quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

.: "118 Dias", com Gael García Bernal, estreia em março

O filme "118 Dias" ("Rosewater", EUA, 2014) é baseado no livro best-seller do The New York Times “Then They Came for Me:  A Family’s Story of Love, Captivity, and Survival” ("Então Eles Vieram me Buscar: Uma História Familiar de Amor, de Cativeiro e de Sobrevivência"), escrito pelo jornalista da BBC Maziar Bahari. O lançamento de "118 Dias" acontece no dia 5 de março.

Uma história real, o drama traz a estreia do jornalista Jon Stewart, do aclamado programa The Daily Show, exibido pelo canal Comedy Central, como roteirista, produtor executivo e diretor, e é estrelado pelo ator Gael García Bernal ("No", "Cartas para Julieta", "Ensaio sobre a Cegueira").

O drama biográfico segue o iraniano Bahari (Bernal), jornalista de 42 anos, cidadão canadense que vive e trabalha em Londres. Em junho de 2009, Bahari retorna para o Irã e para Teerã, sua cidade natal, para cobrir as eleições e entrevistar Mir-Hossein Mousavi, que se mostrava uma oposição consistente ao presidente em exercício Mahmoud Ahmadinejad.

Enquanto os partidários do candidato Mousavi saiam às ruas para protestar contra a declaração de vitória de Ahmadinejad apenas poucas horas após o fechamento das urnas, o jornalista decide assumir um grande risco pessoal ao enviar as filmagens que fez dos distúrbios das ruas para a emissora britânica BBC publicar.

Logo em seguida, a polícia chega à casa da mãe (Shohreh Aghdashloo, de "A Instituição", "A Casa do Lago", "Casa de Areia" e "Névoa") de Bahari, onde ele estava hospedado, faz uma revista totalmente ilegal, e sob argumentos artificiais leva o jornalista para a detenção. Na prisão, Bahari é submetido à tortura e a incessantes interrogatórios nos 118 dias seguintes. Seu algoz, sempre o mesmo homem, se identificou apenas pelo codinome Rosewater (Kim Bodnia, de "Amor é Tudo o que Você Precisa").

.: Ivete Sangalo e Claudia Leitte juntas em canção

No ano em que o axé celebra seus 30 anos de sucesso no país, as duas principais cantoras do gênero, Ivete Sangalo e Claudia Leitte, unem-se para o lançamento de sua mais nova parceria. Feita na medida para se tornar um dos maiores hits do Carnaval e do verão no Brasil, a música “Prontas Pra Divar” (encomendada pela Gillette Venus para representar seu novo produto 2em1 com barras de gel, Gillette Venus Breeze) leva a assinatura de Carlinhos Brown na produção musical. A canção será lançada nas rádios brasileiras ainda em janeiro e fará parte do repertório de Ivete e Claudia em seus respectivos trios elétricos durante a festa mais esperada do Brasil: o Carnaval.

Para as cantoras, a colaboração de Brown foi fundamental. “Quando a gente pensa que já conseguiu aproveitar o máximo dele, ele surge com algo novo e a gente aprende ainda mais. Brown é fonte inesgotável de musicalidade”, afirma Ivete Sangalo. Já para Claudia Leitte, trabalhar ao lado do compositor é genial. “Brown tem uma alma feminina, ele tem uma cabeça única e fala uma linguagem mundial! Ele é um gênio!”, conta. Ivete ainda revelou sobre a expectativa do novo hit: “a maior possível. A música é massa, a parceria é show. Acho que o resultado vai ser sucesso”.

Com o intuito de mostrar o poder das mulheres, “Prontas Pra Divar” exalta as qualidades femininas e traz trechos sobre a versatilidade delas, que frequentemente estão prontas para qualquer situação. “Pernas”, “poder”, “brilho” e “beleza” são algumas das palavras que ilustram a mulher multifacetada e poderosa.

Com o mesmo pensamento em relação a seus fãs, as musas também garantiram a participação de seus seguidores em sua nova parceria ao lançarem a campanha #Venus2em1 nas redes sociais, quando os fãs puderam sugerir e dar opiniões para o nome da música do novo dueto, além de poderem participar no videoclipe enviando vídeos e fotos.Ivete e Claudia convocaram suas fãs para participar do vídeo e afirmam que é a melhor maneira de agradecer pelo apoio que recebem diariamente. “É sensacional ter nosso público tão perto de nós e é exatamente como conduzo minha carreira e meus projetos, com meus fãs grudados em mim. Só tenho a agradecer”, revela Claudia Leitte.





.: “Compre, Ganhe e Doe” em prol de crianças com câncer

A revista Elle que chegará às bancas em 6 de fevereiro acompanhará o lançamento de campanha em prol de crianças com câncer. A ação será promovida com o mote “Compre, Ganhe e Doe” e os compradores da publicação ganharão como brinde lenços de cabelo.

Serão 15 mil exemplares veiculadas com o brinde. A campanha irá abranger as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Os lenços da ação serão assinados pelos estilistas Carlos Miele e Lenny Niemeyer e pelas marcas Ellus e Fórum.

O intuito da campanha não será apenas presentear leitores da revista que adquirirem um exemplar, como também as crianças que estão em tratamento de câncer, o que será possível pela parceria da publicação com a Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (Graacc). O valor prévio para a comercialização da revista com o brinde é de R$ 16.

.: 1985, o Ano das Estrelas - por Luiz Otero

Por Luiz Otero
Em janeiro de 2015

O ano de 1985 foi muito especial para a música. Além promover encontros musicais com um numeroso time de astros, nos projetos Band-Aid e USA For Africa, colocou o Brasil definitivamente na rota dos grandes shows ao vivo, com a primeira edição do festival Rock In Rio.

No contexto da década, os anos 80 já promoviam uma revolução sadia no pop rock. O movimento punk ia perdendo força e caindo cada vez mais no mainstream, enquanto que bandas como Duran Duran davam o tom do chamado arena rock, com um toque de sofisticação na produção musical. Também crescia o espaço para o chamado Heavy Metal, um segmento do hard rock capitaneado por bandas como Iron Maiden e Judas Priest, entre outras.




Mas para o Brasil, tudo isso ficou mais próximo com o festival Rock In Rio, que aconteceu no início do ano. Além de reunir bandas nacionais emergentes e alguns veteranos da MPB, como Erasmo Carlos e Ivan Lins, trouxe de uma tacada só uma penca de grupos e artistas mundialmente conhecidos. Queen (que já havia tocado no país em 1981), Whitesnake, Yes, James Taylor, Iron Maiden, Ozzu Osbourne, AC/DC, Scorpions e Rod Stewart fizeram um espetáculo memorável, com alguns deslizes, é verdade (colocaram Erasmo Carlos para tocar no mesmo dia do AC/DC...), mas assim mesmo, o saldo foi positivo. Desde então, o Brasil tem sido rota obrigatória para os artistas do pop e rock.



Já o projeto Band-Aid reuniu, no ano anterior, 1984, um grande time de artistas do Reino Unido, mais precisamente da Inglaterra e da Irlanda. Eles gravaram um disco cuja renda foi revertida para as famílias carentes da Etiópia, que passava por uma grave crise na África. Desse projeto participaram nomes como Bono Vox (U2), David Bowie, Boy George (Culture Club), Sting, Bob Geldof, Simon Le Bon (Duran Duran), entre outros. A canção permaneceu tocando nas rádios durante o ano de 1985.




O USA For Africa foi uma resposta dos Estados Unidos ao projeto social do Reino Unido. Também registrou um time de astros conhecidos da música norte-americana, alguns até icônicos, como Ray Charles, Stevie Wonder e Bob Dylan. Sob regência do maestro e produtor Quncy Jones, o coral de estrelas entoou a canção We Are The World, composta por Lionel Richie e Michael Jackson, por vários meses nas rádios. A renda revertida com a gravação também foi revertida para famílias carentes do continente africano.

Esses projetos musicais meio que coroaram o auge de uma década, que estava ainda na metade do caminho. Outras estrelas ainda surgiriam nos anos seguintes, bem como projetos como o Live Aid, um festival ao vivo com várias bandas e artistas solo, realizado simultaneamente na Europa e na América do Norte. A música pop alçava voos cada vez mais altos em direção aos anos 90.



.: Shows de Planta e Raiz, Falamansa, Paralamas do Sucesso e mais

Todas as apresentações são gratuitas e começam a partir das 22 horas na Praça de Eventos


A grade completa do Grito Folia Ubatuba 2015 foi divulgada na última terça-feira com atrações de qualidade e de diferentes estilos musicais. O evento começa no próximo dia 5 de fevereiro com o reggae da banda Planta e Raiz. Na sexta-feira, dia 6, será a vez do renomado grupo Falamansa tocar os hits do forró na Praça de Eventos da cidade.

No sábado, dia 7 de fevereiro, o centro da cidade ficará lotado para a apresentação da lendária banda Os Paralamas do Sucesso, pela primeira vez com entrada gratuita na cidade. 

Para encerrar um dos maiores gritos de carnaval do país, o samba pede passagem com toda a tradição da bateria do G.R.E.S Estação Primeira de Mangueira. Todos os eventos têm entrada franca e começam a partir das 22 horas. 

A realização do Grito Folia 2015 é da Nexo Produções, com patrocínio da Petrobrás e apoio da Comtur, Fundart, Secretaria de Turismo e Prefeitura Municipal de Ubatuba.

.: Gastronomia: Senac Santos está com inscrições abertas

O Senac Santos está com inscrições abertas para oito cursos da área de gastronomia, nos segmentos de bebidas, serviços e gestão, confeitaria e cozinha.

Básico de confeitaria – Proporciona aos participantes a aquisição de conhecimentos e habilidades básicas em confeitaria.

Data: 6 a 27/3
Horário: das 14 às 18 horas – 6ª

Brigadeiro gourmet – Capacita o aluno para preparar brigadeiros tradicionais e gourmet, utilizando ingredientes diferenciados e inusitados, como chocolates e frutas brasileiras, apresentados de forma contemporânea.

Data: 7 a 14/3
Horário: das 8 às 12 horas – sábado


Ovos de páscoa e bombons – O aluno aprende a trabalhar com chocolate, a confeccionar ovos de Páscoa, bombons, embalagens e técnicas de decoração.

Data: 2 a 6/3
Horário: das 18h30 às 21h30 – 2ª a 6ª

Bombons - O participante aprende técnicas para confeccionar bombons desde a pré-cristalização e a temperagem que são métodos importantes para a comercialização e qualidade dos produtos. Execução e decoração de diversos tipos de bombons, como maciços, recheados e trufados.

Data: 7 a 21/3
Horário: das 14 às 17 horas – sábado

Básico de Vinhos – O curso promove uma iniciação ao mundo dos vinhos despertando o aluno para reconhecer aromas, sabores e demais características e estilos de vinhos, além de conhecer as variedades de uvas brancas e tintas, as principais regiões produtoras e a linguagem da área. Os alunos aprenderão regras básicas de etiqueta social e profissional, conhecerão a geografia mundial do vinho e perceberão a importância e o valor da linguagem escrita e falada para a comunicação com seu público.

Data: 7 a 28/3
Horário: das 8h30 às 12h30 – sábado


Formação de Baristas – O curso capacita profissionais para preparar cafés espressos (do italiano espresso), com base em técnicas específicas, utensílios e máquinas profissionais, capazes de distinguir os produtos existentes no mercado, reconhecendo os diferentes grãos utilizados, colocar em prática os segredos da preparação de bebidas variadas à base de café, valendo-se de receitas e técnicas de coquetelaria, vaporizar o leite e preparar bebidas à base de leite vaporizado.

Data: 9 a 24/3
Horário: das 18h30 às 22h30 – 2ª a 6ª

Formação de Sommelier: vinhos – O aluno poderá atuar como sommelier, exercendo a profissão de forma ética, na seleção de produtos, orientação a clientes e na excelência do serviço do vinho em diferentes situações.

Data: 30/3 a 19/5
Horário: das 18h30 às 22h30 – 2ª a 6ª

Técnicas Básicas de Gastronomia – Através de aulas práticas o aluno poderá conhecer os principais cortes de carnes, aves e peixes, bem como as técnicas de preparação de produções doces e salgadas. O aluno torna-se capacitado a reproduzir as habilidades básicas de cozinha quente, fria, confeitaria e panificação básica, de entender os termos técnicos e as noções de higiene na cozinha e manipulação de alimentos.

Data: 10/3 a 15/4
Horário: das 18h30 às 21h30 – 2ª a 6ª


As inscrições podem ser feitas presencialmente e também pela Internet. Mais informações estão disponíveis no site www.sp.senac.br/santos.


Local: Senac Santos
Endereço: Av. Conselheiro Nébias, 309 - Vila Mathias - Santos
Telefone: (13) 2105-7799

.: Livro de Henfil é relançado 30 anos após primeira edição

Considerado o mais brilhante cartunista de sua geração, Henfil (1944-1988) tem seu último livro – “Como se faz humor político” - relançado pela Editora Kuarup, 30 anos depois da primeira edição. A obra é uma entrevista de Henrique de Souza Filho, o Henfil, concedida ao jornalista e crítico musical Tárik de Souza, que continua pertinente ao momento político atual.

O livro revela os detalhes do ofício desse craque do humor político brasileiro que criou personagens clássicos, como os Fradinhos e a Graúna. Seu relançamento coincide com o aniversário de 70 anos de nascimento do humorista e traz prefácio assinado pelo jornalista e escritor Sérgio Augusto.

Em 1984, a Editora Vozes, em parceria com o IBASE (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas), encomendou a Henfil um livro com o título “Como se faz humor político”, para integrar a Coleção Fazer. Sempre muito atarefado, ao invés de redigir o texto, convidou o jornalista e amigo Tárik de Souza para entrevistá-lo sobre o assunto em questão. Tárik conta que já havia entrevistado o cartunista várias vezes, sendo “quase um especialista na função”.

“Gravador ligado, o que rola neste livro é quase um improviso jazzístico. Não houve pauta, nem quaisquer perguntas combinadas previamente. Saímos tabelando sem deixar a bola cair até o final - que aconteceu exatamente como está no texto. O trabalho de edição foi mínimo: o que saiu do gravador já era o livro. Não fiquei surpreso ao reler “Como se faz humor político” 30 anos depois, e encontrá-lo ainda denso e pertinente. Em parte, porque mudam os nomes, circunstâncias e as mazelas continuam suplantando as virtudes humanas. Mas na maior parte, porque o Henfil é craque. E sua arte - e o modo de fazê-la - atemporal.” Escreveu Tárik na apresentação do livro.

Título: “Como se faz humor político”
Autor: Henfil
Depoimento a Tárik de Souza
Editora: Kuarup - www.kuarup.com.br
Número de páginas: 128. Tamanho: 15 x 23 cm . Peso: 185 g
Edição: 1ª (reedição). Ano: 2014



O MOLEQUE ENGAJADO – prefácio, por Sérgio Augusto

Já me perguntei mais de uma vez e não me canso de repetir: o que estaria fazendo hoje o inquieto Henrique de Souza Filho? Se em pleno gozo de suas faculdades físicas e mentais, o setentão Henfil — o mais singular, brilhante, moleque e engajado cartunista de sua geração —, provavelmente estaria atirando em todas as direções, testando as mídias disponíveis; quem sabe confinado a um site na internet onde pudesse dar vazão ao seu humor malicioso, anárquico, raivoso, grotesco – e politicamente incorreto pelos padrões de hoje?

Infelizmente, não podemos senão imaginar o tratamento que suas charges, seus cartuns e quadrinhos teriam dado à eleição direta para presidente no Brasil (pela qual tanto lutou), à Guerra do Golfo, à invasão do Iraque e demais desatinos cometidos pelos dois Bush, ao desgoverno Collor, à queda do Muro de Berlim, à ascensão de Lula e Obama à Presidência, à histeria em torno do bug do milênio, à montante evangélica, à praga do celular, ao processo do mensalão, ao desperdício de dinheiro público para atender ao “padrão Fifa”, à instalação das upps nas favelas cariocas, ao estrago causado pelos vazamentos do WikiLeaks, aos protestos de rua de 2013 – eventos, fenômenos e epifenômenos que ele, morto há 25 anos, não pôde acompanhar, celebrar ou, como era mais do seu feitio, escrachar.

Que novos personagens teria criado? E quais dos antigos teria abandonado? Os Fradinhos? A Graúna? (Esta, jamais. Prodígio de design minimalista, pouco mais que um ponto de exclamação, nenhuma outra figura criada por ele superou-a em argúcia, empatia e popularidade.) Desconfio que ele, só de molecagem, teria rebatizado O Preto que Ri de O Afrodescendente que Ri e arrumado outro tipo de paranoico para pôr no lugar do Ubaldo – um petista envergonhado com o partido que ajudara a fundar, por exemplo. Desconfio também que, apesar de mineiro e decepcionado com o PT, Henfil não teria votado em Aécio.

De todas as suas criações, nenhuma, a meu ver, superou a turma da caatinga, formada por um cangaceiro beberrão e machista (Zeferino), um bode intelectual (Orelana), uma graúna (ou melhor, a Graúna) e uma onça anarquista (Glorinha). Num árido cenário de Glauber Rocha - solo crestado pelo sol inclemente, vez por outra adornado por um cacto solitário e o resto de uma ossada - Henfil montou um cordel gráfico astuciosamente subversivo sobre as mazelas do Brasil: a indústria da seca, a desigualdade social, o mandonismo latifundiário, o fundo falso do milagre econômico patrocinado pela ditadura, a censura, a opressão masculina, o crescimento parasitário do Sul Maravilha, e o que mais se prestasse à sátira, à paródia, à alegoria.

Sua criação mais polêmica, porém, foi o metropolitano Cabôco Mamadô. Misto de exu e babalorixá, ele comandava o Cemitério dos Mortos-Vivos, onde só enterrava pessoas que a imprevidência divina ainda mantinha vivas. Impedido de confrontar diretamente os donos do poder concentrou sua ira naqueles que de algum modo serviam ou haviam servido ao regime militar. Antes de enterrar seus mortos-vivos, entregava-os à sanha de um Tamanduá (“a besta do apocalipse que assola nosso torrão”), que se alimentava de cérebros humanos, chupando-os implacavelmente: “Xuip!”. O cantor Wilson Simonal inaugurou a mórbida e pândega sucção. Outras vítimas: Nelson Rodrigues, Gustavo Corção, o animador de TV Flávio Cavalcanti. Até Roberto Carlos teve o miolo chupado.

Para Caetano Veloso sobrou a Patrulha Odara. Contraponto às patrulhas ideológicas, não deixava em paz quem fechasse os olhos ou desse mole para os abusos da ditadura, quem, enfim, ficasse “odara”, neologismo inventado por Caetano Veloso, que Henfil entendia como um convite à abstinência política, para ele, não o maior, mas o único pecado.

HENFIL – perfil, por Tárik de Souza

Mesmo sob a artilharia pesada da ditadura, foi o indômito mineiro Henrique de Souza Filho, o Henfil (1944-1988) o desenhista que mais dialogou politicamente com as massas, a ponto de transformar-se num raro popstar, num ramo onde poucos sobressaem por trás das pranchetas e (hoje) computadores. No tempo em que os estádios, a preços razoáveis, superlotavam e as torcidas ainda digladiavam-se dentro de limites civilizados, seus personagens futebolísticos como o Urubu (Flamengo), Bacalhau (Vasco), Cri-Cri (Botafogo) Pó-pó (Fluminense) foram adotados em substituição aos Popeyes e outros símbolos importados anteriores.

No jornal carioca O Dia, Henfil lançou o personagem Orelhão, que além de servir-se do aparelho de rua mais acessível na era pré-celular, operava como uma espécie de ouvidor das causas populares. Egresso da Juventude Católica e um dos fundadores do PT, Henfil também colaborou intensamente (e de graça, claro) em publicações sindicais. Mas sua projeção nacional ocorreu através do estouro do semanário Pasquim, onde se tornou um dos principais impulsionadores de vendas com sua galeria de personagens agressivos, politizados, humanistas e iconoclastas.

A dupla dialética de Fradins, o “Cumprido” (baseado em seu amigo, o jornalista mineiro Humberto Pereira) reprimido e conservador e “Baixinho” (um indisfarçável auto-retrato), um sádico libertário, nasceram ainda na Belo Horizonte, onde se formou emigrado da periférica Ribeirão das Neves. Na revista Alterosas, o desenhista de bonequinhos pornográficos da oficina, foi compelido a criar personagens, já que o diretor achava seu traço parecido com o do francês Bosc. Mais tarde, o comparariam ao ativista Wolinski, mas o fato é que Henfil desenvolveu um percurso único. Limitado fisicamente pela hemofilia, como seus irmãos, o sociólogo Betinho (imortalizado em “O bêbado e a equilibrista”, de João Bosco e Aldir Blanc), que o influenciou politicamente, e o violonista e compositor Francisco Mário (“Terra”, “Revolta dos palhaços”, “Pijama de seda”), que realizava seu lado musical, ele lutava contra dores diárias. E fazia periódicas transfusões de sangue, que acabariam custando-lhe a vida. O início da epidemia de AIDS desnudou mais uma tragédia da péssima administração da medicina no país, a falta de fiscalização da qualidade do sangue, que acabaria decretando a sentença de morte dos irmãos Souza.

Além dos Fradinhos, protagonistas de uma revista periódica independente de larga tiragem, Henfil criou o cangaceiro Zeferino (publicado inicialmente no Jornal do Brasil), moldado na figura bonachona e um tanto coronelesca do pai, um livre atirador que ocupou diversos cargos, de diretor de penitenciária a agente funerário. Havia ainda o Bode Orellana, o intelectual da tira, que ele ironizava sem dó, inspirado no arisco cantador erudito baiano Elomar. A Graúna, era a personagem feminina da trama, que oscilava entre a submissão e o ativismo. Graficamente, talvez fosse sua mais genial e sucinta criação: o corpo da ave era pouco mais que um ponto de exclamação. Ainda no Pasquim, Henfil disparava sua máquina inventiva sem cessar. Ilustrava uma tira de crítica musical e paria personagens que operavam como uma espécie de termômetro do momento político, à medida que a ditadura avançava. Do didático Caboco Mamadô, que no cemitério dos mortos-vivos enterrava os colaboracionistas, ao Tamanduá Chupador de Cérebros, a Patrulha Odara (em contraponto às patrulhas ideológicas) e o espinhoso Ubaldo, o Paranóico. Bolado com o redator destas linhas, que o nomeou num final de semana, em Arraial do Cabo , ele surgia em sincronia com o assassinato de nosso amigo e colega jornalista Wladimir Herzog, o Wlado, nos porões do DOI-CODI paulistano. A paranóia grassava. E, infelizmente, não era imaginária.

O enorme sucesso de Henfil também estava associado à sua absurda capacidade de trabalho. E para cada nova frente aberta ele criava uma linguagem, como ao preencher a página final da revista Isto É com as “Cartas da Mãe”. Utilizando a foto da própria D. Maria Souza como uma espécie de escudo, ele desafiava os poderosos da vez, incluindo o então presidente-general, João Batista Figueiredo, a quem chamava de primo por conta de um longínquo parentesco. Criou a anárquica TV-Homem, dentro da TV Mulher, apresentada pela jornalista Marília Gabriela, em plena onipotente Globo. No teatro, escreveu a “Revista do Henfil”, em parceria com Oswaldo Mendes , musical com alguns de seus personagens. O ator Paulo César Pereio ficou com o papel de Bode Orelana, Sonia Mamede encarnou a Graúna, Rafael de Carvalho , Zeferino, e Sergio Ropperto, Ubaldo, o paranóico. Entre a chanchada e o protesto, a peça teria a trilha lançada em disco. No cinema, dirigiu o não menos inconformista “Tanga _ Deu no New York Times”, a partir da experiência de tentar publicar seus quadrinhos nos EUA. Aceitos, a princípio, pelos sindicatos que os distribuíram para dezenas de jornais, os Fradinhos (The Mad Monks) logo foram rechaçados pelo conservadorismo da pátria da (estátua da) liberdade, sob a pecha de “sicks” (doentios).

Mas, de certa forma, anteciparam os corrosivos e hoje abençoados Simpsons. Das cartas que enviava para os amigos a partir da matriz, escreveu o livro “Diário de um Cucaracha” (Editora Record, 1983), do ponto de vista de um subdesenvolvido no chamado Primeiro Mundo. Da mesma forma, uma viagem à China, ainda comunista e excomungada pelo regime militar, rendeu outro “best-seller” literário, o histórico “Henfil na China (antes da Coca-Cola)”. O livro saiu em 1980 pela Codecri (Comando de Defesa do Crioléu), editora que fundou dentro do Pasquim, e se tornou propulsora das finanças do jornal. Mais que uma sigla, que os políticamente corretos poderiam hoje interpretar mal, ao pé da letra, o título era uma espécie de divisa de quem deu a vida em defesa dos oprimidos - crioléus de todas as cores, gêneros e credos.

KUARUP MÚSICA: Criada em 1977, no Rio de Janeiro , a Kuarup é considerada uma das principais gravadoras independentes do Brasil e acumulou diversas premiações, incluindo dois Grammy Awards. Especializada em música brasileira de alta qualidade, o seu acervo concentra a maior coleção de Villa-Lobos em catálogo no país, além dos principais e mais importantes trabalhos de choro, música nordestina, caipira e sertaneja, MPB, samba e música instrumental em geral. A Kuarup passa a fazer parte do mercado editorial com o lançamento do livro Os Outubros de Taiguara, obra dedicada ao cantor mais censurado da MPB.

.: Sambô lança "Tempo Perdido" com participação do Teatro Mágico

O videoclipe foi produzido durante a gravação do primeiro CD em estúdio – “Sambô em Estúdio e em Cores” e tem a participação especial do Teatro Mágico. A música “Tempo perdido”, de Renato Russo, está na faixa 7 do novo trabalho e além da mistura de ritmos, característica do Sambô, ganhou o texto “De ontem em diante” de autoria do Teatro Mágico, declamado por Fernando Anitelli, vocalista do TM. “O resultado foi surpreendente, por isso escolhemos essa canção para o primeiro videoclipe desse álbum”, explica Sandami, vocalista do Sambô.

O lançamento exclusivo na TV aconteceu dia 28, no Multishow e fez parte da programação do TVZ.

FICHA TÉCNICA
ARTISTA: Sambô
TÍTULO DA FAIXA: Tempo Perdido 
TEXTO DE INTRODUÇÃO: De ontem em diante (Fernando Anitelli - Teatro Mágico)
PARTICIPAÇÃO ESPECIAL: Fernando Anitelli (Teatro Mágico)
ÁLBUM: Em Estúdio e em Cores
LANÇAMENTO DO PRODUTO NO BRASIL (DATA): outubro de 2014
AUTOR(ES) DA MÚSICA: Renato Russo 
EDITORA: Sambô
GRAVADORA: Som Livre
DIRETOR (VÍDEO): Alisson Sbrana
PRODUTOR (VÍDEO): Sambô Produções

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

.: Marcelo Yuka entrevista o poeta Pedro Rocha nesta quinta-feira

Nesta quinta-feira, dia 29 de janeiro, Marcelo Yuka abre as portas de sua casa para falar com o poeta Pedro Rocha, integrante do movimento CEP 20000 desde 1992, em seu programa Hoje eu desafio o mundo sem sair da minha casa, que vai ao ar pela PlayTV . A temática do episódio é literatura e também terá a participação da cantora Ava Rocha.

Depois de lançar um livro biográfico e ser personagem central de um documentário em longa-metragem, o músico Marcelo Yuka estreou no dia 14 de agosto de 2014, às 22h, no canal Play TV, a série documental de TV Hoje eu desafio o mundo sem sair da minha casa. Uma coprodução da Indiana Produções com a PlayTV, a série é mais uma plataforma encontrada para o artista, um dos fundadores das bandas O Rappa e F.UR.T.O, falar sobre música e soltar suas contundentes opiniões sobre polícia e segurança pública, acessibilidade, drogas, desigualdade social, meio ambiente, entre outros assuntos. Yuka era baterista até levar um tiro durante um assalto sofrido no ano 2000, que o deixou paraplégico, impossibilitando de tocar bateria.

A casa do músico, ponto de encontro para a criação e a troca de ideias entre amigos e artistas, serviu de cenário para gravação de diversas entrevistas. A série, de 26 episódios, terá sempre um tema central e receberá um entrevistado e uma atração musical por programa. A primeira temporada conta com depoimentos da atriz Letícia Sabatella, do cientista político Luiz Eduardo Soares, do biólogo Mario Moscatelli, além de outras personalidades do meio intelectual e artístico. A direção-geral é de Marco Altberg e a direção é de Antônio Pedro de Andrade.

Hoje eu desafio o mundo sem sair da minha casa vai ao ar sempre às quintas-feiras, às 22h, no canal PlayTV.

Sobre a PlayTV: A PlayTV é um canal especializado em games, música e cinema, cuja programação é transmitida 24 horas nas frequências: 122 da NET, 181 da Sky, 16 da Vivo TV, 118 da ClaroTV, 86 da GVT, 430 no DTH da OiTV e 30 da OiTV. Com conceito criativo e uma linguagem jovem, o conteúdo aborda o mundo dos jogos eletrônicos com as novidades do mercado, a cena da música nacional e internacional com todos os lançamentos dos videoclipes, além dos bastidores das maiores produções do cinema mundial.

.: Irlanda é palco ideal para sessões de pintura em aquarela

Atire a primeira pedra quem não se emocionou com o filme “PS: Eu Te Amo” ou quem não riu na produção romântica de “Casa Comigo?”.  Em meio à história dos casais apaixonados retratados nos filmes, surge com frequência a Irlanda, que serviu de cenário para boa parte das cenas,  sendo um dos panos de fundo mais românticos na história do cinema. 

Mas não são apenas os filmes de romance que escolheram a Irlanda para compor o cenário; a mega produção "Game of Thrones" é filmada no norte da Irlanda. Mas, por que tanto interesse pelo país?  É fácil de responder, o país possui paisagens de tirar o folego, castelos bem preservados, campos de flores coloridas, monastérios e vilarejos. Tudo isso chamou a atenção não apenas dos grandes produtores de filmes, mas também da Freeway, que desenvolveu um roteiro exclusivo para a Irlanda. 

A Freeway buscou ainda uma maneira de eternizar ainda mais as lindas paisagens do país – levando interessados em pintura em aquarela para retratar, a cada dia, um panorama lindo do país. Quem gosta de pintar em aquarela terá a oportunidade de libertar seu Monet interior em uma rica e encantadora viagem pelos campos e castelos irlandeses.

A viagem tem saída no dia 22 de junho de 2015, e vai passar por Dublin, Galway, Killarney e Cork, entre outros lugares. Em Dublin o grupo visitará a biblioteca do Trinity College e verá o Livro de Kells, o ricamente ilustrado manuscrito medieval da Irlanda. Aqui haverá a primeira atividade de pintura. Ainda em Dublin, o grupo conhecerá o Museu Nacional, que possui uma bela coleção de artefatos celtas; curtirá uma noite no mais tradicional, antigo e famoso pub irlandês, o Johnnie Fox; conhecerá Glendalough, seu Centro de Visitantes e seu monastério, igreja medieval, torre e lagos, objetos de uma série de pinturas sobre o país.

O passo seguinte será Newgrange, uma das mais energéticas regiões celtas da Irlanda e do continente, onde os antigos ergueram monumentos ainda anteriores às pirâmides do Egito, na transição da Idade da Pedra para a Idade do Bronze; continuará pela cidade de St. Kevin’s, para conhecer a St. Kevin’s Church, Kevin’s Cross, a Catedral, a torre redonda e a igreja St. Mary’s.

Atravessando a Irlanda o grupo chegará a Galway, na costa ocidental do país, e de onde saíam as expedições para o Novo Mundo, leia-se Estados Unidos. A bucólica Galway é palco dos mais animados pubs de música irlandesa no país … Ali perto conhecermos a bucólica Connemara, um lugar de contrastes, cores e natureza selvagem. Onde se encontra Kylemore, a mais antiga das abadias beneditinas irlandesas. O castelo foi construído pelo casal Mitchelle, Margaret e Henry, em 1869, que visitaram Connemara em sua lua de mel e se encantaram com a beleza de sua paisagem. Kylemore proporcionará o cenário de mais uma atividade de pintura do grupo.

Partindo de Galway, pela costa, e rumo sul, e passando por alguns castelos, encontraremos os Cliffs of Moher. Os penhascos, com seus 214 metros de altura no ponto mais alto, e com uma extensão de oito quilômetros, se debruçam sobre as majestosas águas do Oceano Atlântico, na região mais ocidental da Irlanda. Palco ideal para uma atividade de pintura.  

A noite foi reservada para um jantar típico medieval num castelo, onde festividades, danças, adereços, comida e os atores com seus trajes de época  reproduzirão as grandes festanças da Idade Média. Perto de  Killarney, os visitantes serão introduzidos à inspiradora Glenstall Abbey, um mosteiro beneditino escondido em meio a lindíssimos jardins em uma propriedade de 500 hectares, com riachos, lagos e caminhos na floresta. Seu castelo,  construído no romântico estilo normando, confere um charme especial ao local.

A Glenstall Abbey é o lar de uma comunidade de 40 monges. A vida comunitária de oração é combinada com o funcionamento de uma escola para meninos, uma fazenda, uma pousada e várias outras obras. Em meio a  tantas paisagens inspiradoras, e após um bucólico piquenique nos jardins da abadia, nossos pintores terão em Glenstall Abbey  mais uma atividade de pintura.

O roteiro continua por Killarney, com seus jardins, seu maravilhoso parque nacional, monumento protegido pela UNESCO,  seus castelos, a Muckross House e a Catedral de Killarney. O fechamento da viagem se dará na cidade de Cork, a segunda cidade da Irlanda, com seu pictórico rio Lee. As atividades de pintura da viagem serão acompanhadas pela artista plástica Mary Porto, a coordenação da viagem estará a cargo de Edgar Werblowsky, e teremos também a participação de Claudio Quintino Crow, um grande especialista em mitologia celta na Irlanda. 

.: Universidade lança pós-graduação em "Negócios da Música"

O Brasil é o segundo no ranking de mercado de shows na América Latina e ganhou respeito no cenário musical mundialmente ao sediar grandes eventos nacionais e internacionais. De acordo com Gardênia Rogatto, especialista em entretenimento da consultoria PWC Brasil, a expectativa é que, em 2018, o mercado de shows fature mais de R$ 496 milhões. Diante desse cenário, a Anhembi Morumbi, integrante da rede internacional de universidades Laureate, lança o curso de pós-graduação em Negócios da Música.

O objetivo é capacitar os estudantes a desenvolverem atividades de negócio e fomento na área da música, acompanhando as tendências e necessidades do setor. “A demanda por profissionais especializados nessa área é grande, pois faltam objetividade, planejamento adequado e real aproveitamento das oportunidades de negócio nesse mercado”, explica Marli Batista Ávila, coordenadora da pós-graduação.

Após a formação, os profissionais estarão aptos a atuarem na criação e comercialização de projetos de eventos musicais, em formato de fonogramas, vídeos ou quaisquer outras modalidades de gravação e apresentações ao vivo, como shows e turnês, que contemplem a demanda artística da atualidade, seja nacional ou internacional.

Entre as disciplinas que serão abordadas estão: Mercado Internacional da Música, Gestão de Pessoas e Liderança, Música e Sociedade, Planejamento Logístico e Financeiro, Marketing Pessoal e Artístico e Cadeia Produtiva da Música.

Os interessados devem se inscrever pelo site da instituição www.anhembi.br/posgraducao. É necessário enviar cópia do currículo vitae, diploma ou certificado de conclusão de curso de graduação e histórico escolar para análise. 

.: Cantora Jesuton se apresenta no Armazém Cultural

Nesta quinta-feira, 29 de janeiro, às 23h, a cantora Jesuton sobe ao palco do Armazém Cultural, em São Paulo. Em um pocket show no estilo voz e violão, a cantora inglesa se apresenta com o guitarrista Isaac Negrene, da Banda Black Rio. O evento ainda conta com a DJ Nicole Nandes e Nyack, DJ do cantor Emicida, para embalar a noite.


Armazém Cultural
Endereço: Rua dos Cariris, 48 – Pinheiros – São Paulo/SP.
Ingressos: R$ 30 (lista amiga) / R$ 50 (na hora)
Lista amiga: lucas.armazemcultural@gmail.com
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