. Ar-condicionado. Sessões: quinta e sexta-feira, às 21h. Sábado, às 17h30 e 21h. Domingo, às 19h. Ingressos: de R$ 50 a R$ 200. Obs.: confira legislação vigente para meia-entrada. Canais de venda oficiais: www.sympla.com.br - com taxa de serviço. Bilheteria física - sem taxa de serviço. Teatro Claro (Shopping Vila Olímpia). De segunda-feira a sábado, das 10h às 22h. Domingos e feriados, das 12h às 20h. Telefone: (11) 3448-5061.

  


Leia + 

.: Sucesso de público: "O Guarda-Costas" prorroga temporada

.: Teatro Claro SP: "O Guarda-Costas, o Musical" abre pré-venda de ingressos

.: #Resenhando20Anos: peça "Ghost - O Musical" emociona do início ao fim


No dia 4 de junho de 2023 o Resenhando.com completou 20 anos. Durante esse mês, matérias emblemáticas que foram destaque no portal editado pelos jornalistas Mary Ellen Farias dos Santos e Helder Moraes Miranda serão republicadas. Ao fazer essa visita ao passado, percebemos que os textos ainda estão atuais. 

Algumas delas, republicadas na íntegra, embora extremamente relevantes, apresentam aspectos datados ou têm marcas de expressões, pensamentos e linguagens que podem estar ultrapassadas, mas são um registro da história deste veículo. A crítica de teatro "'Ghost - O Musical' é completo e emociona do início ao fim", é uma das mais lidas nos 20 anos Resenhando.com.

"Ghost - O Musical' é completo e emociona do início ao fim"

Por Mary Ellen Farias dos SantosEm setembro de 2016

Quem nunca ouviu o sucesso "Unchained Melody" e, mentalmente, visualizou a Demi Moore e Patrick Swayze na cena sensual do vaso de argila em "Ghost - Do Outro Lado da Vida" que atire a primeira pedra, já! O longa de 1990, em 2011, foi adaptado para o teatro e passou por palcos americanos e internacionais na versão musicada. Entretanto, desde o início de setembro de 2016, está mais brasileiro do que nunca e ganhou versão musical que estará em cartaz até 11 de dezembro, no Teatro Bradesco, em São Paulo.

Aos que tanto valorizam o fato de não receber "spoilers", não há o que esconder desta clássica trama. "Ghost - O Musical" reconta a famosa história de amor entre Molly e Sam para os dias atuais, que, fatidicamente é interrompida pelo desejo mega ambicioso de Carl, um amigo-urso. Como nem tudo são lágrimas e tristeza, a graça faz da vidente Oda Mae um personagem de peso que suaviza todo o drama e chororô. Não só pela atuação hilária e caprichada -às vezes caricata- da cantora e atriz Ludmillah Anjos, mas pela cena de apresentação, que tem um "algo a mais", que no caso é em dobro: Duas ajudantes que, de fato, colaboram no alto nível do bom humor, fazendo com que a intérprete de Oda Mae Brown brilhe ainda mais em cena.

Nem tudo são risadas, afinal, a história é de um espírito ainda apegado à vida. Além de ter um "fantasma" em cena, outra curiosidade é a da transformação de um clássico do drama e romance em musical. Considerando apenas o filme é preciso ir além de "Unchained Melody". Por outro lado, facilmente se esbarra na repetitiva provocação de Sam à falsa vidente Oda Mae: "Um elefante incomoda muita gente". Engraçado? Também! O que torna "Ghost - O Musical" imperdível? Todos os ingredientes que amolecem até os mais duros de coração, fazendo rir e até chorar, além de tentar secar as lágrimas enquanto se dá boas gargalhadas com as peripécias de Oda Mae.

Não há dúvida de que a meta do desafio para resgatar e reconquistar o público com algo tão entranhado na memória afetiva é realizado com êxito pelo produtor Ricardo Marques e toda equipe. O uso de recursos como pouca luz e efeitos especiais dão total credibilidade ao que se vê: seja no momento da morte de Sam, em que o corpo permanece caído e a alma dele testemunha a agonia de Molly na rua ou na despedida final dos dois. É para chorar? Totalmente. Logo, o funga-funga e mãozinhas secando as lágrimas viram uma coreografia seguida pelo público.

E ali um pouco abaixo do palco, perto da plateia do gargarejo, uma orquestra perfeitamente sincronizada pelo maestro que faz a emoção transbordar, independente do estilo da canção. Sim! A trilha sonora passeia do romântico ao rock mantendo a transição completamente agradável. O som natural de cada instrumento consegue se conectar diretamente com o público, muitas vezes, passando de modo até imperceptível. 

"Ghost - O Musical" abrange todos os corações, aqueles que ainda vão amar e os que amam para sempre. De fato, embora famílias e amigos marquem presença, é nítido, no público em geral, a maioria formada por casais das mais variadas idades. Detalhe: Seja durante ou no intervalo do espetáculo, as mãos dadas são mantidas. Vale a pena se apaixonar mais uma vez por essa história clássica? Com toda certeza! Emocione-se e repense no valor à vida diante da atuação musicada de André Loddi (Sam), Giulia Nadruz (Molly), Igor Miranda (Carl) -que facilmente rouba as cenas- e Ludmillah Anjos (Oda Mae Brown). 

*Editora do site cultural www.resenhando.com. É jornalista, professora e roteirista. Twitter: @maryellenfsm


"Unchained Melody" e a cena clássica de "Ghost - Do Outro Lado da Vida"

terça-feira, 6 de junho de 2023

.: "A Última Cena" investiga o tabu da morte e estreia no Sesc Vila Mariana


Espetáculo dirigido por Flávia Melman explora a linguagem do teatro-documental ao trazer relatos de quatro brasileiros de realidades bem diferentes sobre o medo da finitude da vida. 
Foto: Otávio Dantas 


Alguém aqui sabe empilhar cadáveres? Olha, eu não sou ninguém. Sou coveiro. Sabe quem eu sou? Sou o dramaturgo do enterro. O homem primeiro sepulta para depois construir sua casa. Qualquer coisa que aconteça, inclusive a morte, foi obra do tempo e nada mais. [Fininho, 64 anos, coveiro]

De onde vem o nosso medo da morte? Com a proposta de investigar esse tabu," A Última Cena", com direção de Flávia Melman e codireção de Paula Picarelli e Aline Filócomo, reúne relatos reais de quatro homens de contextos bem diferentes sobre a finitude da vida. A peça estreia dia 23 de junho, no Sesc Vila Mariana, onde segue em cartaz até 22 de julho, com apresentações às sextas, às 20h, e aos sábados, às 18h30.

Parte de uma tetralogia sobre abismos sociais e afetivos, o espetáculo teve sua pesquisa iniciada durante a pandemia de Covid-19, entre os meses de maio de 2020 e abril de 2021, por meio de uma série de encontros virtuais entre os participantes. Em cena, estão quatro homens brasileiros de diferentes classes sociais, profissões e espaços geográficos, que imaginam seus momentos finais na vida e respondem à seguinte pergunta: como entrar em contato com o medo da morte nos transforma?

São eles: Antônio Janô, 82 anos, professor de teatro, maestro da vida e mestre de muitos atores brasileiros; Osmair Cândido, apelidado de Fininho, 64 anos, um coveiro filósofo, cuja vida se alterna entre empilhar cadáveres e empilhar histórias; Nando Bolognesi, 56 anos, um palhaço que enfrenta com risos e facas a esclerose múltipla, diagnosticada há 30 anos; e  Thiago Amaral, 40 anos, o jovem viúvo de Tião, que traz consigo a sua experiência do luto. Tião Braga (in memorian), aparece em vídeo. Tião cineasta e psicodramatista que descobriu o contato com a finitude aos 34 anos, ao ser diagnosticado com leucemia crônica em meio a pandemia. 

Tião morreu antes da estreia do projeto, em outubro de 2022, aos 37 anos.  Dessa forma, o corpo físico de Thiago traz sempre a presença de Tião, marcando, assim, sua ausência. A dramaturgia ainda é composta por conversas gravadas por Zoom e parte do extenso material de Tião em sua batalha contra o câncer.

“Ao tratar da morte e nos debruçarmos sobre ela, estamos buscando aquilo que nos aproxima, nos iguala, porque no final, a morte é a única certeza que temos na vida. A humanidade tem em comum, sobretudo, esta certeza: ‘viver, morrer, [sonhar talvez]’. E sonhamos que, ao falar sobre o medo de morrer, possamos nos encontrar e promover outros sentidos para a vida, outras formas de nos relacionarmos com o outro, com a natureza, de compartilhamos uma realidade”, comenta a diretora Flávia Melman.

A ideia do espetáculo não é tratar o medo da morte para dissipá-lo, como conta a encenadora. “Tratar a morte como algo que caminha ao nosso lado, de mãos dadas, como companheira; pode criar uma proximidade conciliadora entre as pessoas e diminuir o abismo que existe entre as relações humanas”, acrescenta. E, para contar essas histórias, o grupo pesquisou a linguagem do teatro-documentário.


"Um Mergulho em Quatro Atos"
"A Última Cena" nasce como a segunda parte de uma tetralogia que se propõe a expor nossos abismos sociais e afetivos através de encontros entre pessoas de realidades e experiências de vida diversas. A primeira parte dessa sequência foi o espetáculo A Noite dos Mortos-Vivos, que expunha os abismos e aproximações dos intérpretes com o universo das drogas. E os outros dois espetáculos, ainda sem título definido, terão como ponto de partida a sexualidade e o dinheiro, respectivamente. 

Sinopse
De onde vem nosso medo da morte? E se falar sobre nossa condição finita fosse uma prática do cotidiano? Num encontro improvável, quatro homens se aproximam da morte: um coveiro, um senhor de 80 anos, um palhaço portador de esclerose múltipla, um jovem viúvo de 40 anos. Guiados pela diretora, mergulham em seus medos e fantasias sobre o morrer e, com humor e sensibilidade, questionam-se sobre aquilo que os une: a vulnerabilidade. Uma peça que aspira a sensibilidades diversas, abrindo caminhos para a reflexão sobre hiatos entre viver e morrer comuns a todos nós.

Ficha técnica
Direção: Flavia Melman. Codireção: Aline Filócomo e Paula Picarelli. Estrutura de dramaturgia: Aline Filócomo, Flavia Melman e Paula Picarelli. Elenco: Antonio Januzeli (Janô), Nando Bolognesi, Osmair Candido (Fininho), Thiago Amaral e Tião Braga (in memorian). Vídeos: Clara Lazarin. Cenário e luz: Marisa Bentivegna. Operação de luz: Guilherme Soares. Operação de som e vídeo: Tomé de Souza. Direção de produção: Aura Cunha. Produção executiva: Yumi Ogino. Programação visual: Laerte Késsimos. Foto divulgação: Otávio Dantas. Assessoria de imprensa: Pombo Correio


Serviço
"A Última Cena". Temporada: 23 de junho a 22 de julho. Às sextas-feiras, às 20h30, e aos sábados, às 18h30*. *A sessão dos dias 14 e 15 de julho terão tradução em LIBRAS e audiodescrição. Sesc Vila Mariana – auditório – Rua Pelotas, 141, Vila Mariana. Ingressos: R$ 30 (inteira), R$ 15 (meia-entrada) e R$ 10 (credencial plena). Classificação: 14 anos. Duração: 70 minutos. Acessibilidade: sala acessível para cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida.

.: Espetáculo "Almarrotada", de Melina Marchetti, cria diálogo sobre a condição


Com orientação de Luiz Fernando Marques, espetáculo nasceu como desdobramento da pesquisa realizada pela atriz sobre as diferentes formas de solidão inerentes ao universo feminino. Após uma circulação independente por 10 estados, a atriz fará duas apresentações no Sesc Carmo nos dias 15 e 16 de junho. Foto: Carolina Santaella

 

A “solidão acompanhada” experimentada por tantas mulheres casadas é discutida no espetáculo "Almarrotada", com dramaturgia, direção e atuação de Melina Marchetti e orientação de Luiz Fernando Marques - o Lubi, do Grupo XIX de Teatro. O espetáculo terá duas apresentações no Sesc Carmo, dias 15 e 16 de junho, quinta e sexta, às 19h.

O trabalho estreou em 2018 como um desdobramento de uma pesquisa de Melina Marchetti sobre sexismo, machismo estrutural, as várias formas de solidão e as construções sociais sobre o amor romântico. Em 2022, Melina rodou sozinha o país, sem patrocínio, em um Ford Ka azul ano 2008 chamado carinhosamente por Kazão, durante 13 meses. 

A circulação independente teve início no litoral de São Paulo e seguiu para Minas Gerais, Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Ceará, Piauí e Maranhão.  Foram mais de 20.000 km rodados e várias experiências diferentes desde apresentações nas capitais até povoado de 800 habitantes. Neste trajeto participou de vários festivais onde o espetáculo foi sempre premiado em diversas categorias.

A peça retrata os sentimentos contraditórios de angústia e de ânsia por liberdade vividos por uma mulher diante da iminência de morte de seu marido, de quem cuidou a vida toda e agora está internado no hospital. O público acompanha as histórias, medos, desejos e comportamentos dessa mulher, a quem foi imposta a condição de cuidadora e que acabou se transformando em uma coadjuvante da própria vida.

“Historicamente é nítido como esse papel de cuidadora é ocupado massivamente por mulheres. Uma coisa é querer compartilhar o cuidado com o outro. Outra é essa função ser imposta a você desde criança. A montagem traz a figura da mulher cuidadora, que nutre, acolhe e alimenta, no papel de figurante de sua própria existência”, conta a atriz e diretora.

A dramaturgia foi construída a partir do mote de pesquisa “é preciso ser mulher por muitos anos para desaprender as coisas pelas quais ensinaram você a se desculpar”, livremente inspirado no conto O Cesto, de Mia Couto, e amparada pelos livros Um Teto Todo Seu, de Virgínia Woolf; O Feminismo é para todo mundo, de Bell Hooks; e O Segundo Sexo, de Simone de Beauvoir.

A ideia da encenação, que assume o tom tragicômico, é mostrar a busca dessa personagem pelo resgate de seu protagonismo de vida e pela realização dos próprios desejos. Dessa maneira, a atriz e dramaturga estabelece um diálogo com mulheres e homens de diferentes gerações sobre a necessidade de se romper com as estruturas aprisionantes.

“Hoje, depois de ter feito esse espetáculo, desenvolvi maior entendimento e um profundo respeito e admiração pelas mulheres de outras gerações que passaram por todo esse anulamento e, ainda assim, resistiram e existiram transformando realidades, dentro do possível”, reflete Marchetti.

O solo ainda defende o reencontro da mulher consigo mesma. “É um trabalho de escutar os nossos desejos e impulsos reais. Parece simples, mas mesmo hoje em dia, quando temos mais consciência para essas imposições do patriarcado, elas ainda pautam as nossas relações amorosas, familiares e até as amizades. Com a peça, não quero sanar as minhas dores, mas estabelecer um diálogo com o público, tanto com mulheres como com os homens, para criar pequenas fissuras nessas carapaças que criamos para sobreviver à sociedade machista”, acrescenta a artista.


Sobre Melina Marchetti
Dramaturga, atriz, diretora e roteirista bacharel em Artes Cênicas pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), com 15 anos de trajetória artística. É criadora do projeto Almarrotada, onde foi autora dos espetáculos Almarrotada (2018), Rosário de Desamores (2021) e do livro infantil A Menina e o Esperar. Também é fundadora e diretora artística da Cia. Teatral Circo Delas, onde concebeu os espetáculos Dia de Praia, As Clássicas, a micro-série Calma, ainda não pode sair e os curtas O Bombom, O Sol é para todes e A Vizinha.

Recebeu os prêmios de Melhor Espetáculo, Melhor Atriz e Melhor Texto, Melhor Cenário e Melhor Iluminação no 9º Festival de Teatro de Sarapuí pelo monólogo Almarrotada, além de indicação à Melhor Direção. Foi Prêmio Destaque na Pesquisa de Palhaçaria pelo 8º Festival de Teatro de Sarapuí pelo espetáculo solo Dia de Praia.


Ficha técnica:
Dramaturgia, Direção e Atuação: Melina Marchetti. Orientação: Luiz Fernando Marques Lubi. Provocação Cênica: Bruna Betito. Figurino: Nagila Sanchês. Cenotécnico: Bira Nogueira. Iluminação: Melina Marchetti. Operação de Som e Luz: Denise Hyginio. Produção Executiva: Nayara Meneghelli. Assessoria de Imprensa: Adriana Balsanelli. Fotos: Carolina Santarella e Arô Ribeiro. Arte: Magnólia Cultural.


Serviço:
Espetáculo "Almarrotada". Dias 15 e 16 de junho no Sesc Carmo. Ingressos: R$30 (inteira), R$15 (meia-entrada) e R$10 (credencial plena) – Vendas online a partir de 6/06 às 12h e presencial a partir das 17h. Duração: 40 minutos. Classificação etária: 14 anos.


Sesc Carmo
Rua do Carmo, 147 - Centro - São Paulo. Horário de funcionamento: de segunda a sexta, das 9h às 20h. Telefone: (11) 3111-7000. Local da apresentação: Espaço Múltiplo - 1º andar. https://www.sescsp.org.br/programacao/almarrotada/


segunda-feira, 5 de junho de 2023

.: No próximo sábado, "Ubu Rei", do grupo Os Geraldos, no Sesc Santos


Em mais uma parceria com o diretor mineiro Gabriel Villela, o grupo traz na dramaturgia de Alfred Jarry, uma sátira ao Brasil atual; no elenco está a atriz santista Valéria Aguiar. Foto: Stephanie Lauria


"Ubu Rei", de Alfred Jarry, mais recente produção do grupo Os Geraldos, de Campinas (SP), em mais uma parceria do grupo com o premiado diretor mineiro Gabriel Villela, fará única apresentação no Teatro do Sesc Santos - dia 10 de junho, sábado, às 20 horas. O espetáculo acaba de encerrar uma temporada de dois meses no Teatro Anchieta (Sesc Consolação), um dos espaços culturais mais importantes de São Paulo, com ingressos esgotados em 21 sessões, e agora segue pelo interior paulista - mais de 8.000 pessoas já assistiram à peça. Com tradução de Bárbara e Gregório Duvivier e adaptação do grupo e do diretor, a peça - um clássico do teatro ocidental, marco de ruptura e transgressão no século XIX - revela-se mais contemporânea do que nunca, ao fazer uma sátira do Brasil atual. No elenco está Valéria Aguiar, nascida em Santos e atriz do grupo desde 2018.

O espetáculo marca o segundo encontro do diretor Gabriel Villela com o grupo Os Geraldos. A primeira parceria resultou no espetáculo Cordel do Amor sem Fim - ou A Flor do Chico, de Claudia Barral, que tem circulado por importantes circuitos teatrais brasileiros.

O teatro popular é o território que liga o grupo ao diretor, que, com uma estética vinculada às raízes culturais do Brasil profundo, trabalha na criação de pontes de sentido entre os clássicos e o contexto do espectador. Ubu Rei faz uma sátira do poder obtido por usurpação e exercido com tirania, ao apresentar Pai e Mãe Ubu, um casal entregue à barbárie que invade a Polônia e, assassinando o rei, assume o seu trono.

Considerado por dadaístas e surrealistas como precursor desses movimentos, assim como do teatro do absurdo e da performance, Jarry oferece o material dramático de que Villela e o grupo Os Geraldos precisam para responder, com beleza e humor ácido e inteligente, a este momento histórico de caretice, autoritarismo e vulgaridade, que exige ruptura, por meio do pensamento e da arte, como o fez historicamente essa peça.

Responsável pela produção do projeto, o grupo campineiro Os Geraldos, que completa 15 anos em 2023, contou com nomes relevantes do cenário nacional das artes cênicas, como o diretor Gabriel Villela, o assistente de direção Ivan Andrade, os preparadores vocais Babaya Morais e Everton Gennari, dentre mais de 30 pessoas, que estão diretamente envolvidas na produção do espetáculo, com 14 atores no elenco.

Sobre o espetáculo, Villela ressalta a vinculação direta com a situação sociopolítico-cultural brasileira. “Nós criamos um delírio tropical, em que fazemos uma sátira afiada do nosso país, respondendo, com violência poética, à selvageria e à estupidez destes tempos”, declara o diretor. Compre os livros de Alfred Jerry neste link.


Atualidade no palco
Mesmo se tratando de um texto escrito no final do século XIX, o texto de Ubu Rei fala muito sobre os dias atuais. Para transpor a nova versão para a obra de Alfred Jarry (considerado o pai do teatro do absurdo), Os Geraldos e Gabriel Villela optaram por fazer uso da estética e da música para deixar ainda mais evidente o surrealismo da linguagem. A ideia é provocar no espectador uma sensação de vertigem, sair do prumo, balançar o extremismo posto em cena, fazer o espectador embarcar num delírio tropical, universal sobre os extremismos postos.

Entre as coisas que unem o grupo paulista e o diretor mineiro é o modo de usar a música para contar a história. São 18 canções (entre íntegras, versos, pedaços, melodias etc), interpretadas ao vivo pelos atores - com acompanhamento do maestro Everton Gennari, responsável pela direção musical (com Babaya Morais), ao piano. E uma inusitada homenagem à Miriam Batucada, com os artistas tocando caixa de fósforo.

São músicas do cancioneiro popular brasileiro e latino-americano - como Geraldo Vandré, Raul Seixas, Inezita Barroso, entre outros compositores. As canções são elementos da dramaturgia, servindo tanto como prólogo (protofonia musical) até para juntar cenas e atos, ou mesmo para levar as cenas para outro lugar.

Se na primeira parceria entre os artistas (Cordel do Amor sem Fim) o lirismo estava em cena, com a estética romântica que remete às cores de uma tempestade - azul, vinho… -, em Ubu Rei é o deboche que está em cena. Para a versão desse clássico do absurdo, o cenário e os figurinos trazem muito brilho, cores quentes, quase uma estética de cabaret, numa referência ao programa do Chacrinha.

O figurino traz diversas referências, com elementos do Japão, da África, porém misturado com estilos que remetem ao brega, trajes de festa envelhecidos, datados, desatualizados, com cortes desiguais, que mostram a decadência daquela sociedade posta em cena.

Gabriel Villela - que tem contribuição também na Música Popular Brasileira, com a direção de shows de Maria Bethânia, Milton Nascimento, Elba Ramalho e Ivete Sangalo - já dirigiu mais de 50 espetáculos teatrais, trabalhando com artistas como Renata Sorrah, Laura Cardoso, Beatriz Segall, Walderez de Barros, Marcello Antony, Regina Duarte, Thiago Lacerda, entre outros grandes nomes das artes cênicas nacionais. Já recebeu Prêmios Molière, Sharp, Shell, Troféus Mambembe, Troféus APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte), Prêmios APETESP (Associação de Produtores de Espetáculos Teatrais de São Paulo), Prêmios PANAMCO, Zilka Salaberry, além de dezenas de premiações internacionais, como no Festival Theater Der Welt in Dresden (Alemanha), Word State Festival, em Toronto (Canadá), “Globe to Globe”, no Shakespeare`s Globe Theatre (Londres, Inglaterra), dentre outros. Sua poética e produção artística estão registrados no livro “Imaginai! O teatro de Gabriel Villela”, de Dib Carneiro Neto e Rodrigo Audi, lançado em 2017 e vencedor, na categoria de livro de arte, do Prêmio Jabuti 2018.


Sobre o grupo
Os Geraldos tem sede em Campinas (SP) desde 2008 e atua em três frentes de trabalho: Criação Artística, ao criar e manter em circulação seus espetáculos; Projetos Formativos, ao oferecer cursos sobre a arte do ator e gestão cultural, a partir da prática do grupo e de pesquisas de mestrado e doutorado de seus integrantes; e Territórios Culturais, ao instituir espaços que possam sediar, para além das atividades do grupo, outros eventos artísticos, como ocorre em sua atual sede, o Teatro de Arte e Ofício (TAO), um dos mais importantes espaços culturais de Campinas.

O grupo já circulou por mais de 80 municípios, de três países e de dez estados brasileiros, e foi indicado ao Prêmio Governador do Estado de Territórios Culturais (2017), além de receber mais de 40 prêmios, em festivais nacionais e internacionais.


Ficha técnica 
Direção, cenário e figurino: Gabriel Villela. Direção adjunta e iluminação: Ivan Andrade. Dramaturgia: Alfred Jarry. Tradução: Bárbara Duvivier e Gregório Duvivier. Adaptação dramatúrgica: Gabriel Villela e Os Geraldos. Arranjos Musicais: Everton Gennari. Direção musical e preparação vocal: Babaya Morais e Everton Gennari. Elenco: Carolina Delduque, Ciça de Carvalho, Douglas Novais, Everton Gennari, João Fernandes, Julia Cavalcanti, Gabriel Sobreiro, Gileade Batista, Paula Mathenhauer Guerreiro, Patrícia Palaçon, Railan Andrade, Roberta Postale, Valéria Aguiar e Vinicius Santino. Assistência de figurino e adereços: Cristiana Cunha e Emme Toniolo. Costura: Ateliê de Dona Zilda Peres Villela. Fotografia: Stephanie Lauria. Visagismo: Claudinei Hidalgo. Maquiagem: Patrícia Barbosa. Design gráfico: Vanessa Cavalcanti. Assistência de produção: Bruna Paifer e Nicole Mesquita. Coordenação de produção: Tatiana Alves. Coordenação geral: Douglas Novais. Produção: Os Geraldos.


Serviço: 
"Ubu Rei". Data: 10 de junho, sábado, às 20 horas. Local: Teatro Sesc Santos (R. Conselheiro Ribas, 136 - Aparecida, Santos - SP). Ingressos: R$ 30 (inteira), R$ 15 (Meia: estudante, servidor de escola pública, + 60 anos, aposentados e pessoas com deficiência) e R$ 10 (Credencial plena: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes) - Os ingressos estão disponíveis para venda em sescsp e no app Credencial Sesc SP ou nas bilheterias do Sesc SP. Duração: 80 minutos Classificação indicativa: 18 anos. Lotação: 765 lugares

Sesc Santos
Rua Conselheiro Ribas, 136, Aparecida - Santos.
Telefone: (13) 3278-9800. Site do Sesc Santos neste link. 
Instagram, Facebook e Twitter: @sescsantos . YouTube /sescemsantos  

Bilheteria Sesc Santos - Funcionamento    
Terças a sextas, das 13h às 21h30. Sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h30.   

domingo, 4 de junho de 2023

.: Espetáculo "Crime e Castigo 11:45" estreia dia 9 de junho no Sesc Ipiranga


Solo atravessado por músicas do David Bowie aproxima o público ao clássico de Dostoiévksi de forma descomplicada, acolhedora e bem humorada. A atriz mescla "Crime e Castigo" com a história de seus pais, fazendo um tipo de celebração da vida  Foto: Thais Grechi


"Crime e Castigo 11:45" surge do encontro da atriz Liliane Rovaris com o clássico absoluto do autor russo Fiódor Dostoiévksi (1821-1881). Apesar de já conhecer a obra, a atriz embarcou na releitura, durante o período de luto pela perda de seus pais, motivada intuitivamente por um sentimento de solidão e uma possibilidade de recomeço, ações que encontram eco na trajetória de Raskólnikov, o protagonista do romance. 

Assim, tendo como princípio aproximar o livro do público de forma descomplicada, acolhedora e inclusive, bem humorada, à medida em que Liliane conta a história criada pelo genial autor russo, traça paralelos com histórias sobre seus pais, tornando a ideia do luto um tipo de celebração da vida.  

A peça, que estreou em 2022 no Rio de Janeiro, tem sua temporada paulistana no programa Teatro Mínimo do Sesc Ipiranga, entre os dias 9 de junho e 9 de julho, com apresentações às quintas e sextas-feiras, às 21h30; aos sábados, às 19h30, e aos domingos, às 18h30.

Com uma equipe de criação e produção majoritariamente feminina, a montagem tem texto da própria Liliane Rovaris e direção de Camila Márdila, atriz premiada do filme Que horas ela volta e da série Bom Dia Verônica, que marca sua primeira direção no teatro. As duas já têm uma parceria de longa data, tendo dividido diversos outros trabalhos, incluindo a realização de espetáculos teatrais e oficinas para atores desde 2013.

Dostoiévski conduz seus personagens com um sentimento de compaixão, mostrando suas contradições sem jamais julgá-los ou encerrá-los em uma definição. 'Em tempos de julgamentos imediatos, parar, observar, esperar o que vem a seguir, antes de decretar algo, foi um alento para mim. O livro foi me dando a calma e a possibilidade de enxergar aquele momento como algo em transição, em transformação’, analisa a atriz.

No decorrer da criação, em 2018, Liliane se deparou com a notícia de que Crime e Castigo é um dos livros mais lidos entre os presidiários no Brasil. Em troca de dois dias de liberdade eles apresentam um resumo do livro. E é uma dessas resenhas, publicada na matéria jornalística, que inspira o recorte dramatúrgico da peça:

Dostoiévski narra a história de Raskólnikov, um jovem estudante que comete um duplo assassinato e é perseguido por sua própria consciência até que conhece uma prostituta, Sônia, única pessoa para quem consegue contar sobre o crime cometido. É essa trajetória que a artista narra e encena em paralelo com suas próprias memórias, incluindo uma experiência que envolve o ídolo da música, David Bowie, cujas músicas atravessam o solo. 

O cenário remete ao quarto dos pais da atriz que, apostando na potência transformadora de se compartilhar uma história, se inspira em peças performáticas, como as de Lola Arias, artista argentina que tem como marca a sobreposição entre realidade e ficção, e como as do norte americano Spalding Gray (1941-2004), cuja presença vibrante parecia sempre celebrar o milagre de estar ali, no teatro, contando uma história. 

Durante o processo, Liliane trabalhou o texto em uma oficina para jovens internos que cumprem medidas socioeducativas no Degase. Através deste contato, a atriz pôde confirmar a importância e a capacidade de interação do livro com diferentes realidades, reforçando a escolha por um caminho direto e acolhedor na forma de contar essa história, fora do lugar erudito e inacessível  por vezes atribuído à obra. Revelar essa trajetória, que vai da extrema contração do ódio à redenção pela compaixão em tempos de muita intolerância, fez sentir ainda mais forte o desejo de levá-la para o teatro.

Ficha técnica
Concepção e dramaturgia: Liliane Rovaris a partir da obra de Dostoiévski. Direção: Camila Márdila. Atuação: Liliane Rovaris. Tradução do romance: Paulo Bezerra. Direção de arte: Branca Bronstein e Patrícia Tinoco. Direção de movimento: Denise Stutz. Assistente de direção: Flow Kountouriotis. Figurinista: Gabriela Marra. Iluminação: Sarah Salgado. Operação de som: Flow Kountouriotis. Fotógrafo: Pedro Prado e Thais Grechi. Design gráfico: Ana Carneiro. Direção de produção: Aura Cunha | Elephante Produções. Assistente de produção: Yumi Ogino e Vini Silveira. Colaboração artística: AREAS Coletivo, Adriano Guimarães, Claudia Elias, Emergências Coletivo, Leo Bianchi e Tatiana Devos.


Cursos

"Auto-ficção e Literatura: Processo de Criação de Solos Teatrais"
Com Liliane Rovaris e Camila Márdila (AREAS Coletivo)

"Um Mundo a Sonhar - Criação de Histórias a Partir da Obra de  Dostoiévski"
Com Liliane Rovaris. Mais informações em sescsp.org.br/ipiranga


Serviço
"Crime e Castigo 11:45", de Liliane Rovaris. Teatro Mínimo. Temporada: 9 de junho a 9 de julho, às quintas e sextas, às 21h30; aos sábados, às 19h30; e aos domingos e feriados, às 18h30. Sesc Ipiranga - Auditório - Rua Bom Pastor, 822, Ipiranga. Ingressos: disponíveis no portal e presencialmente nas unidades do Sesc São Paulo, a partir de 31/5, quarta-feira, às 17h. Valores: R$ 30 (inteira), R$ 15 (estudante, servidor de escola pública, idosos, aposentados e pessoas com deficiência), R$ 10 (credencial plena). Classificação: 16 ano. Duração: 70 minutos. Capacidade: 32 lugares. Acessibilidade: sala acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida.

.: Com novo elenco, premiado musical "Bertoleza" faz temporada gratuita


Com direção de Anderson Claudir, adaptação inverte o protagonismo na obra “O Cortiço”, de Aluísio Azevedo, e é estrelada por Lu Campos. Foto: Joaquim Araújo

Após duas temporadas de sucesso, o premiado musical “Bertoleza”, da Gargarejo Cia Teatral, volta em cartaz no Teatro Arthur Azevedo, entre os dias 29 de junho e 9 de julho, de quinta a sábado, às 21h, e, aos domingos, às 19h. Os ingressos são gratuitos e devem ser retirados na bilheteria com uma hora de antecedência. Todas as sessões aos domingos têm intérpretes de Libras.

A montagem, com adaptação, direção e músicas de Anderson Claudir, que também assina a dramaturgia ao lado de Le Tícia Conde, é inspirada no livro “O Cortiço”, clássico naturalista de Aluísio Azevedo. Mas, desta vez, o público conhece a história sob ponto de vista da Bertoleza, uma mulher negra que é tão importante para a construção do romance quanto o próprio João Romão, o protagonista original. O espetáculo ganhou os palcos paulistanos em 2020 e já conquistou público e crítica, em sessões sempre lotadas. “Bertoleza” recebeu o prêmio APCA de Melhor Espetáculo naquele mesmo ano.  

A história
Na trama, o oportunista Romão propõe uma sociedade à escrava Bertoleza, prometendo comprar a alforria dela. Eles começam uma vida juntos e constroem um pequeno patrimônio formado por um enorme cortiço, um armazém e uma pedreira. 

Depois de acumular capital considerável, o ambicioso João Romão já não sabe como se tornar mais rico e poderoso. Envenenado pelo invejoso Botelho, ele decide se casar com Zulmira, a filha de Miranda, um negociante português recentemente agraciado com o título de barão. Mas, para isso, precisa se livrar da amante Bertoleza, que trabalha de sol a sol para lutar pelo patrimônio que eles construíram juntos.

Para a companhia, o grande desafio foi fazer com que uma narrativa do século 19 questionasse e problematizasse as relações criadas nos dias de hoje. Por isso, o projeto iniciado em 2015 foi ganhando novos contornos. “Quisemos investigar uma identidade brasileira, que vem da diáspora africana, e pensar em como isso nos afeta artisticamente. Assim, podemos criar novos signos para essa geração e dar uma voz para essa terra periférica”, conta Claudir. 

No processo, o coletivo procurou a força da figura de Bertoleza em outras mulheres negras brasileiras negligenciadas pela História. Durante a encenação, o elenco relembra as histórias da vereadora Marielle Franco, militante da luta negra assassinada em março de 2018; da escritora Carolina Maria de Jesus, famosa pelo livro Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada; da jornalista e professora Antonieta de Barros, defensora da emancipação feminina que foi apagada dos livros de História; da escritora Maria Firmina dos Reis, considerada a primeira romancista brasileira; e da guerreira Dandara, que viveu e lutou no período colonial.

A protagonista do espetáculo é interpretada pela atriz Lu Campos. O elenco fica completo com Ali Baraúna (Botelho), Taciana Bastos (Zulmira), Roma Oliveira (João Romão), com os integrantes do coro Thiago Mota, Cainã Naira, Larissa Noel, Palomaris, Edson Teles e Welton Santos.

A direção musical é assinada por Eric Jorge, a direção de movimento, por Emílio Rogê, que contou com Taciana Bastos como coreógrafa associada; a preparação vocal, por Juliana Manczyk; e a preparação de elenco, por Eduardo Silva. Compre o livro “O Cortiço”, de Aluísio Azevedo, neste link.

Relação profunda entre vida e obra
Para Lu Campos, interpretar Bertoleza tem um significado ainda mais profundo. No processo desde 2015, ela conta que vivenciou um chamado ancestral em 2017: suas antepassadas maternas deram-lhe a missão de quebrar o ciclo de opressão vivenciado por sua família desde os tempos de escravidão. “Espero que as mulheres pretas se sintam bem representadas na peça e a partir disso, busquem seus lugares de protagonismo nos variados âmbitos da vida”, conta. 

Para a atriz, estar nesse processo contribui para a sua expansão de consciência. Em busca de mais respostas sobre sua ancestralidade, ela também cursou a pós-graduação em Matriz Africana pela FACIBRA/Casa de Cultura Fazenda Roseira. “As pessoas precisam perceber quão rica e diversificada é a matriz africana, por isso ela deve ser resgatada e valorizada. Afinal, a África é o ventre do mundo”, emociona-se.

Para esta temporada, a Gargarejo Cia. Teatral preparou uma série de palestras e rodas de conversa sobre a montagem e as mulheres que inspiraram a Bertoleza. Veja a programação completa abaixo. Este projeto foi contemplado com o Edital de Apoio A Projetos Culturais de Múltiplas Linguagens para a cidade de São Paulo, da Secretaria Municipal de Cultura. Garanta o seu exemplar de “O Cortiço”, de Aluísio Azevedo, neste link.


Ficha técnica
Direção, adaptação, letras e assistência de produção: Anderson Claudir. Dramaturgia final: Anderson Claudir e Letícia Conde. Direção musical: Eric Jorge. Direção de movimento e coreografia: Emílio Rogê. Músicas: Anderson Claudir, Andréia Manczyk, Eric Jorge e Juliana Manczyk. Preparação vocal: Juliana Manczyk. Design de som: Sound Design Labsom. Preparador de elenco: Eduardo Silva. Coreógrafa associada: Taciana Bastos. Cenografia e figurino: Dani Oliveira. Assistente de cenografia e figurino: Gabriela Moreira. Visagista: Victor Paula. Iluminação: Andressa Pacheco. Projeção: Aline Almeida. Técnico de palco: Leonardo Barbosa. Elenco: Lu Campos, Ali Baraúna, Taciana Bastos, Roma Oliveira, Cainã Naira, Larissa Noel, Palomaris, Edson Teles, Thiago Mota e Welton Santos. Direção de produção: Andréia Manczyk. Assessoria de imprensa: Agência Fática – Bruno Motta Mello e Verô Domingues.

Serviço
"Bertoleza", da Gargarejo Cia Teatral . Teatro Arthur Azevedo - Avenida Paes de Barros, 955 - Mooca/São Paulo. Temporada: 29 de junho a 9 de julho, de quinta a sábado, às 21h, e, aos domingos, às 19h. Ingresso: gratuito | Retirada na bilheteria com 1 hora de antecedência. Duração: 90 minutos. Recomendação etária: 12 anos. Acessibilidade: o espaço possui acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida | Todas as sessões aos domingos têm intérpretes de Libras.

Atividades paralelas

Palestra “O processo de adaptação” – 29/6 e 6/7, às quintas, após o espetáculo
O diretor e dramaturgo do espetáculo Anderson Claudir aborda como se deu o processo de composição das músicas e adaptação da obra “O Cortiço”, de Aluísio Azevedo. 

Palestra “As mulheres de Bertoleza” – 30/6,1º/7 e 2/7, após o espetáculo
O elenco feminino irá conversar com o público sobre as suas personagens e as personalidades discutidas na peça: Antonieta de Barros, Carolina Maria de Jesus, Maria Firmino dos Reis e Marielle Franco. 

Rodas de conversa – 7/7, 8/7 e 9/7, após o espetáculo
O diretor e dramaturgo do espetáculo Anderson Claudir, junto ao elenco, irá promover uma conversa sobre a montagem. E o público será convidado a fazer questões sobre o processo e a obra.

sábado, 3 de junho de 2023

.: #Resenhando20Anos: Crítica: "A Lista", com Lilia Cabral e Giulia Bertolli


No dia 4 de junho de 2023 o Resenhando.com completa 20 anos. Durante esse mês, matérias emblemáticas que foram destaque no portal editado pelos jornalistas Mary Ellen Farias dos Santos e Helder Moraes Miranda serão republicadas. Ao fazer essa visita ao passado, percebemos que os textos conseguem estar muito atuais. 

Algumas delas, republicadas na íntegra, embora extremamente relevantes, apresentam aspectos datados ou têm marcas de expressões, pensamentos e linguagens que podem estar ultrapassadas, mas são um registro da história deste veículo. A resenha crítica do espetáculo "A Lista", que está excursionando pelo país, é uma das mais lidas nos 20 anos de Resenhando.com. Na republicação da crítica, foi retirado o serviço da peça.


.: Crítica: "A Lista", com Lilia Cabral e Giulia Bertolli, mãe e filha no teatro

Por 
Helder Moraes Miranda, editor do Resenhando. 

Depois de dez anos, Lilia Cabral volta ao teatro em São Paulo na estreia nacional da peça "A Lista", ao lado da filha Giulia Bertolli, juntas no palco pela primeira vez. A montagem inédita segue em cartaz nos palcos do Teatro Renaissance com dramaturgia de Gustavo Pinheiro e direção de Guilherme Piva. Foto: Pino Gomes

Algo de mágico acontece nas noites de São Paulo entre o sábado e o domingo. É quando as atrizes Lilia Cabral e Giulia Bertolli sobem ao palco do Teatro Renaissance para apresentar "A Lista", peça teatral escrita por Gustavo Pinheiro. Sob a direção cheia de sensibilidade de Guilherme Piva, elas emocionam, divertem e falam sobre o agora, em um momento em que a pandemia ainda está entre nós e atingiu tanta gente: a catarse é generalizada.

A partir de dois pontos de vista antagônicos, as personagens Laurita (Lília Cabral) e Amanda (Giulia Bertolli) discutem a relação construída a partir de uma gentileza: a história da jovem prestativa que se oferece para fazer compras por alguns moradores de um condomínio, entre eles uma senhora que, para se protager do coronavirus, não sai de casa há meses.

Amanda erra produtos da lista, Laurita não agradece nunca e sempre reclama. Estabelece-se uma péssima relação até que uma delas resolve cortar o vínculo e, a partir de uma conversa franca, passar a limpo uma relação formada por indiferença, mágoas e mal-entendidos. A magia do palco se faz diante dos olhos de um público maravilhado. Impossível não reconhecer o talento de Lilia Cabral e nem se apaixonar pela atuação de Giulia Bertolli.

Na vida real, são mãe e filha - será que há na genética o talento de artista? Talvez essa pergunta permeasse a apresentação no início do espetáculo. Depois, a dúvida se dissolve. Ter parentesco com um artista consagrado, além de ser uma dádiva, também deve ter o dissabor de ter que provar a todo mundo que se é bom no que faz. No caso de Giulia, se por acaso isso ainda for uma questão, a plateia não percebe. Não há um duelo e nem um embate entre quem é melhor - há um complemento, uma sincronia e uma espécie de linha invisível que amarra as duas e envolve a todos em uma espécie de hipnose.

É notório que o público está ali para ver de perto a grande dama da televisão brasileira. Lilia Cabral, musa das reexibições das novelas no período da pandemia em horário nobre da emisssora líder de audiência no país - foram duas protagonistas e um papel de destaque em sequência: "Fina Estampa" (de Aguinaldo Silva), "A Força do Querer" (de Glória Perez) e "Império" (de Aguinaldo Silva).

No palco, não é novidade a entrega de uma artista tarimbada pela televisão - é o que se espera dela, mas o grande ponto de interrogação era a atuação da filha. Giulia Bertolli é, surpreendentemente, a cereja do bolo de "A Lista" - e talvez a espinha dorsal de tudo o que gira em torno desta produção. Em um embate de falas contundentes entre as personagens - a atriz, que chega a interpretar duas personagens - brilha de uma maneira que nenhuma artista da idade dela, diante de um mito feito Lilia Cabral, conseguiria fazer. Há segurança e integridade em todas as falas ditas por ela, mas também há muita humanidade.

Não há a competição de quem é melhor entre as atrizes porque não há disputa. Há, sim, uma atmosfera de afeto que talvez não fosse possível perceber se não fossem mãe e filha em palco cujo público está rendido. Não existe "A Lista" sem Lília Cabral, muito menos o espetáculo não teria o mesmo impacto sem a presença marcante de Giulia Bertolli. Qualquer substituição possível não teria o mesmo efeito.

"A Lista" é sobre o agora, mas é também sobre a urgência de encarar a própria vida e transformar o que restou dela. É imprescindível assistir e, se por algum motivo você não sair mudado, reveja (a vida e a peça - nas duas situações, pode ter certeza, você sairá no lucro).

Ficha técnica:
Espetáculo: 
"A Lista". Texto: Gustavo PinheiroDireção: Guilherme Piva. Elenco: Lilia Cabral e Giulia Bertolli. Cenários e figurinos: J.C. Serroni. Iluminação: Wagner Antônio. Direção de movimento: Marcia Rubin. Assessoria de imprensa: Adriana Balsanelli e Renato Fernandes. Fotógrafo: Pino Gomes. Programador visual: Gilmar Padrão Jr. Direção de produção: Celso Lemos.


A Lista", com Lilia Cabral e Giuliana Bertolli. Foto: Bob Sousa

.: Espetáculo "A Criança Mais Velha do Mundo" reestreia no Sesc Belenzinho


Reestreia do divertido e poético espetáculo “A criança mais velha do mundo” da Banda Mirim. Foto: Mujica 


A partir do dia 8 de junho, no Teatro do Sesc Belenzinho, as crianças (e adultos) poderão se divertir com “A Criança mais Velha do Mundo”, espetáculo infantil. Esse é o sexto espetáculo do premiado grupo de teatro Banda Mirim. Com texto de Marcelo Romagnoli, teve estreia em 2011 no Sesc Consolação, em São Paulo, contando com Cláudia Missura na direção e artistas convidados: Luciana Paes e Thiago Amaral atuando no elenco, além de Cláudia Dorei na trilha sonora ao vivo. Compre o livro "A Criança mais Velha do Mundo" neste link.


A história
"A Criança mais Velha do Mundo"  é uma fábula musical que brinca com as dimensões do tempo -  ontem, hoje, amanhã. Com projeções e música ao vivo, conta a história de Magnólia, uma menina de seis anos que sai de viagem com o pai rumo ao aniversário da prima, fora da cidade. Enquanto isso uma senhora também está se arrumando para a festa dos 90 anos de sua melhor amiga. O cruzamento das duas histórias revela o enigma que é o tempo na vida de todo mundo.


O tempo na infância
"A Criança mais Velha do Mundo" pretende discutir alguns aspectos da formação da infância e no entendimento dos pequenos sobre o tempo, além de “filosofar” sobre as dimensões em relação a acontecimentos do passado, presente e futuro. A principal característica do desenvolvimento da inteligência na criança é a curiosidade. Ela fica mais perguntadora, percebe as mudanças ao seu redor e quer saber por que elas acontecem. Mas a noção temporal nessa idade ainda é muito rudimentar. 

A compreensão do ontem e amanhã passa a se desenvolver depois dos 5 anos, quando a criança tem noções mais claras de tempo e espaço. O espetáculo, com sua forma fabular, trata com as noções de agora, ontem, hoje, amanhã, antes, depois, noite, dia, novo, velho, com humor e música, buscando a delicadeza e apoiando-se na força poética que só o teatro pode oferecer.


Sobre a Banda Mirim
Especialista em criar espetáculos que mesclam teatro, música e circo para infância e juventude, a Banda Mirim é um premiado grupo com sede na capital paulista, composto por 12 artistas de diferentes áreas – entre atores, músicos, cantores e artistas circenses –, que há 18 anos destaca-se no cenário nacional com seus musicais multidisciplinares, traduzindo em poesia o universo infanto-juvenil.

Em sua trajetória, realizou nove montagens, quatro CDs, três livros, cinco DVDs, três especiais para televisão, três revistas, dois documentários, uma web série com cinco episódios, uma série em jornal, podcast, oficinas audiovisuais de música e teatro e algumas Mostras de Repertório, contabilizando mais de 250 mil espectadores e conquistando excelentes críticas em apresentações concorridas por todo o país. Entre os 29 prêmios recebidos, estão seis troféus da APCA, quatro da FEMSA e o Prêmio Governador do Estado de São Paulo.

Ficha técnica 
Texto: Marcelo Romagnoli. Co-direção: Cláudia Missura e Marcelo Romagnoli. Direção musical: Tata Fernandes. Elenco: Alexandre Faria, Cláudia Missura e Tata Fernandes. Músicas originais: Marcelo Romagnoli, Tata Fernandes, Valentina e Zoe D´orey. Cenário e luz: Marisa Bentivegna. Figurinos: Chris Aizner. Animações e vídeo-cenário: Anaisa Franco e Fernando Fraiha. Produção executiva: Andrea Pedro.


Serviço
"A Criança Mais Velha do Mundo". De 8 a 11 de junho 2023. De quinta a domingo, 12h. Local: Teatro do Sesc Belenzinho (374 lugares) . Ingressos: R$ 25,00 (inteira); R$ 12,50 (meia entrada); R$ 8 (credencial plena do Sesc). Grátis com retirada de ingressos (crianças até 12 anos). Recomendação etária: livre. Duração: 50 minutos. Endereço: Rua Padre Adelino, 1000 -  Belenzinho/São Paulo. Telefone: (11) 2076-9700. Estacionamento: de terça a sábado, das 9h às 22h. Domingos e feriados, das 9h às 20h. Valores: credenciados plenos do Sesc: R$ 5,50 a primeira hora e R$ 2 por hora adicional. Não credenciados no Sesc: R$ 12 a primeira hora e R$ 3 por hora adicional. Transporte público: Metro Belém (550m) | Estação Tatuapé (1400m).

sexta-feira, 2 de junho de 2023

.: Musical "Alguma Coisa Podre" estreia no Teatro Porto


Com direção de Gustavo Barchilon, "Alguma Coisa Podre" - versão brasileira de "Something Rotten" - conta com Marcos Veras, George Sauma, Laila Garin e Wendell Bendelack no elenco

Versão brasileira de Claudio Botelho para o musical "Something Rotten" (de Karey Kirkpatrick e John O’Farrell), o espetáculo "Alguma Coisa Podre" estreia no Teatro Porto, dia 16 de junho, sexta-feira, às 20h. Com direção de Gustavo Barchilon, a montagem conta com Marcos Veras, George Sauma, Laila Garin e Wendell Bendelack no elenco.

A história se passa em 1595, na Inglaterra, antes de Shakespeare escrever "Hamlet", considerada sua obra de maior destaque. Na época em que se passa a história, o dramaturgo já fazia enorme sucesso. Concorrentes do Bardo, os irmãos Nick e Nigel do Rêgo Soutto precisam montar uma nova peça, mas a falta de criatividade para lançar algo que faça mais sucesso que os trabalhos de Shakespeare os deixa em apuros. É aí que o sobrinho de Nostradamus prevê que o público vai adorar peças em que a história é apresentada por meio de canções, além de muita dança. O até então desconhecido musical. 

William Shakespeare é até hoje o mais importante escritor e dramaturgo da língua inglesa, mas para os irmãos do Rêgo Soutto ele é uma grande e talentosa pedra em seus sapatos. E por conta de uma competição com esse artista imortal que os personagens de "Alguma Coisa Podre", Nick e Nigel, criaram o primeiro musical da história do teatro. Essa é a premissa de Something Rotten" (nome original) – de Karey Kirkpatrick e John O’Farrell com músicas de Karey e Wayne Korkpatrick – que estreou na Broadway em 2015 e já recebeu mais de 10 indicações ao Tony Awards, o Oscar do teatro americano.

A versão brasileira de "Alguma Coisa Podre", é assinada por Claudio Botelho e conta com direção artística e texto adaptado de Gustavo Barchilon. A estreia do espetáculo acontece no Teatro Porto, dia 16 de junho, sexta-feira, às 20h. O elenco conta com Marcos Veras, George Sauma, Wendell Bendelack, Leo Bahia, e participação especial de Laila Garin. A produção é da Touché Entretenimento, dirigida por Renata Borges, e da Barho Produções, dirigida por Thiago Hofman. A temporada segue até 6 de agosto, com sessões sextas às 20h; sábados às 16h e 20h; domingos às 15h e 19h. Os ingressos estão disponíveis na plataforma Sympla.

“Quando assisti 'Something Rotten' a primeira vez já quis trazer o espetáculo para o Brasil. A história se arrisca num lugar incomum, satiriza a própria peça, os musicais, o teatro. Tenho certeza de que o público brasileiro vai gostar, pois é uma comédia rasgada e muito inteligente”, conta Barchilon. A peça traz também,Shakespeare, carinhosamente chamado de Will; a destemida e feminista Bea, esposa de Nick; o sobrinho de Nostradamus; além do religioso Irmão Jeremias, que não aprova os desejos de Portia, sua filha. 


A história
Os irmãos do Rêgo Soutto, Nick e Nigel, são autores de peças teatrais, mas a concorrência de Shakespeare é desleal, já que ele é um astro e o público só quer saber de suas criações. Sem dinheiro, mas muitas contas a pagar, eles estão tentando escrever uma peça que os deixe mais famosos que o rival Shakespeare. No entanto, vivem um grave bloqueio criativo. 

Nick, o mais velho dos irmãos, resolve, então, consultar um vidente para saber qual será o maior sucesso dos palcos no futuro. É aí que Nostradamus – o sobrinho – prevê que o público vai adorar peças em que a história é apresentada por meio de canções, além de muita dança. O até então desconhecido musical. 

Além de satirizar o gênero, a peça fala sobre a crise criativa de autores, sobre o machismo que impedia mulheres de trabalharem, a religião usada como instrumento para repressão, além, claro, de homenagear a obra de Shakespeare. Tudo isso de maneira inteligente e engraçada. O espetáculo ainda traz muitas referências a outros musicais famosos e às obras do Bardo. 

Ficha técnica:
Elenco: Marcos Veras (Nick do Rêgo Soutto). Leo Bahia (Nigel do Rêgo Soutto). George Sauma (Shakespeare). Wendell Bendelack (Nostradamus). Rodrigo Miallaret (Irmão Jeremias). Bel Lima (Portia). Participação especial de Laila Garin (Bea). Produtores Executivos: Renata Borges e Thiago Hofman. Direção Artística: Gustavo Barchilon. Versão Brasileira: Cláudio Botelho. Coreografia/Direção Movimento: Alonso Barros. Direção Musical: Thiago Gimenes. Figurino: Fábio Namatame. Cenário: Duda Arruk. Design de Som: Tocko Michelazzo e Gabriel Bocutti. Design de Luz: Maneco Quinderé. Visagismo e Perucaria: Feliciano San Roman. Diretora Residente: Vanessa Costa. Assessoria de Imprensa: Trigo Casa de Comunicação. Marketing Cultural: R+Marketing. Fotógrafo: Caio Galucci. Direção de Arte: Gustavo Perrella. Gestão de Projetos: Natalia Egler.

Serviço:
"Alguma Coisa Podre". De 16 de junho a 6 de agosto. Sextas, às 20h. Sábado, às 16h e 20h. Domingo às 15h e 19h. Ingressos: Plateia: R$ 250 (inteira)/ R$125 (meia-entrada). Balcão e frisas: R$150/ R$75 (meia-entrada). Balcão preço popular R$ 50 (inteira)/ R$ 25 (meia-entrada). Duração: 130 minutos. Classificação: 14 anos. Link vendas: https://bileto.sympla.com.br/event/82003


Teatro Porto
Al. Barão de Piracicaba, 740 – Campos Elíseos - São Paulo. Telefone (11) 3366.8700. Bilheteria: aberta somente nos dias de espetáculo, duas horas antes da atração. Clientes Porto Seguro Bank mais acompanhante têm 50% de desconto. Clientes Porto mais acompanhante têm 30% de desconto. Vendas: www.sympla.com.br/teatroporto. Capacidade: 484 lugares. Formas de pagamento: Cartão de crédito e débito (Visa, Mastercard, Elo e Diners). Acessibilidade: 10 lugares para cadeirantes e 5 cadeiras para obesos. Estacionamento no local: Gratuito para clientes do Teatro Porto.

Postagens mais antigas → Página inicial
Tecnologia do Blogger.