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terça-feira, 3 de dezembro de 2024

.: “Mufasa: O Rei Leão” estreia dia 20 e libera trilha sonora dia 13. Saiba mais!

A trilha sonora apresenta novas músicas originais de Lin-Manuel Miranda, com performances adicionais de Lebo M e trilha original composta por Dave Metzger


Dezembro chegou trazendo a tão aguardada estreia nos cinemas de "Mufasa: O Rei Leão", no próximo dia 20 de dezembro. Para celebrar, um novo featurette chamado "Música de Mufasa" e pôsteres da exposição foram lançados, enquanto a Walt Disney Records anunciou o lançamento da trilha sonora oficial do filme para o dia 13 de dezembro, nas versões de músicas apenas e deluxe. A trilha sonora já está disponível para pre-save.

As músicas originais foram compostas por Lin-Manuel Miranda, vencedor do GRAMMY®, Tony®, Emmy® e homenageado pelo Kennedy Center Honor®, e produzidas por Mark Mancina e Lin-Manuel Miranda, com música e performances adicionais de Lebo M. Miranda, que declarou: “’O Rei Leão’ tem um legado musical incrível, com músicas de alguns dos maiores compositores da história, e estou honrado e orgulhoso de fazer parte disso. Foi uma alegria trabalhar ao lado de Barry Jenkins para dar vida à história de Mufasa. Mal podemos esperar para que o público experimente este filme nos cinemas”.

O álbum foi produzido por Miranda, Mancina e Tom MacDougall, presidente da Walt Disney Music e vencedor do GRAMMY®. A trilha sonora, que estará incluída na versão Deluxe, foi composta por Dave Metzger, vencedor do prêmio Tony®.


Confira a tracklist completa de “Mufasa: O Rei Leão”:

1.    “Ngomso” - Performed by Lebo M

2.    “Milele” - Performed by Anika Noni Rose and Keith David

3.    “I Always Wanted A Brother” - Performed by Braelyn Rankins, Theo Somulo, Aaron Pierre and Kelvin Harrison, Jr.

4.    “Bye Bye” - Performed by Mads Mikkelsen, Joanna Jones and Folake Olowofoyeku

5.    “We Go Together” - Performed by Aaron Pierre, Kelvin Harrison Jr., Tiffany Boone, Preston Nyman and Kagiso Lediga

6.    “Tell Me It’s You” - Performed by Aaron Pierre and Tiffany Boone

7.    “Brother Betrayed” - Performed by Kelvin Harrison Jr.


Os ingressos já estão à venda para "Mufasa: O Rei Leão", filme que explora a improvável ascensão do amado rei das Terras do Reino. Rafiki conta a lenda de Mufasa para a jovem leoa Kiara, filha de Simba e Nala, com Timão e Pumba emprestando seu humor característico. Contada em flashbacks, a história apresenta Mufasa como um filhote órfão, perdido e sozinho, até encontrar Taka, um leão simpático e herdeiro de uma linhagem real. Esse encontro muda o rumo da vida de ambos, levando a uma jornada épica de um grupo extraordinário de desajustados em busca de seus destinos. Seus laços serão testados enquanto trabalham juntos para escapar de um inimigo ameaçador e mortal.

O filme conta com um elenco estelar, incluindo Aaron Pierre, Kelvin Harrison Jr., John Kani, Tiffany Boone, Kagiso Lediga, Preston Nyman, Mads Mikkelsen, Thandiwe Newton, Lennie James, Anika Noni Rose, Keith David, Seth Rogen, Billy Eichner, Donald Glover, Blue Ivy Carter, Braelyn Rankins, Theo Somolu, Folake Olowofoyeku, Joanna Jones, Thuso Mbedu, Sheila Atim, Abdul Salis, Dominique Jennings e Beyoncé Knowles-Carter.

Combinando técnicas de filmagem live-action com imagens geradas por computador de forma fotorrealista, este novo longa-metragem é dirigido por Barry Jenkins, produzido por Adele Romanski & Mark Ceryak e conta com produção executiva de Peter Tobyansen. Com músicas originais do premiado compositor Lin-Manuel Miranda, trilha sonora de Dave Metzger e performances vocais adicionais de Lebo M, "Mufasa: O Rei Leão" estreia exclusivamente nos cinemas em 20 de dezembro de 2024.

Trailer do filme

sábado, 30 de novembro de 2024

.: Crítica musical: Casuarina faz samba de qualidade no álbum "Retrato"


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: divulgação.

O grupo Casuarina está divulgando o álbum “Retrato”, que está disponível nas plataformas digitais. O trabalho resgata a boa e velha prática da pesquisa de repertório, redescobrindo sucessos esquecidos e pérolas pouco exploradas por seus intérpretes e autores originais.  Agora na formação de trio, o grupo carioca reuniu sambas que marcaram época e foram importantes para cada um  de seus integrantes.

O grupo nasceu em 2001, em meio ao processo de revitalização do bairro da Lapa, no Rio de Janeiro. Foi ali, nos bailes da vida, que o projeto Casuarina teve início, revirando o baú da música popular brasileira. O começo de carreira culminou na gravação do primeiro disco do grupo, “Casuarina” (2005), indicado ao Prêmio da Música Brasileira e ganhador do extinto Prêmio Rival, concedido pela tradicional casa de shows carioca.

Décimo primeiro na discografia do grupo, “Retrato” conta a participação de três convidados: Marina Iris, Péricles e Zeca Pagodinho.  A cantora carioca e o mestre Zeca gravaram dois sambas garimpados pelo trio: “Cataclisma” e “Velhos Tempos”, respectivamente.

 Ícone do samba de São Paulo, Péricles imprimiu o vozeirão e a elegância característicos na versão de “Coração Feliz”, do repertório de Beth Carvalho. “Malandro Sou Eu”, outro clássico gravado pela madrinha do samba, entrou na lista de Rafael Freire e permaneceu no álbum: “Essa música me remete ao final da década de 1990, quando o pagode invadiu a Zona Sul. Passei a frequentar as rodas de samba da região ainda moleque, com 16 anos, ao lado de amigos de colégio que viriam a ser colegas de ofício. Sempre tive vontade de gravá-la”.

 Outro achado de “Retrato” é “Amarguras”, parceria de Zeca Pagodinho e Cláudio Camunguelo, originalmente gravada pelo Fundo de Quintal. “Cem Anos de Liberdade”, clássico samba-enredo da Mangueira, ganhou arranjo delicado, que foge da estética habitual do estilo. Bebendo na fonte de Jovelina Pérola Negra, o Casuarina foi buscar o samba “Catatau”, de aguçada crítica social, além de extremamente atual. Produzido pelo grupo Casuarina, o disco foi gravado, mixado e masterizado por Lucas Ariel nos estúdios da Biscoito Fino. Vai agradar bastante quem curte o samba tradicional.

"Coração Feliz"


"Cataclisma"

"Malandro Sou Eu"

.: Crítica musical: Sioux 66 com o DNA do rock nas veias


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: divulgação.

Todos ainda se lembram da icônica participação da banda mineira de Heavy Metal no final do show dos Titãs no Hollywood Rock de 1994, cantando uma versão punk de “Polícia”. Mas quem poderia imaginar que dois filhos de integrantes dessas bandas uniriam forças em um outro grupo de rock paulistano? Pois foi o que aconteceu no caso do Sioux 66, que acaba de divulgar o primeiro single de um álbum que está sendo preparado para ser lançado em 2025.

Os integrantes da Sioux 66 são: Igor Godoi (vocal), Bento Mello (baixo), Yohan Kisser (guitarra) e Gabriel Haddad (bateria). Bento é filho de Branco Mello, membro original dos Titãs, enquanto que Yohan é filho de Andreas Kisser, guitarrista do Sepultura. Formada em 2011, a Sioux 66 vem conquistando seu espaço nos grandes palcos, incluindo uma performance no Rock in Rio 2022 e já lançou três álbuns de estúdio. Yohan ingressou na banda a partir de 2018, substituindo Mikka Jaxx, que se mudou para os Estados Unidos. Em 2021 eles gravaram uma elogiada versão de O Calibre, dos Paralamas do Sucesso, que acabou entrando na trilha sonora da novela Um Lugar Ao Sol, da TV Globo.

“Drive” é uma parceria com a distribuidora AWAL, do grupo Sony Music. A arte da capa do single é assinada por Gabriel Pow, trazendo uma estética que reflete a intensidade e energia características do som da banda, que de uma certa forma, demonstra uma relação direta com o som das bandas Sepultura e Titãs. No que se refere as mensagens diretas e no som pesado, eles mostram que têm o DNA do rock.

Este lançamento é o primeiro reflexo do que está por vir em seu quarto álbum de estúdio, que contará com composições em inglês e tem previsão de lançamento para janeiro de 2025. Vamos aguardar os próximos passos da Sioux 66.

"Nobody Knows You"

"O Calibre"


sexta-feira, 22 de novembro de 2024

.: Renato Teixeira e Fagner: quando os destinos se encontram


Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: divulgação.

Raimundo Fagner e Renato Teixeira retomam a parceria no álbum "Destinos", que também está disponível nas plataformas de streaming. Depois de "Naturezas", disco lançado em 2022, a dupla volta a apresentar novas canções e releituras, desta vez, com participações especiais. E o resultado ficou acima da média.

A atriz Isabel Teixeira (filha de Renato Teixeira) interpreta "Magia e Precisão", enquanto Zeca Baleiro empresta sua voz para o tema "O Prazer de Lembrar de Mim". Também participam do disco a cantora Roberta Campos (em "Quando for Amor"), Chico Teixeira, filho de Renato ("Travesseiro e Cafuné"), Evandro Mesquita ("Blues 73") e Roberta Spindel (em "Arde Mas Cura").

Destaques para "Dominguinhos" (um belo tema em homenagem ao saudoso mestre sanfoneiro) e para a canção que abre o disco, "Romaria", clássico de Renato na voz de Fagner. Assinalaria ainda a já citada "Quando For Amor", uma balada no estilo folk, com Fagner e Renato Teixeira unindo forças com a voz doce de Roberta Campos.

A produção musical e os arranjos são assinados por Maurício Novaes. A capa e a arte do disco são de Bento Andreato. Ao final da audição, o ouvinte fica na torcida para a dupla voltar a se reunir para lançar mais um disco.

"Quando For Amor"

"Amor Amar"

"Magia e Precisão"


quarta-feira, 20 de novembro de 2024

.: Crítica musical: Leo Russo, a gente merece escutar


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: divulgação.

O cantor e compositor Leo Russo está comemorando 15 anos de carreira em um momento mais do que especial: álbum novo, show novo e a espera do primeiro filho com a esposa Isabella. Chega nas plataformas digitais o álbum “A Gente Merece”, título de uma das faixas. A direção musical ficou a cargo de Alessandro Cardozo, que também assina a direção do show de lançamento no Teatro Rival Petrobras, no dia 3 de dezembro.

Afilhado da saudosa cantora Beth Carvalho e do produtor musical Rildo Hora, Leo Russo começou a frequentar as rodas de samba cariocas aos 11 anos, quando ganhou seu primeiro cavaquinho. Foi então que teve os primeiros contatos com alguns de seus ídolos, Ídolos que, mais tarde, seriam seus parceiros, como Xande de Pilares, Monarco e Moacyr Luz, com quem compôs “Isabella”, faixa do novo álbum.

Do novo álbum, já estão disponíveis no streaming “Isabella” e “João do Méier”, em que Leo Russo homenageia um de seus ídolos de infância: João Nogueira. Esta é uma música só de Leo Russo, mas no álbum há várias feitas com outros parceiros além de Moacyr Luz e Léo Peres, como Fagner, Xande de Pilares, Monarco e Rildo Hora, que também fez alguns arranjos, assim como Alessandro Cardozo e Paulão 7 Cordas.

O fato de ter contato com figuras ilustres do samba deve ter influenciado positivamente na sua formação musical. O disco tem composições bem inspiradas na linha do samba tradicional carioca. E Leo Russo é um ótimo intérprete, com aquela malemolência necessária para todo sambista. A gente merece ouvir esse disco.

"Isabela"

"João do Meier"

sexta-feira, 15 de novembro de 2024

.: Crítica musical: Laura Finocchiaro, a rainha do underground, está de volta


Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: divulgação.

A cantora, compositora, multi-instrumentista, arranjadora e produtora Laura Finocchiaro está divulgando seu novo single, “Nossa Parceria”, que chega às plataformas digitais por uma dobradinha do selo Sorte Produções com a distribuidora GRV. A canção nasceu da letra de Jarbas Mariz, enviada para Laura num bilhetinho durante a pandemia da Covid-19, em 2021. O manuscrito só foi resgatado no final do ano passado e, com a colaboração de Jarbas e Daniel Maia, a artista criou a faixa em seu home studio, misturando influências do Sul e do Nordeste do Brasil em uma sonoridade que remete à World Music.

“Eu acredito em parcerias, em sintonia, em trabalho coletivo, em afeto compartilhado. Essa canção tem a ver com esse sentimento pessoal, mas ao mesmo tempo universal. Por isso, essa mistura meio louca de oriente com pegada de reggae”, explica Laura, artista pioneira na combinação da música brasileira com a música eletrônica.

Laura iniciou sua trajetória em Porto Alegre durante os movimentos musicais dos anos 80. Em São Paulo, passou por palcos icônicos como Lira Paulistana e Madame Satã e no programa Fabrica do Som da TV Cultura. Ganhou destaque nacional no Rock in Rio II, abrindo shows de Prince e Santana, quando recebeu o apelido de Rainha do Underground. Atualmente é diretora da Sorte Produções, um selo musical e produtora de áudio.

Se por um lado o momento atual oferece mais perspectivas para quem está iniciando na música, por outro, Laura Finocchiaro acredita que falta mais consistência no que está sendo produzido nos dias atuais. “Sempre tem gente mostrando um trabalho interessante e que merece ser conferido pelo público”.

Esse single marca o início de uma nova fase na sua trajetória artística e serve como uma prévia do relançamento de seu álbum “Ecoglitter” de 1998, que estará disponível digitalmente, pela primeira vez, logo após o lançamento de “Nossa Parceria”.  Agora, com o avanço das plataformas digitais, uma nova geração de ouvintes poderá descobrir esse trabalho que marcou o início de sua fase mais experimental. Laura já produziu trilhas sonoras para filmes, documentários e programas de grande audiência, incluindo “TV Colosso”, “Casa dos Artistas” e “A Fazenda”, consolidando sua importância na música e na produção cultural brasileira. “Todas essas experiências foram importantes para mim”.

"Nossa Parceria"

"Tudo É Amor"



"Vírus"

quinta-feira, 14 de novembro de 2024

.: Crítica musical: Luana Bayô mostra a força de sua arte com CD "Abebé"


Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: José de Hollanda

A cantora e compositora paulistana Luana Bayô está lançando seu mais recente disco, "Abebé", nas plataformas de música. O álbum foi gravado ao vivo com arranjos e direção musical de Liw Ferreira, durante show da artista no Festival Malungo, realizado pela Gravadora Pôr do Som.

 A banda que acompanha Luana Bayô é formada por músicos que também tocam no disco - Liw Ferreira (baixo e bandolim), Helô Ferreira (violão), Nichollas Maia (piano), Matheus Marinho (bateria), Lucas Alakofá e Simone Gonçalves (percussões), à exceção de Valber Oliveira (trombone). O show tem direção cênica e de palco de Rubens Oliveira.

Com nove faixas, o álbum traduz a força e beleza da artista, e conduz o ouvinte a uma conexão com a África e toda sua influência na música popular brasileira, refletindo a ancestralidade e a espiritualidade das culturas negras. Inspirada nas simbologias de Oxum e Yemanjá, Luana dedica sua obra à força do feminino, das Águas e das Yabás, mulheres de liderança no panteão da cultura afro-brasileira.

Luana Bayô cita Clementina de Jesus como uma referência importante em sua formação musical, além da cantora Alcione. “Tive muitas influências, mas essas duas estão em um lugar muito especial. Clementina foi uma das primeiras cantoras a tratar da ancestralidade. E Alcione dispensa comentários. É uma intérprete acima da média, em todo os aspectos”.

Segundo a cantora, “Abebé" (espelho de oxum) mergulha no feminino com músicas que falam das diversas águas que nos habitam e das várias facetas de ser mulher, sobretudo, de ser uma mulher negra. “São canções que me revelam, que trouxeram olhares para minhas diversas nuances como mulher, passando pela minha ancestralidade, naturalmente”.

 O disco abre com duas canções de domínio público (Cantos para Exu e Bombogira e O Sobrado de Mamãe é debaixo d´água). E depois segue na MPB e suas mais variadas vertentes, passando principalmente pelo samba, ritmo com o qual Luana tem uma forte ligação. Dona de uma voz grave e potente, ela também demonstra um timbre aveludado e singular, que passeia com desenvoltura ao interpretar as canções escolhidas para o disco. "Abebé" é um disco que merece ser descoberto pelo público. O show de lançamento acontece na Comedoria do Sesc Pompeia, na Capital Paulista no dia 21 de novembro, quinta-feira, às 21h30 .

"Vento Norte"

"Porto dos Desejos"

"Água Quando Cai do Céu"


.: Clássico, "Luau MTV" retorna com outro nome, L7nnon e Marcelo Falcão


Com exibição na MTV, Pluto TV e YouTube, edição terá Bella Campos, Pedro Scooby e Sarah Oliveira como apresentadores


A MTV e a cerveja Corona acabam de anunciar a data de estreia do "Corona Luau MTV". O aguardado retorno de um dos programas mais icônicos dos anos 2000 - "Luau MTV" - será no dia 12 de dezembro, quinta-feira. A partir das 20h30, o programa estará disponível na Pluto TV (on demand), na MTV e no YouTube da MTV Brasil. O especial de música, que marca a chegada do verão e é baseado no formato criado pelo Grupo Abril, celebra os dez anos de presença de Corona no Brasil no espaço que mais representa a marca: a praia.

Nesta edição especial, gravado em Preá, no Ceará, o "Corona Luau MTV" terá como atração um feat. inédito no cenário musical brasileiro, L7nnon e Marcelo Falcão, e será comandado por Bella Campos. Além disso, contará com Pedro Scooby apresentando bastidores e a participação especial de Sarah Oliveira entrevistando os artistas musicais. O retorno do programa, que já contou com apresentações icônicas de artistas, promete ser lendário (novamente!) e trazer o melhor de um encontro de gerações em um cenário paradisíaco.


Sobre o o "Luau MTV"
Programa icônico dos anos 90 e 2000 criado pela Editora Abril, o "Luau MTV" foi, anualmente, uma celebração a chegada do verão. Durante a estação, a marca reunia nomes da música nacional para tocar a beira mar, no melhor formato acústico com violão e percussão, criando uma atmosfera de celebração e conexão entre artistas e fãs. O cenário tropical, as apresentações e a presença marcante de personalidades da televisão tornaram o Luau MTV um marco na cena cultural brasileira, simbolizando a liberdade e a criatividade do público jovem. A primeira edição foi ao ar em 1997 e o programa, por sua vez, foi apresentado por diversas VJs da casa, na época, como Carla Lamarca, Cuca Lazzarotto, Fernanda Lima e Sarah Oliveira. Dentre os artistas que participaram, ao longo dos anos, estão Ivete Sangalo (1998), Charlie Brown Jr. (1999), Cássia Eller (2002) e Nando Reis (2007). Realizada em 2012, a última edição contou com apresentação da banda Raimundos e foi comandada por Ellen Jabour.


Sobre L7nnon
Cria de Realengo que conquistou o Brasil, L7nnon é um dos rappers em maior evidência na cena. Original, conta suas narrativas sem estereótipos comuns ao gênero e prova sua relevância com números. É o rapper mais ouvido do Brasil no Spotify e o mais seguido no Instagram.


Sobre Marcelo Falcão
Marcelo Falcão ou Jet, é um cantor consagrado e adorado por milhares de pessoas. Em mais de 25 anos de carreira com sua banda O Rappa, e mais de 180 milhões de discos vendidos é considerado uma lenda da música. Marcelo Falcão lançou seu primeiro álbum solo “Viver Mais Leve Que o Ar” em 2019 e desde então vem fazendo um trabalho surpreendente, foram inúmeros shows por todo o Brasil, lives, produções e lançamentos de videoclipes, turnês internacionais com direito a captações para seu documentário, produção de videoclipes e a gravação do seu DVD em Miami, hoje vem se dedicando ao seu segundo álbum solo “Vitória”, que conta com a participação de grandes músicos e artistas de distintas gerações. Mas, para além do que se ouve, Marcelo Falcão também é comportamento. O grande diferencial de Marcelo Falcão sempre foi olhar ao seu redor, dialogar com todos os públicos, entender seus anseios, desejos e vontades.


Sobre Bella Campos
Bella Campos, atriz natural de Cuiabá, fez sua estreia no remake da histórica novela dos anos 90 “Pantanal”, da Rede Globo. Ganhou visibilidade nacional ao interpretar a personagem “Muda” (Rute), que lhe rendeu o Prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante no Melhores do Ano do “Domingão do Huck”. 

Ainda em 2022, logo após o sucesso como Muda, interpretou “Jenifer” na novela das sete “Vai na fé”, que bateu recordes de audiência. Despontando como uma das melhores atrizes da sua geração, Bella está no elenco principal do longa nacional “Cinco Tipos de Medo”, ainda sem data de estreia, e estará num projeto de grande destaque para sua carreira no primeiro semestre de 2025 na Rede Globo.


Sobre Pedro Scooby
Pedro Henrique Mota Vianna, mais conhecido como Scooby, é um dos principais nomes do surfe de ondas grandes do mundo e pode ser definido como a mistura de um “Rockstar” com um guru espiritual. Nascido no Rio de Janeiro, Pedro alcançou diversos marcos importantes na história do surf de ondas gigantes, como o título de campeão mundial (Fevereiro de 2024) e também títulos de melhor onda do ano.

Além do lado atleta, Pedro tem um lifestyle único, onde já se aventurou desde desfiles e campanhas de moda de renomadas marcas como Hugo Boss e Bulgari, até se posicionar como um comunicador nato, sendo apresentador do programa PodPah Visita, dentro do canal do PodPah e também comentarista de esportes da CazéTv. O lado humano também é uma característica muito marcante no Pedro e isso se refletiu muito esse ano, onde ele foi o percursor do movimento de resgates no Rio Grande do Sul feito pelos surfistas de ondas gigantes.


Sobre Sarah Oliveira
Sarah Oliveira fez história unindo sua paixão por comunicação e música. Estreou nos anos 2000 MTV, comandando o "Disk MTV" e o "Luau MTV". Fez parte do time do Vídeo Show na Globo de 2006 a 2010. Desde 2011 assina a criação de seus programas. No canal GNT, idealizou o “Viva Voz”, o documentário "Na Trilha da Canção" e o programa "Calada Noite”, pelo qual foi indicada ao prêmio de melhor apresentadora de TV, no APCA 2017. Em 2018, lançou a série “O Nosso Amor a Gente Inventa” criada por ela para o Youtube. Em 2020, Sarah ganhou o prêmio WME de melhor comunicadora do ano.

Seu programa musical “Minha Canção”, no ar desde 2017 na rádio Eldorado, no podcast e no YouTube, foi indicado ao APCA em 2022. Sarah ainda ganhou o Prêmio Estadão de Melhor Entrevista, com Marisa Monte, em 2021. Recentemente, estreou o “Bios: Vidas Que Marcaram a Sua”, em comemoração aos 40 anos da banda Titãs. O documentário é apresentado por Sarah e exibido na DisneyPlus e na StarPlus. Neste ano de 2024, estreou a 15 temporada de seu programa "Minha Canção". Vai ao ar na Rádio Eldorado (FM 107,3 - SP), no podcast e no Youtube.

domingo, 3 de novembro de 2024

.: Zeca Baleiro e Wado lançam "Coração Sangrento", álbum de parcerias inéditas


Zeca Baleiro
e Wado liberaram hoje o álbum de parcerias inéditas “Coração Sangrento” (ouça neste link). Produzido pelos artistas com Sérgio Fouad, o álbum reúne uma nova safra de canções, todas compostas por Wado e Baleiro a partir do período da pandemia, quando a parada dos shows deu espaço para novas criações. Wado e Zeca Baleiro lançam ‘Coração Sangrento’ e fazem uma pequena turnê, começando por Maceió, São Paulo e Recife (Wado, crédito Brenda Guerra + Zeca, crédito Necka Ayala)

"Coração Sangrento", por Wado
Muito animado em apresentar “Coração Sangrento”, novo álbum em parceria com Zeca Baleiro. É um disco que morro de orgulho. Nele, reunimos dois punhados de canções inéditas, resultado de um encontro verdadeiro, canções feitas muito no bate bola dos áudios e vídeos trocados por WhatsApp. Essa amizade e a admiração mútuas colocam esse disco num lugar único; paira no ar uma vontade de praticar a canção bonita.

O léxico dos acordes do Brasil, talvez o país de diversidade harmônica mais sofisticado do mundo, está presente aqui neste disco. Embora estes acordes da nossa história venham do burilar do samba e resulte na bossa nova, “Coração Sangrento" não soa como tal. Muito pela produção arejada de Sérgio Fouad, o disco ganha um punch de rock, trazendo ainda mais frescor às composições.

As letras também seguem essa escola da canção bonita brasileira, apresentando uma paleta ampla de temas, mais existencial do que romântico. O álbum trata de pertencimentos, tecnologia, realidade virtual, coletividade e questões morais. É um disco contra o individualismo, mais na onda da construção de algo com menos ego, como num jogo de frescobol, onde o lance é manter a bola no ar.

A canção título, "Coração Sangrento", trata do ímpeto de mergulhar nas coisas que importam. Ela convida todos a viver intensamente, mergulhando nelas sem as redes de contenção. As cordas escritas pelo maestro Pedro Cunha acrescentam uma camada de riqueza sonora que eleva as canções a um outro patamar. Essa é uma das quatro músicas do disco que contém cordas gravadas por um quarteto no estúdio Midas de Rick Bonadio.

É um álbum que se ergue do charco do que é mediano e se coloca forte na cena. Estou numa ansiedade boa de que nossos ouvintes mergulhem nas nuances de “Coração Sangrento”, disco grande que celebra a amizade de dois compositores que se admiram.

A parceria, por Zeca Baleiro
Apesar de no início da minha discografia assinar quase todas as canções sozinho – letra e música -, sempre amei compor em parceria. Fiz música com parceiros os mais diversos, de Hyldon a Fagner, de Arrigo Barnabé a Frejat, de Vicente Barreto a Lô Borges. E falo isso com descarada vaidade, porque me orgulho da diversidade musical com que ergui meu trabalho ao longo dos anos.

Agora é chegada a hora de lançar um disco inteiro ao lado de um querido parceiro, um dos maiores compositores da geração que sucedeu a minha, Wado. Essa parceria se iniciou lá atrás, quando gravei "Era", com melodia dele e letra minha, que fazia alusão ao 11 de setembro e que gravei no álbum duplo "O Coração do Homem-Bomba" (2008).

Depois vieram outras tantas. E agora, depois de 15 anos de amizade, chegamos ao "Coração Sangrento", álbum com canções compostas no início da pandemia e refinadas ao longo dos últimos anos. O disco versa sobre o momento confuso que o mundo atravessa, essa aparente "transição de eras", mas sem esquecer temas eternos como o amor, a amizade e o pertencimento.

São dez canções onde se vê rastros de referências várias, que fizeram nossa cabeça desde a infância até a nossa atuação como músicos profissionais: Trio Mocotó, Clube da Esquina, Paulo Diniz, Pessoal do Ceará e pitadas de rock indie, sempre buscando um invólucro lírico para as canções, buscando fazer jus ao histórico repertório da "grande música brasileira".

Tenho que mencionar que o disco não existiria - não como existe, pelo menos – sem a produção e incrível empenho (e criatividade) de Sergio Fouad, outro parceiro querido e indispensável nessa aventura artística. Wado é um craque, e foi um prazer dividir este álbum com ele. Há algo de muito especial na nossa parceria, uma sintonia cósmica, indecifrável. Chegou a hora de dividi-lo com o público. Evoé, Wado!


Como tudo começou
Eles se conheceram no início dos anos 2000, quando Wado surgiu na cena musical com seu emblemático “Manifesto da Arte Periférica”. “Seu universo estético particular, com melodias líricas e às vezes tomadas de certa estranheza, sua poesia crua e visceral, e seu despudor de passear por muitos mundos musicais, do axé ao samba, do rock à bossa, me chamaram a atenção”, relembra Baleiro. “Eu li numa revista IstoÉ de 2002, estupefato, que Zeca gostava do meu trabalho. A partir disso eu o procurei num show em Maceió e vide nossa verve e paixão por copos e bons assuntos, nos tornamos imediatamente amigos”, completa Wado.

A primeira parceria é de 2002, a primeira gravação é “Era”, lançada por Baleiro em “O coração do Homem-Bomba Vol.2” (2007), e de lá pra cá fizeram outras tantas canções, apresentações conjuntas e feats. O primeiro single do álbum juntos, “Dia de Sol", chegou nas plataformas digitais dia 20 de setembro deste ano (2024) e “Alma Turva” foi liberado em 11 de outubro. Agora, lançam “Coração Sangrento” dia  1º de novembro e fazem uma pequena turnê de lançamento, que começa por Maceió (23 de novembro, Teatro Gustavo Leite), São Paulo (7 de dezembro, Bona Casa de Música) e Recife (13 de dezembro, Teatro do Parque).


"Coração Sangrento" | Wado + Zeca Baleiro

1 - "Coração Sangrento"
2 - "Carrossel do Tempo"
3 - "Avatar"
4 - "Dia de Sol"
5 - "Incêndios"
6 - "Congelou"
7 - "Quebra-mar"
8 - "Alma Turva"
9 - "Zaratustra"
10 - "Amores e Celulares"


Produzido por Sergio Fouad
Coproduzido por Wado e Zeca Baleiro
Arranjos de cordas por Pedro Cunha
Arranjos de base por Sérgio Fouad, Jair Donato, Wado, Zeca Baleiro, com colaboração dos músicos
Gravado nos estúdios Donamix (Maceió), Al Gazarra e Midas Estúdio (São Paulo) e SoundPie (São Carlos/SP) por Jair Donato, Sergio Fouad e Zeca Baleiro
Mixado por Sérgio Fouad no Estúdio SoundPie
Masterizado por Sergio Fouad e Gabriel Galindo no Midas Estúdio
Confira o encarte digital: https://tinyurl.com/EncarteCoracaoSangrento
Ilustrações: Moisés Crivelaro
Projeto gráfico: Andrea Pedro
Lançamento Saravá Discos | Distribuição ONErpm

sexta-feira, 1 de novembro de 2024

.: Crítica musical: "Amorosa" mostra Paula Toller ao vivo e sem surpresas


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

A cantora e compositora Paula Toller lançou o CD "Amorosa Ao Vivo" comemorando seus 40 anos de carreira. Um trabalho que registra um dos shows da turnê revisitando antigos hits com algumas novidades nos arranjos daquele pop radiofônico inspirado no movimento new wave dos anos 80. Não faltaram os hits da época da sua antiga banda, Kid Abelha. Pouco se nota do material que ela lançou em carreira solo, que acabou sendo eclipsado pelos velhos hits. E cá entre nós, era isso que o público queria ouvir mesmo no show.

O repertório incluiu um tributo à Rita Lee, com a interpretação de "Agora Só Falta Você". E uma releitura de Nada Por Mim em ritmo bossa nova com participação do veterano Roberto Menescal. Paula Toller divide o vocal de "Na Rua, na Chuva, na Fazenda" com Fernanda Abreu, e de "Nada Sei", com Luiza Sonza. Sozinha canta canções como "Lágrimas e Chuva", "Educação Sentimental II", "Como Eu Quero" e "Amanhã É 23", entre outros sucessos dos anos 80 e 90.

Um dos melhores momentos é a releitura de "Não Vou Ficar", do síndico Tim Maia, com um arranjo interessante (em ritmo de samba rock) e uma interpretação firme da cantora. O dueto com Fernanda Abreu também ficou ótimo. E é preciso destacar também a  competente banda de apoio da cantora, que conta com o experiente produtor musical Liminha no violão acústico e guitarra.

"Amorosa Ao Vivo" pode até parecer algo previsível, sem muitas surpresas para o ouvinte. Mas é fato que ainda tem momentos interessantes para quem deseja relembrar os divertidos anos 80, quando ouvíamos um pop comercial made in Brazil, feito sob medida para tocar nas rádios.

"Educação Sentimental"

"Não Vou Ficar"

"Agora Só Falta Você"

"Na Rua, na Chuva, na Fazenda"

quarta-feira, 30 de outubro de 2024

.: Vídeos: Lady Gaga lança sessão dupla com “Disease” e “Die With A Smile”


Ganhadora de 13 prêmios GRAMMY®, Lady Gaga lançou hoje uma “sessão dupla” de vídeos musicais, revelando o clipe de “Disease”,  primeiro single de seu próximo álbum (carinhosamente apelidado “LG7”), com lançamento previsto para fevereiro de 2025, e o vídeo de “Die With A Smile (Live in Las Vegas)”.

Ousado e visualmente impressionante, o vídeo de “Disease” explora de maneira artística o desafio  de confrontar o próprio caos, captando a vontade de persistir e abraçar lados assombrosos, mas inescapáveis de nós mesmos — algo que Lady Gaga dividiu com os fãs em recente post nas mídias sociais. Assista ao vídeo, dirigido por Tanu Muino.

Registro de uma versão ao vivo gravada com Bruno Mars no Dolby Live no Park MGM, o vídeo “Die With A Smile (Live in Las Vegas)”, já pode ser assistido.  Download de “Die With A Smile (Live in Las Vegas)”: https://gagamars.lnk.to/DWASLive?

“Disease” foi lançada na sexta-feira, 25 de outubro, e recebeu ótimas críticas da crítica e dos fãs, com a “HARPER'S BAZAAR” elogiando a música como “um clássico de Gaga, no melhor sentido” e a “COSMOPOLITAN” chamando-a de “instantaneamente icônica”. A BBC celebrou seu som “sombrio, deslumbrantemente maximalista”, lembrando os ouvintes do estilo “cativante e esquisito” característico de Gaga, enquanto a “CLASH” observou sua “energia punk”, citando “o refrão matador” entre os melhores da cantora. O CONSEQUENCE destacou a “garra” de Gaga e o “falsete sinistro” da música, que lembra seus primeiros trabalhos, e o “THE INDEPENDENT” a aclamou como “a melhor música dela em muito tempo”, descrevendo-a como uma “dose potente de eletropop sombrio”. O “GUARDIAN” destacou seus “sintetizadores efervescentes e distorcidos” e sua “batida forte e levemente industrial”, dizendo que ela “evoca lembranças da Gaga do final dos anos 2000”, enquanto a “ROLLING STONE ‘destacou sua “linha de sintetizadores cavernosos”, elogiando a música por seu “refrão clássico de gritar junto com Gaga”.

Marcando seu tão aguardado retorno ao pop, “LG7” seguirá o lançamento de “Harlequin”, um álbum conceitual que acompanhou o filme “Coringa: Delírio a Dois”. “Harlequin”, que estreou em primeiro lugar na parada jazz da Billboard e entre os 20 primeiros na Billboard 200, foi elogiado pelos críticos. A “ROLLING STONE” o descreveu como “álbum luxuriante de swing jazzístico, em sua maioria standards,no ponto ideal”, enquanto “THE NEW YORK TIMES” comentou que “Gaga é capaz de mandar bem numa canção teatral sem fazer a menor força, e aqui ela traz uma energia nova para 'The Joker' ao vesti-la numa espécie de arranjo de ópera rock, completo com guitarra elétrica e um rosnado punk na voz”. O “USA TODAY” considerou o álbum “facilmente um de seus melhores momentos em disco”, observando que “é impossível ouvir ‘Harlequin’ e não aumentar o respeito pela cantora/atriz”.

Lady Gaga segue reinando na Billboard Global 200 com seu grande sucesso “Die With a Smile”, que ficou no topo da parada por oito semanas consecutivas após seu lançamento, o #1 mais duradouro da Global 200 este ano. A música acumulou 1,06 bilhão de streams globais em todas as plataformas digitais desde o seu lançamento e já foi reconhecida com certificado de Diamante no Brasil. Atualmente o terceiro artista mais ouvido do mundo no Spotify, Lady Gaga atingiu há pouco um novo pico de 110 milhões de ouvintes mensais, o que a torna um dos quatro únicos artistas da história a ultrapassar esse marco.

Disease

Die With A Smile

terça-feira, 29 de outubro de 2024

.: Mauro Hector: "Keep On" é música instrumental de qualidade


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

"Keep On" é o quinto álbum solo do guitarrista e compositor Mauro Hector. Um trabalho que mostra suas principais influências e seu amadurecimento como músico solista. Os estilos blues rock, fusion e country predominam na maior parte das faixas, sempre muito bem executadas e produzidas.

Neste disco participam Caio Pamplona no contrabaixo e Igor Willcox na bateria, que ficou responsável pela gravação, mixagem e masterização realizadas no Bunker 52 Studio, em São Paulo. Os dois músicos, aliás, foram fundamentais para dar suporte ao solista Mauro Hector, formando uma cozinha rítmica poderosa.

O álbum começou a ser gravado no início de 2023. São dez faixas com repertório autoral e instrumental, percorrendo estilos como blues rock, jazz, fusion, rock e country. A faixa "Mr. Collins" faz uma homenagem ao guitarrista Albert Collins com uma levada de funk "Blues". Já "At Home" é um country bem animado com influência de Albert Lee, outro músico lendário. A faixa "Left Hand" é um tema que segue o estilo jazz fusion. "Black Strat" é dedicada à guitarra Fender Stratocaster Preta que acompanha Mauro Hector em todos os álbuns e shows. A faixa "Blues for Trower" é um blues dedicado ao lendário guitarrista Robin Trower. E a faixa "Yellow", em estilo jazz fusion, foi composto inspirado no grupo Yellowjackets.

Desnecessário comentar a performance de Mauro Hector como solista. Desde o primeiro álbum, "Sonoridades", ele sempre provou ser o músico talentoso que é. Poderia citar as faixas "Blues For Trower" e "Left Hand" como momentos marcantes. Porém o disco todo merece ser conferido, principalmente se você gostar de música instrumental tocada por quem entende do assunto.

"Left Hand"

"Mr. Collins"

"Keep On"

sábado, 26 de outubro de 2024

.: Entrevista com a escritora Claudia Schroeder, a poesia que veio do Sul

Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

Claudia Schroeder está com novo livro, “Gatos Falando Alemão”, o quarto de sua carreira. A autora gaúcha reuniu 51 poemas que falam do cotidiano, mas o erotismo continua presente, sempre de forma direta, sem rodeios, mostrando os tantos lados das questões humanas. Estão lá temas como a maternidade, a angústia, a felicidade. Os poemas são numerados e o título do livro vem de um dos textos, que conta a história de uma mãe manipulada pela filha. Com uma produção editorial constante e incentivada pelo amigo escritor Pedro Gonzaga - que assina a apresentação -, ela reuniu alguns textos e enviou para o edital da Isto Edições, que já conhecia o seu trabalho e decidiu lançar a obra tendo Claudia como autora convidada.  Além de Pedro, o livro conta também com um texto da escritora Martha Medeiros na quarta capa.

Claudia Schroeder nasceu em 1973, em Santo Ângelo, Rio Grande do Sul. Estrategista criativa, cria conversas e palestras sobre temas femininos abordados em sua literatura. Foi premiada com o 2º lugar no Concurso Nacional de Poesia Helena Kolody com o poema “Jantar”, que acabou sendo publicado na coletânea portuguesa “A Poesia é para Comer” (editora Babel), ao lado de nomes como Hilda Hilst e Chico Buarque de Holanda. Além desse trabalho atual, ela teve outros três livros publicados: “Leia-me toda” (Dublinense, 2010) - que conquistou o terceiro lugar no Prêmio Biblioteca Nacional e, por ter a capa em braille, chegou a ser finalista do Prêmio Açorianos de Literatura -, “As partes nuas” (Francisco Alves, 2021) - finalista do Prêmio Ages e Academia Rio-Grandenses de Letras -; e “As línguas são para outras coisas” (Taverna, 2022).

Em entrevista para o Resenhando, ela conta sobre suas influências no início da carreira e comenta sobre o momento atual do mercado literário. “A rede social ampliou o acesso do público para obras de poesia”.


Resenhando.com – Como foi seu início na Literatura e quais foram suas principais influências?

Claudia Schroeder – Eu comecei muito cedo. Escrevi minha primeira poesia quando tinha nove anos. Nessa época acompanhava meu pai, que recebia os amigos para tocar música em casa. Tive acesso às obras de Cartola, Tom Jobim e outros nomes conhecidos da MPB, além das canções que meu pai e seus amigos compunham e cantavam. Desde então, no início, já adolescente, tive contato com a obra de Mário Quintana e me apaixonei pelo estilo dele. As escritoras Fernanda Young e Adélia Prado foram outras referências importantes para mim. Hoje em dia passei a ter contato com a obra de vários autores internacionais contemporâneos que admiro muito.


Resenhando.com – Nesse seu quarto livro, o erotismo é notado na sua obra. Como foi que você passou a incorporar esse tema nas poesias?

Claudia Schroeder – Na verdade vem desde o início, quando eu decidi ser escritora. Porque achava que o tema (erotismo) ainda era visto como um tabu pela sociedade. Hoje em dia ele já é visto de uma forma diferente. Acho que o fato de minha obra ser objetiva e direta ajudou o público a compreender melhor o tema, sem criar falsas expectativas.


Resenhando.com – Como você avalia o mercado literário na atualidade?

Claudia Schroeder – No campo da poesia ainda há muito o que avançar. Penso que a rede social, de uma certa forma, foi positiva para a poesia. Temos vários autores divulgando seus trabalhos por intermédio da rede social. Facilitou o acesso do público, porque na poesia o texto é mais curto do que o de uma obra de prosa, por exemplo. Mas acho que as redes de ensino poderiam incorporar o tema poesia de uma forma mais efetiva, porque há uma ampla gama de possibilidades que pode ser explorada pelos educadores. Enfim, acho que podemos avançar ainda mais.

livro, “Gatos falando alemão”, de Claudia Schroeder está disponível aqui: https://amzn.to/4fnvAC1

As línguas são para outras coisas


Poema do livro "As línguas são para outras coisas" por Ana Beatriz Nogueira



.: Lady Gaga lança “Disease”, primeiro single de álbum que sai em 2025

A cantora 13 vezes vencedora do GRAMMY® Lady Gaga acaba de lançar “DISEASE”, o primeiro single de seu próximo álbum (carinhosamente chamado “LG7”), que deve sair em fevereiro de 2025. Foto: universalmusic.rs, Jasmine Safaeian @yasi/All rights reserved


Marcando seu aguardado retorno ao pop, “LG7” chegará pouco após o lançamento de “Harlequin”, álbum conceitual que acompanha o filme “Coringa — Delírio a Dois”. O trabalho, que estreou em primeiro lugar na parada de jazz da Billboard e entre os 20 primeiros na Billboard 200, foi bastante elogiado pela crítica. A revista “Rollling Stone” o descreveu como “um álbum luxuriante de swing jazzístico, em sua maioria standards, bem no seu ponto ideal”, enquanto o jornal “The New York Times” comentou que “Gaga é capaz de mandar bem numa canção teatral como essa sem fazer a menor força, mas ela traz uma energia nova para 'The Joker' ao vesti-la em uma espécie de arranjo de ópera rock, completo com guitarra elétrica e um rosnado punk na voz”. O “USA TODAY” considerou “facilmente um de seus melhores momentos em disco”, observando que “é impossível ouvir ‘Harlequin’ e não sentir aumentar o respeito pela cantora/atriz”.

Lady Gaga continua a reinar na Billboard Global 200 com seu grande sucesso “Die With a Smile”, que ficou no topo da parada por oito semanas consecutivas, tornando-se o #1 mais duradouro da parada Global 200 deste ano. A música acumulou 1,06 bilhão de streams globais em todos os DSPs desde o seu lançamento. Atualmente, Gaga é a terceira artista mais ouvida do mundo no Spotify (e uma das cinco artistas da história a atingir mais de 100 milhões de ouvintes mensais). Seus outros projetos para 2024 incluem a colaboração com os Rolling Stones em “Sweet Sounds of Heaven” e o filme concerto “GAGA: CHROMATICA BALL”, ambos bem recebidos pela crítica.

Ouça e baixe a música aqui: ladygaga.lnk.to/Disease

Lyric Video




sábado, 19 de outubro de 2024

.: Eric Clapton entre acordes e solos que são mais do mesmo


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

Em meio a sua recente turnê no Brasil, Eric Clapton divulgou seu novo trabalho: o álbum "Meanwhile", que além de canções autorais e releituras, conta com participações do veterano Van Morrison e uma gravação de "Moon River" com o falecido guitarrista Jeff Beck. Mas os fãs não devem esperar muitas novidades nesse trabalho, que repete fórmulas de outros álbuns. Ainda assim, tem qualidades para agradar o ouvinte.

Nos últimos anos Clapton tem se dedicado a lançar discos com aquela conhecida sonoridade mais tranquila, com solos comedidos e diversos tributos ao blues, que segue como o estilo fundamental da sua formação musical. O disco novo abre com a canção pop "Pompous Fool", passando depois por uma versão irretocável da clássica "Moon River", de Henry Mancini, com solo de Jeff Beck. De longe, destaco essa como a melhor faixa do disco.

A regravação de "Smile", de Charlie Chaplin, que ele havia registrado em um show ao vivo nos anos 70, foi outro acerto. Agora a canção ganha uma versão de estúdio que não foge muito do arranjo da primeira versão. Ainda na vibe saudosista, Clapton resgata a balada "Always On My Mind", do repertório de Elvis Presley. Essa releitura tem arranjo folk e vocal do cantor country Bradley Walker.

Outros bons momentos são notados nas três faixas cantadas em dueto com o irlandês Van Morrison, que têm arranjos baseados no blues rock. Já as demais faixas caem sempre naquela sonoridade mais tranquila, beirando o pop convencional em alguns momentos

Nunca é demais lembrar que Clapton está beirando os 80 anos. Por isso, só o fato de estar lançando novas canções nessa fase da carreira já merece elogios. Claro que o Mr. Slowhand continua tocando sua fender stratocaster com elegância, apesar dos excessos cometidos na juventude. Então, sempre será muito bem vindo um disco de estúdio dele com material novo. Ainda que seja mais do mesmo.

"Moon River"

"Smile"

"Stand and Deliver"

sábado, 12 de outubro de 2024

.: Clássico: Orquestra Ouro Preto lança o álbum “Auto da Compadecida, a Ópera”


Disponível em todas as plataformas via ONErpm, o projeto está disponível a partir da última sexta-feira, dia 11 de outubro. Imagem: divulgação/ ONErpm


É com o espírito de ousadia que a Orquestra Ouro Preto apresenta seu novo lançamento, o álbum “Auto da Compadecida, a Ópera”, adaptação do clássico de "Auto da Compadecida", escrito por Ariano Suassuna, que agora ganha um registro com alta qualidade. O disco estará disponível em todas as plataformas digitais via ONErpm a partir da última sexta-feira, dia 11 de outubro. 

A história de Chicó e João Grilo reúne, na versão da formação mineira, uma verdadeira constelação em sua equipe para apresentar “uma ópera-buffa brasileira em dois atos”. A música é original e traz a assinatura de Tim Rescala. O compositor assina o libreto junto com o maestro Rodrigo Toffolo, regente titular e responsável pela concepção e direção musical da montagem que agora poderá ser ouvida por todos. 

“Auto da Compadecida, a Ópera” marca a terceira incursão da Orquestra no gênero e simboliza um marco na maturidade da formação, que se aproxima de seus 25 anos de história. O álbum não só reflete a excelência musical da Orquestra Ouro Preto, mas também seu compromisso em democratizar o acesso à cultura e à música de concerto, proporcionando uma excepcional experiência para o ouvinte.

O registro é a celebração de um grande sucesso obtido pelas salas de espetáculo do país, desde a estreia da montagem em 2022, passando por uma noite de total encantamento de uma plateia de mais de 10 mil pessoas nas areias da praia de Copacabana em 2023. 

“Além de criar novos projetos, a Orquestra Ouro Preto também dá grande importância à formação de repertório e de novos públicos. Nada melhor para isso do que oferecer a todos, de forma gratuita, a oportunidade de ter contato com esse gênero tão antigo na história da arte, mas apresentado de maneira super contemporânea, com a linguagem dos nossos tempos e do nosso povo, em um suporte tão acessível e ocupado por públicos de todas as idades como são as plataformas digitais”, comemora o maestro Rodrigo Toffolo.

“Auto da Compadecida, a Ópera” traz a comédia como elemento principal de sua linguagem. Para cumprir essa missão, formou-se um grande elenco em cena, e também nas gravações, para que essa relação direta com a plateia estabelecida nos palcos transbordasse para o disco. São grandes nome do canto lírico brasileiro – Fernando Portari, Marília Vargas, Marcelo Coutinho, Carla Rizzi, Jabez Lima e Rafael Siano –, além de um trio de atores escolhidos para dar voz e corpo ao clássico da literatura brasileira – Glicério do Rosário, Claudio Dias e Maurício Tizumba.

Tim Rescala, em sua terceira parceria com a Orquestra Ouro Preto, desfila toda sua capacidade de composição, criando uma música de alcance imediato com o ouvinte/espectador, cativante e de caráter universal. “Foi um trabalho incrível do Tim, uma música belíssima. E tenho certeza de que o público que ainda não conhece a ópera, assim como quem vai ouvir novamente agora nas plataformas, vai ficar feliz com o resultado e muitos vão dizer aquela frase que tanto nos traz alegria de ouvir: ‘só a Orquestra Ouro Preto para fazer isso’”, garante Toffolo.

“Auto da Compadecida, a Ópera”, é o quarto lançamento da Orquestra Ouro Preto com a Musickeria, uma bem-sucedida parceria que já deu à luz aos álbuns “Gênesis: Orquestra Ouro Preto e João Bosco”, “Orquestra Ouro Preto: A-Ha” e “Orquestra Ouro Preto: Vander Lee (No Balanço do Balaio)”. “Para nós da MSK é sempre uma honra e alegria participar dos lançamentos da Orquestra Ouro Preto. Estamos chegando ao quarto lançamento juntos da nossa parceria com esse álbum mais que especial da ópera do Auto da Compadecida. Um clássico que vai emocionar a todos que ouvirem”, afirma Flávio Pinheiro, sócio diretor da Musickeria. “Auto da Compadecida, a Ópera” já está disponível em todas as plataformas digitais via ONErpm. Compre o livro "Auto da Compadecida" neste link.


Sobre Orquestra Ouro Preto
Criada em 2000, a Orquestra Ouro Preto tem atuação marcada pelo experimentalismo e ineditismo, sob os signos da excelência e da versatilidade. Reconhecida como uma das mais prestigiadas formações orquestrais do Brasil a Orquestra Ouro Preto tem como diretor artístico e regente titular o Maestro Rodrigo Toffolo. Premiado nacionalmente, o grupo vem se apresentando nas principais salas de concerto do Brasil e do mundo. Seu trabalho ousado e plural é reconhecido com importantes premiações nacionais e aplausos efusivos do público nas salas e casas de espetáculo por onde passa.

.: A nova edição do majestoso álbum “As Canções que Você Fez pra Mim”


Marco na carreira de Maria Bethânia e na história da música popular brasileira, o álbum “As Canções que Você Fez pra Mim” ganhou uma nova edição em vinil Azul Bic translucido esfumaçado, via Universal Music. Quando Bethânia lançou o álbum, em 1993, sua bem-sucedida carreira andava distante da popularidade obtida com os LPs “Álibi” (1978), “Mel” (1979) e “Talismã” (1980). Contudo, o álbum dedicado às canções de Roberto Carlos e Erasmo Carlos mudou este panorama, tornando-se seu disco mais vendido.

Escolhidas minuciosamente pela cantora, 11 composições da dupla ganharam memoráveis interpretações de Bethânia, que participou de todo o processo de produção. O primeiro single, “As Canções que Você Fez pra Mim” (1968), conquistou as paradas de sucesso e os corações mais românticos do país. Os impecáveis e originais arranjos (e regência de cordas) do maestro inglês Graham Preskett contribuíram para dar novas nuances às músicas, mesmo às mais conhecidas, como “Olha” (1975) e “Detalhes” (1971).

A contundente “Fera Ferida” (1982), outro grande momento do disco, foi tema de abertura da novela homônima da TV Globo escrita por Aguinaldo Silva. A alta carga dramática impressa por Bethânia em “Palavras” (1973), “Costumes” (1979) e “Você Não Sabe” (1983) rivaliza com as belas gravações originais do Rei.

Despudorada declaração de amor, “Eu Preciso de Você” (1981) surge iluminada e, assim como a sensual “Seu Corpo” (1975), é uma das faixas mais leves do tributo. Joia obscura lançada por Roberto em 1974, a tristíssima “Você” é trilha sonora certeira para qualquer dor de cotovelo e também da novela "Pátria Minha", escrita por Gilberto Braga, que ilustrou a história de amor dos protagonistas interpretados por Cláudia Abreu e Fábio Assunção. Celebração à vida de artista, “Emoções” (1981) encerra o álbum com brilhantismo.

Lado A:

1 - "As Canções que Você Fez pra Mim" (Roberto Carlos/ Erasmo Carlos)
2 - "Olha" (Roberto Carlos/ Erasmo Carlos)
3 - "Fera Ferida" (Roberto Carlos/ Erasmo Carlos)
4 - "Você Não Sabe" (Roberto Carlos/ Erasmo Carlos)
5 - "Palavras" (Roberto Carlos/ Erasmo Carlos)
6 - "Costumes" (Roberto Carlos/ Erasmo Carlos)


Lado B:

1 - "Detalhes" (Roberto Carlos/ Erasmo Carlos)
2 - "Eu Preciso de Você" (Roberto Carlos/ Erasmo Carlos)
3 - "Seu Corpo" (Roberto Carlos/ Erasmo Carlos)
4 - "Você" (Roberto Carlos/ Erasmo Carlos)
5 - "Emoções" (Roberto Carlos/ Erasmo Carlos)

sexta-feira, 11 de outubro de 2024

.: Entrevista: Tom Schuman entra em nova fase com disco solo


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

O músico Tom Schuman, que por mais de 40 anos integrou o grupo Spyro Gyra, está iniciando uma nova fase da carreira solo. Morando atualmente na Espanha, ele acaba de lançar o álbum "I Am Schuman" nas plataformas digitais e começa a divulgar esse novo trabalho autoral, no qual tem o controle total da produção e mixagem e segue a linha do chamado smooth jazz com influência direta do estilo fusion. Destaque para as faixas "Loose Change" e "Set It Off", onde ele demonstra sua habilidade como solista no teclado. Em entrevista para o Resenhando.com, Schuman explica o conceito utilizado para esse trabalho e revela seus planos para o futuro. “Este álbum representa minhas capacidades de produção”.


Resenhando.com - Como você define o conceito musical do seu novo CD," I Am Schumam"?
Tom Schuman - O conceito musical para "I Am Schuman" começou como uma série de faixas que criei usando improvisações improvisadas. Eu as executei no meu estúdio e/ou no meu piano em Las Vegas nos últimos 15 anos. Já lancei dois singles com esse conceito em mente. "The Candy Store is Open" e "Syntropy". Esses dois singles também estão sendo relançados neste álbum. Meu título inicial era "I'm Only Schuman". Mas quando Sandeep Chowta concordou em promovê-lo em seu selo Namma Music na Índia, ele o chamou de "I Am..." em vez de "Im Only...". Então, para mim, este álbum representa minhas capacidades de produção, bem como meu trabalho de teclado sozinho no estúdio. Com exceção de dois cortes, ("Comfortable Silences" e "Loose Change"), executei cada parte e mixei o álbum inteiro sozinho. "Comfortable Silences" apresenta o guitarrista indiano, Abhay Nayampally. "Loose Change" incorpora os ritmos ofegantes de Kevin Whalum.

Resenhando.com - Qual é a diferença entre esse trabalho atual e o que você fez no Spyro Gyra?
Tom Schuman - Este trabalho atual é um esforço completamente solo. Tenho controle sobre todos os aspectos da música, som, performance e mixagem. Enquanto Spyro Gyra era um ambiente mais democrático, incorporando muitas pessoas que influenciam o resultado final.

Resenhando.com - Como funciona seu processo de criação musical?
Tom Schuman Meu processo de criação geralmente começa com um sentimento inspirado por um solo de piano improvisado ou um groove de um orquestrador de ritmo ou patch de sintetizador. O resto do processo é deixado para a performance improvisada, conforme eu sinto ao longo do tempo. Às vezes, edito muitas improvisações diferentes juntas para criar algo único para mim. Outras vezes, a peça inteira sai de mim em uma tomada. Então, eu a produzo usando patches de baixo, ritmos, pads, cordas ou outros sons para aprimorar a performance básica. Eu chamo isso de método Zawinul. O falecido e grande Joe Zawinul do Weather Report falou sobre esse método de escrita durante uma entrevista. A maioria de suas composições surgiu de uma improvisação básica que ele então escreveu para outros músicos interpretarem. Descobri que essa era a melhor maneira de escrever algo novo e interessante, pelo menos para meus ouvidos.


Resenhando.com - Você tocou com vários nomes atuais do jazz, como Jeff Lorber e Jeff Kashiwa, entre outros. Há planos para novas parcerias musicais no futuro?
Tom Schuman Ainda não há planos, mas estou sempre aberto a trabalhar com qualquer um que queira pensar fora da caixa. Recentemente trabalhei com Paul Brown em algumas faixas. Ele tem uma técnica de mixagem linda que faz tudo soar como uma lufada de ar fresco!


Resenhando.com - Como o novo CD está sendo promovido? Há planos para shows?
Tom Schuman Estou deixando Sandeep Chowta e o consórcio Namma Music liderarem o caminho na promoção e distribuição. Quanto aos shows, tenho algo marcado na Sardenha, Itália, com meu trio de jazz. É para o Culture Fest de 2024 lá. Será no dia 16 de novembro e contará com Ameen Saleem no baixo e Guido May na bateria. O material de "I Am Schuman" exigiria muito mais músicos e ensaios para representá-lo adequadamente ao vivo. Então, espero poder apresentá-lo em um futuro próximo. Fique ligado!


"Set It Off"

"Loose Change"

"How Sensitive"

domingo, 6 de outubro de 2024

.: Crítica musical: Delia Fisher canta o Brasil em "Beyond Bossa"


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

Foi disponibilizado nas plataformas de streaming e em CD o primeiro álbum internacional de Delia Fischer, o "Beyond Bossa", pelo selo Origin Records, com as primeiras gravações de seu repertório autoral assinadas com parceiros como Camila Costa, Carlos Careqa e Claudio Botelho, por exemplo. Nesse trabalho ela canta as canções com letras em inglês em versões recriadas pelo compositor, pianista e jornalista americano Allen Morrison, além de reunir intérpretes brasileiros e internacionais de diferentes gêneros para participar das gravações.

Neste projeto, a pianista, cantora, compositora e diretora musical carioca Delia Fischer - duas vezes indicada ao Grammy Latino e com diversos álbum lançados - comemora 40 anos de carreira e 60 anos de vida dando nova cor à sua trajetória musical expandindo sua música para outras fronteiras, mostrando as diversas formas da música brasileira e a compreensão das letras antes só ouvidas em português pelo público estrangeiro.

“A intenção foi mostrar para o público estrangeiro as canções como elas são. Essas versões ficaram bem próximas das letras originais em português. O Allen Morrison fez um trabalho primoroso, digno de elogios”, explica a cantora. Ela também agradeceu o apoio dado durante a campanha de crowdfunding que viabilizou a gravação do disco. “Se o resultado final ficou bonito, foi porque tivemos pessoas que acreditaram no trabalho que fizemos”.

Delia retrabalhou as bases instrumentais e gravou com artistas convidados para enriquecer seis das 12 faixas do álbum - incluindo a cantora de jazz americana Gretchen Parlato (“My Time”), a cantora brasileira baseada nos Estados Unidos, Luciana Souza (“Almost Paradise”), o mestre da bossa nova e do groove Marcos Valle (“Workaholic”, versão em inglês da canção Garra), o guitarrista Chico Pinheiro e o instrumentista carioca Pretinho da Serrinha (ambos em “The Acupuncture Song”), o cantor Matias Correa (“Song of Self Affirmation”), o cantor e parceiro Marcio Nucci e o violoncelista americano Eugene Friesen (“What Good is Summer”), o grupo vocal New York Voices (“Lemon Jugglers of Rio”) e o cantor de soul italiano Mario Biondi (“Marketplace”).

Em todas as faixas, Délia deixa impressa sua sonoridade que oscila entre a nossa MPB e o jazz. Seu estilo suave e afinado de interpretação conquista o ouvinte logo na primeira audição. E além disso, é uma musicista de primeira linha, principalmente nos teclados. Destaco as faixas "A Little Samba" e a "Workaholic", sendo esta segunda cantada em dueto com o autor, Marcos Valle. A mescla do vocal de Marcos Valle com Delia ficou acima da média.


"A Little Samba"

"Workaholic"

"Marketplace"

sábado, 5 de outubro de 2024

.: “3001”, disco máquina do tempo de Rita Lee, pela primeira vez em vinil


Com produção de Roberto de Carvalho, o álbum vencedor do Grammy Latino de Melhor Disco de Rock de 2001 mistura a veia roqueira com elementos eletrônico em um grande trabalho da dupla

Por Guilherme Samora, jornalista, editor e estudioso do legado cultural de Rita Lee.

Antenada à sua veia tropicalista, Rita Lee misturou sem pudores seu rock com o eletrônico em "3001". Pela primeira vez em LP duplo, o disco é uma máquina do tempo que mistura passado, presente e futuro ao bel-prazer de sua condutora. Produzido por Roberto de Carvalho e contando com a guitarra de Beto Lee em algumas faixas, o álbum traz uma marcante e deliciosa vibração dos anos 1970. Celebrado em edição luxuosa pela Universal Music, os vinis vêm nas cores azul e vermelho, ambos marmorizados. A capa é gatefold e o encarte é produzido com o material original. 

Lançado originalmente em CD no ano 2000, o álbum concebido pela dupla Lee & Carvalho brinca com a chegada iminente de 2001 - que fora inspiração para sua canção em parceria com Tom Zé e gravada pela primeira vez em 1969. "Eu e Tom Zé combinamos de continuar a saga do 'Astronauta Libertado'. Ele me mandou a letra do '3001' por email e eu fiquei desbundada. Roberto e eu fizemos a música", contou Rita, na época, sobre a canção que abre o disco. A faixa tem o luxo do teremim de Rita, além de programação eletrônica de João Lee, filho do meio do casal, com Otávio de Moraes.

"2001", a musa-música inspiradora, aparece em seguida, numa regravação em que o sertanejo da primeira versão dá lugar às eletronicidades. Rita explicou o motivo na ocasião do lançamento: "Quando fiz a música, em 1969, o Jeca Tatu tinha a coisa pacifista. Um caipira espacial pacifista. Com os rodeios e essa barbaridade toda com os animais, perdeu a graça. Então, ela foi regravada distante da ideia original".

"Você Vem", da dupla Lee & Carvalho, é o que Rita classifica como "rock básico", no melhor estilo guitarra-baixo-teclado-bateria. "Erva Venenosa", a versão de Rossini Pinto para "Poison Ivy", é um desbunde. Pensada por Rita & Roberto para ter uma levada James Brown, é um grande hit e traz uma participação pra lá de especial: Mike, o conhecido cão-cantor do casal, arrasa no backing vocal. O sucesso é tão avassalador que "Erva Venenosa", de 2000 para cá, já esteve na trilha sonora de cinco novelas diferentes na Globo. A mais recente foi "Fuzuê", de 2023.

"Mentiras", outro ponto alto do disco, vem a seguir. Letra e música de Roberto de Carvalho, fez parte de seu disco solo de 1992. "Dizem por aí/ Que o amor é uma mentira/ Eu adoro mentiras/ Eu amo você". Uma de suas preferidas, Rita fez questão de gravar. Destaque para a gaita deliciosa de Roberto, que mantém lá no alto a vibração do álbum.

"Rebeldade", de Rita e Beto, é uma joia. Pesada, é uma ode ao desacato e à rebeldia. "Pagu" vem em seguida. Com participação de Zélia Duncan, a música é um dos hinos feministas da carreira de Rita, que desde os anos 1970 usou e abusou de temas femininos em geniais composições. O pop-delícia "O Amor em Pedaços" é um presente do casal Pato Fu, Fernanda Takai e John Ulhoa, para o casal Lee & Carvalho. A misteriosa "Cobra", um brilhante lado B da dupla, vem a seguir. Na época, Rita contou que, ao ouvir a música feita por Roberto, pensou em fazer a letra como se fosse uma cobra cantando. E o resultado é hipnotizante.

"Entre Sem Bater", só de Rita, é pura poesia. Brinca com figuras femininas e vem com um refrão daqueles que só ela conseguiria compor: "Então, entre/ Entre sem bater/ Entre/ Entre sem bater em mim". "Aviso aos Meliantes", música de Roberto e letra do indomável Itamar Assumpção, traz vocais urgentes de Rita. A delicada "História Sem Fim" fecha o disco enquanto Rita canta questionamentos sem respostas para os mistérios da vida. Musicão! Ouvir "3001", em 2024, é garantir um lugar na máquina do tempo de Rita & Roberto. Uma viagem inesquecível.

Repertório “3001”:

Disco 1

Lado A
1 – “3001” (Tom Zé/ Rita Lee/ Roberto de Carvalho)
2 – “2001” (Rita Lee/ Tom Zé/ Refree)
3 – “Você Vem” (Rita Lee/ Roberto de Carvalho)

Lado B
4 – “Erva Venenosa” (Jerry Leiber – versão: Rossini Pinto)
5 – “Mentiras” (Roberto de Carvalho)
6 – “Rebeldade” (Rita Lee/ Beto Lee)


Disco 2

Lado A
7 – “Pagu” (Rita Lee/ Zélia Duncan) – participação: Zélia Duncan
8 – “O Amor em Pedaços” (John Ulhoa) – participação: Pato Fu
9 – “Cobra” (Rita Lee/ Roberto de Carvalho) 

Lado B
10 – “Entre Sem Bater” (Rita Lee)
11 – “Aviso aos Meliantes” (Itamar Assumpção/ Roberto de Carvalho)
12 – “História Sem Fim” (Rita Lee/ Roberto de Carvalho)

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