quinta-feira, 10 de agosto de 2023

.: Mistura do choro com o forró será celebrada no projeto "Oito Baixos SP"


Quem gosta de boa música tem encontro marcado no Clube do Choro de Santos, no litoral de São Paulo, nesta quinta-feira, dia 10 de agosto, às 20h30, quando o espaço recebe o show "Oito Baixos SP". Idealizado pelo produtor musical, cavaquinista e bandolinista Henrique Araújo, o espetáculo é totalmente dedicado à linguagem musical e tradição do fole de oito baixos, e convida os mestres do instrumento para celebrar as raízes da riqueza da cultura nordestina com mestres da sanfona. O show é gratuito.

A apresentação reunirá os mestres da sanfona de oito baixos: Abraão, Baixinho, Duílho, Luan, Raimundinho, Téo, Zé Henrique e Zé Honório junto com um time que tem o próprio Henrique no cavaquinho, Gian Correa no violão 7 cordas, Rafael Toledo no pandeiro, Xeina Barros na percussão, Feeh Silva na zabumba e Tiziu do Araripe – grande lenda viva do forró pé de serra, no triângulo. Assim, Oito Baixos retoma a linguagem apresentada nos mais antológicos discos de forró com a instrumentação que une o regional de choro (violão 7 cordas, cavaquinho, pandeiro) ao trio de forró (sanfona, triângulo e zabumba).

O repertório é composto por músicas inéditas dos sanfoneiros e transita pelas linguagens do choro, xote, valsa, frevo e baião. Se trata de um registro inédito da produção atual dos tocadores de oito baixos que vivem na cidade de São Paulo e seu entorno e também um tributo ao baiano Pedro Sertanejo, um pioneiro na organização e promoção da cultura nordestina no sudeste de forma geral.

A linguagem do fole de oito baixos - aquela mesma trazida na bagagem por Pedro Sertanejo, ou ainda eternizada na canção Respeita Januário, na qual o rei Luiz Gonzaga presta uma bem-humorada homenagem a seu pai Januário, exímio tocador de oito baixos – essa linguagem musical tão importante permanece pouco estudada ou explorada na cena da música atual, embora vigorosa entre artistas de excelência que estão longe dos holofotes. O projeto Oito Baixos tem como objetivo principal registrar e difundir esse patrimônio musical. A iniciativa ocorre via Proac - Governo do Estado de SP.

A noite de celebração da música no Clube do Choro terá também cardápio especial à disposição do público para compra, com os tradicionais sanduíches de pernil e rosbife do Café Carioca e chopp artesanal da cervejaria caiçara Filomena.


Serviço:
Show "Oito Baixos SP". Local: Clube do Choro de Santos. Rua XV de Novembro, 68, Centro Histórico de Santos. Dia 10 de agosto, quinta-feira, às 20h30. Entrada franca.

quarta-feira, 9 de agosto de 2023

.: "Nós Dois Sozinhos no Éter", de Olivie Blake, romance sobre vulnerabilidade


Chega em agosto às livrarias o romance "Nós Dois Sozinhos no Éter", assinado pela autora best-seller Olivie Blake. Conhecida pelo livro "A Sociedade de Atlas", sucesso do TikTok, a escritora apresenta um romance sensível e honesto sobre a natureza imprevisível do amor. Nele, duas pessoas se encontram por acaso no Instituto de Arte de Chicago. A partir desse momento, Aldo Damiani e Charlotte Regan têm dificuldade de ficar longe um do outro. A edição brasileira conta com a tradução de Carlos César da Silva.

No livro, Aldo é um teórico antissocial que mantém a mente ocupada com cálculos sobre viagem no tempo e abelhas. Para ele, o mundo é caótico e perturbador. Então, constrói rotinas, regras e fórmulas. Sem isso, sua existência entraria em colapso. Charlotte é uma falsificadora de arte que prefere mentiras a verdades. Para ela, todas as pessoas são previsíveis e entediantes. Por isso, lida com o tédio da existência tomando decisões impulsivas, imaginando que uma nova linha do tempo é criada a cada ação.

Quando os caminhos dos dois se cruzam, eles ficam intrigados pela mente um do outro. Decidem ter apenas seis conversas, como as seis pontas de um hexágono, antes de se separarem de vez. Porém, a colisão de suas personalidades leva a uma paixão que às vezes parece um encaixe perfeito e às vezes um desastre capaz de eliminar qualquer vestígio de estabilidade em suas vidas.

"Nós Dois Sozinhos no Éter" é um mergulho irresistível e profundo em mais uma faceta do trabalho de Olivie Blake, que já vendeu mais de 10 mil exemplares no Brasil. Com personagens intensos e complexos, o livro reflete sobre a vulnerabilidade inerente ao ser humano, os limites do amor romântico e a possibilidade de amarmos e sermos amados mesmo quando estamos em ruínas. Compre o livro "Nós Dois Sozinhos no Éter", de Olivie Blake, neste link.

Sobre a autora
Olivie Blake é o pseudônimo de Alexene Farol Foll­muth, uma apaixonada por histórias e por ficção especulativa. É autora de "A Sociedade de Atlas" e "O Paradoxo de Atlas", volumes da série best-seller do jornal The New York Times que viralizou no TikTok. Ela mora em Los Angeles com o marido, o filho e o pit bull que resgatou. Garanta o seu exemplar de "Nós Dois Sozinhos no Éter", escrito por Olivie Blake, neste link.

.: Crônica: despedida de uma vidinha que jamais será esquecida

Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em agosto de 2023


Vejo cada um dos bichinhos que tenho a honra de cuidar, muito além de serem de minha responsabilidade. Não sou dona, mas uma cuidadora que ama demais. Não sou apenas uma tutora que dá amor, um lugar limpo e comidinha, sinto que são vidinhas as quais tenho gigante responsabilidade por longos anos. Sem dúvida, aqueles seres que são mais do que animais representam bênçãos de quatro patas.

Foram chegando sem avisar e deram alegrias imensuráveis, afinal, cada um tem uma personalidade própria -o que só de observar é engraçado. Como algo tão pequenino pode se diferenciar assim?

Tudo começou com Mumuco há quase 25 anos, até que há uns 15, chegou a Tatá. Apesar das investidas, só em 2018 que a expectativa se tornou realidade. Nascendo finalmente cinco rebentos lindos. Que felicidade!

Depois, em 2020, vieram mais três criaturinhas, sendo a última nascida em 25 de março. Tão, tão pequenino, com pelinha nos olhos e restos da bolsinha de alimentação debaixo do casco. Tinha dificuldade para andar, cresceu pouco em três anos e quase cinco meses. Às vezes, era difícil de convencê-lo a comer. Ao menos, eram raras as vezes que negava um belo pedaço de folha de couve.

Amava comer folhas de amora e, claro, a própria folhinha da árvore. Não era muito fã de banana, mas amava laranja e suas variações. Mordia mamão, curtia muito abacate e se esbaldava no caquizinho, além do pêssego. Ficava quietinho nos banhinhos de água morna e deixava secar cada vãozinho entre as patinhas e o casco. Era inegavelmente fofo. 

Contudo, a vida é um sopro e em 5 de agosto a vidinha mais delicada simplesmente se foi. Com direito a despedida na sexta-feira, com o cafuné habitual, respondeu levantamento a cabeça. Foi a última interação nossa. 

No dia seguinte, percebi algo de errado. Estava ali como que sem alma, numa pose doce e suave. Não era o mesmo bichinho, estava sem vida num sono profundo. O sono eterno que fica para sempre em nossas memórias cheias de afeto. Adeus, Tchuco, Pitchuco ou Projeto de Jabuti! 


* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm 


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.: Livro "A Livreira de Paris" presta tributo a um grande nome da literatura

Um tributo à livreira visionária que lutou contra a censura para publicar uma das obras literárias mais importantes do século XX 


O romance "A Livreira de Paris", que chega às lojas pela editora Intrínseca, oferece uma viagem à Cidade Luz dos anos 1920 com toda a efervescência cultural da época e suas figuras marcantes. Ícone da cena literária parisiense até os dias de hoje, a livraria Shakespeare and Company ganha destaque na narrativa por ser o palco de encontro de grandes nomes da literatura e ter pertencido a Sylvia Beach, jovem norte-americana que mudou o curso da história da literatura e protagonista desta história. Ao unir romance e biografia, Kerri Maher presta homenagem a esta mulher que assumiu como missão honrar o poder transformador dos livros. A tradução é de Paula Diniz.

A história tem início quando a jovem norte-americana Sylvia Beach abre a Shakespeare and Company em uma rua tranquila de Paris em 1919. O local é mais do que uma livraria e uma biblioteca: muitos escritores proeminentes dos anos 1920 e 1930, como Ernest Hemingway e F. Scott Fitzgerald, a consideram uma segunda casa. É onde algumas das amizades literárias mais importantes da época são forjadas — em especial, aquela entre o escritor irlandês James Joyce e a própria Sylvia. 

Quando o controverso novo romance de Joyce, "Ulysses", é censurado nos Estados Unidos, Beach decide assumir um risco enorme e publicá-lo na França. Mas o sucesso e a notoriedade da publicação de um dos livros mais infames e influentes do século vêm com altos custos. O futuro de sua amada loja é ameaçado quando o sucesso de Ulysses atrai outros editores para cortejar Joyce. E, à medida que Paris mergulha cada vez mais na Grande Depressão e diversos amigos expatriados voltam para os Estados Unidos, muitos de seus relacionamentos são colocados à prova. Diante de crises pessoais e financeiras, Sylvia precisa decidir o que a Shakespeare and Company realmente significa para ela. Compre o livro "A Livreira de Paris", de Kerri Maher, neste link.


O que disseram sobre o livro
“Uma carta de amor para as livrarias e bibliotecas.” — The Boston Globe

“Um lindo tributo a uma defensora incansável da literatura.” —  Kirkus Reviews

Sobre a autora
Kerri Maher
é autora best-seller e já publicou três romances. Formada pela Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, vive com a filha e o cachorro em um subúrbio próximo a Boston. A livreira de Paris é seu primeiro livro publicado no Brasil. Foto: Peter Su. Garanta o seu exemplar de "A Livreira de Paris", escrito por Kerri Maher, neste link.

.: "As Últimas Crianças de Tóquio" conta uma história onírica de amor familiar


Da autora de "Memórias de Um Urso-polar", uma distopia em que a família e o mundo natural são repensados a cada página. Lançado pela editora Todavia, o romance "As Últimas Crianças de Tóquio" conta uma história onírica de amor familiar e esperança cintilante em meio ao apocalipse do mundo natural. Este romance de Yoko Tawada é um vislumbre delicado do nosso futuro nas palavras de uma das autoras contemporâneas mais celebradas do Japão. A tradução é de Satomi Takano Kitahara e a capa, de Maria Carolina Sampaio.

No livro, Yoshirô já completou oitenta anos, mas todas as manhãs, muito cedo, ainda vai correr no parque com um cachorro de aluguel. Ele é um dos muitos idosos no Japão e pode, imagina, viver para sempre. A vida para Yoshirô não é tão simples quanto costumava ser. Poluição e desastres naturais marcam a face da Terra, e mesmo alimentos até então comuns são difíceis de encontrar. Quanto ao Japão, o país se isolou do resto do mundo. Os únicos seres vivos selvagens que restam são aranhas e corvos. A linguagem também começou lentamente a desaparecer. A vida útil das palavras parece ter diminuído: elas saem de moda depressa e não são substituídas. Os homens agora passam pela menopausa. As crianças ficam tão debilitadas que os pediatras, tomados de desalento e exaustão, começam a se matar.

Ainda assim, a única preocupação real de Yoshirô é o futuro de seu bisneto Mumei, que, como outras crianças de sua geração, nasceu frágil e grisalho, muito velho antes de sequer experimentar a juventude. À medida que a vida cotidiana em Tóquio fica mais e mais difícil, uma organização secreta começa um plano audacioso para encontrar a cura para as crianças japonesas — e será que o bisneto de Yoshirô pode ser a chave? Compre o livro "As Últimas Crianças de Tóquio", escrito por Yoko Tawada, neste link.


O que disseram sobre o livro
As últimas crianças de Tóquio tem uma beleza lunar (...) arrebatadora.”  The New York Times


Trecho do livro
Houve uma época em que, para fazer o bisneto absorver o máximo de cálcio, Yoshirô obrigava o menino a beber meio copo de leite todas as manhãs. Com tal dieta, no entanto, só conseguiu provocar no bisneto uma diarreia. O dentista explicou que a diarreia é um mecanismo de defesa do corpo, que expulsa rapidamente aquilo que os órgãos internos identificam como tóxico. É fato bem conhecido que, além do cérebro que fica dentro da cabeça, há também, na parte inferior do corpo, um outro cérebro chamado intestino. Parece que, em caso de divergência entre esses dois cérebros, a opinião do intestino é priorizada. Por isso, o cérebro era às vezes chamado de “Senado Federal”, e, o intestino, de “Câmara dos Deputados”. Como as eleições para a Câmara dos Deputados acontecem mais amiúde, acredita-se de modo geral que esta reflete mais fielmente a opinião do povo. De maneira análoga, como o fluxo do intestino é mais rápido, acredita-se que ele reflete o estado atual do indivíduo mais precisamente do que o cérebro.

Quando ia ao dentista, Mumei não conseguia abrir bem a boca. E sempre que o dentista pedia para escancará-la, ele abria a boca e esbugalhava os olhos ao mesmo tempo. Uma vez, ao abrir a boca, sentindo que a mandíbula se desencaixaria, ele entrou em pânico e, ao fechá-la, cerrou também os olhos, dizendo:

No fundo da minha garganta tem o planeta Terra — Mumei reclamou, abrindo bem os olhos e a boca logo em seguida. O planeta tinha aparecido certa vez em um exame de rotina com o pediatra. Ao enrolar a camisa para cima, estufando o peito, que de tão magro permitia ver as costelas, Mumei dissera com voz calma: 

Dentro do meu peito tem o planeta Terra.

Na ocasião, para disfarçar sua surpresa, Yoshirô virou o rosto, levantando o nariz e apertando os olhos, como se tentasse apreciar as árvores do jardim através da vidraça.

Pelo fato de a palavra “exame” evocar também as provas escolares, em algum momento a expressão “exame de rotina” deixou de ser usada, sendo substituída por “diagnóstico mensal”. O pediatra, durante essa visita regular, examinava primeiro a língua e a garganta minuciosamente, e também os olhos, virando as pálpebras do avesso. Depois disso, observava com cuidado a pele da palma das mãos, do rosto, do pescoço e das costas. Por fim, cortava um fio de cabelo para análise e investigava com uma lanterna o interior dos ouvidos e do nariz.

Certa vez, incapaz de controlar a própria ansiedade, Yoshirô perguntou:

O senhor está buscando alguma alteração celular? Com um leve sorriso, o médico respondeu:

Isso mesmo. Mas é impossível pôr as células em uma máquina para medir isso com exatidão. Se algum médico fizer essa promessa, desconfie, é provável que ele seja um charlatão. O que devemos realmente examinar é o corpo como um todo.

O pediatra se chamava dr. Satori. Ao que parece, era um parente distante do oncologista Dr. Satori, que havia muito tempo tinha cuidado da mãe de Yoshirô. No entanto, apesar do sobrenome em comum, os médicos não se pareciam nem um pouco, nem na voz, nem na expressão facial. O Satori oncologista tratava os pacientes como crianças. Se um paciente lhe perguntasse algo, ele erguia a sobrancelha como se tivesse sido criticado e respondia de forma brusca e mal-humorada:

Se você não parar de duvidar de mim e de me desobedecer, jamais ficará curado.

Já o pediatra de Mumei compartilhava generosamente seu vasto conhecimento com o menino e seu bisavô enquanto respondia às suas perguntas. Em sua linguagem não havia qualquer sinal de superioridade. Claramente ele não tinha medo das perguntas e nem mesmo de ser criticado. Embora Yoshirô soubesse disso, não fazia muitas perguntas. Até mesmo em relação ao estado de saúde de Mumei, registrado em sua ficha médica, Yoshirô apenas assentia sem fazer pergunta alguma. Caso perguntasse o significado oculto dos valores e números aferidos pelos exames, o bisavô temia descobrir que sob o nove havia sofrimento, e morte por trás do quatro.

O resultado dos check-ups mensais era copiado à mão por assistentes e levado por mensageiros que se dirigiam a pé ao escritório central do Instituto de Pesquisa Médica Novo Japão. Após o sucesso de um mangá chamado Correspondência da Brisa Marinha, cujo protagonista era um mensageiro com patas de antílope que tinha o mapa de cada cidade guardado na memória, esse tipo de trabalho cativava cada vez mais o público infantil. No entanto, com a atual deterioração da força física dos jovens, esse serviço se tornava mais e mais penoso. Em um futuro próximo, provavelmente todos os jovens fariam trabalhos de escritório, e o trabalho físico seria exercido pelos velhos.

Os formulários originais sobre o estado de saúde das crianças eram manuscritos, e cada médico os escondia em algum lugar à sua escolha. O jornal às vezes publicava tirinhas que mostravam os médicos escondendo esses documentos no fundo da casinha do cachorro, ou na cozinha, dentro de uma grande panela. Ao lê-las, Yoshirô ria, mas depois começou a pensar que talvez não fossem sátira, talvez se baseassem em fatos verídicos.

Como o que cada clínica entregava ao Instituto de Pesquisa Médica eram cópias de originais manuscritos, qualquer tentativa de apagar ou adulterar grandes quantidades de dados levaria muito tempo. Nesse sentido, o sistema atual era mais seguro do que os anteriores, criados pelos melhores programadores, em que a informação era digitalizada.

Agora que o adjetivo “saudável” já não se aplicava a nenhuma criança, os pediatras tiveram suas jornadas de trabalho aumentadas, tendo de enfrentar não somente a raiva e a tristeza dos pais, mas também a repressão, caso fornecessem informações a jornais ou a outros veículos de informação. Muitos padeciam de insônia e eram levados ao suicídio. Até que os pediatras decidiram primeiro criar um sindicato, reduzindo audaciosamente sua jornada laboral, recusando-se a entregar os relatórios exigidos pelo Ministério da Previdência e cortando todos os laços com os grandes laboratórios farmacêuticos.

Sobre a autora
Yoko Tawada, de quem a Todavia já publicou Memórias de um urso-polar, nasceu em Tóquio, em 1960, mudou-se para Hamburgo, na Alemanha, aos 22 anos, e hoje vive em Berlim. Escrevendo em japonês e alemão, publicou diversos livros — romances, poemas, peças teatrais e ensaios. Recebeu distinções importantes, como o Prêmio Akutagawa, o Prêmio Adelbert von Chamisso, o Prêmio Tanizaki, o Prêmio Kleist e a Medalha Goethe. Garanta o seu exemplar de "As Últimas Crianças de Tóquio", de Yoko Tawada, neste link. 

terça-feira, 8 de agosto de 2023

.: "Tom na Fazenda" faz temporada no Teatro FAAP até o final de setembro


Dirigida por Rodrigo Portella e idealizada por Armando Babaioff, a versão brasileira da peça do autor canadense Michel Marc Bouchard, vencedora de inúmeros prêmios nacionais e internacionais, ganha nova temporada de 9 de agosto até 28 de setembro. Na imagem, Armando Babaioff, Camila Nhary e Gustavo Rodrigues. Foto: Brunno Martins



A passagem da peça "Tom na Fazenda" em São Paulo, que tem à frente o ator e produtor Armando Babaioff, com direção de Rodrigo Portella, repetiu o sucesso recente de sua temporada de um mês em Paris, em março deste ano, quando teve todos os ingressos esgotados e fila de espera, no Théâtre Paris-Villette, com grande repercussão entre a imprensa da cidade e o público - foi o melhor público e bilheteria da casa dos últimos 20 anos.  

Em São Paulo, foram mais de 7 mil ingressos vendidos, com entradas esgotadas muito antes do fim da temporada. Por conta da procura e de pedidos do público, a produção fechou mais dois meses de apresentações no Teatro Faap, de 9 de agosto até 28 de setembro, exclusivamente às quartas e quintas, e que irá acontecer concomitante com a turnê, já agendada no segundo semestre, pelo Norte e Nordeste nos finais de semana entre os meses de agosto e novembro.

“Nós queríamos muito estender a temporada em São Paulo e essa foi a forma que encontramos de continuar em cartaz na cidade e prosseguir com os compromissos já pré-agendados, mas em breve vamos voltar com mais uma nova temporada aqui, aos finais de semana”, diz o ator Armando Babaioff. 

A peça, baseada na obra "Tom à la Ferme", do autor canadense Michel Marc Bouchard, aborda a inabilidade do indivíduo para lidar com o preconceito, a impotência, a violência e o fracasso. Trata de assuntos caros ao Brasil: apesar da homofobia não ser o tema principal, é por causa dela que o destino dos personagens se dá, é uma peça sobre mentiras e relações de dominação. A produção brasileira, considerada pelo autor canadense a versão definitiva de seu texto, atravessou, bravamente resistindo, os piores anos da história do Brasil: sofreu censura, pois teve uma temporada cancelada - sem muitas explicações.

Na trama, o publicitário Tom (Armando Babaioff) vai à fazenda da família para o funeral de seu companheiro. Ao chegar, descobre que a sogra (Soraya Ravenle) nunca tinha ouvido falar dele e tampouco sabia que o filho era gay. Nesse ambiente rural e austero, Tom é envolvido numa trama de mentiras criada pelo truculento irmão (Gustavo Rodrigues) do falecido, estabelecendo com aquela família relações de complicada dependência. A fazenda, aos poucos, vira cenário de um jogo perigoso, em que quanto mais os personagens se aproximam, maior a sombra de suas contradições. 

Idealizada pelo ator e produtor Armando Babaioff, que também assina a tradução, a encenação é dirigida por Rodrigo Portella. "Tom na Fazenda" traz no elenco Soraya Ravenle, Gustavo Rodrigues e Camila Nhary, além do próprio Babaioff. A montagem de Tom na Fazenda no Brasil, transformou a carreira do ator Babaioff. Além de a peça conquistar inúmeros prêmios em diversas categorias, incluindo melhor espetáculo, para o ator também tem sido uma grande surpresa: ele ganhou, além da amizade com o autor canadense, o direito de montar qualquer peça de Bouchard e, depois do sucesso no Festival d´Avignon, foi convidado para criar junto do parceiro Rodrigo Portella, um novo trabalho em coprodução com teatros internacionais para 2025. Compre o livro da peça "Tom na Fazenda", traduzido por Armando Babaioff, neste link.


Armando Babaioff assina a tradução do texto e divide a cena com Soraya Ravenle, Gustavo Rodrigues e Camila Nhary. A direção é de Rodrigo Portella. Foto: Brunno Martins

Projeção internacional
A projeção internacional começou no verão de 2022, quando "Tom na Fazenda" participou do Festival d´Avignon, na França, para o público e programadores de teatros. Ao lado de cerca de 1700 espetáculos de diversos lugares do mundo, foi um dos destaques do evento. Além de Paris, estão programadas para a temporada 2023/2024 mais de 45 apresentações em 27 cidades, da França, Bélgica, Suíça, Marrocos e Portugal. Até 2026, há uma agenda de apresentações internacionais.

“Depois da pandemia, diante das inúmeras incertezas no cenário cultural brasileiro, num primeiro movimento de uma retomada das atividades, resolvi apostar mais uma vez na peça. Arquei com os custos para levar o trabalho para o Festival d´Avignon, acreditando na internacionalização do projeto. A ideia era ter dois ou três contratos com produtores internacionais para cobrir os gastos. Mais uma surpresa: as 21 apresentações da peça na cidade francesa tiveram ingressos esgotados. E a peça independente tem agora, pela primeira vez, uma vida internacional”, conta Babaioff.

"Tom na Fazenda - A Peça" estreou em março de 2017 e, no Brasil, conquistou vários prêmios: da APCA, Shell, Cesgranrio, APTR, Questão de Crítica e Associação de Críticos de Teatro de Québec. Desde então, foram mais de 280 apresentações em cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Montreal (interrompida pela pandemia), Avignon e Paris, com um público de mais de 45 mil pessoas. 

Quando Babaioff pediu os direitos para realizar a peça no Brasil, o autor canadense pediu para assistir à estreia. Em 2017, ele veio ao Rio de Janeiro para acompanhar o trabalho. Ficou surpreso. Foi de Bouchard a ideia de convencer o programador do Festival TransAmériques (FTA), em Montreal, no Canadá - um dos festivais de teatro contemporâneo mais importantes da América do Norte – a levar a peça para lá. Era a única representante brasileira e as três apresentações tiveram a casa lotada.

“No final fomos surpreendidos com 12 minutos de aplausos”, conta Babaioff. “Ali nós percebemos a força da peça. A nossa encenação é muito violenta, as pessoas em Montreal ficaram chocadas com isso. Há um momento em que meu personagem fica pendurado de cabeça para baixo, é muito forte. Após essa breve passagem pelo FTA, fomos surpreendidos ao receber o prêmio de melhor espetáculo concedido pela Associação Québécoise de Críticos de Teatro e estávamos concorrendo com o encenador Ivo Van Hove (diretor de origem belga, hoje à frente do Toneelgroep Amsterdam), completa.


Ficha técnica
Espetáculo "Tom na Fazenda". Texto: Michel Marc Bouchard. Tradução: Armando Babaioff. Direção: Rodrigo Portella. Elenco: Armando Babaioff, Soraya Ravenle, Gustavo Rodrigues e Camila Nhary. Cenografia: Aurora dos Campos. Iluminação: Tomás Ribas. Figurino: Bruno Perlatto. Direção musical: Marcello H. Coreografia: Toni Rodrigues. Design gráfico + mídias sociais: Victor Novaes.  Direção de produção: Sérgio Saboya e Silvio Batistela.  Assessoria de imprensa SP: Canal Aberto - Márcia Marques, Daniele Valério e Flávia Fontes. Produção executiva SP: Cláudia Barbot e Júlia Tavares. Idealização: Armando Babaioff (quadrovivo).


Serviço 
Espetáculo "Tom na Fazenda". De 9 de agosto a 28 de setembro. Horários: quartas e quintas, às 20h. Local: Teatro FAAP (Rua Alagoas, 903, Higienópolis, São Paulo/SP). Duração: 120 minutos. R$ 120,00 e R$ 60,00 (meia). Sistema de vendas: bilheteria, telefone (11 3662-7233 / 11 3662-7234) e Site: http://www.faap.br/teatro.

A peça, baseada na obra "Tom à la Ferme", do autor canadense Michel Marc Bouchard, aborda a inabilidade do indivíduo para lidar com o preconceito, a impotência, a violência e o fracasso. Foto: Viktor Pollak

.: "Quarto Aberto", de Tobias Carvalho, investiga homossexualidade masculina


Relacionamentos abertos, aplicativos de paquera, exposição nas redes sociais: para os jovens de vinte e poucos anos, as opções de encontros amorosos e sexuais se multiplicam ao infinito, e Tobias Carvalho registra com primor literário essa revolução cotidiana no romance "Quarto Aberto", um lançamento da Companhia das Letras. A arte da capa é de Amanda Dias.

Narrado por Artur, um jovem gay introvertido que às noites vira uma drag queen exuberante, "Quarto Aberto" conta a história de uma reviravolta pessoal inesperada. Quando Artur se reconecta com Eric, um garoto com quem se envolvera anos antes, este agora está em um relacionamento aberto com Antônio, jovem rico de beleza padrão com quem Artur começa a se relacionar. A vida estável do narrador passa a expor trincas e rachaduras quando Caíque, seu namorado, também entra na equação, transformando o triângulo amoroso em algo ainda mais complexo.

Tobias Carvalho retoma com maturidade suas investigações literárias sobre a homossexualidade masculina em tempos de aplicativos de sexo, tema de sua obra de estreia. Dotado de uma prosa seca que remete ao mesmo tempo ao estilo pop de Sally Rooney e aos diálogos elípticos de Raymond Carver, "Quarto Aberto" mostra, sem moralismo, a complexidade dos relacionamentos de uma geração de vinte e poucos anos para a qual todas as opções se revelam disponíveis e sedutoras. Compre o livro "Quarto Aberto", de Tobias Carvalho, neste link.

Sobre o autor
Tobias Carvalho é autor dos livros de contos "As Coisas" (Record, 2018), vencedor do Prêmio Sesc de Literatura, e "Visão Noturna" (Todavia, 2021), Prêmio Açorianos de Livro do Ano. Garanta o seu exemplar de "Quarto Aberto", escrito por Tobias Carvalho, neste link.

.: "O Mágico de Oz", com trilha de Pink Floyd executada ao vivo no Sesc Santos


"O Mágico de Oz" e 50 anos do álbum "The Dark Side of the Moon", com a banda Cidadão Instigado no Sesc Santos. Foto: divulgação.

Até dia 7 de setembro, a programação Cine Sonoro apresenta exibições de filmes com trilha sonora ao vivo, para adultos e crianças,. Nesta quarta-feira, dia 9 de agosto, a exibição do clássico "O Mágico de Oz", estrelado por Judy Garland e dirigido por Victor Fleming (1939), em sincronia com o álbum "The Dark Side of the Moon", de Pink Floyd, passou a ser constantemente abordado pela cultura popular, após fãs da banda discutirem o fenômeno em um grupo de conversas. Para celebrar os 50 anos de lançamento do álbum "The Dark Side of the Moon", a banda Cidadão Instigado faz esse espetáculo único no Teatro do Sesc Santos, no litoral de São Paulo. 

O efeito desta sincronização que intriga muitos fãs do cinema e da música poderá ser conferido no dia 9/8, quarta, 20h. Celebrando os 50 anos de lançamento do álbum "The Dark Side of the Moon", o Cidadão Instigado faz essa apresentação ao vivo do álbum com a exibição do filme. Na programação, diferentes gêneros do cinema como animação, ficção, documentário. Compre o álbum "The Dark Side of the Moon", do Pink Floyd, neste link.

O Álbum+O Filme
Lançado em março de 1973,  "The Dark Side of the Moon", oitavo disco da banda inglesa Pink Floyd, é um dos mais conhecidos e aclamados álbuns de todos os tempos. São dois clássicos em suas respectivas linguagens.  

Em 1994, fãs do Pink Floyd discutiram o fenômeno em um grupo de discussão sobre a sincronização do álbum "The Dark Side of the Moon"e o filme "O Mágico de Oz". Naquele ponto, já não se sabia de quem foi a ideia inicial de combinar as duas obras. Desde então passou a ser constantemente abordado pela cultura popular.

Os membros do Pink Floyd repetidamente insistem que o fenômeno é pura coincidência. No entanto, o efeito da sincronia impressiona.  Para celebrar os 50 anos de lançamento do álbum "The Dark Side of the Moon", a banda Cidadão Instigado faz esse espetáculo único.

 Roy Bolger, Jack Haley, Judy Garland e Bert Lahr em cena de "O Mágico de Oz". Foto: divulgação


Sobre o filme
"O Mágico de Oz" é um filme norte-americano, dos gêneros fantasia, musical de família, lançado em 1939 pela Metro-Goldwyn-Mayer, baseado no livro de L. Frank Baum. Dirigido parcialmente por Victor Fleming (que deixou a produção para dirigir "...E o Vento Levou"), o filme conta com as atuações de Judy Garland, Frank Morgan, Ray Bolger, Bert Lahr, Jack Haley, Billie Burk, Margaret Hamilton e Charley Grapewin, que estrelam este filme que conta a história de uma garota órfã chamada Dorothy Gale que após entrar em um ciclone viaja para a Terra de Oz e tenta achar o caminho de volta para casa.

Os bastidores do filme foram cercados por agressões dos diretores ao seus atores, assédios sexuais a Judy Garland, intoxicações e até um possível (ainda não confirmado) suicídio de um dos figurantes anões do filme. Lançado oficialmente em 15 de agosto de 1939, o longa-metragem não foi bem de bilheteria, apesar da boa recepção da critica, que levou à indicação a seis Oscars. Porém suas exibições na televisão, seus efeitos especiais bastante inovadores para a época, constantes relançamentos e seu sucesso nas mídias domésticas fez com que o filme ganhasse uma fama de cult, sendo hoje considerado um dos melhores musicais de todos os tempos e um dos primeiros filmes a ir para preservação no National Film Registry por ser "cultural, histórica ou esteticamente significativo".

A trilha sonora do filme também é bastante conhecida graças à canção "Over The Rainbow", que foi considerada pelo AFI uma das melhores músicas presentes em filmes. O filme e a música são considerados um marco cinematográfico da era de ouro de Hollywood, ganhando até nos dias de hoje, várias paródias e sendo referenciados por suas músicas e cenas, em vários seriados, telenovelas, filmes, músicas e na cultura pop em geral.


Serviço:
Exibição de "O Mágico de Oz" e 50 anos "The Dark Side of the Moon" com Cidadão Instigado. Direção: Victor Fleming | EUA | 1939 | 101'| Livre. Dia 9 de agosto, quarta-feira, das 20h às 21h20 . Teatro  do Sesc Santos. Ingressos à venda on-line a partir de 1º/8 no aplicativo Credencial Sesc SP e no portal do Sesc SP. Valores: 8,00 (credencial plena). 12,50 (meia). R$ 25,00 (inteira). Livre.


Venda de ingressos 
As vendas de ingressos para os shows e espetáculos da semana seguinte (segunda a domingo) começa na semana anterior às atividades, em dois lotes:  on-line pelo aplicativo Credencial Sesc SP e portal do Sesc São Paulo:  às terças-feiras, a partir das 17h. Presencialmente, nas bilheterias das unidades: às quartas-feiras, a partir das 17h.  


Bilheteria Sesc Santos - Funcionamento    
Terça a sexta, das 9h às 21h30 | Sábado, domingo e feriado, das 10h às 18h30.

Sesc Santos
Rua Conselheiro Ribas, 136, Aparecida - Santos. Telefone: (13) 3278-9800. Site do Sesc Santos neste link. Instagram, Facebook e Twitter: @sescsantos . YouTube /sescemsantos

.: O2 Play e MUBI realizam sessão dupla de "Passagens" + filme escolhido em SP


Com apoio da Estrella Galícia, evento acontece em 11 de agosto no Espaço Itaú Augusta; os longas-metragens que disputam a preferência do público na "dobradinha" são "Aftersun", "Annette", "Close", "Crimes of the Future", "Drive My Car", "Holy Spider", "Memória" e "Os Cinco Diabos". Cena do filme Passagens, de Ira Sachs | Cortesia/MUBI


A O2 Play, distribuidora da O2 Filmes, e a MUBI, distribuidora global, serviço de streaming e produtora, anunciam uma sessão dupla no Espaço Itaú Augusta, em São Paulo, de "Passagens", seu próximo lançamento conjunto, e um segundo filme, que será escolhido pelo público por meio de votação on-line. O evento, que contará com o apoio da Estrella Galícia e terá sorteio de brindes, acontece na próxima sexta-feira, 11 de agosto, a partir das 19h30. A venda de ingressos começou nesta segunda-feira,dia  7 de agosto, no site do Espaço Itaú Cinemas e na bilheteria – mais informações abaixo.

O segundo longa-metragem da noite será escolhido por votação, que ficará disponível entre os dias 4 e 9 de agosto, neste formulário. Os filmes que integram a votação são "Aftersun", "Annette", "Close", "Crimes of the Future", "Drive My Car", "Holy Spider", "Memória" e "Os Cinco Diabos", todos distribuídos nos cinemas em uma parceria O2 Play e MUBI. O resultado será divulgado nas redes sociais no dia 9 de agosto, quarta-feira.

Dirigido por Ira Sachs e produzido por Saïd Ben Saïd e Michel Merkt , "Passagens" é protagonizado por Ben Whishaw, Franz Rogowski e a vencedora da Palma de Ouro Adèle Exarchopoulos. O drama estreou mundialmente no Festival de Sundance 2023 e foi indicado a Melhor Filme no Festival Internacional de Cinema de Berlim em 2023. Situado em Paris, "Passagens" conta a história de Tomas (Rogowski) e Martin (Whishaw), um casal cujo relacionamento é abalado quando Tomas inicia um caso com Agathe (Exarchopoulos), uma mulher mais nova que ele conhece após terminar seu último filme.

O Resenhando.com é parceiro da MUBI desde abril de 2023. A MUBI é um serviço global de streaming, produtora e distribuidora de filmes dedicada a celebrar o melhor do cinema. A MUBI produz, adquire, exibe e promove filmes visionários, levando-os a diferentes públicos em todo o mundo. Assine a MUBI e fique por dentro das novidades do cinema neste link.


Serviço
Sessão dupla de "Passagens" e filme O2 Play + MUBI em São Paulo:
11 de agosto, sexta-feira, a partir das 19h30
Espaço Itaú de Cinema Augusta (Rua Augusta, 1475 - Consolação, São Paulo)
Ingressos a partir de 7 de agosto – Vendas no site e na bilheteria



.: "Síndrome de Down – Relato de Um Pai Apaixonado" declaração de amor


O livro "Síndrome de Down – Relato de Um Pai Apaixonado" é uma declaração de amor de um personal trainer, Marcelo Nadur, ao seu filho, que segundo ele, lhe ensinou a ver a sociedade com outro olhar. Livro, lançamento da editora Gaia, é o testemunho de um pai que descobriu o dom do amor. A Inspiração: um filho com Síndrome de Down e revelando que todos os obstáculos são desafios que nos fortalecem e nos preparam para uma evolução espiritual.

Marcelo, o pai de Rafa, reuniu neste livro sua trajetória como pai de um menino que chegou para iluminar a vida de todos à sua volta, não sendo jamais visto como um problema, mas, sim, como um presente, para que a vida e os sentimentos das pessoas ganhassem outra dimensão, maior qualidade. “O Rafa é meu antídoto, minha espada, meu escudo. A cada dia que passo com esse garoto vejo que a vida é linda, minha família é meu castelo, meus amigos são meus companheiros de batalha, sempre parceiros.”, afirma o autor do livro.

Para reforçar a alegria da chegada desse filho, o livro tem comentários de amigos e familiares, bem como um anexo de fotos onde o sorriso e a esperança transparecem no olhar de todos em um verdadeiro retrato de amor. Compre o livro "Síndrome de Down – Relato de Um Pai Apaixonado", de Marcelo Nadur, neste link.


Sobre o autor:
Marcelo Nadur Vasconcelos
, nascido em 1972, criado em São Paulo, neto de imigrantes italianos e árabes, é licenciado e bacharel em Educação Física. Atua como personal trainer e professor de Educação Física. É pai do Rafael, portador de Síndrome de Down, e escreveu este livro com o objetivo de declarar todo seu amor ao filho e transmitir a experiência de ter uma criança especial, além de mostrar Ós pessoas como deixar de lado os preconceitos, evidenciando que todos somos diferentes, e que essa diferença nos torna seres humanos especiais. Garanta o seu exemplar de "Síndrome de Down – Relato de Um Pai Apaixonado" escrito por Marcelo Nadur, neste link.

segunda-feira, 7 de agosto de 2023

.: Entrevista: Sabrina Gottschlisch fala sobre as mulheres no álbum de família


Maternidade. Família. Amor entre mãe e filha. Saúde mental. Temas que fazem parte da vida da paulista Sabrina Gottschlisch e que agora se transformam em objeto literário. Contemplada no ProAC, edital cultural do estado de São Paulo, a escritora lançou pela editora Paraquedas o romance “Através de Nós”, uma saga focada nas mulheres de uma mesma família.

No livro, a história é rememorada por Matilda, que faz parte da quarta geração e que vive o luto pela morte de sua mãe. No avião, durante a viagem para cumprir os ritos fúnebres, a protagonista decide escrever a saga das mulheres que vieram antes dela. “Uma história que não tem começo nem fim, que simplesmente segue adiante, como todas nós seguimos. Grande parte dessa trama foi minha mãe quem me contou ou deixou escrita em cartas e cadernos que fui encontrando ao longo do tempo. Para ela, escrever era uma estratégia de sobrevivência”, diz um dos trechos no início da obra, que conta com posfácio de Aline Bei e orelha assinada por Tatiana Lazzarotto

Sabrina Gottschlisch é paulista de Santo André e mora há 16 anos em Jundiaí. É feminista, historiadora, professora, mãe, participante de Clubes de Leitura e Escrita, ama ler e escrever. Em 2020, lançou seu primeiro e-book, "Mãe de Atleta". No ano seguinte, teve um texto publicado na coletânea "Cartas de Uma Pandemia" (Editora Claraboia, 2021). No mesmo ano, teve textos selecionados no Prêmio Off Flip nas categorias contos e crônicas, entre outras antologias. Em 2022, lançou seu romance juvenil "Que Sorte a Minha", na Bienal do Livro de São Paulo. 

Já publicou em diversas revistas literárias, como "Cassandra" e "Contos de Samsara". Em 2021 foi contemplada pelo Programa de Ação Cultural da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo – ProAC/SP, por meio do qual lançou este romance, “Através de Nós”. Confira a entrevista completa com a autora e compre o livro "Através de Nós" neste link.

Se você pudesse resumir os temas centrais de “Através de Nós”, quais seriam?
Sabrina Gottschlisch  - Maternidade. Família. Amor entre mãe e filha. Saúde mental. São temas que me cercam e fazem parte da minha vida desde sempre. 


O que motivou a escrita do livro? 
Sabrina Gottschlisch
  - O que me motivou a escrever o livro foi contar a saga de partes da minha vida numa família de mulheres, ficcionalizada, claro, inspirada pelo livro de Allende, que adoro.


Como foi o processo de escrita?
Sabrina Gottschlisch
  - O processo foi bem caótico. Fui escrevendo conforme as lembranças e histórias vinham, e depois tive todo um trabalho de reescrita para organizar um pouco o caos.

Quais são as suas principais influências literárias?
Sabrina Gottschlisch
  - Para falar das contemporâneas, que é o que tenho lido mais atualmente, Aline Bei, Mariana Salomão Carrara, dia nobre, Maria Valéria Rezende, Bernardine Evaristo, Chimamanda Ngozie Adichie, Rosa Montero, Elena Ferrante, Annie Ernaux. Mas na vida toda, Simone de Beauvoir, bell hooks, Isabel Allende e Lygia Fagundes Telles.


Que livros influenciaram diretamente a obra?
Sabrina Gottschlisch
  - Todos os livros de Annie Ernaux publicados no Brasil, que têm a mesma pegada intimista que tentei imprimir ao meu, e Casa dos Espíritos e Paula, de Isabel Allende, que acendeu em mim a vontade de escrever um livro sobre uma família matriarcal, como a minha.  


Como começou a escrever?
Sabrina Gottschlisch
  - Escrevo desde 2019. Sempre fui uma leitora ávida e escrevia academicamente, tenho mestrado em História pela PUC/SP. Com a pandemia, me animei a escrever um livro sobre minha experiência com meu filho mais velho, que é atleta, que publiquei como e-book independente. Após isso não parei mais de escrever. Participei de várias coletâneas, revistas literárias, entrei para um coletivo de escritoras (Coletivo Escreviventes) e por fim ganhei o ProAc.

Como é o seu processo de escrita?
Sabrina Gottschlisch
  - Gosto de escrever quando estou sozinha, no silêncio. O que é um pouco difícil, com dois filhos e trabalhando como professora. Então escrevo nas brechas, sempre que consigo um tempo pra mim.


Você tem algum ritual de preparação para a escrita? Tem alguma meta diária de escrita?
Sabrina Gottschlisch
  - Quando eu não trabalhava fora eu começava a escrever assim que acordava e só parava depois de ter escrito pelo menos 2 mil palavras. Depois que voltei a lecionar, não existe mais ritual nem meta, eu faço o que dá mesmo.


Como foi a sua aproximação com a editora Paraquedas?
Sabrina Gottschlisch
  - Eu conheci a editora quando tive uma carta selecionada para fazer parte do livro Cartas de uma Pandemia, de 2021. Quando me inscrevi no ProAc foi uma escolha natural, elas me aceitaram e o trabalho de edição foi ótimo.


Como você enxerga o mercado editorial para uma escritora mulher independente? Quais são os principais desafios?
Sabrina Gottschlisch
  - Apesar dos avanços significativos que tivemos nos últimos tempos, em especial após a pandemia, com um verdadeiro boom de mulheres escritoras, os desafios infelizmente permanecem os mesmos: um mercado predominantemente masculino, machista, branco e de elite. Além disso, hoje, antes mesmo de ver a qualidade do seu texto, as editoras querem saber quantos seguidores a escritora tem nas redes sociais, qual seu potencial de lucro, o que só aumenta e dificulta nosso trabalho. Além de escritoras, temos que ser influenciadoras.


Quais são os seus projetos atuais de escrita? O que vem por aí?
Sabrina Gottschlisch
  - Estou lançando pela Editora Voz de Mulher o livro Eu Gostaria de Saber qual é a Sensação de ser Livre com vinte contos feministas que falam sobre temas caros a todas as mulheres: violência, abusos, maternidade, maternidade solo, racismo, gordofobia, machismo e misoginia, feminicídio, violência obstétrica, sexualidade, entre outros. É uma literatura mais engajada, que combina muito com a minha voz de historiadora que estuda o feminismo há mais de 20 anos, desde o mestrado. Garanta o seu exemplar de "Através de Nós", escrito por Sabrina Gottschlisch, neste link.

.: Wagner Molina entra em cena com o solo "Apesar de Tudo" no Teatro Giostri


Estrelado e concebido por Wagner Molina, com direção de Helio Cicero, espetáculo gira em torno de um homem cuja única lembrança é que precisa esperar. Foto: Ivan Berger.


O espetáculo "Apesar de Tudo", estrelado e concebido por Wagner Molina e dirigido por Helio Cicero, estreia no dia 8 de julho, sábado, no Teatro Giostri, às 21h. No enredo, um homem desperta em um lugar que não reconhece, e sua única lembrança é que precisa esperar.

A dramaturgia de "Apesar de Tudo" foi elaborada por Wagner Molina enquanto estudava autores teatrais em busca de criar um texto para um espetáculo solo. Com as restrições impostas pela pandemia, o projeto (contemplado pelo Edital ProAC Expresso Direto) foi interrompido. Wagner mudou-se para Portugal e somente em 2023 a produção ganhou forma. O texto que chega ao palco conta com as preciosas contribuições de Helio Cicero, que acompanhou todo o processo e delineou o roteiro para Molina, e de Cesar Ribeiro, cujo olhar foi fundamental para a dramaturgia final.

A personagem mistura pensamentos e histórias de pessoas, sem a certeza de que talvez elas sejam ele mesmo, enquanto aguarda. Com a desolação e a solidão, característica do teatro do absurdo, esse vivido homem tem como companhia suas memórias e seus conflitos, trazendo à cena histórias próprias ou inventadas - talvez não, tudo é incerteza -, adornadas pelo seu humor sinistro. Ora citando poemas ora devaneando, o homem imerge em reflexões existenciais.

Ator e diretor citam como referências na elaboração da dramaturgia os autores Albert Camus, Nelson Rodrigues, Jean-Paul Sartre, Friedrich Nietzsche e Samuel Beckett (este último, segundo Molina, seria o gatilho para toda a criação). O texto, poético, coloca a personagem em um lugar indefinido, em um outro plano, numa situação de enfrentamento, inclusive da morte. “Esse homem em questão está enclausurado interna, emocional e espiritualmente. Em um jogo com a plateia, ele expõe o seu estado de alma durante esse questionamento existencial”, argumenta Helio Cicero.

Wagner Molina comenta que o espetáculo traz um pouco de muitas coisas; que soma a vivência com a criação. “Posso dizer que esse texto reflete muito do que eu já vivenciei como protagonista ou observador atento. Essas marcas são evidenciadas ao conjugar meus poemas com inspirações provocadas pelas palavras de mestres da dramaturgia mundial, sem deixar de citar Fernando Pessoa, mestre primeiro, inspirador e companheiro de longa data”, declara. “Assim como é comum em Beckett, em Apesar de Tudo observa-se e reflete-se sobre o quase nada da vida, como se fosse um acúmulo de banalidades fúteis tão presentes nos dias atuais, do qual pouco sobra na memória dos narradores beckettianos”, comenta o ator e autor.

O cenário intimista traz elementos essenciais, como um praticável e um varal de retalhos que remete aos fragmentos de memórias, de onde a personagem surge para as cenas. Wagner Molina conta com Bianca Malheiro, atriz que tem participação lhe dando suporte em algumas cenas, e Mariana Franzin, violoncelista que executa temas da trilha sonora ao vivo.


Ficha técnica
Solo "Apesar de Tudo". Texto e interpretação: Wagner Molina. Direção geral: Helio Cicero. Colaboração artística: Cesar Ribeiro. Direção de produção: Daniel Torrieri Baldi. Trilha sonora original: Tony Berchmans. Cenário e figurino: Marisa Rebollo. Iluminação: Rodrigo Sawl. Assistência de direção e participação/cena: Bianca Malheiro. Violoncelista: Mariana Franzin. Operação de luz: Igor Yabuta. Contrarregragem: Guilherme Maia. Cenotécnica: Armazém Cenográfico. Montagem: Gabriel Rodrigues. Assessoria contábil: Contabilizi - Gestão Contábil. Assessoria de imprensa: Eliane Verbena. Design gráfico: Felipe Barros. Fotografia artística: Ivan Berger. Produção executiva: Fernanda Lorenzoni. Projeto realizado com recursos do Edital ProAC Expresso Direto - Programa de Ação Cultural da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo. Assessoria de imprensa: Verbena  Comunicação.

Serviço
Solo "Apesar de Tudo". Estreia: 8 de julho de 2023 – sábado, às 21h. Temporada: 8 de julho a 20 de agosto de 2023. Dias / horários: sextas, às 20h30, sábados, às 21h, e domingos, às 18h. Sessões com intérprete de Libras: 15 e 16 de julho (sábado e domingo). Ingressos: R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia-entrada). Vendas on-line: Sympla - www.sympla.com.br | https://www.giostricultural.com.br/programacao. Duração: 50 min. Gênero: Drama. Classificação: 14 anos. Acessibilidade gratuita para portadores de necessidades especiais - Agendamento pelo telefone da bilheteria do teatro. Giostri Teatro. Rua Rui Barbosa, 201 - Bela Vista / São Paulo. Telefone: (11) 2309-4102. Capacidade: 100 lugares.

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