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sexta-feira, 19 de julho de 2024

.: Chris Standring, o homem do soul jazz está de volta com "As We Think"


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. 

O músico britânico Chris Standring, conhecido como "o homem do soul jazz", está lançando mais um trabalho na linha instrumental. Intitulado "As We Think" ("Como Pensamos", em tradução literal), o mais recente álbum mostra uma sonoridade na linha do jazz fusion mesclado com elementos de pop e de soul music.

Para esse disco Standring contou com um time experiente de músicos, entre eles Andrew Berry (baixo elétrico), Chris Coleman (bateria), Lenny Castro (percussão), Rodney Lee (teclados), Dino  Soldo (Sax e Harmonica), Terry Disley (teclados) e Larry Stein (baixo acústico). Os arranjos de metais das faixas foram elaborados por Walter Murphy, exceto o da faixa Alphabet Soup, que foi feito por Standring.

Esse disco justifica o apelido dado ao britânico ("The Soul Jazz Man"), porque ele consegue mesclar com perfeição em seus trabalhos os estilos que influenciaram a sua formação musical. Junte isso ao fato de Standring saber equilibrar o elemento pop em seu trabalho, que não por acaso vem sendo ouvido nas rádios especializadas em jazz e música instrumental. Tudo é feito de forma dosada, na medida certa para o ouvinte.

O primeiro single, "Alphabet Soup", traz a banda tocando uma melodia envolvente que ganha o ouvinte logo na primeira audição. Há momentos mais introspectivos nas faixas "Bedtime Story" e "Come Closer" (esta última com arranjo bem no estilo Philadelphia Soul dos anos 70). Já a faixa "This Life" flerta com o reggae e o pop.

Mas é na faixa "Chocolate Shake", que abre o disco, que Standring mostra o seu soul jazz com maior propriedade. Um discreto solo de guitarra que vai de encontro ao balanço soul de forma certeira. Fica difícil escolher uma faixa como a melhor desse disco, que marca mais um acerto de Standring junto ao público. E que merecidamente vem obtendo boa recepção da crítica especializada no exterior.

"This Life"

"Alphabet Soup"

.: The Weeknd faz concerto único em SP, em show que nunca foi apresentado


O superstar global The Weeknd anunciou um concerto exclusivo em estádio, uma data apenas, em São Paulo, no Brasil, na sexta-feira, 7 de setembro de 2024, no Estádio MorumBIS, estreando uma produção inédita. A apresentação, produzida pela Live Nation, chega após a turnê “After Hours Til Dawn Tour 2022/2023”, que quebrou recordes e teve um sucesso incrível na América do Norte, Europa, Reino Unido e América Latina, com mais de 60 datas e ingressos esgotados em estádios, além de público total de mais de 3 milhões. A turnê também incluiu duas datas em estádios em São Paulo, no Allianz Parque, em outubro passado.

Os ingressos ficam disponíveis a partir das 10h00 (horário de Brasília) de 22 de julho, inicialmente em pré-venda somente para fãs cadastrados no site do artista. Outras pré-vendas serão realizadas durante toda a semana antes da abertura das vendas gerais, que começam na quinta-feira, 25 de julho, às 10h00, em TheWeeknd.com/SaoPaulo.

Como Embaixador da Boa Vontade do Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas, Abel “The Weeknd” Tesfaye fará novamente uma parceria com a iniciativa das Nações Unidas para contribuir com fundos do show de São Paulo para o XO Humanitarian Fund, que apoia a resposta da organização à crise de fome global sem precedentes. O equivalente a um dólar de cada ingresso vendido será destinado a essa importante causa.

sexta-feira, 12 de julho de 2024

.: Entrevista: músico, Leandro Fregonesi desenvolve novos projetos


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: Fábio Figueiredo

Com 20 anos de carreira, o músico e compositor Leandro Fregonesi tem conseguido conquistar seu espaço na música. Além de lançar discos autorais, suas composições foram gravadas por nomes conhecidos da MPB, como Maria Bethânia e Beth Carvalho, só pra citar dois exemplos. Apesar de ter uma ligação forte com o samba, sua obra também inclui outros ritmos, como o xote, frevo e até baladas românticas, como a de seu mais recente lançamento, a canção "Meu Mar". Em entrevista para o Resenhando.com, Fregonesi conta como foi o seu início na música e revela estar desenvolvendo novos projetos. “Quero realizar um show interpretando canções de outros compositores”.


Resenhando.com - Como foi seu início na música? Quem foram as suas referências?
Leandro Fregonesi - Minha memória afetiva com a música vem desde os sete anos, com a família fazendo reuniões animadas com música e instrumentos. Já nessa época ouvia muitos discos de MPB e alguns internacionais. Mas a MPB sempre fez a minha cabeça, em especial, o samba. Quando passei a trabalhar com música profissionalmente, passei a ter mais clara minhas principais referências como compositores: Chico Buarque, Arlindo Cruz e Paulo Cesar Pinheiro. Mas aprecio também a obra de muita gente que está por aí compondo.

Resenhando.com - Sua família incentivou a sua carreira na música ou houve algum receio?
Leandro Fregonesi - Não tinha músicos na minha família. Fui o primeiro a ingressar profissionalmente nessa área. Mas como sempre levei a coisa a sério, isso acabou por mostrar que o caminho que escolhi seria esse mesmo. Todos compreenderam e me apoiaram na decisão.

Resenhando.com - Como foi ser descoberto por nomes já conhecidos na MPB?
Leandro Fregonesi - No meu caso essas descobertas aconteceram quase que por acaso. A Beth Carvalho recebeu uma fita com composições minhas quando estava escolhendo o repertório de seu disco. Acabou gostando de dois sambas de minha autoria. Foi uma felicidade imensa ouvi-la em disco cantando a minha música. Com a Maria Bethânia ocorreu algo parecido. Eu enviei as canções e ela me contatou uns oito meses depois. As duas foram muito gentis e devo muito a elas. Essas gravações acabaram por ajudar a consolidar minha carreira como compositor.


Resenhando.com - Seu nome tem forte ligação com o samba. Mas você compõe em outros ritmos também.
Leandro Fregonesi - Eu também gosto muito de outros ritmos, como o xote, o frevo e até a música romântica. Cito até Michael Sullivan e Paulo Massadas como referência nesse estilo. Considero a canção Um Dia de Domingo um clássico desse estilo mais romântico. Meu último single, intitulado Meu Mar, é uma canção romântica.  Isso não quer dizer que eu esteja me afastando do samba. Continuo compondo nesse estilo também.  Apenas procuro ampliar meu horizonte musical.

Resenhando.com - Como estão seus planos para o futuro?
Leandro Fregonesi - Estamos divulgando o clipe de “Meu Mar”, com produção, direção e filmagem de Fábio Figueiredo.  Estou trabalhando para um novo show, chamado “Bê-a-Bá do Brasil” que é uma espécie de jukebox de músicas populares. Também é fruto dessa busca e da minha paixão pela música brasileira, à qual dedico toda a minha vida e é o chão no qual floresce a minha obra. Futuramente pretendo lançar um novo disco.

Leandro Fregonesi - "Meu Mar"

Leandro Fregonesi - "Dinheiro Mole"

.: “República Lee - Um Musical ao Som de Rita” estreia nesta sexta, em SP


O espetáculo da In Cena Produções une teatro e cinema, construindo um filme na presença do público, com cenas pré-gravadas e outras filmadas ao vivo. Foto: Gabé

Em uma grande homenagem à cantora e compositora Rita Lee, a In Cena Produções leva aos palcos o espetáculo “República Lee - Um Musical ao Som de Rita”, em curta temporada, de 12 de julho a 4 de agosto, no Teatro Viradalata, em São Paulo. Com texto e direção de Tauã Delmiro, o espetáculo não-biográfico, uma comédia musical, faz um tributo ao legado da rainha do rock brasileiro, marcado pela liberdade e irreverência. Fazem parte da equipe criativa Cella Bártholo (idealização), Hugo Kerth (direção musical e arranjos) e Débora Polistchuck (coreografias e assistência de direção).

“República Lee - Um Musical ao Som de Rita” acompanha a história de cinco jovens, moradores de uma república na cidade de São Paulo, entre os anos de 1968 e 1969. O grupo está engajado em produzir, dentro do apartamento onde mora, um curta-metragem de ficção científica, com baixo orçamento. A trama dentro da trama é baseada em longas-metragens de sci-fi dos anos 1950, como “O Dia em que a Terra Parou”, “A Invasão dos Discos Voadores” e “O Ataque da Mulher de 15 Metros”. No elenco, estão Cella Bártholo (Jullie), Caio Nery (Caio), Rodrigo Salvadoretti (Danilo), Ingrid Klug (Sarah), Pedro Balu (Darín) e João Ferreira e Luiza Cesar (swings).  

A dramaturgia do musical é embalada por canções clássicas do repertório de Rita Lee, como “Agora Só Falta Você”, “Nem Luxo, Nem Lixo”, “Alô, Alô, Marciano”, “Desculpe o Auê” e “Mutante”. “A maior inspiração do enredo foram as canções da Rita e, a partir delas, buscamos absorver o caráter disruptivo presente nas letras e melodias. Embora o espetáculo não seja uma biografia da vida da artista, os cinco personagens são desdobramentos da personalidade transgressora dela”, explica o autor e diretor Tauã Delmiro.

A comédia musical  sintetiza a efervescente cena cultural paulista do final da década de 1960, que assistiu florescer o trabalho de artistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Os Mutantes. “Um caldeirão de experimentos artísticos que possibilitou o nascimento da Tropicália e a construção da identidade do rock nacional, ritmo que fez de Rita Lee sua principal representante”, ressalta Cella Bártholo, que idealizou o espetáculo e é diretora artística da In Cena Produções.

O espetáculo surpreende o público ao proporcionar uma experiência multilinguagem, unindo teatro e cinema. A partir da interação de cenas teatrais, takes pré-gravados e outros filmados ao vivo, será construído um filme na presença do público. A partir do universo lúdico e disruptivo da lírica de Rita, a narrativa aborda a rebeldia de uma juventude que rompeu paradigmas e quer ser fonte de inspiração para os espectadores.

“Em sua autobiografia, Rita revela sua enorme paixão pelo cinema. Esse fato me inspirou a escrever uma dramaturgia que dialogasse teatro e audiovisual. Levei essa ideia pra Cella e ficamos confiantes de que conseguiríamos desenvolver uma obra instigante e inovadora”, adianta Tauã. Com o objetivo de fomentar o musical brasileiro, a In Cena pretende investir em projetos inéditos e nacionais. “A gente sabe que tem muitos artistas talentosos aqui nas áreas de dramaturgia, composição, dança, e queremos fomentar esse mercado. Além disso, homenagear grandes nomes brasileiros, como a Rita Lee”, completa Cella.


Sobre Tauã Delmiro
Tauã Delmiro atua, dirige, escreve e compõe para teatro. Entrou para lista "Forbes Under 30" como um dos jovens que mais impactaram no setor das artes dramáticas em 2021. Recentemente, com o seu trabalho autoral "As Metades da Laranja", ganhou o Prêmio do Humor nas categorias Melhor Direção e Melhor Espetáculo. Pela peça, também foi indicacado a Melhor Autor no Prêmio APTR e Melhor Ator em Teatro Musical no Prêmio Cesgranrio. Participou do elenco de "Benjamin - O Palhaço Negro" e "(nome do espetáculo]", que ganhou o prêmio de Melhor Espetáculo no Prêmio do Humor, em 2013. Com os monólogos autorais “O Edredom” e "Dois Pais”, acumulou mais de 12 premiações em festivais dedicados ao teatro infanto-juvenil. Em 2024, estreia “República Lee – Um musical ao som de Rita”.


Sobre o Grupo In Cena
A In Cena Casa de Artes e Produções tem sede em Botafogo, no RJ.  Conta com um espaço de mais de 400 metros quadrados, com quatro salas (Bibi Ferreira, Fernanda Montenegro, Ruth de Souza e Amazonas), um estúdio (batizado de Gonzaguinha), camarim, vestiários e um amplo terraço – um local de convivência a céu aberto. É especializada na formação de atores para o teatro musical, e oferece cursos de preparação para musical, teatro infantil, teatro jovem, prática de montagem, prática de produção, entre outros.

A In Cena Produções, braço do grupo aberto em janeiro de 2022, é focada em produções culturais das mais diversas áreas, abrangendo musicais, audiovisuais, peças, monólogos e stand-ups. Organiza shows, festas, saraus, festivais, eventos corporativos e beneficentes; elabora e realiza projetos autorais, e oferece assistência completa e abrangente a atores, cantores, técnicos, músicos e bailarinos.


Ficha técnica
Espetáculo “República Lee - Um Musical ao Som de Rita”
Direção geral: Tauã Delmiro
Coreografias e assistência de direção: Débora Polistchuck
Direção musical: Hugo Kerth
Direção artística e concepção: Cella Bártholo
Direção de produção: Glauce Carvalho
Direção de marketing e comercial: Lívia Rezen
Direção financeira: Camila Biasi
Assistente financeira: Vanessa Lopes
Assistente de direção artística: Patricio Terry
Assistente de produção: Isaac Belfort & Matheus Sabbá
Assistente de produção: Vinicius Pugliese
Designer e social mídia: João Uchôa
Designer e identiidade visual: Gabé
Designer: Júlia Tavares
Cenografia: Glauce Carvalho & Vinicius Pugliese
Figurino: Vinicius Aguiar


Serviço
Espetáculo “República Lee - Um Musical ao Som de Rita”
Temporada: 12 de julho a 4 de agosto de 2024
Teatro Viradalata: Rua Apinajés, 1387, Perdizes / São Paulo
Telefone: (11) 3868-2535
Dias e horários: sextas e sábados, às 20h00; domingos, às 19h00.
Ingressos: Plateia e plateia superior: R$ 120 (inteira) e R$ 60 (meia-entrada). Plateia lateral superior: R$ 42 (inteira) e R$ 21 (meia-entrada).
Duração: 2h
Classificação etária: 14 anos
Capacidade de público: 240 pessoas
Venda de ingressos: https://bileto.sympla.com.br/event/94325/d/257584
Instagram: @republicalee

.: Histórico e atual, “Tropicália ou Panis et Circenses” ganha reedição em vinil


Disco-manifesto reuniu Caetano Veloso, Gilberto Gil, Os Mutantes e outros expoentes da música brasileira

Pedro Só, em julho de 2024.

A Universal Music Brasil faz o relançamento do antológico álbum “Tropicália ou Panis et Circenses”, em versão vinil colorido, com a contracapa original. Lançado em julho de 1968, o disco-manifesto de um dos movimentos culturais mais originais do século 20 continua relevante como nunca. Mas que fique claro: o álbum não é obra a ser admirada com cerimônia, como monumento histórico. Por mais que tenha sido estudada e dissecada academicamente, para além da contundência e da abrangência em conceitos e bandeiras, é um baita disco a ser desfrutado com prazer sensorial e cognitivo. “Tropicália...” traz ideias musicais e arranjos surpreendentes, grandes canções, sacadas de repertório e interpretações memoráveis. Tudo com incrível coesão: em seus 38 minutos e 45 segundos, a variedade faz a unidade.

É um disco coletivo com assinatura personalíssima, traçada por dois baianos na faixa dos 25 anos, Caetano Veloso e Gilberto Gil, junto com o maestro Rogério Duprat (carioca radicado em São Paulo, então com 32 anos), autor de todos os arranjos. Um triunfo que nunca seria o mesmo sem a contribuição de um grupo paulistano superjovem chamado Os Mutantes - Rita Lee tinha 20 anos, Arnaldo Baptista, 19, e Sérgio Dias, “de menor”, 17 -, presente em cinco das 12 faixas. Tanto quanto a sinergia musical, impressiona a sintonia de senso de humor entre os envolvidos.

Gravado no estúdio RGE, centro de São Paulo, em maio de 1968, quando o Vietnã ardia em napalm e Paris era uma festa de barricadas, o disco nasceu a partir da subversão. No caso, do plano inicial da gravadora Phonogram. A ideia era lançar uma coletânea de candidatas a hit, nos moldes da série de uma concorrente. Mas o produtor Manoel Barenbein foi convencido por Caetano e Gil a fazer algo diferente: um LP todo amarrado conceitualmente, a partir de uma espécie de roteiro cinematográfico elucubrado por Caetano. Com direito a colagens sonoras, efeitos de sonoplastia e trilhas incidentais, seria um álbum da nova era dos álbuns, um pouco como o “Sgt Peppers’ Lonely Hearts Club Band”, dos Beatles, lançado em junho de 1967.

Caetano, Gil, Duprat e Barenbein gravaram em quatro canais, como George Martin e os rapazes de Liverpool. E, se tiveram muito menos tempo (apenas quatro semanas), recursos tecnológicos e financeiros, contaram com a contribuição humana milionária de Gal Costa, Tom Zé e Nara Leão, além dos já citados Mutantes - e também de momentos iluminados de dois jovens poetas.

O baiano José Carlos Capinan, parceiro de Gil na faixa de abertura, “Miserere Nobis” (“tenha piedade de nós”, em latim), como bom egresso do engajado CPC (Centro Popular de Cultura), deixa claro que aquela revolução pop e colorida era também revolucionária. As referências católicas da letra ensanduicham a fome do Brasil profundo entre fatias de religião e de opressão. “Miserere...” é uma prece ácida para um país que rima com fuzil e que vive sob a mira dos canhões, como fica sonoramente explícito ao fim da gravação. A faixa final, “Hino ao Senhor do Bom Fim” (composto para o centenário da Independência da Bahia, em 1923) amarra o diálogo com Caetano, Gil, Gal e os Mutantes juntos, em cortejo que se dissolve em uivos e tiros.

Mas coube ao piauiense Torquato Neto (1944-1972) lapidar e avançar no manifesto prenunciado por “Tropicália”, a canção (incluída no primeiro LP solo de Caetano). “Geleia Geral”, escrita com Gil, usa a expressão do poeta Décio Pignatari (1927-2012), autor da frase “na geleia geral brasileira, alguém tem de exercer as funções de medula e de osso”, e extrai do cantor baiano seu grande momento no disco. O mocotó de Gil enumera referências pop (concurso de miss) e populares (carne seca na janela), com estocadas contundentes (“hospitaleira amizade, brutalidade jardim”) e uma bandeirosa citação do “Manifesto Antropófago” lançado pelo escritor modernista Oswald de Andrade (1890-1954) em 1928: “a alegria é a prova dos nove”. Assim fica explícita a filiação maior do tropicalismo, traduzida também na mixórdia entre bumba-meu-boi e iê-iê-iê (“subgênero” do rock cujo batismo foi puro tropicalismo avant la lettre), com lapadas incidentais de “O Guarani” (Carlos Gomes), “Pata Pata (da sul-africana Miriam Makeba) e “All the Way” (hit cantado por Sinatra que originou a expressão “sambarilove”).

“Parque Industrial” apresenta ao planeta a novidade Tom Zé (autor da música), junto a Gil, Caetano, Gal e os Mutantes. Nela, Duprat apronta mais ainda nas intervenções orquestrais, tacando o “Hino Nacional” e jingle de Melhoral na mistura efervescente. O experimentalismo e a irreverência pop do maestro atingem níveis ainda mais altos na lapidar “Panis et Circenses”, com os Mutantes ambientados em meio a “pessoas na sala de jantar”, uma gravação cultuada mundialmente há mais de três décadas.

O hit do álbum, porém, seria outra obra-prima, simploriamente pop, lançada como single em julho: “Baby”, perfeita na voz de Gal Costa (com um help de Caetano), apesar de originalmente escrita para Maria Bethânia. A estrela de Gal também luz no momento mais puramente lírico do LP: “Mamãe, Coragem”, parceria de Torquato com Caetano. Sua voz preciosa ainda é usada inteligentemente como elemento, junto com a de Rita Lee, em “Enquanto Seu Lobo Não Vem”, que denuncia a repressão da ditadura com agogô e uma “Internacional” socialista incidental.

Dentre as sacadas de repertório, “Coração Materno”, o dramalhão gore de Vicente Celestino (1894-1968, morto no dia da festa de lançamento deste disco), costura conceitualmente o desafio ao bom gosto estabelecido, com a orquestração solene  de Duprat (para Caetano, “uma das maiores vitórias do tropicalismo”). Já “Três Caravelas”, versão de Braguinha para um mambo estilizado espanhol, gravada por Emilinha Borba em 1957 (em arranjo nada kitsch de Radamés Gnatalli), é uma pérola graciosa que se casa deliciosamente com as vozes de Caetano e Gil - e, ironicamente ou não, com o ideário tropicaliente.

O bolero trágico-irônico “Lindonéia” tem o mérito de trazer para o disco o carisma de Nara Leão. A cantora havia encomendado a Caetano uma canção inspirada numa admirável obra de técnica mista de Rubens Gerchman (1942-2008) intitulada “A Bela Lindonéia ou A Gioconda do Subúrbio”, com notas de jornal sanguinolento e desamor de periferia. O tropicalismo, ao que parece, estava mais avançado que a pop art de Andy Warhol. E ficou menos datado também, como prova “Batmacumba”, escrita como poema concreto, que segue século 21 adentro como um irresistível groove afro que anima pistas em todo mundo.

Há mais de vinte anos, “Tropicália ou Panis et Circenses” figura no top 10 de todas as enquetes e eleições sobre os melhores discos brasileiros de todos os tempos. Internacionalmente, desde 1989, quando o selo Luaka Bop (de David Byrne) lançou “Brazil Classics 1: Beleza Tropical”, e o tropicalismo inspirou estudos como “Brutalidade Jardim”, do americano Christopher Dunn, a reputação do disco só faz crescer. Para entender os motivos, basta ouvir.


Faixas do álbum “Tropicália ou Panis et Circenses”:

Lado A:
1 – “Miserere Nobis” (Gilberto Gil / Capinan) – Gilberto Gil
2 – “Coração Materno” (Vicente Celestino) – Caetano Veloso
3 – “Panis et Circenses” (Caetano Veloso / Gilberto Gil) – Os Mutantes
4 – “Lindonéia” (Caetano Veloso / Gilberto Gil) – Nara Leão
5 – “Parque Industrial” (Tom Zé) - Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa e Os Mutantes
6 – Geléia Geral (Gilberto Gil / Torquato Neto) – Gilberto Gil

Lado B:
1 – “Baby” (Caetano Veloso) – Gal Costa e Caetano Veloso
2 – “Três Caravelas” (A Alguero / G Moreu / João de Barro) – Gilberto Gil e Caetano Veloso
3 – “Enquanto Seu Lobo Não Vem” (Caetano Veloso) – Caetano Veloso
4 – “Mamãe Coragem” (Caetano Veloso / Torquato Neto) – Gal Costa
5 – “Bat Macumba” (Caetano Veloso / Gilberto Gil) – Gilberto Gil
6 – “Hino do Senhor do Bonfim” (João Antonio Wanderley / Arthur De Salles) – Gal Costa, Gilberto Gil, Os Mutantes e Caetano Veloso

.: Livro “O Rock Manda Lembranças” traz crônicas divertidas para gerações


Queen, Mutantes, Led Zeppelin, The Beatles, Rolling Stones, R.E.M. e outros ícones musicais estão na coletânea de crônicas “O Rock Manda Lembranças”. Os premiados escritores Leo Cunha e Rosana Rios falam do universo roqueiro, sobre ídolos, estilos, festivais históricos e sons atemporais. Os autores são amigos, e a paixão pelo rock os levou a essa parceria literária, em que revivem memórias e narram descobertas musicais, grandes shows, momentos marcantes e os impactos que o gênero musical causou em seu auge.

“Música é tudo de bom e faz parte da minha vida desde que aprendi a falar - e a cantar. Quando descobri o rock, nos anos 1960, foi amor à primeira ouvida. Nunca mais parei de ouvir e de cantar com minhas bandas favoritas”, diz Rosana Rios. O livro é repleto de aventuras, curiosidades, encontros, lugares emblemáticos, discos clássicos, rádios especializadas importantes e trilhas que marcaram várias gerações.

“Desde cedo me encantei pela música, principalmente pelo rock. Comecei minha coleção particular ainda adolescente e até hoje tenho centenas de vinis e CDs. Na adolescência passei também a ir a shows de rock, que renderam algumas das crônicas deste livro”, fala Leo Cunha. É possível que o leitor jovem não tenha ouvido falar de bandas ou músicos citados na obra. Mas as histórias reunidas são saborosas e despertam interesse. E, nesse caso, as plataformas de streaming e a internet estão aí para dar um jeito na curiosidade.

A obra “O Rock Manda Lembranças” é publicada pela Elo Editora, tem selo Altamente Recomendável, da FNLIJ (Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil) e está disponível nas livrarias brasileiras. Compre o livro “O Rock Manda Lembranças”, de Leo Cunha e Rosana Rios, neste link.


Sobre os autores
Leo Cunha
Nasceu em Bocaiúva (MG), em 1966, e desde criança mora em Belo Horizonte. Escritor, tradutor e jornalista, publicou mais de 60 livros para crianças e jovens, além de cinco livros de crônicas e um de teatro. Sua obra recebeu diversos prêmios no campo da literatura infantil e juvenil, como: Nestlé, Biblioteca Nacional, Jabuti, João-de-Barro, FNLIJ e Cátedra Unesco PUC-Rio. Também teve mais de 20 títulos selecionados para programas de leitura como o PNBE, PNAIC e PNLD Literário. Doutor em Artes e Mestre em Ciência da Informação, ambos pela UFMG, é professor universitário desde 1997, em cursos de graduação e de pós-graduação.

Rosana Rios
Escritora paulistana de literatura fantástica, infantil e juvenil, apaixonada por livros, dragões e chocolate. Trabalha com livros para crianças e jovens há 35 anos e tem mais de 185 obras publicadas. Recebeu vários prêmios, como o Cidade de Belo Horizonte (1990); Bienal Nestlé de Literatura (1991); sete selos Altamente Recomendável, Melhor Livro de Teatro (2005) e Melhor Livro Juvenil (2016) pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ). Finalista quatro vezes do Prêmio Jabuti, foi premiada em 2016. Ganhou o Selo Distinção e Seleção pela Cátedra Unesco de Leitura PUC-Rio em 2017, 2018, 2019, 2021 e 2022. Pela Biblioteca Nacional, foi agraciada com o Prêmio Sylvia Orthoff em 2022. Garanta o seu exemplar de “O Rock Manda Lembranças”, escrito por Leo Cunha e Rosana Rios, neste link.


Ficha técnica
Livro “O Rock Manda Lembranças”
Texto: Leo Cunha e Rosana Rios
Editora: Elo Editora
ISBN: 978-65-80355-42-6
Dimensões: 20 x 26 cm
Páginas: 88
Preço sugerido: R$ 61,00
Com audiodescrição e acessibilidade em Libras
Compre o livro neste link.

.: "A Marca da Zorra", de Rita Lee, ganha edição de luxo em vinil


Com direção musical e arranjos de Roberto de Carvalho, o disco duplo reúne pela primeira vez em LP todas as músicas do álbum, com novo projeto gráfico

Por Guilherme Samora, jornalista, editor e estudioso do legado cultural de Rita Lee.

O ano é 1995. O cenário, um castelo vampiresco. A intenção: celebrar o rock de Rita Lee. Das escadas, com cabelos repicados e uma capa vermelha, Rita abria o show “A Marca da Zorra” com a música-título, composta por ela e Roberto de Carvalho especialmente para a tour: “Não, não, não, não, não há quem lhe socorra/ O mau gosto assola a humanidade/ Não corra, não mate, não morra no trajeto/ Ligue já, disk-Zorra direto/ Que porra é essa?/ Essa é a marca da Zorra”. Pioneira nesse modelo de shows no Brasil - com tema, cenário e troca de roupas - Rita estava desde a "Tour 87/ 88" sem fazer um show daquele porte. E percorreu casas de show, ginásios e estádios do Brasil em uma vitoriosa turnê.

O disco ao vivo, gravado no Rio de Janeiro e produzido por Roberto, ganha uma versão de luxo em vinil duplo, pela Universal Music: um na cor cinza e o outro rosa-choque, ambos marmorizados. Na época de seu lançamento, em 1995, esse foi o último álbum de Rita a sair na trinca analógica LP, K7 e CD. O LP, entretanto, era na versão simples, com menos músicas do que o CD. Agora, nenhuma canção fica de fora. 

Outro fato que torna o relançamento especial é o novo projeto gráfico, criado especialmente para essa edição e que traduz todo o clima sombrio do show, que tinha cenário e figurinos assinados por Chico Spinosa. O design, de Guilherme Francini, traz fotos até então inéditas de Mila Maluhy. E tudo o que uma edição de luxo merece: além dos discos coloridos, capa gatefold, envelopes para os discos e encarte.

Depois da abertura com “A Marca da Zorra”, o trio de canções é matador: "Nem Luxo, Nem Lixo", "Dançar pra Não Dançar" e "Jardins da Babilônia". A direção musical e os arranjos de Roberto são perfeitos para o clima mais pesado que permeia todo o show. Roberto está na guitarra e vocais; Lee Marcucci no baixo; Paulo Zinner na bateria; Ronaldo Paschoa na guitarra e Fábio Recco nos teclados.

Na sequência, Rita levitava no palco ao cantar "Ando Meio Desligado". Com uma capa, a ilusão era perfeita e o público vibrava. A vibe teatral de Rita seguia com "Vítima", quando ela vagava pelo palco de capa e chapéu cantando à procura de seu misterioso perseguidor. Transformando-se, a própria, na perseguidora. Um mini-helicóptero sobrevoava o palco nesse momento. "Todas as Mulheres do Mundo" vem a seguir, numa pauleira-feminista que incendeia o espaço. Ouvir o show novamente é uma lembrança viva de um dos inúmeros talentos de Rita: ninguém ocupava o palco como ela.

Vale lembrar que, antes da “Zorra”, ela vinha de uma bem-sucedida temporada do "Bossa'n'Roll", seu show banquinho e violão que abriu caminhos para os acústicos que vieram a seguir. A ideia do retorno triunfal aos grandes concertos começou no Hollywood Rock de 1995, quando Rita, Roberto e banda tocaram no festival, abrindo para os Rolling Stones. Essa foi a deixa para "A Marca da Zorra".

Enquanto Rita fazia outra troca de figurino, Roberto assume o microfone em um ótimo vocal displicente-pauleira para "Papai, Me Empresta o Carro". Rita voltava como uma entidade, debaixo de um figurino branco, cantando "Atlântida", uma das preferidas dos fãs. "Mamãe Natureza" vem na sequência e, logo depois, o hino "Ovelha Negra" - com o público cantando do início ao fim. Virginia, irmã de Rita, fazia vocais nessas duas canções.

"Miss Brasil 2000" é a próxima. Uma modelo nua por debaixo de uma capa rosa desfilava pelo palco. A icônica "On the Rocks" vem em seguida com um arranjo delicioso e vocais urgentes de Rita. Para fechar, o rockão paulista "Orra Meu", quando ela troca os versos "roqueiro brasileiro/ sempre teve cara de bandido" para "roqueiro brasileiro/ já não tem mais cara de bandido". Nesse momento, Rita estava vestida de boba da corte (figurino com o qual ela aparece no selo dos discos!). Um jeito apoteótico e perfeito para fechar a celebração à roqueira-mor, que ganha uma edição à altura do legado de nossa deusa. Viva Rita!

quinta-feira, 11 de julho de 2024

.: Vídeo explica inteligência artificial para crianças com o robô Ciata


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

Tema cada vez mais frequente nos últimos anos, a Inteligência Artificial (I.A.) vem sendo explorada em vários setores da sociedade. Pode ser notada nos jornais, nas TVs, na saúde e até na alimentação.  Foi com esse foco que a Sapoti Projetos Culturais desenvolveu a série “Quando a Máquina Pensa ou Acha que Pensa", de vídeos animados, voltada para estudantes do ensino fundamental. A proposta é explicar, de forma lúdica, o que é Inteligência Artificial para as crianças de 4 a 10 anos.

“Quando a Máquina Pensa ou Acha que Pensa" apresenta o uso da Inteligência Artificial em diversos segmentos, através de uma linguagem contemporânea. O projeto é apresentado por C.I.A.T.A., (sigla para Central de Inteligência Artificial de Tecnologia Avançada), um robô feminino.

 Com seis minutos de duração, aproximadamente, a temporada já conta com três episódios já estão liberados no canal da Sapoti Projetos Culturais no YouTube. O primeiro, “Novas Ferramentas” apresenta as possibilidades de usar I.A. na cultura e conta como criar imagens como a máquina interage com os seres humanos nesse processo.

Em “O que Comemos?”, o vídeo mostra como a Inteligência Artificial pode contribuir na criação de soluções sustentáveis no segmento alimentar. E cita o exemplo de uma empresa da América do Sul, que desenvolve alimentos à base de plantas que simulam as proteínas de origem animal como o frango, a carne e o leite.

 A série fecha com o episódio "Cérebro-Maquina", mostrando como a I.A. pode facilitar a  vida de pessoas com deficiências. Entra em cena: a ICM - Interface Cérebro Máquina, tecnologia projetada para conectar o cérebro humano a um dispositivo computacional, permitindo que os comandos cerebrais sejam interpretados para controlar equipamentos ou realizar tarefas. Para a redação desse episódio a equipe teve a contribuição do neurocientista computacional, Tomás Aquino, doutor e pesquisador de pós-doutorado no Departamento de Engenharia Biomédica Columbia University

O nome escolhido da personagem (Ciata) não foi à toa. É uma homenagem para Hilária Batista de Almeida, a Tia Ciata, considerada por muitos como uma das figuras mais influentes para o surgimento do samba carioca. Quem tiver curiosidade para conhecer o robô Ciata pode acessar os vídeos no canal do YouTube da Sapoti Projetos Culturais.


"Novas Ferramentas"

"O que Comemos?"

"Cérebro-Máquina"


sexta-feira, 5 de julho de 2024

.: MPB-4: disco com participações especiais comemora 60 anos de música


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

O Brasil sempre teve tradição de lançar grupos vocais na música. E alguns conseguem permanecer em atividade com um repertório de qualidade, que merece sempre ser redescoberto pelo grande público. Um desses casos é o do MPB-4, que está lançando um disco comemorando 60 anos de carreira, com várias participações especiais. Um álbum que pode ser classificado como uma pérola musical.

O grupo tem dois integrantes da formação original: Aquiles e Miltinho. Ruy Faria e Antonio Waghabi, o Magro, faleceram em 2018 e 2012, respectivamente. Dalmo Medeiros e Paulo Malagutti completam atualmente o grupo, que busca manter a tradição dos arranjos vocais criados por Magro ao longo da sua trajetória, que se tornaram sua marca registrada.

E a coisa se repete nesse novo lançamento pela gravadora Biscoito Fino. O trabalho funciona como uma pequena e valiosa amostra da genialidade e competência desse grupo, que é considerado por muitos como um patrimônio de nossa música.

O disco abre com "Notícias do Brasil", de Milton Nascimento, contando com o autor no vocal. Um arranjo delicado e um pouco mais cadenciado do que o da versão original, logicamente preservando a integridade do intérprete que já está com 80 anos. E segue com "O Cantador", clássico da era dos festivais com Dori Caymmi no vocal, em uma ótima versão da canção.

O que se segue depois é puro deleite para quem curte a nossa música. O samba pede passagem em "Pret-A-Porter de Tafetá" (com João Bosco) e "Caso Encerrado" (com Toquinho). E ancora em um porto seguro com Ivan Lins na clássica "Velas Içadas". O mestre Edu Lobo canta a sua animada "Dança do Corrupião", com arranjo influenciado pelos ritmos nordestinos. E o eterno parceiro Chico Buarque canta "Angélica", parceria sua com Miltinho, com letra inspirada na história da estilista Zuzu Angel, que perdeu o filho durante o período do governo militar no Brasil.

O disco segue com a genialidade de Guinga, com a complexa canção "Catavento e Girassol". E depois cai novamente no samba raiz com Paulinho da Viola e a clássica "Coisas do Mundo Minha Nega". A dupla gaúcha Kleiton e Kledir participa cantando a canção "Paz e Amor", com uma letra cheia de esperança no futuro e no presente. E Alceu Valença canta com o MPB-4 a sua balada "Na Primeira Manhã". O disco encerra com "Parceiros", bonita composição de Francis Hime com o autor no vocal.

Se por um lado o disco não consegue resumir os 60 anos do grupo, pelo menos teve o mérito de mostrar uma música de qualidade que merece ser redescoberta pelo público. E também comprova que o grupo continua com a sua integridade musical intacta, mesmo com as alterações na sua formação. Vale muito a pena a audição.


"Pret-A Porter de Tafetá"


"Angelica"


sábado, 29 de junho de 2024

.: RBD, Christian Chávez anuncia “Puto”, minidocumentário autobiográfico


Projeto ressignifica tal adjetivo, mostrando o processo de aceitação e amor próprio que o cantor passou ao longo da carreira. Crédito: @lina2eye_


Christian Chávez
apresentou com exclusividade o cartaz de seu novo minidocumentário, “Puto”. A novidade aconteceu na galeria de fotos do artista David Lachapelle, chamada “Amor”, em evento organizado pela Impulse México (organização que trabalha em prol dos direitos das pessoas com HIV/Aids). "Puto" é um mini documentário onde Christian se apropria de sua história, de sua narrativa, de sua identidade, de quem ele é. Muitas vezes chamado de Puto de forma pejorativa e agressiva na infância e adolescência, agora ele ressignifica o termo e demonstra ser seu próprio herói.

“Quero apresentar a vocês a capa desse documentário que culmina com todo esse processo de aceitação e amor próprio. Tantas vezes me disseram essa palavra para me humilhar, para me machucar e hoje se tornou minha espada. Hoje mais do que nunca reconheço esta palavra como minha, hoje mais do que nunca me aceito como sou, hoje mais do que nunca, eu sou meu próprio herói”, disse Christian em seu Instagram.

Um dos maiores astros da América Latina, Christian Chavez é um multiartista que influencia gerações ao longo de mais de 20 anos de carreira. O cantor, ator, compositor, apresentador e dançarino construiu uma trajetória de sucesso e hoje, além da música, é um grande ativista na luta em prol da comunidade LGTQIAP+, buscando mais espaço e visibilidade. Exemplo disso é este documentário e a importância que ele carrega e significa.

sexta-feira, 28 de junho de 2024

.: Arrigo Barnabé revisita Itamar Assunção, por Luiz Otero

Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

Arrigo Barnabé revisita a obra do amigo Itamar Assunção acompanhado pela banda Trisca, formada por ex-integrantes da banda Isca de Polícia. O resultado desse encontro foi registrado ao vivo em disco e nas plataformas de streaming pela gravadora Atração e revive a sonoridade da chamada vanguarda musical paulista dos anos 70/80, além de trazer luz para a rica obra de um dos músicos mais importantes do movimento musical vanguardista, que faleceu em 2003.

A ideia desse projeto começou quando Arrigo Barnabé participou como convidado de um show com a  banda Isca de Polícia, no Sesc 24 de maio, em janeiro de 2022. Na ocasião ele disse ao Paulo Lepetit (baixista e diretor musical da banda), que gostaria de fazer um trabalho interpretando músicas do Itamar Assumpção. 

Começaram a pensar no projeto, que se concretizou em um show apresentado no Sesc Pompeia, em 2023. No seu desenvolvimento, Arrigo acrescentou às músicas do Itamar algumas canções de artistas que ele sempre gostou muito de cantar. 

Arrigo Barnabé - Foto: Stela Handa

Devido ao sucesso, seguiram com apresentações em outros locais, até que no final do ano passado, Wilson Souto, da gravadora Atração, assistiu à apresentação, no Sesc Consolação, e propôs registrar o projeto.

Resulta daí, um trabalho audiovisual com uma nova linguagem musical derivada de duas vertentes da chamada Vanguarda Paulista: Arrigo Barnabé e Isca de Polícia, em que Arrigo e Trisca não apenas revisitam algumas canções da obra de Itamar, mas também de outros compositores (como Nelson Cavaquinho, por exemplo).

Os arranjos da banda Trisca estão impecáveis, formando uma poderosa cozinha rítmica para Arrigo, que molda com perfeição sua voz rouca para interpretar as canções performáticas do amigo Itamar. Um destaque é a ótima Fico Louco, uma das mais conhecidas do repertório do compositor vanguardista. Vale a pena conferir esse trabalho, que já está disponível nas plataformas em formato EP, com seis faixas.

Fico Louco



Quando eu me chamar saudade


Tristes Trópicos

terça-feira, 25 de junho de 2024

.: Roberta Miranda lança clássico “Majestade, o Sabiá” com Luisa Sonza

A faixa estará disponível em todas as plataformas digitais via ONErpm a partir do dia 21 (sexta-feira). Foto: Divulgação


Considerado um dos hinos da música brasileira há mais de 40 anos, a faixa “Majestade, o Sabiá” acaba de ganhar uma nova versão. Unindo o pop e o sertanejo, Roberta Miranda convida a cantora e compositora Luisa Sonza para regravar o clássico atemporal escrito em 1981. Lançada na sexta-feira (21) a faixa ganhou uma nova versão no DVD Infinito, gravado em São Paulo, por Roberta Miranda. 

Disponível em todas as plataformas digitais via ONErpm, "Majestade, o Sabiá” ultrapassa o gênero sertanejo e faz parte da vida de pessoas de diferentes gerações. O single é considerado por Roberta Miranda um hino de superação, por ter sido escrito em um momento difícil na vida da artista.

“Eu ganhei a sabiá Merlin uma semana depois que fui morar na casa da minha amiga Wanda Alves, que me acolheu em um momento difícil. Conforme eu dedilhava o violão, a sabiá cantava. Eu tocava, ela cantava. Comecei a letra pelo refrão para homenagear a sabiá”, relembra a artista.

A música abre a sequência de lançamentos do DVD e também da turnê Infinito, com a qual a eterna rainha da música brasileira está viajando pelo Brasil e já passou por Luanda (Angola) e Maputo (Moçambique). Canadá, Europa e Estados Unidos serão os próximos destinos no exterior. Em São Paulo, a artista convidou Luisa Sonza para participar da nova versão da faixa. “Eu a convidei porque a admiro e admiro também o talento e o trabalho dela. Acompanho a Luísa em tudo e ela é magnífica no que faz”, comenta Roberta Miranda.

A artista, conhecida por ser um dos maiores nomes do pop da atualidade, não esconde sua ligação com o sertanejo e com as músicas de Roberta. “Eu nunca imaginei que seria essa canção, ainda mais por tudo o que ela representa para mim. Fiquei chorosa quando soube que seria essa e, ao mesmo tempo, muito feliz”, revela Luisa Sonza.

A música também ganhará um videoclipe, que estará disponível no canal oficial do YouTube de Roberta Miranda.

Escrita há 43 anos, “Majestade, o Sabiá” já integrou o repertório de nomes como Jair Rodrigues e Chitãozinho e Xororó e possui mais de 90 regravações. Nos shows ela sempre integra o setlist, “Essa música eu canto em forma de oração, sempre”, finaliza Roberta Miranda. 

“Majestade, o Sabiá” já está disponível em todas as plataformas digitais via ONErpm

Sobre Roberta Miranda: "Roberta Miranda é uma cantora/compositora de grande sucesso dedicada ao repertório sertanejo/brega/romântico. Alguns de seus sucessos são "Sua”, “Majestade, o Sabiá", "Um Minuto a Mais", "Meu Dengo", "Chuva de Amor", "Mistério", "Dia D", "Outra Vez", "Sol da Minha Vida", “São Tantas Coisas”, “Vá com Deus”, “Esperança”, “Rei dos Reis” e “Eu Te Amo, Te Amo, Te Amo”. 

Miranda se mudou para São Paulo com a família, decidida a ser cantora, ela lutou contra o conservadorismo dos pais, trabalhando aos 14 anos em bares da cidade. Aos 16 anos começou a cantar e foi contratada para abrir shows no Beco e no Jogral, dois redutos da bossa nova em São Paulo. Nessa época abriu para Fafá de Belém, Rosemary e outras cantoras famosas. Depois de escrever centenas de músicas e muita insistência, sua grande chance veio em 1985, quando Jair Rodrigues gravou "Sua Majestade, o Sabiá", vendendo cerca de um milhão de cópias. Seu primeiro disco como cantora veio no ano seguinte: Roberta Miranda fez sucesso instantâneo com "Meu Dengo", "Chuva de Amor" e "São tantas coisas", vendendo 800 mil cópias e ganhando discos de ouro e platina. No segundo álbum de Roberta Miranda estavam os sucessos "Vá com Deus", "Esperança" e "Rei dos Reis", novamente vendendo cerca de um milhão de cópias. Estabelecida nacionalmente como cantora e compositora, Miranda continua executando intensamente sua mistura eclética que inclui muitos gêneros musicais. 

.: Seres Humanos (e a Inteligência Artificial): Odair José lança novo álbum

Com o olhar afiado sobre o seu tempo, o artista utiliza a inteligência artificial em seu novo álbum de inéditas, um trabalho contemporâneo, pop, com pegada rock’n’roll, riffs de guitarra e seu canto visceral


A Inteligência Artificial tem um papel técnico em todo o álbum, mas também tem voz e divide os vocais com Odair José em uma das faixas de ‘Seres Humanos (e a Inteligência Artificial)’ . Foto: Bernardo Guerreiro


Aos 75 anos e com 54 anos de carreira, Odair José lança seu trigésimo nono álbum, “Seres Humanos (e a Inteligência Artificial)”, com produção dirigida por Junior Freitas. Artista e produtor se aliam à tecnologia na execução de um projeto simples, como é do feitio de Odair, mas como sempre pensado nos mínimos detalhes para oferecer ao público um trabalho atual e de qualidade. “A inteligência artificial é uma ferramenta eficaz, curiosa e divertida, que está presente cada vez mais na rotina do nosso tempo. A ideia foi utilizar essa parceria em alguns momentos, na feitura do álbum. E também canto uma canção em dueto com ela”, conta Odair.

Em 13 canções inéditas, Odair José coloca seu olhar afiado sobre os seres humanos e o sentido da vida para fazer um álbum contemporâneo, pop, com pegada rock’n’roll, riffs de guitarra e seu canto visceral. “Cada canção aborda um tema, com a ideia de colocar para o ouvinte situações comuns na vida de uma pessoa e tentar provocar reflexões sobre o verdadeiro sentido da nossa existência sem arrogância, hipocrisia ou individualismo… procurando entender as razões das nossas dificuldades para esclarecer dúvidas e, quem sabe, buscar uma convivência melhor!”, revela Odair. O álbum é um lançamento da Monstro Discos, com distribuição da Ditto Music.

Entre os temas, trilha o caminho do desenvolvimento humano em “DNA”, que anunciou o novo álbum, volta a falar de homossexualidade e de liberdade sexual na balada soul “Desejo”, o segundo single de “Seres Humanos (e a Inteligência Artificial)”, e revela canções de acento pop e radiofônico como “Roupa”.

A Inteligência Artificial tem um papel técnico em todo o álbum, que foi masterizado por ela. Mas a IA também tem voz. A voz fornecida por Charlote (elevenlabs.io) faz a narrativa de abertura do álbum, na faixa "Seres Humanos" e Nádia, IA da Audimee, canta em dueto com Odair José na faixa-bônus, "No Ponto". A utilização da IA não para por aí… seguindo as orientações de Odair e do produtor Junior Freitas, ela toca piano acústico em "Repetições" e "Submisso", baixo acústico em "Submisso", bateria em "Bipolar", fender rhodes em "O Sono" e percussão adicional em "Sobre a Gente".


Seres Humanos (e a Inteligência Artificial), por Odair José

Seres humanos - Adão e Eva nos mostraram que no pecado original pode estar a saída para uma repaginada numa relação adormecida!

O Sono - Não seria o sono um ensaio para que a gente vá se acostumando com a morte?

Repetições - Desde quando o mundo é mundo que a humanidade repete os mesmos erros…

A Roupa - A roupa não faz parte da criação original mas a usamos por várias razões, inclusive por uma questão de medo, vergonha ou até mesmo estética.

DNA - Define a nossa genética e pode ser a desculpa perfeita para justificar os nossos erros!

Bipolar - Ser bipolar seria um defeito ou uma qualidade?

O porta voz - Gostando ou não, alguém pode sim contrariar as nossas vontades nos mostrando verdades que não são as nossas…

Dizem - O tempo cura até queijo, menos algumas lembranças!

Paixão - Paixão não é amor. Amor não é paixão. Ondas de calor pura sedução… Mas é uma delícia estar apaixonado!

Desejo - Seguindo os passos da paixão encontramos novos prazeres, que nos envolve num imenso desejo!

Sobre a gente - Um novo amigo que tem a inteligência artificial nos ensina muito mais do que sabemos? Do que conhecemos de um novo tempo e de uma verdade permanente sobre a gente… Será?

Submisso - Perder o foco e se entregar por completo, virar um adereço na fantasia de alguém, até mais do que isso - ficar Submisso!

No ponto - É uma música minha em parceria com a Bárbara Eugênia e é uma faixa bônus por ter sido escrita fora do projeto. Eu faço um dueto com a inteligência artificial “Charlote”.

Em seu 39º álbum de inéditas, Odair José reflete sobre a humanidade, seus prazeres, desejos, dores e amores. Ouça “Seres Humanos (e a Inteligência Artificial)” nas plataformas digitais: ditto.fm/seres-humanos-e-a-inteligencia-artificial

SERES HUMANOS (e a Inteligência Artificial) | Odair José

1 Seres Humanos

2 O Sono

3 Repetições

4 A Roupa

5 DNA

6 Bipolar

7 O porta voz

8 Dizem

9 Paixão

10 Desejo

11 Sobre a gente

12 Submisso

BONUS TRACK 13 No Ponto***


[ficha técnica]

Todas as vozes por Odair José*

Todos os instrumentos por Junior Freitas**

Produção: Junior Freitas

Mixagem: Junior Freitas

Masterizado por Inteligência Artificial

Arte da capa e Conceito Gráfico: Roger Marx

Direção Executiva: Raphael Freitas

Créditos Adicionais

* Voz Narrativa em "Seres Humanos" fornecida por Charlote (11.ai / elevenlabs.io)

* Dueto Vocal em "No Ponto" com Nádia (inteligência artificial, Audimee)

** Piano Acústico em "Repetições" e "Submisso", Baixo Acústico em "Submisso", Bateria em "Bipolar", Fender Rhodes em "O Sono" e Percussão Adicional em "Sobre a Gente" fornecidos por inteligência artificial

*** Todas as composições são de Odair José. Exceto “No ponto”, parceria com Bárbara Eugênia

Lançamento: Monstro Discos. Distribuição: Ditto Music


sábado, 22 de junho de 2024

.: Música Popular Brasileira em festa: Chico Buarque - 80 anos na "Roda Viva"


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

Alguns nomes da MPB seguem como unanimidade junto ao público. Um deles com certeza é Chico Buarque, que completou 80 anos no dia 19 e continua sendo um dos mais cultuados compositores de nosso cancioneiro. Suas canções clássicas permanecem sempre atuais, ainda que tenham sido elaboradas em outras épocas.

Carioca de nascimento e torcedor fanático do Fluminense, Chico Buarque praticamente surgiu para a nossa mídia em 1966, quando disputou o festival da canção da TV Record com a canção "A Banda", acompanhado pela cantora Nara Leão. Dividiu o título desse festival com a canção "Disparada", de Geraldo Vandré e Theo de Barros, que foi interpretada por Jair Rodrigues.

Os anos seguintes ainda teriam Chico em festivais, com as canções "Roda Viva" (em 1967) e "Sabiá" em 1968, esta segunda em uma polêmica decisão dos jurados e com a insatisfação do público presente no evento, que preferia a canção de Geraldo Vandré, "Prá Não Dizer que Não Falei das Flores".

Chico Buarque foi sempre uma voz crítica contra a censura imposta durante o período do governo comandado pelos militares. E de uma forma magistral, sempre driblava a censura, criando até um pseudônimo de Julinho da Adelaide, que assinou apenas três canções: "Acorda Amor", "Milagre Brasileiro" e "Jorge Maravilha", sendo esta última um recado subliminar ao então presidente da República, Ernesto Geisel, cuja filha era admiradora das canções de Chico Buarque.

Outra característica marcante é a sua capacidade de escrever canções sobre a ótica do mundo feminino. "Com Açúcar e Com Afeto", "Atrás da Porta", "Olhos nos Olhos" são apenas alguns exemplos que evidenciam sua genialidade. Chico também investiu em trilhas de cinema e peças de teatro. Escreveu a célebre "Ópera do Malandro", cuja trilha sonora também é assinada por ele, além de outras peças marcantes como "Gota D´Água", "Calabar" e "O Grande Circo Místico". Na literatura também se destacou ganhando prêmios com seu trabalho nessa área.

Sua extensa discografia tem vários momentos brilhantes. Um dos pontos altos de sua produção é o álbum "Construção", de 1971, aclamado pela crítica como um dos seus melhores trabalhos. Mas podem ser incluídos ainda o disco de 1978 (com "Apesar de Você" e "Cálice") e de 1984 (com "Vai Passar" e "Pelas Tabelas").

Com a abertura democrática a partir de 1979, a obra de Chico Buarque deixou de ter aquele tom mais contestador para assumir um lado mais lírico, mas sempre com conteúdo relevante. Suas produções, ainda que tenham espaçado cada vez mais nas últimas décadas, sempre brindam o público ouvinte com pérolas musicais, sempre muito bem produzidas. Mas o que impressiona é que o tempo parece não passar para Chico Buarque. Até o tempo conspira a favor dele, pois sua obra continua relevante. Vida longa ao grande compositor.

"Quem Te Viu Quem Te Vê"

"Que Tal Um Samba?"

"Tanto Mar"

terça-feira, 18 de junho de 2024

.: 55 anos: TV Cultura exibe estreia de Agnaldo Rayol no "Festa Baile"


"Festa Baile" foi sucesso de público e reunia telespectadores para assistir apresentações de clássicos da música brasileira, no salão do clube Piratininga, em São Paulo. Ainda participam da exibição a Orquestra de Silvio Mazzuca, Trio Irakitan, Zé Ketti, Nelson Gonçalves e Altemar Dutra. Foto: Júlio Cezar Soares | Acervo TV Cultura

Como parte da programação que celebra os 55 anos da TV Cultura, vai ao ar, nesta quinta-feira, dia 21 de junho, edição do Festa Baile com a estreia do apresentador Agnaldo Rayol ao lado de Branca Ribeiro. Gravado em 1982, o programa é exibido a partir da meia-noite (de quinta para sexta-feira), e também recebe nomes como Ayrton e Lolita Rodrigues, Hebe Camargo, Raul Gil e Agnaldo Timóteo.

"Festa Baile" foi sucesso de público e reunia telespectadores para assistir apresentações de clássicos da música brasileira, no salão do clube Piratininga, em São Paulo. Ainda participam da exibição a Orquestra de Silvio Mazzuca, Trio Irakitan, Zé Ketti, Nelson Gonçalves e Altemar Dutra.

Em clima de festa, os artistas e o público celebram a chegada de Agnaldo Rayol, que canta uma seleção de músicas, acompanhado pela Orquestra de Silvio Mazzuca: A Praia (Jovan Wetter – Bruno Silva), Margarida (J. P. Lintz, versão de Fred Jorge) e O Princípio e o Fim (Allan Barrière, versão Nazareno de Brito).

segunda-feira, 17 de junho de 2024

.: "O Mito do Mito", livro inédito de Rita Lee, atende exigência da cantora: saiba


Em julho, a Globo Livros vai publicar  "O Mito do Mito", livro inédito de Rita Lee. A obra, uma ficção com toques de realidade e mistério, começou a ser escrita em 2005 e foi finalizada em 2019. Mas Rita decidiu lançá-lo apenas com uma condição: que fosse postumamente. “Não quero ninguém me perguntando de meras coincidências com fatos ou pessoas reais. Escritora‐mistério”, escreveu no livro.

Na história, a cantora é a própria protagonista e mergulha em uma sessão de terapia com um doutor esquisitão, que só atende quando o sol se põe. No divã, ela se abre em busca de respostas para profundos questionamentos internos.

A pré-venda já está disponível na Amazon com um brinde especial: uma ecobag exclusiva; e tem edição assinada pelo amigo e jornalista Guilherme Samora. O lançamento oficial será no dia 29 de julho. Compre "O Mito do Mito", de Rita Lee, neste link.

.: Álbum: Pato Fu e Orquestra Ouro Preto lançam "Rotorquestra de Liquidificafu"


Gravado ao vivo no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, o disco reúne clássicos da banda mineira em versões orquestradas, Foto: Rapha Garcia


Será lançado no próximo dia 21, em todas as plataformas digitais, o disco "Rotorquestra de Liquidificafu", projeto que reúne a banda Pato Fu e Orquestra Ouro Preto. Criado para celebrar os 30 anos da banda mineira, este trabalho virou álbum e surpreende pelos arranjos assinados por Paulo Malheiros e pela escolha do repertório, que inclui grandes sucessos, além de versões mais inusitadas. O disco, gravado ao vivo no Palácio das Artes, de Belo Horizonte, é uma vibrante viagem pelos sucessos da banda, com uma roupagem toda nova, misturando o pop rock contagiante com a musicalidade da orquestra.

E para comemorar, nada melhor que fazer isso em grande estilo, com um show gratuito na praia de Copacabana, no posto 2, dia 22 de junho, às 19h00, como parte da programação do Orquestra Ouro Preto Vale Festival 2024. O evento é patrocinado pelo Instituto Cultural Vale, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura. As celebrações seguem com apresentação gratuita na cidade mineira de Ouro Preto, no dia 29 de junho.

“A apresentação é um presente para nós e para quem é fã da Orquestra e do Pato. Tocar em Copacabana, com o acesso liberado ao público, vai ser um momento histórico para nossa banda. Mais uma etapa na comemoração de nossos 30 anos. Espero que seja uma noite linda e emocionante, como geralmente são os encontros com a Orquestra Ouro Preto”, afirma Fernanda Takai, vocalista do grupo.

“Rotorquestra de Liquidificafu” é um disco sem rótulos, marcado pela inventividade e ousadia de uma banda que sempre foi fora da caixa e uma orquestra que não tem medo de desafiar os limites da música. Um projeto muito especial, com 17 músicas em arranjos surpreendentes feitos por Paulo Malheiros. “O disco capturou toda a aura que envolveu essa conjunção e transmite toda a excelência, a irreverência e a versatilidade que marcam a trajetória das duas formações”, sintetiza o Maestro Rodrigo Toffolo, regente titular e diretor artístico da Orquestra Ouro Preto.

Gravado ao vivo no Grande Teatro do Palácio das Artes em 2022, o álbum traz toda a vibe de uma noite de gala, com a plateia e os artistas juntos, cantando os grandes sucessos do Pato. Tem de tudo um pouco, desde os hits até aquelas músicas mais escondidinhas dos 13 álbuns da carreira do grupo. Entre elas, “Rotomusic de Liquidificapum”, uma viagem de 7 minutos por um monte de estilos musicais, que já dá o tom ousado dessa parceria. “Eu”, “Perdendo os Dentes”, “Ando Meio Desligado”, “Simplicidade”, “Canção Para Você Viver Mais”, “Água”, “Spoc” e várias outras pérolas integram o repertório.  


Histórico
A “Rotorquestra” estreou em 2022, no Instituto Inhotim, diante de 2.500 pessoas que lotaram o museus e cantavam a plenos pulmões. A apresentação ganhou um lindo registro, exibido na programação do SulAmérica Sessions Festival, e que também deve voltar à tona nos canais de YouTube da Orquestra e do Pato.

O projeto circulou por mais quatro cidades de Minas Gerais – Nova Lima, Caeté, Sabará e Santa Bárbara –, com apresentações gratuitas em praças abarrotadas.  Depois do giro pelo interior mineiro, o concerto chegou a Belo Horizonte, onde foi registrado ao vivo, no Palácio das Artes, em um momento inesquecível para a plateia, músicos e equipes que fizeram o espetáculo acontecer. Em 2023, em um lindo palco montado na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, a Rotorquestra recebeu cerca de 10 mil pessoas em mais um encontro memorável.


Serviço
Rotorquestra de Liquidificafu: Pato Fu e Orquestra Ouro Preto
Lançamento do álbum
Data: 21 de junho de 2024
Em todas as plataformas digitais

domingo, 16 de junho de 2024

.: "Telepatia": Flavio Venturini e Ricardo Bacelar fazem parceria em EP


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

Fruto da primeira colaboração entre o cantor e compositor Flávio Venturini e o multi-instrumentista, cantor e produtor Ricardo Bacelar, o EP "Telepatia" já está disponível nas plataformas digitais pelo selo Jasmin Music. O trabalho une pela primeira vez os dois talentos de nossa MPB, que mostram um resultado acima da média. 

Gravado no Jasmin Studio, em Fortaleza, o EP traz três canções, de ritmos variados, incluindo a inédita “Samba Saudade”, primeira parceria de Venturini e Bacelar, com a colaboração do letrista Murilo Antunes. A convite de Ricardo Bacelar, Flávio Venturini instalou-se em Fortaleza durante a temporada de criação e gravação do EP. O projeto contou ainda com a participação do guitarrista e produtor Torcuato Mariano, convidado por Venturini para dividir a produção com Ricardo Bacelar.

Além da canção inédita já citada, o EP reúne “Telepatia”, parceria de Venturini e Jorge Vercillo, e “Lareira”, saída do baú de composições do mineiro de Belo Horizonte. O EP conta ainda com Robertinho Marçal na bateria, Hoto Júnior na percussão e Nélio Costa no contrabaixo.

Sobre o processo em estúdio, Ricardo Bacelar detalha: “Nós fizemos tudo juntos. Como somos ambos pianistas e tecladistas, houve muita troca de ideias. Dividimos os vocais nas três músicas, também. Pra mim foi uma satisfação receber o Venturini aqui em Fortaleza”.

Para o ouvinte que curte a MPB, a inédita parceria abre um novo horizonte, enquanto que a dupla Venturini e Bacelar apresentam uma nova perspectiva de produção autoral para o futuro. A fusão dos dois talentos mostrou que a união realmente faz a força.

"Lareira"

"Telepatia"

"Samba Saudade"

quarta-feira, 12 de junho de 2024

.: Em "Supernova", Jão apresenta versão deluxe de "Super" com mais 8 músicas


Cantor e compositor, Jão acaba de lançar “Supernova”, a versão deluxe de "Super", lançado em 2023, o álbum que quebrou recordes no Spotify Brasil, com uma estreia que bateu a marca de 8,5 milhões de streams em 24 horas de lançamento. Repetindo a parceria, a versão deluxe traz oito canções compostas por Jão, Pedro Tófani e Zebu. São elas: "Religião", "Acidente", "O Triste É que Eu Te Amo", "Modo de Dizer", "Carnaval", "Locadora (versão estendida)", "Supernova" e "Paranoid". Entre os quatro elementos, "Super" representa o fogo na série de lançamentos do cantor - "Pirata" (água), "Anti-Herói" (ar) e "Lobos" (terra).

"Sinceramente, a principal vontade de trazer um deluxe (ou edição especial) nasceu quando anunciamos a turnê e eu entendi que vocês ainda me amavam. Eu queria muito agradecer de alguma forma. Minha vida tomou novos rumos e sinto que algumas faixas que foram criadas na época e não entraram no disco original (como "Acidente" e "Carnaval") eram necessárias para completar o que eu tinha para dizer e seguir com uma página em branco para o quinto álbum", declara Jão.

Ouça agora a versão deluxe de "Super" neste link. Do álbum, Jão saiu pelo país com a "Superturnê" e fez história ao se tornar o primeiro artista a esgotar dois dias seguidos no Allianz Parque na estreia da turnê, arrecadando mais de 49 milhões de reais com as apresentações já realizadas. E o sucesso não para por aí, pois ele ainda se apresentará nas edições de Lisboa e do Brasil do Rock In Rio no Palco Mundo.


Tracklist
"Religião" (Jão/Zebu)
"Acidente" (Jão/Pedro Tófani/Zebu)
"O Triste É que Eu te Amo" (Jão/Pedro Tófani/Zebu/Moren/Yttling/Erik)
"Modo de Dizer" (Jão/Pedro Tófani/Zebu)
"Carnaval" (Jão/Pedro Tófani)
"Locadora" (versão estendida) (Jão/Pedro Tófani/Zebu)
"Supernova" (Jão/Pedro Tófani/Zebu)
"Paranoid" (Jão)

terça-feira, 11 de junho de 2024

.: Versão de Rita para “Nel Blu Dipinto di Blu” traz produção e arranjos luxuosos


Por Guilherme Samora, jornalista, editor e estudioso do legado cultural de Rita Lee.

“Voando/ Cantando/ O azul, pintado de azul/ Feliz que está tudo blue”. É assim que Rita Lee descreve seu grande sonho, passeando pelas nuvens, em “Voando”, sua versão para “Nel Blu Dipinto di Blu”, de Domenico Modugno, de 1958. A música inédita de Rita ao lado do eterno parceiro, Roberto de Carvalho, chega aos players pela Universal Music.

O vocal é tocante. O ritmo em bossa nova casa perfeitamente: não dá vontade de parar de ouvir. Além dos arranjos e da produção, Roberto de Carvalho toca todos os instrumentos. O teclado é uma viagem à parte. Perfeito para o sonho que Rita descreve. A canção foi gravada há cerca de nove anos no estúdio da casa de Rita e Roberto “no mato”, nos arredores de São Paulo. A ideia era colocá-la no projeto “Bossa’n’Movies”, que seria um álbum da dupla revisitando hits que foram trilha sonora de filmes, em ritmo de bossa nova.

Para isso, Rita decidiu fazer sua versão em português. Em 2024, sem a presença física dela na Terra, a letra se torna ainda mais forte: “E voei, e voei, e voei/ Bem mais alto que o Sol e as estrelas do céu/ E a Terra, lá embaixo, naquele espaço sem fim/ Uma música suave tocando só para mim”. Outro ponto é que a canção também celebra a origem de Rita. Sua mãe, Romilda Padula, é filha de imigrantes italianos. E foi através do piano de Chesa, apelido de Romilda, que Rita teve um de seus primeiros contatos com a música.

Para celebrar o lançamento, um clipe foi gravado no refúgio de Rita e Roberto e traz o músico tocando enquanto uma câmera – que simboliza o olhar de Rita – voa pelo espaço. Nossa estrela maior aparece também em trechos de vídeos íntimos capturados pela família em diversas fases da vida. Uma viagem. E como canta Rita: “Um sonho assim, tão legal, não devia acabar”. Uma coisa é certa: Rita é para sempre.

Rita Lee - Voando (“Nel Blu Dipinto di Blu”)


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