quinta-feira, 24 de junho de 2021

.: Disney+: "A Misteriosa Sociedade Benedict" estreia nesta sexta-feira


O Disney+ anunciou que "A Misteriosa Sociedade Benedict" estreará nesta sexta-feira, dia 25 de junho, com dois episódios. Os pôsteres dos personagens também já estão disponíveis.

Após vencer um concurso de bolsa de estudos, quatro órfãos talentosos são recrutados pelo peculiar Sr. Benedict para uma missão perigosa para salvar o mundo de uma crise global conhecida como A Emergência. Reynie, Sticky, Kate e Constance devem se infiltrar no misterioso Instituto L.I.V.E. para descobrir a verdade por trás da crise. Quando Dr. Courtain parece estar por trás desta situação mundial, as crianças da Misteriosa Sociedade Benedict devem traçar um plano para derrotá-lo.

"A Misteriosa Sociedade Benedict" é estrelada por Tony Hale, Kristen Schaal, MaameYaa Boafo, Ryan Hurst, Gia Sandhu, Seth B. Carr, Emmy DeOliveira, Mystic Inscho e Marta Kessler. A série tem produção executiva de Sonar Entertainment, 20th Television, Jamie Tarses, Karen Kehela Sherwood, Deepak Nayar, David Ellender, Matt Loze, James Bobin, Matt Manfredi (roteirista/criador) e Phil Hay (roteirista/criador). Os showrunners da série são Darren Swimmer e Todd Slavkin.

Sobre o Disney+
Disney+ é o lar de streaming dedicado aos filmes e programas Disney, Pixar, Marvel, Star Wars, National Geographic, e muito mais. Como parte do segmento Disney Media and Entertainment Distribution da Disney, Disney+ está disponível na maioria dos dispositivos conectados à Internet e oferece programação sem comerciais com uma variedade de longas-metragens originais, documentários, live-actions e séries animadas, e conteúdo de curta duração.

Junto com o acesso sem precedentes à incrível biblioteca de entretenimento de cinema e televisão da Disney, o serviço também é o lar de streaming exclusivo para os mais recentes lançamentos da The Walt Disney Studios. O Disney+ está disponível como parte de uma oferta de pacote que dá aos assinantes acesso ao Disney+, Hulu e ESPN+. 

quarta-feira, 23 de junho de 2021

.: Íris Stefanelli, a protagonista de "No Limite", em uma entrevista sem limites


Eliminada no último episódio de "No Limite", a mineira atribui sua eliminação às tretas por banho. Foto: Fábio Rocha

Desde a 7ª edição do "Big Brother Brasil", Íris Stefanelli já não tinha papas na língua. E não foi diferente em "No Limite". Íris falou pelos cotovelos, tretou pra tomar banho e reclamou muito da chuva, mas também encarou o desafio com sangue nos olhos e muita superação. "Estou orgulhosa de ter aguentado os bichos e os mosquitos sem ter medo, ter aguentado a tempestade, o sol! Não tive nem uma dor na unha, não tive nada. Eu acordava disposta e ia para as provas com a força de um leão", conta ela.
 
Logo no início do programa da última noite, dia 22 de junho, a tribo Carcará precisou escolher um de seus competidores para ser mandado para o grupo adversário, em uma votação aberta. Íris até conseguiu empatar com Gui Napolitano em um primeiro momento, com três votos para cada, mas no desempate a loira acabou levando a pior. Já na tribo Calango, após perderem a Prova do Privilégio, Íris chegou no acampamento revelando todos os segredos de seus ex-colegas de time: "Eu estava chateada e acabei contando tudo. Eu queria ter ficado na Carcará. Mas respeito, jogo é isso mesmo", explica.
 
Após após virar o jogo e vencer a Prova da Imunidade, a tribo Carcacá conseguiu passar por mais uma semana sem visitar o Portal e segue no jogo com Viegas, Paula, Zulu, Gui Napolitano e Elana. Já a Calango, que votou pela eliminação de Íris, segue com Kaysar, André, Jéssica e Carol Peixinho. "No Limite" vai ao ar às terças, após "Império", com apresentação de Andre Marques, direção artística de LP Simonetti e direção geral de Angélica Campos. O reality é mais uma parceria da Globo com a Endemol Shine Brasil, com base no "Survivor", um formato original de sucesso.
 

Por que você topou participar do "No Limite"?
Íris Stefanelli - Quando recebi o convite, achei desafiador. Eu pesquisei na internet para ver como foram as outras edições e achei que seria menos pior. Mas quando cheguei, vi o tamanho do desafio. 


Como você avalia a experiência?
Íris Stefanelli - A minha experiência, não vou mentir, foi bem sofrida. Tirei toda a garra que eu tinha do meu interior. e coloquei na minha cabeça que eu ia aguentar. Só não aguentava a falta de banho (risos). Estou orgulhosa de ter aguentado os bichos e os mosquitos sem ter medo, ter aguentado a tempestade, o sol! Não tive nem uma dor na unha, não tive nada. Eu acordava disposta e ia para as provas com a força de um leão.
 

Você teve a oportunidade de conviver com as duas tribos. Como você avalia cada uma?
Íris Stefanelli - A Carcará é muito séria. A tribo toda é muito ligada em esportes, alguns são profissionais, todos muito focados. Eles só foram se soltar com mais de uma semana de convivência, depois de perdermos o luau. Mas eles são bons em tudo: em mira, em força. Nunca vi nada igual. Já na tribo Calango era diferente, eles dançavam, cantavam, eram mais descontraídos. A alegria da Calango, o charme. Mesmo perdendo, eles levantavam brincando, o Kaysar agitava e todo mundo ria, não brigavam uns com os outros.
 

Você chegou na Calango contando tudo. Você se sentiu subestimada pela tribo Carcará?
Íris Stefanelli - No começo, sim, mas acho que era culpa minha porque logo no início, na prova da duna, eu fiquei muito insegura. Eu achei que eu ia passar vergonha e não deveria ter mostrado isso para eles. Eu estava chateada por ter sido votada e acabei contando tudo. Eu queria ter ficado na Carcará. Mas respeito, jogo é isso mesmo.
 

Para quem fica a sua torcida?
Íris Stefanelli - Eu estou entre Paula e André, são os meus preferidos. A Paula é muito focada e tem disciplina no que ela faz. E o André porque, além de ser bom no jogo, ele tem piedade dos que erram (risos).
 

.: "A Premonição", de Michael Lewis, um retrato assombroso sobre a pandemia

Autor de best-sellers como "Moneyball", jornalista americano apresenta cidadãos que atuaram na contramão da política negacionista de Trump frente à pandemia.


Em "O Quinto Risco", lançado no Brasil em 2019 pela IntrínsecaMichael Lewis investiga a atuação do governo de Donald Trump durante os primeiros meses do seu mandato. 

Respaldado por uma rigorosa apuração, o autor revelou um cenário assustador, que se formou logo depois da posse do ex-presidente americano. A equipe de transição do governo demonstrou total desinteresse e despreparo para gerenciar os setores estratégicos que comandariam nas agências federais de energia, comércio e agricultura. Era uma espécie de prólogo do que estava por vir. 

"A Premonição", que chega às lojas em junho pela Intrínseca, parte da gestão desastrosa de Trump no que diz respeito ao combate à pandemia de Covid-19, mas foca nos americanos que não se deixaram levar pelo negacionismo do então presidente dos Estados Unidos, país que ocupa hoje o primeiro lugar no ranking do número absoluto de mortes ― seguido pelo Brasil e pela Índia. 

Quando o novo coronavírus começou a se espalhar pelo mundo, Trump insistiu que não havia nada com que se preocupar, postura também adotada pelo presidente Jair Bolsonaro, no Brasil. Mas, felizmente, ainda podemos contar com os céticos, os que estudam pandemias e os que estão dispostos a examinar com rigor mesmo os piores cenários. Este thriller de não ficção brilhante e tenso contrapõe médicos visionários à resposta oficial negacionista diante da eclosão da Covid-19.

Os personagens apresentados são tão fascinantes quanto inesperados: uma menina de 13 anos cria um projeto escolar sobre a transmissão de um patógeno aerotransportado que se transformaria em um modelo adulto de controle de doenças; uma funcionária da rede de saúde pública usa sua perspectiva para identificar falhas do Centro de Controle e Prevenção de Doenças e revelar grandes verdades sobre a sociedade americana; uma equipe secreta de médicos dissidentes, apelidados de Wolverines, dispõe de todo o necessário para combater a pandemia — formações brilhantes, laboratórios de ponta, experiência com as ameaças pandêmicas da gripe aviária e suína —, mas não consegue permissão oficial para fazer o próprio trabalho.

Essas pessoas se recusaram a seguir diretivas baseadas em desinformação e na falta de empatia pelo semelhante e Michael Lewis não hesita em chamá-las de heróis. Um retrato preciso e assombroso contra a negligência e a desumanidade que surgiram com uma das maiores crises sanitárias de todos os tempos.


Sobre o autor
Michael Lewis é escritor e jornalista, formado em história da arte pela Universidade de Princeton e mestre em economia pela London School of Economics. Colunista do site Bloomberg View e colaborador da Vanity Fair, já contribuiu também com as revistas The New York Times Magazine, The New Yorker e Sports Illustrated. Publicou pela Intrínseca "O Quinto Risco", "Moneyball: o Homem que Mudou o Jogo", "Flash Boys: Revolta em Wall Street" e "O Projeto Desfazer: a Amizade que Mudou Nossa Forma de Pensar". Atualmente mora nos Estados Unidos com a mulher e os três filhos. 

Ficha técnica:
Livro: 
"A Premonição"
Autor: Michael Lewis
Editora: Intrínseca
Páginas: 352 
Link na Amazon: https://amzn.to/3xJzyiy

.: Lázaro Ramos apresenta Gusmão, um menino que sonha ser coelho


"O Pulo do Coelho"
é o lançamento da vez de Lázaro Ramos - segundo livro do artista publicado pela editora Carochinha. A produção convida o pequeno leitor a fazer uma escolha antes mesmo de entrar no universo da história: para brincar com a ideia das diferentes perspectivas de leitura, a edição chega ao público com duas opções de capa.

Publicado pela Editora Carochinha, lançamento infantil do ator e escritor best-seller traduz ludicamente os significados de autonomia, liberdade, frustração e esperança em narrativa com ares circenses. O sexto livro infantil do ator e escritor Lázaro Ramos convida o pequeno leitor a fazer uma escolha antes mesmo de entrar no universo da história: o pequeno leitor poderá escolher entre duas capas de O pulo do coelho no momento da compra.

Publicada pela editora Carochinha, a obra conta a história de Gusmão, um menino “querente” de 11 anos que sonha ser coelho e mergulha em uma jornada circense na busca pelo autoconhecimento e liberdade. Ao passar pela descoberta dos talentos e pela importância de criar para si mesmo um projeto de vida, a produção abre espaço para que pais e educadores conversem com os pequenos leitores sobre temas como sonhos, frustrações, autonomia, sucesso, fracasso e resiliência.

Com grandes toques de simbolismo, a história é conduzida por um personagem especial que não apenas relata as aventuras de Gusmão, mas contribui de forma significativa para suas decisões. As ilustrações são da artista plástica e ilustradora Lais Dias, que criou uma envolvente relação entre imagem e texto, sem perder o traço realista nos personagens.


Sinopse
Gusmão era um menino “querente”. Queria aprender o passinho de dança, queria tomar chuva sem hora pra acabar, queria acalmar a avó. Queria tudo e ao mesmo tempo. Como toda criança.  Um dia, Gusmão teve um sonho. Sonhou que era um coelho e que estava em um circo. Mas Gusmão, todo querente, não queria ser coelho, queria mesmo era ser mágico. No meio dessa aventura circense, o menino vai descobrir que o mais importante é não desistir do próprio do sonho.

"O Pulo do Coelho" é uma história sobre liberdade, autonomia e esperança – ideal para discutir com as crianças temas como: lidar com as frustrações (os fracassos e os sucessos); lidar com a liberdade; cuidar dos próprios brinquedos; cuidar da própria higiene.


Sobre o autor
O ator, apresentador, diretor e escritor Lázaro Ramos tem mais de 20 anos de carreira e acumula mais 30 filmes, 30 peças e outros 15 personagens marcantes na televisão. Como escritor, se debruça em livros infantis desde a estreia com "Edith e a Velha Sentada", de 2010 e os best-sellers "Caderno de Rimas de João" (2015) e "Caderno Sem Rimas da Maria" (2018). Ambos os livros inspiraram o projeto multimídia "Viagens da Caixa Mágica" (2019) – que inclui álbum, show ao vivo e clipes multimídia para o YouTube. 

No mesmo ano lançou ainda outro sucesso, seu quarto livro infantil, "Sinto o que Sinto e a Incrível História de Asta e Jaser". Na literatura adulta, tornou-se um dos escritores mais vendidos do país ao lançar o best-seller adulto "Na Minha Pele" (2017). Atualmente, além de diversos projetos literários, é esperado o lançamento de "Medida Provisória", longa que marca sua estreia na direção de ficção.


Ficha técnica
Livro: 
"O Pulo do Coelho"
Autor: Lázaro Ramos
Ilustrações: Lais Dias
Editora: Carochinha
Páginas: 48 
Formato: 20,5 x 27,5 cm
Link do livro na Amazon: https://amzn.to/3j0GEuR


.: 108 anos de Orwell: o clássico da literatura verbalizado por Fabio Porchat

"A Revolução dos Bichos", uma iniciativa da Tocalivros Social, segue gratuito na plataforma de streaming brasileira

A Tocalivros Social e a editora Vermelho Marinho lançaram este ano, gratuitamente, na plataforma de streaming brasileira Tocalivros, o clássico do inglês George Orwell: "A Revolução dos Bichos" em audiolivro, com narração do apresentador e humorista Fabio Porchat. Escrita em 1945, a fábula moderna satiriza o totalitarismo, a hipocrisia da tirania e a busca pelo poder. Um dos textos mais premiados do século 20, o clássico de Orwell foi eleito pela revista Time como um dos 100 melhores livros já publicados em língua inglesa.

Na história, a revolta é liderada pelos porcos Bola-de-Neve e Napoleão que querem tirar os humanos do comando. Eles tentam criar uma sociedade utópica, porém Napoleão, seduzido pelo poder, afasta Bola-de-Neve e estabelece uma ditadura tão corrupta quanto a sociedade de humanos. Com um pouco mais de três horas de duração, o audiolivro "A Revolução dos Bichos" levou três meses para ficar pronto e envolveu cerca de dez pessoas.

A superprodução conta com o que há de mais moderno em tecnologia para audiolivros: os efeitos sonoros binaurais, ou seja, quando o áudio é sentido pelo ouvinte em dois sons diferentes e ocupa um espaço de 360 graus. Apesar da super produção, o título é totalmente gratuito. Isso porque a proposta da Tocalivros Social sempre foi de incentivar a democratização da leitura e mostrar como o audiolivro pode gerar impacto positivo na vida de milhões de brasileiros que têm pouco ou quase nenhum acesso aos livros.

A produção, que inaugura o novo selo da plataforma a Tocalivros Clássicos, também contou com a participação dos narradores Flávio Costa e Priscila Scholz, que fizeram as vozes dos animais; do produtor artístico da Tocalivros Clayton Heringer e teve composição de trilha sonora por Juscelino Filho. Para ter acesso ao audiolivro basta entrar no site www.tocalivros.com se cadastrar e navegar pela seção de obras gratuitas que pode ser escutado pelo app em dispositivos móveis ou computador. O aplicativo está disponível em iOS e Android na Apple Store e no Google Play.


Ficha técnica:
Audiolivro: 
"A Revolução dos Bichos"
Autor: 
George Orwell
Narração: 
Fabio Porchat, Priscila Scholz e Flávio Costa
Duração:
03h16m21s
Selo Editorial: Tocalivros Clássicos
Produção: Tocalivros Studios
Idioma: português Brasil
Disponível: grátis
Link de acesso: http://bit.ly/arevolucaotoca

Sobre a Tocalivros Social:
A Tocalivros Social é o braço social da plataforma de streaming Tocalivros e tem o propósito de incentivar o hábito da leitura, democratizar o acesso a conteúdo de qualidade e gerar impacto positivo na sociedade.

O projeto social distribui audiolivros gratuitamente em vários locais como o Metrô de São Paulo; hospitais que cuidam de crianças em tratamento de câncer e doenças raras; organizações que atendem pessoas com deficiência visual e dislexia; casas de repouso, além de alunos e professores de escolas públicas.


Sobre Fabio Porchat:
Fabio Porchat é um ator, humorista, roteirista, diretor, dublador, e apresentador de televisão brasileiro. Estreou nos palcos em 2005, quando montou a peça Infraturas. Entre seus trabalhos, em 2012, criou, em conjunto com outros artistas, uma produtora de vídeos para Internet – o Porta dos Fundos, no qual escreve e atua em esquetes de humor exibidas em canal do YouTube.

Foto: Edu Moraes/Rede Record

.: "Anônimo Muitas Vezes Foi Mulher": transmissão de solos autorais femininos


Três espetáculos solo, três atrizes-autoras (Bruna Longo, Erica Montanheiro e Camila dos Anjos), investigando três artistas criadoras (Mary Shelley, Camile Claudel e Camila dos Anjos - em espetáculo autobiográfico) vivendo em três séculos distintos (XIX, XX, XXI) e lidando com o ato da criação e o histórico silenciamento de autorias femininas. De 2 de julho a 19 de setembro. Fotos: Danilo Apoena

Idealizado por Bruna Longo e contemplado pela 11ª Edição do Prêmio Zé Renato de apoio à produção e desenvolvimento da atividade teatral para a cidade de São Paulo, o projeto "Anônimo Muitas Vezes Foi Mulher" traz três espetáculos autorais femininos ("Criatura - Uma Autópsia", "Inventário" e "Quebra-Cabeça") em transmissão gratuita pelas plataformas de quatro teatros da capital: Cacilda Becker, Arthur Azevedo, João Caetano e Alfredo Mesquita. 

Os três espetáculos foram gravados no palco do Espaço Cia. da Revista pela mesma equipe de vídeo (Bruta Flor Filmes), composta unicamente por mulheres com olhares e talentos únicos na construção de uma narrativa áudio visual e teatral. O mais antigo registro de autoria declarada em um texto é um poema sumério de 2300 a.C. Muitos filósofos debruçaram-se sobre a questão da importância da autoria para a apreciação de uma obra de arte. Até o Renascimento, quando a perseguição a livros heréticos exigia identificação de uma identidade a ser condenada, a ideia de autoria era considera irrelevante. 

Michel Foucault considerava a noção do autor como um momento crucial da individualização na história das ideias mas, no final da década de 60, propunha uma volta à irrelevância da autoria, o que ele chamava de desaparecimento do autor, como um fenômeno em que já não importa quem escreve, já que a obra basta por si mesma. "Que importa quem fala?", questionou em 1969. A pergunta sugere que o nome do autor parece se apagar em proveito de uma coletividade.

No entanto, Foucault reconhece no indivíduo o lugar originário da escrita. O nome do autor é um nome próprio e traz com ele sua história pessoal, o empirismo que criou a própria obra. Quando filósofos questionam e de certa forma celebram o desaparecimento do autor o fazem certamente sem levar em conta os privilégios do sujeito e ignorando todas as minorias cujas vozes autorais foram suprimidas e oprimidas. 

"Criatura, Uma Autópsia", espetáculo de Bruna Longo, fricciona a vida de Mary Shelley e sua obra mais famosa, "Frankenstein". Mary Shelley publicou-o de forma anônima em 1818. Era inconcebível para a época uma mulher (ainda mais uma jovem mulher de 18 anos) ter escrito uma obra que fugia do padrão clássico de literatura para mulheres. O livro foi atribuído a seu parceiro, o célebre poeta Percy Bysshe Shelley, visto a dedicatória a William Godwin, pai de Mary, de quem Shelley era discípulo.

Mesmo com a edição de 1831 trazendo o nome da autora e prefácio sobre a origem do romance, ainda hoje existem teorias que questionam sua autoria. Mary passou boa parte de sua vida definida pelos que a cercavam. Sobrenomes famosos que ela carregou, primeiro como filha de Mary WollstonecraftWilliam Godwin, depois como companheira de Shelley. A atriz-criadora Bruna Longo, durante o processo de pesquisa e ensaios para o espetáculo viu-se mergulhada nesses questionamentos. "Frankenstein" é um romance sobre o ato da criação e sobre busca por identidade e pertencimento. Os questionamentos da atriz encontram ressonância nas obras de duas outras artistas-criadoras: Erica Montanheiro e Camila dos Anjos, cujos espetáculos, também solos autorais, investigam a condição de mulheres-criadoras em uma sociedade patriarcal. 

Camille Claudel (1864-1943), em quem Erica Montanheiro inspirou-se para criar "Inventário", dirigido por Eric Lenate, passou 30 anos encarcerada em uma instituição psiquiátrica. Antes de ser internada, ela viveu durante muitos anos à sombra de dois homens, seu irmão escritor Paul Claudel e seu amante escultor Auguste Rodin, de quem ela foi aprendiz e assistente. Diante de uma relação abusiva com Rodin (que era casado e mantinha Camille como sua amante) e das dificuldades de firmar-se economicamente, de encontrar o reconhecimento simbólico e material, apesar de seu imenso talento como escultora, Claudel se posicionou fortemente contra aquela organização social patriarcal. Foi rotulada como desajustada, abandonada, silenciada - ações de extrema violência que a fizeram, num ato de coragem e revolta, destruir boa parte da própria obra artística. 

"Quebra-Cabeça", de Camila dos Anjos com orientação de encenação de Nelson Baskerville, é um espetáculo autobiográfico e documental, um olhar da atriz sobre a própria história pessoal e profissional, que expõe as frustrações, as expectativas e as consequências de ter começado a trabalhar ainda criança. Como se afirmar enquanto mulher, artista e criadora quando se cresce nos estúdios de TV e palcos? Como tomar para si mesma a responsabilidade de autoria da própria criação quando o mundo patriarcal ainda enxerga as mulheres como coadjuvantes dentro da organização social? 

"Que importa quem fala? Quanto importa quem fala quando o individuo é uma mulher escrevendo em um gênero literário considerado masculino e obrigada a publicar sua obra de forma anônima? Saber que 'Frankenstein' foi escrito por uma jovem de 18 anos não afeta a apreciação da obra? Não faz mesmo parte da obra? A obra destruída de Camille Claudel, suas peças atribuídas a Auguste Rodin e o fim precoce de sua carreira por conta de sua saúde mental são tão relevantes para sua história como artista quanto as obras que sobreviveram. O esgotamento da mulher Camila ao se perceber ‘só́ atriz’ e mais nada e o ato de tomar posse da própria narrativa criando um espetáculo autoral vem de encontro a essa busca por uma identidade criadora e propositora”, comenta Bruna Longo.

É impossível também separar as mulheres Bruna Longo, Erica Montanheiro e Camila dos Anjos da escolha pelo formato de espetáculo solo autoral como ferramenta de resistência criativa e autonomia sobre suas obras. Em uma série de palestras que viriam a se tornar o livro "Um Teto Todo Seu", Virginia Woolf escreveu que "uma mulher deve ter dinheiro e um quarto próprio para poder escrever ficção". As condições para a criação de uma obra de arte talvez não tenham mudado muito, mas tendo vencido diversas das conjunturas de dependência legal e financeira a que Woolf remete, sobram ainda a constante luta por espaço em instituições majoritariamente lideradas por homens, a experiência de silenciamento em processos de criação, a supressão de autoria de ideias e projetos.

MaryCamille, Bruna, Erica e Camila (como mulher e personagem) não procuravam ou procuram suas vozes. Procuravam e procuram espaço para que suas vozes fossem e sejam ouvidas, sem cerceamentos. Buscam ter seu valor simbólico reconhecido para que este torne-se também valor econômico. “Vale apontar que somos três artistas mulheres brancas e cisgênero, conscientes dos nossos lugares na escala de privilégios”, conclui Bruna. 


"Anônimo Muitas Vezes Foi Mulher":
Transmissão dos solos autorais femininos "Criatura, Uma Autópsia", "Inventário" e "Quebra-Cabeça"
Idealização:
Bruna Longo
Direção de produção: Selene Marinho
Produção executiva: Marcela Horta
Montagem e cenotécnica: Evas Carreteiro
Registro audiovisual: Bruta Flor Filmes
Direção de fotografia: Cacá Bernardes
Direção de imagem e montagem: Bruna Lessa
Projeto gráfico: Kleber Montanheiro
Tradução em libras: Mirian Caxilé
Fotos: Danilo Apoena
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Website: http://www.brunalongo.weebly.com/anonimo

Sinopse:
Idealizado por Bruna Longo e contemplado pela 11ª Edição do Prêmio Zé Renato de apoio à produção e desenvolvimento da atividade teatral para a cidade de São Paulo, o projeto "Anônimo Muitas Vezes Foi Mulher" traz três espetáculos autorais femininos ("Criatura - Uma Autópsia", "Inventário" e "Quebra-Cabeça") em transmissão gratuita pelas plataformas de quatro teatros da capital: Cacilda Becker, Arthur Azevedo, João Caetano e Alfredo Mesquita. Três espetáculos solo, três atrizes-autoras (Bruna Longo, Erica Montanheiro e Camila dos Anjos), investigando três artistas criadoras (Mary ShelleyCamille Claudel e Camila dos Anjos - em espetáculo autobiográfico) vivendo em três séculos distintos (XIX, XX, XXI) e lidando com o ato da criação e o histórico silenciamento de autorias femininas.

"Criatura - Uma Autópsia", de Bruna Longo
"Criatura, Uma Autópsia", espetáculo solo de Bruna Longo, é uma fricção entre o romance "Frankenstein, Ou O Prometeu Moderno" e a vida de sua autora Mary Wollstonecraft Godwin (Shelley). 

Bruna Longo é atriz, diretora de movimento e pesquisadora corporal formada pela Universidade de Londres. Realizou direção de movimento e trabalhou como atriz em mais de vinte espetáculos no Brasil, Europa e Estados Unidos. Colaborou com companhia dinamarquesa Odin Teatret dirigida por Eugenio Barba, de 2006 a 2010, e foi membro da Cia. da Revista, de São Paulo, de 2010 a 2016. 

Criadora do espetáculo de teatro físico "Cada Qual no Seu Barril", com Daniela Flor (indicado a seis prêmios FEMSA, incluindo espetáculo e atriz para Bruna) e do solo "Criatura, Uma Autópsia", fricção entre a vida de Mary Shelley e seu romance Frankenstein, indicada como melhor atriz no Prêmio Aplauso Brasil 2019.

Ficha técnica: 
Concepção, dramaturgia e atuação:
Bruna Longo
Assistentes: Giovanna Borges e Letícia Esposito
Cenário: Bruna Longo e Kleber Montanheiro
Cenotécnica: Evas Carreteiro e Nani Brisque com arte de Victor Grizzo
Figurinos: Kleber Montanheiro
Objetos: Bruna Longo com colaboração de Larissa Matheus
Desenho e operação de luz: Rodrigo Silbat
Operação de som: Leticia Esposito
Trilha sonora: Bruna Longo
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 60 minutos
Website: http://www.brunalongo.weebly.com/criatura

"Inventário", de Erica Montanheiro 
Um ser que um dia foi Camille Claudel está presa em um lugar sufocante e fala consigo mesma. Ela se prepara para deixar aquele lugar. Durante esta preparação, aos poucos se dá conta de que já deixou o mundo físico e que está se tornando um espectro. Neste processo, acessa suas memórias, recebe a visita de afetos e desafetos, e busca compreender seu destino e o legado que deixará para o mundo.

Erica Montanheiro é atriz, dramaturga e diretora. Foi integrante da Cia. Os Fofos Encenam desde 2004 e participou de espetáculos sob direção de Johana Albuquerque, Kleber Montanheiro, Cynthia e Débora Falabella,, entre outros. Vencedora do Prêmio FEMSA 2008 na categoria melhor atriz coadjuvante por Sonho de uma noite de verão, direção Kleber Montanheiro e indicada ao Prêmio São Paulo de Incentivo ao Teatro Infantil e Jovem 2014 na categoria melhor atriz coadjuvante por "O Rei e a Coroa Enfeitiçada".

Como atriz, integrou o elenco de "Histeria" (prêmio Aplauso Brasil 2017 de melhor atriz coadjuvante), "O Libertino" (2011) e "A Noite de 16 de Janeiro" (2018), todos com direção de Jô Soares. Dirigiu o espetáculo "Vocês que Me Habitam", de autoria própria em parceria com Gustavo Colombini, e "Dois a Duas", escrito por Maria Fernanda Barros Batalha (Prêmio APCA de teatro na categoria melhor espetáculo para público jovem).

Ficha técnica: 
Concepção, dramaturgia, atuação:
Erica Montanheiro
Direção: Eric Lenate
Assistência de direção: Mateus Monteiro
Figurinos e visagismo: Leopoldo Pacheco e Carol Badra
Arquitetura cênica: Erica Montanheiro, Kleber Montanheiro e Eric Lenate
Desenho de luz da – temporada de estréia: Aline Santini
Montagem e operação de luz: Clara Camarez
Trilha sonora, sonoplastia e engenharia de som: L. P. Daniel
Canções originais: Luísa Gouvêa
Montagem e operação de som: Rodrigo Florentino
Vídeo-projeções: Laerte Késsimos
Montagem e operacão de projeção: VJ Alexandre Gonzalez
Preparação músico-vocal: Cida Moreira
Direção de produção - temporada de estreia: Leonardo Devitto
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 60 minutos

"Quebra-Cabeça", de Camila dos Anjos
"Quebra-Cabeça" é um monólogo autobiográfico e documental da atriz Camila dos Anjos, sobre sua trajetória singular: seu início como atriz mirim e sua infância e adolescência trafegando pelas vias da indústria cultural. A atriz, que concentra a sua atividade atual no teatro, expõe as consequências de ter começado a trabalhar tão cedo.

Camila dos Anjos é atriz e produtora. Estreou aos doze anos na televisão, participando de diversas séries e novelas. Foi dirigida no teatro por Ulysses Cruz, Marco Antônio Pâmio, Sérgio Ferrara, André Garolli, Aury Porto, Mário Bortolotto, entre outros. Em 2015, recebeu o Prêmio de Atriz Revelação no “Melhores do Teatro R7”, pelo espetáculo “Propriedades Condenadas”. Ganhou o “Prêmio Cenym” de teatro como Melhor Atriz coadjuvante e foi indicada ao prêmio Bibi Ferreira  por “O Leão no Inverno”, de James Goldman, com direção de Ulysses Cruz em 2019. 

Em 2020, ganhou o “Prêmio Cenym” de teatro como Melhor Atriz coadjuvante pela “Inferno - Um Interlúdio Expressionista, inspirado no texto “Not About Nightingales” de Tennessee Williams. Trabalhou como atriz, produtora, tradutora e idealizadora nos espetáculos: “Propriedades Condenadas” (“Esta Propriedade Está Condenada” e “Por que Você Fuma Tanto, Lily?” / Sesc Consolação) e “A Catástrofe do Sucesso” (“Fala Comigo como a Chuva e me Deixa Escutar” e “Mister Paradise” / "Instituto Capobianco"), ambos com textos de Tennessee Williams e direção de Marco Antônio Pâmio.

Ficha técnica: 
Dramaturgia e atuação:
Camila dos Anjos
Direção musical: Daniel Maia
Desenho de luz: Marisa Bentivegna
Cenário: César Resende
Figurino: Marichilene Artisevskis
Projeções em vídeo: Raimo Benedette
Ilustrações: Nelson Baskerville
Equipe vídeo: Pedro Cortese e Mariana Bonfanti
Realização vídeo: Estúdio B
Operação de som: Marcela Horta
Operação de luz: Rodrigo Silbat
Operação de projeção: Daniel Gonzales
Vozes em off: Bruna Longo, Cesar Resende, Eric Lenate, Leopoldo Pacheco e Rafael De Bona
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 60 minutos


Serviço: 
Teatro Cacilda Becker

"Criatura - Uma Autópsia"
Dias 2, 3 e 4 de julho de 2021
Horários: sexta e sábado - 21h | Domingo - 19h
Valor do ingresso: gratuito - online
Plataforma: Sympla
Acessibilidade: Libras no espetáculo de domingo

"Inventário"
Dias 9, 10 e 11 de julho de 2021
Horários: sexta e sábado - 21h | Domingo - 19h
Valor do ingresso: gratuito - online
Plataforma: Sympla
Acessibilidade: Libras no espetáculo de domingo

"Quebra-Cabeça"
Dias 16, 17 e 18 de julho de 2021
Horários: sexta e sábado - 21h | Domingo - 19h
Valor do ingresso: gratuito - online
Plataforma: Sympla
Acessibilidade: Libras no espetáculo de domingo

Teatro Arthur Azevedo
"Criatura - Uma Autópsia"
Dias 23, 24 e 25 de julho de 2021
Horários: sexta e sábado - 21h | Domingo - 19h
Valor do ingresso: gratuito - online
Plataforma: Sympla
Acessibilidade: Libras no espetáculo de domingo

"Inventário"
Dias 30 e 31 de julho e 1º de agosto de 2021
Horários: sexta e sábado - 21h | Domingo - 19h
Valor do ingresso: gratuito - online
Plataforma: Sympla
Acessibilidade: Libras no espetáculo de domingo

"Quebra-Cabeça"
Dias 6, 7 e 8 de agosto de 2021
Horários: sexta e sábado - 21h | Domingo - 19h
Valor do ingresso: gratuito - online
Plataforma: Sympla
Acessibilidade: Libras no espetáculo de domingo


Teatro João Caetano
"Criatura - Uma Autópsia"
Dias 13, 14 e 15 de agosto de 2021
Horários: sexta e sábado - 21h | Domingo - 19h
Valor do ingresso: gratuito - online
Plataforma: Sympla
Acessibilidade: Libras no espetáculo de domingo

"Inventário"
Dias 20, 21 e 22 de agosto de 2021
Horários: sexta e sábado - 21h | Domingo - 19h
Valor do ingresso: gratuito - online
Plataforma: Sympla
Acessibilidade: Libras no espetáculo de domingo

"Quebra-Cabeça"
Dias 27, 28 e 29 de agosto de 2021
Horários: sexta e sábado - 21h | Domingo - 19h
Valor do ingresso: gratuito - online
Plataforma: Sympla
Acessibilidade: Libras no espetáculo de domingo


Teatro Alfredo Mesquita

"Criatura - Uma Autópsia"
Dias 3, 4 e 5 de setembro de 2021
Horários: sexta e sábado - 21h | Domingo - 19h
Valor do ingresso: gratuito - online
Plataforma: Sympla
Acessibilidade: Libras no espetáculo de domingo

"Inventário"
Dias 10, 11 e 12 de setembro de 2021
Horários: sexta e sábado - 21h | Domingo - 19h
Valor do ingresso: gratuito - online
Plataforma: Sympla
Acessibilidade: Libras no espetáculo de domingo

"Quebra-Cabeça"
Dias 17, 18 e 19 de setembro de 2021
Horários: sexta e sábado - 21h | Domingo - 19h
Valor do ingresso: gratuito - online
Plataforma: Sympla
Acessibilidade: Libras no espetáculo de domingo

O Projeto também inclui duas mesas de debates e uma oficina, como forma de incentivar e aprofundar o diálogo sobre o tema do projeto.

"Anônimo muitas vezes foi mulher: Autorias suprimidas" - sobre a supressão autoral histórica de obras criadas por mulheres. Mediadora: Prof. Dra. Carla Cristina Garcia, cientista social especialista em sociologia de gênero, estudos feministas e lazer urbano. Debatedoras: Bruna Longo, Erica Montanheiro e Camila dos Anjos. Público alvo: Adultos, jovens, estudantes de teatro, literatura e artes plásticas, educadores. Data a definir.

"Espetáculos Solo: resistência artística e território autoral". Mediadora: Janaina Leite, atriz e pesquisadora. Debatedoras: Bruna Longo, Erica Montanheiro e Camila dos Anjos. Público alvo: Estudantes, profissionais, pesquisadores e educadores de teatro. Data a definir.

Oficina gratuita: "Provocações para a Criação de Espetáculos Solos Autorais feitos por Mulheres" com as atrizes criadoras Bruna Longo, Erica Montanheiro e Camila dos Anjos. Público alvo: Atrizes profissionais e estudantes de teatro. Em parceria com a Oficina Cultural Oswald de Andrade / Poésis - Data a definir – a partir de agosto. 

.: Prêmio Sesc de Literatura anuncia os vencedores da edição de 2021


"O Réptil Melancólico", de Fábio Horácio-Castro, foi o escolhido na categoria Romance e "O que a Casa Criou", de Diogo Monteiro, na categoria Conto.


O Prêmio Sesc de Literatura, um dos mais importantes do país na distinção de escritores inéditos, anuncia os vencedores da edição 2021, nas categorias Romance e Conto. Na edição de 2021, os selecionados foram o paraense Fábio Horácio-Castro, com o romance "O Réptil Melancólico", e o pernambucano Diogo Monteiro, com a coletânea de contos "O que a Casa Criou". A origem dos autores reafirma o estímulo à diversidade por parte do Prêmio e sua capacidade de projetar escritores das mais distintas regiões do país. Os livros dos dois vencedores serão publicados em outubro pela editora Record, parceira do Prêmio Sesc desde a sua criação.

"O Réptil Melancólico" trata de colonialidade, colonialismo e colonização, das alegorias sobre a Amazônia e da Amazônia como alegoria. A narrativa parte do retorno de Felipe para sua cidade, após longa estadia fora do país. Ele seguira para o exílio na primeira infância, levado por sua mãe, militante política perseguida e torturada pelo regime militar brasileiro. Nesse processo de retorno, restabelece contato com a família paterna, particularmente com seu primo Miguel, que está fazendo o caminho oposto: o de partir da cidade.

"O que a Casa Criou" é um livro sobre o espanto. Todos os seus 16 contos, inclusive o que dá nome ao volume, tratam de alguma forma sobre a possibilidade de encontrar o inusitado a qualquer momento, na virada de uma esquina ou no abrir de uma porta. São histórias sobre a fragilidade do real e do nosso confortável conceito de realidade, e sobre como a quebra dessa normalidade age sobre pessoas, lugares e coisas.

Neste ano, o Prêmio recebeu a inscrição de 1688 livros, sendo 850 em Romance e 838 em Conto. O cronograma não foi afetado pela pandemia, porque foi todo executado por trabalho remoto. Dessa forma, o resultado pôde ser divulgado no prazo previsto.

Sobre os autores:
Fábio Horácio-Castro, paraense e jornalista de formação, tem 52 anos, é professor universitário e venceu com o romance "O Réptil Melancólico". “É a minha primeira participação no Prêmio Sesc e não esperava vencer na categoria. Escrevo mais sobre pesquisas relacionadas à Amazonia. Como eu tinha um projeto deste livro, aproveitei o isolamento da pandemia, finalizei a obra e me inscrevi. Fiquei muito contente com o retorno”, comemora.

O pernambucano Diogo Monteiro, de 43 anos, também é jornalista e atua com pesquisa de opinião e estratégia. Ele conquistou a premiação com o livro "O que a Casa Criou". “Sempre escrevi e participava de algumas coletâneas, mas nunca tinha pensado no Prêmio Sesc. Este ano, tive um livro infantojuvenil publicado pela primeira vez, o 'Relógio de Sol'. Agora, será a segunda vez que coloco uma obra para o público, na categoria conto”, destaca.

Ao oferecer oportunidades aos novos escritores, o Prêmio Sesc de Literatura impulsiona a renovação no panorama literário brasileiro e enriquece a cultura nacional. Em sua 18ª edição, se tornou uma das mais importantes premiações do país, sendo hoje considerado referência por críticos literários, escritores brasileiros e visto como grande porta de entrada para o mercado editorial no Brasil.

“A premiação foi criada em 2003 e se consolidou como a principal do país para autores iniciantes. Nesse ano, os vencedores foram das regiões Norte e Nordeste e consideramos essa diversidade excelente para a cena literária nacional”, explica o analista de Literatura do Departamento Nacional do Sesc, Henrique Rodrigues.

Os vencedores têm suas obras publicadas e distribuídas pela editora Record, o que contribui para a credibilidade e a visibilidade do projeto, pois insere os livros na cadeia produtiva do mercado livreiro. Os livros têm lançamento no final do ano com tiragem inicial de 2 mil exemplares. Desde a sua criação em 2003, mais de 16 mil livros foram inscritos e 31 novos autores foram revelados.

O processo de curadoria e seleção das obras é criterioso e democrático. Os livros são inscritos pela internet, gratuitamente, protegidos por anonimato. Isso impede que os avaliadores reconheçam os reais autores, evitando qualquer favorecimento. Os romances e contos são avaliados por escritores profissionais renomados, que selecionam as obras vencedoras pelo critério da qualidade literária.

A relevância do projeto também pode ser medida por meio do sucesso dos seus vencedores, que costumam vencer ou ser finalistas de outros grandes prêmios literários como o Jabuti, Biblioteca Nacional e São Paulo de Literatura. Eles também vêm sendo convidados para outros importantes eventos internacionais, como a Primavera Literária Brasileira, realizada em Paris, o Festival Literário Internacional de Óbidos, em Portugal, e a Feira do Livro de Guadalajara, no México.

terça-feira, 22 de junho de 2021

.: Crítica: "Manhãs de Setembro" mostra que ninguém é mulher impunemente


Por 
Helder Moraes Miranda, editor do Resenhando.

Ao longo dos cinco episódios de "Manhãs de Setembro", nova série nacional da Amazon Prime Video que estreia dia 25 de junho, pairou o questionamento se Liniker de Barros - uma atriz que virou cantora, como ela própria se define - leu "Ninguém É Mulher Impunemente", a autobiografia de Vanusa Santos Flores lançada pela editora Madras em janeiro dos anos 2000.

O questionamento surge porque Cassandra, a mulher trans interpretada por Liniker é a própria Vanusa em diferentes camadas. A Cassandra da série, tal qual a artista que idolatra, é dramática como um tango regado a vinho, carrega suas próprias dores e exala por todos os poros o que é ser mulher. O seriado gira em torno dela, que acaba de conquistar a independência, mas se vê surpreendida pela chegada de um filho que gerou com outra mulher dez anos antes e de cuja existência não sabia.

Há em "Manhãs de Setembro" uma ruptura. As personagens trans são colocadas em contextos diferentes do que geralmente são apresentadas no setor audiovisual. A protagonista não está em uma situação de vulnerabilidade e começa alugando uma kit-net em um bairro popular de São Paulo. Ela trabalha como motogirl e tem um relacionamento sério e sólido com um homem casado.

Não espere de "Manhãs de Setembro" imagens estereotipadas, ou degradantes de violência, prostituição e exposição banal do corpo. As personagens trans são tratadas com respeito e, sobretudo, como seres humanos que erram, acertam e podem frequentar os mesmos ambientes que você. O mérito é todo dos autores Josefina Trotta, Alice Marcone e Marcelo Montenegro.

Cassandra, a protagonista, tem vínculos afetivos fortes, o que é raro de se ver em personagens transexuais. No seriado, há o casal de homossexuais interpretado com muita sensibilidade por Paulo Miklos e Gero Camilo, este, por sua vez, ao longo da pandemia, vem representando um elo de resistência do teatro sem parar de se apresentar, mesmo que virtualmente. 

Destacam-se, também, o ator Thomas Aquino, que empresta todo o carisma a Ivaldo, namorado de Cassandra, em um trabalho que transborda afetividade ao representar um homem dividido entre a razão e a emoção. Gersinho, interpretado com muita inteligência emocional por Gustavo Coelho, ator de 12 anos que demonstrou sensibilidade e maturidade rara para segurar um personagem que mistura densidade e poesia.

Toda a versatilidade de Karine Teles também é contemplada. Chega a ser uma surpresa vê-la em um tipo tão despojado e sacaninha - o que é uma delícia. Leide, divide com Cassandra a essência do seriado. É ela quem traz o humor que, em algumas vezes, falta em Cassandra. Habituada a personagens ricas e até esnobes, Karine Teles encarna em "Manhãs de Setembro"  uma personagem leve, ensolarada e repleta de boas tiradas. 

Em uma personagem que não tem um caráter reto, Karine consegue atrair a empatia do público e fazer com que ele entenda as razões que a levraram até ali: uma mulher que precisou se virar para criar o filho sem a ajuda de ninguém. O alívio cômico também se dá pela participação esfuziante de Isabela Ordoñez e suas excelentes tiradas - ela leva graça e leveza à trama. A direção é de Luís Pinheiro e Dainara Toffoli. Produção da Amazon Prime e da O2 Filmes.

No fim das contas, não importa se Liniker leu, ou não, "Ninguém É Mulher Impunemente". A sua Cassandra, tão doce e sensível e visceral, é a personificação da própria Vanusa. Ela é tão Vanusa quanto a original. Aliás, é possível acreditar que se houver outra dimensão e Vanusa estivesse assistindo a "Manhãs de Setembro" e pudesse escolher, penso que ela voltaria na pele de alguém tão especial como a Cassandra de Liniker.

Trailer de "Manhãs de Setembro"


.: Boto cor-de-rosa seduz leitores de "No fundo do rio"

Paulo Stucchi, escritor finalista do Prêmio Jabuti 2020, cruza lenda do folclore brasileiro com fragmentos do nazismo em lançamento ambientado na Amazônia Oriental


Os leitores de Paulo Stucchi, escritor finalista do Prêmio Jabuti 2020, deixam a Alemanha nazista de A Filha do Reich e mergulham no Rio Jari para comemorar o lançamento de No fundo do rio, novo título do autor. Publicada pela Insígnia Editorial, a obra mistura a lenda do boto cor-de-rosa, cultura do folclore brasileiro, com um fragmento do Terceiro Reich localizado na Amazônia Oriental.

Prefaciado pelo autor, roteirista e músico Gustavo Rosseb, o livro transporta o leitor para os cantos sombrios do misticismo brasileiro. Os fatos históricos abrem espaço para o romance de Bruno e Cecile e a triste partida da protagonista que some misteriosamente no Rio Jari.

Dois anos depois, crente de que a mulher que amou foi levada pelo boto cor-de-rosa, Bruno retorna ao misterioso vilarejo de Guaiapis para descobrir a verdade sobre a lenda. Uma aventura pessoal que mistura caçada a um espírito lendário que mora nos rios da Amazônia, dor e vingança.

Durante a busca pela verdade na comunidade ribeirinha, o personagem se vê diante dos próprios traumas e dos mistérios escondidos no local que no passado foi um assentamento nazista. A construção da narrativa do autor aguça a curiosidade de quem se propõe a leitura: os capítulos se intercalam entre o passado e o presente, o que permite aprofundar nas dores dos personagens.


                        “Apesar de todos em Guaiapis terem ignorado meus gritos de ajuda, eu entendia Jair. Eu mesmo relutei em acreditar na crendice daquele povo sobre um ser que sai do rio e se transforma em ho­mem para levar consigo as mulheres; relutei até presenciar o que ocorrera a Cecile.

Ele a tirou de mim.”

(No fundo do rio, p. 42)


Este é o quarto livro de ficção com enredos históricos de Paulo Stucchi, que também é jornalista e psicanalista. Além de A Filha do Reich, obra finalista do Prêmio Jabuti 2020 e ambientada na Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial, o jornalista também é autor de "O triste amor de Augusto Ramonet", que se passa no Chile de Salvador Allende durante o golpe de Estado de Pinochet, e de "Menina – Mitacuña", contextualizada na Guerra do Paraguai.


Ficha técnica

Título: No fundo do rio

Autor: Paulo Stucchi

Editora: Insígnia Editorial

Páginas: 240 páginas

Link de pré-venda: bit.ly/nofundodorio


Paulo Stucchi é jornalista e psicanalista. Formou-se em Comunicação Social pela Unesp Bauru. Especialista em Jornalismo Institucional pela PUC-SP e Mestre em Processos Comunicacionais, com ênfase em Comunicação Empresarial pela Universidade Metodista de São Paulo. Trabalhou como jornalista em revistas e jornais impressos. Divide seu tempo entre o trabalho de assessor de comunicação e sua paixão pela literatura, principalmente, romances históricos. Também é autor de "Menina – Mitacuña", "O Triste Amor de Augusto Ramonet", "Natal sem Mamãe", "A Fonte" e "A Filha do Reich", obra finalista do Prêmio Jabuti 2020.

.: Biografia não autorizada de Felipe Neto promete polêmica - saiba porquê


Livro conta a história e muitas curiosidades do influenciador mais poderoso do Brasil. Foto> instagram @felipeneto 

Esqueça o youtuber de cabelos multicoloridos que disparava polêmicas gratuitas apenas para viralizar. Um dos jovens empresários mais bem-sucedidos do país e com rara vocação para negócios digitais, Felipe Neto construiu nos últimos anos uma trajetória vertiginosa, bem diferente de quando se lançou no YouTube em 2010. 

Defendeu bandeiras, comprou brigas, mudou de lado e bateu de frente até com o presidente da República. Impulsionado por 70 milhões de seguidores, tornou-se uma voz política atuante, temida por adversários e seguida por uma multidão. Os críticos podem torcer o nariz, mas Felipe Neto é hoje um dos nomes mais poderosos do país.

O influenciador conta pela primeira vez sua história em detalhes, da infância difícil no subúrbio do Rio de Janeiro ao reconhecimento como uma das cem personalidades mais influentes do mundo, segundo a prestigiada revista norte-americana “Time”. "Felipe Neto - O Influenciador" é uma biografia não autorizada, sem filtros, que narra o sucesso, fracassos e embates memoráveis com figuras importantes, entre elas o deputado Silas Malafaia, o ex-prefeito Marcelo Crivella e o presidente Jair Bolsonaro. O autor é Nelson Lima Neto, da mesma geração de Felipe e destaque da nova safra de jornalistas do país – apesar do sobrenome, não tem qualquer parentesco com o biografado.

A história de Felipe Neto se confunde com a da própria explosão da internet no Brasil. Ele descobriu cedo a forma de produzir conteúdo para jovens desconectados dos meios tradicionais. Conquistou fama, fortuna e recordes em série, mas também colecionou processos e desafetos. "Felipe Neto - O Influenciador" revela a descoberta do palco ainda no colégio; negócios que naufragaram antes de se tornar ídolo no YouTube; ataques a celebridades; e a paixão pelo Botafogo, que o levou, inclusive, a patrocinar o clube.

Conta também como Felipe Neto combateu a censura na Bienal do Livro, numa reação contundente organizada em apenas 24 horas; os bastidores dos ataques (digitais e reais) que sofreu de bolsonaristas; e como foi parar no “_ e New York Times” com um vídeo-editorial contra o presidente, que repercutiu no mundo inteiro.

Acima de tudo, "Felipe Neto - O Influenciador" mergulha na vida de um dos poucos nomes capazes de inspirar e influenciar toda uma geração, seja no consumo, profissionalmente ou na política. É uma leitura essencial para quem quer conhecer as novas estrelas do poder, protagonistas de uma história cujos capítulos são escritos ininterruptamente 24 horas por dia, sete dias por semana. Com um caderno com mais de 70 fotos, "Felipe Neto - O Influenciador" chega às livrarias pela Editora Máquina de Livros, com lançamento simultâneo em e-book em mais de 20 plataformas digitais.


Ficha técnica:
Título: 
"Felipe Neto - O Influenciador"
Autor: 
Nelson Lima Neto
Páginas:
216
Editora: Máquina de Livros
Link na Amazon: https://amzn.to/35Ghlqa



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