Nesta seleção de dez perfumes que você precisa conhecer antes de morrer, feita pela especialista em fragrâncias Alessandra Tucci, estão cerca de 100 anos de história da perfumaria - um período que vai desde o Jicky: criado em 1889, o ano da Torre Eiffel, por Aimé Guerlain até o marcante Fahrenheit de 1988.
Aproveite a lista abaixo para conhecer esses grandes êxitos e viajar através das fragrâncias que marcaram o século XX. Alessandra Tucci é consultora e especialista em fragrâncias e representa com exclusividade a Cinquième Sens no Brasil, oferecendo cursos e treinamentos sobre o setor, tanto para iniciantes e curiosos, como para profissionais por meio da "Perfumaria Paralela".
Seus cursos livres vão desde o aprendizado sobre fragrâncias, composição de perfumes, uso de notas, até programas para profissionais que já atuam no setor. Em alguns cursos, é possível, com orientação da especialista, criar seu primeiro perfume. Saiba mais em www.perfumariaparalela.com.br.
Chanel Nº 5 : criado em 1921 por Ernest Beaux, o clássico dos clássicos é uma overdose de aldeídos combinados com um bouquet floral de jasmim e rosas naturais cultivadas há mais de 90 anos pela mesma família que garante o fornecimento destes ingredientes da mais pura qualidade e que fazem parte da fórmula original do perfume.
Shalimar: Shalimar (1925) é a referência dos Orientais. Shalimar tem a intensidade certa, nem tão alta e nem tão baixa. Os detalhes amadeirados, defumados e felinos, só são percebidos quando sentidos de perto. Há quem diga que ele lembra o próprio Jicky, e eu concordo. Um dos segredos de sua fórmula é uma dose extra de bergamota (30%), além de rosa, jasmim, fava tonka, baunilha e patchouli...mas quem se importa com o que ele é feito, contanto que ele continue sendo Shalimar?
Poison: Uma das fragrâncias mais controversas da história dos perfumes. Um clássico dos anos 80, emblemático, show off, mas com uma inesquecível, bela e adocicada tuberosa. Um perfume para conhecer, quem sabe, colecionar e ter muito cuidado na hora de usar em ambientes fechados. Uma criação der Edouard Fléchier (Givaudan) -1985.
Angel é mais, muito mais do que o precursor da tendência gourmand. Ele é contraditório, um perfume para observadores que se atrevem a mergulhar além da nuvem de algodão doce (efeito do ingrediente etilmaltol), pois além dele há um bonito efeito amadeirado patchouli , groselha preta e flores brancas. Um toque canforado destoa e atordoa, leva-se um tempo para entender o seu efeito. Extrovertido e marcante, sem dúvida original. Criado por Olivier Cresp em 1992.
Opium: 1977. Yves Saint-Laurent queria lançar um marco, narcótico, poderoso e sensual, “para aquelas que se entregam a YSL”. Sua escolha foi um oriental especiado floral. Um perfume fascinante, sólido. A inspiração veio da China, com altas doses de canela e madeira de patchouli e sândalo.
Jicky: criado em 1889, o ano da Torre Eiffel, por Aimé Guerlain. Um perfume atemporal, em parte por sua estrutura minimalista que tem a lavanda e a vanilla como ingredientes centrais. A vanilla sintética era uma novidade na época, e foi combinada com a natural para dar um efeito inovador, mas além de lavanda e vanilla, Jicky é também cítrico (limão), herbal e animálico (civete). Jicky era usado por homens e mulheres, o unissex do século 19.
Fahrenheit: 1988, período de perfumes poderosos. O efeito couro foi combinado com frutas cítricas e a nota de folhas de violeta mais famosa da perfumaria. Ocupa o mesmo território olfativo que Bel-Ami de Hermès, outro clássico com toque esfumaçado e lenhoso. Um clássico da perfumaria masculina.
Azzaro pour homme: 1978, Gerard Anthony. Pertence ao grupo de perfumes reconhecido como sendo a tradução máxima da perfumaria masculina, os fougères. Um grande sucesso no Brasil, Azzaro é despretensioso, agradável, funciona bem e permanece por muito tempo na pele. Quer saber um pouco da sua receita? Notas cítricas, anis, lavanda, combinadas com patchouli, vetiver e musgo de carvalho.
Terre d’Hermès: Criado por Jean-Claude Ellena em 2006. O precursor da bem-sucedida combinação cítrico toranja e a madeira de vetiver. Uma estrutura clássica, agradável e atemporal, porém, sem o calor que o nome sugere..
Knowing: Estée Lauder, 1988. Chypre polido e arredondado que acomoda o floral rosa em uma cama de musgos na dose certa. Equilibrado e elegante.