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sexta-feira, 1 de março de 2024

.: Disqueria: o fim de uma era e o início de outra


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

Fundada em 1986, a Disqueria anunciou o fechamento de suas portas no final de fevereiro. Vai deixar de ser uma loja física para desbravar o ambiente virtual, ainda oferecendo uma série de discos de vinil, CDs e livros, além de outros tipos de produtos procurados por colecionadores.

Apesar da novidade da loja virtual ser um alento, é impossível deixar de sentir uma ponta de saudade desse local, que marcou época comandado pelo saudoso DJ Wagner Parra, que cuidava das seleções musicais que tocavam no Bar da Praia e do Bar do Torto, no qual criou os eventos denominados Vitroladas, levando sempre uma seleção de músicas sempre com o foco na produção latino-americana e nacional.

Lembro que a loja chegou a funcionar na Rua Goias, quase esquina com o Canal 3, no Gonzaga, antes de se mudar para a Avenida Conselheiro Nébias, 850, no Boqueirão. E foi na Disqueria, entre um papo e outro, que o Parra me falava os nomes dos cantores e cantoras latinos mais significativos. Nomes como Willie Colon, Celia Cruz, Tito Puente, Ruben Blades e Hector Lavoe chegaram até mim por intermédio de Parra. Se hoje eu passei a conhecer um pouco mais sobre as canções latino-americanas, devo isso ao Parra e seu inesgotável arsenal sonoro.

Numa dessas visitas, ele me mostrou um disco do percussionista Chico Batera, de 1979, que tinha uma canção chamada "La Rumba", que depois me lembrei que ouvi na época em que ele discotecava no Bar da Praia. Ele ficou surpreso quando reconheci a canção, cujo arranjo era baseado na conhecida salsa cubana.

Ali, na loja física, adquiri uma série de discos de vinil e CDs que hoje compõem a minha modesta coleção. Desde jazz (Duke Ellington, Miles Davis, etc.), passando pelas orquestras tipo Easy Listening e alguns clássicos da MPB (Lo Borges, Chico Buarque, etc). E, claro, rock clássico (Jethro Tull, Led Zeppelin, entre outros). São tantas passagens marcantes na Disqueria, que seria impossível resumi-las em um único texto.

Mas é compreensível a decisão da companheira de Parra, Claudia Chelotti, que após o falecimento dele, em 2015, conseguiu prosseguir firme com a loja funcionando. Com o passar dos anos, é natural que o dono ou dona do estabelecimento queiram ter uma qualidade de vida melhor, de acordo com o momento que eles vivem. Por tudo que a Disqueria nos proporcionou ao longo de todos esses anos, só temos que agradecer a Claudia Chelotti. E iremos conferir com certeza o ambiente virtual da loja, que pode ser acessado pelo link https://disqueria.mercadoshops.com.br.

"La Rumba" (Chico Batera)

"Quimbara" - Celia Cruz e Tito Puente

"Che Che Cole" - Willie Colon e Hector Lavoe"

sábado, 24 de fevereiro de 2024

.: "Tela Quente" exibe primeiro episódio da série documental sobre "MC Daleste"


Documentário Original Globoplay produzido pelo Jornalismo da Globo conta a história de funkeiro assassinado em cima do palco há dez anos. Na imagem, Dona de fã clube do MC Daleste guarda lembranças do artista em sua residência. Foto: Globo/Divulgação


A série Original Globoplay "MC Daleste – Mataram o Pobre Loco" que revela detalhes do fim trágico do funkeiro que virou lenda nas periferias do Brasil vai poder ser vista na TV Globo nesta segunda-feira, dia 26, , apenas para o estado de São Paulo, quando a "Tela Quente" exibe o primeiro episódio da obra que estreou no Globoplay. 

Produzida pelo jornalismo da TV Globo, a série conta em quatro episódios a história de Daniel Pellegrini, o MC Daleste, assassinado com dois tiros em cima do palco durante um show em Campinas, interior de São Paulo, em julho de 2013. Com direção de Guilherme Belarmino e Eliane Scardovelli, que também assina o roteiro junto com Caio Cavechini, a produção se aprofunda na investigação do crime, que foi filmado de vários ângulos e continua impune até hoje, além de percorrer a trajetória do funk ostentação em São Paulo. 

A equipe de jornalismo da Globo teve acesso ao processo criminal de quase mil páginas, arquivado pela última vez em 2019. As linhas de investigação consideram desde o relacionamento de Daleste com namoradas de traficantes até uma possível participação da polícia. A série traz ainda depoimentos exclusivos de testemunhas, do delegado do caso, do irmão e da irmã de Daleste, além de artistas como Glória Groove, MC Livinho, MC Hariel, entre outros.

 

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

.: "A Noite que Mudou o Pop": Netflix e o documentário do projeto USA for Africa



Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

A Netflix disponibilizou o documentário "A Noite que Mudou o Pop", que mostra os bastidores da gravação da canção "We Are The World" para o projeto USA for Africa. A produção desvenda a incrível odisseia que foi reunir um time de cerca de 50 artistas em pleno auge de suas carreiras para participar da histórica gravação.

A proposta se baseava em gravar uma canção para arrecadar dinheiro para a Etiópia, que na época atravessava uma grave crise humanitária, com um grande número de crianças e famílias morrendo de fome. O cantor Harry Belafonte foi um dos mentores da ideia, que se inspirou em no projeto do britânico Bob Geldof, que havia feito algo parecido meses antes.

O documentário se concentra nas memórias de Lionel Richie, autor da canção em parceria com Michael Jackson. E há alguns momentos bem divertidos, como o que Lionel conta quando foi na casa do então Rei do Pop e se deparou com uma cobra e outros animais exóticos. É difícil imaginar como conseguiram conciliar, naquela ocasião, 50 agendas de artistas com a gravação da canção, que ainda foi feita numa única noite, iniciando no dia 28 de janeiro de 1985 e terminando somente na manhã do dia seguinte. Quase doze horas de gravação ininterruptas.

A reunião foi viabilizada no estúdio da AM Records, logo depois da premiação do American Awards. Tudo feito de forma milagrosamente sigilosa. Mas é preciso ressaltar que em 1985 ainda não havia celulares e a internet ainda engatinhava, bem distante de sua força globalizadora e imediatista atual. Talvez hoje isso fosse impossível realizar. Alguns artistas como Bob Dylan e Bruce Springsteen se juntaram ao grupo no estúdio na data combinada.

Cada artista que solou na canção aprendeu praticamente na hora a sua parte, como é mostrado no documentário. Houve exaustivos ensaios até atingirem o efeito desejado. O grande mérito da gravação é atribuído ao produtor Quincy Jones, que além de comandar com pulso firme o grupo, ainda regeu o coro e cuidou da mixagem e produção final.

Há muitos momentos interessantes dos bastidores, como a presença da cantora Sheila E, que confessa ter se sentido usada como isca para atrair o cantor Prince. Mas o fato é que Prince se ofereceu para apenas tocar um solo de guitarra, longe do grupo.  A proposta foi recusada por Quincy Jones. O solo vocal de Huey Lewis, aliás, era originalmente previsto para Prince.

O mais incrível foi notar que todos os artistas ali presentes, sem exceção, deixaram de lado o estrelismo e se comportaram como pessoas comuns. Alguns até aproveitaram a ocasião para pegar autógrafos de seus ídolos ou simplesmente trocar algumas palavras com eles. É possível notar que alguns pontos poderiam ser mais explorados, como o critério da escolha dos solistas. Alguns artistas questionaram na época o fato de só cantarem no coro ao invés de terem alguns minutos de destaque nos solos. Mesmo assim, vale a pena conferir a verdadeira epopeia que foi essa gravação.

Clip de "We Are the World"

Trailer de "A Noite que Mudou o Pop"

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

.: Pearl Jam anuncia novo álbum, “Dark Matter”, previsto para o dia 19 de abril


Arte da capa do álbum “Dark Matter”: pintura com luz por Alexandr Gnezdilov

O Pearl Jam vai lançar seu décimo segundo álbum de estúdio, “Dark Matter”, via Monkeywrench Records/Republic Records, em19 de abril de 2024, e começar em maio uma turnê mundial com 35 datas. A faixa-título do novo trabalho já está disponível. Produzido por Andrew Watt, ganhador de vários prêmios Grammy®, “Dark Matter” é o primeiro lançamento da banda desde o aclamadíssimo “Gigaton” (2020). A versão física do álbum está disponível em pré-venda na UMusic Store. Saiba mais em: umusicstore.com/pearl-jam.

Em 2023, os integrantes do Pearl Jam—Eddie Vedder [vocais], Jeff Ament [baixo], Stone Gossard [guitarra ritmo], Mike McCready [guitar principal] e Matt Cameron [bateria] —se recolheram nos Shangri-La Studios, em Malibu, onde simplesmente plugaram e saíram tocando, sob a batuta do produtor Andrew Watt. 

Os instrumentistas tocaram cara a cara, reunidos no mesmo espaço, para conseguir se comunicar sonoramente no mais alto nível. Composto e gravado numa explosão criativa, “Dark Matter” nasceu após apenas três semanas de trabalho.

Como resultado, “Dark Matter” canaliza o espírito coletivo de um grupo de irmãos e velhos parceiros criativos reunidos no mesmo espaço, tocando como se suas vidas dependessem disso. Todo o sangue, o suor, as lágrimas e a energia de uma carreira histórica foram renovados e despejados neste trabalho singular.

Os membros da banda apresentaram pessoalmente o disco em uma festa de audição no icônico Troubadour, em West Hollywood, durante a semana do Grammy®. Vedder disse: “Estou arrepiado, porque tenho boas lembranças. Ainda estamos procurando maneiras de nos comunicar. Estamos em um momento de nossas vidas em que podemos fazer isso ou não, mas ainda nos preocupamos em lançar algo que seja significativo e que, esperamos, seja nosso melhor trabalho. Sem exagero, acho que esse é o nosso melhor trabalho”.

Ament acrescentou: “É o que Ed disse sobre a gente se reunir no mesmo espaço a essa altura. Sentimos que estávamos prestes a fazer um disco realmente importante. Muito disso teve a ver com a atmosfera que Andrew criou. Ele tem um conhecimento enciclopédico de nossa história, não apenas enquanto banda e  sobre como escrevemos músicas, mas também como músicos. Ele conseguia identificar coisas que fazíamos em canções antigas a ponto de eu pensar: ‘De que diabos ele está falando?’ Sua empolgação era contagiante. Ele é uma força. Só quero agradecer por nos manter no caminho certo. Eu não poderia estar mais orgulhoso de nós como banda. Eu sou muito grato aos fãs, mas acima de tudo, aos meus brothers, essas pessoas com quem eu fiz música”.

A banda está celebrando as lojas de discos independentes com o lançamento de uma edição especial de “Dark Matter” em 20 de abril. Somente nas lojas participantes do Record Store Day. Mais informações e lista de lojas em  www.recordstoreday.com.

A embalagem do álbum “Dark Matter” contém arte de pintura de luz de Alexandr Gnezdilov. Pintura de luz, ou “light painting”, é uma forma artística de fotografia em que as imagens são criadas ajustando a exposição da câmera por um período prolongado e usando uma fonte de luz, como uma lanterna, para "pintar" no escuro. A arte da capa do álbum foi criada usando um grande caleidoscópio feito por ele mesmo. Cada letra visível na capa foi capturada individualmente e escrita à mão no ar com uma lanterna especialmente projetada para criar o efeito perolado. 


O que disseram sobre o álbum
“‘Gigaton’ surpreendeu muitos fãs e criticos por ser tão hard rock. O novo (‘Dark Matter’) é ainda mais pesado.” - Associated Press

“(Dark Matter)… sob medida para cantar junto com os punhos pra cima.” – “SPIN”


Lista de faixas de “Dark Matter”

1. "Scared of Fear"

2. "React, Respond"

3. "Wreckage"

4. "Dark Matter"

5. "Won’t Tell"

6. "Upper Hand"

7. "Waiting for Stevie"

8. "Running"

9. "Something Special"

10. "Got to Give"

11. "Setting Sun"

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

.: Crítica musical: Caio mostra todo o seu balanço no CD "Passageiro"


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: Tinho Souza.

O cantor e compositor mineiro Caio está lançando o seu primeiro álbum autoral. Intitulado "Passageiro", o trabalho funciona como um passeio musicado pelas suas vivências familiares, espirituais e afetivas, além de ser um balanço sobre o que aprendeu ao longo de seus 33 anos de vida.

O ponto de partida para o disco foi o samba. Caio cresceu ouvindo esse ritmo em casa, nos churrascos de família. Seu pai tocava percussão como músico amador em pizzarias, num grupo de pagode de amigos. A produção do disco funde o samba com outros ritmos brasileiros, somando batidas eletrônicas numa simbiose de tradição e vanguarda. Os produtores do álbum (Douglas Moda e Nave) conseguiram captar muito bem essa atmosfera.

A voz forte e afinada de Caio é outro ponto forte. Ele consegue interpretar com maestria vários ritmos, mas é no samba que ele se sente mais à vontade, como se percebe na faixa título ("Passageiro") e em "Despachei Você". Duas canções que ajudam a entender o caminho escolhido por Caio para ilustrar a sua musicalidade.

Junto com Iza, Felipe Sassi e Nídia Aranha, Caio ganhou o Prêmio Multishow de 2023, na categoria “Melhor Capa”, pela direção criativa de “Afrodhit”. A escolha do nome "Passageiro" teve muito a ver com a visão do artista sobre esse trabalho. “Eu acredito que o álbum cumprirá o papel dele, acessará quem está predestinado a ouvi-lo e, fechado esse ciclo, tudo segue. A vida caminha. Meus objetivos mudam. Não quero estabelecer um ponto de vista fixo sobre chegar a algum lugar. Quero ecoar essa mensagem durante o tempo em que ela fizer sentido. Nós somos passageiros nesse plano terrestre. Tudo é. Por que esse trabalho não seria?”, assinala o cantor.

Recentemente Caio lançou o single "Sente o Tambor", cantado em dueto com Daniela Mercury. Trata-se de uma canção que mescla elementos de samba-reggae e pop. A produção do single também foi de Douglas Moda, apresentando uma batida bem dançante, partindo dos arranjos da primeira versão de 2019. O CD "Passageiro" e o single "Sente o Tambor" já estão disponíveis nas principais plataformas de streaming. E quem quiser conhecer mais sobre o trabalho do artista mineiro pode acessar seu canal no YouTube (@CaioOficial).


"Passageiro"

"Despachei Você"

"Sente o Tambor"

domingo, 11 de fevereiro de 2024

.: Leopold Nunan lança 2° single de álbum de estreia, "Marchinha Fúnebre"


Canção foi produzida pelo carioca radicado em Salvador Lúcio K e gravada com músicos da Timbalada e chega com dois remixes de Buarky.


Dando sequência à campanha de divulgação de seu álbum de estreia, "Leo from Rio", batizado com seu codinome nos Estados Unidos, o cantor Leopold Nunan, brasileiro radicado em Los Angeles, lança o segundo single do trabalho, de olho no carnaval, "Marchinha Fúnebre", depois do lançamento de "Quem é teu baby", com Sônia Santos e Ana Gazzola, em 2023.

"Marchinha Fúnebre" teve vocais de apoio gravados por João Pires Correia, o Criolo, cantor deficiente visual de Cabo Verde, e Eli Vasconcellos, e instrumentos gravados por músicos da Timbalada na banda. O clipe, com muito humor, está cheio de palhaços que vagam pelo maior Halloween de Los Angeles, em West Hollywood, a meca gay estadunidense. O Dia dos Mortos mexicano também foi uma inspiração. O vídeo foi dirigido e editado pelo brasileiro Anthony Vanity, usando as tecnologias de Inteligência Articial (AI), Imagens geradas por computador (Computer-generated imagery/CGI) e Efeitos (FX),  com maquiagem do lendário mexicano Alfred Mercado. 

"Eu aprendi sobre indumentária e montação nos carnavais da vida. A inspiração para o clipe vem do próprio carnaval e de 'El Día de los Muertos'. Encarno vários personagens que habitam a loucura e os devaneios carnavalescos. O carnaval tem esse espírito libertário de se permitir, soltar as amarras", explica o artista. O Día de los Muertos se baseia na lenda de que os Mexica, o povo indígena dominante da era pré-hispânica, viajavam depois de morrer pelas nove regiões do submundo, conhecidas como Mictlan. Neste dia, milhões de famílias constroem altares em suas casas como forma de homenagear seus entes queridos.

"A faixa é uma ótima brincadeira entre alegria e um tema fúnebre. Diversão garantida nas pistas", analisa Lucio K, carioca radicado em Salvador que produziu a faixa e deu o clima clubber do arranjo. O álbum com dez faixas foi todo gravado remotamente, na pandemia, com arranjos e instrumentos a cargo do prodígio mineiro Alberto Menezes. A faixa ainda ganhou dois remixes criados pelo produtor Buarky, nome artístico de Yuri Ferrari. de Osasco (SP). nos estilos UK Baile (encontro do funk com a house music) e funk rave. Produtor que começou sua carreira no hip-hop, ele agora foca em misturar ritmos brasileiros com música eletrônica e já tocou nas rádios EDC e BBC Radio 1.

O próximo single a ser lançado será "Pé de Maracujá", com clipe gravado no Rio de Janeiro, no final de 2023, com participação do artista Márcio de Carvalho no lettering poético e visual. Depois dele, virá "5 Meters", com clipe gravado sob chuva no inverno severo de Seatlle. O artista fez a opção de ir lançando o álbum faixa a faixa, trabalhando cada single com clipes que são uma festa da imaginação e um delírio fashionista, especialidade de Leopold. 

O primeiro single do álbum, o coco "Quem É Teu Baby", ganhou clipe dirigido pelo premiado cineasta cearense Lucas Paz. O clipe foi inteiramente filmado em Los Angeles, na Wilshire Boulevard, na fachada em camadas do Petersen Automotive Museum, no Los Angeles County Museum of Art (LACMA), na obra "Urban Light", uma floresta de luzes da cidade criada pelo artista Chris Burden, no Cherry Soda Studios e em parque de diversões da The Official Summer Fair of LA, no subúrbio. "O vídeo é uma ode ao amor de todas as formas, à diversidade, às minorias, à comunidade negra, à comunidade LGBTQIA+, aos diferentemente capazes, aos amantes dos bichos e das plantas", resume Leopold, sobre o vídeo que ganhou dois prêmios no Latino Film Market, Conception International Film Awards (CIFA) e foi selecionado para 15 festivais.

O álbum foi financiado com recursos da Music Forward Foundation e do Citibank, que selecionaram dez projetos LGBTQIA+ de artistas imigrantes e pessoas de cor (Person Of Color/POC) entre mais de 250 mil propostas. Ele é portador da rara síndrome Charcot-Marie-Tooth (CMT), grupo hereditário de doenças do nervo periférico que afeta movimentos e sensações nos braços e nas pernas.

Cantor, compositor, bailarino, ator e dublador, Leopold Nunan, também conhecido como Leo From Rio, começou a carreira musical com 19 anos, no Rio, com o lançamento de “I've Got it”, pela Utter Records, de Andre Gismonti. Outros lançamentos musicais foram"Ballin’ in Beverly Hills", tratado sobre ostentação com a drag queen carioca radicada em Nova York Pietra Parker,  "Banzé", com a gravadora australiana “Wile Out”e o líder do Xingu Anuiá Amary, "Feeling Like Myself Again", com clipe gravado no Rio com a participação de Lorna Washington,  o divertido "Multiple Personality", no qual faz 47 trocas de looks no videoclipe, "Got to be Strong", o funk "Bate Bum Bum", com clipe gravado em Los Angeles.

Ele também fez, ainda no Brasil, trajetória no ballet moderno, participando de peças premiadas com Prêmio Sharp e Coca Cola de Teatro, como "Hair" e "Sweet Charity". Leopold já cantou com Lady Miss Kier, do Deee Lite, Chaka Khan e Sheila E. no icônico Long Beach Gay Pride. Foi o favorito dos fãs no hit show do Food Network, de duas temporadas do hilário reality show "Worst Cooks in America". No Brasil, ele cantou no programa "Amor e Sexo" de Fernanda Lima, fazendo uma homenagem histórica a Cazuza.

Leopold é dublador. É dele a voz do personagem Walescu na dublagem da telenovela colombiana "Chica Vampiro" (Gloob).  Nas mídias sociais, tem várias composições que se tornaram virais, como "Pista elétrica", "LGBTQIA+", "Ta na cara"e "Eu tive em Copa".

sábado, 10 de fevereiro de 2024

.: Crítica musical: Luarada Brasileira resgata o autêntico forró pé de serra


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

O músico Cicinho Silva se uniu a outros músicos talentosos para fundar o grupo Luarada Brasileira, um projeto que busca resgatar o som do autêntico forró, transitando entre o tradicional pé de serra e o contemporâneo. Eles preparam um EP autoral intitulado "Três É Demais" que estará disponível nas plataformas em breve e já vem divulgando o trabalho em apresentações ao vivo.

O grupo é formado por Cicinho Silva (sanfona), Ivan Rodrigo (zabumba), Clebinho Santos (voz e triângulo) e Antonio Batista (guitarra, recém-integrado ao trio original). Todos artistas de carreira consolidada na música brasileira. A trajetória do Luarada, apesar de recente, já soma mais de 60 apresentações, além do lançamento do primeiro EP, Três É Demais (2024), que chega para consolidar o trabalho.

O grupo foi batizado de Luarada Brasileira pelo poeta cordelista Cacá Lopes como uma homenagem ao rei do baião, Luiz Gonzaga, que recebeu o apelido carinhoso de Mestre Lua. Também é uma referência a um dos clássicos da música brasileira, a toada “Luar do Sertão”, de João Pernambuco e Catulo da Paixão Cearense, que o próprio Gonzagão regravou, em 1981.

O forró e suas vertentes, assim como a música nordestina, estão presentes em cada um dos componentes do grupo. Todos têm raízes familiares nordestinas fortalecidas com forró pé de serra. “O forró acolhe as novas tendências musicais, reinventa-se fortalecendo a cultura popular que continua existindo e resistindo. O forró é nosso Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, reconhecido pelo IPHAN, em 2021”, assinala o sanfoneiro Cicinho Silva.

Quem quiser conhecer o trabalho do Luarada Brasileira pode acessar os perfis do grupo nas redes sociais: Instagram: @luaradabrasileira | Facebook - Luarada Forró e YouTube  - @LuaradaBrasileira.

"Longe ou Perto de Mim"

"Nilopolitano"

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

.: “Pérolas Negras - Um Tributo a Luiz Melodia" homenageia 50 anos de álbum


Lorena Calabria, em janeiro de 2024.

A produção musical é de Mahmundi, que se junta às vozes de Anelis Assumpção, Criolo, Liniker, Mart'nália, Sandra Sá e Zezé Motta em releituras de seis faixas. Ouça e baixe aqui: umusicplay.lnk.to/PerolasNegras

Luiz Melodia tinha apenas 22 anos quando, em junho de 1973, lançou "Pérola Negra" - estreia fonográfica das mais prodigiosas da música brasileira. Protagonizado pelo jovem cantor e compositor, o álbum reunia dez faixas, das quais duas já haviam sido gravadas por intérpretes consagradas. Eternizada por Gal Costa em “Fa-tal - Gal a Todo Vapor”, show e disco de 1971, "Pérola Negra" surgia também na voz de Ângela Maria, em 1972. 

No mesmo ano, Maria Bethânia registrava "Estácio, Holly Estácio" no álbum "Drama". Além dessas, o disco apresentava outras tantas canções que, posteriormente, figurariam com destaque em sua obra, como "Estácio, Eu e Você", "Vale Quanto Pesa", "Pra Aquietar", "Magrelinha" e "Farrapo Humano".

Musicalmente, o repertório surpreendia pela fusão de gêneros, ao transitar com propriedade pelo choro, samba, bolero, blues, rock, forró, soul, jazz - hibridismo incomum para um artista criado no bairro do Estácio, reduto seminal do samba carioca. Nas letras, o poeta do morro de São Carlos exibia estilo único de compor. Com prosódia particular, articulava versos dilacerantes em um caleidoscópico jogo de palavras. Dotado de extensão vocal, divisão rítmica, timbre singular, Luiz Melodia tingia seu canto de matizes improváveis. Fosse trágico ou terno, irradiava intensidade. 

Por todos esses aspectos, o álbum "Pérola Negra" marcou com ineditismo e ousadia o cenário musical da década de 70. Se cabia ao artista desfrutar da liberdade criativa exortada pelo Tropicalismo, também havia de lidar com a censura imposta pelo regime ditatorial. O disco de estreia de Melodia não passou ileso, tendo versos deliberadamente cortados e duas faixas excluídas, o que determinou a sua curta duração - menos de 28 minutos. Embora não tenha sido um sucesso comercial na época do lançamento, o tempo se encarregou de colocá-lo no topo. Presença constante nas listas de melhores discos brasileiros, os anos só confirmaram a relevância de "Pérola Negra".

Com o intuito de celebrar o cinquentenário do álbum, a Universal Music lança "Pérolas Negras - Um Tributo a Luiz Melodia", projeto concebido pela companhia, que fez no dia 6 de fevereiro o lançamento do EP e dos singles avulsos, com adesão de Jane Reis, viúva do artista que nos deixou precocemente aos 66 anos, em 2017. "Participei desde o começo, conversando muito sobre repertório, artistas, e todas as escolhas. É bonito ver pessoas especiais cantando, compreendendo, com tanta propriedade e com a clareza que permeia o trabalho. A vida é isso: um colaborando com o outro e deixando a marca. Falando da força e da dificuldade de ser. Foi muito difícil, mas muito proveitoso pra ele - e como vemos, pra todos", reflete Jane. "Espero que tenhamos mais, porque o Luiz tem muito a ser mostrado".

O tributo começou a tomar forma ainda em 2023 com a entrada de Mahmundi, convidada a assumir a direção e produção musical. "Luiz Melodia é uma preciosidade, sinônimo de beleza, riqueza, poder. Achei chiquérrimo o projeto", diz a compositora, cantora e multi-instrumentista carioca. "Por estar diante de um álbum emblemático, sabia da responsabilidade de realizar novas versões e com artistas que a gente ama", referindo-se ao time de intérpretes formado por Anelis Assumpção, Criolo, Liniker, Mart'nália, Sandra Sá e Zezé Motta, além da própria Mahmundi.

O elenco carrega afinidades e conexões variadas com o álbum e com o homenageado. "Ouvi o disco em 2000, em uma festa de rua no Grajaú (bairro paulistano). 'Pérola Negra' é incrível, com músicos incríveis, e ele, Luiz Melodia, deixando tudo mágico", rememora Criolo. Na lembrança de Mahmundi, vem a música que ouvia nas ruas de Marechal Hermes. "Fui ouvir o álbum tempos depois. O repertório é todo lindo, muito profundo, e tem uma coisa do Rio de Janeiro ali, em cada canção". Mart'nália conta que conheceu o disco quando era adolescente. "Minha mãe gostava muito dele e tive contato assim que lançou. Lembro de ter ficado comovida pela força e limpeza da voz do Melodia". 

Liniker ressalta que Luiz Melodia teve um impacto na sua família, não só pelas canções. "Por sua elegância, ele chegava nesse lugar em que o preto no Brasil não era vinculado, de ser chique, bem vestido". Anelis Assumpção revela que "Pérola Negra" esteve presente desde a sua infância. "Esse disco entrou na minha vida muito cedo por conta do meu pai (Itamar Assumpção), que tinha uma ligação íntima com o Melodia. Dois gigantes da música brasileira, geniais e marginalizados". Também próximas de Luiz Melodia, Sandra de Sá e, mais ainda, Zezé Motta já haviam gravado composições do amigo.

Na concepção musical do tributo, Mahmundi contou com um "fiel escudeiro" na coprodução: o músico e compositor Josefe. As seis faixas selecionadas receberam  instrumentação enxuta e arranjos que, embora distantes do registro feito em 1973, preservam a essência de cada canção. Mahmundi e Josefe arregimentaram músicos que pudessem contribuir com essa proposta. "A gente montou um time de pessoas que entendem a linguagem brasileira de violão e percussão. Daí eu trouxe o Webster Santos, violonista que costura o projeto inteiro, já que o violão está em quase todas as faixas. Na percussão, chegamos no Kabé Pinheiro. No piano, tem o Samuel Silva. E partiu muito do Josefe a ideia do Ivan Sacerdote com o clarinete em uma única faixa, 'Pérola Negra'", conta Mahmundi. 

Ela e Josefe também colaboraram como instrumentistas, entre piano, sintetizador e baixo synth. "Queria imprimir um pouco do álbum original, trazer essa lucidez, até para que os artistas pudessem vestir a roupa da canção e interpretar do jeito deles", completa a diretora, que fez questão de ambientar o estúdio com uma seleção de vídeos do Luiz Melodia. As seis faixas ganharam registro audiovisual, gerando um documentário a ser lançado em breve.

É Criolo quem inicia o tributo, cantando a faixa-título, "Pérola Negra". Em tom intimista, ele mergulha no blues e flutua nas incertezas da letra que diz "Baby, te amo, nem sei se te amo". Para o cantor, a gravação foi "muito serena". "Coloquei voz valendo, no mesmo set de filmagem. O contexto de estar com aquela equipe foi muito especial, ver meu povo lindo produzindo coisas lindas".

Mart’nália vem a seguir com "Estácio, Eu e Você", brejeira como ela só. Bem à vontade nesse samba-choro, parece imbuída da mesma emoção que atravessava os encontros com Melodia. "Foram todos marcantes, com muita resenha. Ríamos e nos abraçávamos muito, papo de vascaínos", recorda a cantora, sorrindo.

O bairro onde o poeta cresceu também é cenário de outra canção, "Estácio, Holly Estácio", aqui abraçada pela voz de Mahmundi. "Melodia tem uma sutileza ao falar dos sentimentos do coração, 'fico manso, amanso a dor, holiday é um dia de paz, solto o ódio, mato o amor', essa letra é linda", sublinha. A intenção era vestir a faixa de latinidade. "Quis fazer um bolerinho brasileiro, e como eu cresci! Josefe me ajudou bastante a achar o modo de contar essa história"

"Pra Aquietar" deixa o rock da gravação original e cai no suingue com Sandra de Sá na levada do samba. É nessa letra que Luiz Melodia foi censurado e, por pirraça, inventou versos como "não posso pra lá paraguaio para". Sandra também improvisa e sugere "desligar o segurador de onda e curtir", e ainda finaliza com versos de "Juventude Transviada".

O dueto de Anelis Assumpção e Zezé Motta traz à tona a pungente emoção de "Magrelinha". Marcada pelo piano de Samuel Silva, a faixa caminha num crescente que culmina com as duas vozes entrelaçadas. "Conheci 'Magrelinha' antes de conhecer o disco. Eu era muito magra, meu pai (Itamar Assumpção) cantava essa música e dizia que fez pra mim. Só depois descobri que era do Melodia e virou uma piada familiar", conta Anelis. Gravada por Zezé Motta em seu álbum de estreia, em 1978, a canção é definida por ela como "grandiosa".

Coube a Liniker legitimar o acento soul de "Vale Quanto Pesa". A sexta e última faixa do tributo ainda vagueia pelo blues e bolero. "Sou forte feito cobra coral / semente brota em qualquer local / um velho novo cartão postal", diz a letra. A cantora se reconhece na poesia de Luiz Melodia: "Ele pode ser muito direto e, ao mesmo tempo, é um cara que sempre construiu imagens em tudo que escreveu".

Modernidade e tradição. A combinação, lapidada por Luiz Melodia de forma magistral em seu disco de estreia também pauta as seis faixas que compõem esta homenagem. Cinquenta anos depois, as releituras de “Pérolas Negras – Um Tributo a Luiz Melodia” estão prontas para fazer morada. No coração. No coração do Brasil.

Especial de TV
Os fãs de Luiz Melodia ainda terão a oportunidade de assistir ao especial de TV “Pérolas Negras – Um Tributo a Luiz Melodia”, que será apresentado no Canal BIS nesta quinta-feira, dia 8 de fevereiro, às 22h00, e no Multishow, neste sábado, dia 10de fevereiro, às 14h30.

“Estamos muito orgulhosos com o resultado desse projeto lindo. As novas gerações ganham uma oportunidade imperdível de conhecer  as canções do inesquecível Luiz Melodia, em jovens e talentosas vozes”, diz Paulo Lima, presidente da Universal Music Brasil.

domingo, 4 de fevereiro de 2024

.: Cantor e compositor Criolo faz o show "Samba Só" no Teatro Porto


O show é um projeto especial e intimista que reúne ao vivo os sambas autorais do artista, além de versões de clássicos imortais de sambistas que admira e acompanha desde o início da vida e carreira musical. Foto: Helder Fruteira


O cantor e compositor Criolo sobe ao palco do Teatro Porto para apresentar o show "Samba Só", totalmente dedicado ao gênero, no dia 23 de fevereiro, sexta-feira, às 20h00. O show é um projeto especial e intimista que reúne ao vivo os sambas autorais do artista, além de versões de clássicos imortais de sambistas que admira e acompanha desde o início da vida e carreira musical. No setlist, canções como "Menino Mimado", "Espiral de Ilusão", "Fermento pra Massa" e muito mais.

"Sempre tive um carinho muito grande por samba. Música é muito forte e samba é algo muito especial pra nós, pra todo nosso povo, pra nossa cidade, pra minha família. Muita coisa me visitou e desaguou em forma de samba sem que eu pedisse. As músicas começaram a ser um martelo e um formão, que visita a carne e o coração”, explicou Criolo sobre sua relação com o ritmo quando do lançamento do disco e show "Espiral de Ilusão", em 2017, somente com sambas autorais.

Pelo álbum, Criolo foi contemplado como melhor cantor de samba pelo Prêmio de Música Brasileira em 2018, que também teve o disco como finalista. Além de sua proximidade com o "Pagode da 27", Criolo já se apresentou ao vivo e se envolveu em projetos com gigantes do samba como Nelson Sargento, Monarco e Paulinho da Viola.

Em "Samba Só", Criolo é acompanhado por Ricardo Rabelo (cavaco), Gian Correa (violão 7 cordas) e Ed Trombone (trombone e percussão). Ingressos à venda pela Sympla. Clientes do Porto Seguro Bank mais acompanhante têm 50% de desconto, e clientes Porto mais um acompanhante têm 30% de desconto. O Teatro Porto oferece a seus clientes uma van gratuita partindo da Estação da Luz em direção ao prédio do teatro. O local de partida é na saída da estação, na Rua José Paulino/Praça da Luz. No trajeto de volta, a circulação é de até 30 minutos após o término da apresentação. E possui estacionamento gratuito para clientes do teatro.

Serviço
Show "Criolo Samba Só". Dia 23 de fevereiro, sexta-feira, às 20h00. Ingressos: R$ 120,00 plateia / R$ 90,00 balcão e frisas. Classificação: livre. Duração: 60 minutos. Teatro Porto. Al. Barão de Piracicaba, 740 – Campos Elíseos / São Paulo. Telefone (11) 3366-8700. Bilheteria: aberta somente nos dias de espetáculo, duas horas antes da atração. Clientes Porto Seguro Bank mais acompanhante têm 50% de desconto. Clientes Porto mais acompanhante têm 30% de desconto. Vendas: www.sympla.com.br/teatroporto. Capacidade: 508 lugares. Formas de pagamento: Cartão de crédito e débito (Visa, Mastercard, Elo e Diners). Acessibilidade: 10 lugares para cadeirantes e 5 cadeiras para obesos. Estacionamento no local: gratuito para clientes do Teatro Porto.

.: "Bob Marley: one Love" terá álbum com covers de músicas do artista


Para celebrar o lançamento do novo longa da Paramount Pictures, “Bob Marley: one Love”, em cartaz na Rede Cineflix e em cinemas de todo o Brasil, a Tuff Gong e a Island Records vão disponibilizar um álbum com covers de grandes artistas interpretando músicas da lenda do reggae a partir de 14 de fevereiro. Daniel Caesar, Kacey Musgraves, Wizkid, Leon Bridges, Jessie Reyez, Bloody Civilian e Skip Marley, neto do cantor, foram os músicos escolhidos para participar desse projeto que contou com curadoria da família Marley.  Ao todo, sete músicas compõem o álbum “Bob Marley: One Love (Music Inspired by the Film)”, entre elas, as clássicas “Three Little Birds”, “Redemption Song” e “Is This Love”. 

“A missão é sempre espelhar a música do meu pai em todos os cantos da Terra e nós tivemos muito cuidado na escolha dos artistas que foram selecionados”, conta Cedella Marley, filha de Bob. “Poder recriar as suas músicas ao mesmo tempo em que mostramos sua história para o mundo através desse filme é algo que minha família e eu estamos extremamente orgulhosos em fazer parte”

“Bob Marley: one Love” celebra a vida e a música de um ícone que inspirou gerações por meio de sua mensagem de amor e união. Na tela dos cinemas pela primeira vez, o público vai descobrir a poderosa história de superação e a jornada por trás de sua música revolucionária. Dirigido por Reinaldo Marcus Green (King Richards: Criando Campeãs), o filme é estrelado por Kingsley Ben-Adir e Lashana Lynch. James Norton, Tosin Cole, Umi Myers e  Anthony Welsh também integram o elenco. O filme chega aos cinemas brasileiros em 12 de fevereiro. Filme com acessibilidade disponível através do aplicativo GRETA.


“Bob Marley: One Love” (Music Inspired by the Film) - Lista de músicas:

Bloody Civilian - “Natural Mystic”

Skip Marley - "Exodus"

Daniel Caesar - “Waiting in Vain”

Kacey Musgraves - “Three Little Birds”

Wizkid - “One Love”

Jessie Reyez - “Is This Love”

Leon Bridges - “Redemption Song”


Assista na Cineflix
Filmes de sucesso como “Bob Marley: one Love” são exibidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.

sábado, 3 de fevereiro de 2024

.: Crítica musical: Danilo Caymmi recria clássicos da MPB em disco


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

O cantor, compositor e músico Danilo Caymmi lançou o álbum “Danilo Caymmi Andança 5.5”, uma referência ao clássico eternizado por Beth Carvalho na época dos festivais. E resgata canções desse fértil período de nossa música, em releituras que ficaram acima da média.

O repertório é fruto de uma pesquisa do músico e produtor Flávio Mendes, que já havia produzido o projeto "Danilo Caymmi Canta Tom Jobim". Ele trouxe uma lista de músicas lançadas no entorno de “Andança” e dos Festivais da Canção, do final dos anos 60. A partir desta seleção, chegaram a um consenso sobre o que entraria no disco.

“Danilo Caymmi Andança 5.5” é um álbum de intérprete, uma espécie de trilha sonora da sua trajetória musical. Mesmo reunindo clássicos como “Sabiá”, “Pra Não Dizer que Não Falei de Flores”, “Travessia”, “Pra Dizer Adeus”, “Eu a Brisa”, “Viola Enluarada” e “Andança”, entre outros, não tem caráter saudosista, como explica Danilo: “A ideia foi gravar essas canções à minha maneira, dar novas versões para elas. Eu sinto que estou no meu melhor momento como intérprete e o disco traduz muito bem esse momento”.

A capa do álbum reproduz um dos quadros pintados por Danilo Caymmi  durante a pandemia. Estudante de arquitetura, Danilo herdou do pai Dorival não só a veia musical, mas também o talento para a pintura. Difícil apontar uma faixa como destaque. Todas estão muito bem produzidas e a voz de Danilo está cada vez melhor. Assim como seus irmãos (Nana e Dori Caymmi), ele mostra ser um excelente intérprete, capaz de trazer as canções para o seu estilo suave de cantar.

"Viola Enluarada"

"Andança"

 
"Travessia"

sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

.: Graziela Medori resgata a obra de Marcos Valle em disco


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: Alexandre Vianna

Com 13 anos de carreira, Graziela Medori coleciona projetos musicais bem interessantes. Agora ela apresenta um novo disco, o quinto de sua discografia, colocando luz em canções menos conhecidas do consagrado compositor Marcos Valle, que completou 80 anos recentemente. Um tributo mais do que oportuno, que comprova a riqueza da obra do autor carioca.

O disco conta com arranjos de Alexandre Viana, que toca teclados, além de João Benjamim no baixo e Rafael Lourenço na bateria. Os arranjos em formato de trio acabaram por valorizar a bela voz de Graziela e as canções do mestre carioca. Como as faixas escolhidas são desconhecidas pela maior parte do público, o trabalho soa como se fosse algo inédito para o ouvinte.

A relação musical de Graziela com Marcos Valle já vem de longa data. Sua mãe, a cantora Claudya, gravou várias canções dele nos anos 70. E a própria Graziela interpretou algumas composições do autor carioca em sua discografia.

O disco foi lançado pela gravadora Joia Moderna.  O repertório foi selecionado pelo DJ Zé Pedro, idealizador do disco, que acabou por fazer uma viagem pela obra do consagrado músico. Tem canções mais recentes como Vamos Sambar (de 2010., parceria de Valle com Marcelo Camelo), Curvas do Tempo (de 2009, parceria de Valle com Celso Fonseca), América Latina (de 1972, parceria com o irmão Paulo Sérgio) , entre outras pérolas musicais.

Foto: Alexandre Vianna

Difícil escolher uma faixa como a melhor. Todas contam com arranjos que lembram os bons momentos dos anos 60 e 70.  Gosto muito de “Qual é?”, que daria para imaginar também Elis Regina cantando com toda sua sua malemolência e graça. Aliás, se Elis tinha Cesar Camargo Mariano, Graziela conta com Alexandre Viana, que também mostra ser um músico de primeira linha, seja nos teclados, seja nos arranjos luxuosos e discretos.

Graziela entrou de cabeça no balanço inconfundível de Marcos Valle. E é uma satisfação ouvir sua voz tão segura de si, sabendo a direção a ser dada em sua carreira. E que ela continue nos brindando com lançamentos de extremo bom gosto musical como esse.


America Latina


Qual é?


Curvas do tempo




.: The Masked Singer: Marcelo Serrado é o jurado convidado de domingo

Chimarrão, Cuco, Preguiça e Trevo são as fantasias a se apresentarem no episódio. Foto: Globo/ Maurício Fidalgo


Neste domingo, dia 28, após "Temperatura Máxima’, vai ao ar o segundo episódio da quarta temporada de "The Masked Singer Brasil". O reality, que estreou nesta semana, recebe um convidado especial no time de jurados. A ator Marcelo Serrado se une a José Loreto, Paulo Vieira e Sabrina Sato para tentar desvendar quem são as personalidades fantasiadas que disputam por meio de espetáculos musicais de tirar o fôlego.

Na estreia, o programa apresentou quatro mascarados, e o Etzinho foi o escolhido para ser revelado. Louro Mané, companheiro de Ana Maria Braga no "Mais Você", estava por trás da fantasia. Neste domingo, outros quatro competidores se apresentam: Chimarrão, Cuco, Preguiça e Trevo.

Após as apresentações, a plateia vota para salvar duas fantasias da eliminação, e as duas menos votadas batalham novamente, mostrando um segundo musical. O júri, então, se reúne para deliberar quem dos dois fantasiados será salvo e quem será desmascarado. Contudo, reviravoltas poderão acontecer com o Masked Sino. Localizado ao lado dos jurados, pode ser acionado a qualquer momento, e a consequência é a anulação de uma revelação. Durante a temporada, o sino só pode ser tocado uma única vez por jurado, salvando um personagem que teria sua identidade revelada por decisão do grupo.

O "The Masked Singer Brasil" é uma coprodução TV Globo e Endemol Shine Brasil, baseado no formato sul-coreano criado pela Mun Hwa Broadcasting Corp, com supervisão artística de Adriano Ricco (TV Globo) e direção geral de Marcelo Amiky (Endemol Shine Brasil). O programa vai ao ar na TV Globo aos domingos, após o ‘Temperatura Máxima’, com reexibição na madrugada de segunda para terça-feira, à 00h30, no Multishow, seguida da entrevista de Kenya Sade com o eliminado da semana. 


quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

.: Crítica musical: Nasi lança o álbum "Rocksoulblues"


Por André Barcinski

Imagine que o Ira! nunca tivesse existido.

Imagine sua vida sem discos como “Mudança de Comportamento”, “Psicoacústica”, “Vivendo e Não Aprendendo”, e sem a banda que, para muitos – eu me incluo no grupo – é a melhor e mais instigante entre as grandes do BRock dos anos 80, e a única que entra em sua quinta década de existência lançando discos desafiadores, como ficou provado pelo excelente LP homônimo, lançado em 2020, em plena pandemia.

Mesmo nesse cenário, sem o Ira!, Marcos Valadão, o Nasi, seria um dos nomes mais importantes e talentosos do pop-rock brasileiro dos últimos 40 anos. Um artista com um trabalho eclético e de altíssima qualidade, que nos anos 80 já enxergava a força e importância do hip hop paulistano, produzindo a influente coletânea “Hip Hop Cultura de Rua”, que revelou nomes como Thaíde e DJ Hum, MC Jack e Código 13.

Off-Ira!, Nasi deixou sua marca no pós-punk brasileiro com o grupo Voluntários da Pátria, montou o grupo Nasi e os Irmãos do Blues, que lançou três LPs de celebração à música de raiz norte-americana, especialmente dos gênios Muddy Waters e Howlin’ Wolf, e recentemente voltou aos tempos de mod com um explosivo disco gravado com a banda Spoilers. Como se não bastasse, tem uma longa carreira solo, que chega agora ao nono disco, “Rocksoulblues”.

“Rocksoulblues” traz oito faixas, a maioria composta ou interpretada por artistas que Nasi sempre admirou, como Zé Rodrix, Tim Maia, Erasmo Carlos, Jerry Lee Lewis e Martinho da Vila, gravadas em versões surpreendentes e diferentes das originais. 

O disco abre com “Blues do Gato Preto”, do próprio Nasi, um bluesão malemolente, cantado com a voz rascante e áspera de Nasi e com um clima de big band, animado pelos saxofones de Sax Gordon e pelos teclados de Johnny Boy, colaborador habitual de Nasi em sua carreira solo. 

Depois, Nasi transforma “Devolve Meus LPs”, de Zé Rodrix, num jump blues que parece ter saído de um clube enfumaçado de Kansas City ou Chicago, e tira do chapéu uma versão blues do clássico do Ira!, “Dias de Luta”, com o guitarrista Igor Prado conjurando Stevie Ray Vaughan e Albert King.

As surpresas continuam com a versão matadora de “Eu Não Te Quero Santa”, composta por Vitor Martins, Sérgio Fayne e Saulo Nunes e gravada originalmente pelo Tremendão em seu clássico LP “Carlos, Erasmo” (1971). É a primeira de três faixas gravadas no disco pela excelente banda liderada por Marcelo Sussekind e que tem Sergio Melo (bateria), Sergio Morel (guitarra) e Sergio Villarim (teclados), além do próprio Sussekind no baixo.

Em seguida vem “Não Vá Me Machucar”, adaptação – com letra de Nasi - de “Rollin’ and Tumblin’”, clássico blues norte-americano gravado em diferentes versões por vários bluesmen dos anos 1920 e mais conhecido pela versão eternizada por Robert Johnson em 1936, com o título de “If I Had Possession Over Judgment Day”. Aqui, a canção ganha uma roupagem moderna e dançante, com as participações do produtor Apollo Nove e os “scratches” de DJ Hum. É a conexão blues-hip hop-eletrônico.

E quem mais, senão Nasi, poderia transformar um Country Western em  o samba “O Caveira”, famoso na voz de Martinho da Vila? A nova versão ganha companhia luxuosa da cantora Nanda Moura, que divide os vocais com Nasi nesse dueto divertido.  O cantor depois solta a voz e presta tributo a um de seus grandes ídolos, Tim Maia, na suingada “O Que Você Quer Apostar?”, abrilhantada por um solo de guitarra memorável de Sergio Morel.

“Rocksoulblues” encerra com “Rosa Selvagem”, versão de “Ramblin’ Rose”, originalmente um country-blues gravado em 1962 por Jerry Lee Lewis e transformado, em 1969, num míssil proto-punk pela banda MC5 em seu LP de estreia, o clássico “Kick out the Jams”. A versão de Nasi emula o MC5 e é o encerramento perfeito para um disco tão festivo.

“Rocksoulblues” não é um simples “disco de covers”, daqueles em que o artista se limita a regravar músicas que gosta. É um LP de intérprete, em que Nasi transforma e dá a sua cara a músicas que o influenciaram. É um disco eclético e surpreendente. Um disco com a cara do Nasi.

Ouça o álbum neste link.


.: Autoramas anuncia nova formação e faz show de 25 anos no Sesc Belenzinho


A banda apresenta o membro original Gabriel Thomaz na guitarra e vocal, Jairo Fajer no baixo, e os novos integrantes Igor Sciallis na bateria e Luma Lummee nos teclados, percussão e vocais. Foto: Roguan


A renomada banda de rock Autoramas está pronta para incendiar o palco do Sesc Belenzinho no dia 27 de janeiro, marcando seu 25º ano de trajetória musical. Com a formação renovada, a banda apresenta o membro original Gabriel Thomaz na guitarra e vocal, Jairo Fajer no baixo, além dos novos integrantes Igor Sciallis na bateria e Luma Lummee nos teclados, percussão e vocais.

Este espetáculo histórico trará uma combinação irresistível de músicas inéditas e algumas pérolas nunca antes executadas ao vivo. A energia contagiante e a experiência única do Autoramas prometem uma noite memorável para os fãs e entusiastas do rock. E marca o lançamento da segunda música do EP ao vivo que foi preparado para apresentar a nova fase da banda, Autodestruição música que vem com potência jamais atingida antes. No dia 2 de fevereiro, sai todo EP, pela Ditto Music Brasil.

Prepare-se para uma jornada musical emocionante enquanto a banda celebra suas conquistas ao longo de duas décadas e meia. Os ingressos já estão à venda no site e bilheterias do Sesc SP, não perca a oportunidade de fazer parte deste marco na história do rock brasileiro com o Autoramas no Sesc Belenzinho.


Serviço
Autoramas no Sesc Belenzinho – Comedoria. Sábado, dia 27 de janeiro, às 20h30, na Comedoria - Sesc Belenzinho. Rua Padre Adelino, 1000 – Belenzinho / São Paulo. Ingressos: R$15,00 (credencial plena), R$25,00 (meia entrada) e R$50,00 (inteira). *Venda presencial a partir do dia 17/01, às 17h. Limite de 2 ingressos por pessoa. Outras informações: https://www.sescsp.org.br/programacao/autoramas-6/

segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

.: Magic!: gigantes do reggae-fusion lançam “Good Feeling About You”

A banda canadense assinou com a desenvolvedora no ano passado e, agora, começa 2024 com um novo single e o anúncio de seu mais novo álbum. Foto: ONErpm/Divulgação


Iniciando sua próxima era, a banda canadense MAGIC!, conhecida universalmente pelo hit “Rude”, de 2014, lançou na sexta-feira, dia 19, – o mais novo single “Good Feeling About You”. Essa é a primeira faixa desde sua assinatura com a ONErpm no ano passado, e também abre a sequência de lançamentos do álbum "Inner Love Energy".

Já disponível em todas as plataformas digitais via ONErpm, o novo single dos gigantes do reggae fusion equilibra a nostalgia e a inovação, trazendo novas sonoridades, sem esquecer de seu som original. Na composição, o grupo canta sobre como a presença de alguém especial pode trazer brilho às nossas vidas – exaltando a conexão humana.

“Estamos muito empolgados para, finalmente, compartilhar essa música. Sinto que encontramos esse equilíbrio perfeito. ‘Good Feeling About You’ é sobre como alguém especial faz você se sentir, como essa pessoa traz brilho e leveza”, contam os integrantes do MAGIC!, apontando, no entanto: “Mas, essa não é uma ‘love song’, é uma música sobre conexões humanas, precisamos de todas essas pessoas nas nossas vidas!”.

Essa faixa também inicia os lançamentos da banda canadense em preparação para seu futuro disco, “Inner Love Energy”, que chega às plataformas ainda esse ano. O projeto, além de ser seu primeiro dentro da ONErpm, também é o primeiro álbum do MAGIC! desde o lançamento de “Expectations”, em 2018.


MAGIC! na ONErpm

No ano passado, para preparar-se para esse novo capítulo, o MAGIC! assinou com a desenvolvedora musical ONErpm, que ficará responsável por cuidar de seus futuros projetos. O contrato ocorreu através do escritório da empresa em Portugal, mas, será uma operação global – sobre esse acordo, Nasri afirma estar muito feliz em trabalhar com a equipe da ONE.

"Nós estamos muito empolgados para trabalhar com a ONErpm, pois é raro encontrar uma equipe com tanta paixão pela música quanto a gente. O Nuno [Rocha, cabeça do escritório português da empresa] e o time de Portugal têm tratado o MAGIC! como uma família”, conta o vocalista do grupo, que já acumula quase 10 milhões de ouvintes mensais.

A banda canadense agora integra um forte time de artistas representados pelo escritório português da ONErpm, sendo um de seus primeiros artistas globais, ao lado da britânica, Kelli-Leigh – conquista atingida em um só ano de abertura. Sob comando do executivo Nuno Rocha, a sucursal tem cuidado de artistas locais, além de grandes artistas de outros países lusófonos, como Angola, Moçambique e Cabo Verde.

A lista inclui nomes como a artista angolana Chelsea Dinorath, que, com a ONErpm, atingiu quase 200 mil ouvintes mensais no Spotify, além de muita atenção no Youtube, o cantor português, filho de pai cabo-verdiano e mãe angolana, Badoxa – que vem conquistando seu espaço através da mistura de elementos de origens africanas em suas músicas –, o Mundo Segundo, um dos maiores nomes do hip-hop em Portugal, e MC Prego Prego, de Cabo Verde.

O escritório português da ONErpm fica sob a supervisão de Nuno Rocha, um nome de destaque na cena musical de Portugal, que já trabalhou em diversos ambientes do mercado de música, carregando anos de experiência. O executivo descobriu artistas como Boy Teddy, Massivedrum e Pedro Cazanova - que ocupam grande espaço nas rádios portuguesas - organizou a presença portuguesa de nomes brasileiros, como MC Fioti e Vitor Kley.

"Good Feeling About You" já está disponível em todas as plataformas digitais via ONErpm.

domingo, 21 de janeiro de 2024

.: Ex-vocalista do Titãs, Paulo Miklos completa 65 anos

“Flores”, uma parceria com Sergio Britto, Charles Gavin e Toni Bellotto, foi a música de autoria do artista mais tocada nos últimos anos no país. Foto: José de Holanda/Divulgação


Ex-integrante e vocalista do Titãs, Paulo Miklos é cantor, compositor, músico multi-instrumentista e ator. Sua carreira artística tem uma trajetória marcada por sua passagem pela banda de rock brasileira e sua carreira solo na música, no cinema e na televisão. Ao completar 65 anos neste domingo, dia 21, um levantamento do Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) mostra as canções de sua autoria que se destacaram nos últimos 10 anos no Brasil.

“Flores”, uma parceria com Sergio Britto, Charles Gavin e Toni Bellotto, ficou na liderança das mais tocadas de autoria de Paulo Miklos nos principais segmentos de execução pública na última década no país. “Porque eu sei que é amor”, em parceira com Sergio Britto, e “Cabeça dinossauro”, composição feita com Arnaldo Antunes e Branco Mello, completaram o top 3.

Na área musical, ele contabiliza 141 composições e 809 gravações cadastradas na gestão coletiva no Brasil, com as quais têm o direito de receber seus direitos autorais quando tocam publicamente.

Outra curiosidade do estudo do Ecad foram os dois intérpretes que mais gravaram composições que têm a autoria Paulo Miklos: Branco Mello e Sergio Britto, ex-companheiros de Titãs.

Miklos tem os seus direitos autorais de execução pública garantidos no Brasil por fazer parte da gestão coletiva e manter o seu repertório atualizado. É desta forma que suas canções podem ser identificadas e captadas pelo Ecad quando tocam publicamente. No entanto, os valores em direitos autorais só podem ser recolhidos e repassados ao artista quando as pessoas e empresas que utilizam a música fazem o pagamento referente ao licenciamento musical, que é garantido por lei.

No Brasil, o Ecad é a única instituição responsável por arrecadar e distribuir direitos autorais sempre que existe utilização pública de músicas em qualquer canal ou espaço: rádio, TV, cinema, estabelecimentos comerciais, plataformas digitais, casas de festas, shows e outros locais de frequência coletiva. Com isso, a instituição garante a remuneração a autores, intérpretes, músicos, editores e produtores fonográficos.

Ranking das músicas de autoria de Paulo Miklos mais tocadas nos últimos 10 anos no Brasil nos principais segmentos de execução pública (Rádio, Sonorização Ambiental, Música ao vivo, Casa de Festas e Diversão, Carnaval, Festa Junina e Shows)


1.  Flores, de Sergio Britto / Charles Gavin / Toni Bellotto / Paulo Miklos

2. Porque eu sei que é amor, de Sergio Britto / Paulo Miklos

3. Cabeça dinossauro, de Arnaldo Antunes / Branco Mello / Paulo Miklos

4. Provas de amor, de Paulo Miklos

5. Pela paz, de Sergio Britto / Branco Mello / Charles Gavin / Nando Reis / Paulo Miklos

6. Vossa excelência, de Charles Gavin / Toni Bellotto / Paulo Miklos

7. Miséria, Sergio Britto / Arnaldo Antunes / Paulo Miklos

8. Antes de você, de Paulo Miklos

9. Fardado, de Sergio Britto / Paulo Miklos

10. Estou pronto, de Paulo Miklos / Guilherme Arantes


.: Vídeo: Pabllo Vittar "Pede Pra eu Ficar" em single de "Batidão Tropical Vol. 2"

Shows lotados, turnês internacionais, debut em paradas musicais globais, centenas de hits e milhares de fãs espalhados pelo Brasil afora. Essas são apenas algumas características da carreira consolidada de uma das maiores drag queens do mundo, Pabllo Vittar. Em meio a tanto sucesso, um grande ato se destaca: “Batidão Tropical”. Para além da aclamação da crítica e do público, o projeto, lançado em 2021, é um retorno de Pabllo às suas origens e um encontro com ritmos do Norte e Nordeste do Brasil, que ela escutava durante a infância e a moldaram como artista. Em 2024, o álbum ganhará uma sequência. Enquanto a data de lançamento segue sendo bastante aguardada e especulada pelos fãs, a artista apresenta o primeiro single de “Batidão Tropical vol. 2”: “Pede Pra Eu ficar”.

Escrita pela própria Pabllo, a canção explora diversas sonoridades que fazem parte da música brasileira. Na faixa, Vittar traz muito forró, swing e batidão, transformando a canção em um verdadeiro forró romântico nordestino. “Pede pra ficar / Eu não vou mais brigar / Pede pra eu ficar / Não imagino ficar / Amor, sem os seus beijos / Eu vou enlouquecer / Pede pra eu ficar / Amor, eu amo você”, diz a artista no refrão da melodia que traz o sample de “Listen to your heart” (Mats Arne Persson e Per Hakan Gessle), importante clássico da dupla sueca Roxette, lançado há mais de três décadas.

“Sempre fui muito fã do forró, brega e tecnobrega. Venho introduzindo essas referências cada vez mais na minha música e apresentando ao público os ritmos que me faziam performar em casa e ajudaram a construir a essência artística que tenho hoje. Acredito que essa mistura é a cara do Brasil. Sou muito feliz por poder trazer o Norte e Nordeste para o meu trabalho e o público respeitar isso. ´Batidão Tropical´ é o início da minha história contada em música. O volume 2 vem aí e escolhi ´Pede Pra Eu Ficar´ para iniciarmos essa era, porque ela traz um forrozinho romântico que é uma delícia e eu adoro!”,  explica Pabllo Vittar.

Para a estética do projeto, mais referências. A artista traz os anos 2000 do Nordeste e, na capa do single, relembra os discos e DVD’s das bandas de forró que comprava na infância, misturando com suas referências atuais. O videoclipe da música, já disponível, segue uma nova estética para essa era. 

“Batidão Tropical” é significativo quando falamos de representatividade, mas também de números. O álbum é certificado platina no Brasil, com mais de 270 milhões de streams, entre as músicas e vídeos. Quando se fala de alcance mundial, esse número ultrapassa 281 milhões de streams. Já hits como “Triste com T” e “Ama Sofre Chora”, conquistaram certificado de platina duplo com as execuções.


Letra de ‘Pede Pra eu Ficar’:


Alguma coisa fala o meu coração

Ele me fala ´não mereço perdão´

eu fico triste, sem lugar pra ficar

quero o seu corpo, junto a mim

Pede para eu ficar, eu não vou mais brigar

Pede pra eu ficar, não imagino ficar

Amor, sem os teus beijos, eu vou enlouquecer


Pede para eu ficar

Amor, eu amo você.

Se fiquei triste, foi porque não me deu

o amor que tanto você prometeu

me sinto só

sem saber onde ir

eu fico pensando

só em ti


Pede para ficar, eu não vou mais brigar

Pede pra ficar, não imagino ficar

Amor, sem os teus beijos, eu vou enlouquecer

Pede para ficar

Amor, eu amo você.


Eu tenho a força em meu coração

Eu sinto, nasce em mim a paixão

eu não desisto de ter você

amor, eu quero

contigo viver


Pede pra ficar

Baby, juro eu não vou mais brigar

Pede pra ficar

eu te juro, eu vou tentar mudar

Amor, sem os teus beijos

eu vou enlouquecer

Pede pra ficar

amor, eu amo você


Ficha Técnica

Título: Pede Pra Eu Ficar

Duração: 3:12

Intérprete: Pabllo Vittar

Autores: Mats Arne Persson/ Per Hakan Gessle / Pabllo Vittar

Editora: Universal

Produzido por: Gorky / Maffalda / Zebu

Mixado por: Rafael Fadul

Assistente de Estudio: Felipe Carvalho

Edição de Voz: Karen Avila

Vocal Coach: Diego Timbó

Masterizado por:  Felipe Tichauer @ Red Traxx Mastering

Músicos participantes:

- Gorky - teclado

- Maffalda - bateria

- Fadul - percussão

- Zebu - guitarra

- Raphael Renó de Paula - baixo

Assista



sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

.: Crítica musical: Linda Ramalho presta tributo ao pai em disco


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: Leo Aversa.

“Linda Ramalho canta Zé Ramalho” (Avôhai/Discobertas), primeiro álbum da filha caçula do célebre compositor paraibano, já pode ser ouvido nas plataformas de streaming. Para produzir o álbum, ela convidou o músico, arranjador e produtor Robertinho de Recife, que também assina mixagem e masterização do projeto.

As dez músicas foram escolhidas a partir de uma lista dos principais sucessos, mas também levando em conta as que mais se identificavam com a voz de Linda. “A vida, enquanto ritual, existe para celebrar, e aqui estamos para celebrar a entidade Zé Ramalho que existe dentro de cada um de nós”, assinala Linda Ramalho.

No repertório estão clássicos como “Chão de Giz", “Eternas Ondas", "Admirável Gado Novo” e “Vila do Sossego", em arranjos que traduzem a veia roqueira de Linda Ramalho. Ora mais pop, ora com pitadas de hardcore. No final das contas, é o rock que prevalece.

O entrosamento com o seu trio, com o qual Linda pretende ir para estrada com o novo show, também foi fundamental para trazer o rock para o universo de Zé Ramalho: o power trio é formado por João Guilherme Ferreira no baixo, Jeffersom Cardim na guitarra (o China) e Caco Braga na bateria. A capa do disco foi inspirada na capa de "A Terceira Lâmina", álbum que Zé Ramalho lançou em 1981.

Graduada em artes cênicas, a estreia de Linda Ramalho na música foi como vocalista e líder da banda de covers Linda and the Spacehearts. No início de 2023, lançou um EP autoral produzido por Zé Ramalho chamado “Adrenalina”, e agora apresenta o primeiro álbum de sua carreira.

A ideia de trazer o universo poético de Zé Ramalho para o rock parece até natural. Afinal, o compositor paraibano flertou com o estilo musical rebelde em várias ocasiões. Mas as versões de Linda soam desafiadoras, não só pelo fato do autor ser seu pai. Mas pelo simples desejo de tornar suas releituras convincentes para o público. Pelo menos para mim, ela conseguiu atingir o seu objetivo.

"Vila do Sossego"


"Chão de Giz"

"Admirável Gado Novo"

sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

.: CD "Muita Lindeza" traz composições de Carlos Rennó e parceiros


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. 

Já chegou nas plataformas de streaming o projeto que apresenta dez canções do compositor Carlos Rennó com diversos parceiros, em um repertório pop com letras que falam de amor. Parceiros e convidados se dividem nos vocais do álbum, que conta com Apollo Nove na produção e divulgado pela gravadora Biscoito Fino.

"Muita Lindeza - Letras de Amor de Carlos Rennó e Músicas de Parceiros" é um álbum de letrista. Segundo o autor, o projeto representa uma grande realização artística. “Pois pela segunda vez, traz uma reunião de canções minhas, nas vozes de vários parceiros e artistas”.

O álbum conta com as participações de Paulinho Moska, Samuel Rosa e Juliano Rosa, Moreno Veloso, Gilsons e Cortejo Afro, José Gil e Mariá Pinkusfeld, Preta Ferreira, Moraes Moreira e Davi Moraes, Marcelo Jeneci, Felipe Cordeiro e o uruguaio Jorge Drexler. Nove faixas foram lançadas no formato de singles ao longo dos últimos meses pela Biscoito Fino, com exceção de “Sá”, parceria de Rennó com Drexler.

Foi do produtor paulistano Apollo Nove (que já produziu Rita Lee, Marcelo D2, Seu Jorge) a ideia de fazer um álbum composto somente por canções pop de Carlos Rennó. Apollo vislumbrou uma obra pondo em destaque o outro lado do trabalho do letrista, que nos últimos quinze anos tem se notabilizado por canções de teor político, servindo a causas socioambientais e de direitos humanos.

Algumas faixas, mesmo sem deixarem de ser canções de amor, demonstram um conteúdo com fundo político, como por exemplo a que Rennó fez com Moreno Veloso (”A Sua Vida, Preta, Importa pra Mim”). “É antirracista, política e romântica, ao mesmo tempo”, pontua Carlos Rennó. Outro exemplo de canção romântica “atípica”, na visão do letrista, é “O Laço que Une Eu Você”, feita com Paulinho Moska, um dos parceiros frequentes de Rennó.

O disco inaugura a parceria de Rennó com Samuel Rosa na canção "Declaração", que também tem a participação do filho de Samuel, Juliano Rosa, como autor e intérprete.  Aliás, um outro dueto reúne pai e filho: Moraes Moreira e Davi Moraes, juntos em “Baião pra Uma Baiana em São Caetano” (de 2012). Esta foi a primeira música de Moraes a ser lançada depois do falecimento do eterno Novo-Baiano, uma grande influência musical de Rennó.

A produção de Apollo Nove conseguiu dar um colorido interessante para a obra de Carlos Rennó. E o resultado ficou acima da média, como aliás costuma acontecer nos lançamentos da Gravadora Biscoito Fino. Vale muito a pena a audição.

"Declaração" (com Juliano e Samuel Rosa)


"Sá" (com Jorge Drexler)

"A Rima Perfeita" (com Marcelo Jeneci)

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