quarta-feira, 9 de agosto de 2023

.: Crônica: despedida de uma vidinha que jamais será esquecida

Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em agosto de 2023


Vejo cada um dos bichinhos que tenho a honra de cuidar, muito além de serem de minha resposta. Não sou dona, mas uma cuidadora que ama demais. Não sou apenas uma tutora que dá amor, um lugar limpo e comidinha, sinto que são vidinhas as quais tenho gigante responsabilidade por longos anos. Sem dúvida, aqueles seres que são mais do que animais representam bênçãos de quatro patas.

Foram chegando sem avisar e deram alegrias imensuráveis, afinal, cada um tem uma personalidade própria -o que só de observar é engraçado. Como algo tão pequenino pode se diferenciar assim?

Tudo começou com Mumuco há quase 25 anos, até que há uns 15, chegou a Tatá. Apesar das investidas, só em 2018 que a expectativa se tornou realidade. Nascendo finalmente cinco rebentos lindos. Que felicidade!

Depois, em 2020, vieram mais três criaturinhas, sendo a última nascida em 25 de março. Tão, tão pequenino, com pelinha nos olhos e restos da bolsinha de alimentação debaixo do casco. Tinha dificuldade para andar, cresceu pouco em três anos e quase cinco meses. Às vezes, era difícil de convencê-lo a comer. Ao menos, eram raras as vezes que negava um belo pedaço de folha de couve.

Amava comer folhas de amora e, claro, a própria folhinha da árvore. Não era muito fã de banana, mas amava laranja e suas variações. Mordia mamão, curtia muito abacate e se esbaldava no caquizinho, além do pêssego. Ficava quietinho nos banhinhos de água morna e deixava secar cada vãozinho entre as patinhas e o casco. Era inegavelmente fofo. 

Contudo, a vida é um sopro e em 5 de agosto a vidinha mais delicada simplesmente se foi. Com direito a despedida na sexta-feira, com o cafuné habitual, respondeu levantamento a cabeça. Foi a última interação nossa. 

No dia seguinte, percebi algo de errado. Estava ali como que sem alma, numa pose doce e suave. Não era o mesmo bichinho, estava sem vida num sono profundo. O sono eterno que fica para sempre em nossas memórias cheias de afeto. Adeus, Tchuco, Pitchuco ou Projeto de Jabuti! 


* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm 


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