sexta-feira, 20 de junho de 2025

.: Adeus a um ícone: morre Francisco Cuoco aos 91 anos, relembre a trajetória


Na imagem, Francisco Cuoco com o cachorro Balu. Foto: TV Globo/João Miguel Júnior

TV Globo/João Miguel Júnior"É importante que os personagens tenham vida própria. Prefiro que eles sufoquem o Francisco." A frase dita por Francisco Cuoco resume o legado de um dos maiores atores da dramaturgia brasileira, que faleceu nesta quinta-feira, 19 de junho, aos 91 anos, em São Paulo, vítima de falência múltipla dos órgãos. Com uma carreira marcada por personagens inesquecíveis, Cuoco deu vida ao carismático Carlão em "Pecado Capital" (1975), ao enigmático Herculano Quintanilha em "O Astro" (1975), ao revolucionário Tiradentes em "Saramandaia" (1976) e ao galã Cristiano Vilhena na primeira versão de "Selva de Pedra" (1972). Foi um camaleão da TV, um artista que fez história e atravessou gerações com seu talento.

Nascido em 29 de novembro de 1933, no tradicional bairro do Brás, em São Paulo, Francisco Cuoco teve o primeiro encantamento com a arte ainda criança, quando um circo se instalava em frente ao seu sobrado. Ali, começou a sonhar com o palco. Deixou o curso de Direito para seguir a paixão pelo teatro, passando por grupos como o Teatro Brasileiro de Comédia e o Teatro dos Sete, antes de conquistar a televisão.

A estreia dele na TV Globo aconteceu em 1970, na novela "Assim na Terra Como no Céu", como padre Vitor. Desde então, brilhou em obras como "Redenção" (1966), "O Outro" (1987), "Tropicaliente" (1994), "Quem É Você?" (1996), "O Clone" (2001), "América" (2005), "A Vida da Gente" (2011), "Sol Nascente" (2016) e "Segundo Sol" (2018). No remake de "O Astro" (2011), voltou à trama como o misterioso Ferragus, acompanhando de perto Rodrigo Lombardi assumir o papel de Herculano Quintanilha, que o consagrou.

Cuoco também transitou pelo humor, marcando presença em programas como "Sai de Baixo" (2001) e "A Grande Família" (2004), e levou a arte dele para o cinema em produções como "Traição", "Gêmeas", "Um Anjo Trapalhão", "Cafundó" e, por fim, "Real Beleza" (2015), de Jorge Furtado. No teatro, retornou com força em 2005 na peça "Três Homens Baixos", ao lado de Gracindo Jr. e Chico Tenreiro. E como se não bastasse, também se aventurou pela música: lançou o disco romântico "Soleado" (1975) e o álbum espiritual "Paz Interior", com 16 orações católicas musicadas.

Francisco Cuoco deixa três filhos - Rodrigo, Diogo e Tatiana -, e um legado imenso no coração do público brasileiro. O velório será aberto ao público nesta sexta-feira, das 7h00 às 15h00, no Funeral Home, na Bela Vista, em São Paulo. O sepultamento será reservado aos familiares e amigos mais próximos. Os palcos do Brasil reverenciam não só um ator, mas um mestre da representação que fez da vida uma sucessão de grandes personagens - todos, à sua maneira, inesquecíveis.

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