Mostrando postagens com marcador Teatro. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Teatro. Mostrar todas as postagens

domingo, 2 de fevereiro de 2025

.: Cia. da Revista faz nova temporada de "Tatuagem", adaptação teatral para filme


Com direção de Kleber Montanheiro, espetáculo tem canções da banda As Baías na trilha sonora e transforma as instalações de todo o espaço do grupo. Foto: Rodrigo Chueri / divulgação 


A Cia. da Revista comemora 25 anos de trajetória com a estreia do musical "Tatuagem", uma adaptação dirigida por Kleber Montanheiro para o longa-metragem que rendeu o Kikito de melhor filme ao cineasta recifense Hilton Lacerda no Festival de Cinema de Gramado, em 2013. O espetáculo volta em cartaz onde estreou, no Espaço Cia da Revista, e fica em cartaz até dia 24 de fevereiro. O musical venceu o Prêmio APCA de melhor direção e teve seis indicações ao Prêmio Bibi Ferreira, ganhando os prêmios de ator coadjuvante e arranjo original. 

O elenco conta com a participação de André Torquato / John Seabra, Bia Rezi, Cleomácio Inácio / Pedro Arrais, Gustavo Rezende / Victor Barreto, Júlia Sanchez / Larissa Noel, Lua Negrão, Lucas Truta / João Victor Silva, Mateus Vicente, Natália Quadros, Roma Oliveira / Raphael Mota e Zé Gui Bueno. Já a direção musical e os arranjos são assinados por Marco França e a produção pela Movicena Produções.

A trama acompanha a trupe teatral recifense Chão de Estrelas, que é liderada pelo extravagante Clécio Wanderley. Em uma noite, em 1978, os artistas recebem a visita do jovem Fininha, que é cunhado de Paulete, a estrela do grupo. Encantado com aquele universo marginal, o militar logo é seduzido pelo charmoso líder da companhia.

Os dois iniciam um tórrido relacionamento, que vai colocar Fininha diante de um grande problema: como viver esse amor e continuar trabalhando no repressivo ambiente militar em plena ditadura?

Algo curioso é que o Chão de Estrelas é inspirado no Teatro Vivencial, uma trupe pernambucana que fez sua arte nos anos de 1970 e 1980 e ficou conhecida por sua militância poética e como ícone da contracultura. E, de acordo com o diretor Kleber Montanheiro, o próprio trabalho feito pela Cia. da Revista tem muitas semelhanças com o do grupo retratado pelo filme.

“Nós todos temos essa ideia de junção de linguagens. A música sempre está muito presente em nossos espetáculos e exploramos outras possibilidades, como a dança, o circo, o circo-teatro e a própria revista como um gênero. Isso tem muito a ver com o Chão de Estrelas. E é interessante porque esse grupo estava inserido em um contexto de luta pela liberdade e nós estamos lutando para continuar com nosso espaço aberto, que ficou muito tempo fechado durante a pandemia”, compara o encenador.

Para transpor toda essa atmosfera criada pelo Chão de Estrelas no filme, a Cia. da Revista modificou até a estrutura de seu espaço. A plateia, por exemplo,  é acomodada em cadeiras e mesas de dois lugares e até o hall de entrada e a fachada do espaço foram repensados para lembrar a sede do grupo fictício. "Tatuagem" é o segundo espetáculo da trilogia de peças “Conexão São Paulo-Pernambuco”, que teve início em 2021, com a estreia de Nossos Ossos, a partir do romance do escritor Marcelino Freire. 


Trilha sonora d’As Baías
Kleber Montanheiro conta que a ideia de montar a adaptação surgiu nesse período de isolamento, em um momento que ele estava revisitando obras que marcaram sua vida. “Acho que a música acabou sendo o ponto de partida. Eu estava assistindo ao filme e notei que as canções d’As Baías se encaixavam perfeitamente em várias cenas. Tenho amizade com a banda, principalmente com a Assucena, pois dirigi o show da turnê “Mulher”, do primeiro disco delas. E parecia que as músicas tinham sido feitas para o filme”, comenta.

Embora a adaptação seja muito fiel aos diálogos do longa, a trilha sonora passou a incorporar as 23 canções de Raquel Virgínia, Rafael Acerbi e Assucena - que ainda compôs mais uma música inédita, “Tatuagem”, como tema do espetáculo.

“Existem várias camadas da música dentro da peça. Como as canções das Baías não contam uma história com começo, meio e fim, mas falam sobre um tempo, muitas vezes, a música tem uma função narrativa. Às vezes, funciona como um pensamento de uma personagem, comenta uma ação anterior e até anuncia algo que está por vir”, acrescenta o diretor.


Sinopse de "Tatuagem"
Recife, 1978. A trupe teatral Chão de Estrelas é liderada pelo extravagante Clécio Wanderley e tem Paulete como a principal estrela do grupo. Numa noite de show, eles recebem a visita do cunhado de Paulete, o jovem Fininha, que é militar. Encantado com o universo criado pela companhia, ele logo é seduzido por Clécio. Os dois iniciam um tórrido relacionamento, que coloca Fininha frente a um grande problema: lidar com a repressão existente no meio militar em plena ditadura. Um espetáculo sobre o amor e a liberdade em tempos de opressão.


Atividades extras na Cia da Revista
“Entre Drag Queens e Vedetes: as Atualidades do Teatro de Revista no Brasil”, com Rita Von Hunty, 06/fev (quinta), às 19h00.

“Encontro da Música com o Teatro”, com Assucena e Marco França -  12/fev (quarta), às 19h.

Oficina sobre dramaturgias musicais nos anos 1960 e 1970, com João Victor Silva, de 19 a 21 de fevereiro, das 19h às 21h. 

Oficina de voz, com Natalia Quadros, em 10, 12, 14 e 15 de março, das 14h às 17h. Duração total de 12 horas.


Ficha técnica
Espetáculo "Tatuagem"
Do filme de Hilton Lacerda
Adaptação, direção, cenários e figurinos: Kleber Montanheiro
Direção musical e arranjos: Marco França
Músicas: As Baías - Raquel Virgínia, Rafael Acerbi e Assucena
Música composta - Tatuagem: Assucena
Iluminação: Gabriele Souza
Visagismo: Louise Heléne
Preparação Côco de Roda: Val Ribeiro
Assistente de direção: João Victor Silva
Co-figurinista e direção de ateliê: Marcos Valadão
Costureira: Nonata Diniz
Aderecistas: Gustavo Zanela e Rebeca Oliveira
Cenotecnia: Evas Carretero
Pintura de telões: Victor Grizzo
Elenco: André Torquato/John Seabra, Bia Rezi, Cleomácio Inácio/Pedro Arrais, Gustavo Rezende/Victor Barreto, Júlia Sanchez/Larissa Noel, Lua Negrão, Lucas Truta/João Victor Silva, Mateus Vicente, Natália Quadros, Roma Oliveira/Raphael Mota e Zé Gui Bueno
Músico ensaiador: Gabriel Hernandes
Guitarra: Canhestro
Bateria: Caro Pisco
Teclado: Wagner Passos
Baixo / Violão: Gabriel Hernandes
Projeto Feito Tatuagem: Louise Heléne e Sérgio Santoian
Fotos Feito Tatuagem: Sérgio Santoian
Fotos do elenco: Rodrigo Chueri
Microfonista: Brenda Umbelino
Desenho de som: LABSOM - Kleber Marques
Direção de produção: Jota Rafaelli
Produção: Movicena Produções
Realização: Cia. da Revista
"Tatuagem" estreou no dia 14 de abril de 2022 no Espaço Cia. da Revista na Al. Nothmann, Santa Cecília - São Paulo.

Serviço
Espetáculo "Tatuagem"
Até dia 24 de fevereiro na Cia da Revista (Alameda Nothmann, 1135 - Campos Elíseos, São Paulo)
Sábados, domingos e segundas às 20h
Plateia: R$ 40,00 (Inteira) /  R$ 20,00 (Meia Entrada)*
Mesa (Ingresso Individual): R$ 40,00 (Inteira) /  R$ 20,00 (Meia Entrada)
A mesa tem capacidade para 3 pessoas. Cada ingresso garante apenas 1 lugar na mesa
*(estudantes, idosos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência)
Vendas: Sympla
Classificação: 16 anos
Duração: 135 minutos, com 15 minutos de intervalo

.: "Rita Lee - Uma Autobiografia Musical" volta para temporada explosiva até abril


A nova temporada acontece até dia 27 de abril. Foto: João Caldas

Em março de 2024, o Teatro Porto anunciou a estreia do espetáculo "Rita Lee - Uma Autobiografia Musical". O Brasil inteiro sabe a força de Rita Lee, mas ninguém imaginava que a peça estrearia com todos os ingressos da temporada vendidos. Após a estreia, várias sessões extras foram abertas e esgotadas imediatamente, e duas prorrogações de temporada também tiveram ingressos esgotados em menos de 24 horas. 

O musical foi visto por mais de 60 mil pessoas, completou mais de 100 apresentações e recebeu três indicações a prêmios: até agora a atriz Mel Lisboa (que interpreta a roqueira a pedido da própria) está indicada como melhor atriz nos prêmios DID, APCA e Shell. Quem ainda não viu a peça tem mais uma chance: a nova temporada acontece até dia 27 de abril de 2025.

Com direção de Marcio Macena e Débora Dubois, "Rita Lee - Uma Autobiografia Musical" tem roteiro e pesquisa de Guilherme Samora e direção musical de Marco França e Marcio Guimarães. Além de Mel Lisboa, o espetáculo conta com um elenco de peso com personagens icônicos da nossa MPB: Bruno Fraga (Roberto de Carvalho), Fabiano Augusto (Ney Matogrosso), Carol Portes (Censora Solange), Debora Reis (Hebe Camargo), Flavia Strongolli (Elis Regina), Yael Pecarovich (Gal Costa), Antonio Vanfill (Arnaldo Baptista e Charles Jones), Gustavo Rezê (Raul Seixas) e Roquildes Junior (Gilberto Gil).


Trajetória do espetáculo
Tudo começou quando Mel Lisboa pisou pela primeira vez em cena como Rita Lee, em 2014, no musical "Rita Lee Mora ao Lado". Ela não poderia prever algumas coisas: primeiro, que seriam meses de casa cheia em um dos maiores teatros de São Paulo. Segundo, que a própria Rita Lee apareceria sem avisar, abençoaria sua performance e ainda voltaria para assistir ao espetáculo. Trabalho, aliás, que rendeu a Mel prêmios como melhor atriz e a colocou de vez entre os maiores nomes do teatro nacional, com uma frutífera e diversificada carreira. 

Desta vez, Mel conta a história de Rita com base no livro da cantora, lançado em 2016 e um dos maiores sucessos editoriais do Brasil. O livro narra os altos e baixos da carreira de Rita com uma honestidade escancarada, a ponto de ter sido apontado como “ensinamento à classe artística” pelo jornal O Estado de São Paulo. 

A ideia do novo musical surgiu quando Mel gravou a versão em audiolivro, como Rita, em 2022.  O texto de Rita, numa narrativa envolvente e perfeita para um musical biográfico, conta do primeiro disco voador avistado por ela ao último porre. Sem se poupar, ela fala da infância e dos primeiros passos na vida artística; de Mutantes e de Tutti-Frutti; de sua prisão em 1976, na ditadura; do encontro de almas com Roberto de Carvalho; das músicas e dos discos clássicos; do ativismo pelos direitos dos animais; dos tropeços e das glórias.

“A vida de Rita precisa ser contada e recontada. Sua existência transformou toda uma geração. E continua a conquistar fãs cada vez mais jovens. Rita não é ‘somente’ a roqueira maior. Ela compôs, cantou e popularizou o sexo do ponto de vista feminino em uma época em que isso era inimaginável. Ousou dizer o que queria e se tornou a artista mais censurada pela ditadura militar. Na época, foi presa grávida. Deu a volta por cima e conquistou uma legião de ‘ovelhas negras’. Se tornou a mulher que mais vendeu discos no país e a grande poetisa da MPB”, declara a Mel Lisboa.

Como diz Rita no livro, seu grande gol é ter feito um monte de gente feliz. E Mel, no palco como Rita, leva a sério essa missão: todas as vezes em que interpreta Rita, as pessoas se comportam como se estivessem num show. Cantando junto, batendo palma e, não raras as vezes, correndo para dançar na frente do palco no “bis” do espetáculo. 

"Rita Lee - Uma Autobiografia Musical" cria, portanto, uma versão inédita que mostra todas as facetas dessa grande cantora, compositora, multi-instrumentista, apresentadora, atriz, escritora e ativista dos direitos humanos e uma das maiores artistas brasileira.


Ficha técnica
Espetáculo "Rita Lee - Uma Autobiografia Musical"
Roteiro e pesquisa: Guilherme Samora. Texto: Márcio Macena. Direção Geral: Débora Dubois e Márcio Macena. Direção Musical: Marco França e Marcio Guimarães. Coreografia: Tainara Cerqueira. Assistente de Coreografia: Priscila Borges. Figurinista: Giu Foti. Iluminação: Wagner Pinto. Elenco: Mel Lisboa, Bruno Fraga, Fabiano Augusto, Carol Portes, Debora Reis, Flavia Strongolli, Yael Pecarovich, Antonio Vanfill, Gustavo Rezê e Roquildes Junior. Coordenação de Produção: Edinho Rodrigues. Realização: Brancalyone Produções.


Serviço
Espetáculo "Rita Lee - Uma Autobiografia Musical"
Estreou em 26 de abril de 2024.
Temporada 2025 – De 31 de janeiro a 27 de abril de 2025
Sextas e sábados, às 20h; Domingos, às 17h.
Abertura de vendas dia 21 de novembro para o período de 31/01 a 16/03.
Ingressos:  Sextas: Plateia: R$180 (inteira) Balcão e Frisas: R$150 (inteira).
Sábados e Domingos: Plateia: R$200 (inteira) Balcão e Frisas: R$170 (inteira).
Valor Especial: R$40,00 (inteira)*
 *O ingresso Valor Especial é válido para todos os clientes e segue o plano de democratização da Lei Rouanet, havendo uma cota deste valor promocional por sessão.
Classificação: 12 anos.
Duração: 120 minutos.

Teatro Porto
Al. Barão de Piracicaba, 740 – Campos Elíseos – São Paulo.
Telefone (11) 3366.8700

Bilheteria:aberta somente nos dias de espetáculo, duas horas antes da atração.
Clientes Porto Bank mais acompanhante têm 50% de desconto.
Clientes Porto mais acompanhante têm 30% de desconto.
Vendas: www.sympla.com.br/teatroporto 
Capacidade: 508 lugares.
Formas de pagamento: Cartão de crédito e débito (Visa, Mastercard, Elo e Diners).
Acessibilidade: 10 lugares para cadeirantes e 5 cadeiras para obesos.
Estacionamento no local: Gratuito para clientes do Teatro Porto. 

O Teatro Porto oferece a seus clientes uma van gratuita partindo da Estação da Luz em direção ao prédio do teatro. O local de partida é na saída da estação, na Rua José Paulino/Praça da Luz. No trajeto de volta, a circulação é de até 30 minutos após o término da apresentação. E possui estacionamento gratuito para clientes do teatro.

.: "Pé na Estrada", em cartaz no Teatro Uol, tem temporada estendida


Com reflexões sobre a existência, espetáculo escrito por Paula Autran e dirigido por Zaqueu Machado se apresenta às quartas e quintas, 20h00. Foto: Felipe Moura Produções Artísticas


O Teatro Uol recebe, até 27 de fevereiro, às quartas e quintas, 20h, um espetáculo que convida o público a refletir sobre os desafios da existência humana. Dirigida por Zaqueu Machado e escrita por Paula Autran, "Pé na Estrada" apresenta uma trama sensível e poética que questiona o propósito da vida e a dificuldade de criar conexões autênticas em tempos de desencontros. No elenco, estão Felipe Moura, Delta de Negreiros e Maria Julia Ruivo.

A busca e a espera, temas inevitáveis da experiência humana, são o eixo central de uma trama poética que nos convida a explorar a complexidade das relações e o sentido da existência. Em um espaço-tempo suspenso, um encontro improvável entre um homem e uma mulher desencadeia diálogos repletos de contrapontos, onde reflexões sobre a jornada da vida emergem de forma profunda. 

Nesse universo simbólico, a peça questiona se o tempo e a efemeridade de uma convivência podem revelar novas perspectivas cuja única certeza é a constante impermanência. A dramaturgia constrói uma metáfora dos desafios contemporâneos, refletindo os anseios e expectativas do ser humano, que, apesar de suas certezas, navega em águas incertas, enfrentando fragilidades e inseguranças inerentes à condição de estar vivo.

O espetáculo propõe uma reflexão sobre os desencontros e os vazios existenciais que permeiam a vida moderna. Temas como propósito, solidão e a busca por significado se desdobram em cenas que provocam identificação e empatia, estimulando o público a revisitar questões fundamentais sobre conexão e comunicação. 

Em tempos onde o diálogo autêntico e a profundidade emocional parecem relegados a segundo plano, a peça resgata a importância de tais elementos, oferecendo uma experiência cênica que transborda relevância. Com sua “fantasia dramática”, Pé na Estrada instiga o espectador a repensar suas próprias vivências, em um convite para mergulhar na tessitura do tempo e na essência daquilo que realmente importa.

Desde sua estreia em 2022, Pé na Estrada tem conquistado públicos diversos e reforçado sua relevância no cenário cultural. A primeira temporada, realizada no Teatro Viradalata, em São Paulo, atraiu mais de 400 espectadores ao longo de quatro dias de apresentações, marcando o início promissor da trajetória do espetáculo. Em 2023, a peça ampliou seu alcance ao circular pelos Centros Educacionais Unificados (CEUs) de São Paulo, incluindo Vila Rubi, Parelheiros, Três Lagos, Navegantes e Cidade Dutra. Essa circulação permitiu que mais de 1500 pessoas vivenciassem a força poética e reflexiva da montagem.


Sinopse de "Pé na Estrada"
Entre a busca e a espera, modos distintos de estar no mundo colidem quando um Homem e uma Mulher se encontram por acaso. Em meio a diálogos sensíveis, o espetáculo revela desdobramentos inesperados ao trazer a perspectiva de um Velho e uma Velha, que ampliam os conflitos e questionam o sentido da existência.


Ficha técnica
Espetáculo "Pé na Estrada"
Texto: Paula Autran
Direção: Zaqueu Machado
Elenco: Delta de Negreiros, Felipe Moura e Maria Julia Ruivo
Idealização de figurino: Zaqueu Machado
Concepção e execução de cenografia: Zaqueu Machado e Huytilan Mazahua
Identidade visual e redes sociais: Lieser Touma
Operação de luz e som: Rafael Pereira
Assessoria de imprensa: Pevi 56 – Angelina Colicchio e Diogo Locci
Marketing: Emanoela Abrantes
Assessoria contábil: Eliane Azevedo Assessoria de Contabilidade
Produção executiva: Felipe Moura
Idealização: Felipe Moura Produções Artísticas Ltda.


Serviço
Espetáculo "Pé na Estrada"
Temporada: até 27 de fevereiro de 2025, quartas e quintas, às 20h
Local: Teatro Uol –  Av. Higienópolis, 618 - Higienópolis / São Paulo
Duração: 75 minutos
Classificação: 12 anos
Ingressos: De R$ 40,00 a R$ 100,00. Disponíveis para venda neste link.

.: "Novo Show", com Jhordan Matheus, dia 7 no Teatro Multiplan Morumbi

O show, que aborda temas como paternidade, sonhos e extraterrestres, está em cartaz no Teatro Multiplan Morumbi Shopping. Foto:@ajulianadasfotos.


Sucesso de público, Jhordan Matheus apresenta o solo “Novo Show”, dia 7 de fevereiro, no Teatro Multiplan Morumbi Shopping, em São Paulo. Conhecido pelo humor afiado, Jhordan aborda no show temas que vão desde a paternidade até a possibilidade de vida extraterrestre, trazendo de maneira cômica e descontraída, seus pensamentos mais sinceros. Aquilo que quase todo mundo já pensou e passou, mas nunca parou para conversar sobre com ninguém.

O humorista explora as aventuras da paternidade com histórias hilárias sobre o nascimento do filho, detalha suas experiências emocionantes em busca do sonho de infância de se tornar um PQD (paraquedista profissional) e diverte a plateia com relatos sobre sua vida profissional, superpoderes e extraterrestres. Ou seja, suas apresentações tornam-se um convite para fazer parte de sua intimidade, combinando comédia, emoção, interação e muitas risadas de uma forma que só Jhordan Matheus sabe fazer.


Sobre Jhordan Matheus
Jhordan Matheus atua há nove anos como comediante de stand up e foi através da sua vivência com as pessoas da periferia de sua terra natal, Salvador (Bahia), que a sua identificação com a arte aflorou e se firmou. Crescido no Engenho Velho de Brotas, começou sua trajetória artística na música e aos 14 anos atuou no filme “Capitães de Areia”. Seu talento para a comédia emergiu nos sets de filmagem, levando-o a estudar e se apresentar em shows de stand-up.

A estreia dele no stand-up foi em 2015 no Teatro Amélia Amorim em Salvador, e, desde então, dedicou-se à comédia, fazendo apresentações em bares e ganhando notoriedade na região. Com poucas oportunidades em Salvador, mas já com muita bagagem artística, o humorista decide se mudar e, em 2018, chega a São Paulo. Seu trabalho foi logo reconhecido nacionalmente e por grandes nomes do meio, e apenas um ano após desembarcar na capital paulista participou do programa “Conversa com Bial”.

Em 2021, lançou o show “Testani”, que percorreu o Brasil, sempre com lotação máxima. Em 2023, estreou seu primeiro show solo, “Batenu Tenu”, abordando temas pessoais e sociais de forma bem-humorada, resultando em gravação de especial no Teatro Jorge Amado em maio de 2024. Atualmente, Jhordan está em turnê com seu novo show, onde explora, com humor, temas variados que vão desde paternidade até vida extraterrestre.


Serviço
Espetáculo "Novo Show", com Jhordan Matheus
Teatro Multiplan Morumbi Shopping - Av. Roque Petroni Jr., Piso G2,1089 - São Paulo/SP
Dia 7 de fevereiro, às 22h30
Ingressos: A partir de R$35,00 (meia-entrada)
Vendas: https://bileto.sympla.com.br/event/101889/d/295194/s/2012929 

.: Espetáculo inclusivo "O Passageiro" em cartaz no Teatro União Cultural


Temporada ficará aberta durante todos os sábados de fevereiro, sempre às 21h00. Foto: divulgação

Com a proposta de desenvolver um teatro que rompe a barreira dos rótulos, a Cia. Alvo, com mais de uma década de atuação, está em cartaz com o espetáculo inclusivo "O Passageiro". A apresentação acontece no Teatro União Cultural, em São Paulo, às 21h00. A temporada ficará aberta durante todos os sábados de fevereiro.

Dirigido por Fabiano Moreira, “O Passageiro” é um espetáculo inclusivo que dispensa o uso de palavras, utilizando recursos corporais, audiovisuais e musicais para transportar o público a um cenário apocalíptico e instigar uma reflexão sobre como vivemos em meio ao caos. Com um enredo instigante, a peça nos desloca para um ambiente de tensão e questionamento, onde as crenças e os valores humanos são postos à prova. Ela provoca reflexões profundas sobre o impacto de nossas ações e como compartilhamos nossas convicções em um mundo cada vez mais dividido.

Portanto, prepare-se para uma experiência teatral transformadora, que mistura emoção e reflexão. O espetáculo aborda temas atemporais com uma perspectiva criativa e envolvente, oferecendo ao público a chance de rir, pensar e se emocionar com uma história que ecoa questões universais da humanidade. A Cia. Alvo se destaca por transformar o palco em um espaço vibrante de reflexão sobre os desafios contemporâneos e os dilemas universais que conectam as pessoas. Suas produções vão além do simples entretenimento, buscando provocar, emocionar e inspirar novas perspectivas sobre o mundo.

Sinopse de "O Passageiro"
Em meio a um mundo em colapso, onde a hostilidade e o caos dominam, um misterioso pregador surge na praça central para anunciar uma mensagem inquietante. Mas desta vez, algo está diferente. O tempo parece se despedaçar, revelando uma realidade que desafia a lógica e a sanidade. Seria uma visão divina, um delírio, ou o prenúncio do fim de tudo? Prepare-se para mergulhar em uma história que desafiará sua percepção e revelará segredos capazes de mudar o destino da humanidade. Elenco: Denis Snoldo (ator), Laíza Guedes (atriz), Percy Porchat (ator) e Luana Chacon (musicista).

Serviço
Espetáculo “O Passageiro”
Data: Todos os sábados defevereiro, sempre às 21h00
Local: Teatro União Cultural - R. Mário Amaral, 209, Paraíso, São Paulo
Ingressos pelo Sympla


sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

.: Musical "Nossa História com Chico Buarque" em cartaz no Sesc Pinheiros


Com dramaturgia criada por Rafael Gomes (que também assina a direção) e Vinícius Calderoni e produzido pela Sarau Cultura Brasileira, o espetáculo - que tem patrocínio da BB Seguros e realização do Sesc -  é inspirado nas canções, álbuns, livros e espetáculos teatrais dessa lenda da música brasileira. Foto: Renato Mangolin


Depois da bem-sucedida estreia carioca, o musical "Nossa História com Chico Buarque", dos premiados Vinicius Calderoni e Rafael Gomes, que também assina a direção, faz temporada em São Paulo até dia 28 de fevereiro no Teatro Paulo Autran, no Sesc Pinheiros. O trabalho traz no elenco Laila Garin, Heloisa Jorge, Artur Volpi, Felipe Frazão, Francisco Salgado, Larissa Nunes, Luísa Vianna e Odilon Esteves, com participações especiais de Soraya Ravenle e Ju Colombo. A banda é formada pelos músicos Alfredo Del Penho, Aline Falcão, Diego Zangado, Dirceu Leite e Ingrid Cavalcanti. 

Ao longo das últimas seis décadas, Chico Buarque construiu uma obra monumental, através de centenas de canções, álbuns, livros e espetáculos teatrais. Mais do que uma produção vultuosa, suas criações ocupam um lugar único dentro da vida brasileira, ao cantar momentos icônicos da história recente do país, mas também ao traduzir os sentimentos mais íntimos do inconsciente coletivo nacional. 

"Nossa História com Chico Buarque" nasce justamente do desafio de contar um enredo absolutamente original, concebido sob a inspiração do inesgotável universo buarqueano. O musical surgiu de uma provocação da produtora Andréa Alves, da Sarau Cultura Brasileira, para o diretor Rafael Gomes. Juntos, eles montaram o sucesso "Gota D’água [a Seco]" (2016), em uma releitura do clássico "Gota D’água", e passaram por outras incursões no repertório do homenageado: Rafael assinou uma montagem de "Cambaio" e Andréa produziu "A Ópera do Malandro" e "Os Saltimbancos".

O texto inédito é assinado por Rafael com Vinicius Calderoni, seu parceiro em diversos projetos, e narra a saga de alguns personagens de duas famílias cariocas ao longo de três gerações, como em um épico íntimo. A ação se passa em três momentos: 1968, 1989 e 2022, não à toa datas fundamentais para se contar a recente história política e social brasileira, quando, respectivamente, o país atravessava a pior fase da Ditadura Militar, logo após vem o período da redemocratização e chega na fase final, depois da pandemia e de uma nova ruptura democrática. 

Situadas em três tempos distintos, as narrativas começam separadas e vão aos poucos se interligando, formando um mosaico que contrapõe passado, presente e futuro. Um narrador costura as tramas e traz a realidade sociopolítica do Brasil para as margens da cena, encarnando também a presença-ausente de Chico Buarque e sua latente relação com a vida do país, em termos históricos e emocionais.

Enquanto os conflitos, paixões, encontros e desencontros das personagens se desenrolam no palco, mais de 50 canções e trechos de composições de Chico Buarque se embaralham com os diálogos, pontuando a ação e se incorporando à dramaturgia, ao complementar o que é dito pelos atores e revelar também o que não é dito, além de avançar com a ação da trama. Tudo é embalado pela direção musical de Alfredo Del-Penho, que criou novos arranjos para cada obra.

Entre as músicas selecionadas, estão clássicos incontestáveis ("Construção", "O Que Será"), hits radiofônicos ("A Banda", "Olhos nos Olhos"), obras também compostas para outras peças ("Tatuagem", "Roda Viva", "A História de Lily Braun") e criações mais recentes.


Tijolo com tijolo como se fosse música
"É um desespero ter que escolher dentro de uma obra de quase 400 músicas. O grande critério é mesmo saber quais as canções que vão servir à narrativa. É uma peça cuja proposta de dramaturgia se estrutura ao redor do quanto essas músicas fazem parte de nossa vida", conta Rafael Gomes, que, inclusive, buscou uma inspiração inicial para toda a trama na canção "Construção". 

"É uma inspiração de estética, no sentido de que os versos se repetem, alterando o fim ou variando entre si. A gente também tem três gerações de personagens que de alguma maneira se repetem ou não, ou variam entre si. Isso fica latente não só na trama, no que está escrito como situação, mas na própria estética do espetáculo, em que o elenco vai fazendo mais de um personagem conforme passam os anos", revela.

"Nossa História com Chico Buarque" busca um certo conceito de arqueologia do cotidiano, ao mostrar grandes e pequenos acontecimentos ao mesmo tempo. A dramaturgia flagra o macro da vida coletiva do Brasil se relacionando com o micro da vida do indivíduo e de uma família. Para Rafael, pareceu natural criar uma história que se desenrolasse pelas seis décadas de produção artística de Chico, tomando como marco inicial o lançamento de "A Banda", em 1966.

"No palco, a plateia vai acompanhar três gerações de pessoas que vão tendo seus descendentes e esses descendentes vão ressignificando o que foi feito antes, ou o próprio amadurecimento das personagens vai transformando suas experiências anteriores", reflete o diretor, que contou com a parceria de Vinicius Calderoni para a empreitada de criar toda a dramaturgia original. 

A dupla comemora 16 anos de criação artística e 14 de fundação da companhia Empório de Teatro Sortido. Curiosamente, esta é a primeira peça de teatro adulta escrita por eles, que já assinaram o texto de dois infantis juntos.

"Eu já dirigi textos que ele escreveu, já o dirigi em cena e em shows, já fizemos roteiros de séries e filmes, mas a gente nunca tinha escrito teatro adulto juntos. Então foi um ponto de chegada glorioso também que isso acontecesse com esse projeto e com a obra do Chico. Eu tinha já um argumento quando o Vinícius entrou no projeto, já um desenho da história e de como eu gostaria de contar. Ele entrou para realmente avançar e melhorar as ideias, debater e escrever o texto em si", conta Rafael.

Vinicius também é um parceiro constante da Sarau Cultura Brasileira e nos últimos anos assinou a dramaturgia de "Elza" (2018), dirigiu e escreveu "Sísifo" (2019), com Gregorio Duvivier, e "Museu Nacional - Todas as Vozes do Fogo" (2022), com a Barca dos Corações Partidos, três bem-sucedidos projetos da produtora.


Chico Buarque e a Sarau Cultura Brasileira
"Nossa História com Chico Buarque" marca mais uma etapa da longa relação de parceria entre a Sarau Cultura Brasileira e o compositor. Entre os frutos, estão "Os Saltimbancos" (2012), "A Ópera do Malandro"(2014) e "Gota D’Água [a Seco]" (2016), todas as montagens idealizadas por Andréa Alves. 

"A obra de Chico Buarque passou a fazer parte da minha vida e trabalhar com o seu repertório teatral virou um desejo constante. Nunca é demais render homenagem e lembrar o seu tamanho, em um país cuja memória precisa ser sempre revisitada, para que as novas gerações valorizem a sua cultura. Foram anos pensando em como e com quem fazer esse espetáculo acontecer, até que alcançamos as oito décadas do mestre", conta a produtora, que celebrou recentemente os 30 anos da Sarau, responsável por projetos como o musical "Elza", o Festival Toca e a companhia Barca dos Corações Partidos, entre muitos outros.


Ficha técnica
Musical "Nossa História com Chico Buarque" 
Texto: Rafael Gomes e Vinicius Calderoni
Músicas: Chico Buarque
Direção: Rafael Gomes
Direção musical e arranjos: Alfredo Del-Penho
Idealização e produção artística: Andréa Alves
Diretora de projetos: Leila Maria Moreno
Com: Laila Garin, Heloisa Jorge, Artur Volpi, Felipe Frazão, Francisco Salgado, Larissa Nunes, Luísa Vianna e Odilon Esteves, com participações especiais de Soraya Ravenle e Ju Colombo.
Músicos: Alfredo Del Penho, Aline Falcão, Diego Zangado, Dirceu Leite e Ingrid Cavalcanti.
Cenografia: André Cortez
Iluminação: Wagner Antônio
Figurino: Kika Lopes e Rocio Moure
Desenho de som: Gabriel D’Angelo
Direção de movimento e coreografia: Fabrício Licursi
Design gráfico: Beto Martins
Patrocínio: BB Seguros, através da Lei de incentivo à cultura
Realização: Sesc 


Serviço
Musical "Nossa História com Chico Buarque"
Até dia 28 de fevereiro | quinta a sábado, 20h  e domingos 18h
Sessões extras: 22 de fevereiro (sábado), às 15h00, e 26 de fevereiro (quarta-feira), às 20h00.
Duração:  150 minutos  
Local: Teatro Paulo Autran (Sesc Pinheiros)
Classificação: 14 anos
Ingressos: R$ 70,00 (inteira); R$ 35,00 (meia) e R$ 21,00 (credencial plena) 
Sesc Pinheiros- Rua Paes Leme, 195 - São Paulo.
Estacionamento com manobrista: Terça a sexta, das 7h00 às 21h00; sábado, domingo e feriado, das 10h00 às 18h00. 

.: "Magma-Jagunço" no TUSP Maria Antonia, gratuito até dia 23 de fevereiro


"Magma-Jagunço", de Clayton Mariano, relaciona a ascensão da extrema direita aos "novos jagunços" e ao agronegócio. Nova peça do Tablado_SP  faz temporada gratuita no TUSP Maria Antonia até dia 23 de fevereiro. Foto: Larissa Moraes


Ao refletir sobre as novas formas de “jagunçagem”, o diretor e dramaturgo Clayton Mariano criou o espetáculo "Magma-Jagunço", com apresentações no TUSP Maria Antonia. A temporada gratuita segue até o dia 23 de fevereiro, com sessões de quinta a sábado, às 20h00, e, aos domingos, às 18h00. A peça do Tablado_SP conta a história de um grupo de cineastas militantes de esquerda, que decide invadir a fazenda do tio de um dos membros do grupo, um dos maiores empresários da carne do país, para realizar uma ação político-artística. Durante a ação, porém, o grupo é capturado por um jagunço que parece não mais pertencer àquela realidade. O trabalho estabelece uma relação direta entre o agronegócio, a ascensão da extrema direita e o tradicional sistema jagunço.

“A ideia parte de algumas provocações do filósofo Paulo Arantes e do sociólogo Gabriel Feltran, que relacionam o avanço da extrema direita a um novo tipo de jagunçagem. Para esses estudiosos, é possível entender a extrema direita atual como uma verdadeira 'revolta de jagunços´. A base da jagunçagem é a mesma, o que significa uma aliança entre a fé, o messianismo religioso e a violência”, reflete Clayton.

A partir dessa premissa, o dramaturgo iniciou sua pesquisa e entrou em contato com os estudos do jornalista Bruno Paes Manso e do economista Marcio Pochmann. “Paes Manso publicou o livro 'A Fé e o Fuzil: crime e Religião no Brasil do Século XXI" (2023), sobre a relação entre membros do PCC ou da milícia com a igreja, Marcio Pochmann discorre em seus estudos sobre os ciclos da jagunçagem”, coloca. O elenco é composto por uma maioria de atores vindos do interior de São Paulo e conta com novos e antigos parceiros do diretor, a exemplo de Vinícius Meloni (indicado ao prêmio shell por Agropeça), André Capuano, Maria Tendlau, Rodolfo Amorim,  Rafael Lozano e Bruna Betito. 

Ao mesmo tempo, o diretor se debruçou sobre a figura literária do jagunço que atravessa a história da literatura e também do cinema. “Desde o século 19 até os dias de hoje, em obras como o livro 'Torto Arado', de Itamar Vieira Junior, e o filme 'Bacurau', de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, o jagunço e o sertão ocupam um espaço de destaque na nossa cultura, enraizando-se no imaginário nacional. O jagunço é uma personagem-símbolo do Brasil profundo”, comenta.

O diretor observa que, desde a década de 1990, com a industrialização do campo, assistimos a uma mudança profunda na cultura sertaneja. “Assim como o agro hoje é apresentado como pop e tech, o jagunço também se modernizou. Podemos entender as periferias e comunidades das grandes metrópoles como extensões daquele antigo sertão. Por isso, o jagunço de hoje é representado tanto pelos velhos capangas a serviço de fazendeiros, quanto por novas lideranças, a exemplo de pastores neopentecostais, pequenos proprietários, policiais, milicianos e qualquer outro que se impõem à força para garantir a ordem e a manutenção do poder”, acrescenta. 


Sobre a encenação
"Magma-Jagunço" se estrutura como se fossem dois filmes. "Jagunço", o primeiro filme (ou ato), é contado pela ótica dos militantes de esquerda. Já "Magma", o segundo filme, é uma espécie de remake de "Jagunço", só que contado pelo olhar da elite do agronegócio.  Os filmes têm posicionamentos e linguagens diferentes, mas se entrelaçam ao fim. 

“Hoje o agro é dono, ou pelo menos sócio, da maior indústria cultural do país, basta acompanhar as músicas mais tocadas nas plataformas de streaming para ver que nove, entre dez, fazem parte do que se chama de música sertaneja. Isso sem falar nas novelas, séries, podcasts, moda, etc. Por isso, na nossa peça, os cineastas acabam reféns do agronegócio, como muitos de nós que temos uma posição crítica a essa cultura, acabaremos, com sorte, estrelando ou escrevendo alguma ´novela rural´, financiada por essas grandes empresas. Trata-se de uma contradição antiga, obviamente, a novidade é que hoje, mais do que em outros tempos, isso não aparece mais como contradição”, argumenta Clayton. 

A pergunta que move a peça é justamente essa: o que pode a arte engajada diante dessa quase onipotência do agronegócio? Nesse sentido, a nossa tradição artística sobre os jagunços oferece algumas pistas e parece atingir uma espécie de síntese na obra de Glauber Rocha. Tanto em "Deus e o Diabo na Terra do Sol" (1964) como em "O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro" (1971), Glauber parece questionar os limites de uma aliança entre a militância de esquerda e o jagunço, na figura de Antônio das Mortes. "Pensamos se era possível recolocar o questionamento de Glauber diante dos 'novos-jagunços'. Faz sentido imaginar uma aliança, hoje, com parte dessa extrema direita?”, questiona o autor. Para dar o tom da montagem, a trilha sonora criada originalmente pelo músico e diretor de arte do espetáculo, Eduardo Climachauska, mescla aboios tradicionais, música eletrônica e o agronejo. 

Os cenários e figurinos de Jessica Mancini vão no sentido oposto ao tradicional imaginário do sertão. Trata-se de um sertão plastificado, como se fosse imaginado por jovens artistas na mesa de um bar da Santa Cecília. A luz de Camille Laurent enfatiza o caráter artificial desse sertão-pop.  A peça ainda conta com direção cinematográfica do cineasta Luan Cardoso, mesclando imagens ao vivo com cenas pré-gravadas “Há algumas referências explícitas ao cinema novo e outros filmes nacionais, ao longo da peça", comenta o diretor.  

O elenco é composto por uma maioria de atores vindos do interior de São Paulo e conta com novos e antigos parceiros do diretor, a exemplo de Vinícius Meloni (indicado ao prêmio shell por Agropeça), André Capuano, Maria Tendlau, Rodolfo Amorim,  Rafael Lozano e Bruna Betito. 


Sinopse de "Magma-Jagunço"
Três cineastas planejam uma ação política-artística: invadir a fazenda do tio de um dos membros do grupo, um dos maiores  empresários do agronegócio do país, para denunciar os crimes cometidos no campo. Durante a ação,  porém, o grupo é capturado por um jagunço que parece estar fora do seu tempo. Dois filmes narrados sob pontos de vistas opostos, questionam os limites da arte engajada diante do poder das elites empresariais do agronegócio no Brasil.


Ficha técnica
Espetáculo "Magma-Jagunço"
Texto e direção: Clayton Mariano
Elenco: André Capuano, Bruna Betito, Maria Tendlau, Rafael Lozano, Rodolfo Amorim e Vinícius Meloni
Direção de arte: Eduardo Climachauska
Cenário e figurino: Jéssica Mancini
Trilha sonora: Eduardo Climachauska
Direção cinematográfica: Luan Cardoso
Iluminação: Camille Laurent
Operação e edição de vídeo: Larissa Moraes
Fotos: Larissa Moraes
Produção: Leo Devitto e Letícia Alves/Corpo Rastreado
Assessoria de imprensa: Canal Aberto
Realização: Tablado_SP, Lei de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo, Cooperativa Paulista de Teatro.


Serviço
Espetáculo "Magma-Jagunço"
Até dia 23 de fevereiro, de quinta a sábado, às 20h, e, aos domingos, às 18h
Local: TUSP Maria Antonia - R. Maria Antônia, 294 e 258 - Vila Buarque
Ingressos: gratuitos | Retirada na bilheteria com 1 hora de antecedência
Duração: 120 minutos
Classificação: livre

quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

.: Núclea de PesquiZa Tranzborde reflete sobre o amor a partir das existências


Trabalho aprovado pelo edital de Fomento à Dança na cidade de São Paulo tem 90% da sua equipe composta por pessoas trans. Foto: Cabeça Realiza


O amor é um espectro e não algo único e fixo. Partindo dessa premissa, a Núclea de PesquiZa Tranzborde criou o espetáculo de dança "Amores Q_______", com estreia marcada para esta quarta-feira, dia 29 de janeiro, às 20h00, com apresentações até 2 de fevereiro,  na Rua Treze de Maio, 240, em sessões  gratuitas.

Com direção de Oru FloryDoFogo, o trabalho é uma das ações do projeto “TRANZ-FORMAR QUEM SE MOVE - por uma dança não transfóbica”, contemplado da 35ª edição do Fomento à Dança na Cidade de São Paulo. “É a primeira vez que esse edital premia uma iniciativa que tem uma equipe 90% trans”, comemora. 

Foram sete anos de pesquisa, de 2018 até essa estreia em 2025. “Eu, que não tenho experiências heterossexuais, queria entender por que sempre acabamos nos deparando com as mesmas questões quando o assunto é o amor. Será que não poderia existir outra forma de amar que não fosse atrelada a uma lógica de reproduções estruturais?”, reflete Oru.

Por esse motivo, inclusive, existe essa lacuna no nome do espetáculo, "Amores Q_______". A ideia do grupo é estimular a plateia a preencher esse espaço vazio com as suas experiências. Para a Núclea, a sociedade incentiva as pessoas a perseguirem o amor (Bell Hooks), mas não existe uma definição mais concreta sobre esse sentimento. “Na verdade, nós não temos uma educação emocional - relacional. Vamos apenas vivendo, sentindo e tentando nos encaixar nessas referências que vemos no cinema, na novela, na música”, defende Oru.

Sem a pretensão de encontrar respostas, o grupo se debruçou sobre as várias facetas do amor. Nesse mergulho, noções como abandono, desejo, tesão, sexualidade, ciúmes, carinho, casamento e namoro foram exploradas. Em cena estão Carole Sousa, Edan Mar, Gabs Ambròzia, Laian Lara, Marcéu Maria, rAFA CURA, Mirê Pi e Nu Abe.


Sobre a encenação
"Amores Q_______" se divide em três movimentos. Com uma trilha sonora que passa tanto pelo experimentalismo asiático e quanto pela música eletrônica brasileira, o espetáculo tem um lado visual muito importante. A plateia está acomodada diretamente no palco e a cenógrafa Juliana Augusta utiliza uma caixa branca ao invés de utilizar a preta tradicional do teatro.  

No começo, os intérpretes dançam as suas individualidades. São oito performers em cena, todas pessoas trans (travestis, transmasculinos e não binarios). É o momento em que essas pessoas retratam a batalha por manter-se vivas em uma sociedade neoliberal, focada exclusivamente no trabalho e no acúmulo de bens materiais.  

Para expressar isso, simulam uma troca de peles por meio de roupas que vão se acumulando naqueles corpos. De repente, enquanto esse processo de luta pela sobrevivência ocorre, aparece um casal cinematográfico dançando uma valsa e atropelando todo mundo.  

Depois disso, o foco da coreografia está em um aglomerado de experiências comuns da adolescência, um período com poucos filtros e quase sem julgamentos. Conceitos como voyerismo e sedução ganham destaque nessa hora.

Dando sequência, a Núclea de PesquiZa Tranzborde investiga os espectros do amor romântico. “Cada performer fez um levantamento sobre essa temática e, a partir das suas descobertas e das suas próprias histórias, juntaram-se em duplas para criar coreografias. Queríamos reunir pessoas com ideias opostas, por isso juntamos uma pessoa que sonha em casar-se com outra que não quer, por exemplo. Assim conseguimos acessar sentimentos como abandono e solidão”, detalha Oru.

O objetivo dessa parte do espetáculo é mostrar para o público as inúmeras tentativas de viver esse amor idealizado – até o ponto de chegar em vivências bem comuns da comunidade trans, como as tentativas e fracassos das relações não monogâmicas. Esse primeiro movimento termina no sofrimento, na destruição daquilo que se entende por amor romântico.

O segundo movimento está na esfera do sonho. De acordo com Oru, aqueles seres tentam construir outras formas de relações. A grande questão é problematizar a nossa noção de amor: será que ela é válida para todo mundo? Será que ela fará sentido para sempre? “Há uma luta contra a hegemonia, contra o estado. Queremos romper com tudo, ate mesmo questionar o especismo. Nesse momento, estamos partindo para um saber originário, para um outro modo de vida mesmo. Uma luta contra o tempo neoliberal”, explica Oru.

Por fim, o terceiro movimento simboliza a grande ruptura. “Voltamos a ser bicho e terra. Não quero apresentar nenhuma resposta sobre o que é o amor. Para mim, é mais importante sairmos desse trono humano e retomarmos aos saberes que o próprio bioma nos oferece”, acrescenta.


Sinopse
Entre fluxos de subjetividades e imaginários comuns à sociedade, os corpos deslizam em estados de sonho, delírio, prazer e sofrimento. Os espectros do amor exigem um mergulho mais profundo, mas também há a possibilidade de recriar onde se deseja mergulhar a partir de agora. A sociedade nos ensina a perseguir o amor, mas na ausência de suas definições mais concretas, seguimos insistindo nas possibilidades.


Ficha técnica
Espetáculo "Amores Q_______"
Direção: Oru FloryDoFogo
Intérpretes-criadores: Carole Sousa | Edan Mar | Gabs Ambròzia | Laian Lara | Marcéu Maria | Rafa Silva | Mirê Pi | Nu Abe
Sonoplastia: Bibi de Bibi | Maia Caos
Luz: Nalu Oliveira
Cenografia e adereços: Juliana Augusta
Figurino e contrarregragem: Jota Silva
Visual styling: Xole Senso
Preparação corporal:  LaHorta e Wellen Santana
Design: Nathê Miranda
Registros: Cabaça Realiza
Coordenação acessibilidade: Vanessa Bruna
Mediação: Anderson Vieira
Redes sociais: Oru FloryDoFogo
Produção: Corpo Rastreado - Gabs Ambròzia | Nuclea de Pesquiza TranZborde


Serviços
"Amores Q _______"
De 29 de janeiro a 2 de fevereiro de 2025
Quarta a sábado, às 20h e domingo, às 18h00
Classificação: 14 anos. Duração: 70 minutos
Local: Rua Treze de Maio, 240
Ingresso: grátis | Retirada na bilheteria com 1 hora de antecedência
Acessibilidade: Todas as apresentações contarão com audiodescrição

domingo, 26 de janeiro de 2025

.: Sucesso de público, comédia "Toc Toc" segue em cartaz no Teatro das Artes


Fenômeno mundial, a comédia é estrelada por André Gonçalves, Claudia Ohana, Riba Carlovich, Maria Helena Chira, Carolina Stofella, Miguel Menezzes e Letícia Lima. Tem texto de Laurent Baffie, direção de Alexandre Reinecke e tradução de Clara Carvalho. Foto: Bruno Poletti


Prepare-se para um espetáculo com muitos risos, reflexões e manias! A comédia teatral "Toc Toc", escrita por Laurent Baffie, traduzida e montada mundo afora diversas vezes após estrondoso sucesso na França, retorna aos palcos brasileiros com uma nova montagem e grande elenco, trazendo uma abordagem bem-humorada e sensível sobre o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). Visto no Brasil por mais de 1 milhão de pessoas, o espetáculo se passa em uma sala de espera de um consultório. Seis personagens, cada um com suas próprias obsessões, se veem obrigados a conviver e enfrentar seus desafios enquanto aguardam a chegada de um médico que, misteriosamente, nunca chega.

Branca (Letícia Lima), obcecada por limpeza; Maria (Cláudia Ohana), uma religiosa que vive com a sensação de ter esquecido tudo aberto; Lili (Maria Helena Chira), com seu hábito de repetição; Bob (Miguel Menezzes), fanático por simetria; Vicente (André Gonçalves), que não consegue parar de fazer contas; e Fred (Riba Carlovich), que luta contra uma síndrome que o faz dizer palavras obscenas, formam esse grupo peculiar. A demora do médico faz com que a única solução seja iniciar uma terapia em grupo, onde, entre crises, brigas e muitas gargalhadas, o público é convidado a acompanhar as dificuldades e as maneiras inusitadas que cada um encontra para lidar com seu TOC.

"Toc Toc" não é apenas uma comédia; é uma reflexão sobre a condição humana e suas peculiaridades, trazendo à tona temas importantes com leveza e bom humor. O espetáculo promete conquistar o público com sua combinação de situações cômicas e personagens inesquecíveis, garantindo uma experiência  única e envolvente. Não perca a chance de se divertir e se emocionar com essa comédia que explora as manias e obsessões de uma maneira que só o teatro pode oferecer!


Ficha técnica
Espetáculo "Toc Toc.
Texto: Laurent Baffie. Direção: Alexandre Reinecke. Tradução: Clara Carvalho. Idealização e Produção Artística: Sandro Chaim. Direção de Produção: Miçairi Guimarães. Gestor de Projeto: Fabinho Viana. Cenografia: Sandro Chaim e Alexandre Reinecke. Produtora Assistente: Rebeca Zavaski. Realização: Teatro Procópio Ferreira. Elenco: André Gonçalves, Cláudia Ohana,  Riba Carlovich, Letícia Lima, Carolina Stofella, Miguel Menezzes e Maria Helena Chira.


Serviço
Espetáculo "Toc Toc.
Até dia 6 de abril. Local: Teatro das Artes. Endereço: Avenida Rebouças, 3970 (Shopping Eldorado) - Pinheiros. Capacidade: 769 pessoas. Telefone: (11) 3034-0075. Duração: 120 minutos (sem intervalo). Classificação Indicativa: 14 anos. Ingressos – Entre R$ 50,00 R$ 140,00. Sessões - Sextas e Sábados, às 20h; Domingos, às 18h. Horário da Bilheteria - De terça e quarta das 13h às 22h. Quinta, sexta e sábado das 13h às 20h. Domingos das 13h às 22h. Venda de ingressos on-line: https://www.eventim.com.br/artist/teatro-das-artes/toc-toc-3792844/

.: Clarice Niskier apresenta espetáculo "A Alma Imoral" no Teatro Multiplan, em SP


Monólogo une sabedoria, humor e reflexão ao utilizar histórias e parábolas da tradição judaica para ilustrar dilemas entre conservadorismo e transgressão. Foto: Dalton Valério

O Teatro Multiplan MorumbiShopping, localizado no Piso G2 do shopping, recebe até dia 23 de fevereiro, aos sábados, às 20h00, e domingos, às 19h00, a atriz Clarice Niskier com o espetáculo "A Alma Imoral". Adaptada pela própria atriz a partir do livro homônimo do rabino Nilton Bonder, a peça desconstrói e reconstrói conceitos universais e milenares da história da civilização, promovendo uma reflexão profunda sobre a evolução humana.

Com supervisão de Amir Haddad, "A Alma Imoral" utiliza um humor fino e uma sabedoria marcante para explorar temas como corpo e alma, obediência e desobediência, certo e errado e traidor e traído. Clarice Niskier conduz o público a um mergulho instigante sobre o conceito de "alma imoral", que, segundo o rabino Nilton Bonder, conecta-se ao potencial transgressor do ser humano, essencial para sua evolução.

Em cena, Clarice estabelece um diálogo direto com a plateia, abandonando a "quarta parede" tradicional. Com um pano preto que se transforma em múltiplas vestimentas e um espaço cênico minimalista concebido por Luís Martins, a atriz utiliza histórias e parábolas da tradição judaica para ilustrar os dilemas entre o conservadorismo e a transgressão.

Desde sua estreia em junho de 2006, a peça tem mobilizado pensamento e emoção, destacando-se como uma das montagens mais impactantes do teatro contemporâneo. No palco do Teatro Multiplan MorumbiShopping, "A Alma Imoral" promete envolver e provocar o público em uma jornada única de reflexão e autoconhecimento.


Serviço
Monólogo "A Alma Imoral", com Clarice Niskier
Até dia 23 de fevereiro, sábados, às 2100h, e domingos, às 20h00
Classificação indicativa: 18 anos
Duração: 90 minutos
Ingressos: De R$ 60,00 a R$ 120,00 | Vendas pela Sympla

Teatro Multiplan MorumbiShopping
Avenida Roque Petroni Júnior, nº 1.089, Piso G2, Jardim das Acácias, 04707-900, São Paulo/SP.
Bilheteria abre em dias de espetáculo, duas horas antes de cada sessão.
Capacidade: 250 lugares.

.: "Desculpa - Uma Inconveniência em Nove Partes" provoca reflexão no teatro


Peça teatral reflete as fragilidades das relações interpessoais em um mundo cada vez mais atravessado pela tecnologia. Foto: Robson Gonzaga

O espetáculo “Desculpa - Uma Inconveniência em Nove Partes", da Cia. Teatral Soar Produções, chega ao palco da SP Escola de Teatro - Unidade Roosevelt, refletindo as fragilidades das relações interpessoais em um mundo cada vez mais atravessado pela tecnologia. A temporada se estende até 23 de fevereiro, com apresentações aos sábados, às 20h30, e domingos, às 18h00.  Sob a direção de Camilla Flores e com texto da dramaturga Vana Medeiros, a obra reúne 16 atores para abordar questões centrais da vida contemporânea. 

Em um contexto cultural onde a tecnologia exerce uma influência crescente, o espetáculo aborda, de forma crítica, as implicações dessa era digital nas interações humanas. A espetacularização da vida contemporânea é um dos temas centrais, levando o público a questionar como as relações pessoais são mediadas por dispositivos e como a identidade é moldada tanto no mundo físico quanto no virtual.

O espetáculo se propõe a explorar essas questões profundas por meio de uma narrativa multifacetada, que mergulha nas complexidades da experiência humana na era digital e seus efeitos na relação entre indivíduos. Camilla Flores, à frente da direção, traz sua vasta experiência como atriz e diretora. Com mais de 30 espetáculos no currículo, a artista participou recentemente no longa-metragem multipremiado "Ainda Estou Aqui", de Walter Salles. Por sua vez, a dramaturga Vana Medeiros carrega diversos prêmios internacionais por suas obras, tendo representado o Brasil em algumas edições da conferência Women Playwrights International. 


Ficha técnica
Espetáculo "Desculpa - Uma Inconveniência em Nove Partes"
Dramaturgia: Vana Medeiros
Direção: Camilla Flores
Assistente de direção: Nathália Soriano
Provocação artística: Marcio Vasconcelos
Elenco: Ana Laura Montemor,  Daniela Carinhanha, Débora Maia, Felipe Lucena, Inayê Andrade, Juliana Morgante, Juliana Sá, Kell Morka, Marcel Castro, Marília Zannon, Nathália Soriano, Rebeca Rodrigues, Renan Nardim, Renata Weinberger, Roberta Araújo e Vinicius Valesi.
Iluminação e operação de luz: Paloma Dantas
Trilha sonora: Camilla Flores e Márcio Vasconcelos
Fragmentos sonoros: Márcio Vasconcelos
Operação de som: Marília Alice                           
Figurinos e maquiagem: Roberta Araújo , Juliana Morgante e Juliana Sá
Produção executiva: Soar Produções
Assistentes de produção: Juliana Morgante, Juliana Sá, Marília Zannon,  Renata Weinberger, Roberta Araújo
Marketing digital: Juliana Morgante, Juliana Sá.


Serviço
Espetáculo "Desculpa - Uma Inconveniência em Nove Partes"
Local: SP Escola de Teatro - Unidade Roosevelt (Praça Franklin Roosevelt, 210, Consolação)
Até dia 23 de fevereiro de 2025.  Sábados, às 20h30, e domingos, às 18h00
Ingressos: R$ 50,00 (inteira), R$ 25,00 (meia-entrada)
Vendas somente pela internet na Sympla SP Escola de Teatro - www.sympla.com.br/produtor/spescoladeteatro
Lotação: 60 lugares
Duração: 70 minutos
Gênero: tragicomédia
Classificação: 14 anos

.: "Medida por Medida", de Shakespeare, até dia 16 no Teatro Sérgio Cardoso


A comédia escrita em 1603 permanece atual, abordando temas como corrupção e justiça. A tradução, adaptação e direção são assinadas por Edna Ligieri. Foto: Felipe Levenhagen

A comédia  "Medida por Medida" foi escrita em 1603 por William Shakespeare e apresentada em 1604 na corte de Jaime I quando foi mal recebida, talvez por tratar de temas até hoje atuais, como os conceitos de justiça e corrupção, equidade e abuso de poder, castidade e volúpia. Com tradução, adaptação e direção de Edna Ligieri, o espetáculo tem no elenco Ana Meirelles, Carlos Sabbag, Chico Neto, Elvis Shelton, Giovana Dorna, Marcelo Machado, Valéria Marcon e Willy Dantas, e fica em cartaz até dia 16 de fevereiro, no Teatro Sérgio Cardoso.

A história segue os atos de um senhor corrupto deixado a cargo de Viena, enquanto o Duque se disfarça para descobrir o quão ruim a moral em sua cidade se degradou. Quando se ausenta de seu país, o Presidente Vicente deixa o poder nas mãos de Ângelo, um rigoroso juiz que faz cumprir à risca a lei contra a fornicação em vigor na cidade. A aplicação da lei resulta na separação de dois inocentes: a gravidez de Julieta, antes do casamento, rende a Cláudio o encarceramento e uma condenação à morte. Isabella, freira noviça e irmã do prisioneiro, tenta reverter a sentença, apelando para Ângelo que se mostra irredutível. O texto foi atualizado por abordar temas como o poder, a justiça, a corrupção e os dilemas éticos e morais da vida pública e privada.


Ficha técnica
Espetáculo "Medida por Medida", de William Shakespeare
Tradução, adaptação e direção: Edna Ligieri
Elenco: Ailton Guedes, Ana Meirelles, Carlos Sabbag, Elvis Shelton, Marcelo Machado, Giovana Dorma, Valéria Marcon e Willy Dantas.
Figurino e cenário: Marcio Vinicius
Trilha Sonora: Ana Meirelles
Iluminação: Viviane Alfano


Serviço
"Medida por Medida", de William Shakespeare
Gênero: comédia
Duração: 50 min.
Recomendação: 12 anos
Data: até doa 16 de fevereiro, sábados e domingos, às 18h30.
Ingressos: R$ 40,00 (inteira) | R$ 20,00 (meia-entrada)
Ingressos on-line: https://bileto.sympla.com.br/event/101155
Bilheteria: de terça a sábado, das 14h00 às 19h00
Ingressos no dia do espetáculo: das 14h00 ao início da sessão


Teatro Sérgio Cardoso | 144 lugares
Sala Paschoal Carlos Magno
Rua Rui Barbosa, 153
Bela Vista / São Paulo

sábado, 25 de janeiro de 2025

.: Teatro: em SP, “Devastação Hécuba” reflete sobre crise ambiental brasileira


Inspirado na tragédia grega “Hécuba”, o Grupo Pandora de Teatro estreia seu novo espetáculo como conclusão da 3ª edição do Curso de Teatro Pandora. As apresentações são gratuitas e acontecem em Perus.  Foto: Mandy Barboza


De 25 de janeiro a 16 de fevereiro de 2025, sexta-feiras e sábados, às 19h00, domingos, às 18h00, com entrada gratuita, acontece a temporada de estreia do espetáculo “Devastação Hécuba” na Ocupação Artística Canhoba, no bairro de Perus, Zona Noroeste de São Paulo. Uma criação do Grupo Pandora de Teatro em colaboração com participantes da 3ª edição do Curso de Teatro Pandora. 

O “Curso de Teatro Pandora” foi realizado desde agosto de 2024 e teve como proposta vivenciar práticas de criação, estudo e experimentação cênica por meio das metodologias de trabalho do Grupo Pandora de Teatro, que atua há 20 anos no bairro de Perus. A partir das experimentações e estudos surgiu o espetáculo “Devastação Hécuba” com elenco composto por participantes do Curso e integrantes do Grupo Pandora. 

Inspirado na tragédia grega Hécuba, de Eurípides, o espetáculo tem como temática central o contexto da atual crise ambiental brasileira, evidenciando os impactos devastadores dos desastres ambientais. Com uma narrativa contemporânea, a trama acompanha a história de uma mulher que diante da perda irreparável de sua família e da destruição de sua cidade se revolta contra a ganância e a violência dos homens. 

As ações são do projeto "Pandora 20 Anos – Firmeza Permanente" contemplado na 41° Edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a cidade de São Paulo - Secretaria Municipal de Cultura.


Serviço
Espetáculo:  “Devastação Hécuba”. Duração: 80 minutos. Grátis. Classificação indicativa: 10 anos
Quando: de 25 de janeiro a 16 de fevereiro, sextas-feiras e sábados às 19h e domingos às 18h. Ocupação Artística Canhoba - Cine Teatro Pandora - Endereço: Rua Canhoba, 299 - Vila Fanton, Perus, Zona Noroeste de São Paulo. Capacidade: 50 pessoas. Estacionamento: Não possui. Acessibilidade: Não possui. Link para retirada de ingressos: https://www.sympla.com.br/produtor/grupopandoradeteatro.

.: Espetáculo "O que Vem Depois da Pele" está em cartaz no Espaço dos Satyros


O Satyros Lab, núcleo de pesquisa da Companhia de Teatro Os Satyros, está em cartaz com o espetáculo "O Que Vem Depois da Pele" até 16 de fevereiro. As apresentações ocorrerão nas sextas e sábados, às 20h30, e aos domingos, às 18h00, no Espaço dos Satyros, em São Paulo. Com um elenco de 15 atuantes, a montagem explora temas como os limites da existência, memória, identidade humana e as pressões da modernidade.

Inspirada na figura da Criatura de “Frankenstein” (1818), de Mary Shelley, e influenciada pelas ideias do filósofo Byung-Chul Han, autor de "Sociedade do Cansaço" (2015), o espetáculo utiliza a monstruosidade como uma metáfora para o que é reprimido ou marginalizado. A partir de uma estrutura fragmentada,  aborda a precariedade das relações humanas e a violência simbólica que permeia as interações cotidianas. Em um cenário onde burnout, depressão e ansiedade se tornaram problemas recorrentes, o espetáculo investiga como o corpo - entendido como território e expressão - é influenciado por essas forças, questionando também como comportamentos opressores são naturalizados na sociedade contemporânea.

"O Que Vem Depois da Pele" é uma ode à fragilidade da vida e à busca incessante por significado. Por meio de uma série de cenas interligadas, a peça apresenta uma atmosfera em que a linha entre a vida e a morte se desfaz. Os personagens, representando arquétipos da condição humana, se encontram em um espaço onde desejos, medos e esperanças se entrelaçam na trajetória da personagem central.

O grupo de pesquisa cênica da Companhia nasceu há aproximadamente 30 anos em Portugal, sob o nome de Núcleo Experimental Os Satyros. Em 2016, o núcleo foi reativado em São Paulo, agora chamado Satyros Lab, o laboratório cênico da Companhia de Teatro Os Satyros. Desde então, diversos espetáculos têm surgido desses processos de pesquisa em obras e temas relevantes.

Sinopse de "O Que Vem Depois da Pele"
A narrativa acompanha uma criatura múltipla e fragmentada que tenta compreender sua própria humanidade em um mundo que frequentemente a rejeita. Através de cenas que transitam entre o cotidiano e a auto-reflexão, a montagem convida o público a questionar o que define o humano e o que se torna descartável em tempos de crise e transformação social.


Ficha técnica
Espetáculo "O Que Vem Depois da Pele".
 Coordenação: Rodolfo García Vázquez Texto e Direção: Diego Ribeiro Elenco: Aurélio Lima, Débora Ferreira, Emerson Formigari, Francisco Melo, Gabriel Mello, Gabriel Moura, Giovanni Stefano, Isa Tucci, Klaus Sapphire, Lu Astolfo, Marina Bragion, Morena Marconi, Pauliana Reis, Philipp Anchieta e Raio Camilo Assistência de Direção: Gustavo Ferreira Preparação Vocal e Composição: Andre Lu Cenografia e Figurino: Coletivo Assistência de Figurino: Cleonice Moreira, Marly Moura, Tai Zatolinni Assistência de Cenário: Eduardo Chagas Iluminação e Sonoplastia: Diego Ribeiro Arte/Identidade Visual: Philipp Anchieta Realização: Os Satyros | @ossatyros


Serviço
Espetáculo "O Que Vem Depois da Pele".
 Estreia: 18 de janeiro Temporada: Até 16 de fevereiro Horários: Sextas e sábados, às 20h30; domingos, às 18h Local: Espaço dos Satyros (Praça Franklin Roosevelt, 214, Consolação) Ingressos: R$ 30,00 (entrada inteira) – R$ 15,00 (meia entrada) À venda: Na bilheteria e online, através da Sympla Link de Ingressos: https://bileto.sympla.com.br/event/101794 Duração: 90 minutos Gênero: Drama Classificação: 16 anos

sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

.: Cia. Mano a Mana preserva memória circense com shows gratuitos e mais


Projeto explora o método de confecção da barra criado e aprimorado pela própria companhia desde 2021. Atividades acontecem entre os meses de janeiro e fevereiro em vários espaços culturais de São Paulo. Foto: Carolina Simão


Com a missão de propagar a memória do circo como linguagem artística plural, o coletivo Mano a Mana investigou nos últimos anos técnicas circenses que não têm sido mais tão populares e estão em processo de esquecimento. E, para preservar uma dessas modalidades surgiu o projeto “Popularizando a Barra Russa”,  que conta com um espetáculo e os lançamentos de um livro e um filme. O grupo faz apresentações de “À Riscar” na Casa de Cultura Butantã, no dia 25 de janeiro, no estacionamento do Teatro Arthur Azevedo, nos dias 15 e 16 de fevereiro. 

Já o filme “Horizontes” é lançado no dia 23 de fevereiro, no Centro Cultural Santo Amaro. E  o livro “Barra Russa por Mano a Mana” é lançado no Centro de Memória do Circo, no dia 27 de fevereiro, das 14h às 16h, com direito a mais uma e exibição do filme e bate-papo com a autora. O projeto nasceu da investigação sobre a Barra Russa (técnica de acrobacias aéreas em cima de uma barra), provocada pelo encontro de interesses entre os fundadores do coletivo, Dyego Yamaguishi e Marília Mattos, e do Rodrigo Sarcinella, portô, acrobata e engenheiro, que, na época, era aluno de Mão a Mão Dyego. 

Sem qualquer experiência prática até então com a técnica, o trio de acrobatas começou em 2020 uma intensa pesquisa sobre como confeccionar a barra para iniciar seu treino. “Desde o momento que decidimos pesquisar e desenvolver a técnica da barra russa, nos esbarramos em inúmeras dificuldades: falta de acesso ao equipamento, falta de pessoas especialistas na modalidade e falta de espaços com estrutura para receber as práticas de barra russa”, comenta Mattos.

Em um primeiro momento, o trio encontrou apenas um vídeo canadense em inglês na internet sobre como construir o aparelho e alguns documentos escritos. Então, os artistas entraram em contato com a academia Acrobático Julius e conseguiram comprar deles uma barra dupla antiga, que precisava de algumas melhorias, mas funcionou para iniciar os estudos. Meses mais tarde, compraram as antigas varas de fibra de vidro de um ex-atleta brasileiro de salto com vara, que serviram de matéria-prima para a confecção da primeira barra tripla do grupo.

Depois de muita investigação e algumas adaptações de material, Sarcinella, Yamaguishi e Mattos chegaram ao modelo de barra russa ideal. Em março de 2021, eles começaram a treinar no novo equipamento, e, desde então, decidiram popularizar a técnica. 

Para isso, lançaram este vídeo no canal da companhia e escreveram o livro “Barra Russa por Mano a Mana”, que será lançado neste projeto, documentando toda a história do grupo com o aparelho e detalhando como construir a barra.

“Nosso objetivo  principal de popularizar o acesso a este equipamento potente é que as pessoas não tenham  tantas dificuldades quanto nós tivemos. Além disso, acreditamos que uma técnica só evolui e  se perpetua quando tem mais praticantes da mesma. Nosso desejo é que tenhamos mais desta  técnica em nosso país, que já tem excelentes acrobatas e portores de tantas modalidades”, explica Yamaguishi.

E, para despertar o interesse das pessoas pela técnica, surgiu o espetáculo “À Riscar”, com direção de Beatriz Evrard, também apresentado no projeto. Trata-se de um número sobre cumplicidade e sobre a passagem do tempo entre estes três amigos que se divertem ao mesclar as técnicas mão a mão e barra russa. 

Já o filme “Horizontes”, dirigido por Fravis, trás alguns aspectos da formação do trio e como se dá o dia a dia como artistas independentes em uma técnica pouco difundida no país. “O documentário é o registro de dentro do espetáculo; acompanhamos os treinos, aulas e o dia a dia do trio, com um olhar mais macro do fazer artístico. É uma visão de como a confiança e a amizade pode levar a lugares inimagináveis”, comenta a diretora.


Mano a Mana
O grupo é formado pelo Dyego Yamaguishi, portô de mão a mão há mais de 18 anos; pela Marília Mattos, acrobata há quase 25 anos; e pelo Rodrigo Sarcinella, acrobata e engenheiro de computação que há três anos atua profissionalmente como segundo portô na barra russa da companhia Mano a Mana. 

A companhia nasceu com Mattos e com Yamaguishi em 2019, a partir do desejo de estudar, praticar e disseminar técnicas de mão a mão e acrobacias. Com o interesse em pesquisar a barra, em 2021, o grupo deu início à saga de buscar e adquirir o aparelho, estruturar o espaço de treino e aprender um pouco da técnica. 

Ficha técnica
Espetáculo “A Riscar”
Realização: Mano a Mana
Artistas: Dyego Yamaguishi, Marília Mattos e Rodrigo Sarcinella
Direção: Beatriz Evrard @biacyr
Trilha original : Ivan Alves @ivanalves1178
Figurino: Samantha Macedo @samsmacedo
Produção: Quica Produções | Thaís Venitt | Thais Cris @quicaeproduz
Apoio: Galpão Cortina @galpaocortina

Livro “Barra Russa por Mano a Mana”
Texto: Marília Mattos de Oliveira
Projeto gráfico: YAN Comunicação @yancomunicacao
Diagramação: YAN Comunicação/ Victor Belluco
Revisão: Renata Guerra
Edição: 1a

Filme “Horizontes”
Direção, direção de fotografia e Color: Fravis
Produção - Assistente de direção e assistente de fotografia: Amanda Yamada
Assistência de produção: Amanda Sanches
Operadora de câmera: Mirrah Iañez
Operador de câmera: Albert Rodrigo
Montagem e roteiro: Cássio Kelm
Finalização e trailer: Analu Tortella
Som direto: Maria de Paiva
Trilha sonora: Ivan Alves


Serviço
"Popularizando a Barra Russa", por Mano a Mana

Espetáculo “À Riscar”
Sinopse: "À Riscar" é um número sobre cumplicidade, e sobre a passagem do tempo entre estes três amigos que se divertem. Os artistas Marília, Dyego e Rodrigo imprimem desenhos no espaço e tempo da cena utilizando as técnicas mão a mão e barra russa.
Duração: 20 minutos
Classificação: livre

Casa de Cultura Butantã - Av. Junta Mizumoto, 13 - Jardim Peri Peri / São Paulo
Dia 25 de janeiro, às 16h00 e às 18h00
Grátis

Teatro Arthur Azevedo -  Av. Paes de Barros, 955, Alto da Mooca / São Paulo
Dia 15 de fevereiro, às 16h00 |  16 de fevereiro, às 16h00 e às 17h30
Grátis

Circo Espacial - Av. Atlântica, 2800, Jardim Tres Marias / São Paulo
Dia 22 de fevereiro, às 16h00 e às 18h00
Cadeira Central: inteira: R$ 70 | Meia: R$35 | Cadeira Popular: R$ 50 | Meia: R$25
https://www.sympla.com.br/evento/16h-dom-26-01-25-circo-spacial-spark/2754077?share_id=copiarlink


Lançamento do livro “Barra Russa por Mano a Mana” + exibição do filme
Dia 27 de fevereiro, das 14h00 às 16h00
Centro de Memória do Circo - dentro do Centro Cultural Olido -  Av. São João, 473 - Centro / São Paulo
Entrada grátis


Lançamento do filme “Horizontes” e Bate papo com Direção do filme e artistas.
Sinopse: Dirigido por Fravis, trás alguns aspectos da formação do trio e como se dá o dia a dia como artistas independentes em uma técnica pouco difundida no país. “O documentário é o registro de dentro do espetáculo; acompanhamos os treinos, aulas e o dia a dia do trio, com um olhar mais macro do fazer artístico. É uma visão de como a confiança e a amizade pode levar a lugares inimagináveis”, comenta a diretora, que estará presente no lançamento para um bate papo após a exibição.
Dia 23 de fevereiro às 16h00
Centro Cultural Santo Amaro - Av. João Dias, 822 - Santo Amaro / São Paulo
Grátis
Duração: 60 minutos
Classificação: livre

.: Grátis: Pocket Festival Denise Stoklos comemora 471 anos de São Paulo


Aventura impulsiona cena cultural de São Paulo com Arena B3 e abre temporada 2025 com programação gratuita

Com uma curadoria de excelência e eventos diversos, a Arena B3, localizada no prédio da antiga bolsa de valores, promete ser um dos principais cenários culturais de São Paulo em 2025. Para estrear a programação e marcar o aniversário de 471 anos de São Paulo, a principal atração será o Pocket Festival Denise Stoklos, que trará leituras dramatizadas da renomada atriz e diretora teatral nos dias 25 e 26 de janeiro. Haverá também apresentações da Banda New Orleans on the Street. 

Entre as leituras dramatizadas de Denise Stoklos destacam-se “Um Fax para Colombo”, no dia 25 de janeiro, às 14h30 – um manifesto que aborda a história latino-americana e denuncia a violência contra povos originários; e “Cartas ao Pai”, às 17h00, inspirada nas correspondências de Franz Kafka, que revelam suas angústias e vulnerabilidades. No domingo, dia 26, serão apresentadas “Des-Medeia”, às 14h30, uma releitura do mito grego que opta pela esperança e pela luta por mudanças sociais no Brasil contemporâneo; e “Calendário da Pedra”, às 17h00, com uma reflexão cômica e introspectiva sobre a vida e suas escolhas. 

O público também poderá conferir a energia vibrante do jazz com a Banda New Orleans on the Street, que fará duas apresentações no sábado, dia 25, às 11h00 e às 13h20. Toda a programação de aniversário é gratuita e os ingressos para o Pocket Festival Denise Stoklos já se esgotaram no site, mas ainda é possível retirá-los no próprio local – antes de cada evento, com limite de dois por CPF.

Desde sua inauguração, em maio de 2024, a Arena B3 já atraiu mais de 8.500 pessoas em 49 espetáculos e 110 sessões que geraram 15 empregos diretos e mais de 300 indiretos. O local vem se consolidando como uma plataforma de manifestações culturais acessíveis e inovadoras, com foco na revitalização e ocupação inclusiva do centro histórico. 

“A ocupação deste espaço com iniciativas culturais de qualidade é uma prioridade para nós na Aventura. A Arena B3 simboliza todo o nosso compromisso de oferecer à população experiências que unem arte, inclusão e revitalização urbana”, afirma Luiz Calainho, sócio-fundador da produtora. “Queremos que esse espaço inspire encontros e celebre a riqueza cultural brasileira”, completa Aniela Jordan, também sócia-fundadora. A Arena B32 fica na Av. Brigadeiro Faria Lima, 3732, no Itaim Bibi, em São Paulo.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

.: Espetáculo sobre a vida transgressora do Padre Pinto estreia no Sesc Pompeia


Em cartaz no Teatro do Sesc Pompeia, "Padre Pinto: a Narrativa (Re)inventada" tem Ricardo Bittencourt e Sérgio Marone como protagonistas. Foto: Luis Ushirobira


Com direção e dramaturgia de Luiz Marfuz, o espetáculo "Padre Pinto: a Narrativa (Re)inventada" estreia no Teatro do Sesc Pompeia no dia 24 de janeiro, às 20h00. O elenco é encabeçado por Ricardo Bittencourt, como Padre Pinto, e Sérgio Marone, como Emissário, que estão em cena ao lado de 13 atores, além de banda ao vivo. Intolerância religiosa, sexualidade, preconceito social e racial, solidariedade e tensões entre vida e morte, sagrado e profano são temas levados ao palco.

Após se vestir de oxum - orixá feminino do candomblé - celebrar uma missa e dançar dentro da igreja em 2006, Padre Pinto (1947 - 2019) atrai a ira dos conservadores e a atenção da mídia nacional, enquanto os fiéis se dividem entre a aprovação e o repúdio. Um grupo de católicos pleiteia sua expulsão da paróquia da Lapinha, em Salvador, Bahia, acusando-o de violar o decoro sacerdotal. Apoiado por fiéis e admiradores, Padre Pinto justifica sua atitude como um ato de tolerância religiosa e não aceita sair da paróquia que presidia há 32 anos. Pressionada, a arquidiocese convoca um emissário do Vaticano para investigar o ocorrido e definir o destino do padre.

O espetáculo, antigo desejo do ator baiano Ricardo Bittencourt é uma iniciativa que junta atores e músicos do Teatro Oficina, que vêm acompanhando as leituras dramáticas e a construção da peça desde 2023, a artistas e profissionais baianos da música e da dança para recontar a história de um dos personagens mais controversos e transgressores do imaginário religioso contemporâneo brasileiro. “A minha ideia é partir de elementos físicos, vocais, de gestos dele para criar o meu padre Pinto, sem, obviamente, traí-lo e sem alterar a essência da alma dele”, diz Ricardo Bittencourt.

O produtor Fioravante Almeida, à frente da FLO Arts Produções e Entretenimento, que tem em seu currículo peças como "Iron, o Homem da Máscara de Ferro" e "O Jogo do Poder", que reabriu o Teatro Oficina após a morte de Zé Celso, fala que “é muito importante ter conseguido realizar o intercâmbio cultural entre Bahia e São Paulo. Essa mistura de artistas de diversas origens foi um acerto”.

Escrita pelo diretor e dramaturgo baiano Luiz Marfuz, autor de "Traga-me a Cabeça de Lima Barreto", o espetáculo conta com elenco grandioso: Ricardo Bittencourt, Sérgio Marone, Ágatha Matos, Gabriel Frossard, Igor Nascimento, Luciana Domschke, Mariano Mattos Martins, Rita Brandi, Sylvia Prado, Thaise Reis, Tony Reis, Victor Rosa e Wilson Feitosa - que também toca a música ao vivo da peça ao lado de Ito Alves e Moisés Moita Matos.

Em cena, o protagonista é atravessado por um feixe de temas que destacam a intolerância religiosa, a sexualidade, o preconceito social e racial, a solidariedade e as tensões entre vida e morte, o sagrado e o profano. A estrutura dramatúrgica desenvolve-se em três atos: "Ascensão e Glória", "Queda e Explosão" e "O Silêncio de Deus".

Segundo o diretor Luiz Marfuz, “a peça parte da ideia de que o espetáculo humano e cultural, vivenciado por Padre Pinto, se instaurou na sua vida e não no teatro. Isso o aproxima do espírito da etnocenologia – o estudo dos comportamentos humanos espetacularmente organizados no cotidiano -, uma das bases de pesquisa”. E completa: “Em vez de teatralizar a vida no palco, Padre Pinto instaurou a espetacularidade no dia a dia da Paróquia da Lapinha, onde foi pároco por mais 32 anos. Para isso, cantou e dançou ritos inspirados nas manifestações dos povos originários e africanos dentro da igreja e nas tradicionais festas de reis, que ele revitalizou”.

Para o dramaturgo, “a trama explode a história do Padre Pinto, fabulando o real e (ir)realizando o ficcional, abrindo-se às dimensões do onírico, sendo atravessada por três planos: (a) material, onde se situam Padre Pinto e as personagens com quem conviveu; (b) incorpóreo, onde transitam os reis magos, sombras, santos, abstrações e seres não nomeados na carne; (c) vão de passagem, espécie de corredor entre os dois mundos, percorrido pela figura ambígua do canjerê e pelas gárgulas”.  

Desse modo, a peça recupera a espetacularidade do Padre Pinto à luz da cena, sem pretender realizar uma biografia de sua vida, ou um documentário cênico, mas reinventá-la à luz das dimensões míticas e ficcionais dados pelo teatro.

Um pouco mais sobre Padre Pinto
José de Souza Pinto - Padre Pinto -, nasceu em Salvador, em 1947. Dedicou 32 anos do seu sacerdócio à Paróquia da Lapinha, bairro da capital, onde desenvolveu atividades de inclusão social e de combate à pobreza, como parte de suas crenças e de seu vínculo com a teologia da libertação e os manifestos históricos da igreja, como o “Pacto das Catacumbas” (assinado por bispos do Concilio Vaticano II) e “Eu ouvi os clamores do meu povo” (manifesto dos bispos do Nordeste a favor dos pobres e oprimidos, em plena ditadura militar).

Ao acolher o convívio entre personagens bíblicos e a cultura afro-cabocla, em suas missas e sermões da igreja, Padre Pinto revitalizou um festejo secular do bairro: a Festa de Reis da Lapinha, manifestação que data do período colonial brasileiro, e que recria o momento místico da visita dos reis magos ao menino Jesus. Ele foi o fundador do Terno da Anunciação, o mais famoso do cortejo.

Padre Pinto tinha habilidades artísticas notáveis. Dançarino, ele coreografava e dançava nas missas que oficiava, com trajes e cantos multiculturais. Em 1997, instalou na igreja um presépio com os Reis Magos em cima da réplica de uma fobica, o primeiro trio elétrico do Brasil. Como artista plástico, realizou intervenções urbanas e exposições em museus renomados de Salvador, criando mais de 500 telas e esculturas, uma delas a grande escultura de Cristo com traços negros, católicos e dos povos originários.

Em 2006, na festa de reis, celebrou uma missa, vestido de Oxum, orixá do candomblé, cantando e dançando na igreja e nas ruas do bairro. A maioria aplaudiu, mas os fiéis tradicionais e o clero conservador manifestaram incômodo. O evento explodiu na mídia, causou enorme polêmica e gerou uma investigação que envolveu o Vaticano. Um acordo entre o arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil Dom Geraldo Majella e o padre Ludovico Caputo, emissário da Santa Sé, culminou na remoção do Padre Pinto da Paróquia da Lapinha. 

 Em resposta, ele se inicia no candomblé, discute e vive publicamente sua homossexualidade e participa de forma ativa em shows e festas do verão de Salvador, atraindo a tenção da mídia nacional. Abandonado, ele é recolhido em um retiro na Paróquia da Divina Providência, no bairro de São Caetano, onde viveu por 13 anos. Em 2019, ele morre, devido a uma severa depressão e a complicações cerebrais. Em 2020, antes da covid-19 grassar o país, o Terno de Reis da Anunciação celebrou o legado do Padre Pinto em um cortejo de 150 integrantes, que assim se manifestaram: “Um artista”, “um iluminado”, “um gênio”, “ele era tudo para gente”.

Ficha técnica
Espetáculo "Padre Pinto: a Narrativa (Re)inventada"
Dramaturgia e direção: Luiz Marfuz
Diretor assistente: Roderick Himeros
Assistência de direção: Rita Brandi e Fernando Filho
Consultoria artística: Onisajé
Assessoria candomblaica: Marcio Telles
Elenco: Ricardo Bittencourt como Padre Pinto, Sérgio Marone, ator convidado para interpretar o Emissário, Ágatha Matos, Gabriel Frossard, Igor Nascimento, Luciana Domschke, Mariano Mattos Martins, Rita Brandi, Sylvia Prado, Thaise Reis, Tony Reis, Victor Rosa e Wilson Feitosa
Banda: Ito Alves, Moisés Moita Matos e Wilson Feitosa
Direção musical e trilha sonora original: João Milet Meirelles
Composições e arranjos foram construídos com a colaboração de Claudia Manzo, Ito Alves, Moita Matos e Wilson Feitosa
Preparação vocal e assistente de direção musical: Claudia Manzo
Desenho de som: Paulo Altafim
Cenografia: Cris Cortilio
Assistente cenografia: Rafael Torah
Criação de vídeo: Ciça Lucchesi
Cinegrafista: André Voulgaris
Direção de palco: Joana Pegorari
Direção de cena: Elisete Jeremias
Assistente de palco: Daniel Prata
Desenho de luz: Cesar Pivetti
Assistente de iluminação e programador de luz: Rodrigo Pivetti
Coreografia: Marilza Oliveira
Figurino e adereços: Kelly Siqueira e Paula Mares Ruy
Visagismo: Polly e Yuri Tedesco
Fotógrafo: Luis Ushirobira
Consultoria biográfica: Pablo Henrique da Silva Pinto
Assessoria de Imprensa: Pombo Correio
Pesquisa histórico-social e biográfica: Eduardo Machado, Ícaro Bittencourt e Georgenes Isaac (pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da UFBA e do Grupo Pé na Cena)
Produção: Camila Bevilacqua
Assistente de produção: Kauan Ramos
Coordenação geral do projeto: Fioravante Almeida
Produtora responsável: FLO Arts Produções e Entretenimento
Idealizadores: Ricardo Bittencourt, Luiz Marfuz e Mauricio Magalhães

Serviço
Espetáculo "Padre Pinto: a Narrativa (Re)inventada"
Sesc Pompeia: R. Clélia, 93 - Água Branca / São Paulo
De 24 de janeiro a 23 de fevereiro de 2025
Quintas, sextas e sábados, às 20h00
Domingos, às 17h00
* No dia 25 de janeiro, a sessão será às 17h00, por conta do feriado.
Duração: 120 minutos
Valores dos ingressos R$ 70,00 / R$ 35,00 / R$ 21,00
Ingressos a venda pelo site: sescsp.org.br

Postagens mais antigas → Página inicial
Tecnologia do Blogger.