sábado, 1 de julho de 2023

.: "A Iluminada", monólogo com Heloísa Périssé, terá sessões extras aos sábados


Devido ao sucesso, o monólogo de Heloísa Périssé, "A Iliuminada", segue em cartaz até 30 de julho no Teatro Unimed, terá sessões extras às 17h, em todos os sábados de julho, além da sessão das 20h. Fotos: Rafa Marques

Grande sucesso de público, com ingressos já esgotados em várias sessões, a comédia "A Iluminada", escrita e estrelada por Heloisa Périssé, em cartaz de sexta a domingo no Teatro Unimed, terá duas sessões em todos os sábados de julho, às 17h e às 20h. Com direção de Mauro Farias e classificação 12 anos, os ingressos podem ser adquiridos pela Internet e na bilheteria do teatro. A comédia fica em cartaz somente até o dia 30 de julho.

Neste seu mais novo espetáculo, a autora e atriz Heloisa Périssé traz, para deleite do público, o universo da palestra quântica motivacional. Escrita após atravessar duas pandemias, a particular e a mundial, Heloisa teve a inspiração de falar de uma forma humorada sobre superação, como vencer os medos, ter coragem e confiança para seguir em frente. E com o desejo de que quem for assistir ao espetáculo, com sabedoria e com o coração aberto, saia da “palestra” com seus mantras de ensinamento em mente.

Depois de dois anos afastada dos palcos, chegou a ser convidada para fazer uma nova temporada da peça “E Foram quase Felizes Para Sempre”, um espetáculo solo, que estreou em 2013, e que está em seu repertorio de grandes sucessos de crítica, público e bilheteria. Mas Heloisa Périssé preferiu escrever algo novo, porque o momento pedia. E assim o fez! Tia Doro, "A Iluminada", que já é uma personagem que há muito tempo faz parte de esquetes de cenas curtas, veio para ser seu mais novo e duradouro projeto.

Apostando na sua intuição e acreditando que o momento pedia que levasse para as pessoas palavras de otimismo, Heloisa Périssé iniciou o texto em agosto de 2021 e, em 20 de outubro de do mesmo ano, estreou em Lisboa, no Teatro Tivoli, abrindo a programação teatral do espaço, depois de quase dois anos fechado, com uma temporada de três semanas. Depois, seguiu em turnê pelo país, passando pelas cidades de Braga, Póvoa de Varzim e Porto, fechando com quatro apresentações. Uma turnê que também passou por Salvador, Brasília e Rio de Janeiro, sempre com grande sucesso, comprovando a grandeza do espetáculo e a aceitação do público, que sai do teatro transformado.

“Sempre oferecendo espetáculos de alta qualidade, o Teatro Unimed é um espaço aberto à diversidade e ao talento. E como rir também é um bom remédio, sobretudo contra o estresse e a favor do bem-estar, este divertido espetáculo é uma boa oportunidade de promover o encontro entre amigos e familiares, compartilhar momentos de lazer e diversão, contribuindo para a saúde mental das pessoas", afirma Luiz Paulo Tostes Coimbra, presidente da Unimed Nacional.


Sinopse do espetáculo
 Tia Doro, "A Iluminada", faz uma alusão aos TED Talks. Na palestra mais animada da face da Terra, que além de ser motivacional é quântica, é oferecida ao público uma inusitada forma de ver o mundo. A palestrante, que quando nasceu foi batizada pelos pais como Dorotéia das Dores, é um exemplo de superação absoluta. 

Por ter tido uma família excêntrica, passou por bullying na escola, nos relacionamentos e em todas as coisas que pudessem configurar sua existência. Até́ que um dia ela chegou ao seu limite. Mas o que poderia ser seu fim, acaba sendo seu recomeço, pois ela percebe que essa coleção de fracassos é exatamente o que pode levá-la ao sucesso. Quando seus olhos se abrem para o invisível, seu coração se enche de gratidão e fica em paz com seu destino.

Apoiada na lei matemática de que menos com menos dá mais, ela passa pelo processo metamórfico da iluminação e se transforma definitivamente na Tia Doro. Revertendo o que seria maldição em benção. Como ela mesma diz: “peguei a merda e fiz em adubo!”

Ficha técnica
Monólogo "A Iluminada", escrito e estrelado por Heloisa Périssé. 
Texto: Heloisa Périssé | Direção: Mauro Farias | Cenografia: Clívia Cohen | Figurino: Raquel Farias | Luz: Paulo César Medeiros | Programação Visual/Vídeos/Conteúdo: Mauricio Tavares | Trilha: Max Vianna e Heloisa Périssé | Assessoria jurídica Teatro Unimed: Carolina Simão | Gerente técnico Teatro Unimed: Reynold Itiki | Comunicação Teatro Unimed: Dayan Machado | Assessoria de Imprensa Teatro Unimed: Fernando Sant’ Ana | Assessoria de Imprensa – Heloisa Périssé: Vicente Negrão Assessoria | Produção: Filomena Mancuzo e Heloisa Périssé | Produção São Paulo: Marcella Castilho.


Serviço
Monólogo "A Iluminada", escrito e estrelado por Heloisa Périssé. 
Teatro Unimed - Ed. Santos Augusta, Al. Santos, 2159, Jardins, São Paulo. Curta temporada: somente até 30 de julho de 2023. Horários: sextas, às 20h | sábados de julho, duas sessões, às 17h e às 20h | domingos, às 18h, Ingressos: Plateia - R$ 120 (inteira) e R$ 60 (meia-entrada) | Balcão - R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia-entrada). Clientes Unimed têm 50% de desconto com apresentação da carteirinha. Descontos não cumulativos.. Horários da Bilheteria: Sexta e sábado, das 12h30 às 20h30. Domingos, das 10h30 às 18h30. Duração: 60 minutos Classificação: 12 anos Capacidade: 249 lugares Gênero: comédia. Acessibilidade: Ingressos para cadeirantes e acompanhantes podem ser reservados pelo e-mail contato@teatrounimed.com.br. Estacionamento com manobrista: R$ 25 (primeira hora) + R$ 10 (por cada hora adicional). Vendas pela internet neste link. Cancelamentos e reembolsos neste link. Não será permitida a entrada na sala após o início do espetáculo, não havendo a devolução de valores pagos ou troca de ingressos para outra data.

.: Espetáculo "Beatles para Crianças" será apresentado no Sesc Santos


Espetáculo "Beatles para Crianças", um show interativo, empolgante e emocionante, em que pais e filhos se divertem juntos e com música de qualidade, será atração no palco do Sesc Santos. Foto: Andrea Machado

Dentro da programação de férias no Sesc Santos, o espetáculo "Beatles para Crianças" reúne os sucessos do quarteto de Liverpool, com arranjos originais, entre eles "I Want To Hold Your Hand", "All My Loving" e "Yellow Submarine", mesclando histórias contadas e cantadas. 

O show é recheado de histórias e tem uma produção visual que encanta toda a família, fazendo grandes e pequenos cantarem e dançarem num espetáculo interativo, empolgante e emocionante, em que pais e filhos se divertem juntos e com música de qualidade. Durante a apresentação, a banda também mostra para a criançada diferentes instrumentos musicais, como ukulele, washboard, keytar, kazoo e muitos outros. 


Ficha técnica 
Espetáculo "Beatles para Crianças" no Sesc Santos. Com: Fabio Freire (guitarra e voz), Gabriel Manetti (voz), Eduardo Puperi (guitarra e teclado), Marcos Klis (contrabaixo) e Humberto Zigler (bateria). 


Serviço
Espetáculo "Beatles para Crianças" no Sesc Santos. Domingo, dia 2 de julho, às 17h30. Teatro do Sesc Santos. Ingressos - R$ 25 (inteira). R$ 12,50 (meia). R$ 8 (credencial plena). Grátis para crianças até 12 anos. Autoclassificação: livre.

Sesc Santos
Rua Conselheiro Ribas, 136, Aparecida - Santos.
Telefone: (13) 3278-9800. Site do Sesc Santos neste link. 
Instagram, Facebook e Twitter: @sescsantos . YouTube /sescemsantos  


Bilheteria Sesc Santos - Funcionamento    

Terças a sextas, das 9h às 21h30. Sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h30.

.: Com Keanu Reeves, "Bill & Ted - Uma Aventura Fantástica" estreia na MUBI


Mistura comédia, ficção científica e aventura, o filme "Bill & Ted - Uma Aventura Fantástica" ("Bill & Ted's Excellent Adventure"), dirigido por Stephen Herek, estreia na MUBI, distribuidora global, serviço de streaming e produtora, neste sábado, 1° de julho.

Com roteiro de Chris Matheson e Ed Solomon, é um filme americano de 1989 que gira em torno de Bill Preston (Alex Winter) e Ted Logan (Keanu Reeves), dois adolescentes que sonham em fazer sucesso na banda de rock'n'roll "Wyld Stallyns", montada por eles. Só que primeiro eles têm que se formar no colégio, e antes disso, passar de ano. O pai de Ted determinou que caso ele fosse reprovado, iria para a escola militar, o que separaria os amigos e atrapalharia o sonho do garoto em viver de música. 

O professor de História dos adolescentes, Sr. Ryan (Bernie Casey), dá a eles uma chance de passar de ano: responder a um teste oral sobre como uma personagem histórico reagiria aos tempos modernos. A solução surge dos céus: um mensageiro do futuro, Rufus (George Carlin), viajando em uma cabine telefônica resolve ajudá-los pois a música deles é razão da sua existência. Bill e Ted, então, vão ao passado a fim de convencer personalidades históricas, como Sócrates, Freud, Napoleão, entre outros, a irem com eles fazer o tal teste. 

O Resenhando.com é parceiro da MUBI desde abril de 2023. A MUBI é um serviço global de streaming, produtora e distribuidora de filmes dedicada a celebrar o melhor do cinema. A MUBI produz, adquire, exibe e promove filmes visionários, levando-os a diferentes públicos em todo o mundo. Assine a MUBI e fique por dentro das novidades do cinema neste link.

sexta-feira, 30 de junho de 2023

.: "As Pequenas Doenças da Eternidade", o novo livro de Mia Couto


A Companhia das Letras lança "As Pequenas Doenças da Eternidade", o novo livro de Mia Couto. Nesta seleta de contos, uma edição especial para leitores brasileiros, o autor traz histórias que tratam de grandes males que assombram a sociedade, dos tempos mais remotos aos dias atuais. A perspectiva da finitude, o medo do abandono, indiferença, traições, guerras e pandemias - são estes alguns dos temas que perpassam os textos aqui reunidos.

“Peço a Deus que me dê a felicidade das pequenas doenças”, assim começa o conto que dá título a esta coletânea de textos de Mia Couto. Nele, uma mãe e seu filho rezam para evitar graves enfermidades e tentam, sem sucesso, postergar o próprio fim. A saúde ― assim como a paz, a igualdade, a dignidade ― é a súplica que permeia todas estas páginas.

O velho que recebe em casa um enfermeiro em serviço de rastreio da covid-19; uma mulher que aguarda a volta do marido; um rapaz que retorna à sua aldeia e não é reconhecido; as sombras do abandono numa sala de espera de hospital. Entre uma reflexão e outra, o leitor encontra personagens e cenas que não lhe sairão tão cedo da memória.

As pequenas doenças da eternidade reúne algumas das mais belas histórias que Mia Couto tem publicado na revista portuguesa Visão. Para esta edição ― ligeiramente diferente da publicada em Portugal sob o nome O caçador de elefantes invisíveis ―, o autor revisitou todos os contos, modificou pequenos detalhes e abdicou de alguns textos. A arte da capa é de Alceu Chiesorin Nunes. Compre o livro "As Pequenas Doenças da Eternidade", de Mia Couto, neste link. 


Sobre o autor
Mia Couto nasceu em 1955, na Beira, Moçambique. É biólogo, jornalista e autor de mais de trinta livros, entre prosa e poesia. Seu romance "Terra Sonâmbula" é considerado um dos 12 melhores livros africanos do século XX. Recebeu uma série de prêmios literários, entre eles o Camões, em 2013, o mais prestigioso da língua portuguesa, e o Neustadt International Prize em 2014, e foi indicado para o Man Booker International Prize de 2015. É membro correspondente da Academia Brasileira de Letras. A Companhia das Letras vem publicando toda a sua obra no Brasil. Garanta o seu exemplar de "As Pequenas Doenças da Eternidade", escrito por Mia Couto, neste link.

.: "A Morte de Jesus", do vencedor do prêmio Nobel J.M. Coetzee, é lançado


Em "A Morte de Jesus", o ganhador Prêmio Nobel de Literatura J.M. Coetzee, vai aos limites da forma narrativa e cria o mais potente e trágico volume da Trilogia de Jesus. Após anos buscando uma educação adequada para David, seus guardiões Simón e Inés seguem sem saber como direcionar a potência intelectual e espiritual do menino. A Academia de Música, na provinciana Estrella, parecia sugerir um caminho promissor, fora da rigidez do ensino tradicional. Mas um assassinato brutal interrompe o processo; a Academia é dissolvida, e Simón e Inés retornam ao dilema de como educar o jovem David.

Certo dia, o menino é visto jogando futebol pelo dono de um orfanato local. David se encanta com a possibilidade de viver na instituição. Ele é voluntarioso, impulsivo, carismático, mas também frágil, e sua decisão de abandonar a própria casa dá início a uma série de episódios. A tradução é de José Rubens Siqueira.

Os primeiros dois volumes da trilogia de J.M. Coetzee - "A Infância de Jesus" (livro 1) e "A Vida Escolar de Jesus" (livro 2) - tinham se prestado a retratar um mundo ligeiramente distinto do nosso, em que a memória parece limitada, e a benevolência do Estado guiada por um racionalismo asséptico por vezes sinistro. Neste terceiro e último volume, este mundo, com sua lógica implacável, já não parece mais tão distante de nós, e Coetzee nos carrega por uma jornada existencial única, exigindo da ficção muito mais do que um mero comentário do presente. Compre o livro "A Morte de Jesus", de J.M. Coetzee,  neste link.


Sobre o autor
J.M. Coetzee nasceu na Cidade do Cabo, África do Sul, em 1940. Ficcionista e ensaísta, é autor de mais de vinte livros, entre eles "Desonra" (1999), "Elizabeth" Costello (2003), a trilogia "Infância" (1998), "Juventude" (2002) e "Verão" (2009), "A Infância de Jesus" (2013) e "A Vida Escolar de Jesus" (2016), todos publicados pela Companhia das Letras. Recebeu inúmeros prêmios em vários países, destacando-se o Man Booker Prize (1983 e 1999) e o Nobel de Literatura (2003). Garanta o seu exemplar de "A Morte de Jesus", escrito por J.M. Coetzee, neste link.

.: Otávio Muller e Letícia Isnard na comédia "O Caso", no Teatro Bravos


Com Otavio Muller e Leticia Isnard, e direção de Fernando Philbert, peça fala de questões contemporâneas como a dificuldade de concentração em meio à avalanche de informações e estímulos que chegam sem parar, e da falta de interesse pelo outro e pelo coletivo. Foto: Ricardo Brajterman

Depois de grande sucesso de crítica e público no Rio, chega a São Paulo a comédia "O Caso", com Otavio Muller e Leticia Isnard, e direção de Fernando Philbert - atualmente um dos mais profícuos diretores teatrais em atividade. A comédia “O caso Martin Piche”, inédita no Brasil até esta montagem, e aqui rebatizada como "O Caso", está em cartaz no Teatro Bravos e segue até dia 9 de julho.

O texto é do autor e ator contemporâneo francês Jacques Mougenot, cuja obra aporta pela segunda vez em terras brasileiras. O autor é o mesmo do sucesso “O Escândalo Philippe Dussaert”, com que Marcos Caruso ficou anos em cartaz, arrematando todos os prêmios de melhor ator e melhor espetáculo. A peça conta a história de um homem que busca na terapia a solução para um problema um tanto excêntrico: vive tomado por uma sensação de desinteresse absoluto por tudo e todos ao redor. Acha tudo muito chato e não consegue prestar atenção em nada que as pessoas dizem.

Em um texto ágil, repleto de humor e diálogos rápidos, a peça fala de questões contemporâneas como a dificuldade de concentração em meio à avalanche de informações e estímulos que chegam sem parar, e da falta de interesse pelo outro e pelo coletivo.

“Partir de um incômodo simples, quase natural nos dias de hoje, que é se chatear - sim simplesmente às vezes me chateio e passa, mas e quando não passa? Este é o ponto de 'O Caso', como o mito de Sísifo que rola sua pedra até o alto do morro e a vê rolar e novamente a empurra, o nosso personagem está mergulhado no enigma de se chatear pela eternidade dos dias. Partindo desse comportamento quase excêntrico, discutimos o todo das nossas relações e modos de conviver em sociedade. Os códigos, o que fingimos, o que julgamos ser incrível e muitas vezes é chato, terrivelmente chato. Nesta comédia com pitadas de absurdo, a investigação psicanalítica se depara com o simples fato de um homem que se chateia pura e simplesmente, e sofre por isto”, reflete o diretor, Fernando Philbert.


O espetáculo
Arnaldo (Otávio Muller), um homem aparentemente comum, procura uma psiquiatra (Letícia Isnard) alegando sofrer de um distúrbio desconhecido: é tomado constantemente por uma sensação de desinteresse completo por absolutamente tudo e todos ao redor. Acha tudo muito chato e não consegue prestar atenção em nada que as pessoas dizem. A psiquiatra, por sua vez, intrigada, tenta de todas as maneiras decifrar a patologia. Quando crê que começa entender o que se passa, o caso toma um novo rumo.


Palavra de atores
“Quando li pela primeira vez o texto, a primeira impressão já foi muito boa. Apesar de ser um texto francês contemporâneo, eu acho que o que ele diz é muito para cá e para agora, hoje. Como ator, como artista, eu quero cada vez mais, junto com os parceiros deste projeto, que a peça seja bastante relevante. Que a gente possa acentuar ainda mais essa relevância para o Brasil de agora. A peça fala de um sentimento que todo mundo já teve, em momentos e épocas diferentes na vida, e também agora. Essa coisa do tédio, de achar tudo uma chatice, de não aguentar mais.” (Otávio Muller)

“Em ‘O mal-estar da civilização’, Freud já explicava muito da nossa eterna insatisfação e da inatingível busca da felicidade. O avanço do capitalismo, da tecnologia no cotidiano e a pandemia aprofundaram ainda mais esses sentimentos de infelicidade e tédio. Enquanto não solucionamos a falta de sentido existencial, refletir e, principalmente, rir dela nos alivia e nos conecta com o verdadeiro sentido de tudo: a tal da alegria e da felicidade. Essa peça fala de tudo isso, nos confronta com a nossa estranheza, nos faz rir do nosso próprio caos e ainda manda o tédio e a chatice pro espaço.” (Letícia Isnard)


Ficha técnica
"O Caso". Texto: Jacques Mougenot. Tradução: Marilu de Seixas Corrêa. Direção: Fernando Philbert. Elenco: Otávio Muller e Letícia Isnard. Cenografia: Natalia Lana. Figurino: Carol Lobato. Iluminação: Vilmar Olos. Trilha original: Francisco Gil - Gilsons. Arte gráfica: @orlatoons. Direção de produção: Carlos Grun. Uma produção Bem Legal Produções. Assessoria de imprensa: JSPontes Comunicação - João Pontes e Stella Stephany.


Serviço
"O Caso". Horários: sábados, às 20h, e domingos, às 17h. Ingressos: plateia premium R$ 120 e R$ 60 (meia); plateia inferior R$ 100 e R$ 50 (meia); balcão R$ 80 e R$ 40 (meia). Onde comprar: bilheteria e https://bileto.sympla.com.br/event/82142 / Horário de bilheteria: terça a domingo, das 13h às 19h, ou até o início do último espetáculo. Gênero: comédia, Capacidade: 611 espectadores. Acessibilidade: sim. Estacionamento: MultiPark. Classificação: 12 anos. Duração: 80 minutos. Temporada: até dia 9 de julho. Teatro Bravos - Rua Coropé, 88, Pinheiros / São Paulo. Complexo Aché Cultural, entre as Avenidas Faria Lima e Pedroso de Morais.

.: “Pedro e o Lobo” ganha uma nova versão teatral nos palcos paulistanos


Uma das fábulas mais clássicas da dramaturgia infantil “Pedro e o Lobo” ganha uma nova versão nos palcos paulistanos através da Cineteatro Produções durante as férias escolares. 


Estreia no dia 1° de julho no Teatro das Artes do shopping Eldorado o espetáculo “Pedro e o Lobo”, dentro do Festival de Férias. A montagem tem texto de Daniel Porto, direção de Tom Pires e no elenco os atores Vitor Louzada, Octávio Vargas e Marcia Braga.

A Cineteatro, produtora responsável pela peça, tem curadoria do ator e produtor Alexandre Lino e esteve à frente de grande sucesso com os infantis “O Gato de Botas – O Musical”, “O Boi da Cara Preta”, “O Duende Rumpelstiltskin”, “As Aventuras de Pinóquio” e “João e Maria – Um Musical”, juntos já totalizam mais de 150 mil espectadores.

A partir da fábula original, a montagem é uma metáfora das relações para os dias atuais. As crianças que se distanciam cada vez mais da ligação com a natureza, o verde e os animais e apresentam comportamentos curiosos na forma de pensar. No entanto, pela educação e acalanto familiar, redescobrem valores essenciais nas pequenas coisas e os simples afazeres como cuidar de indefesas ovelhas.

Um jovem Pastor de ovelhas chamado Pedro (Vitor Louzada), encarregado que fora de tomar conta de um rebanho perto de um vilarejo, por três ou quatro vezes, fica entediado com a calmaria de sua atividade. A partir disso faz com que sua mãe (Marcia Braga) venha correndo apavorada ao local do pasto, sempre motivada por seus desesperados gritos, pensando que o filho estaria em perigo por conta do Lobo. Tudo não passa de sua tentativa de chamar atenção e tentar se livrar de sua função.   

O Lobo (Octávio Vargas), nessa montagem em versão rock in roll, se aproxima do rebanho, e do jovem pastor, agora realmente apavorado, tomado pelo terror e aflição, grita desesperado pela mãe, que já não acredita mais nele. A encenação que toma o palco com 20 ovelhas artesanais e mais uma ovelha falante (Marcia Braga) transforma o cenário de calmaria em ação para o delírio das crianças.

Com um estilo que dialogue com a nova realidade do público infantil, como o pensamento rápido e dinâmico, sem serem subestimados, a dramaturgia de “Pedro e o Lobo”, procurou trazer diálogos inteligentes, para os pais e filhos, num hibridismo entre a lição de moral contida nas fábulas e uma perspectiva que comunique com as narrativas contemporâneas, levando o espectador a uma reflexão com bom humor e música.


Sinopse:
Um jovem pastor de ovelhas chamado Pedro, encarregado de tomar conta de um rebanho perto de um vilarejo, por algumas vezes, fica entediado com a calmaria de sua atividade e, num certo dia, acaba correndo perigo com o lobo.


Ficha técnica:
"Pedro e o Lobo". Autor: Daniel Porto. Direção: Tom Pires. Elenco: Marcia Braga, Vitor Louzada e Octavio Vargas.Trilha sonora: Alexandre Lino. Iluminação: Guego Lima. Direção de arte: Daniel Porto. Operador de luz: Jackson Oliveira. Assessoria de imprensa: Fabio Camara. Designer gráfico: Guilherme Lopes Moura. Direção de produção: Alexandre Lino. Idealização e realização: Cineteatro Produções.

Serviço:
"Pedro e o Lobo". Local: Teatro das Artes.  (Av. Rebouças, 3970 - Pinheiros). Shopping Eldorado. 642 lugares. Data: 1° até 29 de julho (sábados e domingos, às 16h). Ingressos: Plateia - R$ 80 e R$ 40 (meia-entrada) e Balcão - R$ 70 e R$ 35 (meia). Informações: (11) 3034-0075. Vendas pela internet: https://bileto.sympla.com.br/event/83918/d/200600/s/1355225Duração: 50 minutos. Classificação: livre, indicado para crianças a partir de dois anos.

.: Especial Harrison Ford: informações e curiosidades sobre Indiana Jones


Prepare-se para a despedida! "Indiana Jones e a Relíquia do Destino", o último filme da franquia consagrada da Lucasfilm, estreia em 29 de junho nos cinemas de todo o país. Nesta nova produção, Harrison Ford retorna como o lendário herói arqueólogo ao lado de um elenco e produção de peso. 

Dirigido por James Mangold, o filme tem produção de Kathleen Kennedy, Frank Marshall e Simon Emanuel, com Steven Spielberg e George Lucas como produtores executivos. John Williams, que compôs a partitura de todas as aventuras de Indy desde o original "Os Caçadores da Arca Perdida" em 1981, é responsável pela trilha musical.

O longa-metragem finaliza uma sequência de grande sucesso e que atraiu um público fiel ao longo de várias décadas. "Indiana Jones e a Relíquia do Destino" chega como a última participação de Harrison Ford como o icônico personagem, sendo consagrado como um dos principais atores de uma geração. E para quem ainda não se aprofundou na vida e carreira de uma das grandes estrelas do cinema, confira mais curiosidades sobre o eterno Indiana Jones. 

História e início da carreira
Nascido em Chicago, nos Estados Unidos, no dia 13 de julho de 1942, Harrison Ford é filho de pai irlandês e mãe judia russa. Após se graduar no colégio no ano de 1960, ingressou no curso de Literatura Inglesa e Filosofia no Ripon College, em Wisconsin. Enquanto cursava as matérias, se inscreveu no curso de artes e descobriu a sua paixão pela atuação.

Após um início de carreira complicado e com poucos papéis de destaque, Ford largou tudo em 1970 para ser carpinteiro. Porém, um de seus clientes fez uma ponte junto ao diretor George Lucas para que ele fosse escolhido para o elenco de "American Graffiti - Loucuras de Verão" em 1973 e, desde então, nunca mais parou de atuar.

Como destaque, quatro anos depois, o ator interpretou Han Solo, em "Star Wars: Uma Nova Esperança" (1977), que até hoje é um dos principais filmes de ficção cientifica de todos os tempos. Em seguida, Ford se consolidou como uma das principais estrelas do cinema com o personagem Indiana Jones, em "Indiana Jones: Os Caçadores da Arca Perdida", de Steven Spielberg, no ano de 1981.

Principais trabalhos
Indiana Jones
e Han Solo ainda são considerados os maiores papéis da carreira de Harrison Ford. No primeiro papel, interpretou o personagem nos cinco longas da saga de grande sucesso. Já como um dos rebeldes de "Star Wars", Ford participou dos episódios IV, V, VI, VII, VIII e IX, se tornando um dos personagens mais amados da série de filmes. O ator também é bastante conhecido por seu papel como Rick Deckard em "Blade Runner" (1982) e "Blade Runner 2049" (2017), além de Max Drummer em "Os Mercenários 3" (2014).

Eterno Indiana Jones
A franquia Indiana Jones foi quem projetou Harrison Ford como um dos principais nomes da indústria do cinema. O primeiro filme, "Indiana Jones: Os Caçadores da Arca Perdida" (1981), teve um sucesso estrondoso e garantiu o lançamento de mais quatro longa-metragem: "Indiana Jones e o Templo da Perdição" (1984), "Indiana Jones e a Última Cruzada" (1989), "Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal" (2008) e, por último, "Indiana Jones e a Relíquia do Destino" (2023), lançado em 29 de junho deste ano. Juntos, os filmes já lançados arrecadaram quase U$ 2 bilhões em todo o mundo.

Despedida com chave de ouro
O novo filme da franquia Indiana Jones se passa no ano de 1969, enquanto o arqueólogo e aventureiro americano vive no cenário da Corrida Espacial e Guerra Fria, estando prestes a se aposentar. Ele luta para se encaixar em um mundo que parece tê-lo superado, mas quando as garras de um mal muito familiar retornam na forma de um antigo rival, Indiana Jones deve colocar seu chapéu e pegar seu chicote mais uma vez para garantir que um antigo e poderoso artefato não caia nas mãos erradas.

"Indiana Jones e a Relíquia do Destino" teve sua estreia mundial no dia 18 de maio, no Festival de Cinema de Cannes, e Harrison Ford foi homenageado com uma Palma de Ouro honorária e uma salva de palmas com o público de pé por mais de 5 minutos. Sem segurar a grande emoção, o ator agradeceu a grande carreira no cinema e televisão. No Brasil, "Indiana Jones e a Relíquia do Destino" estreou na última quinta-feira, dia 29 de junho, exclusivamente nos cinemas.

Desde agosto de 2021, o Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas e assiste todas as estreias no cinema de Santos, localizado no Shopping Miramar, no Gonzaga, tradicional bairro santista. Consulta de programação e compra de ingressos neste link

quinta-feira, 29 de junho de 2023

 .: “A Vida Passou por Aqui”, com Claudia Mauro e Édio Nunes, chega a SP


Com direção de Alice Borges, atuação de Édio Nunes e Claudia Mauro, que também assina o texto, espetáculo chega a São Paulo após 14 temporadas de sucesso no Rio de Janeiro. Foto: Dalton Valério

Após 14 temporadas de sucesso no Rio de Janeiro,  vencedor do prêmio APTR de melhor texto e indicações ao Prêmio Cesgranrio e APTR de melhor atriz, peça chega ao Teatro J. Safra para curta temporada a partir de 30 de junho. “A Vida Passou por Aqui”, com direção de Alice Borges, atuação de Édio Nunes e Claudia Mauro, que também assina o texto. 

O espetáculo conta a história de uma profunda amizade entre uma mulher e um homem de mundos diferentes -  uma professora e artista plástica que viveu às voltas com as crises em seu casamento e um enorme sentimento de solidão, e um faxineiro de hábitos simples, inteligente por natureza, que sempre levou sua vida com leveza e bom humor. 

A montagem é estruturada nas idas e vindas entre passado e presente. Valendo-se basicamente do trabalhocorporal, os atores passeiam por cinco décadas - dos anos 1970 até os dias de hoje, e por todas as mudanças em suas vidas.

A terceira peça escrita por Cláudia Mauro
Após duas incursões bem-sucedidas na dramaturgia escrevendo os musicais “Cabaré Melinda” e “Randevu do Avesso”, encenados em 2009 e 2013, respectivamente, a atriz Claudia Mauro chega em São Paulo com seu terceiro texto, “A Vida Passou por Aqui”. A direção é de Alice Borges, e em cena estão a própria Claudia e Édio Nunes.

“A Vida Passou Por Aqui”, cujo argumento foi criado a partir da experiência pessoal de Claudia Mauro com sua família, lança um olhar otimista sobre o envelhecimento e as angústias da vida e da passagem do tempo. A peça celebra a alegria e a amizade, e a importância das relações construídas com generosidade e altruísmo, numa sociedade em que o comportamento humano torna-se cada dia mais autorreferente e imediatista.

Uma amizade sincera dentro e fora do palco 
A peça conta a história de uma profunda e sólida amizade entre uma mulher e um homem de estratos sociais diferentes – Silvia (Claudia Mauro), professora e artista plástica, que viveu grande parte da vida às voltas com as crises em seu casamento e um enorme sentimento de solidão, e Floriano (Édio Nunes), boy e faxineiro, de hábitos simples e inteligente por natureza, que sempre levou sua vida com leveza e bom humor. 

Depois de quase meia década de convivência, Silvia é uma mulher solitária que se recupera de um AVC, e Floriano o único amigo ainda presente. Aos poucos, ele contagia Silvia com sua alegria de viver e senso de humor, que acabam devolvendo a saúde e os movimentos à amiga. Juntos, se divertem e rememoram os altos e baixos de quase 50 anos de amizade.

Bastidores da escrita do texto 
“A vida passou por mim e disse: ‘Chegou a hora. Seus pais sairão de cena. Agora é com você, sua vez. ’ Pausa. Em meio à mudança de casa da minha mãe - que havia sofrido um AVC – encontrei uma caixa cheia de agendas, que ela escrevia como diários. Estava ainda fazendo o 'luto'  daquela mãe - que corria atrás dos meus filhos, com uma energia vital incrível - e me acostumando com uma mãe numa cadeira de rodas, que ora me olhava profundamente, ora com distância, ora muito lúcida, ora bastante esquecida. Tive uma súbita inspiração e me lembrei de uma história linda entre ela e um grande amigo. Desandei a escrever um texto sobre amizade. Liguei para o meu pai e mandei as primeiras páginas escritas. Em alguns minutos ele me retornou e disse: ‘Filhota, você é boa de diálogos, hein? Vai em frente! ’ E eu fui... mais algumas páginas, alguns dias no computador, e veio a notícia. Dessa vez, meu pai. Partiu. Tomando vinho com os amigos, rindo e feliz, como ele queria e merecia. Então, recomecei... e a história de amizade virou uma história para contar tantas outras histórias... Histórias de amor, de dor, de perdas e alegrias, histórias de família e de tantos personagens da minha vida. ”, conta Claudia Mauro.

E o ator Édio Nunes, conhecido pela sua presença constante em espetáculos musicais de sucesso - tanto como ator quanto como diretor - complementa: “A minha amizade com a Claudia foi determinante para este projeto, porque falamos da vivência pessoal de ambos, fundamental para este trabalho. Fui muito motivado também por ser convidado a atuar num outro diapasão, longe do registro dos musicais, que posso chamar de minha zona de conforto. Um exercício estimulante e necessário como ator”.

A montagem 
“Em 20 anos de amizade com a Claudia (Mauro), pude conviver de perto com a sua família. Através dessa observação tão íntima, pude conduzir de forma delicada este texto sensível e emotivo, que resgata uma parte dessa história familiar. Minha intenção é levar o público para dentro deste universo poético - e ao mesmo tempo realista - da maneira mais sincera, verdadeira e simples”, afirma Alice Borges.

A montagem estrutura-se nas idas e vindas entre passado e presente. Valendo-se basicamente do trabalho corporal e pequenas mudanças nos acessórios, os atores passeiam por quatro décadas - dos anos 1970 até os dias de hoje, e por todas as mudanças em suas vidas.

A trilha sonora acompanha a linha do tempo, desfilando um repertório variado e icônico que vai de João Bosco a Martinho da Vila, passando por Bill Haley & His Comets e o legendário “Rock Around The Clock”. As mudanças nos figurinos se revelam, sutis, nos detalhes e acessórios - as roupas se transmutam ao invés de ser efetivamente trocadas. 

O cenário divide o palco em uma área de sentar, ocupada por um pequeno sofá, e uma outra área que pode ser uma sala, um escritório ou uma mesa de bar. Os ambientes também transitam entre passado e presente através dos elementos adicionados pelos atores.


Ficha técnica 
Texto: Claudia Mauro.Direção: Alice Borges. Elenco: Claudia Mauro e Édio Nunes. Cenografia: Mello Marre-se. Figurinos: Ana Roque. Iluminação: Paulo Cesar Medeiros. Trilha sonora: Claudio Lins e Patricia Mauro. Coaxa: Larissa Bracear. Supervisão de movimento: Paula Águas. Coreografias: Édio Nunes. Designer gráfico: Marcos Ache. Fotos: Dalton Valério. Contabilidade: LCG Assessoria. Produtoras associadas: Alice Borges e Claudia Mauro. Produção: Junior Godinho.


Serviço 
Espetáculo "A Vida Passou por Aqui". Texto: Claudia Mauro. Direção: Alice Borges. Elenco: Claudia Mauro e Édio Nunes. Temporada: de 30 de junho a 23 de julho. Sextas e sábados, às 21h. Domingo, às 19h. Duração: 90 minutos. Classificação: 14 anos. Ingressos: a partir de R$ 40. Compras on-line: https://www.eventim.com.br/artist/vida-passou-por-aqui/?affiliate=JSA


Bilheteria
Quartas e quintas, das 14h às 21h. Sextas, sábados e domingos, das 14h até o horário dos espetáculos. Aceita os cartões de débito e crédito: Amex, Dinners, Elo, Mastercard, Visa e Hipercard. Não aceita cheques. Telefone da bilheteria: (11) 3611-3042


Teatro J. Safra
Endereço: Rua Josef Kryss, 318 - Barra Funda - São Paulo. Telefone: (11) 3611-3042 e 3611-2561. Abertura da casa: 2 horas antes de cada horário de espetáculo, com serviço de lounge-bar no saguão do Teatro. Capacidade da casa: 627 lugares. Acessibilidade para deficiente físico. Estacionamento: valet service (Estacionamento próprio do Teatro) - R$ 30. 

.: Édouard Louis lança, pela Todavia, "Lutas e Metamorfoses de Uma Mulher"


Nos últimos anos, o escritor Édouard Louis se estabeleceu como um dos mais importantes escritores políticos da atualidade. Em sua obra, inscrita em uma tradição que remonta a Annie Ernaux e Didier Eribon, a homossexualidade e as injustiças de classe são retratadas através de uma escrita a um só tempo honesta e afiada, marcada por altas doses de crítica social e política.

No livro "Lutas e Metamorfoses de Uma Mulher", o autor conta a história de libertação da mãe, “que lutava pelo direito de ser mulher contra a não existência que lhe impunham”. É um retrato sensível de uma mulher que se rebela contra uma vida degradante. A capa é de Luciana Facchini, e a tradução, de Marília Scalzo.

Depois de encontrar uma foto da mãe ainda jovem, com uma alegria transbordante estampada no rosto, o autor se pergunta como aquilo algum dia pôde acontecer, já que a vida dela sempre lhe parecera um quadro triste e sombrio. Através dessa foto, traçando a arqueologia da destruição da mãe, ele descobre uma mulher vigorosa que sobreviveu àquilo que deveria tê-la destroçado. É só aos 45 anos, quando decide abandonar o segundo marido - “Pronto. Eu consegui” -, que ela enfim pode se declarar livre.

Mas este livro não é apenas um retrato sobre a crueldade do sistema que governa nossas vidas. À medida que conhecemos as transformações da mãe - e, com elas, as do filho -, somos apresentados à possibilidade heroica de escapar de um mundo dominado por homens, um mundo de lutas aparentemente sem esperanças, porém sujeito às mais extraordinárias metamorfoses. Compre o livro "Lutas e Metamorfoses de Uma Mulher" neste link.


O que disseram sobre o livro
“A história de uma mulher oprimida por um sistema econômico e patriarcal.” — Le Monde


Sobre o autor
Édouard Louis nasceu em Hallencourt (França), em 1992. Estreou na literatura com "O Fim de Eddy" (2014). Dele, a Todavia publica também "Quem Matou Meu Pai" (2023).


Trecho do livro
Tudo começou com uma foto. Eu não sabia que essa imagem existia nem que estava comigo - quem me deu, e quando? A foto fora tirada por ela quando tinha vinte anos. Imagino que ela tenha precisado segurar a máquina fotográfica ao contrário para enquadrar o próprio rosto na objetiva. Na época, os celulares não existiam e fotografar a si mesmo não era uma coisa óbvia.

Ela estava com a cabeça inclinada para o lado e sorria um pouco, o cabelo penteado e liso sobre a testa, impecável, seu cabelo loiro em volta de seus olhos verdes. Como se quisesse seduzir. Não encontro palavras para explicar, mas tudo nessa foto, sua pose, seu olhar, o movimento do cabelo, evoca liberdade, uma infinidade de possibilidades à sua frente, e talvez, também, felicidade.

Eu tinha me esquecido, acho, de que ela era livre antes do meu nascimento - feliz? Devo ter pensado nisso algumas vezes quando ainda morava com ela, que um dia ela deve ter sido forçosamente jovem e cheia de sonhos, mas quando encontrei essa foto fazia muito tempo que eu já não pensava nisso, era uma compreensão, uma consciência abstrata demais. Nada ou quase nada do que eu soube dela na minha infância, em contato com seu corpo por quinze anos, poderia me lembrar isso.

Olhando essa imagem, senti as palavras fugirem de mim. Vê-la livre, projetada com todo o seu corpo para o futuro, me trouxe de novo à cabeça os anos da sua vida compartilhados com meu pai, as humilhações impostas por ele, a pobreza, vinte anos da sua vida mutilados e quase destruídos pela violência masculina e pela miséria, entre vinte e cinco e quarenta e cinco anos, idade em que as pessoas experimentam a vida, a liberdade, as viagens, o autoconhecimento.

Ver essa foto me lembrou que esses vinte anos de vida destruídos não foram uma coisa natural, aconteceram pela ação de forças externas a ela — a sociedade, a masculinidade, meu pai —, e que, portanto, as coisas poderiam ter sido diferentes. A visão da felicidade me fez sentir a injustiça de sua destruição. Chorei diante dessa imagem porque fui, querer, ou talvez, melhor dizendo, com ela e às vezes contra ela, um dos atores dessa destruição. Garanta o seu exemplar de "Lutas e Metamorfoses de Uma Mulher" neste link.

.: "Gênero Queer": o gibi que abriu mentes e despertou a ira conservadora


“Não quero ser menina. Também não quero ser menino. Tudo o que eu quero é ser eu”
, essa é uma das frases que apresenta "Gênero Queer", a premiada graphic novel que narra a educação sentimental e a transição de gênero de Maia Kobabe e chega ao Brasil para qualificar o debate em torno da teoria de gênero e estimular o acesso de jovens brasileiros a narrativas escritas por pessoas LGBTQIA+ .

Com seu despretensioso livro de estreia, que começou a ser feito numa aula de faculdade para explicar sua identidade de gênero e sua sexualidade para os amigos, Maia Kobabe desencadeou um debate que incendiou os Estados Unidos. O livro conta com cores de Phoebe Kobabe, tradução de Clara Rellstab e revisão técnica em linguagem não binária de be rgb.

Quando Maia Kobabe nasceu, no fim dos anos 1980, nas imediações de San Francisco, foi identificade como menina. Desencanada e hippie, sua família não parecia se preocupar muito com os códigos de gênero na educação dos filhos. Assim que passou a conviver com outras crianças, Maia notou que nada daquilo que teimava em encaixar seu corpo e personalidade no gênero feminino - roupas, brinquedos, gestos, pronomes - correspondia à sua autoimagem. Por que uma menina não pode nadar sem camiseta? 

Na adolescência, Maia percebeu que o seu desejo também não seguia o roteiro-padrão das descobertas sexuais: sentia uma inexplicável atração por colegas andrógines e não conseguia ficar com ninguém. Esse e outros dilemas da adolescência - Maia não sabia por que “precisava” raspar os cabelinhos da perna ou usar maiô, sentia pânico diante da menstruação e das primeiras consultas no ginecologista, descobriu tardiamente seu gosto pela leitura (e logo depois se apaixonou pela literatura queer) - são narrados no livro em tom afetivo e sincero, que nos transporta para perto de Maia.  

Maia saiu do armário duas vezes: primeiro, como bissexual, durante o ensino médio. Mais tarde, na faculdade, como assexual (alguém que não sente ou sente pouca atração sexual por outra pessoa, independentemente de gênero), queer e não binárie (que não se identifica com o gênero masculino nem com o feminino). Nesta HQ autobiográfica, Maia narra esse processo de questionamento dos padrões de gênero, transição e afirmação, até adotar o gênero queer - palavra que perdeu seu primeiro sentido, de “não convencional, excêntrico”, para abarcar inúmeras possibilidades.

"Gênero Queer" percorre cada etapa dessa jornada ao som de David Bowie e One Direction, com muito Tolkien, Harry Potter e fanfics. Em meio a uma profusão de saborosas referências pop e nerds, acompanhamos a educação sentimental de ume jovem na Califórnia da virada do século, em um ambiente de liberdade nos costumes, efervescência cultural, curiosidade intelectual e profundas dúvidas sobre gênero e sexualidade — muitas delas, exatamente as mesmas que todes temos na adolescência. 

A obra se filia à linhagem das grandes graphic novels de não ficção de nossa época, como Maus, de Art Spiegelman, Persépolis, de Marjane Satrapi, e Fun Home, de Alison Bechdel - notáveis por sua capacidade de levar o leitor a uma jornada de conhecimento de um novo universo cultural por meio de uma narrativa magnética e vibrante. Compre a graphic novel "Gênero Queer", de Maia Kobabe, neste link.

Prêmios e boicotes
Desde sua publicação original, em 2020, o gibi de Maia Kobabe abriu cabeças, se tornou best-seller - as diferentes edições já lançadas superam os 100 mil exemplares vendidos - e recebeu prêmios: ganhou o Alex Award, concedido pela ALA, a Associação Norte-Americana de Bibliotecas, e foi finalista do Stonewall Book Award, que premia narrativas LGBTQIA+. Mas "Gênero Queer" também despertou a ira dos moralistas: em 2021 e 2022, foi o título mais ameaçado por movimentos de banimento de livros em bibliotecas nos Estados Unidos, segundo levantamento da ALA. 

O ano passado também registrou um aumento de 40% nos títulos sob ataque - 2.571 livros foram ameaçados, dos quais 40% tinham protagonistas negros e 20% debatiam questões raciais, segundo dados do PEN America, instituto que monitora ameaças à liberdade de expressão. O debate sobre gênero também está no foco dos movimentos de censura, e "Gênero Queer" foi um dos alvos. 

Em um artigo sobre seu livro, Maia Kobabe conta que estava em casa em 23 de setembro de 2021 quando começou a receber notificações no celular. Havia sido marcade num vídeo do Instagram. “Parecia ser uma filmagem de uma reunião do conselho municipal, e uma mulher discursava com raiva diante de um suporte para ler livros. Não liguei o som. ‘Esses são os doentes que escrevem esses livros horrorosos’, alguém comentou ao marcar o meu perfil.” Um protesto de pais exigia o banimento de livros da biblioteca escolar local.  

“Na manhã seguinte, acordei e vi vários e-mails de jornalistas da Associated Press e de agências de notícias de Washington.” O movimento de perseguição a seu livro - que havia sido lançado com tiragem modesta e sem alarde no ano anterior -  tinha se alastrado pelo país e ainda não dá sinais de recuar.

Ex-bibliotecárie e professorie de quadrinhos para adolescentes, Maia se preocupa com a restrição de acesso de jovens como elu a livros fundamentais para compreenderem a si mesmes. “Não raro”, escreve Maia, “os jovens queer não têm opção senão procurar fora de casa e do sistema educacional as informações sobre quem são. Banir ou restringir livros queer em bibliotecas e escolas é como privar jovens queer de coletes salva-vidas, jovens que talvez ainda nem saibam quais palavras devem digitar no Google para descobrir mais sobre o seu próprio corpo, sua identidade e sua saúde”. Garanta o seu exemplar de "Gênero Queer", escrito por Maia Kobabe, neste link.


Símbolo de resistência
Num movimento de reação a essa onda de censura, "Gênero Queer" acabou se tornando um símbolo da resistência de bibliotecáries e ativistas pela liberdade de expressão, que vêm adotando estratégias de guerrilha para garantir a jovens do interior dos Estados Unidos o acesso a narrativas LGBTQIA+. Bibliotecas improvisadas e clubes de leitura relâmpago surgem de um dia para o outro para furar a censura em pequenas localidades que tiveram suas bibliotecas escolares esvaziadas. Nesses espaços de leitura subversivos, Gênero queer faz parte do kit de sobrevivência.

O governador da Carolina do Sul, o republicano Henry McMaster, chegou a tachar o livro de “obsceno e pornográfico” e “provavelmente ilegal” - embora as poucas cenas de sexo do livro sejam retratadas sempre em chave afetiva e não tenham nenhum tipo de violência. O presidente Joe Biden chamou os movimentos pró-banimento de livros de “extremistas do Make America Great Again”. A ALA indica o livro para pessoas a partir dos 12 anos.

Sobre os banimentos, Maia afirmou, em ensaio publicado no site da NPR, a National Public Radio, que procura “encarar tudo isso, se não como um elogio, ao menos como uma espécie de confirmação da potência de minha obra”. Elu só reforçou seu compromisso de continuar escrevendo histórias centradas em personagens trans, queer e não binárias. “Tudo bem se alguns locais do país estão obcecados por censurar meu trabalho, mas me recuso a fazer o mesmo.”


Linguagem não binária
A pedido de Maia Kobabe, a tradução brasileira, de Clara Rellstab, dedicou um cuidado especial ao uso da linguagem não binária, isto é, sem o uso automático da flexão masculina - como na palavra “todes”, por exemplo. 

A linguagem, afinal, é um dos temas principais do livro. Da insatisfação com o tratamento sistemático no feminino, ainda em sua infância, à descoberta do sistema anglófono de pronomes Spivak, que acabou adotando, Maia explica por que palavras erradas ou descuidadas podem ofender. Ao mesmo tempo, elu reconhece como é difícil mudar, na família, entre amigos e na sociedade, práticas tão enraizadas. A solução que encontra dá o tom geral de "Gênero Queer": corrigir e explicar, com paciência e generosidade, cada escorregão pronominal, para que a linguagem não binária seja de fato compreendida e utilizada no cotidiano por nós todes. 

Mas como isso se aplica na tradução de uma história em quadrinhos? Se no inglês o sexismo se manifesta basicamente nos pronomes, nas línguas neolatinas a flexão de gênero recai também sobre artigos, adjetivos e substantivos, o que acrescenta algumas camadas de complexidade. Na falta de um sistema equivalente ao escolhido por Maia, o Spivak (no qual os pronomes he, she, his, him e her são substituídos por e, eim, eir), a revisão técnica da tradução, assinada por be rgb, tradutorie e editorie de livros, adotou em "Gênero Queer" o sistema brasileiro elu/delu, o mais corrente na atualidade. 

Nesse sistema, palavras que ganhariam a flexão “natural” no masculino recebem uma terminação neutra: “escritor” ou “escritora” viram “escritorie” (plural “escritories”), por exemplo, e os artigos “a” e “o”, que geralmente marcam o gênero, são substituídos por “u” e “e”, dependendo da palavra; por exemplo, no plural “os vizinhos” se tornam “us vizinhes”. A revisão também buscou evitar palavras masculinizantes, como “pais” para traduzir parents (ficou “minha família”).

O uso da flexão de gênero não binária na tradução acompanha o processo de descoberta de Maia, que é tratade como menina até o momento em que, já adulte, ume artiste queer abre seus olhos para um novo universo, simbolizado por seus novos pronomes. Ou seja, ninguém nasce sabendo linguagem não binária, nem mesmo Maia, mas podemos aprender. E, de certa forma, acabamos evoluindo nesse aprendizado junto com elu, ao longo da leitura. 

O Brasil ainda está iniciando o debate sobre linguagem não binária nas escolas, na imprensa, na vida privada e no debate público. Gênero queer é uma leitura fundamental para quem se interessa pelo tema ou deseja entender melhor esse fenômeno linguístico. Vale observar que o portal jornalístico AzMina produziu um "Manual para Uso de Linguagem Não Binária para Uso de Jornalistas": https://azmina.com.br/reportagens/manual-para-comunicacao-neutra/A HQ foi parcialmente financiada pelo programa de patronos da Tinta-da-China Brasil.

Sobre Maia Kobabe
Nascide em 1989, fez pós-graduação em quadrinhos pelo California College of The Arts. Trabalhou como bibliotecárie por muitos anos e hoje ministra aulas de quadrinhos em escolas e outros espaços educativos. Publicado nos Estados Unidos em 2019, "Gênero Queer" tem edições em francês, espanhol, italiano, alemão, japonês, coreano, checo e holandês.

Sobre a Tinta-da-China Brasil
A Tinta-da-China Brasil é uma editora de livros independente, que publica o melhor da literatura clássica e contemporânea, além de livros de história, jornalismo, humor, literatura de viagem, ensaios, fotografia, poesia, a edição em língua portuguesa da mais importante revista literária da era moderna - a britânica Granta - e a mais bonita coleção de Fernando Pessoa em qualquer língua. Fundada em 2005 em Portugal, a editora aportou no Brasil em 2012 e desde 2022 é controlada pela Associação Quatro Cinco Um, organização sem fins lucrativos dedicada à difusão da cultura do livro.

.: Helen Pomposelli autografa "O Brechó Chique da Keka" em São Paulo


A escritora Helen Pomposelli autografa o livro infantil "O Brechó Chique da Keka", neste domingo, 2 de julho, ma Livraria da Travessa, no bairro Pinheiros, em São Paulo. As ilustrações da obra são de Roberta Lewis. Lançado pelo selo editorial Rocquinho, da editora Rocco, o livro gira em torno da jovem Keka. Ela foi convidada para uma festa à fantasia e precisa escolher uma roupa de alguma época específica para marcar presença no evento. 

Animada com a ideia, ela decide finalmente conhecer aquele pequenino brechó que fica perto da sua casa. Afinal, em meio a tantas caixas e baús, com certeza encontrará algo especial. Esperta, curiosa e apaixonada pelo mundo fashion, Keka é a protagonista de uma série de livros infantis criada pela jornalista e terapeuta Helen Pomposelli

A personagem já viajou ao passado experimentando chapéus mágicos e já flutuou pelos ares com saias voadoras. Agora, em "O Brechó Chique da Keka", ela vai entender o significado da palavra “vintage” e se familiarizar com os estilos de diferentes tribos urbanas.

Para celebrar o lançamento da obra, Helen Pomposelli vai realizar uma sessão de autógrafos em São Paulo, no domingo, dia 2 de julho. As crianças que estiverem no evento poderão participar de uma divertida oficina de colorir. A livraria da Travessa fica na Rua dos Pinheiros, 513, em São Paulo. Compre o livro "O Brechó Chique da Keka" neste link.


Sobre a autora
Helen Pomposelli é jornalista, terapeuta, artista plástica e consultora. Inspirada pela filha Francesca, ela criou a série com as aventuras de Keka, que chega agora ao terceiro livro.

Sobre a ilustradora
Roberta Lewis é apaixonada por histórias fantásticas e por quadrinhos. Por esse motivo, sempre foi da turma dos geeks. Sua estreia na literatura infantil foi com Keka tá na moda. Garanta o seu exemplar de "O Brechó Chique da Keka" neste link.



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