sexta-feira, 23 de abril de 2021

.: 23 de abril: Dia Mundial do Livro, o que comemorar?

No Dia Mundial do Livro vamos comemorar os 27 milhões de brasileiros das classes C, D e E que compram livros porque gostam de ler (pesquisa Retratos da Leitura no Brasil - 2020)


Nesta data, instituída em 1995 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) por marcar o aniversário de morte de dois grandes nomes da literatura universal, William Shakespeare e Miguel de Cervantes, não poderíamos deixar de refletir sobre a importância do livro e sobre as limitações para seu acesso, que estão tentando impor aos brasileiros sob a alegação de que somente a "elite" gosta de ler.

Mesmo que fosse verdade - e, como nos mostrou a Retratos da Leitura, é uma mentira "travestida" de verdade pelos criadores de representações sobre a realidade brasileira, - essa falta de interesse pelo livro e pela leitura deveriam fomentar políticas para reverter essa triste realidade.

Mas, investir na formação de leitores e na democratização do acesso ao livro é muito ameaçador para um projeto autoritário de sociedade, como nos lembra Vargas Llosa:

"Um público comprometido com a leitura é crítico, rebelde, inquieto, pouco manipulável e não crê em lemas que alguns fazem passar por ideias".

Para comemorar o Dia Mundial do Livro, propomos uma reflexão:

- Qual impacto pode ter a elevação do preço do livro se a ameaça de se extinguir a isenção tributária for aprovada e passarem a cobrar 12%?

Certamente o impacto não será somente no mercado livreiro, mas deve refletir também no acesso à leitura pelos brasileiros. De acordo com a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil (2019-2020), realizada pelo Instituto Pró-Livro em parceria com o Itaú Cultural e aplicada pelo IBOPE Inteligência, um contingente de cerca de 27 milhões de brasileiros nas classes C, D e E são consumidores de livros, enquanto 17 milhões são os compradores das classes A e B. Esses brasileiros, já excluídos por sua situação social de vulnerabilidade, terão ainda mais dificuldade em fazer parte da população leitora.

Essa edição da Retratos mostrou também que, para 22% dos brasileiros que compraram livros em um período de três meses, o preço foi o principal fator de influência para a compra; mas, esse fator passa a ser mais importante para as classes mais vulneráveis: enquanto na classe A, o preço é fator de influência para 16%, na classe C a proporção chega a 25% e nas classes D/E, vai a 23%. Ao observar a renda familiar, a influência do preço praticamente dobra ao se comparar os indivíduos com renda familiar entre 5 a 10 salários mínimos (15%) e aqueles com renda de 1 a 2 salários mínimos (28%). Importante destacar que a população brasileira nas Classe A e B, e, com maior renda, é bem menor do que a população nas classes sociais mais vulneráveis, o que amplia o impacto da possível elevação no preço do livro no acesso ao livro e à leitura, tão fundamentais para o desenvolvimento pessoal, humano e social do nosso país.

Outro dado mostra a importância do livro em papel para os brasileiros: 93% dos leitores preferem os livros em papel e, até mesmo entre os leitores que já leram livros digitais, 67% preferem o livro impresso.

Com relação ao mercado editorial, a medida ameaça a existência das livrarias físicas, em especial as pequenas, já bastante ameaçadas, que não têm margens para pagar esses 12%. Esse percentual de aumento deve impactar, principalmente, as pequenas editoras. Isso pode inviabilizar o trabalho de editoras, autores, ilustradores e outros profissionais, gerando desemprego em toda a cadeia produtiva.

Mas, as bibliotecas, em especial as municipais, as escolares e as comunitárias, também sofrerão com essa elevação no preço dos livros. Em uma conta simples verificamos que, pelo menos, serão comprados menos 12% de livros. Se a atualização dos acervos das bibliotecas é o item mais citado pelos frequentadores e não frequentadores de bibliotecas como o que os fariam frequentar mais esses espaços, também aqui podemos ter um impacto negativo que irá repercutir nos indicadores de acesso ao livro e de leitura.

Não podemos deixar de perguntar a quem interessa afastar os brasileiros dos livros e da leitura. Nosso patamar sofrível de leitores, em torno de 50%, deveria provocar uma enorme preocupação em nossos governantes, pois apontam para a necessidade urgente de superação desse enorme déficit, como condição para o desenvolvimento econômico, social e humano do Brasil. Não se constrói uma democracia sólida e uma economia sustentável sem investir em educação. A leitura é ferramenta essencial para melhorar os indicadores de avaliação da educação, como o PISA, e de promover direitos sociais a todos os brasileiros. Mas, parece que essa prioridade não está na pauta de nossos governantes.

Sobre Zoara Failla: Coordenadora da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, um projeto do Instituto Pró-Livro com apoio do Itaú Cultural e aplicada pelo Ibope Inteligência.

.: "Livros nas Praças" retoma delivery gratuito de livros nesta sexta-feira

O empréstimo de livros é totalmente gratuito e cresceu 58% no último ano, impulsionado pelo serviço de entrega em meio à pandemia.


O "Livros nas Praças", ônibus-biblioteca exclusivo da Americanas, retoma o bem-sucedido projeto "Delivery de Livros" iniciado durante a pandemia. A partir desta sexta-feira, 23/04 - data em que se comemora o Dia Mundial do Livro -, mais de 2 mil títulos estarão novamente disponíveis para empréstimo de forma segura, com entrega pelos Correios, para todo o município do Rio de Janeiro e Baixada Fluminense. O serviço é totalmente gratuito e tem o objetivo de levar cultura e entretenimento diretamente para as casas dos leitores, neste momento tão difícil de isolamento social. No acervo, há obras de grandes autores, como Paulo Coelho e Monteiro Lobato, além de audiobooks, livros em braile e com fonte ampliada.

O projeto, patrocinado pela Americanas e com apoio das leis de incentivo culturais, atendeu cerca de 4.500 pessoas em 2020, sendo mais de 3.600 visitantes com a itinerância do ônibus-biblioteca e 814 pessoas com o "Delivery de Livros", lançado em julho do último ano. No formato de entrega, mais de 1.500 livros já foram enviados pelos Correios às casas dos leitores. Ao todo, o "Livros nas Praças" já impactou mais de 154 mil leitores desde a inauguração do ônibus exclusivo da Americanas, em 2014.

"Sempre acreditamos na importância da leitura na transformação da sociedade e, durante a pandemia, isso não poderia ser diferente. Esse propósito foi o que nos motivou a adaptar este projeto e aumentar as ações de sucesso com o serviço de delivery em 2020, com intuito de continuar oferecendo uma alternativa para a promoção da leitura entre crianças, jovens e adultos", comenta Cristina Figueiredo, idealizadora e diretora do projeto. Para manter a itinerância e continuar cumprindo seu propósito, o "Livros nas Praças" precisou adotar um rígido modelo de higienização dos livros bem como rigorosos protocolos de segurança.

"Esses esforços valeram tanto a pena que, mesmo em meio ao isolamento social, conseguimos aumentar em mais de 40% nossos empréstimos gratuitos de livros. Se contarmos com o lançamento do inédito serviço de delivery, este número sobe para 58%", acrescenta.

O "Livros nas Praças" é uma das iniciativas que integram a estratégia ESG (sigla que, em português, significa ambiental, social e governança) da Americanas para a promover a educação de qualidade e a redução das desigualdades. Este propósito está em linha com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 4 e 10 da Agenda 2030 da ONU.

Como funciona o delivery: Criado para dar prosseguimento ao empréstimo de livros durante o período de isolamento social, este serviço é totalmente gratuito e permite que os interessados escolham a obra em um catálogo digital. Depois, basta enviar uma mensagem para o número de WhatsApp do projeto (21 99419-8869) e informar dados como nome ou o código da obra, nome completo e endereço. Após o processo, o livro chega no endereço informado dentro de alguns dias. A entrega e a devolução dos livros são feitas pelos Correios. Após receber a obra em casa, há um período inicial de 30 dias para concluir a leitura, com a possibilidade de prorrogar o empréstimo, caso seja necessário. Ao terminar, o leitor tem o título coletado em casa e pode solicitar o envio de um novo.

Dentre os 2 mil exemplares disponíveis, 70% são de autores brasileiros como Ana Maria Machado, Thalita Rebouças, Paulo Coelho e Monteiro Lobato. O acervo tem ainda 60 livros com ilustrações em braile para crianças, 30 livros em fonte ampliada para pessoas com baixa visão, 20 audiobooks para deficientes visuais e 35 livros em braile para adultos.


.: Solo de Laís Marques, "Lágrimas Fritas" estreia nesta sexta-feira


Com direção de Bruno Perillo, "Lágrimas Fritas" é uma obra cênica digital escrita e com atuação da atriz Laís Marques. Foto: Ana Luiza Leão

"Lágrimas Fritas" é uma obra cênica digital escrita e com atuação da atriz Laís Marques, que convida Bruno Perillo para assinar a direção. Composto por cinco episódios curtos, o ponto de partida é o roteiro cênico elaborado pela atriz a partir da transcrição de memórias pessoais e outras, sumariamente inventadas. 

Nesse balanço poético sobre a dor e a delícia de ser quem se é, a obra apresenta uma série de vivências poéticas, inusitadas, cheias de humor e criatividade. Temas delicados como o assédio sexual e a história de suas antepassadas são retratados de forma metafórica oferecendo ao público um espaço delicado para o testemunho sensível de um ser em busca de uma identidade mutante.  

A temporada começa dia 23 de abril e vai até o dia 25 do mesmo mês, com sessões duplas, às 11h e às 16h, sempre pelo canal do Youtube da atriz. “Partindo de memórias íntimas e confissões recriadas, a peça é um retrato poético de uma mulher em busca da própria identidade. Ao invés de apresentar uma solução simplista para uma tarefa no mínimo desafiadora, a obra apresenta o caminho em si, repleto de tentativas, fracassos e saborosas descobertas diretamente expostas ao público numa configuração digital e performática. A provocação que a obra suscita é: numa sociedade cada vez mais massificada, como garantir que as idiossincrasias individuais não sejam simplesmente descartadas? Em outras palavras: vale a pena suportar a dor e a delícia de ser quem realmente somos sem que isso se torne apenas uma aventura narcisista?”, conta Laís. 

As questões enfrentadas pela atriz-performer, pois, ultrapassam os limites da ficção e se referem aos desafios reais vivenciados sobretudo pelas mulheres no contexto atual da sociedade do descarte. A peça revela a tensão entre regras padronizadas e a ética de cada indivíduo através de uma corajosa jornada em torno da existência humana.


Sinopse do espetáculo 
A partir da pergunta “quem sou eu?” a atriz e autora Laís Marques apresenta ao público-tripulação algumas rotas para navegação em alto mar. Através do testemunho de um ser em busca de uma identidade mutante a performance digital composta por cinco episódios curtos mergulha em fatos recentes, narrativas de suas antepassadas e outras vivências recheadas de humor, poesia e criatividade.


Proposta de dramaturgia
“E se eu fosse outra pessoa? Se eu tivesse outro nome? (...) Outro gênero? Outra idade? Outra família? E se eu fosse pobre, mulher, preta e trans? E se mesmo assim eu quisesse ser artista? (...) E se eu fosse a Simone de Beauvoir? A Maria Bonita? E se eu fosse uma raiz?” (trecho da peça “Lágrimas Fritas”)

O roteiro composto por cinco episódios é fruto de um laboratório de escrita performática que a atriz Laís Marques vem desenvolvendo ao longo dos anos. São fragmentos confessionais, releituras de obras clássicas, adaptações de depoimentos anônimos e outros materiais que alimentam um processo propositalmente permeável aos fatos da realidade. 

Numa espécie de mergulho em águas digitais, os momentos mais marcantes na vida de uma mulher (aos 7, 17 e 27 anos) são rememorados justamente no seu 37º ano de vida. Os episódios não são lineares e remontam à estética do realismo fantástico. Eles testemunham a fome literal que a figura sente pelos livros, alguns fatos históricos marcantes, os assédios sofridos desde a adolescência e, ainda, os sucessivos fracassos na tentativa de adaptar-se ao universo profissional descolado do seu verdadeiro “eu”. Uma casa no campo é o cenário-paisagem que serve como referência para suas perambulações, danças e delírios poéticos.

Como num ritual performático, a temática existencialista se revela tanto na comunicação direta com o público quanto na coreografia inspirada numa canção pop. A intenção é criar conexões dinâmicas entre o microcosmo da performer e o contexto digital no qual está diretamente inserida. O roteiro inédito é a primeira empreitada dramatúrgica da atriz, que além de atuar em inúmeras séries de TV ("Passionais", segue disponível na Netflix), também se apresentou junto a algumas das companhias teatrais de maior prestígio no cenário nacional como a Cia. dos Atores (o premiado espetáculo “Insetos”, de Jô Bilac, com direção de Rodrigo Portella celebra 30 anos da trupe carioca), a Cia. Elevador de Teatro Panorâmico (com a peça “Sala dos Professores” foram agraciados nas categorias “Melhor Elenco” e “Autor” no V Prêmio Aplauso Brasil em 2017) e, ainda, a Cia Razões Inversas (“Heather”, espetáculo idealizado e atuado por Laís Marques com encenação de Marcio Aurelio foi premiado no 23º Festival Cultura Inglesa e também cumpriu temporada no Sesc Pinheiros em 2019). 


Laís Marques – Dramaturga e atriz
Bacharel e Mestre em Artes Cênicas pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Formada em Dança pela Escola de Dança do Theatro Municipal de São Paulo e em Gestão Cultural pelo Centro de Pesquisa e Formação CPF/ SESC-SP. Foi convidada para uma residência artística junto à Quarto Physical Theater no Teater Giljotin, Suécia. Foi selecionada para dançar no espetáculo “MabeMa”, inspirado na linguagem do Butô e dirigido pelo mestre japonês Tadashi Endo.

Ao longo da 29ª Bienal de São Paulo apresentou performances sob direção geral de Zé Celso Martinez Correa. Criou as performances da “Ocupação Zuzu” (Itaú Cultural, SP e RJ) e “BIOGRAPHIES” (dir. Kika Nicolela). Dentre os trabalhos em cinema, destacam-se “Filmefobia”, eleito “Melhor Filme” no Festival Internacional de Brasília, “O Signo Da Cidade”, vencedor na categoria Juri Popular do mesmo Festival e “Contra Todos”, premiado no Festival do Rio e Prêmio Silver Firebird Award for Young Cinema, Hong Kong.

As séries de TV que obteve destaque foram: “Motel” (HBO), “Beleza S/A” (GNT) e “Passionais” (Netflix). No Teatro, as peças mais recentes que atuou foram: “Entre Vãos” (dir. Luiz Fernando Marques, com A Digna Cia), “Sala dos Professores” (dir. Marcelo Lazzaratto, Prêmio Aplauso Brasil - Melhor Elenco e Autor) e “Insetos” (texto de Jô Bilac com a premiada CIA DOS ATORES). Em 2019 idealizou, produziu e atuou na peça “HEATHER”, encenação de Marcio Aurelio, selecionada pelo 23º Cultura Inglesa Festival e que seguiu em temporada no Sesc Pinheiros. Governo do Estado de São Paulo, a Secretaria, o ProAC, o Governo Federal e a Lei Aldir Blanc. 

Ficha técnica:
Espetáculo:
"Lágrimas Fritas"
Texto e Atuação: Laís Marques @_laismarques_
Direção: Bruno Perillo @bruperillo
Vídeos: Ana Luiza Leão @analuizaleao
Trilha: Pedro Semeghini @digitalpedrenriquer
Figurino: Anne Cerutti @annecerutti
Edição: Clara Lazarim @claralazarim
Assessoria de tecnologia: Celso Reeks @celsoreeks
Assessoria de imprensa: Pombo Correio @instadapombo
Mídia eletrônica: Kiron Comunicação @kiron.co
Assessoria contábil: Alvaro Barcellos @alvarobarcellos
Produção: Cacildinha Produções


Serviço
Espetáculo:
 "Lágrimas Fritas"
Sessões: 23, 24 e 25 de abril, sempre às 11h e 16h
Duração: 35 minutos
Classificação indicativa: livre
Transmissão ao vivo pelo canal do YouTube da atriz:
Links disponíveis no www.linktr.ee/__laismarques__

Tags
#LágrimasFritas #LaísMarques #LaisMarques #BrunoPerillo #AnaLuizaLeão #PedroSemeghini #AnneCerutti #ClaraLazarim #CelsoReeks #Alvaro Barcellos #CacildinhaProduções #CacildinhaProducoes


quinta-feira, 22 de abril de 2021

.: Festival Paulista de Teatro Musical divulga programação


Entre os dias 22 e 30 de abril, o Festival Paulista de Teatro Musical realiza sua 1ª edição marcada por muito entretenimento e informação. Serão quase 30 horas de programação dividida entre 17 atrações, incluindo 7 espetáculos, 4 leituras dramáticas e 6 palestras educacionais, abrilhantadas por diversos talentos, entre atores e criativos, conhecidos dos palcos.

O evento, que se dá de forma 100% online e gratuita através do YouTube do Prêmio Bibi Ferreira, terá sua abertura marcada por uma palestra de Miguel Falabella e seu encerramento por uma palestra de Charles Möeller, referências do teatro musical brasileiro. O FPTM é idealizado por Marllos Silva, mesmo criador do renomado Prêmio Bibi Ferreira, e viabilizado pelo Governo de São Paulo através da Lei Aldir Blanc. Com 17 atrações online e gratuitas, serão quase 30 horas de espetáculos, leituras dramáticas e palestras com grandes nomes do teatro musical brasileiro.

Com a proposta inédita de movimentar o cenário cultural, enaltecer o trabalho de criativos e artistas do teatro musical brasileiro e valorizar projetos originais do gênero, o Festival Paulista de Teatro Musical (FPTM) realiza entre os dias 22 e 30 de abril sua primeira edição. Lançado no formato digital, em função da Covid-19, a atração exibe sete espetáculos, quatro leituras dramáticas e seis palestras educativas, que poderão ser acompanhadas gratuitamente pelo YouTube do Prêmio Bibi Ferreira.

Criado pela Marcenaria de Cultura, o festival que conquistou visibilidade nacional e recebeu dezenas de projetos vindos de estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Mato Grosso, Paraná, Minas Gerais, Bahia e Rio Grande do Sul, contou com o olhar atento da curadoria especializada, representada pelo idealizador e produtor Marllos Silva, responsável também pelo Prêmio Bibi Ferreira, o diretor e pesquisador de teatro musical Jamil Dias, os jornalistas culturais Miguel Arcanjo Prado e Ubiratan Brasil, e o maestro e diretor musical Daniel Rocha.

“O FPTM foi gestado durante três anos para ser uma vitrine para novos projetos. Fiquei feliz e surpreso com a quantidade de projetos que recebemos, foram mais de 40 inscritos o que nos levou a aumentar o número de contemplados”, conta Marllos.

Com inscrições validadas através do envio de material audiovisual e/ou texto dramatúrgico e músicas, cada curador foi responsável por acompanhar mais de 2250 minutos de vídeo e ler mais de 2500 páginas para que pudessem eleger os selecionados da programação, que reunirá quase 30 horas de entretenimento e informação para quem deseja ir ao teatro sem sair de casa e saber mais sobre o universo dos musicais e suas diferentes áreas.

“A escolha se deu de forma muito carinhosa por parte da curadoria, que tentou traçar um panorama mais amplo da produção de teatro musical do país, tendo companhias mais experientes e mais novas. A série de leituras cria oportunidades para projetos em desenvolvimento experimentarem caminhos, uma parte importante na concepção de espetáculos e que infelizmente no país não temos conseguido fazer”, reflete o idealizador.

Tendo como intuito principal enaltecer trabalhos em teatro musical que tenham criação 100% original - texto, letra e música -, o festival abre suas cortinas para uma programação comandada por grandes profissionais dos palcos, com palestras instrutivas, produções nunca realizadas ou que já tiveram sua estreia com plateias presenciais ou virtuais, oferecendo ao público a oportunidade de ver ou rever um espetáculo nacional, e leituras que criarão expectativas sobre histórias que ainda sairão do papel.

“Ter a honra de contar com grandes profissionais do teatro musical dividindo o seu conhecimento no ciclo de palestras é sem dúvida um momento especial e que espero que possa ajudar a construir novos caminhos para a construção da dramaturgia para teatro musical no país”, celebra Marllos. “É extremamente importante ressaltar a força da Lei Aldir Blanc na realização do festival e no suporte à cultura do país neste momento. Se ela não existisse os profissionais estariam abandonados. Fomos um dos segmentos mais atingidos pela pandemia, e tivemos nossas atividades totalmente paralisadas. Na realização do festival procuramos distribuir os valores para o maior número de profissionais, o festival envolve mais de 150 profissionais de diversas áreas”, finaliza o produtor.

O 1º Festival Paulista de Teatro Musical é viabilizado pelo Governo do Estado de São Paulo através do Edital Proac Expresso Lei Aldir Blanc Nº40/2020 – “Produção e Realização de Festival de Cultura e Economia Criativa com Apresentação Online”.


Agenda de apresentações:

Quinta-feira, dia 22 de abril
20h - Abertura do Festival | Palestra com Miguel Falabella 


Sexta-feira, dia 23 de abril
20h - Musical: "O Mágico Di Ó – Um Clássico em Forma de Cordel"


Sábado, dia 24 de abril
16h - Palestra com Ricardo Tiezzi |  Tema: "Princípios de Estrutura Dramatúrgica"
18h - Leitura: "Brickfield, o Musical"
20h - Musical: "Diálogos"


Domingo, dia 25 de abril
16h - Palestra com Jamil Dias | Tema: "Conceituação e Caminhos do Musical"
18h - Leitura: "Lonza"
20h - Musical: "Terrível Incrível Aventura – Um Musical Fabulesco Marítimo!"


Segunda-feira, dia 26 de abril
18h - Leitura: "O Último Samba"
20h - Musical convidado: "Ponto de Bala"

Terça-feira, dia 27 de abril
16h - Palestra com Fernanda Maia | Tema: "O Uso da Canção Na narrativa do Teatro Musical"
18h - Leitura: "Dom Casmurro - O Musical"
20h - Musical: "A Ópera dos Três Porcos"

Quarta-feira, dia 28 de abril
16h - Palestra com Carlos Bauzys | Tema: "Piano Condutor, Arranjo Vocal e Orquestração"
20h - Musical: "Amor Barato - O Romeu e Julieta dos Esgotos"

Quinta-feira, dia 29 de abril
20h - Musical: "Azáfama: Substantivo Feminino"


Sexta-feira, dia 30 de abril
20h - Encerramento do Festival | Palestra com Charles Möeller

Apresentações no YouTube: https://www.youtube.com/channel/UCrZ_w6w2CZiFpxrOAS0D7aQ



.: A curta temporada de "Mais Esperto que a Morte", do Coletivo Bassusseder


Inspirado em contos populares de enganar a morte, os artistas se utilizam de múltiplas linguagens para levar o público a um universo fantástico. Fotos: Allan Benatti

Estreia nesta quinta-feira, dia 22, às 20h, o espetáculo "Mais Esperto que a Morte". Inspirado em contos populares de enganar a morte, os artistas se utilizam de múltiplas linguagens para levar o público a um universo fantástico. O espetáculo do Coletivo Bassusseder é inspirado em histórias de enganar a morte e ela mesma conta as situações em que tentou ser enganada.

A Morte está exausta de tanto serviço, relembra sua trajetória com histórias de pessoas e criaturas que conseguiram de alguma forma adiar ou negociar o inevitável. O espetáculo é composto por três histórias contadas com projeções de sombra numa caixa lambe-lambe, onde projetores, lanternas e refletores criam diálogos entre as narrativas. Uma conversa entre as linguagens das sombras, da máscara, da animação e dos quadrinhos, compondo o realismo fantástico.

Na primeira história, a Morte conta da vez que é salva por uma moça depois de tomar uma surra de um gigante. Assim a moça pôde ter uma vida mais tranquila e sem medos. A segunda história traz a costureira Maria que ao encontrar a morte sempre a entretêm envolvendo-a em histórias e mais histórias. A terceira e última é com João, que busca em toda sua longa vida o lugar onde a morte não exista.

“Essas três histórias tocam nas temáticas da esperança, do prazer de existir, do afeto, do cuidado e do percurso. Nenhuma delas aponta segredos divinos, mas trazem reflexões sobre o viver e o deixar acontecer”, diz o ator e diretor Allan Benatti. “São temas que despontam no nosso dia a dia e aqui de forma poética nos faz respirar diferente”, acrescenta Melissa.

O Coletivo Bassusseder aprofunda sua pesquisa e se dedica a investigar a dramaturgia da improvisação, o corpo improvisador e o hibridismo de linguagens dentro da composição coletiva como concepção cênica. Em 2012 funde-se com Cia Voos que tem a linguagem estruturada em trabalhos dirigidos pela consciência corporal, uma vez que compreende o corpo como eixo criador e comunicador da cena teatral. Sendo a improvisação, a máscara, o palhaço e educação somática o eixo dos projetos artísticos do coletivo.

Ficha técnica:
Espetáculo: 
"Mais Esperto que a Morte"
Allan Benatti: direção artística, ator, roteirista, confecção dos bonecos, contador do tempo, câmera, edição, cozinheiro, pai  e faxina
Melissa Panzutti: atriz, costureira, figurinista, cenógrafa, detalhista, câmera, problematizadora, cozinheira, organizadora da casa,  mãe e Faxina.
Paulo Federal: direção de atores, contra regra, câmera, confecção de bonecos,  soluções estratégicas, irmão, salva vidas , pai e lavador de louças.
Andrés Giraldo: trilha sonora original, cumplice,  sem fronteiras  e faxina.
Ronado Robles e Silvia Godoy: conselheiros, inspiradores, impulsionadores e muito amados.
Serviço:


Serviço
Espetáculo: "Mais Esperto Que A Morte" do Coletivo Bassusseder.
Curta temporada de seis apresentações, de quinta a domingo
Grátis
Duração: 50 minutos
Quinta e sexta, às 20h
Sábado e domingo, às 17h e 21h
A sala abre dez minutos antes do início do espetáculo
Indicação de faixa etária: para toda a família, mas a partir de 7 anos a criança terá melhor compreensão do todo.
Link: https://www.sympla.com.br/mais-esperto-que-a-morte__1183808
Projeto contemplado pela Lei Proac Aldir Blanc 36/2020.

Tags
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.: "#MadalenaSemFiltro", peça inspirada no livro de Rodrigo Alvarez, estreia


Inspirado no livro de Rodrigo Alvarez, espetáculo "#MadalenaSemFiltro", de Lays Ariozi, leva para a cena temas como machismo e feminicídio. Escrito e produzido durante a pandemia da Covid-19, monólogo foi especialmente idealizado para ser transmitido no formato online. Foto: Carlos Mach

O espetáculo "#MadalenaSemFiltro", inspirado no livro homônimo do jornalista e escritor Rodrigo Alvarez, estreia em formato digital nesta quinta-feira, dia 22 de abril. O monólogo, escrito, dirigido e com atuação de Lays Ariozi, narra a história de Madalena, uma mulher contemporânea, atriz de sucesso e youtuber, que vive uma relação abusiva com o parceiro e colega de trabalho, fazendo uma analogia à Maria Madalena, personagem bíblica.

Uma mulher conhece um homem e eles começam a namorar. Tudo vai bem até que uma crise de ciúmes desencadeia uma série de agressões e Madalena resolve assumir o protagonismo de sua própria vida. A história narrada é o enredo da peça "#MadalenaSemFiltro", de Lays Ariozi, mas poderia ser a de uma amiga, uma vizinha, de inúmeras outras mulheres brasileiras. 

Os casos de feminicídio no país aumentaram 2% durante a pandemia. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, 90% das mulheres foram mortas pelo companheiro ou pelo ex. No espetáculo, a artista leva para a cena a história de uma mulher contemporânea, atriz de sucesso e youtuber, que encarna as lutas das mulheres por igualdade, reconhecimento, respeito e sororidade, em contraposição ao patriarcalismo, ao machismo, ao feminicídio e à misoginia.

"Madalena nos representa de forma genuína, revelando o amor, a potência do feminino e a força de gerações de mulheres que lutam por reconhecimento e justiça. Acredito que a arte tem uma função social e como atriz me sinto na obrigação de dar o meu melhor para o mundo. Meu objetivo com esse espetáculo é também trazer um pouco de esperança e empoderamento em tempos tão difíceis. É uma honra ter a oportunidade de SER e ESTAR aqui, de ter o meu lar como palco principal e realizar esse projeto junto com uma equipe maravilhosa que produz com garra, amor e propósito! Agradeço ao Rodrigo Alvarez pela parceria e confiança e ao público que nos receberá.", comenta Lays.

Criada por Lays Ariozi e o jornalista Rodrigo Alvarez em 2021, a montagem foi pensada para ser encenada em formato digital, com a utilização de cenas ao vivo e gravadas, causando um impacto ainda maior ao espectador do outro lado da tela. Todas as cenas gravadas foram realizadas com o mínimo de pessoas necessárias no set, respeitando todos os protocolos de prevenção à Covid-19. O espetáculo é um exemplo de resiliência cultural em tempos de pandemia, quando a teatro presencial precisou se reinventar, criando uma nova linguagem.

A estreia acontece nesta quinta-feira, dia 22 de abril, com apresentações até o dia 25, no canal do Youtube do espetáculo. O acesso será feito através da compra de ingressos conscientes (de R﹩0 a R﹩50), que estão disponíveis no site da Sympla. O projeto foi aprovado no edital "Retomada Cultural- RJ" e incentivado através da Lei Aldir Blanc.

Com roteiro, direção e atuação de Lays Ariozi, a ideia do espetáculo surgiu após a artista fazer a leitura do livro homônimo de Rodrigo Alvarez, que apresenta um texto atual em que Maria Madalena ressurge em um tocante depoimento em primeira pessoa e revisita suas lutas e sua relação com Jesus Cristo, mostrando-se indignada com as injustiças que sofreu.

"Quando Lays me procurou querendo fazer uma peça baseada no meu livro sobre Maria Madalena, não tive dúvidas de que era um projeto pertinente, relevante e atualíssimo. Penso que, em grande parte, é isso o que esperamos da ARTE! Acabei me envolvendo e me tornando cocriador, ao lado da própria Lays que se mostrou uma profissional dos palcos com mil e uma qualidades. Penso que mulheres e homens vão ver na peça um entretenimento libertador; ao mesmo tempo uma catarse e uma reflexão sobre os rumos da nossa sociedade", afirma Rodrigo Alvarez.

O monólogo de Lays também traz a história de Madalena, mas não a apóstola. A Madalena da peça é uma mulher contemporânea, atriz, que tem um relacionamento com Pedro, também ator, e ambos fazem parte da mesma companhia teatral. Durante o processo de ensaio para o novo espetáculo, Pedro potencializa seu ciúme doentio por Madalena e no auge de suas crises agride verbal, moral e fisicamente a companheira. Prestes a protagonizar uma das produções mais esperadas em todo o país, Madalena precisa tomar uma decisão importante que pode mudar o rumo de sua vida: escolher seguir o seu grande sonho e brilhar no palco ou respeitar a sua dignidade enquanto mulher.

A narrativa é apresentada em dois tempos: passado (no início da crise sanitária causada pela Covid-19) e presente (que na peça acontece no ano de 2023). As dores vividas pela personagem - término traumático, agressão, machismo no ambiente profissional - agravadas pela solidão do isolamento social levam Madalena a criar um diário digital, onde passa a compartilhar suas angústias, sonhos e anseios.

O roteiro desenvolve uma conexão com a Maria Madalena conhecida hoje por apóstola de Jesus e para muitos como a primeira feminista da história, mas que durante séculos foi desprezada e vista como prostituta. O monólogo conta com trilha sonora original composta por Max Viana, direção de fotografia e edição das cenas gravadas de Tomás Ribas. No dia 23/04, sexta-feira, a sessão será acessível e contará com uma intérprete de Libras.

Ficha técnica
Espetáculo: 
"#MadalenaSemFiltro"
Criação: Lays Ariozi e Rodrigo Alvarez
*livremente inspirado no livro "#MadalenaSemFiltro", de Rodrigo Alvarez
Roteiro, direção e atuação:
Lays Ariozi
Consultoria artística e preparação de elenco: Estrela Straus
Direção de arte: Gabriella Mahaivi
Produção: Lays Ariozi
Assistente de produção: Luciana Magoulas
Diretor de fotografia e edição (cenas gravadas): Tomás Ribas - Cocriação Filmes
Trilha sonora original: Max Viana
Maquiagem gravação: Ana Gangemi
Social media e still: Tainá Ariozi
Videomaker: Abby Liz
Transmissão ao vivo: Gustavo Bricks
Fotos: Carlos Mach
Assistente de fotografia: Daniel Sulima
Maquiagem fotografia: Julia Nunes
Arranjo piano: Maestro Zeca Monteiro
Design gráfico: Antoine Olivier
Intérprete de libras: Juliete Viana - Office Traduções
Participações especiais: Cristiano Gualda (Gregório), Dayse Ariozi (Margarida), Gustavo Mouro (Policial), Lars Marques Hokerberg (Valentim), Luzia Avellar (Lídia) e Victor Almeida (Pedro)

Serviço:
Espetáculo: 
"#MadalenaSemFiltro"
Temporada: De 22 a 25 de abril de 2021 (quinta a domingo)
Horário: 20 horas
Ingresso consciente: http://www.sympla.com.br/produtor/laysariozi
Valores: de R$0 a R$50
Transmissão no YouTube: http://bit.do/madalenasemfiltroespetaculo
Classificação: 16 anos

Tags
#MadalenaSemFiltro #RodrigoAlvarez, #LaysAriozi #Madalena #MariaMadalena 

.: Coletivo de Galochas estreia "Mau Lugar" pelas plataformas digitais

"Mau Lugar - Uma Áudio Libras Ficção", foi montada a partir da transposição da peça homônima do Coletivo de Galochas para a linguagem dos sons e recriada simultaneamente em Libras, Língua Brasileira de Sinais, com parceria do Coletivo ramariaS. A peça estreou, originalmente, em 2017 e passou por importantes espaços, como o TUSP - Teatro da USP (2018), Teatro de Arena Eugênio Kusnet (2019), Teatro da Cia. da Revista (2020), cuja temporada foi interrompida pela pandemia e deu origem a esse trabalho em modo remoto.

A opção radical do grupo pela áudio-difusão, através da construção de um drama sonoro, foi inspirada pelas radionovelas cubanas das primeiras décadas do século XX. É um convite à sensibilidade expandida, a partir de um movimento de encontro de si, mas capaz de imergir na alteridade: ao fechar os olhos e amplificar a escuta atenta, não perdemos a imagem do mundo, antes, ingressamos em sua profundidade sonora.

O trabalho com Libras, Língua Brasileira de Sinais, nasceu da necessidade da transposição da peça para pessoas surdas ou ensurdecidas. Mas acabou se tornando uma reescrita completa do roteiro em Libras. A peça foi montada totalmente em modo remoto, com orientações à distância na interação com atrizes e atores do Coletivo de Galochas, para a produção e registro dos áudios e na gravação das imagens de Libras, pelo Coletivo ramariaS.

"Mau Lugar" reflete sobre um dos mais pesados fardos da própria morte, além da dor e da perda do ente querido: o sequestro do direito ao luto. Nessa distopia onde Lúcia está imersa, o direito à memória da filha, o luto e o respeito ao corpo lhe são violentamente arrancados, assim como as esperanças e crenças em um sistema de valores.


Sinopse
"Mau Lugar" retrata uma sociedade controlada pelo Remédio da Felicidade que já não pode mais conter a onda de suicídio entre os jovens. Como resposta, o suicídio é criminalizado, com violentas punições aos familiares das pessoas que tiram ou tentam tirar a própria vida. Lúcia, uma gerente de fábrica, vê tudo se transformar após encontrar a filha que se enforcou e ser denunciada. Entrando e nos arrastando com ela para um "Mau Lugar", onde os corpos dos mortos são apenas fardos pesados e o luto um ritual de queima no lixão. Ela deve se livrar do corpo, para não sofrer sansões e acaba se encontrando com os Mercadores de Corpos.


Episódios
"Mau Lugar" será dividida em três episódios, que vão estrear pelo YouTube, Spotify e SoundCloud, nas páginas do Coletivo de Galochas e permanecerão publicadas nas plataformas para serem ouvidas gratuitamente. Os episódios são apresentados em sequência, com dois dias de apresentação cada e, no final da temporada, será feita uma “maratona” com a apresentação consecutiva dos três episódios em um mesmo dia:

1. "Empacotando a Filha" (dias 22 e 23, abril)
2. "Felicidade em Chamas" (dias 24 e 25 de abril)
3. "A Vida É Uma Dádiva" (dias 27 e 28 de abril)
4. Maratona – Apresentação completa dos três episódios (dias 29 e 30 de abril)


Diálogos em tempos de isolamento
Rodas de Conversas sobre teatro, translinguagem, acessibilidade, luto e morte. Nos dias 23, 25, 28 e 30 de abril serão realizadas os "Diálogos em Tempos de Isolamento", rodas de conversa sobre temas suscitados pelo espetáculo, com Psicólogos, artistas, pessoas que trabalham com acessibilidade pública e os grupos envolvidos.


23 de abril - Capítulo I - "Empacotando a Filha"
Roda I - Campo Expandido da Sensibilidade: O Encontro Entre Linguagens Enquanto Potência Criativa. Com o Coletivo ramariaS

25 de abril - Capítulo II - "Felicidade em Chamas"
Roda II - Ocupação Cultural e Acessibilidade: Avanços e Desafios. Com Glauce Teixeira, Nana Roots e Mona Rikumbi

28 de abril - Capítulo III - "A Vida É Uma Dádiva"
Roda III - Diálogos Sobre Luto e Morte: Falar Para Resistir. Com a Professora Maria Júlia Kovács, do Laboratório dos Estudos Sobre a Morte, Psicologia/USP.

30 de abril - Espetáculo completo 
Roda IV - Criação em Tempos de Isolamento: a Transposição do Teatro Presencial para o Online e Sua Potência Investigativa. Com Coletivo de Galochas.

As atividades terão início sempre às 19h e acontecerão em sala fechada, sendo transmitidas simultaneamente em três diferentes redes sociais do Coletivo de Galochas [YouTube, Facebook e Instagram].  A interação com a plateia se dará via chat, com monitoramento da assessoria de mídias sociais.  Todos os encontros terão a presença de intérpretes de libras. As lives ficarão salvas no canal do Youtube.


Libras
A produção foi transposta para a Libras (Língua Brasileira de Sinais), com uma reescrita completa do roteiro para que a mesma sensação de drama possa ser compartilhada por quem não pode ouvir, mas lida com os sons do mundo de uma outra forma.

A adaptação do espetáculo "Mau Lugar" para a versão em Áudio Libras ficção e sua exibição são possíveis graças ao edital ProAC Expresso LAB nº36/2020, da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, possibilitado pela Lei Aldir Blanc, da Secretaria Especial de Cultura do Governo Federal.


Ficha técnica
Espetáculo:
"Mau Lugar - Uma Áudio Libras Ficção"
Criação: Coletivo de Galochas
Elenco: Diego Henrique, Kleber Palmeira, Natália Quadros, Rafael Presto, Mariana Queiroz e Wendy Villalobos.
Libras: Coletivo ramariaS - Amanda Assis, Amanda Lioli, Edinho Santos, Fábio de Sá, Marita Oliveira, Nayara Rodriguez.
Dramaturgia: Antonio Herci e Rafael Presto.
Assessoria de imprensa: Pombo Correio.
Assessoria de mídias sociais: Dora Scobar.
Produção executiva: Rafael Vix.
Direção de produção: Deborah Penafiel.
Captação, sonoplastia, montagens de libras e edição de AV: Antonio Herci e Daniel Lopes.
Direção: Antonio Herci e Daniel Lopes.


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.: Espetáculo "Scroll Roll" faz pesquisa sobre a compulsão humana


"Scroll Roll" é um aplicativo inventado para o encontro virtual dos personagens-intérpretes do espetáculo, que estreia dia 22 de abril, em transmissão pelo canal do espetáculo no Youtube, com texto de Antônio Rogério Toscano e direção coletiva do grupo. 

Em português significa “pergaminho” e também se refere ao ato de “rolar para baixo”, com intuito de atualizar o conteúdo do aplicativo no qual o usuário navega virtualmente. Contudo, nem sempre esse "rolar para baixo" tem um fim ou propósito definido, proporcionando uma sensação de falta ao sujeito.  

Esta falta ou ausência, é o disparador do espetáculo Scroll Roll, no qual quatro artistas - a atriz Raquel Parras e os atores Danilo Martim, Luiz Felipe Bianchini e Walmick de Holanda – unem-se no desejo de pesquisar as possíveis razões pelas quais comportamentos compulsivos e autodestrutivos se estabelecem como hábitos nos seres humanos e em suas relações virtuais e reais. 

A dramaturgia é construída em formato de um aplicativo de encontro fictício e no avançar de etapas que o aplicativo propõe, que faz com que os usuários se exponham, revelando-se a si e, assim, o app revela a continuidade e descontinuidade entre os distúrbios para que seus usuários recolham as pistas – as migalhas deixadas – e sigam rolando o pergaminho da timeline para baixo, atualizando o conteúdo e passando de fase. O conceito da encenação virtual é realizado coletivamente, porém, a direção de cada intérprete foi feita por outro artista, de modo que cada ator/atriz do trabalho dirige outro ator/atriz.


Sinopse 
Não porque querem, mas porque sentem que necessitam, quatro desconhecidos entram em um aplicativo chamado "Scroll Roll". Esse é o gatilho que precisavam para continuar sobrevivendo ao isolamento social. No jogo, pistas e desafios aparecem para que eles avancem de fase. Eles falam sobre si, seus comportamentos, seus segredos, suas compulsões e tudo aquilo que não se deseja que se descubra que alguém procura na busca do Google. Para a criação do espetáculo, o dramaturgo Antônio Rogério Toscano tem como referência norteadora a obra do coreano Byung-Chul Han. 

Hoje o mundo vive uma adaptação, pelo contexto de pandemia, segundo a qual o humano - e o Teatro por sua vez - precisam reinventar-se. O que se percebe é que a lógica do neoliberalismo invadiu de forma radical o nosso modo de pensar, agir e nos relacionar. As práticas de manipulação estabelecidas a partir das redes sociais são evidentes - como exemplo podemos indicar o documentário “O Dilema nas Redes” (2020), dirigido por por Jeff Orlowski e produzido pela Netflix.

No nosso tempo presente, os indivíduos se vêem escravos de um sistema coercitivo de produtividade, que fica cada vez mais explícito. Em “Psicopolítica - o neoliberalismo e as novas técnicas de poder” (2018), Han propõe que muitos dos transtornos psíquicos como depressão, ansiedade e síndrome de burn out - (CID-10 Z73), também chamada de esgotamento profissional - são reflexos de um humano escravizado pelo neoliberalismo, que explora a liberdade do sujeito. A necessidade do consumo, de tornar-se produto nas redes sociais, de produzir, de realizar e acompanhar lives, de gerar consumo e engajamento sobre algo, aumenta cada vez mais. É visível que esta lógica adoece. 

À luz do pensamento proposto por Han, identificamos que o contexto ao qual se vive propicia comportamentos compulsivos que geram dor e sofrimento. O intuito, ao abordar tais temáticas, é problematizar o que diz respeito a um modus operandi fruto do capitalismo neoliberal, que com uma ideia sedutora, mas ditadora, de produtividade adoece o humano ao aumentar ansiedades, estresses, sentimentos de insatisfações constantes e, como consequência, gera compulsões. 


Ficha técnica:
Espetáculo:
"Scroll Roll"
Dramaturgia: Antônio Rogério Toscano
Direção e elenco: Danilo Martim, Luiz Felipe Bianchini, Raquel Parras e Walmick de Holanda
Orientação de direção de interpretação: Vanessa Bruno
Direção musical: Josyara
Consultoria psicoterapêutica: Ana Luiza Leão
Operação técnica: Guilherme Matzei
Edição: Pablo Diego Garcia e Walmick de Holanda
Produção: Leonardo Birche
Projeto gráfico: Walmick de Holanda

Serviço:
Espetáculo:
"Scroll Roll"
22 a 30 de abril
Dias e horários: 22/04 - 21h, 23/04 - 20h, 24/04 - 20h, 28/04 - 20h, 29/04 - 20h, 30/04 - 21h
Link para acesso: www.youtube.com/espetáculoscrollroll 
Grátis
Classificação indicativa: 12 anos


Tags
#ScrollRoll #AntônioRogérioToscano #AntonioRogerioToscano #DaniloMartim #LuizFelipeBianchini #RaquelParras #WalmickDeHolanda #VanessaBruno #Josyara

.: Com Gabriela Alcofra, espetáculo de dança-teatro "Sede" estreia


Gabriela Alcofra, intérprete-criadora e dramaturga, estreia o espetáculo "Sede" nesta quinta-feira, dia 22 de abril. Foto: Marilia Scharlach

Idealizado em 2015, na gravidez de Gabriela Alcofra, intérprete-criadora e dramaturga do espetáculo, Sede nasce de um incômodo real vivido a partir do conflito de uma maternidade e postura de gênero idealizadas por padrões sociais midiáticos versus a experiência prática. Com direção de Leonardo Birche e direção musical de Daniel Conti, o espetáculo de dança-teatro aborda, portanto, o puerpério como eixo dramatúrgico para pesquisar relações entre corpo, palavra e gesto, a partir de questões sociais mobilizadoras, tais como a perspectiva de gênero, o casamento e a maternidade real. A temporada acontece de 22 a 25 de abril, com sessões às 20h e às 23h pelo Youtube. 

“Em um caminho intermediário entre a realidade e ficção, Sede mergulha na solidão, no confinamento, na sobrecarga de tarefas e nas questões culturais de ser mulher, fazendo disso seu material poético e estético”, conta Gabriela. 

Com o advento da pandemia de covid-19, que isolou o mundo em seus ambientes privados como forma de conter o avanço da doença, o espetáculo se amplifica nos ecos do ser humano confinado e sobrecarregado, seus encontros e reencontros consigo, as dores e as delícias de se descobrir vivo.


Questões da pandemia

Assolada pela sobrecarga de funções, pelo questionamento de sua identidade, pelas incertezas de seu futuro profissional como intérprete e pela solidão advinda das suas multitarefas enquanto mãe e artista, seu puerpério tornou-se fruto de muitas questões individuais e políticas. Essas questões mobilizaram Gabriela Alcofra a começar a investigar poeticamente na linguagem da dança-teatro esse novo universo inaugurado pela maternidade, tendo a parceria do diretor teatral Leonardo Birche, na condução e direção da pesquisa, assim como do músico Daniel Conti, na concepção da ambientação sonora do espetáculo.

Sua inquietação a levou também para o aprofundamento de suas questões através do doutorado em Artes da Cena na Unicamp, debruçada sobre a questão central “como ser mãe e ser artista na dança contemporânea em São Paulo?”, orientada pela profª Drª Julia Ziviani Vitiello e defendido em 2019. Na ocasião da cerimônia de defesa, a pesquisa prática em andamento, até então intitulada de Bunker, foi apresentada para a banca avaliadora.

O processo de pesquisa foi sendo retroalimentado através da teoria e prática, utilizando referências bibliográficas propostas pelo Programa de Pós-Graduação, assim como realizando diários de campo de auto-observação e análise de seu próprio corpo e de seu filho em desenvolvimento e realizando entrevistas com mulheres puérperas artistas em São Paulo. 

Paralelamente a isso, junto com o diretor Leonardo Birche, Gabriela Alcofra foi investigando o caminho inter-linguagem da dança-teatro, mesclando referências  específicas da área do teatro, como a metodologia proposta por Stanislaviski, com seu histórico de referências na dança, como, por exemplo, a investigação expressiva através do estudo do movimento, como proposto por Klauss Vianna.

Nesse processo, Gabriela Alcofra escreveu uma dramaturgia como forma de organizar a composição coreográfica a partir dos sentidos e paisagens estéticas levantadas. Nessa dramaturgia, corpo, palavra, sensação e som são trabalhados mutuamente, de forma democrática, não-hierárquica. Foram levantadas cinco cenas divididas a partir das situações vividas por essa mulher: a relação com seu próprio corpo, a relação com seu filho, o casamento, a relação com a imagem social, a descoberta das emoções.

O título anterior do trabalho, “Bunker” se deu a partir da sensação de confinamento gerada pela maternidade e suas angústias advindas das amarras psicossociais impostas às mulheres nesse novo papel. Curiosamente, o isolamento social causado pela pandemia de covid-19 em 2020 no mundo trouxe à tona esta circunstância vivida por muitas mulheres no puerpério, fazendo uma associação metafórica com a maternidade e os efeitos do isolamento social. 

Sendo assim, os temas anteriormente abordados na pesquisa tornam-se ainda mais pertinentes e com mais possibilidades de leituras semânticas, trabalhando assuntos como: a incerteza do futuro, a imobilidade social, a sobreposição de tarefas e papéis sociais circunscritos em um mesmo espaço físico, o universo familiar e profissional convivendo em um mesmo espaço-tempo.

Em 2020, os artistas criadores decidem mudar o nome de “Bunker” para "Água-me" (título provisório para o ensaio aberto realizado em janeiro de 2020) e então escolhem o título "Sede", por acreditarem que o nome Bunker tem um peso histórico marcante e possivelmente crítico se pensado atualmente. O título "Sede" faz menção ao texto falado por Gabriela Alcofra em uma das cenas, onde constantemente pede por um copo d´água para matar a sede. 

A sede é uma constante no puerpério, pois a amamentação provoca fisiologicamente essa necessidade. A sede pode ser vista também como a falta de auxílio, de conforto, de suporte, de cuidados essenciais. Além disso, referencia a água (também presente na dramaturgia do texto) que vai além da água potável, expandindo a sensação para os líquidos do corpo: lubrificações, sangue, útero, menstruação, leite.

"Sede" pretende aprofundar e finalizar a pesquisa iniciada em Bunker, repensando caminhos estéticos adaptados para o formato audiovisual online, debruçando-se sobre os eixos já levantados, tais como: solidão, reconhecimento do corpo da mulher em transformação, a imagem de um corpo mulher-mãe para a sociedade, relação com o espaço confinado da casa, loucura gerada pela exaustão, exercício de um amor em construção.

Nessa pesquisa, o audiovisual é considerado como mais uma camada da dramaturgia, pensando os planos de câmera como aliados da composição coreográfica, tendo na vídeodança a inspiração para uma linguagem híbrida borrando as fronteiras entre a dança, o cinema e o teatro. Para isso, a cineasta e também mãe, Marilia Scharlach, contribuiu com sua visão na direção de fotografia e câmera. 

Durante a gravação, microfones direcionais e de ambiência captaram os sons do movimento da intérprete, gerando estímulos que, processados eletronicamente e somados ao canto da intérprete-criadora, ruídos e ambiências pré-gravados, desenham as paisagens sonoras vivas que compõem a trilha sonora original, a cargo de Daniel Conti. Dessa maneira, Sede se envereda pelos caminhos poéticos da metáfora para propor uma cena para além da literalidade, fundada em paisagens sonoras e visuais, atuando em um lugar fronteiriço entre o gesto, a palavra e a imagem, que ampliam as camadas de sentido do espectador.


Ficha técnica
Espetáculo:
"Sede"
Interpretação e dramaturgia: Gabriela Alcofra
Direção: Leonardo Birche
Trilha sonora e captação direta: Daniel Conti
Direção de fotografia e câmera: Marilia Scharlach
Edição e montagem: Gabriela Alcofra e Daniel Conti
Direção de arte: Eliseu Weide
Produção: Renata Allucci
Projeto gráfico: Fernanda Allucci
Tradução: Letícia Rodrigues
Assessoria de imprensa: Pombo Correio

Serviço: 
Espetáculo: 
"Sede"
Quinta-feira, dia 22 de abril, às 23h
Sexta-feira, dia 23 de abril, às 23h
Sábado, dia 24 de abril, às 20h e 23h
Domingo, dia 25 de abril, às 20h e 23h
Duração: 35 minutos
Classificação: 16 anos
Link de acesso: http://bit.ly/videodancasede
Grátis


Tags
#
Sede #Gabriela Alcofra #Leonardo Birche #Daniel Conti #Marilia Scharlach #Eliseu Weide #RenataAllucci

quarta-feira, 21 de abril de 2021

.: Diário de uma boneca de plástico: 21 de abril de 2021


Querido diário...

Hoje é dia 21 de abril... Dia de Tiradentes, Joaquim José da Silva Xavier que foi dentista, tropeiro, minerador, comerciante, militar e ativista político brasileiro, que atuou nas capitanias de Minas Gerais e Rio de Janeiro, ou seja, era participante ativo na Inconfidência Mineira. 

A inconfidência mineira teve como objetivo a proclamação de uma República independente, além de criar uma universidade e abolir dívidas junto à Fazenda Real. E qual fim Tiradentes teve? Foi o único do grupo a ser condenado ao enforcamento em 1792, no 21º dia de abril. Antes de morrer disse: “Se dez vidas tivesse, dez vidas daria”“Se dez vidas tivesse, dez vidas daria”

Nesse mesmo dia de hoje celebramos o anivesário de outras grandes figuras, uma gringa e outra brasileira: Charlotte Brontë e Hilda Hilst, respectivamente. 

Diário, eu amo tanto os escritos das irmãs Brontë. É que eu tenho um lado romântico aflorado. Até tento escapar, mas... 

E quem foi Hilda Hilst?! Uma mulher considerada pela crítica especializada como uma das maiores escritoras em língua portuguesa do século XX. Neles aborda o misticismo, insanidade, erotismo e libertação sexual feminina. A escritora que nasceu em Jaú, foi muito influenciada por James Joyce e Samuel Beckett, tal influência surge em temas e técnicas recorrentes como o fluxo de consciência e realidade fraturada.

Ufa! Que dia lindo, hein!?

Beijinhos pink cintilantes e até amanhã,








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