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quarta-feira, 29 de novembro de 2023

.: Entrevista com Mauro Paz: "A literatura representa possibilidades"


Autor de "Quando os Prédios Começaram a Cair", lançado pela editora Todavia,  Mauro Paz nasceu em Porto Alegre, em 1981. Nesse romance, ele combina mistério, drama pessoal e questões urgentes e atuais ao falar sobre um protagonista que está com a vida acertada até que os prédios ao redor dele começam a cair. A capa, feita por Elisa v. Randow e Laerte Coutinho, ilustra o tema central da obra: a busca pelo outro e por algum significado para as coisas em um mundo em que as estruturas estão ruindo. 

O que há de autobiográfico nisso tudo? Ele próprio responde: "Pouco". E aponta para um amanhã cada vez mais desprovido de sentido e de paz. Mauro Paz  foi finalista do Prêmio São Paulo de Literatura com o romance "Entre Lembrar e Esquecer", e do Prêmio Sesc com o livro de contos "Por Razões Desconhecidas", além de ser autor do livro "CidadExpressa". Nesta entrevista exclusiva, ele fala sobre a vida, o processo de escrita e o que está no meio. Compre o livro "Quando os Prédios Começaram a Cair", de Mauro Paz, neste link.



Resenhando.com - O que há de autobiográfico em "Quando os Prédios Começaram a Cair"?
Mauro Paz - Há muito pouco de autobiográfico no enredo e no protagonista de "Quando os Prédios Começaram a Cair". Uma similaridade minha com o protagonista é o fato de ele sair do interior e tentar a vida em São Paulo. Apesar de ter nascido em Porto Alegre, eu cresci no bairro de Belém Novo, que nos anos 90 era como uma cidade do interior. Lá todos os acontecimentos giravam, e ainda giram, em torno da praça central e da igreja. Eu tinha o Guaíba em frente de casa e muita natureza ao redor. Solano, o protagonista do livro, sai do interior de Minas Gerais, de uma cidade pequena, e também cresceu com liberdade de andar na rua. Outro ponto em comum é que, de forma geral, Solano é atravessado por uma série de questões postas pela crise do modelo tradicional de masculinidade. E muitas dessas tensões também me impactam diariamente.

Resenhando.com - Laerte Coutinho fez a ilustração da capa. O que representa isso para você? Mauro Paz - A ideia de trazer a Laerte para ilustrar a capa do livro foi do André Conti, meu editor. Acredito que existe uma simbologia enorme nessa escolha. Para mim, "Quando os Prédios Começaram a Cair" é um livro que trata do desmoronamento das certezas do masculino neste começo de século XXI. Nesse sentido, vejo a Laerte como um ícone na cultura brasileira. Por volta de 2010, quando ela anunciou abertamente a transição de gênero, a imprensa tradicional não falava tanto sobre o tema. Então surge Laerte, um homem com mais de 60 anos, que namorava uma mulher, dizendo já não se identificar com a performance do sexo biológico. Vejo que essa falta de reconhecimento que a Laerte sentiu, hoje, mais de dez anos depois, ganhou muita força entre os meninos adolescentes, que ou recusam o modelo de masculinidade ou buscam outras formas diferentes de masculinidade.

Resenhando.com - O que representa a literatura em sua vida?
Mauro Paz - 
Na minha vida, a literatura representa possibilidades. A forma com que a gente vive leva a gente a seguir padrões muito estreitos. Leva a gente a aceitar que a péssima condição de trabalho é a única forma de ganhar a vida. Leva a gente a aceitar as horas perdidas no transporte público de má qualidade. Leva a gente a não questionar a forma com que as construtoras atropelam o bem-estar das pessoas para erguerem prédios cada vez mais altos e rentáveis. Nesse mundo de limite e repetição, a literatura aparece para mim como algo mágico. O analógico artefato do livro, com suas páginas de papel e milhares de caracteres ordenados, ainda é uma das possibilidades mais abertas para o pensar.


Resenhando.com - Na sua própria literatura, em que você se expõe mais, e por outro lado, em que você mais se preserva, em seus textos?
Mauro Paz - 
Como comentei, para mim a literatura são possibilidades. Agora quais possibilidades escolher na hora de escrever? Eu, particularmente, tento escolher caminhos que levem o meu leitor ao questionamento sobre o modo como ele vive e a sociedade no entorno dele está organizada. Olhando por essa perspectiva, acredito que me exponho bastante. E, para fazer isso, nem sempre escolho os personagens que seguem a cartilha do politicamente correto. Prefiro personagens que gerem algum desconforto, que a partir da complexidade deles o leitor reflita. Seguir por esse caminho é custoso para mim. No processo de escrita, surgem muitos medos sobre como os personagens serão recebidos. Com Solano, de "Quando os Prédios Começaram a Cair", foi assim. Só agora, com o retorno dos leitores, estou vendo que ele funcionou bem. Quanto ao que mais me preservo no que escrevo, acredito que seja a minha vida particular. Até o momento não senti necessidade de escrever algo que passe perto da autoficção. Eu gosto muito do gênero, acho os livros da Annie Ernaux geniais. Ela consegue tratar de questões íntimas dela, mas sempre dando uma perspectiva do que acontece no mundo ao redor. Talvez algum dia eu me exponha dessa forma. Atualmente, como opto pela ficção, prefiro criar situações mais interessantes do que as que vivo.

Resenhando.com - Que conselhos você dá para as pessoas que pretendem enveredar pelos caminhos da escrita?
Mauro Paz - 
Para quem está começando a escrever, o conselho que posso dar é: conheça o gênero que você quer escrever. Saiba a história do romance moderno, do conto, da poesia. Esses gêneros tiveram uma razão de nascer. E têm uma razão para estarem se transformando. Busque entender isso. Quando você entender, olhe ao redor. Leia os seus contemporâneos. Leia os estrangeiros, mas, principalmente, leia os brasileiros. Aprenda com eles sobre o que fazer ou não fazer. Reflita sobre as tensões do mundo. Depois disso tudo, arrisque escrever o que tem verdade para você, seja no conteúdo ou na forma. Encontre o que soa verdadeiro para você. Um texto escrito com verdade transpira no papel e cria ligações fortes com os leitores.

Resenhando.com - Quais livros foram fundamentais para a sua formação enquanto escritor e leitor?
Mauro Paz - 
Todos que li, os que gosto e os que não gosto. Acredito que aprendo muito lendo textos que não gosto tanto. Eles me ajudam a pensar sobre o que não fazer e recalcular a minha rota de escrita. Porém, entre os que gosto, há dois livros que me despertaram para o escrever: "O Apanhador no Campo de Centeio", do Salinger, e "Feliz Ano Novo", do Rubem Fonseca. Esses dois livros me mostraram que a literatura não precisa ser algo mofado, com uma linguagem distante. Depois deles, comecei a realmente me interessar pela escrita. Há livros que considero nortes para minha escrita: "Pôncia Vivêncio", da Conceição Evaristo, "Iniciantes", do Raymond Carver, "Os Anos de Aprendizado de Wilhelm Meister", de Goethe, "Ficciones", do Borges, e tantos outros. Quanto à teoria, acredito que "A Poética", de Aristóteles seja uma influência fundamental. Releio bastante. Boa parte do que aprendi sobre personagem e enredo está lá.

Resenhando.com - Como e quando começou a escrever?
Mauro Paz - 
Comecei a escrever prosa no começo dos anos 2000, quando ainda estava na faculdade de Letras. Durante o ensino médio, eu não lia muito. Entrei no curso de Letras meio por acaso e realmente me encantei com a literatura. Foi uma das paixões mais transformadoras da minha vida, sem dúvida. Foi como se virasse uma chave, "é isso que eu tenho que fazer". Bem naquela época, eu perdi uma amiga de infância de um jeito trágico. Durante a adolescência ela mudou de bairro e nos afastamos. Fazia uns cinco anos que não nos víamos. Então, numa manhã, abri o jornal e vi a foto dela na página policial. A reportagem dizia algo do tipo "Garota de programa é encontrada morta em apartamento. Polícia acredita em caso de suicídio". Na reportagem eu descobri que ela trabalhava há alguns anos em uma famosa boate de Porto Alegre exatamente na mesma quadra em que eu morava. O que mais me incomodou é que a mesma matéria dizia que ela morava com o namorado, ex-policial, e as armas encontradas no apartamento eram dela. Tinha todos os indícios de que ela havia sido assassinada, mas para o jornal era só mais uma garota de programa. Que diferença fazia como ela morreu? O fato de ela estar tão perto e, ao mesmo tempo, em um universo tão distante, somado à forma com que a vida dela se fechou, desencadeou em mim um desejo enorme de pensar numa possibilidade diferente da que estava descrita no jornal. Então escrevi meu primeiro conto.

Resenhando.com - Quais escritores mais influenciaram a sua trajetória artística e pessoal?
Mauro Paz - 
O autor que mais me influenciou foi o J.D. Salinger. Gosto muito da forma despretensiosa com que ele narrava situações complexas. Além da forma de narrar, me atrai muito em "Franny e Zooey", assim como no conto "Teddy", de "Nove Histórias", quando Salinger explora temas mais filosóficos. O universo do mistério sempre me interessou muito. Tento fazer uma literatura realista enevoada por mistério. Acredito que comecei a enxergar melhor esse caminho estético lendo Paul Auster e os contos de Altair Martins no começo dos anos 2000. Uma autora com influência sobre a minha forma de pensar a lógica do romance é a irlandesa Sally Rooney. Usei o romance "Pessoas Normais" como meu objeto de estudo no mestrado. Em uma das entrevistas a que assisti, Sally comenta que não pensa o romance a partir de um personagem. Ela prefere criar a dinâmica entre dois ou mais personagens para então desenvolver o enredo. Acredito que esse é um caminho muito generoso de olhar para a vida. O romance moderno nasce do individualismo burguês lá no século XVIII. Ele evolui em compasso com o liberalismo e o capitalismo. Se você observar a linha evolutiva das personagens do romance, em sua maioria, elas se tornam cada vez mais individualistas e voltadas para si. Pensar um romance a partir de relações é refletir sobre as engrenagens sociais e se abrir para um pensamento fundamental neste século XXI: dependemos uns dos outros. Seja em relação a afeto, a trabalho ou à preservação do planeta, dependemos uns dos outros. Por isso, vejo a perspectiva da Sally Rooney muito alinhada com o atual momento histórico. E certamente contará muito nos meus próximos trabalhos. Independentemente desses autores que comentei acima, a grande influência que sofro na minha trajetória artística e pessoal são os autores-amigos com os quais troco sobre o fazer literário. Tenho muita sorte de ter, perto de mim, pessoas maravilhosas como Vanessa Vascouto, Natália Zuccala, Tobias Carvalho, Samir Machado de Machado, Camila Maccari, Rafael Bassi, Rodrigo Tavares, Carlos André Moreira, Natalia Timerman, Maria Fernanda Maglio, Anita Deak, Liliane Prata, Camilo Gomide, Gael Rodrigues, Tiago Germano, Gabriela Silva, Helena Terra, entre outros.


Resenhando.com - É possível viver de literatura no Brasil? 
Mauro Paz - 
Acredito que é possível, sim, viver de literatura no Brasil. Porém, o ponto principal é você entender que viver de literatura não se limita a ficar trancado em casa, escrever seus livros e esperar que o dinheiro caia do céu. Viver apenas com a venda de livros é difícil não só no Brasil, mas em qualquer lugar do mundo. No entanto, há outras formas de fazer dinheiro com literatura: lecionar, participar de eventos, editar, traduzir. Boa parte dos escritores que conheço que vivem de literatura se dividem entre escrever e alguma outra atividade ligada à literatura.

Resenhando.com - O quanto para você escrever é disciplina? É mais inspiração ou transpiração?
Mauro Paz - 
Penso muito sobre o que planejo escrever. Muito mesmo. Rascunho. Testo possibilidades narrativas. Então, para mim, escrever é transpirar. Porém, também acredito que para escrever algo bom é necessário transpirar inspiração, ser movido por uma ideia que te toque profundamente e crie o movimento da escrita.


Resenhando.com - Quanto tempo por dia você reserva para escrever?
Mauro Paz - 
Não tenho uma regra. Quando estou com o projeto de um livro em andamento, reservo em média duas horas diárias.

Resenhando.com - Você tem um ritual para escrever? 
Mauro Paz - 
Não tenho um ritual para escrever, mas prefiro escrever pela manhã. A minha cabeça está mais fresca e rendo melhor. Há também um tempo para eu me conectar com o texto. Quando volto para casa de uma viagem, levo uns dois dias até me sentir à vontade novamente para escrever. Quando estou fora também, preciso me sentir confortável com o lugar para conseguir escrever.

Resenhando.com - Em um processo de criação, o silêncio e isolamento são primordiais para produzir conteúdo ou o barulho não o atrapalha?
Mauro Paz - 
Eu prefiro escrever com silêncio. Consigo escrever com barulho, mas não acho o ideal.

Resenhando.com - O que há de autobiográfico nos textos que escreve?
Mauro Paz - 
Não há.

Resenhando.com - Como começar a ler Mauro Paz?
Mauro Paz - 
Eu gosto muito de todos os meus três livros, porém acredito que em "Quando os Prédios Começaram a Cair" encontrei alguma maturidade quanto à forma. Então, minha sugestão é começar por ele.

Resenhando.com - Por qual de seus livros - ou personagem - você sente mais carinho?
Mauro Paz - 
Eu sinto um carinho especial pelo narrador do conto que abre o meu livro "Por Razões Desconhecidas". O conto se chama "Minha Mãe, Florence Thompson". É uma história baseada em uma foto famosa da grande depressão americana de uma mãe abraçada a seus filhos. No conto, o menino remonta o dia em que a mãe precisou dar uma das filhas.

Resenhando.com - Que livro você gostaria de ter escrito?
Mauro Paz - 
Eu gostaria de ter escrito "O Jogo da Amarelinha", do Cortázar. Esse livro me fez entender que um romance é um convite a um jogo. Com total domínio da linguagem, leveza e verdade, (Julio) Cortázar constrói nessa obra duas dinâmicas lindas de leitura, seja para quem lê na forma direta ou na ordem indicada pelo autor. É um livro inteligente, com mistério, mas também com paixão e realismo. Demorei um tempo para perceber, mas união entre o mistério e a paixão é algo que busco constantemente no que escrevo desde o primeiro conto.

Resenhando.com - Hoje, quem é Mauro Paz por ele mesmo?
Mauro Paz - 
Mauro Paz é um homem de 42 anos, com um metro e oitenta e três de altura e noventa e seis quilos. Ele tem olhos francos e cabelos castanhos, já com alguns fios brancos. Esses fios brancos também se espalham pela barba e pelo juízo de saber quando ficar calado. Mauro não perde oportunidades de estar com seus pais, nem com suas irmãs. Ele gosta de nadar, mas nem sempre encontra tempo e lugar. Então, ele corre e tenta manter alguma saúde com aulas de funcional. Além de escrever livros, Mauro trabalha com propaganda e desenvolve roteiros. Ele adora viajar e aprender sobre a história dos lugares. Cultiva boas amizades. Acredita na maravilha dos encontros inesperados. Em especial, prefere encontrar os amigos em pequenos grupos ou sozinhos. Apesar de morar em São Paulo há 15 anos, Mauro ainda se considera o mesmo menino que cresceu no bairro de Belém Novo, pertinho do Guaíba, em Porto Alegre. Gosta de sentir o cheiro das árvores e da terra e de escutar o barulho da água correr nas pedras. Detesta a ideia de que algumas poucas pessoas acumulam bilhões, enquanto milhões de outras não têm o que comer ou onde morar. Queria ajudar mais em relação a isso, mas não tem todo o tempo que gostaria porque trabalha bastante. Um dos motivos para trabalhar tanto é o medo de envelhecer e também não ter o que comer ou onde morar. Apesar desse medo e das pessoas com fome e dos massacres promovidos pelos países ricos em nome da liberdade, Mauro acha a vida um verdadeiro milagre. E lamenta muito o dia em que vai dizer adeus. 


Garanta o seu exemplar de "Quando os Prédios Começaram a Cair", escrito por Mauro Paz, neste link.

terça-feira, 28 de novembro de 2023

.: Entrevista com Tony Ramos: “Gilberto Braga era um brilhante criador”


De volta no "Vale a Pena Ver de Novo", a trama de Gilberto Braga e Ricardo Linhares faz Tony Ramos aparecer em dose tripla na Globo. Foto: 
TV Globo/João Miguel Júnior

No ar em "Mulheres Apaixonadas" como o músico Téo e em "Terra e Paixão" como o produtor rural Antônio La Seva, a partir do dia 27, o público terá Tony Ramos em dose tripla na TV Globo, com a estreia de "Paraíso Tropical" no "Vale a Pena Ver de Novo". No clássico de Gilberto Braga e Ricardo Linhares,, com direção de Dennis Carvalho, Tony interpreta o poderoso empresário Antenor Cavalcanti. Em entrevista, o ator fala sobre a parceria com Gilberto Braga, lembra bastidores das gravações e reflete sobre a proximidade entre os personagens Antenor Cavalcanti e Antônio La Selva.

Exibida originalmente em 2007 e, agora, pela primeira vez no "Vale a Pena Ver de Novo", "Paraíso Tropical" é ambientada em Copacabana, com toda beleza e contradições que o tornam um bairro-símbolo do Rio de Janeiro, e fala sobre cobiça e ética, reunindo personagens que ficaram marcados em nossa teledramaturgia, como o poderoso Antenor Cavalcanti (Tony Ramos). De caráter forte e dominador, Antenor dedica-se inteiramente ao trabalho e é mal resolvido sentimentalmente. Machista, tem um casamento tradicional com Ana Luísa (Renée de Vielmond), porém não dá valor à fidelidade, mantendo um caso extraconjugal com Fabiana (Maria Fernanda Cândido), sua secretária. Confira a entrevista com Tony Ramos.
 

Quais são suas principais lembranças de "Paraíso Tropical"?
Tony Ramos - 
São várias lembranças... Primeiríssimo lugar, a de poder trabalhar com um grande texto do Gilberto Braga. A perfeita direção de Dennis Carvalho, bem-humorada, muito clara, transparente, de muita qualidade. Então, era uma dupla muito afinada. Gilberto e Dennis, todo o elenco, o prazer de trabalhar com Wagner Moura, Vera Holtz, Otávio Müller, Fabinho Assunção. Há muitas outras pessoas que me são muito saudosas, como o Hugo Carvana, que fazia o pai de Antenor (Belisário Cavalcanti), e Yoná Magalhães (intérprete de Virgínia). Tínhamos um elenco afinadíssimo, de muita experiência, muito bem-humorado, que trabalhou junto com muita disposição. Tivemos também participações importantes como a de Maria Fernanda Cândido. Lembro que havia sempre uma intenção do Dennis de criar toda uma atmosfera que o texto já apresentava, mas ele, como diretor, criava uma outra ainda tão boa quanto o texto. Enfim, tudo funcionou muito bem.
 

Lembra como surgiu o convite?
Tony Ramos - 
O convite para fazer o Antenor surgiu do próprio Gilberto Braga.


Quais foram os desafios na construção de Antenor? 
Tony Ramos - Eu não fiquei com uma preparação muito determinada para fazer aquele rico empresário. Na verdade, eu fiquei mais antenado e objetivado no próprio texto porque o texto do Gilberto era tão claro, tão transparente, com tantas informações que, por si só, já te ajudava na pesquisa. E aí você via os trabalhos de relacionamento entre os personagens que iam se encontrando e reencontrando durante a novela, como a Glorinha Pires [que interpreta Lúcia], a Renée de Vielmond (que interpreta Ana Luísa Cavalcanti). Lembro a beleza que era ver o trabalho de Camila Pitanga com a Bebel, linda personagem que ela desenvolveu. Então o próprio texto te conduzia automaticamente às informações para você poder criar a tua personagem.

 
Tem alguma curiosidade dos bastidores?
Tony Ramos - O importante sempre era o humor, lembro as cenas que eu tinha com o (Hugo) Carvana, por exemplo. De maneira geral, os bastidores das cenas eram fantásticos, porque havia muito humor, mas bastante concentração e disciplina. Era um prazer muito grande.
 

Você pode eleger uma cena que considera emblemática?
Tony Ramos - 
Tem algumas cenas que são emblemáticas para mim. Após a separação entre a minha personagem e a da Renée de Vielmond, o Antenor procura o personagem do Fabinho Assunção e começa a conversar, fazer um balanço de vida e, movido por duas, três doses de uísque, ele vai ficando emocionado. Essa, para mim, é uma cena emblemática, sem dúvida.
 

Como era a sua parceria com o autor Gilberto Braga?
Tony Ramos - 
A minha parceria com o Gilberto sempre foi a melhor possível. Ele oferecia jantares em sua casa para a reaproximação de companheiros e companheiras de trabalho - às vezes, um jantar elegante só para cumprimentar o elenco pela desenvoltura do trabalho. Eu posso destacar tanta coisa. Gilberto era um homem muito generoso, enfim, saudade sempre eterna. Quem escreveu (a novela) "Vale Tudo" como ele e quem privou de várias reuniões de trabalho e sociais com ele, sabe muito bem do que eu estou falando: era um brilhante criador, um homem intelectual, de muito bom humor, de uma fina ironia. Esse cidadão, chamado Gilberto Braga, só deixou saudades, um grande escritor.
 

Passados 16 anos da exibição original, a novela volta à TV aberta. O que você diria para as pessoas que vão entrar em contato pela primeira vez com essa obra?
Tony Ramos - 
A característica mais espontânea da TV aberta é a sua democrática visualização, porque ela é totalmente de graça, um sinal na ponta de uma antena. Por isso, é uma emissora aberta e que hoje você sintoniza em qualquer ponto do país. Então é bonito ver de volta essa novela para uma geração que não assistiu. Imagine um jovem de 25 anos que à época tinha oito, nove anos de idade e agora pode rever ou pela primeira vez assistir. E afirmo: assistirá a uma grande e das maiores novelas da TV brasileira.
 

O que aproxima ou distancia os personagens Antônio La Selva e Antenor Cavalcanti?
Tony Ramos - 
Os personagens Antônio La Selva e Antenor Cavalcanti são absolutamente díspares, muito distantes. É claro que a ambição nos dois é absoluta, são muito ambiciosos. Só que a ambição de Antenor era medida, ele não mandava matar, não tinha essa obsessão pelo poder da forma que o Antônio La Selva tem. Então, eles são bem diferentes, mas, ao mesmo tempo, são muito ricos como personagens. Para mim, como ator, ter feito Antenor em "Paraíso Tropical" e, agora, poder fazer o Antônio La Selva é um dos maiores momentos da minha vida, e isso eu sei andando na rua, no posto de gasolina, no aeroporto - outro dia eu entrei em um restaurante e as pessoas começaram a bater palma... Então são esses os fenômenos da TV aberta e uma bela personagem. Claro que o Antônio La Selva é um homem de um caráter absolutamente horroroso, é evidente, e eu tenho consciência disso (risos). Mas como personagem para um ator desenvolver, sem dúvida, é um lindo presente que eu ganhei do Walcyr Carrasco.



De volta a partir desta segunda-feira, dia 27 de novembro, no "Vale a Pena Ver de Novo", a novela "Paraíso Tropical" tem autoria de Gilberto Braga e Ricardo Linhares, com colaboração de Ângela Carneiro, João Ximenes Braga, Maria Helena Nascimento, Nelson Nadotti, Sérgio Marques, Rosa Maria e Marília Garcia. A novela tem direção de núcleo de Dennis Carvalho, direção-geral de Dennis Carvalho e José Luiz Villamarim e direção de Amora Mautner, Maria de Médicis e Cristiano Marques.

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

.: Entrevista com Camila Pitanga: “Uma personagem icônica na minha vida”


Em entrevista, a atriz fala sobre os bordões e sua parceria com Wagner Moura. Clássico de Gilberto Braga e Ricardo Linhares estreia no "Vale a Pena Ver de Novo’" dia 27. Foto: TV Globo/Márcio de Souza


Em "Paraíso Tropical", de volta à TV Globo a partir desta segunda-feira, dia 27 de novembro, no "Vale a Pena Ver de Novo", Camila Pitanga deu vida à icônica Bebel. Linda, atraente e sem caráter, Bebel foi um dos destaques da trama de Gilberto Braga e Ricardo Linhares, dirigida por Dennis Carvalho, exibida originalmente em 2007.

Passados 16 anos, a repercussão ainda pode ser vista, especialmente nas redes, onde despontam os inesquecíveis bordões de Bebel e as cenas com seu amado, o vilão Olavo, personagem de Wagner Moura. “‘Catiguria’ tem muito a ver com o Chico Diaz (intérprete do cafetão Jáder), que falava de um jeito muito irreverente e que eu tomei emprestado mesmo. Ele trouxe o ‘catiguria’ e o Dennis Carvalho, diretor fantástico e amigo querido, sublinhou. ‘Cueca maneira’ é muito Dennis Carvalho! Às vezes, a expressão ‘cueca maneira’ estava no texto, mas virar um bordão, como quase um adjetivo, uma expressão só dela, foi coisa do Dennis Carvalho. Eu tenho muita gratidão a esses amigos queridos”, lembra a atriz.

Perguntada sobre o que diria ao público que assistirá à novela pela primeira vez, Camila destaca: “Eu tive a oportunidade de rever no Canal Viva e me diverti tanto! Tenho o maior prazer de falar da Bebel, uma personagem icônica na minha vida, e acho importante dizer que é um grande novelão!”. Confira a entrevista.


Da boca de Bebel saíram expressões que o Brasil adotou. Tem alguma história que envolva a criação delas?
Camila Pitanga - 
"Catiguria" tem muito a ver com o Chico Diaz (intérprete do cafetão Jáder), que falava de um jeito muito irreverente e que eu tomei emprestado mesmo. Ele trouxe o "catiguria" e o Dennis Carvalho, diretor fantástico e amigo querido, sublinhou. "Cueca maneira" é muito Dennis Carvalho! Às vezes, a expressão ‘cueca maneira’ estava no texto, mas virar um bordão, como quase um adjetivo, uma expressão só dela, foi coisa do Dennis Carvalho. Eu tenho muita gratidão a esses amigos queridos.
 

Repercutem nas redes, até hoje, cenas do casal Olavo (Wagner Moura) e Bebel. Fale um pouco sobre essa parceria.
Camila Pitanga - 
O Wagner é um ator que esbanja generosidade, um cara que está inteiro em cena. E aí não tem como, você é convocada a estar também, a vivenciar o máximo de jogo, concatenação, sintonia. Um jogo aberto e livre. É uma alegria imensa ter trabalhado e trabalhar com o Wagner Moura, um amigo querido, um irmão. Esse trabalho coroou o nosso encontro.

 
Passados 16 anos da exibição original, a novela volta a TV aberta. O que você diria para as pessoas que vão entrar em contato pela primeira vez com essa obra? O que podem esperar?
Camila Pitanga - 
Eu tive a oportunidade de rever no Canal Viva e me diverti tanto! Tenho o maior prazer de falar da Bebel, uma personagem icônica na minha vida, e acho importante dizer que é um grande novelão! Você verá a Alessandra Negrini se desdobrando em duas personagens (as gêmeas Paula e Taís), Vera Holtz fazendo a mãe do Olavo, terrível (Marion). Acho que tem tanta coisa bacana. A trajetória da Bebel é mesmo muito surpreendente porque, no início, ela é mais densa, dark, uma mulher realmente perigosa; e depois ela vai se ensolarando, virando uma palhaça – palhaçaria de circo, vai ficando uma gostosura, mais na chave da comédia. Então, tem uma transformação acontecendo ao longo da novela que é muito reveladora e interessante. Gostei muito de rever. É um grande novelão!


De volta a partir desta segunda-feira, dia 27 de novembro, no "Vale a Pena Ver de Novo", a novela "Paraíso Tropical" tem autoria de Gilberto Braga e Ricardo Linhares, com colaboração de Ângela Carneiro, João Ximenes Braga, Maria Helena Nascimento, Nelson Nadotti, Sérgio Marques, Rosa Maria e Marília Garcia. A novela tem direção de núcleo de Dennis Carvalho, direção-geral de Dennis Carvalho e José Luiz Villamarim e direção de Amora Mautner, Maria de Médicis e Cristiano Marques.

domingo, 26 de novembro de 2023

.: Alessandra Negrini revela: “Gostava de sair de uma e entrar em outra”


Em entrevista, a atriz revela ainda cenas que considera emblemáticas. Foto: TV Globo/João Miguel Júnior


Em "Paraíso Tropical", novela de Gilberto Braga e Ricardo Linhares, dirigida por Dennis Carvalho, a atriz Alessandra Negrini dá vida às irmãs gêmeas Paula e Taís. De personalidades antagônicas, elas foram separadas ainda bebês: na Bahia, Paula foi criada por sua mãe, Amélia (Susana Vieira), que, prestes a morrer, conta a verdade sobre a adoção e a existência de uma irmã gêmea. No Rio de Janeiro, Taís foi criada pelo avô Isidoro (Othon Bastos), visto por ela como um peso que a impede de ascender socialmente. Os caminhos das duas, já adultas, voltam a se cruzar na capital carioca. 

Egoísta e ambiciosa, Taís tem como maior desejo fazer parte do mundo dos ricos e ela não mede esforços para alcançar seus objetivos, ainda que, para isso, tenha que passar por cima da honesta e batalhadora Paula. Alessandra Negrini lembra, em entrevista, os bastidores de gravações, o desafio de interpretar duas personagens e faz uma recomendação a quem nunca assistiu à trama: “É um novelão como poucos, daqueles de se deliciar, com uma trama boa e grandes atores! Divirtam-se!”, conta.


Quais são suas principais lembranças de "Paraíso Tropical"?
Alessandra Negrini -
Lembro de trabalhar muito (risos), sem parar... Os amigos, a correria para mudar de um personagem para outro, muitas vezes até no corredor, entre a maquiagem e o estúdio. Foi um momento de dedicação total, um desafio diário.
 

Quais foram os desafios na construção das gêmeas Paula e Taís?
Alessandra Negrini - 
Além do trabalho intenso, os desafios artísticos de todo personagem, mas essa era a parte boa! Gostava de sair de uma e entrar em outra. Eu gostava dessa brincadeira.
 

Como eram as cenas em que as gêmeas contracenavam?
Alessandra Negrini - 
Inacreditáveis (risos)! Difíceis de executar. Tinha que gravar com dublê, e a minha era maravilhosa, a Lisa Eiras. Ela também era atriz, o que ajudava, porque a gente precisa olhar no olho. A outra pessoa tem que estar te dando alguma coisa de volta, e ela me dava.
 

Você pode eleger três cenas que considera emblemáticas?
Alessandra Negrini - 
Quando as gêmeas se encontram pela primeira vez em Copa; quando o Daniel (Fabio Assunção) reencontra Paula; e quando a Taís fica com Ivan (Bruno Gagliasso) pela primeira vez.
 

No último capítulo, o país parou para ver quem era o assassino da Taís. Tem alguma história curiosa sobre esse momento e a reta final da trama?
Alessandra Negrini - 
Ninguém sabia, nem a gente! Gravei no dia. Lembro que o Wagner (Moura, que interpreta o vilão Olavo) dá um beijo na Taís, com ela já em seus braços, morta. Aquilo foi improviso dele.
 

Passados 16 anos da exibição original, a novela volta à TV aberta. O que você diria para as pessoas que vão entrar em contato pela primeira vez com essa obra?
Alessandra Negrini - 
É um novelão como poucos, daqueles de se deliciar, com uma trama boa e grandes atores! Divirtam-se!


De volta a partir desta segunda-feira, dia 27 de novembro, no "Vale a Pena Ver de Novo", a novela "Paraíso Tropical" tem autoria de Gilberto Braga e Ricardo Linhares, com colaboração de Ângela Carneiro, João Ximenes Braga, Maria Helena Nascimento, Nelson Nadotti, Sérgio Marques, Rosa Maria e Marília Garcia. A novela tem direção de núcleo de Dennis Carvalho, direção-geral de Dennis Carvalho e José Luiz Villamarim e direção de Amora Mautner, Maria de Médicis e Cristiano Marques.

sábado, 18 de novembro de 2023

.: Domingando mantém a tradição do choro com tempero nordestino

Quarteto Domingando e Ferragutti. Foto: Gláucia Chiva


Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

O Quarteto Domingando vem divulgando o show De Choro a Choro, um espetáculo instrumental concebido em homenagem a dois importantes músicos do choro, referências em seus respectivos instrumentos: Charles da Flauta (premiado flautista, reverenciado mundialmente como um gênio de seu instrumento) e Toninho Ferragutti (acordeonista, compositor e arranjador, reconhecido como um dos mais inventivos e talentosos instrumentistas de sua geração). E o trabalho do grupo vem chamando a atenção do público que curte a boa música instrumental. O nome do quarteto é uma homenagem a um ícone da música: Dominguinhos. Em entrevista para o Resenhando, Cicinho Silva conta como foi conceito para a formação do grupo e revela que eles já estão produzindo material autoral. “Queremos manter viva a tradição do choro”.


Resenhando – Como foi seu início na música?

Cicinho Silva – Venho de uma família de músicos. Meu pai foi um divulgador do forró em São Paulo. Comecei aprendendo cedo, aos 15 anos, no acordeon. Depois estudei em conservatórios, para aperfeiçoar e aprender novas técnicas. Fui aluno do Oswaldinho do Acordeon e do Toninho Ferragutti, dois mestres do instrumento, que foram muito importantes nessa minha formação.


Resenhando – Ouvindo as canções, notamos que vocês mostram um som do choro próximo de outros ritmos tradicionais, como o xote e o forró. Houve essa intenção?

Cicinho Silva – Primeiro é preciso lembrar que o nome do grupo se originou de uma homenagem ao grande Dominguinhos, um mestre de nossa música popular, que tinha raízes fortes com os ritmos do Nordeste. E a nossa proposta consiste mesmo em mostrar a influência do choro no forro. Jackson do Pandeiro e Luiz Gonzaga utilizavam conjuntos regionais como acompanhamento em suas apresentações. Então essa identificação com os ritmos tradicionais é natural. Utilizamos o acordeon, o instrumento mais característico do forró. São ritmos que se integram, no final das contas. O público tem respondido positivamente ao nosso trabalho.


Resenhando – Qual é a formação atual do Quarteto?

Cicinho Silva – O Quarteto conta  com Cicinho Silva (acordeon e direção musical), Edmilson Capelupi (violão de 7 cordas), Alex Cavaco (cavaquinho) e Lucas Brogiolo (percussão), além do músico convidado Diego Lisboa (flauta) - e o homenageado Toninho Ferragutti (acordeon) que tem participação especial nas apresentações.


Resenhando – Como você avalia o panorama da música instrumental no Brasil?

Cicinho Silva – Essa é uma pergunta interessante. A mídia de uma forma geral não dá muito espaço para a música instrumental. Mas o que noto nas nossas apresentações é que o público gosta do trabalho. Acho que o fato de nós tocarmos ritmos tradicionais, que fazem parte de nossa autêntica música popular, acaba mexendo com a memória afetiva de quem ouve. O que percebo é que o público gosta e se mostra presente nas apresentações. Hoje temos um grande número de músicos talentosos de várias gerações, que buscam seu espaço na música.


Resenhando – Como vocês estão trabalhando para divulgar o projeto?

Cicinho Silva - Esse projeto é uma realização do Quarteto Domingando, da Associação Construindo Consciência (ACC), da produtora cultural Elielma Carvalho. Foi viabilizado com o apoio do 6º Edital de Apoio à Música para a Cidade de São Paulo, da Secretaria Municipal de Cultura da Capital. Fizemos uma apresentação na Escola de Música Tom Jobim no dia 7 de novembro, na Capital Paulista. E estamos programando novas apresentações em breve.

Papo de Sanfoneiro


Ferragutiando


A Gente vê Depois



domingo, 12 de novembro de 2023

.: #ResenhaRápida com Thais Piza: "Democracia dá poder a muitos idiotas"


Por 
Helder Moraes Miranda, editor do portal Resenhando.com. 

Por dentro e por fora... Na vida real, no teatro e em tudo o que se propõe a fazer, Thais Piza é "Uma Linda Mulher". O musical, em cartaz até dia 17 de dezembro no Teatro Santander. O espetáculo repete a trajetória bem-sucedida do filme filme-fenômeno-pop de 1990, ao fazer uma releitura feminista de Cinderela - a diferença é que não há uma mocinha indefesa que precisa ser salva. A personagem é uma garota de programa que é capaz de salvar o próprio mocinho, que no cinema foi Richard Gere e nos palcos brasileiros é Jarbas Homem de Mello.

Nome forte do teatro musical e dos realities voltados a caçar talentos na música, Thais Piza é mais do que carisma e coração ao interpretar Vivian Ward, personagem que alçou Julia Roberts ao estrelato. Para ter credibilidade, papel só poderia ser defendido por uma atriz eloquente. O risco era alto: as comparações com a interpretação clássica do cinema e outro ainda maior, o de ser devorada por uma personagem tão grande. Com experiência de sobra e a entrega de uma atriz em busca do papel de sua vida, Thais Piza brilha com uma personagem capaz de demonstrar ao público toda expressividade, potência vocal e até a vulnerabilidade de uma atriz imensa. Confira a entrevista exclusiva com a atriz, com perguntas que até então ninguém teve coragem de fazer.


#ResenhaRápida com Thais Piza

Nome completo: Thais Castilho Colognesi Piza.
Apelidos: Pizza, Tha, Tata, Tatá, Menem, Priti… depende da pessoa (risos).
Data de nascimento: 1° de agosto.
Altura: 1,68m.
Qualidade: lealdade.
Defeito: preguiça.
Signo: leão.
Ascendente: aquário. 
Uma mania: roer unha.
Religião: algumas (risos).
Time: não tenho… 
Amor: é um livro.. 
Sexo: é esporte..
Mulher bonita: Katherine Heigl.
Homem bonito: Damiano David.
Família é: babado…
Ídolo: não tenho.. mesmo. Tentei pensar em muitos. 
Inspiração: Pink.
Arte é: necessidade. 
Brasil: é lindo.
Fé: tenho.
Deus é: a energia de todas as coisas.
Política é: importante.
Personalidade histórica favorita: Simone de Beauvoir.
Hobby: caminhar com fone de ouvido sem rumo.
Lugar: Christiania …e nunca pensei que me tornaria essa pessoa, mas “praia”.
O que não pode faltar na geladeira: Coca Zero.
Prato predileto: carpaccio de salmão.
Sobremesa: aceito! (risos)
Fruta: melão e melancia.
Bebida favorita: vinho branco e rosé.
Cor favorita: preto.
Medo de: adoecer.
Uma peça de teatro: curta por favor!
Um show: Pink.
Uma atriz: Meryl Streep.
Um ator: Morgan Freeman.
Uma cantora: Kelly Clarkson.
Um cantor: Fred Mercury.
Uma escritora: Jane Austen.
Um escritor: Milan Kundera.
Um filme: "A Bela do Palco" ("Stage Beauty").
Um livro: "A Insustentável Leveza do Ser", de Millan Kundera.
Uma música: "Antagonista".
Um disco: "Endless Summer Vacation" (no momento).
Um personagem: Satine ❤️.
Uma novela: "Avenida Brasil".
Uma série: "Suits" (no momento, risos).
Um programa de TV: "Caldeirão com Mion".
Uma saudade: sempre de viajar.
Algo que me irrita: quem fala muito alto.
Algo que me deixa feliz é: palco.
Uma lembrança querida: "We Will Rock You".
Um arrependimento: é pesado…
Quem levaria para uma ilha deserta? Minha melhor amiga.
Para quê? Oxe, ilha é praia, né? (risos).
Se pudesse ressuscitar qualquer pessoa do mundo quem seria e por quê? Mauricio Amaro…
Se pudesse fazer uma pergunta a qualquer pessoa do mundo qual seria e a quem? “Quer patrocinar minha peça?” (risos). A qualquer bilionário.
Não abro mão de: sonhar.
Um talento oculto: nem ideia..
Você tem fome de quê? Justiça.
Você tem nojo de quê? Preconceito.
Se tivesse que ser um bicho, seria: águia.
Um sonho: "Moulin Rouge".
O que me tira do sério: gente chata que fala alto e é preconceituosa.
Democracia é: necessária, mas dá poder a muitos idiotas.
Ser mulher, hoje, é: difícil.
O que seria se não fosse atriz: triste.
Cinema em uma palavra: beleza.
Teatro em uma palavra: amor.
Televisão em uma palavra: serve…
Frase favorita: “Não importa o quanto você bate, mas sim o quanto aguenta apanhar e continuar.”
Palavra favorita: Vamo!
"Uma Linda Mulher" em uma palavra: força!
Vivian Ward em uma palavra: Minha ❤️
Ser Thais Piza é: difícil (risos).
Thais Piza por Thais Piza: "vamo" que no caminho eu te explico!



Serviço
"Uma Linda Mulher - O Musical". 
Até dia 17 de dezembro (conferir no site todas as datas disponíveis). Horários: Quintas-feiras, às 20h. Sextas-feiras, às 20h. Sábados, às 16h e 20h. Domingos, às 16h e 20h. Local: Teatro Santander. Endereço: Shopping JK Iguatemi - Av. Pres. Juscelino Kubitschek, 2041. Classificação etária: livre, menores de 12 anos acompanhados dos pais ou responsáveis legais.

Quintas, às 20h | Domingos, às 20h:
Frisa Balcão: R$ 19,80 meia entrada e R$ 39,60 inteira
Balcão B: R$ 19,80 meia entrada e R$ 39,60 inteira
Balcão A: R$ 75,00 meia entrada e R$ 150,00 inteira
Plateia superior: R$ 130,00 meia entrada e R$ 260,00 inteira
Frisa Plateia Superior: R$ 130,00 meia entrada e R$ 260,00 inteira
VIP: R$ 180,00 meia entrada e R$ 360,00 inteira

Sextas, às 20h | Sábados, às 16h e às 20h |Domingo, às 16h:
Frisa Balcão: R$ 19,80 meia entrada e R$ 39,60 inteira
Balcão B: R$ 19,80 meia entrada e R$ 39,60 inteira
Balcão A: R$ 85,00 meia entrada e R$ 170,00 inteira
Plateia superior: R$ 140,00 meia entrada e R$ 280,00 inteira
Frisa Plateia Superior:: R$ 140,00 meia entrada e R$ 280,00 inteira
VIP: R$ 190,00 meia entrada e R$ 380,00 inteira
*Clientes Santander têm 30% de desconto nos ingressos inteiros, limitados a 2 por CPF.

Ingressos
Internet (com taxa de conveniência):
https://www.sympla.com.br/
Bilheteria física (sem taxa de conveniência):

Teatro Santander
Horário de funcionamento: Todos os dias das 12h00 às 18h00. Em dias de espetáculos, a bilheteria permanece aberta até o início da apresentação. A bilheteria do Teatro Santander possui um totem de autoatendimento para compras de ingressos sem taxa de conveniência 24h por dia. Endereço: Av. Pres. Juscelino Kubitschek, 2041. 

Descontos
50% de desconto | Meia-entrada: obrigatória a apresentação do documento previsto em lei que comprove a condição de beneficiário.

30% de desconto | Cliente Santander - Na compra de ingressos realizada por clientes Santander, limitado a 20% da lotação do teatro. Não cumulativo com meia­-entrada. Limitados a 02 (dois) ingressos por CPF. Esta compra deverá ser realizada com cartões do Banco Santander, para compras on-line somente o cartão de crédito Santander, compras na bilheteria e totem, o pagamento com o desconto poderá ser realizado em débito ou crédito. Verifique em qual setor o desconto está disponível. De acordo com o art. 38, inciso I, da Instrução Normativa nº 1, de 20/03/2017 e com base na Lei Federal nº 8.313 (Lei Rouanet) e Decreto nº 5.761, é proibido comercializar o produto cultural (ingressos) em condições diferentes para clientes Santander, das praticadas ao público em geral.

Venda a grupos: envie um e-mail para grupos-entretenimento@immbr.com 

.: Rafael Gallo: "Minhas histórias sempre são uma forma de lidar com questões"


Por 
Helder Moraes Miranda, editor do portal Resenhando.com. 

Rafael Gallo acaba de publicar uma nova versão de "Rebentar", romance vencedor do Prêmio São Paulo de Literatura em 2016. "O que motivou a nova versão foi uma vontade, já de alguns anos, de mudar certos aspectos do texto, que me pareciam inadequados e de colocar um pouco mais de sal nas personagens", ele explica. O livro, que narra o momento de reconstrução de uma mãe que decide parar de buscar seu filho desaparecido, tem texto de orelha do escritor João Anzanello Carrascoza.

Paulistano nascido em 1981, ele também é autor dos romances "Dor Fantasma"vencedor do Prêmio José Saramago 2022, w do livro de contos "Réveillon e Outros Dias", vencedor do Prêmio Sesc de Literatura 2012. Tem ainda diversos textos em antologias e coletâneas, incluindo publicações em países como França, Estados Unidos, Cuba, Equador e Moçambique. Nesta entrevista exclusiva, o premiado autor fala sobre o processo de reescrita do livro, criação artística e autobiografia. Garanta o seu exemplar de "Rebentar", escrito por Rafael Gallo, neste link.

Resenhando.com - Como foi reencontrar "Rebentar" e o que motivou a nova versão do livro?
Rafael Gallo - O que motivou a nova versão foi uma vontade, já de alguns anos, de mudar certos aspectos do texto, que me pareciam inadequados e, confesso, me davam um pouco daquela vergonha de ter escrito, e de colocar um pouco mais de sal nas personagens, digamos. E foi uma experiência ótima revisitar a história, que é tão importante para mim. Eu logo me senti em casa, ali.

Resenhando.com - O que representa a literatura em sua vida?
Rafael Gallo - Muitas coisas, desde uma possível distração em um tempo ocioso, até uma parte muito grande, e fundamental, da minha formação intelectual e emocional.

Resenhando.com - Na sua própria literatura, em que você se expõe mais, e por outro lado, em que você mais se preserva, em seus textos?
Rafael Gallo - É difícil dizer com precisão. Creio que minhas personagens, e minhas histórias, sempre são uma forma de lidar com questões que são muito importantes para mim, muito íntimas e que me tiram o sono. Se coloco essas questões para serem tratadas com personagens aparentemente distantes de mim, em seus tipos e características, não é para me preservar ou me esconder, mas porque acho que essas formas de construção podem representar melhor o que quero dizer.

Resenhando.com - Que conselhos você dá para as pessoas que pretendem enveredar pelos caminhos da escrita?
Rafael Gallo - O primeiro é o de sempre: ler muito. Não há outra maneira de aprendizado melhor do que estar imerso no que quer fazer. O segundo conselho tem a ver com essa parte de querer: pense no que você ama mesmo. Se for a história e a escrita, então importe-se com isso. E o terceiro e último: tenha paciência e saiba que terá de lidar com muito do imponderável.

Resenhando.com - Quais livros foram fundamentais para a sua formação enquanto escritor e leitor?
Rafael Gallo - Muitos. Para citar alguns: “Laços de Família”, da Clarice Lispector; “Várias Histórias”, Machado de Assis; “Final de Jogo”, Julio Cortázar; “Sinfonia em Branco”, Adriana Lisboa; “Cemitério de Pianos”, José Luís Peixoto; “Ensaio sobre a Cegueira”, José Saramago; “Primeiras Estórias”, João Guimarães Rosa, e muitos outros.


Resenhando.com - Como e quando começou a escrever?
Rafael Gallo - De certa forma, desde muito pequeno eu lido muito com a imaginação e com a criação de histórias. Desenhava histórias em quadrinhos, inventava histórias na minha cabeça e tudo mais. Depois, ao longo da vida, flertei com aqueles poemas de adolescente, escrita de letras de canções autorais, tentativas de prosa etc. Mas, escrever mais a sério, com um “projeto literário”, digamos, foi mais perto dos 30 anos de idade. A época de meu primeiro livro mesmo, “Réveillon e Outros Dias”.

Resenhando.com - Quais escritores mais influenciaram a sua trajetória artística e pessoal?
Rafael Gallo - Muitos, incluindo todos que citei na pergunta sobre livros da minha formação. Vou acrescentar mais nomes aqui, para aproveitar a chance: João Anzanello Carrascoza, Maurício de Almeida, Dulce Maria Cardoso, Milan Kundera, Inês Pedrosa, Mário de Andrade. E poderia citar alguns cancionistas, como Chico Buarque, Noel Rosa, Aldir Blanc, Tom Jobim, Caetano Veloso. Todas essas pessoas me ensinaram voos que a palavra pode erguer, para além do uso comum.

Resenhando.com - É possível viver de literatura no Brasil?
Rafael Gallo - Possível, é; só não é fácil e tampouco comum. Dá para contar nos dedos quem consegue isso, de verdade. Porque a gente não pode colocar nessa conta quem não tem outros trabalhos, porém, o dinheiro que paga as contas precisa ser garantido por outra fonte ou pessoa. O difícil é conseguir que, em um país onde a literatura está longe do centro da atenção, haja remuneração suficiente e duradoura.

Resenhando.com - O quanto para você escrever é disciplina? É mais inspiração ou transpiração? Por quê?
Rafael Gallo - Para mim, tem tudo a ver com disciplina. Porém, com uma ideia de disciplina que não é rígida; é uma questão de lembrar-se a si mesmo o que é que você quer, como ouvi, certa vez, de Gil Fronsdal. E, para mim, é bastante trabalhoso. Há a parte de ter ideias, que, no meu caso, costuma acontecer mais fora do ambiente de escrita diretamente. A parte de escrever é mais trabalhosa, no meu caso.

Resenhando.com - Quanto tempo por dia você reserva para escrever?
Rafael Gallo - Não há tempo definido. Em geral, tento ter o máximo que posso.

Resenhando.com - Você tem um ritual para escrever?
Rafael Gallo - Colocar música nos fones de ouvido, comer chocolate e ler algo bom antes.

Resenhando.com - Em um processo de criação, o silêncio e isolamento são primordiais para produzir conteúdo ou o barulho não o atrapalha?
Rafael Gallo - Eu gosto de ouvir música, porque é uma espécie de “som controlado” para mim. Silêncio mesmo não existe, então se eu não ouço música, me distraio com cada ruído que aparece (e eles sempre aparecem). Além do mais, a música me dá uma espécie de injeção de ânimo.

Resenhando.com - O que há de autobiográfico nos textos que escreve?
Rafael Gallo - Tudo, embora pareça que não haja nada.

Resenhando.com - Como começar a ler Rafael Gallo?
Rafael Gallo - Eu sugiro pelos romances, que acredito serem meus trabalhos mais bem acabados. Se for ler o “Rebentar”, garanta que é a nova versão, a de 2023, está escrito na capa, no canto inferior esquerdo.

Resenhando.com - Por qual de seus livros - ou personagem - você sente mais carinho?
Rafael Gallo - Isso é impossível responder. Tenho muito carinho por cada um deles. Talvez seja meu traço mais importante, na hora de escrever.

Resenhando.com - Que livro você gostaria de ter escrito?
Rafael Gallo - “Ensaio Sobre a Cegueira”, do José Saramago. Porque, na minha opinião, é uma história que mostra, da melhor maneira possível, os grandes nós da humanidade. É quase como se fosse a explicação definitiva do funcionamento dos seres humanos; em especial, nas relações coletivas. E, além disso, acho a condução narrativa desse livro perfeita.

Resenhando.com - Hoje, quem é Rafael Gallo por ele mesmo?
Rafael Gallo
O mesmo garoto que sonhava em criar histórias, só um pouco aprimorado.  

Compre o livro "Rebentar", de  Rafael Gallo, neste link.

domingo, 5 de novembro de 2023

.: #ResenhaRápida com Alessandra Maestrini: "Arte é a vida da vida"


Por 
Helder Moraes Miranda, editor do portal Resenhando.com. 

Alessandra Maestrini se intitula nesta entrevista como "uma caixinha de surpresas", mas é muito mais do que isso. Ela é um dos maiores talentos da atualidade. Vê-la em cena, expressando o máximo de suas potencialidades, é ir ao céu e voltar. Como em "O Som e a Sílaba", de Miguel Falabella, posicionada no centro do palco, Alessandra Maestrini entoou uma ópera e fez com que várias pessoas chorassem a cada apresentação. É, sem dúvida, uma das cenas mais memoráveis e impressionantes do teatro brasileiro. Agora em cartaz no Teatro Villa Lobos até 10 de dezembro com o espetáculo "Kafka e a Boneca Viajante", a atriz contribui com a renovação de público ao atrair crianças para o teatro. Nesta entrevista exclusiva, Alessandra Maestrini responde a perguntas insólitas que ninguém nunca teve a coragem de fazer a uma artista desse quilate.  .: Confira a crítica: "O Som e a Sílaba" é o melhor espetáculo que você verá na sua vida,


#ResenhaRápida com Alessandra Maestrini


Nome completo:
Alessandra Maestrini.
Apelidos: Alê, Maestra.
Data de nascimento: 17 de maio de 1977.
Altura: 1,62m.
Qualidade: curiosa.
Defeito: curiosa.
Signo: touro.
Ascendente: leão.
Uma mania: separar as coisas antes de arrumar.
Religião: nenhuma.
Time: nenhum.
Amor: privado.
Sexo: privado.
Mulher bonita: Angela Basset.
Homem bonito: Jason Momoa.
Família é: vínculo.
Ídolo: Barbra Streisand.
Inspiração: sem a devida expiração, é letal.
Arte é: a vida da vida.
Brasil: um mar infinito de joias destroçadas por poucos porcos.
Fé: na colheita. 
Deus é: o espelho de quem o venera.
Política é: pouco estudada neste país.
Personalidade histórica favorita: Leonardo DaVinci.
Hobby: séries de TV.
Lugar: casa.
O que não pode faltar na geladeira: ovos.
Prato predileto: feijoada da minha mãe.
Sobremesa: brownie do Tony Luchesi.
Fruta: mangostim.
Bebida favorita: mescal.
Cor favorita: lilás.
Medo de: contar os medos.
Uma peça de teatro: "Mary Stuart", de Denise Stoklos.
Um show: "Timeless", de Barbra Streisand.
Uma atriz: Marília Pêra. 
Um ator: Robin Williams.
Uma cantora: Whitney Huston.
Um cantor: Mumuzinho.
Uma escritora: Clarice Lispector.
Um escritor: Fernando Pessoa.
Um filme: "Wakanda Forever".
Um livro: "Casta", de Isabel Wilkerson.
Uma música: "Eu, Caçador de Mim", de Milton Nascimento.
Um disco: "Elis & Tom".
Um personagem: Yentl.
Uma novela: "Tieta" (de Aguinaldo Silva, baseado no romance de Jorge Amado).
Uma série: "The Morning Show".
Um programa de TV: "Que História É Essa, Porchat?".
Uma saudade: Marília Pêra.
Algo que me irrita: o culto à ignorância.
Algo que me deixa feliz é: gente feliz com a felicidade alheia.
Uma lembrança querida: papai confirmando que eu havia conseguido voar por alguns segundos, depois de pegar bastante impulso correndo.
Um arrependimento: ter pedido o impeachment da Dilma.
Quem levaria para uma ilha deserta? Prefiro não comentar...
Se pudesse ressuscitar qualquer pessoa do mundo quem seria e por quê? Sérgio Vieira de Mello, pra ver trazer paz entre israelenses e palestinos.
Se pudesse fazer uma pergunta a qualquer pessoa do mundo qual seria e a quem? Ao 1% de gente mais rica do mundo: topam sanar todos os problemas básicos da humanidade (alimento, escolaridade, moradia, saneamento básico) se isso reverter de algum modo positivo para você que não somente a alegria do feito? 
Não abro mão de: curiosidade.
Um talento oculto: verter letras e poesias do Português para o Inglês. Sou, talvez, a maior versionista de Chico Buarque para o inglês.
Você tem fome de quê? Gerar alegria.
Você tem nojo de quê? Bolsonazismo
Se tivesse que ser um bicho, seria: panda ruivo.
Um sonho: ser dirigida por Barbra Streisand.
O que me tira do sério: gente traiçoeira.
Democracia é: escolher consciente.
Ser mulher, hoje, é: ter de lutar para mantermos direitos já conquistados, enquanto segue a batalha por reconhecimento igualitário.
O que seria se não fosse atriz: triste.
Cinema em uma palavra: beijo.
Teatro em uma palavra: transa.
Televisão em uma palavra: selinho.
Frase favorita: "A palavra mais importante da língua portuguesa só tem uma letra: É." (Clarice Lispector).
Palavra favorita: amor.
Ser Alessandra Maestrini é: dinâmico.
Alessandra Maestrini por Alessandra Maestrini: uma caixinha de surpresas...


A carreira de Alessandra Maestrini em...

Musicais

1997/98 - “As Malvadas”
Möeller & Botelho
Role: Laura Gun

1998/99 - “O Abre Alas”
Möeller & Botelho
Role: Chiquinha Gonzaga

1999 - “Aí vem o Dilúvio”
Black & Red
Role: Clementina

1999/2000 - “Rent”
Black & Red/T4F
Role: Maureen

2001/2002 - “Les Misérables”
T4F
Role: Fantine

2003/2004 - “Ópera do Malandro”
Möeller & Botelho
Role: Lúcia

2006/2007 - “Ópera do Malandro
em Concerto”
Möeller & Botelho

2007/2008 - “7 – O Musical”
Möeller & Botelho
Role: Amélia (lead)

2011 - “New York, New York”
Maestro Produções
Role: Francine Evans (lead)

20013 - “New York, New York”
(national tour)
Role: Francine Evans (lead)

2017 - até agora - “O Som e a Sílaba”
Maestrini Produções
Role: Sarah (lead)


Peças teatrais

2002 - “Mamãe Não Pode Saber”
written and directed by João Falcão
Roles: Mamãe and Dona Glória

2004 - “A Respectable Wedding”
by Bertold Becht
Directed by João Fonseca
Role: The Bride (lead)

2006 - “Utopia”
directed by Moacir Chaves
Role: herself

2009 - “Doce Deleite”
directed by Marília Pêra
Role: lead

2013 - “A Partilha”
written and directed by Miguel Falabella
Role: Laura


TV

1999 - “Chiquinha Gonzaga”
TV Globo
guest appearance

2004 - “A Diarista”
TV Globo
guest appearance

2004 - “Sitcom.br”
TV Globo
guest appearance

2005 - “A Lua me Disse”
TV Globo
guest appearance

2005 - “Toma Lá Dá Cá”
TV Globo
(pilot) written by Miguel Falabella
Role: Bozena

2006 - “A Diarista”
TV Globo
Marli

2007 - “Amazônia, de Galvez a Chico Mendes”
TV Globo
written by Glória Perez
Role: Soledad

2007 - “Sob Nova Direção”
TV Globo
guest appearance

2007/2009 - “Toma Lá Dá Cá”
TV Globo
written by Miguel Falabella
Role: Bozena

2010 - “Tempos Modernos”
TV Globo
Role: Ditta Kusnestkov

2011 - “Batendo Ponto”
TV Globo
Role: Sofia

2012 - “Guerra dos Sexos”
TV Globo
Role: Alessandra do Lago

2013 - “Pé na Cova”
TV Globo
Role: Hérnia

2013 - “Correio Feminino”
TV Globo
directed by Luiz Fernando Carvalho

2014 - “As Canalhas”
GNT
Role: Margô (lead)

2014 - “Sexo e as Negas”
TV Globo
Role: Gaudéria (antagonist)

2015 - “Mister Brau”
TV Globo
Role: Priscila

2016 - “Tempero Secreto”
GNT
Role: Cecília (lead)

2016 - “A cara do Pai”
TV Globo
Role: Síliva

2018 - “Show dos Famosos”
TV Globo
special guests game of Domingão do Faustão

2019 - “Samantha!”
NetFlix
Role: Carmem

2019 - “Eu, a Vó e a Boi”
GloboPlay
written by Miguel Falabella
Role: Seu Rocha

2020 - “Os Roni”
Multishow
Role: Quitéria


Filmes
2006 - “Fica comigo esta noite”
a film by João Falcão
Role: Sensitiva

2007 - “O Labirinto”
(short) a film by Gleyson Spadetti
Role: Laura (lead)

2008 - “Polaróides Urbanas”
a film by Miguel Falabella
Role: Ismênia

2009 - “Primeiro Ato”
(short) a film by Pitrez
Role: lead

2009 - “Através da Tela”
(short)

2014 - “A primeira missa” a film by Ana Carolina
Role: Sônia, “the native Brazilian” 

2017 - “Duas de Mim”
directed by Cininha de Paula
Role: Valentina (antagonist)


Música
2010 - “Com você, pela vida”
for the Cancer Foundation
Directed by Fred Mayrink

2010 - recording of “True Colors”
for the "Ti Ti Ti" soundtrack

2011 - Concert “Com você, pela vida”
for the Cancer Foundation

2012 - release of the album “Drama ‘N Jazz”

2012 - “Drama ‘N Jazz” national tour

2014 - até agora - “Yentl em Concerto”
Maestrini Produções

2015 - London concert – RUcomingout

2016 - release of the CD and DVD “Yentl em Concerto”
Maestrini Produções


Premiações
1997 - “As Malvadas”
Sharp Award
Best Musical

2002 - “Mamãe Não Pode Saber”
Sharp Award
nominated for best actress

2004 - “A Respectable Wedding”
Sharp Award
nominated for best actress

2007 - “7 – O Musical”
winner of the Sharp Award in seven categories

2007 - “Toma Lá Dá Cá”
(Bozena) – nominated for best new
actress in TV at the Prêmio Extra

2008 - “Toma Lá Dá Cá”
(Bozena) – winner Prêmio Qualidade
Brasil best actress in TV comedy

2009 - “Toma Lá Dá Cá”
(Bozena) – nominated for Prêmio
Contigo! As best actress in TV comedy

2012 - “New York New York”
Winner best actress at Prêmio
Mulher em Destaque Opaque

2015- “A Primeira Missa”
nominated for best actress
at the Prêmio SESI

2017 - “Yentl em Concerto”
winner for best foreing language
album at the Prêmio da Música
Brasileira, most prestigious music award in Brazil)

2018 - “O Som e a Sílaba
one of the most celebrated musicals of the last three years in Brazil, with many nominations and awards, including best original play, best director, and best actress


2013 - 2022 - Master of Cerimony of the Prêmio Bibi Ferreira
(the most prestigious award in musical theatre in Brazil)


"Kafka e a Boneca Viajante"
Referência obrigatória na literatura mundial do século XX, o escritor Franz Kafka (1883-1924) teria vivido, já no fim da vida, uma história curiosa. Ao caminhar por uma praça perto de sua casa, encontrou uma menina que chorava por ter perdido sua boneca. Sensibilizado pelo sofrimento da criança, ele passou a escrever cartas à menina como se fossem enviadas pela boneca, em que descrevia suas incríveis aventuras pelo mundo.

A bela e intrigante história já foi contada em livros, contos e peças, mas até hoje não há provas de que realmente tenha acontecido – as cartas jamais foram encontradas, tampouco a dona da boneca. Com dramaturgia de Rafael Primot, direção de João Fonseca e direção musical de Tony Lucchesi, o espetáculo "Kafka e a Boneca Viajante" é inspirado em uma dessas versões – o livro homônimo do escritor catalão Jordi Sierra i Fabra. O espetáculo chega no Teatro Villa Lobos, onde fica em cartaz até 10 de dezembro. 


Serviço
Espetáculo musical “Kafka e a Boneca Viajante”. Espetáculo musical “Kafka e a Boneca Viajante”. Teatro Villa Lobos (720 lugares). Shopping Villa Lobos - 4º andar. Av. Dra. Ruth Cardoso, 4777 - Pinheiros. Classificação: livre. Duração: 80 minutos. De 20 de outubro até 10 de dezembro. Sextas-feiras, às 21h. Sábados, às 20h. Domingos, às 18h. Plateia central: R$ 150,00. Plateia lateral: R$ 130,00. Plateia: R$ 110,00. Plateia alta: R$ 100,00. Balcão: R$ 40,00. Vendas on-linehttps://site.bileto.sympla.com.br/teatrovillalobos. Presencial: totem de vendas no primeiro andar, próximo ao restaurante América, no Shopping Villa Lobos. Bilheteria do Teatro Villa Lobos: nos dias dos espetáculos, três horas antes do horário até o início da apresentação.

segunda-feira, 30 de outubro de 2023

.: "Muitos psicopatas não são criminosos", alerta psiquiatra do CEUB


Embora exista forte correlação com o comportamento criminal, o transtorno de psicopatia deve ser visto pelo que é: um atraso no desenvolvimento emocional


Diferente de personagens de filmes e séries, a psicopatia é um distúrbio psicológico comum na sociedade, que se manifesta por meio de características de personalidade como egocentrismo, ausência de empatia e remorso, comportamento antissocial que envolve dificuldade em inibir ações prejudiciais às outras pessoas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada 100 pessoas apresenta psicopatia. Lucas Benevides, psiquiatra e professor de Medicina do Centro Universitário de Brasília (CEUB) fala sobre as características do transtorno. Compre livros sobre como saber identificar um psicopata neste link.


Como uma pessoa se torna um psicopata?
Lucas Benevides -
A etiologia da psicopatia não é completamente compreendida, mas acredita-se que seja uma combinação de fatores biológicos, genéticos e ambientais. Alguns estudos sugerem que existem anormalidades cerebrais associadas à psicopatia. Além disso, experiências traumáticas durante a infância e outros fatores ambientais podem contribuir para o desenvolvimento deste transtorno.

Quais são os sinais que um psicopata demonstra?
Lucas Benevides - 
Os psicopatas muitas vezes são charmosos e manipuladores, mas também podem demonstrar falta de remorso, culpa, incapacidade de empatia, mentira patológica, impulsividade e irresponsabilidade. Além disso, eles podem ter uma percepção grandiosa de si mesmos e necessidade de estímulo constante. No entanto, diferente do que é difundido pelas peças de ficção, a maioria das pessoas que apresenta comportamento psicopático demonstra ter algum grau de comprometimento cognitivo.


Quais são os tipos de psicopatias? 
Lucas Benevides - 
Existem debates sobre como classificar a psicopatia, mas uma abordagem comum divide os psicopatas em dois tipos principais: não-grupalizados e grupalizados.


E quais as principais diferenças entre eles?
Lucas Benevides - 
Os não-grupalizados ou psicopatas verdadeiros parecem ter uma predisposição biológica ou genética para o comportamento psicopático e não conseguem estabelecer relação de confiança com comparsas.


Qual é a diferença entre os psicopatas e os sociopatas?
Lucas Benevides - 
Enquanto os sociopatas conseguem estabelecer vínculos do tipo tribal e respeitar o grupo, os psicopatas afrontam as regras estabelecidas pela sociedade, mas respeitam a regras do crime. Os sociopatas tendem a ser mais impulsivos e voláteis, podendo formar laços emocionais, embora sejam muitas vezes frágeis. Já os psicopatas geralmente são vistos como mais calculistas, manipuladores e com uma falta de emoção mais acentuada.

 
A psicopatia é considerada uma doença ou um transtorno? 
Lucas Benevides - 
A psicopatia é considerada um transtorno de personalidade, especificamente um subtipo do Transtorno da Personalidade Antissocial. Não é classificada como uma doença no sentido tradicional porque é uma condição crônica e estável ao longo do tempo. É considerada um atraso no desenvolvimento emocional, assim como o retardo mental é um atraso no desenvolvimento cognitivo.


Considerar um criminoso como psicopata pode influenciar na pena dele?
Lucas Benevides - 
Sim, em alguns sistemas jurídicos, se um criminoso é diagnosticado com o transtorno de personalidade antissocial, isso pode influenciar na avaliação da sua responsabilidade criminal ou na determinação da sentença, geralmente sob a justificativa de que ele apresenta um risco maior de reincidência.
 

Existe cura para a psicopatia?
Lucas Benevides - 
Até o momento, não há uma "cura" para a transtorno de personalidade antissocial. O tratamento é desafiador, pois muitas vezes eles não reconhecem que têm um problema ou não sentem necessidade de mudança. No entanto, em alguns casos, terapias e intervenções podem ajudar a gerenciar comportamentos principalmente dos sociopatas.
 

Os psicopatas têm alguma tendência a cometer crimes?
Lucas Benevides - 
Nem todos as pessoas com transtorno de personalidade antissocial são criminosos, embora exista uma forte correlação com comportamento criminal. Devido à sua impulsividade, falta de remorso e outras características, eles têm maior probabilidade de envolvimento em atividades criminosas. No entanto, muitos criminosos não são psicopatas e muitos psicopatas não são criminosos. Compre livros sobre como saber identificar um psicopata neste link.

domingo, 29 de outubro de 2023

.: Entrevista: Paula Burlamaqui comenta entrada em "Elas por Elas"


Atriz entra na novela para ajudar personagem a lidar com emoções e conflitos. Foto: Globo/Divulgação


Uma nova personagem chegou para ajudar Natália (Mariana Santos) a lidar com suas emoções e conflitos na busca por quem matou Bruno (Luan Argollo). Trata-se da psiquiatra Lígia (Paula Burlamaqui). As duas se conhecem quando Pedro (Alexandre Borges) interna a irmã, após o acidente de carro que ela sofreu. No início, Natália se recusa a conversar com a médica, mas, aos poucos, Lígia vai conquistando a confiança da nova paciente. Confira a entrevista com Paula Burlamaqui. 


A Lígia chega para compor o núcleo da Natália. Fale um pouco sobre ela. Quem é a Lígia?
Paula Burlamaqui -
Lígia é uma psiquiatra que vai cuidar da Natália. Depois de estabelecida uma relação de confiança e amizade, ela ajudará Natália a lidar com essa busca por quem matou o Bruno.


Como foi sua preparação e que referências está trazendo para essa personagem?
Paula Burlamaqui -
Estou tentando fazê-la bem leve. Conversei com algumas psiquiatras, mas estou me baseado no texto e seguindo meus instintos.


Você já tinha trabalhado com a Mariana Santos e com o Alexandre Borges? Como tem sido a parceria com eles em Elas por Elas? 
Paula Burlamaqui - Já tinha trabalhado com Alexandre no filme 'Gatão de Meia Idade'. Com a Mariana ainda não, mas estou adorando. Ela é uma pessoa maravilhosa, que joga junto em cena.


Como está a sua expectativa para ver a Lígia no ar?
Paula Burlamaqui - A minha expectativa é sempre enorme e tento dar o melhor. Adoro a novela, só tem craque. Além disso, é sempre complicado quando você entra com a novela andando, mas acho que vai dar tudo certo.


Sobre "Elas por Elas"
Originalmente criada por Cassiano Gabus Mendes e exibida na década de 1980, a novela “Elas por Elas” voltou à TV Globo em uma releitura escrita por Thereza Falcão e Alessandro Marson com direção artística de Amora Mautner. A obra tem colaboração de Carol Santos, Letícia Mey e Wendell Bendelack. A direção é de Caetano Caruso, Fellipe BarbosaMayara Aguiar e Mariana Duarte. A produção é de Andrea Kelly e Isabel Ribeiro e a direção de gênero de José Luiz Villamarim.

sábado, 28 de outubro de 2023

.: Entrevista: Claudia Raia fala sobre a Emengarda de "Terra e Paixão"


Atriz comenta a participação especial na trama em que interpreta a mãe de Luigi (Rainer Cadete). Foto: Globo/Paulo Belote

Em cenas de "Terra e Paixão", após ficar atrás de Luigi (Rainer Cadete) para informar o desejo de viajar para Nova Primavera, Emengarda (Claudia Raia) chegou para causar na cidade e deixa o filho desesperado, pois a presença dela pode acabar com os seus planos referentes à sucessão das terra de Antônio (Tony Ramos). Com isso, ao encontrá-la na fazenda, o italiano é obrigado a apresentar sua verdadeira mãe como uma parente brasileira a Irene (Gloria Pires) e Antônio, afinal, ela não pensa em ir embora tão cedo.  

Durante o papo com Emmy, como Emengarda gosta de ser chamada, Antônio a convida para se hospedar na fazenda e Irene fica desconfiada da história sobre o parentesco com o genro. Logo, coloca Luigi contra a parede e o obriga a revelar a identidade dela. Enquanto isso, Emmy fica de olho em Antônio e no comportamento de Irene com Vinícius (Paulo Rocha), e aproveita o tempo ocioso na casa dos La Selva para surrupiar alguns itens de valor, prática que está habituada a ter em sua vida pessoal. 

Ainda na temporada pela cidade, Emmy revela conhecer Agatha (Eliane Giardini) do passado e alerta Luigi sobre o risco de ficar próximo da ex-detenta. Ela afirma que a primeira mulher de Antônio matou colegas de cela envenenadas e vai usar tudo o que sabe para ganhar mais dinheiro. Abaixo confira a entrevista com a atriz Claudia Raia.


Como você define a sua personagem?
Claudia Raia -
Se tem uma coisa que eu soube de cara é que ela é uma mulher que vai causar. E o público vai entender que os trambiques de Luigi são coisa de família (risos). Minha personagem é uma mulher bem cara de pau, divertidíssima e de caráter muito duvidoso. Podemos esperar barbaridades dela.

 
Em quem se inspirou para fazê-la? 
Claudia Raia - 
A inspiração veio mesmo do texto e da conversa com Walcyr Carrasco. Ele já sabia muito bem como queria essa personagem e qual seria a função dela naquele lugar da trama. Quando ele me ligou para contar e fazer o convite, eu não pensei duas vezes. Estou muito animada em voltar a fazer novela, em encontrar esse elenco tão talentoso, rever amigos queridos, como Tony e Gloria. Estou me divertindo muito. Dá saudade deixar o Luca em casa? Dá. Mas o trabalho também é uma parte importantíssima da minha vida. Agora vou emendar numa frente de trabalhos e estou muito animada com isso. Depois que terminar minha participação em "Terra e Paixão", começo a preparação para o musical “Tarsila, A Brasileira”, que estreia em janeiro de 2024. É muito bom ver tantos projetos ganharem vida.


Com tantos anos de carreira novos trabalhos ainda são desafiadores? 
Claudia Raia - 
Claro que sim! Eu sou um eterna curiosa, tanto para a vida quanto para meus personagens. Por mais que pareça, um personagem nunca é igual ao outro.E meu desafio é justamente buscar o que os torna diferentes entre si, qual é a característica que os torna únicos e como posso explorar isso. Entrar em uma novela que já está no ar há um tempo, consolidada e fazendo muito sucesso, também é um desafio. Você é um peixinho meio fora do aquário. Pensar nessas coisas, estudar o personagem, me dá esse frio na barriga gostoso da novidade.

Quais são as principais questões que ela vai enfrentar na trama?
Claudia Raia - 
Acho que ela vai criar muitas questões para as pessoas ao redor (risos). O que dá para adiantar é que ela é muito pior do que o Luigi (Rainer Cadete). Então, com certeza vai aprontar bastante com os outros personagens. 


E como estão sendo as gravações, o convívio com o elenco?
Claudia Raia - 
As gravações estão sendo ótimas. É ótimo trabalhar e estar perto de amigos tão queridos, como Tony Ramos e Gloria Pires. Trabalhar com Rainer e Tata também está sendo ótimo. Nos divertimos muito em cena juntos. E o reencontro com o Luiz Henrique Rios, o diretor, está sendo maravilhoso. Sou uma atriz que gosta de ser dirigida, que gosta dessa troca. E ele é muito atento e sensível a isso. Não posso deixar de dizer que também é muito bom voltar em uma novela do Walcyr, que se comunica de uma maneira muito próxima do público, que é tão popular. Temos isso em comum: eu adoro projetos populares. Gosto de trabalhar para o público se divertir.

Como você espera que o público vai receber sua personagem?
Claudia Raia - 
Eu espero que bem e que se divirta com as falcatruas dela.

Comente sobre a relação dela com Luigi.
Claudia Raia - 
Ela não é aquela mãe zelosa, cuidadosa, que só pensa no bem-estar do filho. Ela é uma grande trambiqueira, e os dois têm isso em comum. Na verdade, ela é bem pior do que o Luigi, ou seja, podem esperar tudo dela. Tudo bem que isso acaba os aproximando também. É uma relação em que os dois querem se dar bem sempre. 


Quais foram seus últimos trabalhos?
Claudia Raia - 
Meu último trabalho na TV foi "Verão 90". Depois veio a pandemia, voltei da minha turnê com o espetáculo “Conserto para Dois” na Europa antes, porque tudo estava fechando. Depois, voltei com o espetáculo em 2021 e 2022. A turnê nacional estava agendada para 2020, mas precisou ser adiada. Ano passado, eu estive à frente do “Decora” ao lado da Stephanie Ribeiro em uma edição dedicada às novelas. Foi um trabalho muito divertido e que eu fiz já grávida do Luca. Foi muito especial ter esse registro. Depois ele nasceu e agora, depois da licença, estou voltando à ativa em "Terra e Paixão" e emendo na preparação para o musical “Tarsila, A Brasileira”, como citei acima.

Como foi o convite para a participação na novela?
Claudia Raia - 
O convite veio do próprio Walcyr Carrasco. Fiquei muito feliz quando recebi a ligação dele e mais ainda quando ele fez o convite. Ele me disse o que estava pensando para a personagem, qual era o caminho que gostaria para ela, e topei na hora. 

Como está sendo trabalhar o texto do Walcyr Carrasco e como tem sido a direção do Luiz Henrique Rios?
Claudia Raia - 
Está sendo maravilhoso, um reencontro muito feliz! Já trabalhei com Luiz Henrique e sempre foi muito bom. Desde o começo, tanto ele quanto toda a equipe fizeram de tudo para que as gravações acontecessem da melhor forma, pensando que eu moro em São Paulo e estou com um bebê pequeno em casa. O texto do Walcyr é ótimo, tem um apelo popular muito grande. Isso me deixa muito feliz.
 

É o seu primeiro trabalho após a gravidez. Apesar de você já ter passado por isso com seus dois outros filhos, como tem sido viver essa experiência agora?
Claudia Raia - 
É bem diferente, especialmente porque agora estou passando isso fora de casa. Eu moro em São Paulo e estou no Rio para gravar a novela. Mas é algo que eu sabia que aconteceria em algum momento. Também é importante para eu me entender como mulher depois do nascimento do Luca. Nos primeiros meses, estive completamente dedicada a ele. Voltar a sair de casa para trabalhar me coloca em um outro lugar. Dá muita saudade, parece que está faltando um pedaço de mim, mas ao mesmo tempo me sinto muito realizada por estar fazendo o que eu amo fazer. Busco sempre olhar o lado mais cheio do copo, e neste caso não é diferente. Afinal, além de mãe, sou mulher, atriz, produtora... E agora vou começando a reencontrar esses outros lados meus, que estavam mais adormecidos. Está sendo um reencontro gostoso comigo mesma também a volta ao trabalho.

"Terra e Paixão" é uma novela criada por Walcyr Carrasco, escrita por Walcyr Carrasco e Thelma Guedes. A obra é escrita com Márcio Haiduck, Vinícius Vianna, Nelson Nadotti, Cleissa Regina e Dora Castellar. A direção artística é de Luiz Henrique Rios com direção geral de João Paulo Jabur e direção de Tande Bressane, Jeferson De, Joana Clark, Felipe Herzog e Juliana Vicente. A direção de gênero é de José Luiz Villamarim e a produção é de Raphael Cavaco e Mauricio Quaresma.

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