domingo, 30 de abril de 2023

.: Pedro Bial mergulha no true crime para assumir o retorno do "Linha Direta"

Precursor do true crime na TV brasileira, programa estreia no próximo dia 4, desta vez com Pedro Bail. Foto: Globo/Fábio Rocha


Em um cenário multiuso, que remete a um antigo galpão desativado, Pedro Bial apresenta, conduz entrevistas, traz reflexões e novas perspectivas sobre os casos que marcaram a sociedade nos últimos 15 anos. A volta do "Linha Direta" na TV Globo será na próxima quinta, dia 4 de maio, logo após "Cine Holliúdy". Precursor do gênero true crime e referência na TV brasileira com a descrição e reconstituição de crimes reais, o "Linha Direta" marcou várias gerações ao longo de sua exibição nas décadas de 1990 e 2000. 

Nesta versão repaginada, inovações tecnológicas em sua linguagem se destacam, com a apresentação de laudos de perícia em 3D e a inclusão de imagens de vídeos de câmeras de segurança e captadas por celular, que auxiliam no entendimento da cronologia dos fatos. A cada programa, temáticas relevantes são abordadas através dos casos mostrados, entre elas: feminicídio, violência contra crianças, racismo, LGBTfobia, golpes virtuais, com o viés da prestação de serviço, provocando a reflexão sobre esses assuntos. 

O conteúdo investigativo, marca da atração, é o fio condutor da produção. Em um formato documental e com linguagem moderna, inclui simulações, apuração e entrevistas conduzidas por Bial no estúdio com parentes de vítimas e figuras-chave das investigações, trazendo importantes elementos e percepções através de seus depoimentos.  O caráter social também está presente através da divulgação dos canais de denúncia, como o telefone 181, de qualquer lugar do Brasil, e o Disque Denúncia local de cada Estado para que a população ajude as autoridades com informações que levem à localização de foragidos da Justiça, com a garantia do sigilo da identidade.

Multiplataforma, o projeto conta ainda com o "Linha Direta Podcast", que traz conteúdo extra, com impressões de Pedro Bial e depoimentos de bastidores vivenciados por roteiristas, pesquisadores e pela produção do programa. Além disso, tem versão estendida dos casos e mergulha no círculo familiar de pessoas que tiveram ligação com as vítimas. Com publicações semanais, sempre nos dias seguintes à exibição na TV, o "Linha Direta Podcast" estará disponível no Globoplay e nas plataformas de áudio, a partir do dia 5 de maio. Abaixo, Pedro Bial fala sobre a expectativa com a estreia do "Linha Direta".

Quais serão as novidades e temáticas do programa?
Pedro Bial - Estamos experimentando formatos que estejam mais antenados com os dias de hoje. Em cada um dos programas teremos temáticas muito relevantes como feminicídio, violência contra crianças, LGBTfobia, racismo, entre muitos outros. Às vezes, são casos que estão em andamento, então, esse é o formato preferencial: um caso concluído e um caso em aberto. O segundo caso, em aberto, é que pedimos ajuda do público para que através dos canais de denúncia ajude a localizar foragidos da Justiça. Também vamos entrevistar no programa pessoas chave dos casos, sejam elas parentes ou especialistas, e teremos também a participação de profissionais da nossa própria equipe de roteiristas, que trabalharam na apuração das histórias.
 

Qual é o desafio de buscar a memória afetiva daquelas pessoas que já gostavam do programa nos anos 1990/2000 e agora também conquistar um novo público?
Pedro Bial - 
O programa tem um tipo de abordagem e troca com o público no passado e ficou identificado por isso. Ao mesmo tempo, agora temos que apresentá-lo ao público que nunca viu, ou que era muito novo quando ele foi exibido. O true crime, o crime verdadeiro, é febre mundial. Além disso, essa hiper conexão que a gente vive hoje ainda não tinha se consolidado naquela época, e isso também tem implicações e consequências na nossa linguagem. Hoje em dia é muito difícil qualquer coisa acontecer numa grande cidade sem que tenha sido captada por duas ou três câmeras de segurança, ou por alguém com celular filmando o momento. Isso tudo determina a investigação, os registros e a linguagem do programa.

Além da apresentação na TV Globo, o "Linha Direta" também terá um podcast próprio, o "Podcast Linha Direta". Como será o formato?
Pedro Bial - 
O podcast não vai ser simplesmente uma versão em áudio do programa que foi ao ar na televisão. Vai ser um outro produto e com a linguagem do podcast, com tudo isso que se espera de um podcast, com vários bastidores. Se muitas vezes na televisão, devido ao tempo e ao formato, você apresenta uma entrevista que a gente conseguiu através de muito esforço, no podcast a gente vai contar a história de todo esse trabalho, de como essa entrevista foi realizada e como chegamos aos personagens. No podcast tem um espaço para aprofundar. É mais que um desdobramento. 

Como está a sua expectativa para a estreia do programa?
Pedro Bial - 
A gente gostaria de corresponder àqueles que buscam ou vão buscar naturalmente reviver alguma lembrança ou memória daquele antigo "Linha Direta" que, no entanto, não será o mesmo. Ainda assim, a gente quer trazer, respeitar, buscar e atender a esse desejo de reviver como também quer propor, desafiar e provocar reflexões, já que tudo mudou muito nesses quase 16 anos em que o programa ficou fora do ar.  Agora queremos convidar o público a investigar e explorar com a gente os meandros de grandes casos criminais que mobilizaram toda a sociedade brasileira.

"Linha Direta" tem apresentação de Pedro Bial, direção artística de Monica Almeida, direção geral de Gian Carlo Bellotti, e direção de gênero de Mariano Boni. A redação final é de Pedro Bial e Marcel Souto Maior e a produção de Anelise Franco. O programa estreia no dia 4 de maio e será exibido às quintas-feiras, após "Cine Holliúdy", na TV Globo.  O "Linha Direta Podcast", versão em áudio do programa original, estará disponível no Globoplay e nas plataformas de áudio a partir do dia 5 de maio e com publicações semanais sempre nos dias seguintes à exibição do programa na TV.

.: “Falar dos Meus Amores Invisíveis”, de Socorro Lira, questiona silenciamentos


A compositora e cantora Socorro Lira publica pelo editorial Livros Legais o primeiro romance da carreira: “Falar dos Meus Amores Invisíveis”, com apresentação de Maria Valéria Rezende, ilustrações da capa de Bernardita Uhart e projeto gráfico de Vanessa Juliana. A personagem principal da narrativa é Ondina, uma mulher nascida em uma determinada região de seu país. Como todas as meninas do local foi educada para o casamento, quase sempre inevitável, e exposta a todo tipo de condicionamento cultura. 

O livro conta a odisseia de Ondina em busca da superação das restrições impostas por um sistema patriarcal que agoniza e que, ainda assim, insiste em não ceder lugar a outras formas de viver mais favoráveis à vida, à natureza e à felicidade. 

Ondina é uma mulher lésbica que rompe com o predestinado, ela começa uma travessia emocional e psicológica, tanto quanto geográfica, até parar em um lugar onde se sente finalmente segura e pode rever os escritos de uma vida toda onde narra sua relação com as mulheres da família, com seus amores e, por fim, consigo mesma. É quando se vê autorizada a falar sobre silenciamentos, publicando suas memórias em um livro. Compre o livro “Falar dos Meus Amores Invisíveis” neste link.


.: MUBI e O2 Play lançam o suspense "Medusa Deluxe" nos cinemas


Uma narrativa vivaz e cômica sobre o universo dos cabeleireiros, o primeiro filme de Thomas Hardiman é mais um lançamento MUBI e O2 Play no Brasil.


A MUBI e a O2 Play anunciam as datas de estreia de "Medusa Deluxe", um mistério camp audacioso e único. O primeiro filme dirigido por Thomas Hardiman chega exclusivamente aos cinemas brasileiros em 15 de junho. Situada no obsessivo universo de cabeleireiros - em um concurso de penteados -, essa história extravagante de detetive traz uma variedade de atuações elétricas de seu elenco, que inclui Clare Perkins ("Secrets & Lies", "Censor", "EastEnders"), Kae Alexander ("Fleabag", "Malévola: Dona do Mal"), Harriet Webb ("I May Destroy You", "Big Boys"), Darrell D’Silva ("Game of Thrones") e Luke Pasqualino ("Skins", "Expresso do Amanhã", "Shantaram").

Em "Medusa Deluxe", depois que um cabeleireiro é encontrado morto em um concurso de penteados, os participantes restantes decidem descobrir quem é o assassino. Rivalidades e desconfiança crescem, enquanto um grupo de determinados hairstylists suspeita de que alguém está tentando fraudar a competição, eliminando competidores de forma macabra.

"Medusa Deluxe" tem direção de arte assinada pelo indicado ao Oscar® Robbie Ryan ("A Favorita", "Docinho da América"). Sua câmera inquieta e estranhamente estável se move de cena a cena, por meio de um labirinto de salas de bastidores, espaços de teatro e estacionamentos. Os penteados deslumbrantes e inovadores são do renomado stylist Eugente Souleiman em parceria com a designer de cabelo e maquiagem Scarlett O’Connell, vencedores do British Independent Film Awards 2022 na categoria Melhor Cabelo e Maquiagem. A trilha sonora eletrônica do filme é do britânico Koreless.

Indicado nas categorias de Diretor Iniciante e Melhor Design de Produção no British Independent Film Awards do ano passado, "Medusa Deluxe" é um drama vivaz e absurdamente cômico, que mantém o público em suspense até o final. Produzido por Michael Elliott, Louise Palmkvist Hansen e Lee Groombridge, o filme é uma produção da EMU Films. Foi desenvolvido e financiado pelo BFI, com recursos do National Lottery Funding, e BBC Film, em associação com a Time Based Arts. Os produtores executivos são Eva Yates para BBC Film, Lizzie Francke para BFI, e Jim Mooney e Walli Ullah para EMU.


"Medusa Deluxe"
Nos cinemas em 15 de junho, distribuído em parceria com a O2 Play.


Sobre a MUBI
Maior comunidade de amantes do cinema do mundo, disponível em 190 países, com mais de 12 milhões de membros, a MUBI é um serviço global de streaming, produtora e distribuidora de filmes dedicada a enaltecer o melhor do cinema. A MUBI produz, adquire, seleciona e apoia filmes visionários, conectando-os a públicos em todo o mundo.

MUBI é um lugar para descobrir filmes ambiciosos de diretores icônicos a autores emergentes. Um novo filme escolhido a dedo chega à plataforma todos os dias, cada um deles cuidadosamente selecionado pelos curadores da MUBI. Notebook explora todos os lados da cultura cinematográfica - nas versões impressa e on-line. A MUBI adquiriu a renomada representante comercial e produtora The Match Factory e Match Factory Productions, em janeiro de 2022.

Os planos de assinatura custam R$ 29,90 por mês ou R$ 238,80 a anuidade. A MUBI está disponível no navegador web, nas plataformas Roku, Amazon Fire TV e Apple TV, em aparelhos Smart TVs LG e Samsung, assim como em dispositivos móveis incluindo iPad, iPhone e Android.

A equipe do Resenhando.com assiste as estreias dos filmes na rede Cineflix CinemasConsulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da MUBI desde abril de 2023. Assine a MUBI e fique por dentro das novidades do cinema neste link.

.: "Guardiões da Galáxia 3" está entre os filmes mais esperados do ano


"Guardiões da Galáxia 3"
está entre os filmes mais esperados do ano, segundo pesquisa da Ingresso.com. Com 44% dos votos, o filme venceu a enquete promovida pela Ingresso.com. Estreia está marcada para quinta-feira, dia 4 de maio, e o longa-metragem trará mais novidades do Universo Marvel.

Na última década, os filmes de heróis estão entre os líderes de expectativa de audiência nas salas de cinema - e não seria diferente com "Guardiões da Galáxia Vol. 3". A franquia que, desde o seu primeiro filme, em 2014, já faturou mais de US$ 1 bilhão ao redor do mundo, chega ao seu terceiro filme para encerrar a trilogia iniciada por James Gunn. E o público parece ansioso para descobrir como será esse desfecho.

A produção, que estreia na próxima quinta-feira, liderou o top 5 dos filmes mais esperados em 2023, de acordo com pesquisa realizada pelo canal do YouTube da Ingresso.com, empresa de tecnologia pioneira no mercado de venda online de ingressos e automação de bilheterias. Das 60 mil pessoas que participaram da pesquisa, Guardiões da Galáxia 3 recebeu 44% dos votos. Os outros filmes avaliados foram "The Flash", "Velozes e Furiosos 10", "Transformers: O Despertar das Feras" e "A Pequena Sereia".

A trama trará uma nova aventura baseada no passado turbulento de Rocket (Bradley Cooper), e Peter Quill (Chris Patt) precisa ajudar sua equipe nessa missão para salvar a vida de Rocket ao mesmo tempo que luta para superar a perda de Gamora (Zoe Saldaña). "Guardiões da Galáxia 3" trará novidades, mas o filme ainda tem como principal objetivo encerrar a trilogia iniciada em 2014, por James Gunn, diretor que também ocupa o cargo de CEO da DC Studios. Além da expectativa normal que cerca as produções de super-herói, o longa ainda vem acompanhado da curiosidade sobre o destino dos membros do grupo titular. 

A equipe do Resenhando.com assiste as estreias dos filmes no Cineflix Santos, que fica Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, Gonzaga, em Santos, no litoral de São Paulo. Confira os dias, horários e sinopses dos filmes para você ficar por dentro de tudo o que acontece no mundo do cinema. Garanta os seus ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN.

.: “MasterChef Brasil” estreia 10ª temporada na próxima terça

Talent show vai ao ar na tela da Band toda terça-feira, às 22h30, logo depois da novela "Valor da Vida". Na imagem,  Helena Rizzo, Erick Jacquin, Ana Paula Padrão e Rodrigo Oliveira, prontos para a 10ª edição do MasterChef Brasil. Foto: Renato Pizzutto/Band 


A Band estreia na próxima terça-feira, dia 2 de maio, às 22h30, a 10ª temporada do "MasterChef Brasil" revivendo momentos icônicos e trazendo uma série de novidades, como a chegada de Rodrigo Oliveira, um dos maiores chefs do Brasil. Já no início da edição, o maior talent show de gastronomia do país, apresentado por Ana Paula Padrão, volta às suas raízes com uma seletiva que reunirá 90 cozinheiros amadores em uma disputa eletrizante, assim como aconteceu em 2014 no estádio do Pacaembu, em São Paulo.

Acompanhados de familiares e amigos, os candidatos correm contra o tempo para finalizar as receitas na frente de Erick Jacquin, Helena Rizzo e Rodrigo Oliveira. Entre pratos incríveis, dignos de restaurantes, e outros nem tanto, os jurados vão passando pelos concorrentes e experimentando suas criações. O público vai ver de tudo: candidato que se autodenomina o “gnomo da gastronomia”, uma “Barbie” com uma comida inteiramente rosa e até um marombeiro com uma receita para ficar em forma. Quem conseguir agradar o paladar do júri conquista uma colher para seguir para a próxima fase.

Na segunda etapa, os selecionados enfrentarão provas técnicas de pressão. Em três rounds, eles deverão executar da melhor forma possível - e dentro do tempo estipulado - tarefas que qualquer cozinheiro precisa saber. Inicialmente, o grupo é desafiado a cortar pimentões coloridos em formato julienne. Jacquin faz uma rápida demonstração de como o ingrediente deve ser apresentado. Os melhores passam para o segundo round, onde Helena mostra como descascar e cortar laranjas em formato supreme. Os que se saírem bem, seguem para a última seletiva, onde Rodrigo ensina a limpar e filetar um peixe grande. Os competidores que sobreviverem encaram a próxima fase na cozinha, porém nenhum deles estará com vaga garantida. Depois de todo esse processo, ainda haverá muitos embates antes de ganhar o tão sonhado avental do "MasterChef 10".

Criado por Franc Roddam, o formato "MasterChef" é representado internacionalmente pela Banijay. O programa é uma produção da Endemol Shine Brasil para a Band e para o Discovery Home & Health. O talent show vai ao ar toda terça-feira, às 22h30, na tela da Band, com transmissão simultânea no Band.com.br e no aplicativo Bandplay. A atração também será exibida toda sexta-feira a partir de 5 de maio, às 19h, no canal Discovery Home & Health e nos streamings discovery+ e HBO Max. O público ainda pode acompanhar os episódios pelo canal oficial no YouTube.

sábado, 29 de abril de 2023

.: Amanda Meirelles, campeã do "BBB 23": “Eu ainda estou chocada”


“Acho que de alguma forma eles se identificaram com a minha maneira de ser, inclusive com as minhas próprias fragilidades, porque eu sempre fui uma pessoa muito sincera comigo mesma e acabava expondo. Eu não guardava para mim, nem tentava me mostrar uma pessoa que estava 100% do tempo forte”, afirma a médica Amanda Meirelles, vencedora do "BBB 23".  Foto: Globo/João Cotta

Consagrada campeã do "BBB 23" e premiada com o valor de R$ 2.880.000 na última terça-feira, dia 25, a médica Amanda Meirelles é a única participante do grupo Pipoca (pessoas que não eram famosas antes de participar do reality show) a chegar à final desta edição, relaciona sua trajetória no "Big Brother Brasil" também às relações que estabeleceu na casa mais vigiada do país. 

Já no primeiro dia, por escolha do público, criou uma conexão física e afetiva com o lutador de jiu-jitsu Antonio Carlos Junior, o Cara de Sapato. Com as amigas de quarto, permaneceu até o final da participação que a levou ao patamar de campeã do maior reality show da TV brasileira. Foi ao lado de Aline Wirley e Bruna Griphao que chegou ao pódio. Ontem, a 23ª temporada do programa se encerrou com o resultado que garantiu a vitória à médica paranaense: 68,9% dos votos do público tornaram Amanda campeã. “Eu ainda estou chocada”, declara a vencedora sobre os fãs que conquistou. Na entrevista a seguir, Amanda revela sua estratégia para chegar ao primeiro lugar, fala sobre os afetos que criou no BBB e também conta como a sua experiência na medicina a ajudou no reality


A que atribui a sua vitória no "BBB 23"?
Amanda Meirelles -
Eu acredito que a minha vitória no "BBB" tem muito a ver com o fato de ter sido eu mesma o tempo inteiro e não ter me deixado abalar com as pessoas apontando para mim que eu precisava ser outra pessoa para permanecer no jogo. Lembro que uma vez o Fredão (Fred Nicácio) falou que eu iria precisar gritar ou falar um pouco mais alto para conseguir mostrar a minha opinião e eu disse: "Cara, mas eu não sou assim". Então, eu acredito que o que me manteve ali foi ser quem eu sou - livre, do meu jeito - e o fato de levar o jogo de uma maneira não menos comprometida, mas leve.
 

Imaginava conquistar uma torcida tão forte aqui fora? Como acha que cativou o público? 
Amanda Meirelles - Eu ainda estou chocada. Desde que eu saí, fui recebida pela minha família, encontrei amigos de cada canto do país e estou ainda absorvendo tudo o que elas estão me falando. Elas me falaram da torcida e da vontade que o pessoal tinha: “Amanda, quando você ia para o paredão a gente até pensava que você tinha que ir com tal pessoa porque só você conseguiria tirá-la, já que a sua torcida é extremamente comprometida”. Elas falaram que outros participantes tinham torcidas, às vezes, maiores, numericamente, mas que a maneira como a minha torcida se uniu para me defender foi fantástica. Então, eu estou muito grata, estou ainda absorvendo tudo. Não consegui nem pegar o meu celular para agradecê-los porque não parei, mas só consigo sentir gratidão. Acho que de alguma forma eles se identificaram com a minha maneira de ser, inclusive com as minhas próprias fragilidades, porque eu sempre fui uma pessoa muito sincera comigo mesma e acabava expondo. Eu não guardava para mim nem tentava me mostrar uma pessoa que estava 100% do tempo forte. Acredito que as pessoas podem ter se identificado com isso também, tanto com a parte boa, quanto com os meus períodos de vulnerabilidade, que muita gente também pode ter aqui fora. 


Alguma estratégia de jogo te levou até a final? 
Amanda Meirelles - Minha estratégia era tentar fugir dos paredões e, geralmente, tentar combinar voto. Eu também bati muito na tecla de não ir com pessoas de um mesmo pódio ao paredão. Mas eu acredito que tenha sido a minha maneira mesmo. Acho que não existe uma fórmula para jogar o "BBB", a gente aprende todos os dias. Eu sempre fui muito fã e, quando eu cheguei ali, percebi que tudo o que eu sabia estava acontecendo de forma diferente. Eu achava que sabia tudo e que iria arrasar lá dentro. Quando cheguei lá, era tudo diferente do que eu tinha pensado. Eu acho que todo mundo que entra só aprende a jogar "BBB" diariamente. As coisas são muito dinâmicas, mudam muito. O importante é sempre estar comprometido com você mesmo. Mas eu tive a estratégia de não ir com determinadas pessoas num mesmo paredão, tive estratégias de votar, sim, em grupo para escapar. O lema é sempre fugir, mas eu nem sempre consegui (risos). Escapei em bastantes provas Bate e Volta, mas acabei caindo ali. A estratégia é ser a gente mesmo e estar com pessoas que nos fortalecem - eu percebi que isso fez toda a diferença. Existe um ditado que diz: "Sozinho vamos mais rápido, mas acompanhados vamos mais longe". Isso pegou bastante nesse "BBB"; quando as conexões eram reais, você conseguia avançar cada vez mais.


Durante os 100 dias, você conseguiu vencer várias provas, entre elas uma de resistência. Imaginava vencer tantas disputas? Você se preparou de alguma forma para essas dinâmicas do "BBB"? 
Amanda Meirelles - Eu não imaginava! Eu sempre tive traumas e limitações que eu mesma me colocava em questão de provas de habilidade. Por exemplo: eu nunca fui aquela pessoa que era escolhida na educação física; sempre era a última a ser escolhida; era a desajeitada, a que era escolhida para ficar marcando os pontos e não para fazer parte do time. Eu já trazia algumas travas em mim mesma. Eu tinha muito medo dessas provas, por isso foi importante encontrar pessoas que me motivaram. Quando eu comecei a ganhar, pensei: "Eu sou boa nisso". As provas do "BBB" são feitas para que todo mundo consiga fazer, não são provas de vencer só quem é mais ágil. Sempre tem uma de sorte, de atenção, uma habilidade ou de memória. Todo mundo consegue ter acesso às provas e tem condições de ganhar. A gente tinha pessoas como o Cristian (Vanelli) e o cowboy (Gustavo Benedeti) que sempre iam bem nas provas de habilidade, mas na de resistência, por exemplo, o cowboy saiu primeiro. O programa é feito de uma maneira cujas dinâmicas são realizadas de forma que todo mundo tem chance de ganhar. Para mim, foi superar meus próprios limites. E ganhar uma prova de resistência era um sonho meu, porque eu sempre assisti ao "Big Brother" e foi uma realização pessoal vencer. Eu fiquei muito feliz.


Quais foram seus pontos altos e baixos no programa? 
Amanda Meirelles - Eu acho que os pontos altos foram as provas que eu consegui ganhar. Foram a união e as conexões que eu tive também. As vitórias dos Bate e Volta foram sensacionais por saber que, por mais que tivesse gente que queria me ver fora do programa, havia gente torcendo para que eu continuasse ali dentro. Acredito que os pontos baixos eram quando a gente ia perdendo pessoas queridas. A dinâmica do programa fez com que a gente se dividisse em dois quartos, então a gente se fortaleceu muito por afinidade no quarto em que estávamos. E quando a gente começou a perder pessoas, foi como se estivéssemos perdendo pedacinhos de nós. "E agora? Como eu vou fazer sem essa pessoa?". A gente formou ali uma estrutura, e, ao perdermos pedacinhos, a gente começa a dar aquela leve fraquejada. Ali eu me reconectava com o que eu iria fazer para poder continuar. Também acredito que ajudou o fato de me colocar sempre como minha prioridade, porque percebi, no início do programa,  que eu não era prioridade de muita gente. E, se você não é prioridade, você é alvo. Então, eu pensei que eu tinha que ser a minha própria prioridade, que eu iria dar um jeito e me colocar em primeiro lugar. Mas, ainda em relação aos pontos baixos, havia também a saudade. Durante o jogo, a gente fica com muita saudade de casa e se questiona como está a vida das pessoas aqui fora. A incerteza de como estava a vida aqui fora pesou para muitas pessoas em algum momento do programa. Nesses momentos a gente dava uma baixada na guarda, mas logo recuperava.
 

O grupo do quarto Deserto se formou no início da temporada, perdeu vários integrantes no meio do caminho e rachou algumas vezes ao longo da edição. No entanto, após a volta da Larissa, vocês se uniram novamente, decidiram retomar o jogo coletivo e acabaram chegando juntas à reta final. Como avalia o desempenho do grupo? 
Amanda Meirelles - Eu acho que nós fomos fundamentais uma para a outra. Espero, inclusive, que a gente tenha conseguido passar isso para outras mulheres, que com pequenas atitudes a gente consegue empoderar - foi o que a gente fez. Os nossos recursos eram o queridômetro ou tentar ganhar prova para ter algum poder, então a gente utilizou o que tínhamos na mão para conseguir avançar. Mas, independentemente de qualquer coisa, nós tínhamos uma a outra. Eu acho que esse foi o diferencial das desérticas. Eu via que no Fundo do Mar, existiam, sim, as conexões, mas havia algumas pessoas que não se sentiam tão ligadas às outras. Nós tínhamos essa conexão muito forte e a gente sempre se fortaleceu quando uma precisava. A gente se uniu nas nossas fragilidades e foi avançando no decorrer do jogo. A conexão que eu tenho com as meninas é extra jogo, vai ser de vida mesmo. Não tem como eu contar a minha história sem falar delas, que, assim como o programa, fazem parte da minha vida. Elas vão estar comigo para sempre. Eu já estou até com saudades: da Bruna reclamando de alguma coisa, da Aline, da Larinha (Larissa Santos)...

De que forma o retorno da Larissa e as informações que ela levou para a casa impactaram a sua estratégia de jogo no "BBB"? 
Amanda Meirelles - Eu acho que o que a Larissa trouxe foi mais para as outras pessoas entenderem o que eu já estava falando há algum tempo. Uma das coisas que eu sempre batia na tecla era que havia algumas pessoas que eu queria ver no paredão, que não tinham muita movimentação, só que acabavam passando meio despercebidas. A própria Bruna estava ainda muito presa aos afetos. Antes da Larissa voltar, eu até achei que a Bruna teria dificuldade de votar em algumas pessoas. Cheguei ao ponto de, em um dos jogos da discórdia, dizer para ela: "Se quiser colocar alguma coisa em mim, pode colocar". Eu sabia que para ela era difícil separar jogo e afeto. Quando a Larissa chega e fala um pouco do que o público está querendo, eu vejo que acaba firmando mais, principalmente na Brunete, a necessidade de separar as coisas, porque a gente estava juntas ali. Também foi muito bom porque ela chegou e comentou com a Aline como estava sendo o jogo dela e ela conseguiu se transformar bastante. Para mim também foi muito gratificante saber que estava tudo bem, porque era uma das coisas pela qual eu sempre me questionava: "Será que tem alguém gostando de mim? Será que eu sou uma piada para o Brasil? O que está acontecendo?". Quando a Lari chega e fala "Amanda, tem pessoas que gostam de você lá fora, do seu jeito", eu penso, "então, vamos seguindo". Eu acho que o retorno dela não atrapalhou o meu jogo em nenhum momento. A volta da Larissa só fortaleceu coisas que eu já estava falando há algum tempo, mas às vezes as pessoas não conseguiam muito bem separar afeto de jogo. Quando a Larissa chegou e disse que isso era necessário, as pessoas começaram a ver que fazia sentido. 

Apesar dessa aproximação mais intensa nas últimas semanas, vocês quatro já estiveram distantes. A Bruna chegou a te confessar que você seria alvo dela antes de pessoas do outro quarto. Como foi receber essa declaração? 
Amanda Meirelles - Eu senti mais quando o Fredinho (Fred Desimpedidos) falou que, se precisasse, votaria em mim antes de votar na Marvvila. Teoricamente a gente estava ainda em um grupo, então aquilo fez com que eu criasse uma expectativa sobre a situação. Eu senti bastante ali e falei: "Meu voto serviu em algum momento e agora não serve mais". Mas, com a Bruna, foi uma coisa com a qual eu não criei expectativas porque eu já imaginava que uma hora iria acontecer. Eu falava para ela: "Eu sei que você vota em mim antes de tal pessoa, então, para mim não faz sentido continuar jogando desse jeito". Ela deixava claro que isso poderia acontecer, nunca deixou subentendido que votaria em mim antes de outras pessoas. Já o Fredinho, não, porque a princípio estava no rolê do grupo, então eu acreditava que a gente iria sempre se priorizar antes de outras pessoas. A Bruna sempre deixou muito claro que os afetos ditavam as prioridades para ela ali dentro.

Você construiu uma forte amizade com o Cara de Sapato na casa, que inicialmente foi interpretada pelos fãs como um possível romance. Em algum momento chegou a cogitar essa possibilidade? 
Amanda Meirelles - Eu acho que nós fomos fundamentais um para o outro. Foi um relacionamento de total comprometimento com o que cada um sentia e vivia lá dentro. Foi amizade, sim; a gente não sabe como vai ser daqui para frente, porque a gente não consegue prever, né? Mas foi muito genuíno, foi muito de coração. A gente se olhava num lugar de muito respeito, cuidado, amor e preocupação um com o outro. Foi algo muito incrível. Eu sou eternamente grata. Ontem eu o vi, vi a família dele e só tenho amor pelo Sapato. É uma amizade, mas a gente nunca sabe como vai ser o futuro porque a vida é sempre uma caixinha de surpresas. A gente se encontrou numa conexão muito pura, a gente se via de forma muito genuína.

Você teve conflitos com algumas pessoas na casa, entre elas o Fred Nicácio e o Cezar Black. Quem foi seu maior adversário no programa? 
Amanda Meirelles - Na competição, nosso maior adversário é sempre a gente mesmo, porque ali é uma briga entre você com você mesma para conseguir se manter no caminho que traçou. Mas eu acho que o maior adversário foi o Fred Nicácio. Houve aquele paredão falso em que ele voltou, lançou uma informação e aquilo pesou para mim. Depois, eu sentia que, quando tentava conversar com ele, não conseguia acessá-lo da maneira que eu via todo mundo acessando. Mas o que acontece no jogo fica no jogo. Inclusive fiquei parafraseando ele por muito tempo. O Fred é uma pessoa fantástica, uma pessoa que preenche os lugares. Ele sempre disse: "Faça um jogo do qual você se orgulhe". Quando ele saiu, eu falei que essa foi uma das frases que ele falava que mais me marcou e foi o que eu tentei fazer.

Mesmo tendo vencido provas de liderança e anjo, alguns participantes te acusavam de ser uma das plantas da edição. O que acha que eles esperavam do seu jogo que você não entregou? 
Amanda Meirelles - Eu sempre falei que eu acredito que não ganha quem grita mais alto; ganha quem não desiste. Eu entrei nesse programa com mais 21 personalidades extremamente fortes e todo mundo gritava, falava alto, ia para cima, apontava o dedo para o outro. As pessoas começaram a achar que, para você se expressar, tinha que ser dessa forma. E não é a minha forma de me expressar. Também acredito que eu ganhei muita "planta" porque as pessoas têm mania de achar que só porque eu levo a vida de uma maneira mais leve, porque eu faço piada e tento levar as coisas com bom humor, eu sou menos comprometida com os meus sonhos ou com os objetivos que eu tenho. Eu acho que existem muitas formas de jogar o "BBB" e eu joguei da minha maneira. Graças a Deus, o público viu e deu certo. Mas acredito que as pessoas esperavam que eu procurasse briga, falar alto com os outros... Mas essa não é Amanda.

Quais são os maiores aprendizados dessa experiência? 
Amanda Meirelles - Foram muitos aprendizados, mas acho que os maiores são a resiliência, o autocuidado, a superação de limites, o carinho com que a gente tem que olhar para a gente mesmo. Uma das coisas é, também, tomar muito cuidado com o que a gente fala para as pessoas, porque a gente nunca sabe como elas vão sentir. Não é à toa que lá dentro a gente sabia onde estavam as fragilidades dos outros e, muitas vezes, era isso que utilizavam e acabavam desestabilizando totalmente o outro com coisas extra jogo. Então, eu saí desse programa observando e prestando muita atenção no que eu falo, porque pode chegar na outra pessoa de uma maneira que eu não tenho ideia, pode doer nela e ter uma repercussão que a gente nem imagina. É sobre ter um pouco mais de cuidado com as palavras e empatia.

Quais são seus planos agora que você é uma mulher milionária? Pretende seguir atuando na medicina? 
Amanda Meirelles - Eu acho que só vou acreditar quando eu vir aquele dinheiro na minha conta (risos). As pessoas falam: "Ah, porque fulano gosta de você...". Eu fico pensando: "Gente, como assim essa pessoa gosta de mim? (risos)". Mas eu não faço ideia, estou aproveitando cada momento. O "BBB" é uma experiência que mudou a minha vida e não sei como vão ser os próximos passos. Mas, sim, pretendo fazer alguma coisa relacionada à medicina porque foi o que sempre me abriu portas na vida, eu amo cuidar de gente. Eu acredito que há coisas que a gente não consegue deixar para trás e a minha profissão é uma delas. Talvez eu tenha que readaptar nessa nova rotina que vai surgir, com informação, levando mais conhecimento para as pessoas. Mas largar a medicina é algo que não está nos meus planos, porque foi graças a ela que eu sou a pessoa que sou hoje. Em muitos momentos do game, eu me colocava em situações do hospital que eu tinha vivido. Quando eu estava na xepa e as pessoas reclamavam da comida, eu lembrava das pessoas que eu cuidei que não conseguiam comer. Eu sempre levei as experiências que tive na minha vida profissional para o jogo. Quando eu via o pessoal cansado de ficar dentro da casa, fechada por conta da manutenção externa,  eu falava: "Gente, para mim isso não pesa". Eu trabalhava em UTI; na pandemia fiquei sem luz do sol, sem conseguir dormir, com privação de algumas coisas. Então, se eu consegui ganhar esse programa também foi muito pelas coisas que eu levei da minha profissão e que ficava lembrando lá a todo momento.

Já pensou o que fazer com o prêmio do "BBB 23"? 
Amanda Meirelles - Primeiro eu vou pagar meu financiamento estudantil. Vi que já virou até meme na internet de tanto que eu falava disso. O meu maior desespero enquanto estava na casa era por não estar pagando. Eu financiei 100% da minha faculdade, então é graças a esse financiamento que eu consegui me formar. Sou extremamente grata, mas é uma dívida de 19 anos que eu tenho e que pretendo pagar. Além disso, quero ajudar meus pais. Eu sempre vi as pessoas se queixando, no hospital, sobre coisas que queriam ter feito na vida e eu quero que meus pais consigam aproveitar um pouco mais da vida deles também. Eu sei que houve muitos dias de labuta para que eu conseguisse me formar. Eu sempre falo que eles são a origem de toda a minha saudade e a fonte de toda a força que eu busco para conseguir os meus objetivos. Quero conseguir retribuir um pouquinho de tudo o que eles fizeram por mim.

.: "Eu Só Cabia nas Palavras", de Rafaela Ferreira, é livro sobre aceitação e amor


A atriz, educadora e produtora Rafaela Ferreira lança o primeiro livro, "Eu Só Cabia nas Palavras", publicado pela editora HarperCollins. Primeiro livro da autora, é uma obra sensível sobre amor e aceitação, que narra a história de uma adolescente diante do dilema com seu próprio corpo.

Na obra, Gio, de 16 anos, não sabe muito bem quando as coisas começaram a se transformar, mas já faz algum tempo que não consegue se olhar no espelho e gostar do que vê. O único lugar onde se sente acolhida é em meio às palavras - de seus livros, textos e vídeos. Ela sempre foi gorda e isso nunca foi um problema, até sofrer bullying e ofensas gordofóbicas. Desde então, sua opinião sobre a própria aparência mudou, tornando-se cada vez mais difícil gostar de si mesma quando todos diziam para fazer o contrário.

Mas Gio conhece Lisa, alguém disposta a amá-la sem julgamentos. Juntas, as meninas redescobrem a felicidade e o melhor da vida: vão a primeira vez um festival de música, a primeira vez em um clube de cinema, a primeira vez em uma montanha, a primeira vez vivenciam o amor. Compre o livro "Eu Só Cabia nas Palavras" neste link.

.: Com Pierfrancesco Favino, "O Colibri" está em cartaz no Cineflix Santos


Filme da italiana Francesca Archibugi acompanha algumas décadas na vida de uma família repleta de tragédias e desafios. Foto: Enrico de Luigi


Dirigido por Francesca Archibugi (“A Árvore do Pico”), "O Colibri" é um filme italiano protagonizado por um homem, desde a infância apelidado de Colibri, cuja vida é marcada por coincidências, encontros, desencontros e amores fortes. Pierfrancesco Favino interpreta o personagem no longa, que ainda conta com Nanni Moretti, Bérénice Bejo e Laura Morante no elenco. O filme está em cartaz no Cineflix Santos, com distribuição da Pandora Filmes.

Para criar essa história que começa em 1970, e vai até um futuro próximo, Archibugi, que também assina o roteiro com Laura Paolucci e Francesco Piccolo, partiu do romance homônimo de Sandro Veronesi (“Caos Calmo”). “Amei muito o romance e queria ser fiel a ele e, ao mesmo tempo, o usei como material pessoal, porque é assim que me sinto. O livro é estilisticamente aventureiro e queríamos não só entrar na aventura, mas também a reinventar”.

A diretora explica que a escolha do elenco foi fundamental, uma vez que este é um filme fortemente calcado em personagens que carregam o fardo da história em si. “O mundo ao redor, as casas, as ruas, as imagens, a luz e as estações que se sucedem, foram feitos para envolver os personagens como um manto para a jornada.”

O filme, que, no ano passado, abriu o Festival de Roma e foi exibido em Toronto, conta com uma narrativa marcada pelas memórias e redescobertas. A história começa na juventude de Marco Carrera (que quando adulto será interpretado por Favino) ao lado de seus pais (Sergio Albelli e Laura Morante) e o irmão. Ele e seu irmão são apaixonados pela mesma jovem francesa, mas, naquela noite, uma tragédia se abaterá, mudando o destino de todos.

Anos mais tarde, um psicólogo (interpretado por Moretti) vai à procura de Carrera para perguntar sobre aquela jovem francesa, chamada Luisa (Bérénice Bejo), que tanto marcou seu passado. O psicólogo trata da mulher do protagonista, Marina (Kasia Smutniak), cujos problemas emocionais trazem uma situação de risco para o próprio marido.

Quando o passado volta à tona, a vida de todos se transforma, Marco precisa fazer escolhas que irão reverberar em todos os personagens. Ao mesmo tempo, o filme avança para o futuro, e nós o vemos em sua vida 30 anos depois. “Também neste filme, como nos anteriores, o meu desejo era anular a câmera, podendo criar a percepção de que a história estava se contando. Não é um exercício de direção fácil. Às vezes, a coisa mais difícil de enquadrar é o rosto de um homem, uma mulher, meninos e crianças, entender os subtextos e filmar o invisível”, conta a diretora.

A equipe artística de "O Colibri" conta com fotografia assinada por Luca Bigazzi (“A Grande Beleza”), desenho de produção de Alessandro Vannucci (“Miss Marx”), trilha sonora de Battista Lena (“A Árvore do Pico”) e montagem de Esmeralda Calabria (“5 é o Número Perfeito”). "O Colibri" foi lançado no Brasil pela Pandora Filmes.

Sinopse
A história de Marco Carrera (Pierfrancesco Favino), conhecido como "Colibri”, uma vida de coincidências fatídicas, perdas e amores absolutos. A narrativa prossegue de acordo com a força das memórias que nos permitem saltar de um período para outro, de uma época para outra, num tempo que vai do início dos anos 1970 ao futuro próximo. Colibri é sobre a força ancestral da vida, da luta árdua que todos fazemos para resistir ao que às vezes parece insustentável. Mesmo com as poderosas armas da ilusão, da felicidade e da alegria.

A equipe do Resenhando.com assiste as estreias dos filmes no Cineflix Santos, que fica Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, Gonzaga, em Santos, no litoral de São Paulo. Confira os dias, horários e sinopses dos filmes para você ficar por dentro de tudo o que acontece no mundo do cinema. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN.

Ficha técnica
"O Colibri". Direção: Francesca Archibugi. Roteiro: Francesca Archibugi, Laura Paolucci e Francesco Piccolo, baseado no livro de Sandro Veronesi. Produção: Domenico Procacci, Anne-Dominique Toussaint. Elenco: Pierfrancesco Favino, Kasia Smutniak, Bérénice Bejo, Nanni Moretti, Laura Morante, Sergio Albelli, Massimo Ceccherini, Alessandro Tedeschi, Benedetta Porcaroli. Direção de fotografia: Luca Bigazzi. Desenho de produção: Alessandro Vannucci. Trilha sonora: Battista Lena. Montagem: Esmeralda Calabria. Gênero: drama. País: Itália. Ano: 2022. Duração: 126 minutos. Distribuição: Pandora Filmes. Garanta os seus ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN.

.: "Close", de Lukas Dhont, chega com exclusividade à MUBI


Drama LGBTQ venceu o Grand Prix no Festival de Cannes 2022 e disputou o Oscar® na categoria Melhor Filme Internacional, este ano

"Close", o comovente drama LGBTQ de Lukas Dhont, chega à MUBI. Ao abordar amizade e homofobia, a produção belga também trata de temas sensíveis, como masculinidade, bullying e culpa. Elogiadas pela crítica especializada, as atuações dos estreantes Eden Dambrine (Léo) e Gustav De Waele (Rémi) são alguns dos pontos altos do filme.

Em cartaz nos cinemas brasileiros desde março, com distribuição da O2 Play, o filme é o vencedor do Grand Prix no Festival de Cannes 2022 e disputou o Oscar® na categoria Melhor Filme Internacional este ano. Um estudo elegante, poético e empático da juventude, do aclamado escritor e diretor Lukas Dhont.

Léo e Rémi, de 13 anos, são inseparáveis; melhores amigos, tão próximos como irmãos. No entanto, quando começam um novo ano escolar, as pressões da adolescência florescente e desafiam seu vínculo com consequências inesperadas e de longo alcance. Uma história de amadurecimento profundamente comovente, que tem um impacto duradouro.


Sobre a MUBI
Maior comunidade de amantes do cinema do mundo, disponível em 190 países, com mais de 12 milhões de membros, a MUBI é um serviço global de streaming, produtora e distribuidora de filmes dedicada a enaltecer o melhor do cinema. A MUBI produz, adquire, seleciona e apoia filmes visionários, conectando-os a públicos em todo o mundo.

MUBI é um lugar para descobrir filmes ambiciosos de diretores icônicos a autores emergentes. Um novo filme escolhido a dedo chega à plataforma todos os dias, cada um deles cuidadosamente selecionado pelos curadores da MUBI. Notebook explora todos os lados da cultura cinematográfica - nas versões impressa e on-line. A MUBI adquiriu a renomada representante comercial e produtora The Match Factory e Match Factory Productions, em janeiro de 2022.

Os planos de assinatura custam R$ 29,90 por mês ou R$ 238,80 a anuidade. A MUBI está disponível no navegador web, nas plataformas Roku, Amazon Fire TV e Apple TV, em aparelhos Smart TVs LG e Samsung, assim como em dispositivos móveis incluindo iPad, iPhone e Android. 

A equipe do Resenhando.com assiste as estreias dos filmes na rede 
Cineflix CinemasConsulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da MUBI desde abril de 2023. Assine a MUBI e fique por dentro das novidades do cinema neste link.

.: Feriado tem Lenine e Bruno Giorgi, pai e filho cantam e tocam no Sesc Santos


Lenine apresenta show "Rizoma" acompanhado do filho, Bruno Giorgi, pela primeira vez em Santos. Foto: Jairo Goldflus.

O cantor e compositor Lenine se apresenta ao lado do filho, Bruno Giorgi, na próxima segunda-feira, 1º de maio, feriado do Dia do Trabalho, às 18h, no Teatro do Sesc Santos. No palco, Lenine assume o microfone e o violão, enquanto Bruno se reveza entre baixo, bandolim, teclados, voz e sampler. O show "Rizoma" traz composições do pernambucano - 15 delas em parceria com Lula Queiroga, Paulo César Pinheiro, Dudu Falcão e Carlos Rennó, e outros. 

O público pode esperar por um apanhado musical da história do artista neste show, estão confirmadas no setlist composições como “Castanho” (Lenine e Carlos Posada), “Martelo Bigorna” (Lenine), “Leve e Suave” (Lenine), “O Dia em que Faremos Contato” (Lenine e Braulio Tavares), “Tubi Tupy” (Lenine e Carlos Rennó), “Jack Soul Brasileiro” (Lenine), “Paciência” (Lenine e Dudu Falcão), entre outras.

Os ingressos começam a ser vendidos nesta terça (25/4), às 12h, pelo aplicativo Credencial Sesc SP e no portal centralrelacionamento Presencial, nas bilheterias do Sesc SP, a partir de quarta (26/4), às 17h, valores de R$ 12 a R$ 40.

De acordo com os filósofos pós-modernos Gilles Deleuze e Felix Guattari, “rizoma” é a possibilidade de abertura do pensamento, o que remete à expansão das raízes de uma planta. As narrativas não são cronológicas ou contínuas - elas sofrem interrupções e se abrem em múltiplas direções, criando novos pontos de conexão em uma história. 

Não à toa, Lenine e Bruno Giorgi (filho do cantor e compositor pernambucano e elogiado engenheiro de som) tomaram o conceito como inspiração para batizar a sua nova turnê, que traz no palco pai e filho. Rizoma, neste caso, o show, serve como uma plataforma para que o duo compartilhe com o público versões que ajudam a mostrar o lado artístico de ambos, formando uma teia diversificada de caminhos musicais.

A ideia que deu início ao rizoma musical apresentado vem de um período pré-pandêmico, quando Lenine e Bruno Giorgi começaram a experimentar uma outra maneira de reproduzir as canções. "'Rizoma' surgiu de todos os incômodos e sentimentos causados pela pandemia. Foi o estímulo necessário para que eu pudesse retomar o prazer por tocar e Bruno foi essencial nesse processo", comenta. Capturando elementos das gravações originais, os dois transportam para o palco o ambiente sonoro de cada faixa, de cada projeto. Lenine crê na potência de fazer ligações entre diferentes referências artísticas, e por isso, a escolha do repertório visou abranger todos os álbuns já lançados pelo músico. “Como num universo onde tudo ruma para o caos, a vida como estado de ordem pode surgir”, pontua. 


Ficha técnica
Lenine: artista. Bruno Giorgi: artista / engenheiro de som. Robson de Cássia: iluminador. Alexandre Rabaço: PA. Gabriel Silva: Roadie. Maurício Von Helde: Produtor técnica. Thaysa Proença: Produtora executiva.

Serviço
Show “Rizoma”, com Lenine e Bruno Giorgi
Dia 1º de maio, segunda, às 18h. Local: Teatro do Sesc Santos. Classificação etária: livre. Ingressos: R$ 12 (credencial plena). R$ 20 (meia-entrada). R$ 40 (inteira). Venda on-line disponível no site do Sesc SP, no aplicativo Credencial Sesc SP e nas bilheterias do Sesc SP. Capacidade teatro: 765 lugares. Duração: 90 minutos. Classificação: livre.


Sesc Santos
Rua Conselheiro Ribas, 136, Aparecida - Santos.
Telefone: (13) 3278-9800  


Bilheteria Sesc Santos - Funcionamento 
Terça a sexta, das 9h às 21h30. Sábado, domingo e feriado, das 10h às 18h30. Orientação para acesso à unidade: recomenda-se uso de máscara em lugares fechados.

sexta-feira, 28 de abril de 2023

.: Entrevista com Aline Wirley: "Eu sei que sou um corpo político"


Cantora que fez parte do grupo Rouge conta os aprendizados que leva do programa, fala sobre amizades e conflitos que teve no confinamento e detalha o que foi essencial para conquistar o segundo lugar no pódio do "BBB 23". Foto: Globo/João Cotta

Aline Wirley venceu não só uma das mais longas provas do "BBB 23", como chegou ao final da resistência de 100 dias na segunda colocação. Ao longo da temporada, a cantora viveu altos e baixos. A participante se viu confusa em alguns momentos, apontou e foi apontada; viveu a experiência de ter sua música lançada de surpresa no reality; e fez amizades que considera fundamentais para seu resultado no programa.

“Não faria absolutamente nada de diferente. Eu sou a vice-campeã. Nós entramos em 22 pessoas; eu olhava e achava que ia dar tudo errado. Chegar nesse lugar com consciência e me reconhecendo em cada passo que eu dei, é muito valioso”, observa. A agora ex-sister disputou a preferência popular contra as aliadas Amanda Meirelles e Bruna Griphao e, na última terça-feira, dia 25, ganhou a segunda colocação da temporada, com 16,96% dos votos, levando para casa o prêmio de R$ 150 mil. A seguir, Aline Wirley conta os aprendizados que leva do programa, fala sobre amizades e conflitos que teve no confinamento e detalha o que foi essencial para conquistar o segundo lugar no pódio do "BBB 23". 


Você foi a segunda colocada do "BBB 23". O que acha que a fez chegar tão longe na disputa?
Aline Wirley -
Eu ainda estou entendendo tudo, não tem nem 24 horas que saí da casa (risos). Eu acabei de chegar em casa, estou com a minha família e com as pessoas que me amam, tentando entender tudo que aconteceu para eu chegar até aqui. Mas o que mais fica para mim é que eu fui a Aline, que foi o meu propósito e uma das coisas que eu mais quis levar lá para dentro. E não foi fácil, estar no "BBB" é muito difícil. O que me traz até aqui é ser quem eu sou e as alianças que eu fiz. As dinâmicas também vão te levando para a final: um paredão, uma prova do anjo, uma liderança em um momento importante. Muitas coisas me trouxeram até aqui, mas, primordialmente, eu quero acreditar que ser quem eu sou é o que me faz ser a vice-campeã do "BBB 23".

Você foi fiel às alianças que estabeleceu nos primeiros dias do "BBB". Qual foi a importância delas durante o confinamento? 
Aline Wirley - 
As alianças foram fundamentais. Eu sou uma pessoa que me conecto com pessoas e o "BBB" é um jogo de relações. Por mais que a gente entenda que é um jogo estratégico e que tem a dinâmica, para mim é um jogo de relações, então as alianças que eu fiz durante o programa foram muito importantes. Por exemplo, a Amanda é uma pessoa com quem eu me conectei desde sempre. A gente se amou, se acolheu e se viu em um lugar das nossas fragilidades, de não conseguir nos posicionar, pois estávamos em um elenco muito falante e que apontava muito. Então, a gente se conectou em um lugar de muito afeto. Eu acredito que é o que nos traz até aqui. Estar em uma final e encerrar o "BBB" ao lado da minha amiga é uma coisa muito valiosa. O "BBB", além de ser um programa de entretenimento, acessa lugares muito profundos, não só para quem está vivendo lá dentro, mas para quem está aqui fora. Estou muito feliz com tudo que eu realizei.
 

Qual era sua estratégia para levar o prêmio? Acredita que o grupo foi importante para desempenhá-la?
Aline Wirley - 
Eu assisto ao "BBB" na TV. Então, eu não tive uma estratégia, de fato. E durante um bom tempo do programa eu me confundi muito. Eu achava que estava tudo errado porque eu não sei jogar. Durante algum tempo, isso foi um problema para mim. Mas, no decorrer do programa, eu encontrei pessoas que me ajudaram nesse caminho. Eu consegui ouvir e entender. Quando a Larissa começou a puxar jogo, eu comecei a entender mais. É um jogo de relacionamentos, mas também de estratégia e coisas que te confundem. Então, eu não tive uma estratégia, eu tive as minhas percepções do que eu podia fazer naquele momento e como eu podia lidar com aquilo.

Em algum momento pensou em formar alianças com outras pessoas além das do quarto Deserto?
Aline Wirley - 
É complicado dizer assim. Eu me apaixonei por todo mundo do quarto Deserto. A gente tinha uma conexão e era fácil a gente jogar lá. Mas, por exemplo, a Sarah, que era do outro quarto, é uma mulher que eu admiro muito e com quem me conectei em lugares muito íntimos quando eu precisava de apoio e de conselhos, principalmente no lugar de mulher preta. Mas é muito louco, porque o jogo já estava estabelecido, ela já tinha afetos e jogava no Fundo do Mar, assim como eu fazia no quarto Deserto. Então, isso ficou complicado. Mas como foi tudo muito dividido, acabou acontecendo desta maneira. A Sarinha é uma pessoa que, do fundo do coração, eu trago para além de jogo. Eu a amo muito, tenho afeto e quero muito bem.

Sua relação com a Sarah foi de altos e baixos: vocês tinham afeto uma pela outra, mas eram adversárias no game. Como foi lidar com essa situação na casa? Algum momento passou pela sua cabeça jogar com ela?
Aline Wirley - 
O "BBB" foi muito definido pelos grupos. Primeiro porque a gente entrou em dupla e, depois, por conta dos quartos. Eu e a Sarah nos conectamos dentro do jogo para além do jogo. Lá no começo, quando ela votou em mim, eu sabia que era do jogo e que a dinâmica pressionava a gente a esse lugar; nunca vi como uma coisa pessoal. Eu não vejo a gente se procurando no jogo, mas se procurando para se apoiar como mulheres pretas se olhando, se ouvindo, se amando. E esse lugar é lindo. Tanto eu, como ela queríamos ter a oportunidade de jogar o jogo. Então, ela fez as escolhas dela, eu fiz as minhas escolhas e a gente jogou. E acho que isso fala muito sobre como a gente acredita que deve ser a dinâmica de jogar o "BBB". Mulheres se amando e se acolhendo e, às vezes, discordando. Não é porque somos mulheres pretas que temos que concordar com tudo, mas a gente se acolhe. Isso para mim foi o mais importante na relação com a Sarah. Toda vez que eu tiver a oportunidade, vou falar da mulher incrível que ela é e o quanto que ela foi importante para mim nessa trajetória. 

Quais você considera seus melhores momentos no "BBB" e por quê?
Aline Wirley - 
As minhas provas de resistência e a liderança falam muito sobre mim. Eu tenho uma caminhada de um tempo, eu sou resistente e tenho que ser em muitos aspectos, não só fisicamente, que é o que as provas pedem, mas emocionalmente. Então, eu acho que essa resistência que me pressiona na vida para fazer as coisas acontecerem contou muito. Ganhar a prova de resistência diante de três homens fala muito sobre quem eu sou e sobre o modo como eu levo a vida tendo que resistir e tendo muito resiliência, sabe? Não é fácil estar nesse lugar e ser uma mulher preta, posicionada em um programa como esse e ao mesmo tempo querendo ser só quem eu sou. Eu acho que as provas de resistência me colocam em um lugar de "eu resisto".

Dançar “Ragatanga” se tornou um clássico das festas do "BBB". Foi diferente ouvir as músicas do Rouge no programa?
Aline Wirley - 
Foi diferente. A gente tem 21 anos de grupo e durante muito tempo a gente queria acessar esse lugar de conseguir estar em um espaço como a Globo, em horário nobre e cantar pra todo mundo. Então, tem um lugar muito diferente em vários aspectos. É diferente porque a gente comunica com quem já viveu aqui e com um público muito jovem que quer ouvir aquela história e que nunca soube. Ouvir não só a minha história, mas a história do Rouge é muito especial. Eu tive uma festa do líder onde eu puder cantar no karaokê e foi uma loucura. É a minha história. Eu chego até o "BBB" sendo a Aline do Rouge, então, isso para mim é muito importante.

A sua festa de líder fez uma grande homenagem a sua carreira. Como foi viver aquele momento e, ainda, ouvir a música que você gravou com o seu esposo no programa?
Aline Wirley - 
São muitas emoções. Eu queria muito que desse certo para eu ter uma festa do líder no "BBB". Como eu ganhei a última prova que tinha festa, eu fiquei achando que não fosse ter. E quando eu vi que ia ser a minha festa dos anos 2000, celebrando esse momento da minha vida, foi muito especial. Eu não esperava essa música com o Igor. A gente tinha gravado e deixamos guardada. Quando ela veio daquele jeito, foi em um lugar tão grande! Depois de tanto tempo confinada, a gente perde a referência do que é real e do que está acontecendo aqui fora, de como as pessoas te leem ali dentro da casa do que eu sou realmente. Então, foi muito especial receber aquilo e ouvir as pessoas cantando. Foi um dos momentos mais importantes para mim no "BBB".

A sua convivência com a Domitila foi conflituosa. Apesar de dizer que a admirava, vocês duas tiveram atritos. Como avalia o jogo dela?
Aline Wirley - 
Eu acho que votei na Domitila desde o primeiro paredão e, quando tive a liderança no final, eu a coloquei. Eu via no jogo dela que eu não era uma peça em potencial, e isso me incomodava porque ela não me via. Então, eu a chamava no jogo da discórdia. Eu a via acessando várias outras pessoas, embora ela não me acessasse, e isso me incomodava. Isso dentro do "BBB", dentro de uma dinâmica de jogo e de relação, faz muita diferença. Mas em algum momento a gente se conectou, é claro; nós temos vivências em que a gente se conecta muito. Nós tivemos vivencias e jornadas com muitas querências e coragem de abrir espaço, não só para nós, mas para todas que vêm a partir de nós. Então, a gente se conectava em vários lugares, mas em outros não. Eu a via se posicionando e achava que não fazia sentido pra mim. E dentro do jogo é quando você precisa de posicionar, tanto é que, desde os primeiros paredões, o que não fazia sentido para mim eu levava para o jogo e me posicionava.

A Larissa voltou pela repescagem com muitas informações externas. De que forma o retorno dela mexeu com o seu jogo?
Aline Wirley - 
A Larissa me deu a oportunidade de mudar muita coisa no meu jogo dentro do programa. Ela sai do programa e nós temos a oportunidade de ouvir coisas que ela traz. A Larissa teve poucos dias fora, então ela trouxe só o que cada uma de nós precisava. Cabia a nós ouvir tanto o que ela trazia, quanto o que o Fred (Nicácio) trazia, porque ele também voltou. Para a gente, era tentar ouvir, entender e reorganizar o jogo. Eu acredito que a volta da Larissa me dá oportunidade de me reorganizar no jogo e de abrir espaço para saber o que eu posso fazer de melhor, como posso me reposicionar da melhor maneira e fazer isso funcionar. Para mim, foi fundamental o momento em que ela volta e traz as informações. Além disso, a maneira como eu, ela, a Amanda e a Bruna nos unimos naquele afeto que a gente tinha para além de jogo. Já na reta final, a gente precisava contar com apoio, fortalecimento, olhar sincero, empatia. Acho que a gente conseguiu se olhar com amor nessa final e fez total diferença.


A volta da Larissa também uniu mais ainda o grupo do quarto Deserto contra o Fundo do Mar. Qual era a estratégia de vocês para eliminá-los?
Aline Wirley - 
A estratégia era fazer com que não fossem três de nós ao paredão. Como a gente estava em quatro e eles, em sete, a gente precisava dar um jeito de não irem três do nosso lado, senão, automaticamente, a gente perdia uma. Só que o jogo é tão dinâmico que isso pode acontecer, com um bate e volta, um poder coringa, uma votação reversa, por exemplo. O nosso foco era conseguir ter todos os poderes, de modo que a gente ficasse fortalecida e chegássemos à final.

Você recebeu apontamentos do Fred Nicácio e de outros brothers que a viam como “planta” e falavam sobre um comportamento de omissão. Por que acha que eles tiveram essa visão?
Aline Wirley - 
Eu acho que são muitas coisas. Durante o programa todo, a gente teve um elenco que se julgou e se apontou muito. Eu, na minha vida, não sou essa pessoa. Eu sempre vou parar, refletir, avaliar para tentar entender o lugar da outra pessoa. Isso pode ser entendido como um fator para virar uma planta. Mas é fato que, quando o Fred volta e me diz que eu sou vista como a maior planta do Brasil, isso me coloca em um lugar de pensar: "Meu Deus, o que eu estou fazendo?" ou "O que eu não estou fazendo que me coloca nesse lugar?". Mas quando eu me reavalio no jogo e pessoalmente, eu percebo que eu estou sendo quem eu sou. Eu só consigo entregar, dentro do jogo, quem eu sou. Nesse "BBB", muitas questões foram trazidas, tanto do jogo, quanto extra jogo. Questões raciais importantes: a gente tem metade do elenco preto esse ano. Que bom que chegou esse momento! Mas o que eu tenho em mim é: que horas que todos nós vamos poder simplesmente ser? Eu conversei sobre isso com a Sarinha. Que horas eu vou poder simplesmente poder jogar? Só ser a Aline? Porque eu sei que sou um corpo político, eu trago comigo pautas extremamente importantes para a sociedade, pautas que precisam ser faladas. A gente precisa falar, reforçar e argumentar. Mas em determinado momento eu só queria ser, assim como outras pessoas só são dentro do jogo e não precisam se preocupar com isso. Mas, para além de jogar, eu ainda preciso me posicionar como uma mulher preta. Então, isso me causou muitas inquietações dentro do jogo, me desestruturou, me causou confusão. E agora, pelo pouco que eu conversei com as pessoas que me amam, isso foi um questionamento muito grande aqui fora. E acho que temos que falar muito sobre isso. Eu tenho que me posicionar, mas todo mundo também tem. Esse é um movimento que tem que ser para todos nós, porque senão pesa para um lado só, que já está pesado demais. O que mais fica para mim é: eu só queria jogar, só ser, existir, falar. Tem muitas questões que ainda estou tentando entender e absorver, mas o que fica é isso.

Parte do público questionou alguns posicionamentos da Bruna que você defendeu durante o confinamento, como no episódio recente com o Cezar. Como você avalia essa questão?
Aline Wirley - 
É complicada, porque, como falei, ainda estou tentando entender tudo o que aconteceu. São várias ramificações de temas muito importantes que temos que olhar com muita seriedade e cada um no seu lugar. Quando eu me posicionei ali em relação ao (Cezar) Black, que era uma questão que eu já tinha me posicionado a partir de coisas que eu observava nele - e não só nele, mas no elenco como um todo, inclusive eu - foi sobre a gente ser um elenco machista. Quando eu me posiciono com o Black, e quando a Bruna também discute, as coisas se misturam. O Black tinha acabado de mudar de quarto e, no jogo da discórdia, ele se posiciona em relação ao que a Larissa tinha trazido. Foi só mais uma pauta, mais um gatilho. Se eu estava certa ou errada, eu não sei. Não tem como saber, mas eu fui movida pelo que estava acontecendo ali na hora e pelo que eu tinha. A gente não sabe o que acontece no entorno, são muitas câmeras. A Bruna e o Black são duas pessoas que, durante o programa, eu pontuei coisas que eu achei que deveriam ser olhadas pelos dois. Eu amo a Bruna e amo o Black. Vejo coisas incríveis na Bruna e vejo coisas incríveis no Black. Eu entendi que, provavelmente, fui muito julgada nesse lugar, mas foi o que eu vi naquele momento.

Faria algo diferente no "BBB" se tivesse a chance?
Aline Wirley - 
Não faria absolutamente nada de diferente. Eu sou a vice-campeã. Nós entramos em 22 pessoas; eu olhava e achava que ia dar tudo errado. Chegar nesse lugar com consciência e me reconhecendo em cada passo que eu dei, é muito valioso. Eu me fragilizei, eu pensei em desistir, eu tive medo, eu me questionei se estava fazendo a coisa certa. Eu deixei o meu filho do lado de fora, eu deixei 20 anos de muitas coisas construídas com muito suor para acreditar em um sonho. Então, se eu chego até aqui, é porque eu fui quem eu sou. Essa é a Aline. Quem viu diz que sou eu, então é um presente. Não me arrependo de nada.

O que mudou na Aline que entrou na casa para a Aline que deixou o reality ontem?
Aline Wirley - 
Tudo! Para além de um programa de entretenimento, o "BBB" é um programa que reflete a nossa sociedade, como a gente se vê, como a gente se olha. A gente tem a oportunidade de quem está fora se identificar com quem está dentro. Eu entrei com muitas dúvidas. Eu tenho uma história de mais de 20 anos que está sendo construída. Cada oportunidade para mim é muito importante. E não é porque eu tenho 21 anos de história que eu consegui o meu lugar ao sol. Não, eu estou todo dia na raça para conseguir fazer aquilo que eu amo. Eu entro uma Aline que acredita, que busca sonhos; e saio dizendo para as pessoas, principalmente para mulheres como eu, sonharem. Ousem sonhar. Esse lugar é imposto para gente dentro da sociedade, então, sonhar para mim é importante. A gente precisa de oportunidade e o "BBB" foi uma grande oportunidade como artista, financeiramente. Saio uma mulher muito mais empoderada, muito mais dona de mim e em paz com aquilo que eu sou. Porque também era um proposito me conectar com o público sendo aquilo que eu sou. Eu estou muito feliz e muito grata. 

Quais são seus planos daqui para frente? Pretende seguir na música e investir na carreira de atriz?
Aline Wirley - 
Eu não sei (risos). Eu sou cantora, comunicadora, apresentadora, atriz... Onde tem um espaço, onde eu consigo me organizar, vou e faço. Eu sou artista e é o que eu amo fazer. Depois de tantos anos, ter a oportunidade de me reposicionar no mercado, é muito incrível. Eu estou muito aberta a muitas coisas. Espero que venham coisas incríveis em que eu possa me desafiar e ser feliz primordialmente.

.: Obra perdida de Machado de Assis é leitura obrigatória na Unicamp 2024


"Casa Velha", obra publicada nos folhetins da Revista Carioca em 1886 e redescoberta nos anos de 1940, ganha edição atualizada pelo Grupo Editorial Edipro.


Considerado por muito tempo um “romance esquecido” de Machado de Assis, "Casa Velha" foi a única narrativa não publicada em forma de livro enquanto o autor era vivo. Lançada primeiramente como folhetim entre 1885 e 1886 pela Revista Carioca, a obra que é um retrato dos traços da primeira fase literária do autor, permaneceu no esquecimento durante décadas até ser resgatada, em 1943, por críticos literários e pesquisadores.  

Com uma nova edição integral revisada pela Via Leitura, selo do Grupo Editorial Edipro, nesta obra o leitor acompanha as lembranças de um padre que investiga documentos sobre o Primeiro Reinado na residência de um falecido ministro: ele descobre uma história de amor incestuosa entre o herdeiro Félix e a agregada da casa, Lalau e faz um balanço das perdas e ganhos dessa paixão. 

Ao longo de dez capítulos, Machado de Assis sugere que há um grande paralelo entre as esferas públicas e privadas da vida e mostra como um drama familiar pode ser um retrato fidedigno do Brasil no século XIX. Embora este título tenha sido publicado postumamente na fase realista do autor, ele ainda apresenta os principais temas abordados no ápice de sua escrita romântica.

Leitura obrigatória para o vestibular da Unicamp 2024, "Casa Velha" é a 6.ª obra de Machado de Assis que integra a coleção Biblioteca Luso-Brasileira do Grupo Editorial Edipro. Além do texto original, esta edição atualizada conta notas explicativas para os termos e linguagens não usuais, ideal para guiar os estudos dos vestibulandos. Compre o livro "Casa Velha" neste link.


Trecho do livro
Amor non inprobatur, escreveu o meu grande Santo Agostinho. A questão para ele, como para mim, é que as criaturas sejam amadas e amem em Deus. Assim, quando desconfiei, por aquele gesto, que esta moça e Félix eram namorados, não os condenei por isso, e para dizer tudo, confesso que tive um grande contentamento. ("Casa Velha", p. 25) 

Sobre o autor:
Joaquim Maria Machado de Assis
nasceu e viveu no Rio de Janeiro entre os anos de 1839 e 1908. É o fundador da Cadeira nº 23 da Academia Brasileira de Letras e ocupou por mais de dez anos a sua presidência. Aos 15 anos incompletos, publicou seu primeiro trabalho literário, o soneto “À Ilma. Sra. D.P.J.A.”, no Periódico dos Pobres. Desde então, passou a colaborar com diversos jornais e revistas, alcançando reconhecimento, publicando contos e romances e tornando-se um dos maiores nomes da literatura brasileira. Garanta o seu exemplar do livro "Casa Velha" neste link.

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