sexta-feira, 2 de março de 2018

.: Saiba como se livrar do melado do plástico emborrachado

Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em fevereiro de 2018


Conhece o probleminha que insiste em aparecer no emborrachado? Contudo, aquele meleiro que chega a dar dor de cabeça pode ser controlado. O meu interesse em dar fim nisso foi por conta das pernas e braços de certas bonecas antigas, exclusivamente, Barbie -as ainda fabricadas pela Estrela. 

Quantas conversas com colecionadores e nenhuma solução para aquele visgo pegajoso que sempre voltava, mesmo após lavar com detergente ou sabão em pó. Nem deixar de molho num balde por dias resolvia. Amenizava, mas era questão de tempo para retornar.

Como todo bom colecionador, não é interessante acumular bonecas sem manusear ou fazer higiene frequente nelas. Pois é, elas em seus quase 30 centímetros são lindas, mas exigem cuidados. Não se iluda apenas com as aparências!

Eis que resolvi pesquisar na internet como acabar com o grude do emborrachado. Cheguei ao vídeo no Youtube de um DJ que indicou passar o álcool isopropílico. Fui até o Centro da minha cidade, totalmente certa de que compraria o produto para dar fim ao problema. 

No entanto, a comercialização desse álcool acontece somente mediante apresentação de receita médica -embora exista quem venda livremente na internet. Perguntei para a atendente da farmácia de manipulação se havia algo similar, pois queria usar para tirar o melado de emborrachado. Eis que a grande revelação foi dada: "Use removedor de esmaltes!"

Como não sou muito de pintar a unhas, tive que comprar um vidrinho para fazer o teste. E não é que funciona!? No início de janeiro, passei com um paninho macio, uma quantidade generosa nos braços e pernas de umas Estrelinhas das antigas, em que a limpeza delas era constante. Em quase dois meses, o grude não voltou.

Em tempo, aos fãs colecionadores de Barbie Estrela, fica a dica também para os cabelos. Como eu já havia gastado um outro vidrinho de removedor de esmaltes para encolher a cabeça de uma Barbie Fashionista, percebi o brilho que o cabelo da boneca ganhou. Testei nos cabelos de uma Barbie Moda em Dobro que comprei num lote há muitos, muitos anos. Sim! O cabelo da boneca estava completamente ressecado e melhorou muito.


É uma opção para recuperar o cabelo original? Sem dúvida! Contudo, é preciso saber usar. Por dias, deixei de molho na acetona, somente os cabelos, não a cabeça inteira -para não diminuir a cabeça. Outro detalhe importante é o de não passar o pano com removedor de esmaltes no rostinho, pois a chance de danificar a maquiagem original é grande.  


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O vídeo que citou o álcool isopropílico

Minha experiência com as Estrelinhas


*Mary Ellen Farias dos Santos é criadora e editora do portal cultural Resenhando.com. É formada em Comunicação Social - Jornalismo, pós-graduada em Literatura e licenciada em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos. Twitter: @maryellenfsm


quinta-feira, 1 de março de 2018

.: Quinta temporada do “MasterChef" estreia na próxima terça-feira


Na próxima terça-feira, 6 de março, às 22h30, a Band estreia a quinta temporada da versão brasileira do "MasterChef". Sucesso de crítica e público, o talent show de maior repercussão nas redes sociais no Brasil volta para uma competição ainda mais difícil. O programa também será exibido às sextas-feiras, às 19h20, no Discovery Home & Health a partir do dia 9 de março.

O "MasterChef Brasil" recebeu mais de 30 mil inscrições, mas apenas 38 candidatos que passaram pelos testes presenciais - entre eles um padre e um policial militar - foram convocados para duelos diretos, novidade que vai marcar a primeira etapa do programa nesta temporada. “Dessa vez os concorrentes são muito guerreiros e emblemáticos, com personalidades marcantes. Vai ser muito divertido desde o primeiro episódio, com embates eletrizantes”, adianta a apresentadora Ana Paula Padrão.

Agrupados por afinidades gastronômicas, os candidatos serão emparelhados pelos jurados para embates específicos: o desafio da massa fresca, do bolo de chocolate, da cozinha oriental, da cozinha regional, entre outros temas. “O espírito de competição começa mais cedo nesta temporada. Os participantes valorizam ainda mais a conquista do avental, que não será fácil”, diz o chef Erick Jacquin.

As últimas vagas serão disputadas em uma repescagem que vai reunir os melhores cozinheiros entre os eliminados anteriormente nos duelos. Os 21 cozinheiros amadores que entrarão na cozinha mais famosa do Brasil serão conhecidos ao final do segundo episódio. “Por conta da pressão, demora um pouco para os participantes começarem a se sentir suficientemente confortáveis na cozinha do MasterChef”, analisa a chef Paola Carosella.

Os competidores vão enfrentar provas ainda mais complicadas ao longo dos 22 episódios. Nesta temporada eles terão de encarar o maior desafio já proposto na história do "MasterChef Brasil": servir 300 pessoas no Centro de Tradições Nordestinas, em São Paulo, com a participação do chef convidado Rodrigo Oliveira. “As provas são muito diferentes e ainda mais desafiadoras. Organização, liderança e senso de trabalho em equipe são essenciais”, conta o chef Henrique Fogaça.

Outra novidade é que mais de um participante poderá ser eliminado em cada programa. “Não há mais um número pré-definido de eliminados, podemos ter dois ou até três eliminados no mesmo episódio”, revela o diretor Patricio Díaz. “A competição está mais acirrada do que nunca. Os cozinheiros terão de pensar e agir de forma estratégica no jogo”, conclui.

Prêmios
Nesta temporada, todos os desafios do "MasterChef Brasil" valem prêmios. Após a conquista do avental, os vencedores das provas individuais acumularão R$ 1 mil em compras no cartão Carrefour; já as mini-provas valerão R$ 500 para quem fizer o melhor prato. Os dois finalistas ainda serão premiados com R$ 1 mil por mês, durante um ano, para fazer compras com o cartão Carrefour. 

O grande vencedor do talent show vai ganhar o troféu "MasterChef"; uma conta na Caixa recheada com R$ 200 mil; uma bolsa de estudos na Le Cordon Bleu, em Paris; o próximo lançamento da Citroën; eletroportáteis e utensílios da Tramontina by Breville; uma viagem para a Itália para conhecer a fábrica da Barilla e acompanhar a final do Worldpasta Championship; além de criar uma receita exclusiva de molho de tomate para a linha "Pomarola Chef". O segundo colocado também ganhará uma bolsa de estudos na Le Cordon Bleu, no Canadá.

MasterChef Profissionais
Além da quinta edição com cozinheiros amadores, a Band exibirá no segundo semestre deste ano a terceira temporada da competição entre cozinheiros profissionais.

O "MasterChef Brasil", formato da Endemol Shine Group, é uma co-produção da Band com o Discovery Home & Health. O programa vai ao ar todas as terças-feiras, às 22h30, na tela da Band (com transmissão simultânea no aplicativo da emissora para smartphones). A atração também vai ao ar às sextas-feiras, às 19h20, no Discovery Home & Health, com reapresentação aos domingos às 18h55.

.: Ex-"A Fazenda" e "MasterChef", Aritana Maroni estará no "Power Couple Brasil"

Ex-"A Fazenda" e "MasterChef", Aritana Maroni está prestes a participar do terceiro reality show. Filha de Oscar Maroni, ela e o marido Paulo Rogério estão confirmados no "Power Couple Brasil", que estreia em abril, na Record TV, com a apresentação de Gugu Liberato.

Aritana Maroni, filha do empresário Oscar Maroni, e o marido Paulo Rogério formam o terceiro casal confirmado da nova temporada do "Power Couple Brasil". Ela também participou de "A Fazenda – Nova Chance" e integrou o elenco do reality show culinário "MasterChef", na Band.

Outros dois casais já foram confirmados na atração: o ator Nizo Neto e a mulher Tatiana Presser, e o ex-jogador Aloísio Chulapa e a esposa Luisa Albuquerque. Mais nomes serão confirmados oficialmente nos próximos dias. Os perfis completos e as fotos de cada participante serão divulgados perto da data de estreia. O reality show vai testar a afinidade de 11 casais durante um período de confinamento com provas que prometem surpreender o público.

.: Grátis: Espetáculo "Patética" com a Cia. Estável de Teatro nos dias 17 e 18


A Cia Estável de Teatro faz duas sessões do espetáculo "Patética", nos dias 17 e 18 de março, sábado e domingo, às 19h, no Arsenal da Esperança, Rua Dr. Almeida Lima, 900, Mooca. As apresentações integram o projeto contemplado pelo Proac de circulação de Artes Cênicas Para Rua, que prevê 12 apresentações da peça, em nove cidades do estado de São Paulo. Os ingressos são gratuitos.

"Patética" reflete sobre as circunstâncias e o assassinato do jornalista e dramaturgo Vladimir Herzog (1937-1975), morto nos porões do DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informações/Centro de Operações de Defesa Interna), em outubro de 1975. O texto foi escrito um ano depois do seu falecimento, por seu cunhado e, também dramaturgo, João Ribeiro Chaves Neto.

Com direção de Nei Gomes, a montagem usa o metateatro para mostrar uma trupe de artistas circenses que apresenta pela primeira e última vez a história da personagem Glauco Horowitz. A peça conta a vida de Herzog desde a imigração dos pais para o Brasil, passando pela militância, prisão, depoimentos no DOI-Codi, até a morte e a luta da família para provar que ele não cometeu suicídio, mas foi assassinado. Ao discutir a censura, a própria peça é proibida e o circo é fechado.

"Patética" converge com a pesquisa estética e o posicionamento politico do grupo, desde as relações do modo de organização circense até os processos vivenciados pela modificação do espaço urbano ocasionados por interesses políticos. “Essa circulação tem o objetivo de ‘sentar praça’ e pensar a história do país por meio do encontro com diferentes públicos usando o circo como metáfora, assim como em outros trabalhos do repertório do grupo”, fala o diretor Nei Gomes.

Desde 2005 a Cia Estável de Teatro realiza residência artística numa casa de acolhida temporária para 1.500 homens em situação de rua, o Arsenal da Esperança, localizado na Zona Leste de São Paulo. Uma das bases de sua criação é a relação com o entorno, estabelecendo um ambiente vivo e de troca para criação artística com os espaços e a população onde está inserida.

Os acolhidos da casa participaram ativamente do processo de criação do grupo, acompanhando ensaios, assistindo a chegada de cada elemento novo na produção, vendo o “circo sem teto” se erguer dia a dia. A realidade nômade e precária desses homens se aproxima ao circo de pano de roda de Patética. O Arsenal da Esperança então é o ponto de partida para a circulação proposta e as apresentações são abertas aos acolhidos e ao público em geral.

Marco na história
Na noite do dia 24 de outubro de 1975, o jornalista apresentou-se na sede do DOI-Codi, em São Paulo, para prestar esclarecimentos sobre suas ligações com o PCB (Partido Comunista Brasileiro). No dia seguinte, foi morto aos 38 anos. Segundo a versão oficial, ele teria se enforcado com o cinto do macacão de presidiário. Porém, de acordo com os testemunhos de jornalistas presos na mesma época, Vladimir foi assassinado sob torturas. A morte de Herzog foi um marco na ditadura militar (1964-1985). O triste episódio paralisou as redações de todos os jornais, rádios, televisões e revistas de São Paulo. 

Além de se constituir numa denúncia da tortura no Brasil, a peça dialoga com questões estéticas da dramaturgia contemporânea. Teve uma trajetória conturbada durante a ditadura militar: o texto foi premiado, a premiação foi suspensa, foi confiscado, depois vetado, só liberado em 1979, e não pode usufruir dos prêmios (do valor em dinheiro, da montagem do espetáculo nem da publicação do texto).

Patética, da Cia Estável estreou em junho de 2017 no Teatro Flávio Império. Depois cumpriu duas temporadas no Arsenal da Esperança e na Oficina Cultural Oswald de Andrade, integrou a programação da Mostra da EAC em Santos e a Mostra de Teatro de Fortaleza.


Sobre a Cia Estável de Teatro

Com 15 anos de trajetória o grupo formado na escola de teatro da Fundação das Artes de São Caetano do Sul foi contemplado em 6 edições da Lei de Fomento ao Teatro para a cidade de São Paulo. O coletivo tem como premissa de sua pesquisa a criação em conjunto com a comunidade onde está inserida. O primeiro projeto do grupo foi o Amigos da Multidão, realizado no teatro distrital Flávio Império, em Cangaíba, zona leste de SP, onde, por intermédio do edital de Ocupação dos Teatros Distritais em 2001, desenvolveu uma programação diária com oficinas, espetáculos artísticos, saraus e apresentações de peças de seu próprio repertório.

Dentre elas, o espetáculo "Incrível Viagem", de Doc Comparato e direção de Renata Zanetha, que também foi apresentado no projeto Formação de Público da Secretaria Municipal de Cultura. Foram montados também os espetáculos Flávio Império, Uma Celebração da Vida, de Reinaldo Maia e direção de Renata Zanetha, e Quem Casa, Quer Casa, de Martins Penna, com direção de Nei Gomes.

Com "O Auto do Circo" (2004) de Luis Alberto de Abreu e direção de Renata Zhaneta, participaram do Festival de Teatro de Curitiba e Janeiro da Comédia, em São José do Rio Preto. A partir de 2006, a Cia. Estável de Teatro passou a fazer residência artística no Arsenal da Esperança, casa de acolhida que abriga 1.200 homens em situação de rua localizada ao lado do Museu do Imigrante, no bairro do Brás. Dentro do espaço, uma lona de circo foi armada servindo de picadeiro e lugar de convivência dos acolhidos.

No espetáculo "Homem Cavalo & Sociedade Anônina", de 2008, o grupo aprofunda a pesquisa nas relações entre o modo de produção capitalista e a exploração do trabalho. Em 2009, o espetáculo foi convidado a participar do Festival Flaskô Fábrica de Cultura, do encontro estadual do MST em Itapeva, na Escola Nacional Florestan Fernandes e participa 5 Mostra de Teatro de Rua Lino Rojas.

Em 2011, o grupo comemorou 10 anos com uma mostra de seu repertório. Também lançou o livro Das Margens e Bordas – Relatos de Interlocução Teatral Cia Estável 10 Anos. Nele estão textos críticos produzidos por integrantes do grupo e colaboradores, o roteiro do espetáculo "Homem Cavalo & Sociedade Anônima" e extenso material iconográfico. 

Em 2013, estreia "A Exceção e a Regra", de Bertolt Brecht, com direção de Renata Zhaneta. A peça é apresentada dentro do Arsenal da Esperança e circula por ruas e praças da cidade de São Paulo, participando da VII Mostra de Teatro de São Miguel Paulista, da I Mostra Pela Paz, da III Feira Teatro de Rua em Sorocaba e Votorantim, do Festival de 10 Anos da Flaskô e da Mostra de Teatro de Rua e de Floresta, no Acre, durante encontro da Rede Brasileira de Teatro de Rua. A companhia integra o Movimento de Teatro de Rua (MTR).

Ficha técnica:
Texto: João Ribeiro Chaves Neto. Direção: Nei Gomes. Adaptação da dramaturgia: Daniela Giampietro. Elenco: Juliana Liegel, Maria Carolina Dressler, Miriele Alvarenga, Nei Gomes,  Osvaldo Pinheiro e Paula Cortezia. Cenografia: Luis Rossi. Figurino e adereços: Marcela Donato. Assistente de figurino: Marita Prado. Preparação Musical: Reinaldo Sanches. Músicos: Simone Ferreira, Agatha Gabriela e Rayra Maciel. Preparação Corporal:  Ana Paula Perche e Carlos Sugawara. Maquiagem: Ana Luisa Icó. Iluminação: Erike Busoni. Operação técnica: Evas Carretero, Amanda Tolentino de Araujo, Priscila e Juninho Batucada. Produção: Maria Carolina Dressler, Kátia Lazarini e Nei Gomes. Registro e produção multimídia: Jonatas Marques. Orientação Audiovisual: Luiz Cruz. Assessoria de imprensa: Adriana Balsanelli.

Serviço:
"Patética"
Duração: 80 minutos. Classificação etária: 10 anos. Ingressos: Grátis.
Arsenal da Esperança - R. Dr. Almeida Lima, 900 – Mooca. Telefone: (11) 2292-0977.
Dias 17 e 18 de março – Sábado e domingo, às 19h.
Capacidade: 80 lugares. Estacionamento: não. Acessibilidade: sim.

.: "The Post" reforça estereótipo ridículo de jornalista que quer salvar o mundo


Por Helder Moraes Miranda, em fevereiro de 2018.

Sabe aquele estereótipo de jornalista super comprometido com a notícia que enfrenta o mundo e todas as consequências para publicar um texto bombástico? É mais ou menos isso que acontece com "The Post - A Guerra Secreta" ("The Post"), um dos indicados a Melhor Filme de 2018.

E, baseado na história real do controverso papel dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã, foi isso que aconteceu de fato e, de alguma forma, de maneira romanceada. O filme que conta a história dos jornalistas Ben Bradlee e Kat Graham , editores do jornal The Washington Post, que recebem um estudo detalhado sobre o controverso papel dos Estados Unidos na guerra.

Dirigido e escrito por Steven Spielberg, e estrelado por Meryl Streep e Tom Hanks, o longa-metragem é muito parecido com "Spotlight", vencedor do Oscar de Melhor Filme em 2016, só que pior. Primeiro porque o assunto de "The Post" não é tão fácil de entender, principalmente para as novas gerações, quanto "Spotlight", que trata de um assunto universal e que todos, em todos os tempos, entendem: a pedofilia na igreja.

Mas o que incomoda é o estereótipo de super jornalista que passa por cima de tudo para conseguir um furo jornalístico. Pode ter acontecido bem na década de 70, de fato a época do filme, mas que vem sendo repercutida ao longo dos anos por pessoas que querem aparentar o mesmo - o perfil de "super jornalista" -, em um contexto diferente e, em uma época em que tudo é tão instantâneo que todos podem reportar o que quiserem para todo mundo. Os "super jornalistas" de hoje são arrogantes como os do filme, mas querem parecer humildes. Não cumprimentam quem está ao lado, espezinham colegas de profissão, mas querem fazer reportagens sobre a miséria dos pobres nos lixões e a vida dura de prostitutas - só para reforçar os interesses do que querem retratar esses profissionais sensacionalistas.

Tom Hanks está no ápice da canastrice: "entrão", machista e "metido a ousado". Meryl Streep não apresenta nada de espetacular, mas ainda tem o mérito de contar outra história: o de quanto as mulheres não eram levadas em consideração. Ainda não são como deveriam, mas a situação do sexo feminino em quase quatro décadas melhorou muito.

Quem se destaca, e é pouco aproveitada no longa-metragem, é Sarah Paulson, que deveria aparecer mais. Mas é um filme superestimado que tem o mérito de tentar trazer à lembrança dos que vivenciaram e ao conhecimento das novas gerações uma história que estava esquecida. Mas só isso.

Nome: "The Post - A Guerra Secreta"
Título Original: The Post
Origem: EUA
Ano de produção: 2017
Gênero: Drama
Duração: 116 min
Classificação: 12 anos
Direção: Steven Spielberg

Elenco: Tom Hanks, Meryl Streep, Sarah Paulson, Michael Stuhlbarg

*Helder Moraes Miranda escreve desde os seis anos e publicou um livro de poemas, "Fuga", aos 17. É bacharel em jornalismo e licenciado em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos, pós-graduado em Mídia, Informação e Cultura, pela USP - Universidade de São Paulo, e graduando em Pedagogia, pela Univesp - Universidade Virtual do Estado de São Paulo. Participou de várias antologias nacionais e internacionais, escreve contos, poemas e romances ainda não publicados. É editor do portal de cultura e entretenimento Resenhando.

.: Marcela Tavares inicia temporada no Teatro Renaissance

A humorista Marcela Tavares reestreia temporada do show “Danos Morais” em 17 de março, às 23h59, no Teatro Renaissance em São Paulo. Apresentado em mais de 50 cidades brasileiras, o show permanecerá em cartaz até 7 de abril, todos os sábados.

Neste show, Marcela Tavares apresenta textos inéditos, com piadas fortes, que nos faz pensar e rever conceitos de uma maneira extremamente bem humorada (há controvérsias). Os assuntos vão de política, sexo, feminismo, redes sociais até histórias do cotidiano que geram identificação imediata e hilária por parte do público. 

"Danos Morais" não é um solo de stand-up comum. O espetáculo conta com momentos de grande interação com a plateia, entre elas o grupo de whatsapp que é formado pela própria humorista e que inclui todos aqueles que foram assisti-la. A facebooker usa recursos como projeções interativas, sons, vídeos e internet para criar uma atmosfera de profunda imersão do público no espetáculo. 

Durante a apresentação os momentos de improviso são um show à parte. Marcela interage com o público transformando-os em parte integrante do espetáculo. Sempre com muito bom humor e descontração.

Danos Morais com Marcela Tavares
Direção: Felipe Halliday
Produção nacional: Agência de Shows, Caio Arbex
Temporada:  17 de março a 7 de abril de 2018 – todo sábado
Horário: às 23h59
Local: Teatro Renaissance – Alameda Santos 2233 / São Paulo
Gênero: Comédia / Stand up e Improviso
Duração: 60 minutos
Ingressos: R$ 60,00 (Inteira) e R$ 30,00 (meia)
Capacidade: 440 lugares
Classificação: 16 anos
Venda de ingressos: na bilheteria do teatro e no site: www.ingressorapido.com.br
Bilheteria: Quinta, das 14h às 20h. Sexta, sábado e domingo, das 14h até o início do espetáculo.
Estacionamento: no local 
Acesso para deficiente, portadores de mobilidade reduzida e obesos
Mais informações: 11 3069-2286

.: "Turma da Mônica" homenageia grandes mulheres da História


A Mauricio de Sousa Produções fará uma exposição no Conjunto Nacional para celebrar o Dia Internacional das Mulheres, quando a empresa também comemora o aniversário de dois anos do projeto "Donas da Rua", que trabalha a autoestima das meninas e seus direitos a oportunidades, e que conta com apoio da ONU Mulheres.

E, para celebrar essa data tão importante, a Mauricio de Sousa Produções vai homenagear 18 mulheres que contribuíram para a história recente da humanidade. “Queremos que as meninas sejam cada vez mais conscientes de suas forças, assim como a Mônica, e acreditamos que os exemplos dessas mulheres são uma inspiração para elas se sentirem confiantes para atuar em qualquer área. Queremos que as donas da rua possam deixar sua marca, construindo um legado de mulheres fortes que não pode parar”, comenta Mônica Sousa, Diretora Executiva da Mauricio de Sousa Produções e criadora do projeto "Donas da Rua".

Contribuindo para a programação global da Semana de Arte HeForShe, a exposição trará as personagens meninas da Turma da Mônica interpretando personalidades que se destacaram em vários campos, como Artes, Esportes e Ciências, em painéis que apresentam a biografia de cada uma.

Entre elas, estão a Prêmio Nobel de Química e Física Marie Curie, interpretada pela personagem Cascuda; a cientista espacial Katherine Johnson, vivida pela mais nova personagem Milena; a campeã de judô Rafaela Silva, nos traços da personagem Bonga; da Turma do Pelezinho, a pintora Tarsila do Amaral, na pele de Magali; a escritora J. K. Rowling, vivida por Carminha Fru-Fru; e a ativista e Prêmio Nobel da Paz, Malala Yousafzai, interpretada pela "Dona da Rua" em pessoa, Mônica.

Esse é o segundo ano que a Mauricio de Sousa Produções participa da Semana de Arte HeForShe, evento global realizado pela ONU Mulheres nas grandes cidades ao redor de todo o mundo. Em 2016, para mostrar a representatividade delas no mundo das Artes, a MSP convidou 23 artistas mulheres para reinterpretar as personagens da Turma da Mônica com seus próprios traços. As releituras também foram expostas no mesmo espaço.

A exposição é gratuita e estará aberta ao público entre os dias 28 de fevereiro e 9 de março.

Mais informações sobre o projeto no site: www.turmadamonica.com.br/donasdarua

Mais informações sobre a Semana de Arte HeForShe no site: www.HeForSheArtsWeek.org

Serviço:
Exposição "Donas da Rua da História"
Local: Conjunto Nacional – Avenida Paulista, 2073, Piso Térreo, São Paulo – SP
Data: de 28 de fevereiro a 9 de março
Horário de Funcionamento: de segunda a sábado, das 7h às 22h; domingos e feriados, das 10h às 22h
Gratuito


.: Mitos e verdades sobre a doação de medula óssea


Os números de doadores de medula caíram em 2017. Essa queda tem impacto direto em pacientes que buscam o tratamento de doenças como a leucemia e o linfoma (cânceres no sangue). O médico Celso Massumoto, onco-hematologista e coordenador da área de Transplante de Medula Óssea (TMO) do Hospital 9 de Julho, explica que a doação pode salvar vidas. “Os doadores voluntários, cada vez mais escassos, poderiam ajudar milhares de pacientes que esperam um transplante de medula”, afirma.

A doação acontece de forma rápida. O voluntário faz um cadastro e, em cinco minutos, é coletado 5ML de sangue. O material é analisado para saber se é compatível com algum paciente e para excluir a possibilidade de doenças que poderiam ser transmitidas aos pacientes que recebem as doações. Quando há a compatibilidade, é feita a coleta da medula em ambiente seguro e com toda a assistência médica necessária ao doador. Apesar de simples, o Dr. Massumoto explica que as pessoas ainda têm dúvidas sobre a doação.

Para esclarecer esses questionamentos e reforçar a importância da doação de medula, listamos alguns mitos e verdades sobre o tema. Confira!

Qualquer pessoa pode fazer a doação – Mito. Apesar de ter poucas restrições, os doadores devem ser pessoas entre 18 e 55 anos idade que não tenham doenças infecciosas, câncer ou deficiências no sistema imunológico como Lúpus ou Diabetes tipo 1.

Estar com seu cadastro atualizado ajuda para doação – Verdade. Para que as instituições que recebem o cadastro do doador possam entrar em contato quando aparecer um receptor para a medula, os dados precisam estar atualizados - endereço e telefones.

O processo de doação é burocrático – Mito. É possível se cadastrar como doador nos hemocentros localizados em todos os Estados. O cadastro é feito no banco de doadores, o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME), que é o órgão responsável por procurar voluntários compatíveis entre as pessoas cadastradas.

Posso doar mais de uma vez – Verdade. A medula se regenera em 15 dias após a doação. Caso seja encontrado um novo paciente que pode receber o transplante, a doação pode ser feita após esse período.

O doação é dolorosa  Depende. O incômodo pode ser de leve a moderado. ​A medula do doador pode ser coletada por via óssea ou venosa. Quando coletada por via óssea, o doador é anestesiado e não sente nenhuma dor. Por via venosa ocorre apenas a punção da veia que fica próxima ao quadril e a inserção de uma agulha ligada a um equipamento de aférese (processadora celular).

A doação só vale para minha cidade – Mito. O banco de dados dos doadores voluntários é universal. Caso não seja encontrado um doador no país em que o paciente está, há uma busca nos bancos de outros países. Caso seja encontrada uma medula compatível, é feita a coleta dela no pais de origem e o Governo de cada país pode transportá-la até o receptor.

Posso voltar às atividades diárias rapidamente – Verdade. A recuperação ​é rápida. A recomendação médica são de três dias de repouso e, como a doação é prevista em lei, o doador pode se ausentar do trabalho no dia da doação e, dependendo do estado de recuperação do paciente, o atestado pode ser para três dias. “A informação é uma ferramenta importante para atrair novos doadores que podem salvar vidas”, finaliza o Dr. Massumoto.

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

.: "Cine Cult" exibe o suspense "Sob o Domínio do Mal", de 1962


Estrelado por Frank Sinatra, Laurence Harvey e Janet Leigh, o clássico do diretor John Frankenheimer vai ao ar nesta sexta-feira, 2 de março, às 22h30, na TV Cultura. 

Indicado a dois Oscars em 1962, o filme "Sob o Domínio do Mal", intitulado originalmente "The Manchurian Candidate", é exibido nesta sexta-feira, 2 de março, às 22h30, na faixa "Cine Cult" da TV Cultura. O longa é estrelado pelo cantor Frank Sinatra e pelos atores Laurence Harvey e Janet Leigh, esta última consagrada em memoráveis produções do cinema, como "Psicose" (1960) e "A Marca da Maldade" (1958).

Produzido no auge da Guerra Fria, o suspense dirigido por John Frankenheimer aborda o envolvimento de soldados norte-americanos em uma conspiração internacional. Na trama, o sargento Raymond Shaw (Harvey) retorna da Guerra da Coreia e é condecorado pelo seu heroísmo, apesar de o pelotão não lembrar direito o que houve e por que ele se destacou.

Contudo, quando o major Ben Marco (Sinatra), que serviu ao lado de Shaw, começa a ser atormentado por pesadelos, ele suspeita que os soldados tenham sido vítimas de lavagem cerebral quando foram capturados por militares comunistas.

Com apresentação da jornalista Chris Maksud, a faixa "Cine Cult" leva clássicos dos estúdios MGM e Paramount à TV aberta, semanalmente.

Ficha Técnica
"Sob o Domínio do Mal"
Gênero: Suspense; Drama
Título Original: "The Manchurian Candidate"
Direção: John Frankenheimer
Origem: Estados Unidos
Ano: 1962
Duração: 126 minutos
Classificação indicativa: 14 anos
Elenco: Frank Sinatra, Janet Leigh, Laurence Harvey, Angela Lansbury, Henry Silva, James Gregory


.: Entrevista com Mateus Ribeiro, o Peter Pan do Musical da Broadway


"Eu gosto de viver o presente".

Por Helder Moraes Miranda com a colaboração dMary Ellen Farias dos Santos , em fevereiro de 2018.

Nascido em Florianópolis, Mateus Ribeiro se prepara para viver o grande desafio de sua carreira. Ele interretará o emblemático personagem Peter Pan, na montagem brasileira do famoso musical da Broadway. 

Nos últimos anos, ele integrou o elenco de algumas das maiores montagens de teatro musical no Brasil, como ‘‘Cabaret’’, estreando profissionalmente nos musicais ao lado de Claudia Raia e de grandes nomes como Jarbas Homem de Melo e Marcos Tumura, "O Mágico de Oz", "Crazy For You", "Chacrinha - O Musical" e "Mulheres à Beira de Um Ataque de Nervos", com direção de Miguel Falabella.

Também atuou em “Meu Amigo, Charlie Brown” e “60! – Década de Arromba – Doc. Musical”. Nessa entrevista exclusiva, ele fala com profundidade sobre a Síndrome de Peter Pan e, entre outros assuntos, as vantagens e desvantagens das crianças e adultos.


RESENHANDO.COM - Como foi a preparação para interpretar um personagem tão emblemático quanto o Peter Pan?
MATEUS RIBEIRO - Bom, eu comecei a estudar bastante antes mesmo da época dos testes. A principio, comecei me preparando fisicamente, fazendo aulas de Ginástica Olimpica, pois em algumas montagens da Broadway o personagem exigia isso. Nessa época, cheguei a decorar todas as músicas e a ver todos os vídeos de montagens do musical pelo mundo. Após passar para o papel, eu foquei mais em conhecer o personagem melhor e tentar entender de onde vinham as referências do autor, J. M. Barrie. Li o livro, vi bastantes filmes e pesquisei muito sobre a historia, autor e a época. 


RESENHANDO - Em que você é mais parecido, e em que é mais diferente, do Peter Pan?
M.R. - O Peter é bem esquecido, chegando ao exagero, é uma caracteristica forte dele, apesar de não ser tão explorada nos filmes e musical, e eu também sou meio ruim de memória com algumas coisas específicas. Já de diferença, o Peter é muito egocêntrico, ele ama tudo que faz e "se acha" de um modo geral. Eu já sou bem crítico comigo mesmo (risos)


RESENHANDO - Se você pudesse escolher entre ser uma criança para sempre ou se tornar um adulto, o que você escolheria?
M.R. -  Depende muito da idade. Eu acho que até uma certa idade, é lindo ser criança, mas a partir de outra já chega a ser mais complicada. Eu gosto de viver o presente. Gosto muito de ter crescido e ter vivido cada idade que vivi. 


RESENHANDO - Quais as vantagens e desvantagens de ser uma criança? 
M.R. - As vantagens de ser criança até uma certa idade, é que a vida não tem peso. Você está preocupado em se divertir, ficar com a familia, fazer atividades que ama. Não existem problemas, expectativas e tem sempre seus pais por perto pra proteger. Agora chega uma certa idade em que as crianças começam a reproduzir aquilo que os adultos fazem e começam a desenvolver uma certa consciência sobre os assuntos, e ai nesse momento acho complicado. É nessa época que surge o bullying, os medos, as frustrações e as exigências pessoais baseado no que a sociedade impõe. 


RESENHANDO - E as de ser um adulto?M.R. - Ser adulto é mais complicado por que você tem que lidar com problemas, passa a ter responsabilidades e a vida fica um pouco mais complexa, porém ao mesmo tempo você normalmente já tem uma personalidade construída, podendo assim buscar ser aquilo que deseja e olhar a vida de uma forma única.


RESENHANDO - É cada vez mais comum homens apresentarem a "Síndrome de Peter Pan". Ou seja, aqueles que têm dificuldade em lidar com a vida adulta ou assumir compromissos. Isso já foi um problema para você? 
M.R. - Olha, acredito que não. Existem, sim, momentos em que ter muitos compromissos e obrigações pode acabar deixando a gente cansado de tudo, mas eu sempre gostei muito de ter minha independência e de andar com meus próprios passos. Tive pais muito amorosos, mas que sempre confiaram em minhas escolhas e me deram liberdade para segui-las. Moro sozinho em São Paulo desde os 17, começei a trabalhar aos 11 em campanhas publicitárias. 


RESENHANDO - O que você aconselharia a quem passa por isso?
M.R. - Acredito que o conselho que posso dar é para a pessoa se conhecer, tentar ajuda profissional se for o caso, e tentar ver o lado bom de cada momento. Crescer pode ser lindo, só depende de como enxergamos.




RESENHANDO - O que o público pode esperar desse espetáculo? 
M.R. - Acho que as pessoas vão se surpreender. Essa é uma historia muito antiga e que esconde muitas singularidades. Mesmo o público conhecendo a historia por meio dos filmes ou livros, aqui temos ainda as músicas, as danças... que são incríveis e surpreendentes. Fora isso tem toda a questão lúdica que vem à tona. Temos seis atores voando e outros efeitos, coisas que nunca vi em montagens brasileiras. Saimos do óbvio em vários sentidos, então não tem como ninguém saber o que vai de fato assistir até ir ao teatro. 


RESENHANDO - Em que se assemelha, e em que se difere, da clássica animação da Disney?
M.R. - A Disney romantiza um pouco os contos e o filme veio bem depois do musical. O Walt Disney tinha uma paixão pela história e inclusive chegou a fazer parte de uma encenação na escola. No nosso musical, temos os personagens mais humanos, temos coisas do livro que foram cortadas para o filme, mas que estarão presentes no nosso espetáculo. É magica no palco!


RESENHANDO - Você já atuou em muitos musicais. Em qual deles sentiu mais prazer em atuar? 
M.R. -  Nossa, pergunta muito difícil. Todos os espetáculos que fiz me presentearam de formas diferentes. Tive a oportunidade de conhecer muita gente e crescer artisticamente. Foram todos especiais, mas para não deixar de responder à sua pergunta, eu vou destacar o "Meu Amigo Charlie Brown”, pois era um espetáculo que eu já amava há muitos anos, em que interpretei meu personagem favorito das tirinhas. Sem contar a equipe, que era pequena e incrível, e o fato de me apresentar para crianças, o que, pra mim, é encantador. Estou feliz de repetir essa experiência agora com o Peter. 


RESENHANDO - Em um de seus textos autorais, você afirma que ser ator, entre outras coisas: "É ter que perder papel por que na internet não é o rei da visualização". De que maneira, hoje, um artista pode ser taxado em um mundo em que se é medido por seguidores, likes e visualizações?
M.R. - Olha, essa questão da internet é algo bem complicado. Hoje em dia as coisas estão se misturando e muitas vezes produtores estão optando por números na internet, do que pelo talento em específico. Ao mesmo tempo o ser humano vem rotulando tudo, colocando em caixas, o que dificulta mais ainda, para todos os lados. Não tem problema alguém ser “o rei da vizualização” e pegar um trabalho como ator, desde que de fato seja ator e que tenha talento e vocação para isso. É triste e injusto deixar de passar em algo ou mesmo sequer ser chamado para um teste por conta de coisas desse gênero. Mas é isso, acredito ainda na arte e onde o talento e a determinação podem levar alguém. Prefiro acreditar nisso.


RESENHANDO - Em 2016, você ficou em cartaz com dois espetáculos simultâneos - “Meu Amigo, Charlie Brown” e “60! – Década de Arromba – Doc. Musical” - você fez sete sessões em um fim de semana. Como foi essa experiência?
M.R. - Foi uma loucura. Eram quatro sessões no sábado e três no domingo, sem contar as de quinta e sexta do "60!". Ao mesmo tempo em que a ideia de fazer isso me deixou  empolgado, eu fiquei muito preocupado na época. Tive que me preparar em vários aspectos para conseguir aguentar. Era o tempo contato para tudo, para sair de um teatro para outro, para comer e para dormir, mas se eu pudesse, faria de novo, sem dúvidas! Eu amo o que faço e vejo esse fato como um privilégio. Um dia, possivelmente ainda vou ficar abismado ao contar isso para os meus netos, mas vai ser uma boa memória (risos).


RESENHANDO - De Florianópolis para o estrelato: quais os maiores desafios e as dificuldades que um jovem e experiente ator, como você, enfrenta no dia a dia de São Paulo?
M.R. - Ser ator já é um desafio por sí só. É um ofício muito concorrido e muito complexo, chegando as vezes a ser até subjetivo e em outras injusto. São Paulo tem mais oportunidades e também mais concorrências. O desafio da carreira é sempre se manter em movimento. Não dá para saber o dia de amanhã, então é uma constante construção. Não se pode parar de estudar nunca, de correr atrás de novos projetos e de se reinventar. Tem que saber para onde quer ir também, por que se não, acaba se perdendo no meio do caminho, por conta de todas as possibilidades.



Fotos: Leo Aversa

Sobre os entrevistadores:
*Helder Moraes Miranda
 escreve desde os seis anos e publicou um livro de poemas, "Fuga", aos 17. É bacharel em jornalismo e licenciado em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos, pós-graduado em Mídia, Informação e Cultura, pela USP - Universidade de São Paulo, e graduando em Pedagogia, pela Univesp - Universidade Virtual do Estado de São Paulo. Participou de várias antologias nacionais e internacionais, escreve contos, poemas e romances ainda não publicados. É editor do portal de cultura e entretenimento Resenhando
.

*Mary Ellen Farias dos Santos é criadora e editora do portal cultural Resenhando.com. É formada em Comunicação Social - Jornalismo, pós-graduada em Literatura e licenciada em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos. Twitter:  @maryellenfsm



.: "Deus Salve o Rei" não é uma "Que Rei Sou Eu?", mas uma "Malhação"

Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em fevereiro de 2018


Longe de transmitir as indagações do povo, "Deus Salve o Rei" não é a nova "Que Rei Sou Eu?". Não que a produção da Rede Globo deixe de dar suas cutucadas nos governantes por meio de paralelos, como por exemplo, nas atitudes excêntricas de um Rei - Rodolfo, Johnny Massaro- que não conhece a dura realidade de sua plebe e que, volta e meia, toma decisões impensadas, pelo fato de ser egocêntrico. 

As críticas sempre embebidas de muitas piadas são sutis. Em "Deus Salve o Rei", o foco na trama que apenas está em um período medieval -e nada mais do que isso- é totalmente voltado às relações. Com diálogos compatíveis aos dias atuais, inclusive preocupações como a de Amália -Marina Ruy Barbosa- em não deixar acumular água. Logo, a trama em muito se assemelha ao seriado "Malhação" antes da temporada "Viva a Diferença". 

Assim, com um discurso direto e simples, a novela remete à ideia do filme "A Vila" (2004), de M. Night Shyamalan. Por vezes, há a sensação de que aquele universo de reis e rainhas é atual e criado em um lugar à parte. Não somente pela maneira de falarem, mas pelos pensamentos e posturas totalmente contemporâneas. As mulheres são mais ativas e nunca levam desaforo para casa, sejam da realeza ou da plebe. 

Por mais que prolongue -em excesso- certas problemáticas, como o feitiço para o esquecimento do passado de Amália com Afonso -Rômulo Estrela-, "Deus Salve o Rei" é uma novela extremamente agradável. Enquanto o romance dos mocinhos fica no chove e não molha, a mágica da trama fica com o Rei atrapalhado e a Rainha louca ou indecisa!?


Confira alguns tweets sobre a novela









*Mary Ellen Farias dos Santos é criadora e editora do portal cultural Resenhando.com. É formada em Comunicação Social - Jornalismo, pós-graduada em Literatura e licenciada em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos. Twitter: @maryellenfsm

.: Opressão violenta do consumo é abordada em "Quarenta e Duas"

Com texto de Camila Damasceno, o espetáculo Quarenta e Duas – da Cia Artehúmus e do Núcleo Tumulto - estreia no dia 23 de março (sexta, às 21h) na SP Escola de Teatro com direção conjunta de Daniel Ortega e Emerson Rossini


O enredo aborda, de forma onírica, desde temas como a opressão do consumo à busca permanente do gozo como sinônimo de felicidade. A encenação se dá a partir da perspectiva dos últimos momentos de vida de Robson, um adolescente compulsivo que morre após se masturbar 42 vezes. O mundo particular desse garoto é apresentado com suas idiossincrasias e seus desejos tão comuns quanto absurdos, convidando o público a adentrar nos conflitos de uma geração bombardeada por links, likes e imagens editadas.

Em cena, Cibele Bissoli, Cristiano Sales e Daniel Ortega alternam-se nos vários papeis. Álvaro Franco assina os figurinos e divide com Daniel Ortega o cenário e os adereços. A iluminação é de Thatiana Moraes, e a trilha sonora é criação de Vinícius Árabe Penna.

Em ritmos de zapping, flashes de memória e imagens da vida de Robson (vivido por Sales e Ortega) vão expondo questões contemporâneas pelo viés desse adolescente. A relação com o pai ausente, as expectativas idealizadas da mãe, a relação com os padrões sociais e religiosos, o peso de ter que se encaixar em regras, os impulsos primários dos desejos e a solidão nas relações virtuais são como quadros que se alternam no subconsciente de Robson, transbordando tudo que lhe oprime, que lhe consome.

O exagero consumista - não só material, mas também humano e psicológico - aparece com dimensões também extremas em Quarenta e Duas: “a metáfora está nas mutilações presentes na encenação, apontando o quanto nos automutilamos diante do mundo, pois o autoconsumo é uma ferramenta para sobrevivermos”, argumenta Rossini.

Para trazer ao palco as reflexões levantadas no texto, os diretores fazem uso da linguagem da performance ao abordar o universo onírico que conduz a trajetória da personagem. A encenação não se propõe a responder as questões, mas ressaltar a relevância dos temas no contexto atual, quando a agilidade da informação e o descarte humano ocupam lugar de destaque no frenesi urbano. A distorção do tempo e a sobreposição de símbolos permitem que o espectador amplie sua percepção diante da cena e da poesia nesses momentos finais de Robson.

A encenação: A dramaturgia foi elaborada a partir de uma notícia veiculada em sites de fake news, em 2012, sobre a suposta morte de um adolescente, no interior de Goiás, após se masturbar 42 vezes, ininterruptamente.

As referências passam pela profusão de informações e pelo ritmo acelerado dos dias atuais. Cenas de filmes, animes, comerciais, redes sociais e situações cotidianas tecem um quadro denso desse “estranho mundo de Robson”, como Ortega costuma se referir, onde não é necessário definir o que é alucinação. “A internet é o universo fake onde se pode ser o que quiser assim como a falsa notícia sobre Robson”, reflete o diretor Emerson Rossini.

Quarenta e Duas quebra a linearidade do tempo onde fantasias e realidades se mesclam no universo das personagens. A opção pela narrativa zapping, pela descontinuidade e fragmentação de imagens e gestos ajuda a revelar o ponto de vista de Robson no momento de epifania diante da morte: uma zona turbulenta onde seu subconsciente se expande.

Os figurinos, objetos de cena e a presença do látex, aplicados sobre algumas peças, trazem a reflexão sobre esse mundo fake em que estamos inseridos. O figurino é composto por peças brancas que fogem ao cotidiano e permitem uma integração maior entre os atores. Com ares nonsense, as personagens vestem saias com tule, reportando ao tutu das bailarinas clássicas. “O contraponto está no figurino e nos traz a leveza do momento onírico, a doçura para essa abordagem densa”, comenta Daniel Ortega.

O cenário segue a linha onírica da encenação. De uma armação suspensa em forma de guarda-chuva surge um emaranhado de fios pretos que envolvem o espaço. Luvas pretas flutuam. Os adereços - máscaras de animais, regadores de plantas, partes de bonecas, moedor de carnes, martelo, serrote, refrigerante - são resignificados e transformados em símbolos para a linha narrativa. Esses elementos dialogam entre si e a cenografia.

A iluminação recortada desenha poeticamente as linhas do caminho de Robson. A trilha sonora criada com base no mundo virtual - é uma referência pop e também é texto. Ela potencializa nossa dependência do consumo enraizado e pincela um quadro cruel de uma realidade quase distópica. Para os diretores, o expectador irá presenciar em Quarenta e Duas um mundo paralelo e individualista, síntese de um aspecto degenerativo da sociedade moderna.

Ficha técnica 
Dramaturgia: Camila Damasceno
Direção: Daniel Ortega e Emerson Rossini
Elenco: Cibele Bissoli, Cristiano Sales e Daniel Ortega.
Criação e operação de luz: Thatiana Moraes
Sonoplastia: Vinícius Árabe Penna
Figurinos: Álvaro Franco
Cenário e adereços: Álvaro Franco e Daniel Ortega
Identidade visual: Gustavo Oliveira
Fotografia: Cacá Bernardes
Assessoria de imprensa: Verbena Comunicação
Produção: Cia Artehúmus
Realização: Cia Artehúmus e Núcleo Tumulto

Sinopse: Quarenta e Duas aborda a violência da sociedade de consumo que nos impõe o gozo constante como sinônimo de felicidade, a partir da perspectiva dos últimos dias de vida de um adolescente, que morre após se masturbar 42 vezes. Por meio de uma espécie de zapping, vê-se o mundo de Robson em uma geração bombardeada por links, likes e imagens editadas.

Espetáculo: Quarenta e Duas
Estreia: 23 de março. Sexta, às 21 horas
Local: SP Escola de Teatro (Sala R1)
Praça Franklin Roosevelt, 210 - Consolação. SP/SP
Tel: (11) 3775-8600
Temporada: 23/03 a 23/04
Dias e horários: sextas, sábados e segundas (às 21h) e domingos (às 19h)
Ingresso: R$ 30,00 (meia entrada: R$ 15,00)
Bilheteria: 1h antes das sessões. Aceita cartão de débito e dinheiro.
Duração: 70 min. Classificação: 14 anos. Gênero: Drama. Capacidade: 50 lugares.
Acesso universal. Ar condicionado.
http://www.artehumus.com.brhttp://www.artehumus.com.br /http://spescoladeteatro.org.br

Currículos: 
Daniel Ortega - É ator formado pela Escola de Arte Dramática da ECA/USP (DRT 20389). Atuou em mais de 30 espetáculos, além de novelas, minisséries e longa metragens. Em sua trajetória como ator de teatro, foi dirigido por nomes importantes do cenário brasileiro como Zeno Wilde, José Rubens Siqueira, Luís Damasceno, Cristiane Paoliquito, Regina Galdino, Marco Antônio Braz, Rubens Rusche, Bete Dorgam, Evill Rebouças, Kiko Mascarenhas, Marcelo Marcus Fonseca, dentre outros. Em 2004 passou a integrar a Cia Artehúmus de Teatro, vencedora de prêmios notáveis como APCA, Shell, Mambembe e FEMSA-Coca Cola, onde iniciou sua pesquisa teatral para espaços não convencionais. No ano de 2015 o Prêmio Fomento ao Teatro de SP viabilizou a pesquisa de intervenção urbana e performance teatral Neverland ou as (in)existentes Faixas de Gaza. Em 2014, foi convidado pela diretora sueca Bim de Verdier a fazer parte da peça “Dissecar uma Nevasca”, texto de Sarah Strindberg. O espetáculo fez uma temporada de apresentações no Odin Theater, em Copenhagen, na Dinamarca. Atualmente, desenvolve sua primeira direção na montagem de “Quarenta e Duas”, na qual também participa como ator.

Emerson Rossini - Bacharel em Direção Teatral pela Universidade de São Paulo e ator pela Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo (D.R.T. 23.020/SP). Trabalhou como Coordenador de Ação Cultural no CEU Heliópolis, da Prefeitura Municipal de São Paulo. Como ator atuou em espetáculos sob direção de Luis Fernando Ramos, Luis Valcazaras e Julio Avanci, além de ter atuado na Cia. Do Latão e na Cia. Teatro de Narradores. Dirigiu o grupo de teatro no Projeto Memórias de Heliópolis e participou como orientador no Projeto Ademar Guerra 2012.

Camila Damasceno - É dramaturga do Núcleo Tumulto! de Investigação Cênica. Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Artes da Cena da Unicamp, é mestra pela mesma instituição sob orientação de Matteo Bonfitto. Formada no curso regular de Dramaturgia da SP Escola de Teatro. Já desenvolveu dramaturgias para a Cia TENDA, coletivo Os Pescadores e Projeto Espetáculo Fábrica de Cultura Vila Nova Cachoeirinha.

Cristiano Sales -É Ator. Atuou em mais de 15 espetáculos teatrais e em longas e curtas metragens cinematográficos. Foi dirigido por Marco Antônio Rodrigues, Regina Galdino, André Garolli, Marco Antônio Braz, Juliana Galdino, Carla Candiotto (Cia. Le Plate du Jour), Evill Rebouças, entre outros. Formado pela Escola de Arte Dramática da USP. Possui especialização em circo, clown, commedia dell ́arte, canto e dança popular.

Cibele Bissoli - É atriz, contadora de histórias, bonequeira e arte-educadora (DRT 22.141/SP). Formada pela EAD USP e pela Escola Livre de Teatro de Santo André. Atuou em Noel Rosa, O Poeta da Vila e seus Amores (PROAC/ Montagem 2009) e Vinicius, de Vida, Amor, Morte, dirigidos por Dagoberto Feliz, na Cia Coisas Nossas; Bruto, com Direção de Luiz Fernando Marx, texto de Alexandre Dal Farra; Balada de um Palhaço, direção de Gustavo Trestine (Prêmio Miriam Muniz 2007); e espetáculo musical Gota D’Água Breviário, com a direção de Heron Coelho e Georgette Fadel (Prêmio Shell de melhor atriz) da Cia Breviário.

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