quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

.: Final "A Fazenda" - Porque não voto em Babi Rossi ou Heloisa Faissol






Por: Helder Miranda
Em dezembro de 2014


Eu não entendo, absolutamente não entendo, como dentro do confinamento duas mulheres tão interessantes quanto Babi Rossi e Heloisa Faissol não despertaram a mesma paixão que elas conquistaram aqui fora. Nem um mísero participante apaixonado! Sob o ponto de vista de um comentarista, é raro duas mulheres tão diferentes despertarem os mesmos sentimentos, tão nobres entre si, quanto o afeto e a vontade de proteger que se tem visto aqui fora. Como comentarista, não como homem, pois sou casado, estou apaixonado por elas e é por isso que meu coração está dividido: se voto em uma, sinto que estou traindo a outra, e vice e versa. Logo, optei por não votar em nenhuma. 

Que vença, não a melhor, pois ambas são boas demais para serem resumidas a votos de reallity show, mas a que estiver predestinada a vencer o prêmio. E há torcidas enlouquecidas e com sangue nos olhos para fazer uma delas sagrar-se campeã. E eu realmente, hoje, não sei quem vai vencer. Porque quando penso em Babi liderando as enquetes, também percebo a torcida de Helô bem quietinha, na maciota, votando silenciosamente. Mas, desta vez, não é permitido dividir votos, pessoal. Quem gosta da Babi, que vote nela, e quem gosta da Helô, a mesma coisa. A palavra de ordem é: não dividam votos, porque senão DH pode surpreender e tomar o lugar de uma das duas merecedoras. E, por incrível que pareça, as torcidas estão se tratando com respeito e cordialidade, como deve ser, pois as participantes dentro do confinamento são amigas. 

Duas grandes mulheres, dividindo a mesma atenção e, quase sem saber, a luta pelo maior prêmio. Porque, se pararmos para pensar, "A Fazenda" é um programa movido por grandes mulheres que movem o programa em torno de si mesmas. Denise Rocha, Andressa Urach, Monique Evans, Nicole Bahls, Viviane Araújo, Joana Machado, Janaína Jacobina, Gretchen e ainda algumas que marcaram presença mesmo com pouco tempo de confinamento, como Babi Xavier, Bombom e Renata Banhara, que mereciam uma segunda chance para mostrar a que vieram. 

Essa, inclusive, foi a edição das mulheres fortes, senhoras de si mesmas, mesmo que não soubessem disso. São protagonizadas por elas duas das cenas mais fortes da edição. A primeira é a de Marlos Cruz, falando para a miss, Debora Lyra, então namorados, entre dentes, que ela poderia ficar e tomar banho com quem quisesse... Foi quando ela o desmascarou pela primeira vez e nos mostrou o que era o casal #Darlos. "Então você não gosta de mim". 

A outra cena, que chocou demais, foi Léo Rodriguez tripudiando em cima de Babi quando ela chorava debaixo do edredon porque se sentiu usada por ele. Aquele "foi gostosinho" cafajeste me fez lembrar de uma telenovela  antiga, "O Dono do Mundo", de Gilberto Braga, em que o vilão Felipe Barreto (Antonio Fagundes) apostava uma garrafa de champanhe com o amigo ao afirmar que levaria Márcia (Malu Mader), uma noiva virgem, para a cama, antes da noite de núpcias dela. 

Se antes Léo Rodriguez confundia o público ao passar a imagem de um rapaz bom que estava sendo ludibriado pelos "crápulas" da equipe Ovelha, quando todos saíram um a um - aliás, jamais contrate Diego Cristo para consultor de RH, porque, né? - e ele mais uma vez se juntou com os participantes errados, percebi que o problema dele, enquanto participante, não era tolice, mas caráter. E, se tripudia diante das câmeras de uma moça com beleza acima da média e famosa, imagine com as fãs, menos bonitas e anônimas... Podemos dizer que o desprezo pelas mulheres é problema da criação que ele teve, mas é alarmante saber que ele foi criado por uma mãe, possivelmente machista, que aplaudiu tudo, assim como inúmeras fãs. A maior lição para Léo Rodriguez, assim como para Pepê e Neném, foi não estar como parte integrante desta final.

Mas voltando às finalistas, tão iguais e tão diferentes, elas se traduzem pela alma. Heloisa Faissol é bonita à segunda vista e se caracteriza pela sutileza. Tudo nela é delicado, embora traga para si uma energia que emana ser "povão" por todos os poros. Helô é uma força da natureza, irreparável, irrepreensível e bailarina, com corpo mignon, fala malandra, mas sensível a uma demonstração de afeto. Com tanta profundidade interior, e um olhar de jabuticaba por vezes cabisbaixo, passando um olhar de timidez, ela esconde, muitas vezes, que é uma linda mulher também por fora.

Babi Rossi já se impõe à primeira vista. É indiscutivelmente bela e deve até assustar no primeiro contato. É linda e sabe ser linda, mesmo que inconscientemente. Mas o que mais surpreende em Babi é o que ela é por dentro. Babi é grande. Mais na grandiosidade de seu coração do que nas medidas de seus seios e bumbum. É mais do que isso e só percebeu após voltar de sucessivas berlindas, pela vontade popular, que realmente é isso tudo. Ambas tão diferentes e complementares, tão íntegras e tão grandes mulheres. É por isso que hoje não voto nem em Babi, nem em Heloisa. Pois, qualquer uma das duas, hoje, ganhando ou perdendo, será a campeã moral desta edição. 

.: Mudança de local: Korean Pop Festival acontece no Via Marquês

Realizado pelo Consulado Geral da República da Coreia em São Paulo, o evento que traz o Grupo 'Mr Mr' pela primeira vez ao Brasil, atrai fãs do K-Pop para a cidade no próximo dia 13. Por questões climáticas, a primeira edição do Korean Festival tem um novo o local. O evento será no Via Marquês, em São Paulo, das 15h às 17h. 

Com o objetivo de aproximar o jovem brasileiro do jovem coreano e trazer a cultura da Coreia para o Brasil, o evento realizado pelo  Consulado Geral da República da Coreia em São Paulo, com o apoio do Centro Cultural Coreano e Kpop Station, pretende romper as berreiras do preconceito e unir as culturas.

No próximo dia 13, a cidade de São Paulo recebe a primeira edição do Korean Pop Festival. Serão 24 grupos de jovens de todo o Brasil disputando quatro lugares, onde cada um vai dançar uma música e apresentar seu trabalho.

Na mesa de jurados, terá a presença dos integrantes do grupo ‘Mr.Mr’. A banda, formada por 5 integrantes jovens sul-coreanos, faz sucesso com o público da Coreia e chega ao Brasil para a alegria dos fãs. Na onda do K-Pop, o grupo se diferencia por todos os membros serem apenas vocais. Jin, Tey, Ryu, DoYeon e ChangJae chamam a atenção pela performance no palco e carisma em cada uma de suas apresentações.

No sábado (13), o Via Marquês vira palco dessa incrível competição, que além de ter o grupo como jurados do festival fazem uma pequena apresentação de duas músicas para os fãs brasileiros. O evento acontece das 15h ás 17h. Mais informações: www.kpopstation.com.br

O que é Kpop?
Kpop (Korean Pop – Pop Coreano) é um gênero musical que surgiu em meados dos anos 90 na Coreia do Sul. Este gênero consiste em utilizar ritmos dançantes, música eletrônica, electropop, hip hop, rock e R&B.

Este ritmo musical começou a se espalhar aos poucos entre os adolescentes e adultos jovens de todo o mundo, sendo referido pelos chineses como Onda Hallyu, que significa “fluxo da Coreia”, que foi impulsionado pela exportação de dramas coreanos, filmes e músicas. Com isso, este fenômeno se expandiu para o Pacífico, Américas, Europa e África do Norte, fazendo com que estes mundos com culturas muito distintas se interligassem umas com as outras.

Maior festival de rock do país, "Monsters of Rock" volta em 2015

Um dos mais importantes festivais do país, o "Monsters of Rock" está de volta em 2015! E para comemorar os 21 anos de sua primeira realização no Brasil, irá trazer para o público uma edição inesquecível. As datas já estão marcadas: dias 25 e 26 de abril, na Arena Anhembi, em São Paulo. Maior festival nacional com uma escalação 100% Rock´n Roll, o evento em 2015 apresentará 14 atrações de peso.

Realizado no Brasil em 1994, 95, 96, 98 e 2013, a versão nacional do Monsters, criado originalmente na Inglaterra, já reuniu um público de mais de 300.000 pessoas  em edições anteriores e trouxe ao país nomes como Black Sabbath, Slayer, Kiss, Megadeth, Faith no More, Alice Cooper, Ozzy Osbourne, Skid Row, Iron Maiden, Motorhead, Megadeth, Slipknot, Aerosmith e Whitesnake, entre muitos outros.

Responsável pela realização do evento desde sua primeira edição, a Mercury Concerts promete uma experiência mais do  que especial em 2015. O Monsters vem fazendo história no país desde sua primeira versão e, quando chega a sua maioridade, vai brindar o público com uma escalação hiper especial. Uma edição inesquecível, que não deixará pedra sobre pedra.

Além de um line-up de primeira, a Arena Anhembi em São Paulo receberá um palco monumental, preparado para se adequar aos mega shows de algumas das maiores bandas do mundo, e toda uma estrutura de diversão e interação que será montada no local para atender ao público presente.
O line-up completo da 6ª edição do Festival Monsters of Rock Brasil será anunciado em breve. Os ingressos para os dois dias de apresentações também estarão disponíveis para o grande público ainda este ano.


.: Paratletas são tema de livro de Joanna de Assis, repórter do SporTV

Com prefácio do jornalista Tiago Leifert, livro de estreia da repórter do SporTV Joanna de Assis constrói o perfil de 10 dos maiores medalhistas paralímpicos do país

“Paratletas são geneticamente diferentes dos outros humanos. Superiores, eu digo. Pode ser que falte um membro, mas ali dentro daquele corpo há muito mais resiliência do que na média da população (...). O paratleta tem algo de diferente, uma predisposição a fazer o que parece impossível, a reinventar as funções do corpo e do cérebro”, Tiago Leifert

Em outras palavras, nenhuma deficiência física é capaz de parar a trajetória de verdadeiros campeões. O livro-reportagem "Para-Heróis" surpreendente a qualquer um que leia as suas páginas, pois mexe com o que é invisível. Não a aparência de uma pessoa deficiente, não a ausência de um braço, uma perna ou da voz... Mas a força que carrega dentro de si.

Pelas palavras da jornalista Joanna de Assis Alan, Rosinha, Terezinha, Clodoaldo Dirceu, Ádria, Tenório, Daniel, Jovane e Mizael, dez dos principais para-atletas brasileiros, ganharam vida de um ângulo diferente. Ela os acompanhou durante as competições e ouviu suas histórias de vida. Alguns nasceram já deficientes outros tiveram de aprender a lidar com a frustração de ter um membro decepado, por exemplo.

Entre os casos inspiradores do livro, há o de Rosinha, cujo sorriso surpreendeu a escritora. “Uma das pessoas mais felizes que eu já conheci na vida. Sorri por qualquer motivo, sorri porque sabe o bem que faz sorrir. Mostra os dentes brancos que contrastam com sua pele negra brilhante com uma energia de raros. Seus desejos são tão simples que no dia em que foi atropelada por um caminhão, e teve sua perna esquerda esmagada, Rosinha mal chorou”, diz ela, revelando na sequência que por vezes chorou enquanto escrevia o livro.

Em uma narrativa emocionante, há também história do paraense Alan Fonteles, que com menos de um mês de vida perdeu as duas pernas e enfrentou um quadro grave de pneumonia. Hoje, ele é o velocista mais rápido do planeta, desbancando o maior ídolo que a Paraolimpíada já teve, o sul-africano Oscar Pistorius. O nadador Clodoaldo Silva, por sua vez, reúne vitórias constantes ainda que tenha paralisia nas pernas. Além dos inúmeros pódios, ele cita na obra que a sua maior conquista é a primeira filha, Anita, nascida em 2008.

Nos dizeres do tetracampeão mundial de Paracanoagem Fernando Fernandes, “Joanna tem algo a mais, que a torna ainda mais especial: a delicadeza e o olhar de uma mulher que vivencia e ama o esporte”. Além dele, o apresentador da TV Globo Tiago Leifert assina o prefácio do livro – que chega doa 10 de novembro às livrarias pela editora Belas-Letras.

Sobre a autora
Joanna de Assis começou sua carreira no jornalismo em 1999, na Gazeta Esportiva, e desde então tem se consolidado como uma das maiores repórteres esportivas do país. Trabalhou no Terra, Uol, Globoesporte.com, Revista Placar e, depois de ser escalada de última hora para cobrir um jogo de futebol no lugar de um colega, passou a integrar o time de jornalistas do SporTV, onde já entrevistou, entre outros, Roger Federer, Rafael Nadal, Ronaldo Fenômeno, Boris Becker, Ryan Lotche, Isinbayeva e Usain Bolt. Também faz parte do programa Bem, Amigos, apresentado por Galvão Bueno. Para-Heróis é seu primeiro livro.




.: Heloisa Rosa, a nova referência da música gospel‏

Heloisa Rosa se tornou uma grande referência na música gospel da atualidade. Talento, beleza e simpatia são alguns dos traços da cantora, que busca sempre a perfeição e excelência na produção de seu trabalho. Completando 15 anos de carreira, a mineira já colhe incríveis resultados no segmento cristão no Brasil. Mas, é sua simplicidade de ver a vida que chama atenção.

Quando criança começou a cantar por incentivo de seus pais na igreja que frequentavam. Mas, nada foi planejado e aos poucos aprimorou seu talento. Aos 10 anos, aprendeu a tocar violão, o que a inspira até hoje a compor. “Vejo a música como uma ferramenta para educação e a socialização. A parte primordial para mim, e a que considero mais ‘sagrada’, é usá-la para falar a respeito de Deus, de seus caminhos e sua maneira de nos ver”, disse a artista.

Desde a infância, Heloisa foi influenciada pelo rock inglês, especialmente da banda Delirious?, por músicas da banda americana Petra e cantores como Kenty Henry, Brian Doerksen, Rita Springer e White Cross, além do irlandês naturalizado brasileiro David Quinlan, com quem gravou a inédita Eu Vejo a Cruz.



Transmitindo uma mensagem de esperança às pessoas por meio de suas composições, ela acaba de lançar o DVD Heloisa Rosa Ao Vivo em São Paulo, gravado no Teatro Bradesco com lotação máxima, e explica que o tema principal do álbum é o que está por trás das grandes metrópoles. “São Paulo, em nossa concepção, foi o lugar escolhido para ser tema do DVD por ser uma cidade que representa de forma clara o que queríamos abordar. Uma cidade grande, cheia de oportunidades, pessoas de todos cantos do país, e por outro lado, com uma triste realidade social, econômica e espiritual, a solidão e a pobreza”, explicou.

Todo o esforço que Heloisa tem feito durante os anos, já resulta em testemunhos incríveis de pessoas, que de alguma forma, tiveram a vida mudada. “Um homem contou-nos que a canção ‘Jesus é o Caminho’ o impediu de cometer um suicídio. A rádio que estava sintonizada próximo ao lugar onde estava se preparando para o ato não era de grupos religiosos, e de repente alguém pediu e tocou, e ele ouviu a canção. Seu coração foi tocado e ele desistiu desse plano horrível”, ressaltou.

Mesmo com a intensa carreira, a mineira que confessa ser ansiosa, prioriza sempre reservar um tempo para cuidar da família, da casa e do jardim. Hoje, mesmo se sentindo realizada ela planeja realizar novos sonhos. “Desejo ter uma formação acadêmica na área de Psicologia ou em Letras. Continuo aprendendo teclado e tenho muitos sonhos que ainda se realizarão! Sei que ‘ser’ referencial inclui responsabilidade, mas também alegria”, concluiu a talentosa artista.

Sobre a cantoraAo completar 15 anos de ministério, a cantora Heloisa Rosa apresenta o seu primeiro DVD, gravado com lotação máxima no Teatro Bradesco. “Heloisa Rosa - Ao Vivo em São Paulo” registra seus maiores sucessos como “Há um Lugar”, “Estou Livre do Pecado”, “Estante da Vida”, “Vaidade” e “Clamarei Teu Santo Nome”, além das inéditas “Minha Alma”, da banda inglesa Delirious, e “Eu Vejo a Cruz”, de Brian Doerksen, interpretada em dueto com David Quinlan. O álbum está disponível também em CDs (Volumes 1 e 2).

Ficha técnica DVD Heloisa Rosa – Ao Vivo em São Paulo:
Produção Executiva e Criação: Ricardo Carreras
Direção: Hugo Pessoa
Produção Musical: Jr. Finnis
Direção de Fotografia: Marcos Olivio
Gravadora: Musile Records
Faixas: 20 músicas

.: AHS: Oitavo episódio é um verdadeiro "Blood Bath"

Aberrações em um banho de sangue

Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em dezembro de 2014


Não acreditar no que os olhos viram é uma boa alternativa para organizar, calmamente, cada reviravolta marcante do oitavo episódio de American Horror Story: Freak Show, "Blood Bath". Após o hiato de duas semanas, a criatura de sucesso transmitida pelo canal FX voltou às mãos de seus criadores. O episódio "Blood bath" foi escrito por Ryan Murphy e dirigido por Bradley Buecker. 


Inicialmente, Gloria Mott (Frances Conroy), no divã, apesar de ter uma intuição ruim, revela um amor insano pelo filho, Dandy (Finn Wittrock). Como toda mãe amorosa, ela entende cada atitude cruel do filho, que ocultou religiosamente dos outros -e até de si, talvez. Após decifrar parte do enigma da conturbada infância de Dandy, novo mergulho no carrossel das emoções. No Circo de Elsa Mars (Jessica Lange), a loira chora desesperadamente, diante das vestimentas de Ma Petite (Jyoti Amge), mas não convence Ethel Darling (Kathy Bates).


Em uma discussão de puro talento entre Lange e Bates, a visão de cada personagem a respeito da relação entre ambas é defendido brilhantemente. Enquanto Ethel sempre foi dedicada à diva, Elsa sempre ambicionou o posto de estrela do circo e "mãe" das aberrações. Assim, sob a ameça de que "a cortina cai essa noite", Elsa, gananciosa e egocêntrica, acerta os passos de Ethel, mãe de Jimmy Darling, o garoto lagosta (Evan Peters).


De um jeito Hollywoodiano, Stanley (Dennis O'Hare) dá um toque especial para o acontecimento e torna a cena hilária, ao comentar que Elsa, um dia, receberá um Oscar, por tamanho talento. Ora! Jessica Lange já tem tal estatueta, por "Tootsie". Após o show de interpretação de Elsa, diante da "descoberta", é Jimmy quem cuida do discurso que reúne todas as aberrações, mais uma vez.


Vale salientar que, para a nossa alegria e completar o show, a diva das aberrações encontra uma novidade bem rechonchuda: Barbara, uma moça obesa, que batizou de Iam Wiggles. Mais distante da tenda principal, em um trailer, revoltadas, as aberrações femininas se juntam para vingar o que o pai de Penny fez a ela. Diante da situação da mulher da época, Desiree, Amazon, Suzi e Penny juntam forças e fazem acontecer com direito a piche fervendo e penas de travesseiros. 


Totalmente distante deste cenário, Dandy, no consultório do psiquiatra age friamente e revela todo o mal que carrega. Embora enfrente um dilema muito árduo para alcançar todo o poder que deseja: a possibilidade de comer a carne de uma pessoa ou banhar-se, apenas, no sangue desta. Em casa, já no clima natalino, Dandy ameaça a própria mãe e o desfecho da relação mãe e filho é impressionante. No entanto, a pergunta que fica é: "Até quando Regina conseguirá sobreviver na mansão com Dandy Mott?"

Seriado: American Horror Story: Freak show

Temporada: 4
Episódio: 8 - "Blood Bath”
Exibido em: 3 de dezembro de 2014, EUA.
Elenco: Jessica Lange, Sarah Paulson, Evan Peters, Finn Wittrock, Mat Fraser, entre outros. 



.: Resenha de "MTV: Bota Essa P#@%* pra Funcionar", Zico Goes

O melhor (e o pior?) da MTV Brasil 
Por: Mary Ellen Farias dos Santos 
Em dezembro de 2014


Os segredos da emissora jovem que botou para funcionar por 23 anos.



A MTV Brasil, por anos, foi a emissora televisiva que era jovem e do jovem. O canal que foi fundado em 20 de outubro de 1990, fechou as portas em 30 de setembro de 2013, para a tristeza de muitos. Contudo, para suprir tamanha falta, a editora Panda Books, lançou o livro de Zico Goes, "MTV, bota essa p#@% pra funcionar"

A frase que é o nome do livro, foi uma "criação" de Caetano Veloso, em 2004. O cantor soltou essa pérola na premiação do canal, o VMB, após repetidas falhas de som durante performance ao lado de David Byrne. Nove anos após o sermão, a engrenagem da MTV Brasil deixou de funcionar, mas o diretor de conteúdo do canal tem muito o que contar.

Em um texto envolvente, já de acordo com a nova ortografia, os fãs da emissora relembram programas de sucesso como o "Fica comigo", "Disk MTV", "Acústico MTV", "Rockgol" e "Ponto Pê". Além de mergulhar numa viagem maravilhosa pelos meandros históricos da emissora, revelações tornam a publicação ainda mais convidativa. Um bom exemplo é sobre a finalização dos votos do programa de grande sucesso do canal: o Disk MTV.

"Um segredinho: a MTV interferia na contagem dos votos dos Disk MTV. As pessoas, de fato, ligavam para pedir o clipe, mas nós tentávamos ajustar a parada para que ela tivesse certa regularidade. Até tentamos ser 100% democráticos, mas não deu certo: o programa ficou irregular e a audiência caiu. Essa interferência era feita sempre de maneira intuitiva, porque nunca acreditamos nas pesquisas - pareciam ser apenas uma fotografia de momento, que quase nunca apontavam para o futuro", revela no capítulo Cases de Sucesso, sobre o programa de durou anos na grade de programação, o Disk MTV.

Para a tristeza de muitos, a MTV Brasil voltou aos "donos" e o canal aberto, passou a ter na grade de programação o que os VJs tanto temiam: "pastores". Entretanto, o livro "MTV, Bota Essa P#@% pra Funcionar" é um registro da experiência televisiva voltada aos jovens -do canal que criou e inovou. Os bastidores daquilo que não deu certo, do que foi bom e do que poderia ser ainda melhor, caso ainda estivesse disponível. Enfim, o livro de Zico Goes é para ler e reler!


Livro: MTV, Bota Essa P#@% pra Funcionar
Autor: Zico Goes
168 páginas
Editora: Panda Books

.: Biografia de Ruy Barbosa: Ruy, a águia de Haia

Por: Ruy Martins Altenfelder Silva



Ruy Barbosa nasceu em Salvador-BA no dia 5 de novembro de 1849, há 165 anos. Foi um dos maiores juristas brasileiros, destacando-se também como Político (com “P” maiúsculo), diplomata, escritor, filólogo, tradutor e orador. Foi um ferrenho defensor do federalismo, do abolicionismo, dos direitos e garantias individuais e da ética na política.

Ruy Barbosa foi deputado, senador, ministro e candidato à Presidência da República. Foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras e seu Presidente entre 1908 e 1919. Em 1907, Rodrigues Alves, presidente da República designou-o representante do Brasil na 2ª Conferência da Paz, em Haia, na Holanda. Sua brilhante inteligência e eloquência lhe rendeu o título de águia de Haia.

Neste momento que o Brasil vive, vale lembrar lições de Ruy Barbosa, notadamente, o discurso aos bacharelandos da Faculdade de Direito de São Paulo, em 1920, denominada “Oração aos Moços”. Ruy continua sendo o inspirador de muitas, que nele vão procurar as regras de conduta para que suas ações sejam norteadas por caminhos que levam ao cumprimento do dever. Foi um cidadão público que fez da advocacia um verdadeiro sacerdócio.
A leitura e reflexão das obras de Ruy Barbosa revigora nossa crença na prevalência dos princípios morais e éticos. Na “Oração aos Moços”, relembrou principio básico que prevalece nos dias atuais. “Entre as leis ordinárias e a lei das leis (a Constituição) é a justiça quem decide, fulminando aquelas quando com estas colidirem”.^

A águia de Haia prezava os magistrados e os advogados. “São duas carreiras quase sagradas, inseparáveis uma da outra, e, tanto uma como a outra, imensas nas dificuldades, responsabilidades e utilidades”.

Ao final da inesquecível “Oração aos Moços”, Ruy foi incisivo: “Eia, senhores! Mocidade viril! Inteligência brasileira! Nobre nação explorada! Brasil de ontem e amanhã! Dai-nos o de hoje, que nos falta.

Mãos à obra da reivindicação de nossa perdida autonomia; mãos à obra da nossa reconstituição interior; mãos à obra de reconciliarmos a vida nacional com as instituições nacionais; mãos á obra de substituir pela verdade o simulacro politico da nossa existência entre as nações”, continua Ruy Barbosa.
“Trabalhai por essa que há de ser a salvação nossa. Mas não buscando salvadores. Ainda vos poderei salvar a vós mesmos. Não é sonho, meus amigos: bem sinto eu, nas pulsações do sangue, essa ressurreição ansiada. Oxalá não se me fechem os olhos, antes de lhe ver os primeiros indícios no horizonte. Assim o queira Deus”.

Ruy Barbosa morreu aos 73 anos, em Petrópolis. Sua extensa bibliografia em mais de cem volumes reúne discursos, artigos, conferências e anotações. Sua biblioteca com mais de 50 mil títulos pertence à Fundação Casa de Rui Barbosa, em antiga residência no Rio de Janeiro.

Nos dias atuais é preciso agir com firmeza, segurança e equilíbrio como nos ensinou Ruy Barbosa, cuja memória não pode ser esquecida.

*Ruy Martins Altenfelder Silva é presidente da Academia Paulista de Letras Jurídicas – APLJ.

.: Palestra “Games & Animação, Um Panorama Introdutório”

Evento faz parte do Programa Oficinas Interativas, que utiliza enquetes on line para definir temas de interesse do público nas cidades atendidas pelas 22 Oficinas Culturais do Estado.


A Oficina Cultural Pagu – unidade da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, gerenciada pela POIESIS Instituto de Apoio à Cultura, à Língua e à Literatura – promove no dia 11 de dezembro a palestra “Games & Animação, Um Panorama Introdutório”, com o artista digital e produtor de games, Luís Carlos Petry. O evento é gratuito e as inscrições devem ser feitas na Oficina Cultural, por meio do contato pagu@oficinasculturais.org.br ou pelo telefone (13) 3219-2036. O endereço da palestra mudou para a ETEC Aristóteles Ferreira - Av. Dr. Epitácio Pessoa, 466, Aparecida, em Santos.

O evento faz parte do Programa Oficinas Interativas, que tem como objetivo estimular e ampliar a participação popular na definição da programação das Oficinas Culturais, particularmente em atividades como seminários e debates, por meio de um mecanismo interativo de escolha dos temas via web. As atividades também serão gravadas e publicadas no canal do YouTube das Oficinas Culturais disponível no endereço https://www.youtube.com/channel/UCx4ySlsHp1HfVZcwbvulpAQ

De relevância crescente no mundo contemporâneo, os games permitem aos jogadores experiências altamente diversificadas em vários campos: entretenimento, treinamento, educação etc. Nesse universo, uma atividade artística ocupa um lugar de destaque: a animação, que está presente em todos os aspectos de um jogo.

Na palestra, Luís Carlos Petry apresentará uma síntese panorâmica das potencialidades dos games no mundo atual, a partir da perspectiva da animação e da interatividade, enfocando: as origens da animação para a produção fílmica, do entretenimento e a sua superlativização dentro dos games; a importância da animação e dos games dentro da cultura contemporânea, situando exemplos considerados hoje clássicos e norteadores, como Hanna Barbera e Lucas-Pixar; as relações entre a emergente indústria e a comunidade de usuários que se tornaram mais do que consumidores, mas produtores de conteúdo (os chamados prossumers); os conceitos básicos de animação que são incorporados na produção de games e a sua transformação dentro das metodologias de produção. 

Questões teóricas e técnicas serão exemplificadas a partir de dois jogos consagrados: The Last of Us e Beyond. Também serão apresentados o engine de games Unity 3D e os engines da EPIC Games – UDK e Unreal 4 – que são centrados na atividade dos artistas de games e possuem uma sistemática voltada para a produção artística. O encontro ainda fornecerá uma bibliografia de base para os interessados em saber mais e será finalizado com um discussão sobre as tendências atuais da animação para games e suas potencialidades para a produção de peças educacionais, culturais e científicas.

Filósofo, artista digital, pesquisador e produtor de games, Luís Carlos Petry é professor no Programa de Pós-Graduação em Tecnologias da Inteligência e Design Digital da PUC-SP. Na mesma universidade, criou o projeto do Curso de Jogos e atua no NuPHG (Núcleo de Pesquisa em Hipermídia e Games). É membro atuante no corpo científico do SBGames (Simpósio Brasileiro de Games), tendo sido o Chair do Consórcio Doutoral de 2013. É consultor para games e hipermídia da Fundação de Ciência e Tecnologia de Portugal. Participou com games artístico-acadêmicos nas Bienais de Cerveira de 2009 (Ópera Quântica AlletSator 4.5) e 2011 (Labirinto Artístico-Filosófico); participou da equipe que recebeu o “4t Premi Internacional Ciutat de Vinaròs de Literatura Digital" em 2009 com o poema animado "Poemas no meio do caminho". Mantém a página de pesquisa wwww.topofilosofia.net e sua página nerd no Facebook: https://www.facebook.com/luis.petry.3

Serviço: 
► PALESTRA: GAMES & ANIMAÇÃO, UM PANORAMA INTRODUTÓRIO
Palestrante: Luís Carlos Petry
11/12 – quinta-feira – 19h às 22h
Público: interessados no tema
Inscrições: até 10/12 no site
Seleção: primeiros inscritos no site das Oficinas Culturais no link: http://oficinasculturais.org.br/programacao/ver.php?idoficina=19
20 vagas
Local: ETEC Aristóteles Ferreira - Av. Dr. Epitácio Pessoa, 466, Aparecida, CEP 11030-600 – Santos - SP
Gratuito

Oficina Cultural Pagu
Coordenadora: Mônica Tranjan Real de Toledo
Rua Espírito Santo, 17, Campo Grande - Cep: 11075-390 - Santos - SP
Telefone: (13) 3219-2036 / 3219-1741 | pagu@oficinasculturais.org.br
Funcionamento: Segunda das 18h às 22h, terças a sextas-feiras das 13h às 22h. Sábado das
14h às 18h.
Site: www.oficinasculturais.org.br
Facebook: https://www.facebook.com/OficinasCulturais
Twitter: @OficinaCultural
OBS: Possui rampa de acessibilidade; não possui estacionamento; não possui rede wi-fi.

.: Férias: Vagas para cursos grátis de informática

As férias escolares são um bom momento para turbinar o currículo. Pensando nisso, o CIEE está com 1.100 vagas para formação de turmas de dez cursos e quatro oficinas de Tecnologia da Informação para os meses de dezembro e janeiro próximos. 

Todos são gratuitos e presenciais, ministrados em parceria com a Impacta e a Cisco do Brasil. O objetivo desses treinamentos é qualificar os estudantes para que tenham mais chances de aprovação em vagas de estágio e aprendizagem.  A carga horária dos cursos varia de 8 a 70 horas, enquanto as oficinas têm duração de 3 e 4 horas. 

São 20 alunos por sala e as aulas são ministradas de manhã (das 8h15 às 12h15) ou à tarde (das 13 às 17h), nos laboratórios de informática do CIEE (Rua Tabapuã, 445, 4º andar, no bairro Itaim Bibi, na capital paulista).
Inscrições gratuitas no site www.ciee.org.br.

Sobre o CIEE: Desde sua fundação, há 50 anos, o CIEE já encaminhou 15 milhões de estudantes para estágio e aprendizagem em milhares de empresas e órgãos públicos parceiros. Para se ter ideia, o contingente de estagiários é maior do que a população da cidade de São Paulo. A marca confirma o crescente reconhecimento da eficácia do estágio e da aprendizagem em duas importantes frentes: como capacitação prática dos jovens para o mercado de trabalho e como fonte de recrutamento de novos talentos. O CIEE também desenvolve uma série de ações de assistência social, com total gratuidade aos beneficiados e destinadas, em especial, a segmentos em situação de vulnerabilidade social como: Programa de Educação à Distância, Inclusão de Pessoas com Deficiência, Alfabetização para Adultos, Desenvolvimento Estudantil e Profissional, Programa de Orientação e Informação Profissional, Orientação Jurídica Gratuita à População Carente (Projur), Cursos Gratuitos de Informática, além de Ciclos de Palestras, Concursos Literários – que estimulam a escrita e a leitura -, Feira do Estudante - Expo CIEE, entre outros.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

.: Entrevista com Deborah Secco sobre o filme "Boa Sorte"

Estreia da cineasta Carolina Jabor na direção de um longa-metragem de ficção, “Boa Sorte”, nos cinemas de todo o Brasil, narra uma história de amor improvável e transformadora entre João,  um jovem de 17 anos, inexperiente e tímido, e Judite, uma mulher de pouco mais  de 30 anos, que já experimentou de tudo na vida e está internada em uma clínica  de reabilitação. 

João (João Pedro Zappa) é um adolescente introspectivo, que não tem amigos e não recebe a menor atenção da família. Ele acredita piamente que, ao tomar um comprimido psicotrópico com refrigerante, fica invisível. Judite (Deborah Secco) já tomou todos os tipos de droga e contraiu o vírus da Aids. Internada em uma clínica de reabilitação, ela sabe que seu corpo não resistirá por muito tempo.

Depois de um episódio um tanto violento, os pais de João descobrem que o rapaz está tomando remédios da mãe e resolvem interná-lo. Na clínica, João conhece Judite – e desse encontro nasce uma paixão que marcará para sempre o futuro do rapaz.

“Boa Sorte” é uma adaptação do conto “Frontal com Fanta”, de Jorge Furtado, incluído na coletânea “Tarja Preta”, publicada pela editora Objetiva em 2005. Amiga e admiradora de Furtado, Carolina Jabor encontrou no conto o material que tanto procurava para realizar sua estreia em uma obra de ficção. “Queria muito fazer um filme contemporâneo, que falasse das questões atuais. Procurei bastante uma história, até que me deparei com esse conto do Jorge, sobre um tema, por acaso, muito próximo a mim naquele momento. Quando o li, o filho de uma grande amiga enfrentava a dependência química por remédios. Era uma situação difícil e instigante, que me chamou atenção para o assunto e para o conto”, conta Carolina. A atriz Deborah Secco, que interpreta a personagem Judite, dá esta entrevista.


Como você descreveria sua personagem?
Descrever Judite é uma tarefa complicada. Ela foi um pouco de tudo, experimentou um pouco de tudo. Sem dúvida é uma pessoa intensa, que viveu profundamente, inteiramente, loucamente, e agora vive a paz de quem já não tem mais o que fazer aqui, já esgotou todas as possibilidades. Ela traz uma forma de ver a vida com calma e serenidade. Talvez, se todos nós tivéssemos essa consciência, poderíamos ser bem mais felizes. A Judite é uma mulher inteira, tanto para experimentar a loucura quanto a calma, tanto para ter coragem como para ter medo. Ela tem uma força que eu, Deborah, gostaria de ter.

E como Judite chegou até você?
Judite não chegou até mim, essa personagem eu fui buscar, corri atrás dela. Soube através de uma amiga em comum que a Carol Jabor filmaria o conto “Frontal com Fanta”, do Jorge Furtado, e fiquei louca, porque já conhecia o conto e era apaixonada por ele. Aliás, sou apaixonada pelo Jorge como autor, é um dos poucos autores brasileiros que têm capacidade de emocionar e de falar com o público de uma forma simples, direta. Queria muito ter comprado esse conto, mas os direitos não estavam mais disponíveis. Quando soube que a Carol ia filmar, o elenco estava praticamente definido, mas resolvi ir atrás dela. Mandei um e-mail, pedindo para que ela fizesse um teste comigo. Consegui convencê-la a fazer o teste e, depois, entrei como coprodutora. Batalhei muito pelo filme, e acho que minha vontade de fazer a Judite, meu amor pela Judite, foi decisivo para Carol ter se rendido à minha pressão. E acho que foi a coisa mais certa que fiz na vida. Como atriz, até hoje não tive um trabalho tão intenso, profundo e que tenha me feito tão bem. 

Como foi voltar a um texto de Jorge Furtado, com quem você já tinha trabalhado em “Meu Tio Matou um Cara”, “Caramuru – A Invenção do Brasil”, entre outros?
Conheci o Jorge quando ele me chamou para fazer um teste para “A Invenção do Brasil”. Já o admirava muito, mas na época não imaginei que chegaria um convite dele. Fiz o teste para a Paraguaçu, com a Camila Pitanga, e eles acabaram optando por ela, que além de ser uma grande atriz, ainda representa o Brasil, fisicamente. Então eles me chamaram para fazer a Moema, irmã de Paraguaçu. No início falei  que não faria, porque ficaria com inveja, e inveja é a última coisa que eu quero sentir na minha vida. Passaram-se alguns meses e encontrei o Guel Arraes, que me contou ter escolhido outra atriz para fazer Moema. E aí pensei: “Puxa, vou ficar com inveja de duas atrizes! Que coisa péssima!” (risos). Liguei correndo para o Guel  e perguntei: “Ainda dá tempo de voltar?”. Fiz “A Invenção do Brasil” e fiquei mais próxima do Jorge. Depois, fui conhecê-lo mais profundamente quando ele me chamou para fazer o filme “Meu Tio Matou um Cara”. Fiquei encantada pela inteligência dele, pela doçura, pela forma com que vê a arte, pela forma com que ele trabalha junto com a família, a mulher e os filhos. Depois, ainda fizemos outros projetos. O mais recente foi “Decameron”, uma série para a TV Globo toda em verso, toda rimada. Foi nessa época que fui atrás dos livros dele e conheci “Frontal com Fanta”. Quis comprar os direitos, mas eles já não estavam disponíveis. E foi louco, porque um ano e meio depois, sai para jantar com uma das minhas melhores amigas e ela, coincidentemente, me contou que a Carol Jabor estava para filmar essa história, sobre uma mulher que conhece um menino mais novo em uma clínica de reabilitação. Foi a deixa para eu correr atrás.


Como você se preparou para viver Judite?
Antes mesmo de Carol Jabor confirmar que faria o filme, comecei a pesquisar. Fui conversar com alguns médicos sobre a Aids e a questão das drogas. Quando recebi a notícia de que faria mesmo o filme, ainda tivemos que administrar nossas agendas. Pela minha, precisaria que ela adiasse um pouco as filmagens – mas ela me contou que estava grávida. Na data em que eu poderia filmar, ela estaria parindo! Dei um jeito, então. E logo comecei a trabalhar com o Chico Accioly, que é um gênio, uma pessoa com uma visão e uma delicadeza diferente de tudo. Ele enxergou em mim todos os defeitos, e soube apresentá-los de uma forma doce e leve, de forma que eu pudesse consertá-los. Depois veio a Dani Visco para trabalhar a parte corporal, que acabou me dando uma aula de espiritualidade. Foi uma preparação muito vasta e diferente. O Chico trabalhou mais os textos, a Dani trabalhou a energia das cenas.


E a preparação física? Você precisou emagrecer, não?
Sim. Apesar da grande força de espírito da Judite, ela está muito debilitada fisicamente, e precisava trazer essa fragilidade no meu corpo. As pessoas deveriam me olhar e ver uma pessoa fraca, ao mesmo tempo tinha que interpretar essa alma forte. Por isso foi tão importante perder peso. Antes de filmar estava fazendo uma série, então tive apenas três semanas para emagrecer. Consegui perder 12 quilos, o que realmente foi bem difícil, mas hoje tenho certeza de que não foi nem o mais difícil, nem o mais importante para o filme. Bem mais importante foi ter conseguido um elo muito especial com o João Pedro Zappa para contar essa 
história de amor.

Como foi essa sintonia com seu principal parceiro de cena? 
João foi um grande parceiro. Nós nos apaixonamos verdadeiramente um pelo outro, não como homem e mulher, mas pela criação de um elo, por termos construirmos uma coisa juntos. Uma experiência que, tenho certeza, vai fazer com que a gente se ame para sempre para o resto da vida. Conseguimos a intimidade emocional e física que era necessária para o filme. Contamos uma história de amor que construímos entre a atriz e o ator e entre os personagens. A história mais importante a ser contada era o quanto Judite tinha a oferecer de vida para ele, e o quanto ela aprendeu com ele. Acho que a Judite foi amada de verdade pela primeira vez pelo João, então ela vai embora com um grande presente. Por que sermos genuinamente amados por alguém é algo raro, e talvez seja a melhor coisa podemos levar dessa vida. Ela no fim consegue isso, e ele talvez viva a vida inteira sem ter um amor como o dela. E João vai viver com esse amor alimentando a vida dele. Essa história de amor salva os dois, um salva o outro. De certa forma, Judite continua vivendo em João graças a esse amor, essa experiência que eles compartilharam.

Como você vê as questões abordadas pelo filme, como as drogas e a loucura?
O filme trata de assuntos muito atuais de uma forma leve e sutil. Vivemos uma época em que a dependência química aumentou muito. Não só de pessoas que optam por se drogar, mas também pessoas que são medicadas. Os remédios ganham importância cada vez maior, não param de surgir novas marcas, e cada vez mais pessoas fazem uso de remédios. O tema das drogas ilícitas também entra de forma muito sutil. Até que ponto a maconha é tão prejudicial, se for usada para medicar ou de forma mais consciente, com auxílio de informação? O que faz mais mal? Um remédio que contém diversos elementos químicos ou uma erva que pode te acalmar, te fazer dormir da mesma maneira? Eu não faço apologia de nada, ainda tenho muitas dúvidas, mas acho que o filme levanta essas dúvidas de forma muito interessante, ele te faz pensar. O que acho ótimo, porque odeio filmes que te trazem respostas. 

Como foi contracenar com Fernanda Montenegro?
Foi um dos momentos mais tensos e intensos da minha vida. Desde que soube que dona Fernanda faria minha avó no filme, foi uma das minhas maiores alegrias, mas foi difícil também, porque não conseguia parar de olhar para ela como a mulher que eu quero ser, a atriz que eu quero ser, a mãe que eu quero ser... Tenho uma imensa admiração por Fernanda não só como atriz, mas pela mulher que ela é. No  filme, Judite e a avó tem uma relação de vazio, de falta de amor, de lacuna, e eu realmente estava muito apreensiva. Para mim, era uma das cenas mais difíceis, porque conta toda a relação da Judite com a família, com a falta de pai, de mãe, a falta de afeto, está tudo ali, naquela cena. E ainda era com a Fernandona! Mas ela é de uma generosidade rara, e ter contracenado com ela só me fez crescer. Foi muito incrível ouvir palavras de incentivo, sobre minha dedicação, minhas escolhas, meu direcionamento de carreira. Já teria valido o filme por ter conhecido essa mulher, mas foi melhor do que eu podia imaginar. Foi realmente um privilégio, me sinto uma atriz muito privilegiada por ter contracenado com uma atriz que admiro tanto, com uma mulher que admiro tanto. Ela falou do frio na barriga, do medo que vem sempre, que todos nós artistas temos. Foi um alívio saber que ela estava com medo também. Foi confortante saber que estamos no mesmo barco. Bem, talvez não no mesmo barco - eu ainda estou de bote, ela já está de navio (risos) -, mas foi importante ouvir dela que o medo vai estar sempre presente. Isso me fez relaxar e olhar para ela como uma colega, uma colega especial, que admiro muito, mas uma colega.

E como você descreveria a direção de Carolina Jabor?
É impressionante como a Carolina tinha esse filme dentro dela. Ela sabia muito bem o que queria. Sabia quem eram esses personagens, a história que ia contar. Passava uma segurança rara de se encontrar por aí. Acho que a tecnologia digital tirou a necessidade do cineasta estudar. Quando era em película, o diretor precisava estudar a luz, o take. O negativo custa caro, acaba. Quando estudei cinema, os diretores preparavam muito o filme, decupavam tudo antes de ir para o set. Com o digital, tudo virou meio um ensaio. “Vamos para o set e lá a gente vê o que acontece”. A Carol, não. Ela me lembrou os diretores que estudei, que têm o roteiro na cabeça. É um filme de baixo orçamento, filmado em três semanas apenas, o que seria quase impossível, mas ela sabia tanto o que queria que poupou semanas de trabalho. Foi uma direção de cinema, uma experiência muito enriquecedora para mim.


Como você avalia a importância de Bruna Surfistinha e Judite em sua trajetória?
Comecei a minha carreira muito cedo, aos oito anos, e aos 13 fiz a série “Confissões de Adolescente”, com o Daniel Filho. A série era filmada, em película. Pude aprender o ofício de uma forma muito rica, poucas pessoas hoje em dia têm essa oportunidade. Fiz televisão, teatro, mas queria muito fazer cinema, e o cinema nacional estava crescendo. Veio o convite para o “Bruna Surfistinha”, o que me encheu de dúvida, porque o Marcos Baldini era um diretor estreante e a história estava na fronteira entre o filme que relata a vida dura de uma prostituta e a pornografia. Liguei para vários diretores, amigos e artistas que admirava e todos me recomendaram não fazer. Mas alguma coisa dentro de mim falava: “faz”. Consegui uma boa negociação e acabei virando um pouco dona do filme também. Tive liberdade para dizer o que queria e o que não queria que entrasse no filme depois de filmado. Isso foi muito importante para que pudesse fazer o trabalho daquela maneira, entregue. E foi a primeira vez que me desafiei como atriz. Peguei uma coisa que não sabia se sabia fazer. Tudo podia dar errado. Foram nove semanas e meia de filmagem, foi um longa-metragem com orçamento generoso. E quando terminei, tive a certeza: “Nunca mais quero deixar de fazer cinema”. Não quero deixar de enfrentar desafios que me tirem o sono. Pode ser que dê errado, mas tudo bem, quem não erra na vida? Pelo menos mergulhei, me desafiei, não fiquei no meu lugar comum. E depois do “Bruna”, comecei uma procura ansiosa e desenfreada por outra personagem capaz de me ensinar, de mudar minha mente, de me fazer enxergar a vida de uma forma diferente. E aí veio a Judite, um presente que não sei como agradecer. Porque, além de tudo, ela me deu a chance de exercitar outro tipo de interpretação, mais limpa, mais cinematográfica, mais intensa. Foi o presente que qualquer ator pediria aos céus. Ela veio para me ensinar tanta coisa, mudar tanto a minha vida. Eu não queria sair do set. É no cinema que consigo ir mais fundo, consigo buscar essa atriz que eu não sei se sou capaz de ser, e é esse desafio que quero para a minha vida, que começou no “Bruna” e que eu quero manter para o resto da minha vida. 


Sobre Deborah Secco
Atriz premiada por sua atuação como protagonista do longa-metragem “Bruna Surfistinha” (Marcus Baldini, 2010), Deborah Secco atuou também em outras grandes produções nacionais como “Confissões de Adolescente” (Daniel Filho, Cris D'Amato, 2013), “Meu Tio Matou um Cara” (Jorge Furtado, 2004) e “Caramuru – A Invenção do Brasil” (Guel Arraes e Jorge Furtado, 2000). Também está no elenco de 
“Estrada do Diabo” (André Moraes). Na TV, seu primeiro papel de destaque foi no seriado “Confissões de Adolescente”, em 1994. Desde então, Deborah, que começou sua carreira no teatro, vem consolidando uma carreira de muito sucesso na televisão, com papéis marcantes em novelas como “Insensato Coração”, “Laços de Família”, “Celebridade” e “América”, e séries como “Louco por Elas” e “Decamerão – A Comédia do Sexo”.

.: Editora Agir lança "Cabeça de Homem", primeiro livro de Leo Jaime

Nesta quarta-feira, 10 de dezembro, Leo Jaime lança, em São Paulo, seu primeiro livro, "Cabeça de Homem", lançado pela editora Agir. A publicação promete explicar um pouco mais o universo dos relacionamentos sem deixar de lado o bom humor. A noite de autógrafos será às 19h, na Livraria Cultura.

Depois de escrever crônicas, participar de programas e dizer o que acha sobre relacionamentos, Leo Jaime provou que é entendido sobre o tema. Agora, ele se prepara para lançar o livro “Cabeça de Homem”, que promete discutir a relação dos casais sem drama. 

A publicação será como um consultório sentimental, que sem deixar de lado o humor vai tentar explicar um pouco mais o universo dos relacionamentos. Conhecido por seus textos bem humorados, no seu primeiro livro, Leo Jaime abordará temas como amizade entre homem e mulher, a importância que as mulheres dão à beleza física e a procura pelo parceiro perfeito. E já para instigar o leitor ele provoca: “Ás vezes a cabeça do sexo posto pode mesmo parecer um labirinto. Expectativas, mal-entendiddos, meias palavras (...)”. 

Dividido em 30 capítulos, “Cabeça de Homem” começa com um tema bastante polêmico nas rodas femininas. Intitulado “Homem que é homem não precisa de mulher”, o capítulo fala sobre a relação do homem com as diferentes mulheres que tem ao longo da vida. Leo Jaime explica a diferença entre a relação mãe e filho e homem e mulher como um casal, e deixa claro: “Se o camarada procura uma mulher como quem vai ao médico ou chama os bombeiros, já entra devendo”.

Em outro momento, o autor discute as diferentes posições ocupadas pelos dois sexos na sociedade. Com o tema “O caso do macho genérico”, ele analisa a presença feminina crescente em lugares antes ocupados em sua maioria por homens compara com o casamento. “Há uma reviravolta em curso e as posições estão mudando o tempo todo, assim como as verdades absolutas, os hábitos culturais e, até mesmo, as injustiças e desequilíbrios de gênero que herdamos. Quero dizer que o machismo não interessa aos homens nem às mulheres, ainda que seja preservado aqui e acolá pelos mais apegados aos valo­res tradicionais”, explica.

A eterna busca feminina e masculina pelo corpo perfeito, as neuras na cama, o tipo de homem que cada um é e os inquestionáveis ciúmes também são temas comentados nas páginas do livro. Leo Jaime ainda tenta responder algumas dúvidas como "Por que ele não ligou no dia seguinte?" e "Será que ela está na minha?" - sempre tentando mostrar o que os homens querem e como querem.

Sobre o autor
Leo Jaime é jornalista, apresentador, músico e escritor. Assina uma coluna de crônicas no site do canal GNT, e no programa "Amor & Sexo", da TV Globo. Foi um dos debatedores masculinos do "Saia Justa", no GNT, e apresentador do reality-show "Detox do Amor".

Serviço
Data: Quarta, 10 de dezembro de 2014
Horário: 19h
Local: Livraria Cultura (Avenida Paulista, 2073)
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