segunda-feira, 6 de maio de 2024

.: Espetáculo "M4NO": todas as segundas de maio no Teatro Pequeno Ato


O espetáculo "M4NO" conta a história de Luís Felipe, alguém que faz escolhas guiadas pela angústia de não se sentir completo. Desesperado pela apatia dos dias e das pessoas comuns, ele considera a felicidade como algo inalcançável. A segunda temporada do espetáculo segue até 27 de maio, todas as segundas-feiras, às 21h00, no Teatro Pequeno Ato. O bar do teatro abre 30 minutos antes. 

Em distintas janelas de tempo, a perturbação de Luís Felipe é narrada num jogo que experimenta todas as tensões entre o que é real e o que é ficção. De forma despretensiosa, a peça fala de masculinidade, de privilégios e dos erros cometidos na busca de resolver o tédio com sexo. Os narradores desenrolam a história de Luís Felipe, que mesmo com o passar dos anos não consegue se livrar da persistente sensação de vazio.

Ficha técnica
Espetáculo "M4NO". Direção e dramaturgia: Gabriela Lemos | Elenco: Haroldo Miklos, Natália Coutinho, Rafael Americo, Thomas Marcondes | Participação especial: Marilia Curtolo | Coreografia e movimento: Marilia Curtolo | Figurino: Gi Marcondes | Produção técnica: Quinhoss | Iluminação: Dida Genofre | Trilha Sonora: Haroldo Miklos e Rafael Americo | Design Gráfico: Haroldo Miklos | Social Mídia: Rafael Americo | Fotos: Haroldo Miklos | Assistente de Produção: Ricardo Granado | Produção: Gabriela Lemos e Thomas Marcondes


Serviço
Espetáculo "M4NO". 
Segundas-feiras, às 21h00, até dia 27 de maio.
Teatro Pequeno Ato.
R. Teodoro Baima, 78 - Vila Buarque/São Paulo.
Ingressos: R$ 50,00 (inteira) e R$ 25,00 (meia-entrada) via Sympla.
Lotação: 40 lugares.
Classificação: 16 anos.
Duração: 60 minutos.

domingo, 5 de maio de 2024

.: Depois do show histórico, biografia de Madonna chega para arrebatar


Com escrita envolvente, Mary Gabriel faz em "Madonna: uma Vida Rebelde", lançado no Brasil pela editora BestSeller, um relato impactante sobre a vida de uma das maiores artistas do mundo, um ícone cultural que mudou os rumos da música pop. A biografia, que destaca a influência da cantora e sua obra na cultura e na sociedade mundial, foi indicada como livro do ano pelo Sunday Times, biografia do ano pelo Guardian e melhor livro do ano sobre música pelo Telegraph, além de estar entre as biografias indicadas pelo New York Times Editor’s Choice de 2023. A autora foi finalista dos prêmios Pulitzer, National Book Award e National Book Critics Circle Award. A tradução é de Patrícia Azeredo, Luana Balthazar e Alessandra Bonrruquer.

No último sábado, dia 4 de maio, Madonna fez o encerramento mundial da Celebration Tour, que comemorou os 40 anos de carreira da artista em um show inesquecível na praia de Copacabana, no Rio. O show gratuito, descrito no oficial da artista como a maior pista de dança do mundo, entrou para a história. Quando decidiu escrever "Madonna: uma Vida Rebelde", em 2016, Mary Gabriel, autora finalista dos prêmios Pulitzer e National Book Award, não imaginava que o resultado seria um trabalho monumental, com mais de 800 páginas. Escrever sobre uma artista como Madonna não é tarefa fácil, afinal, não se trata apenas de um ícone do entretenimento, mas de uma artista que teve impacto na cultura mundial.

A menina comum que perdeu a mãe para o câncer de mama e precisou amadurecer rápido demais para cuidar dos irmãos se transformaria em algo muito maior do que uma estrela da música pop: um ícone cultural e uma das artistas mais influentes da indústria. Questões culturais, religiosas, sociais e políticas sempre foram o combustível que alimentava a criatividade de Madonna, por vezes fazendo a artista ser alvo de polêmicas e sofre críticas vorazes. Mas ela nunca deixou de aproveitar a notoriedade de que desfrutava para - muitas vezes de forma chocante e até mesmo feroz - defender bandeiras: a liberdade sexual feminina, os direitos da comunidade LGBTQIAPN+, o antirracismo e a luta contra o patriarcado, o machismo e a xenofobia. Com falas de pessoas próximas à artista, "Madonna: uma Vida Rebelde" apresenta tudo o que influenciou (e ainda influencia) a obra da maior artista performática da nossa era.

Com escrita empolgante e pesquisa embasada, Mary Gabriel nos apresenta uma biografia monumental retratando as múltiplas faces de uma artista ousada, disciplinada e visionária, costurando os dramas da vida pessoal, o ativismo, o questionamento diante da sociedade e os feitos de uma das maiores artistas do nosso tempo. Compre o livro "Madonna: uma Vida Rebelde", de Mary Gabriel, neste link.


Sobre a autora
Mary Gabriel
é jornalista e já escreveu quatro livros, incluindo Amor & capital, sobre o casamento de Jenny e Karl Marx, que foi finalista dos prêmios Pulitzer, National Book Award e National Book Critics Circle Award. A autora trabalhou em Washington, D.C., e em Londres como editora da Reuters por quase duas décadas. Ela mora na Irlanda. Garanta o seu exemplar de "Madonna: uma Vida Rebelde", escrito por Mary Gabriel, neste link.

.: “Complicações de um relacionamento me fascinam", diz diretor de "Rivais"


Em cartaz, filme estrelado por Zendaya, Mike Faist e Josh O’Connor já arrecadou R$ 2 milhões em bilheteria

Em exibição rede Cineflix Cinemas, "Rivais" ("Challengers"), novo longa de Luca Guadagnino, tem como centro da narrativa o triângulo amoroso formado por Zendaya, Mike Faist e Josh O'Connor em uma trama que traz o universo do tênis como pano de fundo. Para o cineasta, abordar as relações amorosas por meio da modalidade foi uma experiência inédita em sua carreira. “As complicações de um relacionamento me fascinam. O controle sobre o outro, que acaba dependendo do controle de si mesmo. Eu não sabia nada sobre tênis, mas meu trabalho como cineasta é estudar e descobrir o que eu antes não sabia. Foi uma grande oportunidade para eu entender como a dinâmica do desejo e a dinâmica do controle e do autocontrole, se espelham na beleza e no atletismo do jogo de tênis”, afirma o diretor. Há duas semanas em cartaz no Brasil, a produção já arrecadou R$ 2 milhões em bilheteria.

Segundo Zendaya, que também produziu o filme, Luca vê os personagens como seres humanos. "Tem uma maneira incrível de olhar para cada personagem de 'Rivais' por meio de uma lente empática. Ele é tão bom em extrair nuances e aspectos humanos dos personagens, para que eles sejam vulneráveis e facilitem a conexão com o público”. "Rivais" segue em cartaz nos cinemas brasileiros, com sessões acessíveis. 


Sobre o filme
Dirigido pelo visionário cineasta Luca Guadagnino, Rivais é estrelado por Zendaya (Duna, série Euphoria), no papel de Tashi Duncan, atleta prodígio do tênis que se tornou treinadora, uma força da natureza que não pede desculpas por seu jogo dentro e fora da quadra. Casada com um campeão (Mike Faist, Amor, Sublime Amor) que tem acumulado apenas derrotas nos últimos jogos, a estratégia de Tashi para a redenção de seu marido toma um rumo surpreendente quando ele deve enfrentar o fracassado Patrick (Josh O'Connor, série The Crown) nas quadras. Patrick foi o melhor amigo de seu marido, e é ex-namorado de Tashi. Quando o passado e o presente entram em colisão, e as tensões aumentam, Tashi deve se perguntar qual será o custo dessa vitória.


Assista na Cineflix
Filmes de sucesso como "Garfield - Fora de Casa" ("The Garfield Movie") são exibidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.

.: "É uma chance para recomeçar livre de pesos", diz autor que sofreu amnésia


Em entrevista, Tom W. Kooper conta como utilizou a literatura para recuperar as próprias lembranças e publicou "Identidade", romance policial ficcionalizado a partir desta experiência 

Imagine acordar em um dia qualquer, após um breve cochilo, e não lembrar de nada do que viveu nas três últimas décadas. Sua profissão, relacionamento, amigos, família: de repente, tudo desapareceu. Como se reconstruir após perder as lembranças dos principais momentos da vida? Esse foi o sofrimento real de Tom W. Kooper, professor de matemática que teve uma amnésia total em 2019, aos 50 anos. Baseado na experiência, o escritor publicou o romance policial Identidade, no qual ficcionaliza a própria história com uma boa dose de mistério. 

Nesta narrativa, Alan Cerqueira sofre um acidente que muda o rumo da sua trajetória: quando o carro dele é alvejado por tiros, o respeitado médico recebe uma descarga elétrica que o faz esquecer de tudo. Enquanto luta para recuperar as memórias, o protagonista descobre segredos obscuros, como traições e desvios de dinheiro no hospital que administrava. Mas além de buscar pelo passado perdido, assim como o autor, o personagem inicia uma missão para desvendar a verdadeira face das pessoas que o cercam e para tentar sobreviver a uma conspiração que pode colocar sua vida em risco. 

Hoje, Tom se divide entre dar aulas e escrever. Em entrevista, o autor conta sobre como transformou o hobbie da escrita em uma forma de resgatar a própria identidade. Ele também comenta sobre o impacto do trauma e como abordou isso no desenvolvimento da trama, trazendo para a ficção diversas reflexões existenciais. Compre o livro "Identidade", de Tom W. Kooper, neste link.


Sua experiência pessoal com a amnésia total é um aspecto único que influenciou diretamente a trama de "Identidade". Como a sua própria jornada de recuperação de memórias influenciou a construção do protagonista e a narrativa como um todo?
Tom W. Kooper - A influência foi grande. Durante a terapia, foi-me sugerido escrever sobre a minha condição e sobre como eu passava os dias, na forma de um diário. A partir desses registros, construí o personagem Alan Cerqueira e todo o drama que ele passou na tentativa de recuperar as lembranças perdidas. A minha experiência pessoal com a perda de memória facilitou e deu profundidade na descrição de cada passo da jornada dele.  


Como foi o processo de transformar uma experiência tão pessoal e desafiadora em uma narrativa ficcional? 
Tom W. Kooper - Quando eu decidi escrever "Identidade", eu já havia escrito um livro de estreia, "A Segunda Chance de Thomas Lutter", e também havia recuperado uma boa parte das minhas memórias, o que facilitou na escrita desse segundo livro.


Você encontrou alguma dificuldade em separar sua própria experiência da história que estava criando para o livro?
Tom W. Kooper - Na época em que escrevi "Identidade", tinham passado dois anos do ocorrido, e eu já compreendia melhor a minha situação, não havendo nenhuma dificuldade em abordá-la, mesmo de forma ficcional. 


Você acredita que sua experiência com a amnésia mudou sua perspectiva sobre a vida?
Tom W. Kooper - Essa é uma pergunta difícil de responder, uma vez que eu não me recordo da forma como eu enxergava a vida. Posso afirmar que houve mudanças de gostos e comportamento, relatados pelas pessoas mais próximas a mim. Hoje, eu me vejo como uma pessoa paciente, reflexiva, compreensiva, focada em viver o presente e aprender o máximo que posso sobre diversos assuntos. Apesar de ter sido um período difícil, sou grato pelo que me aconteceu, pois me proporcionou a ser quem eu sou hoje e a valorizar mais as minhas conquistas, a minha vida e as pessoas que fazem parte dela. 


Você começou a escrever como uma forma de recuperar as memórias. Como isso contribuiu para você se recordar das lembranças? 
Tom W. Kooper - Na verdade, a sugestão feita para que eu usasse a escrita como forma de terapia tinha como objetivo tirar o meu foco da busca pelas lembranças perdidas, pois estava me causando depressão e ansiedade.


E por que você decidiu enveredar pela ficção após iniciar o processo de escrita? 
Tom W. Kooper - Foi a minha esposa que sugeriu que eu deixasse de escrever sobre o meu dia a dia pós-amnésia e contasse uma história de ficção, baseada em uma redação elogiada do meu ensino médio. Nascia ali o meu primeiro livro,"A Segunda Chance de Thomas Lutter", inspirado em "O Conde de Monte Cristo", de Alexandre Dumas. Minhas memórias foram sendo recuperadas quando me submeti a sessões de hipnose. 


Protagonista do livro, Alan Cerqueira é retratado como um personagem complexo, enfrentando não apenas a perda de memória, mas também dilemas éticos e emocionais. Como você desenvolveu a jornada interna de Alan e como a amnésia sofrida por ele afeta não apenas a percepção do mundo ao seu redor, mas também sua própria identidade e moralidade?
Tom W. Kooper - Com a amnésia, Alan encontrou dificuldades nas relações pessoais e nas interações sociais, por não reconhecer as pessoas que faziam parte da sua vida pessoal e profissional, e por não saber se podia confiar no que lhe era dito. Apesar da perda de memória, o protagonista tinha uma noção do que era certo e errado, o que o levou a conflitos internos diante de descobertas de caráter questionável a respeito do seu passado e sobre as pessoas próximas, forçando-o a se posicionar.  


A capa do livro traz uma frase provocativa: "Se somos a soma das nossas experiências, então quem somos se todas as lembranças de uma vida desaparecem da noite para o dia?". No desfecho, qual é a mensagem que você espera passar para seus leitores com essa trama?
Tom W. Kooper - Nossa vida é muito frágil e, por isso, muito preciosa. Toda a nossa história, toda a nossa identidade é formada a partir de anos de experiências, de decisões certas e erradas. Perder todas as lembranças é desesperador, principalmente se você não sabe se vai recuperá-las, mas ao mesmo tempo, quando a mente silencia, é uma experiência reveladora, pois mesmo sem conhecimentos, sem crenças, sem referências, ainda nos restam valores intrínsecos à nossa vida e/ou à nossa personalidade mais básica. Esse é o primeiro item da nossa bagagem a ser carregada na nova jornada. Essa experiência é transformadora e uma grande chance para um recomeço livre de pesos, pressões e cobranças que impomos a nós mesmos.

.: Milhem Cortaz em "Diário de Um Louco" no Teatro Viradalata


O ator, que recentemente brilhou na série “Os Outros”, interpreta Akcenti Ivanovitch, um funcionário público que gradualmente vai perdendo a sanidade mental. Foto: Priscila Prade


Pela primeira vez em São Paulo, "Diário de Um Louco" traz o ator Milhem Cortaz no primeiro espetáculo-solo da carreira, com direção de Bruce Gomlevsky. Em formato de um diário, a peça conta a história de um funcionário público e a súbita paixão pela filha do seu chefe, que desencadeia uma série de conflitos com o mundo ao redor, culminando na desestruturação total do seu pensamento. A partir da loucura como eixo central, essa adaptação do conto do escritor russo Nikolai Gogol - publicado em 1835 - lança um olhar sobre as pessoas à margem da sociedade.

O ator, que recentemente brilhou na série “Os Outros”, interpreta Akcenti Ivanovitch, um funcionário público que gradualmente vai perdendo a sanidade mental. A partir dos relatos em seu suposto diário, fica evidente a progressiva desconexão desse "homem comum" com a realidade. “Diário de Um Louco” apresenta as desventuras do funcionário público, tomado subitamente de paixão pela filha do chefe. Elaborando planos mirabolantes para ser percebido pela moça, de uma classe social mais alta, cria para si um mundo de fantasias que sai de seu controle e acaba por condená-lo ao manicômio.  

O projeto foi idealizado pelo produtor Carlos Grun, que retoma a parceria com o ator e o diretor iniciada há doze anos na montagem de “A Volta ao Lar”, de Harold Pinter. A PRIO, em conjunto com o Ministério da Cultura, apresenta essa adaptação do conto literário do escritor russo Nikolai Gogol (1809-1852). A encenação se concentra na fisicalidade do trabalho de Milhem Cortaz - seus recursos vocais e corporais desenham a desintegração mental do personagem. Há tons de surrealismo na subversão do uso dos objetos de cena, que têm suas funções trocadas.

“'Diário de Um Louco' é um clássico de grande atualidade e pertinência nos dias de hoje. Num momento onde o consumo de medicamentos psiquiátricos banalizou-se, é de suma importância discutir a questão da saúde mental. O clássico de Gogol retrata o processo dramático e gradativo de ‘enlouquecimento’ de Akcenti Ivanovitch, um emblemático funcionário público da classe trabalhadora fadado a ser explorado por toda uma vida. E dirigir Milhem Cortaz é muito gratificante. Um ator de extrema potência, completamente disponível e em sintonia com a minha forma de trabalhar a cena”, festeja o diretor.


Ficha técnica
Solo "Diário de Um Louco"
Texto: Nicolai Gogol
Tradução: Paulo Bezerra - Editora34
Idealização: Carlos Grun
Direção: Bruce Gomlevsky
Elenco: Milhem Cortaz
Luz: Elisa Tandeta
Figurinos: Carol Lobato
Cenário: Nello Marrese
Trilha sonora e direção musical: Marcelo Alonso Neves
Fotos: Priscila Prade
Design gráfico: Rita Ariani
Vídeos: Eduardo Chamon
Direção de produção: Carlos Grun
Realização: Bem Legal Produções
Assessoria de Imprensa: JSPontes Comunicação - João Pontes e Stella Stephany

Serviço
Solo "Diário de Um Louco". Até dia 2 de junho. Teatro Viradalata - Rua Apinajés, 1387, Perdizes / São Paulo (estacionamento conveniado na Rua Capital Federal, 260), Telefone: (11) 3868-2535. Horários: sextas-feiras e sábados, às 20h00. Domingos, às 19h00. Ingressos:  R$ 80,00 e R$ 100,00; R$ 40,00 e R$ 50,00 (meia-entrada), na bilheteria ou www.sympla.com.br. Bilheteria: de sexta-feira a domingo, a partir de duas horas antes. Gênero: drama. Capacidade: 240 espectadores. Classificação: 14 anos. Duração: 80 minutos.

.: Prestes a completar 160, "Alice no País das Maravilhas" ganha edição especial


Prestes a completar 160 anos, o clássico da literatura inglesa "Alice no País das Maravilhas" recebe uma nova edição no Brasil pelo selo Via Leitura, do Grupo Editorial Edipro. A obra, que chega a este marco em 2025, continua a encantar gerações, e é fonte de inspiração para inúmeras adaptações no cinema e na literatura.

Escrito por Charles Lutwidge Dodgson sob o pseudônimo de Lewis Carroll, o livro transcende a categoria de conto infantil ao oferecer aspectos históricos e culturais da época vitoriana. As primeiras ilustrações foram feitas pelo próprio Carroll, antes de Sir John Tenniel assumir a tarefa para a primeira edição, em 1865.

Esta nova edição preserva o texto integral da primeira edição, bem como as ilustrações originais de Sir John Tenniel. A capa foi criação do ilustrador, quadrinista e designer gráfico Thiago Souto, conhecido por seu trabalho premiado no Brasil, França, Polônia e Estados Unidos. Souto mergulhou na narrativa para trazer todos os elementos do clássico e proporcionar aos leitores uma experiência tão maravilhosa quanto a própria história de Alice – também nome de sua filha e inspiração para o trabalho. Pela primeira vez, o clássico entrou na lista de leituras obrigatórias e pode ser tema de questões nas próximas três edições do vestibular da Unicamp. Compre o livro "Alice no País das Maravilhas", de Lewis Carroll, neste link.


Relembre a história
"Alice no País das Maravilhas"
narra a jornada épica de uma menina curiosa que cai na toca de um coelho, adentra um universo de personagens icônicos como o Chapeleiro Maluco, a Rainha de Copas e o enigmático Gato de Cheshire. A maestria de Carroll na linguagem nonsense desafia convenções lógicas e cativa leitores de todas as idades.

Além de desconstruir a lógica tradicional e explorar a fantasia como um exercício de liberdade, a obra estimula a autenticidade e a diversão. Sem uma lição de moral, o autor refuta o maniqueísmo, e propõe a pensar o que é viver eticamente no mundo. Garanta o seu exemplar de "Alice no País das Maravilhas", escrito por Lewis Carroll, neste link.

.: Tereza Seiblitz na última apresentação de "Carangueja", neste domingo


A peça "Carangueja", escrita e codirigida por Tereza Seiblitz, que também pode ser vista na segunda temporada da série “Justiça”, e dirigida pela piauiense Fernanda Silva, fala da força criadora do planeta Terra. Foto: Renato Mangolin


O manguezal, bioma de transição entre os ambientes terrestre, fluvial e marinho, e berço de variadas espécies, é a metáfora escolhida para falar da força criadora vital da Terra na peça teatral "Carangueja". O primeiro encontro de Tereza Seiblitz com o manguezal aconteceu durante as gravações da novela “Renascer”, quando interpretou a personagem Joaninha, e viu naquele lugar uma espécie de “útero do mundo, onde a vida está em vertiginoso movimento de criação”. A partir da figura de uma andarilha capaz de proezas para surpreender e vencer um inimigo, a peça revê, de forma poética e bem-humorada, noções de feminino, maternidade, antropocentrismo e desigualdade social. A última apresentação desta bem-sucedida temporada, dirigida pela piauiense Fernanda Silva, será neste domingo, dia 5 de maio, às 18h30, no auditório do Sesc Ipiranga.  

“Quando estive num manguezal pela primeira vez, na Bahia, andei e afundei na lama por muitas horas. Tive a maravilhosa sensação de sentir a pulsação da fertilidade daquele lugar e pensei: ‘isso aqui é o útero do mundo.’ Era de manhã cedo, muitos filhotinhos de caranguejo brilhavam na luz do sol. A lama era uma espécie de colo alegre e vital”, afirma a atriz Tereza Seiblitz, que também é a idealizadora, autora e codiretora do espetáculo.

A peça "Carangueja", escrita e codirigida por Tereza Seiblitz, que também pode ser vista na segunda temporada da série “Justiça”, e dirigida pela piauiense Fernanda Silva, fala da força criadora do planeta Terra. O manguezal, formação vegetal de grande biodiversidade situada na transição entre os ambientes terrestre, fluvial e marinho, é a imagem escolhida pelas artistas para falar do que está em permanente transformação.

Em tempos de catástrofes ambientais e crises políticas e econômicas, tornou-se urgente para a atriz e autora falar da importância da preservação deste bioma, bem como de todas as outras formas de vida, hoje ameaçadas pelo comportamento humano. "Carangueja" fala da necessidade tomar para si a responsabilidade pela preservação e defesa deste bioma e a sua relação direta com a qualidade de vida sobre a Terra. 

No espetáculo, uma mulher, que não sabemos de onde vem ou a que tempo pertence, é atravessada por múltiplas vozes, que ouvimos como se estivéssemos dentro de sua cabeça. Entre elas há desde uma voz de locução de aeroporto até alguém que lê uma notícia de jornal ou um radialista que ensina uma receita de moqueca. As vozes falam de diferentes formas através do corpo da mulher e vão desenhando pistas do que está acontecendo. Uma espécie de metamorfose vai se dando ao longo da ação, levando essa mulher a viver num limiar entre humano e crustáceo, entre mulher e carangueja.

A peça propõe uma experiência sensorial de um manguezal e seus símbolos. Pelas mãos e pelos múltiplos estados/vozes vividos pela atriz, variados materiais como tecidos, madeira, metais e argila vão sendo continuamente ressignificados ao longo da ação. 

O texto de "Carangueja" foi escrito por Tereza Seiblitz em 2015 sob a influência de leituras teóricas e literárias em sua graduação em Letras, na PUC-Rio. Numa oficina a atriz se perguntou: “Como seria Samuel Beckett escrevendo sob o sol do Equador e as marés do Piauí? Como seria a busca pelo fim da angústia de Sarah Kane se estivesse grávida e morasse nos trópicos? Como se poderia levar uma plateia de teatro a experimentar o contato com um manguezal?”.

O dramaturgo irlandês Samuel Beckett (1906-1989) e seus personagens de “lugar nenhum", perdidos no tempo e no espaço, são fonte de inspiração para o nascimento desta andarilha, em cruzamento com a nossa brasilidade. A ideia é transportar o público do aqui-e-agora urbano ao ambiente selvagem de um manguezal. 


Ficha técnica
Espetáculo "Carangueja"
Texto, idealização e atuação: Tereza Seiblitz 
Direção: Fernanda Silva e Tereza Seiblitz
Direção de movimento: Denise Stutz
Figurino: Fernanda Silva, Tereza Seiblitz e Maria Adélia
Visagismo: Maria Adélia
Iluminação: Adriana Ortiz
Programação Visual: André Senna
Fotos: Renato Mangolin
Produção: Corpo Rastreado
Realização: Sesc SP
Assessoria de Imprensa: JSPontes Comunicação - João Pontes e Stella Stephany


Serviço
Espetáculo "Carangueja". Última apresentação: domingo, dia 5 de maio, às 18h30. Sesc Ipiranga – auditório. R. Bom Pastor, 822 – Ipiranga. Telefone: (11) 3340-2000. Ingressos:  R$ 40,00, R$ 20,00 (meia-entrada), R$ 12,00 (credencial plena Sesc) e gratuito (público PCG) / Vendas on-line:  https://centralrelacionamento.sescsp.org.br/?path=bilheteria. Bilheteria: domingo, das 10h00 às 18h30. Gênero: solo. Duração: 60 minutos. Classificação: 12 anos. Capacidade: 32 lugares (sendo 1 lugar exclusivo para obeso, pessoa com cadeiras de rodas e pessoa com mobilidade reduzida.


sábado, 4 de maio de 2024

.: Ana Beatriz Nogueira reencontra Fernanda Vasconcellos em peça teatral


Kika Kalache também está no elenco do espetáculo sobre a psicanalista Melanie Klein, que teve ingressos esgotados em São Paulo, Brasília e no Rio  de Janeiro. Foto: Lucio Luna


Mãe e filha na novela "A Vida da Gente", de Lícia Manzo, Ana Beatriz Nogueira e Fernanda Vasconcellos se reencontram no teatro. Elas estão em cartaz com o espetáculo "Sra. Klein", que reestreia neste sábado, dia 4 de maio, às 21h00, no Teatro Bravos, e segue em cartaz até dia 30 de junho. Com elas, no elenco, também está a atriz Kika Kalache. Recorte de um único e intenso dia na primavera londrina de 1934, a peça teatral teve ingressos esgotados em São Paulo, Brasília e no Rio de Janeiro.

Embora ambientado há quase 90 anos, o texto do autor inglês Nicholas Wright — com adaptação brasileira de Thereza Falcão - segue atual, como atesta o diretor, Victor Garcia Peralta. “A história é sobre uma família disfuncional, a relação tóxica entre mãe e filha. O público vai se identificar demais porque sempre há dificuldades nesses vínculos", explica ele, que já havia montado o texto há 33 anos, na Argentina. 

As histórias familiares da psicanalista austríaca Melanie Klein (1882-1960) exercem fascínio no mundo todo e a peça já foi encenada no Brasil duas vezes — nos anos 1990, com Ana Lúcia Torre, e, em 2003, com Nathália Timberg à frente do elenco, ambas sob a direção de Eduardo Tolentino de Araújo. Foi ao assistir à segunda montagem de Tolentino que Ana Beatriz Nogueira desejou pela primeira vez viver a personagem-título. 

 "É um texto muito bem feito, que remete aos clássicos em termos de estrutura, e com o qual o público se identifica demais. Eu me lembro que fiquei com a peça na cabeça desde que a vi. Pensei comigo: 'Quando for mais velha, eu quero fazer'. A gente deseja fazer certos papeis mais velhos, com a idade da personagem, embora em teatro tudo seja possível. Só que é mais interessante estar mais madura como atriz", comenta Ana Beatriz Nogueira, também produtora da peça, feliz com o retorno à SP. 

A atriz mergulhou numa longa pesquisa sobre a obra e a personalidade da psicanalista. "Essa peça é mais sobre lidar com a vida do que com a morte, e isso inclui, claro, questões cotidianas e os lutos das nossas certezas e crenças", explica. Vivida agora por Fernanda Vasconcellos, a personagem Melitta, filha de Klein, expõe os conflitos entre mãe e filha, o fio condutor do espetáculo. Neste recorte, ambas as personagens precisam encarar a morte de Hans, o filho/irmão mais novo que acaba de morrer.

Para Fernanda, que já foi a filha de Ana Beatriz Nogueira na novela "A Vida da Gente", de 2011, o reencontro em cena está sendo mais do que inspirador. "É uma bênção do universo e de Deus estar de novo com a Ana em cena. Ela é minha referência e é de uma generosidade, de uma afetuosidade, sempre tão acolhedora. Não se importa em dividir a genialidade dela na cena. Voltar ao lado dela ao teatro, que não faço há um tempo, é muito simbólico para mim", diz a atriz.

O mergulho profundo nas águas da psicanálise, para interpretar Melitta, tem trazido muitas reflexões, confessa Fernanda. "É estimulante. Tenho cada vez mais vontade de aprender. Essas mulheres são muito inteligentes, mentes privilegiadas que estão lidando com suas fragilidades dentro da complexa relação de de mãe e filha. Mesmo para quem já faz análise, é muito interessante e novo", afirma. Como Klein testou seu método psicanalítico nos dois filhos, Melitta se sente violada na sua intimidade e questiona essa mistura de vida pessoal com profissional, o que resulta numa lavação de roupa suja das boas.

Há ainda um terceiro vértice nessa discussão: Paula, personagem de Kika Kalache, que ora tende para o lado de Melitta, sua amiga, ora para o lado de Klein, de quem é discípula. "O encontro das três é forte. A minha personagem é muito observadora, tem menos embates, pois é mais contida. Paula acaba tendo um ponto de vista da história parecido com o do público", explica Kika.

Nesta sua nova encenação, Victor Garcia Peralta seguiu um caminho mais contemporâneo: "Os figurinos da Karen Brusttolin remetem aos anos 1930, mas também dialogam com a moda de hoje. Temos três mulheres e 18 cadeiras em cena, é como um quebra-cabeça. Acho curioso que essas três analistas, tão experientes em ouvir o outro e tratar das questões de seus pacientes, não conseguem se ouvir e ver o óbvio da questão que estão enfrentando. Em muitos momentos, o humor delas sarcástico é maravilhoso", observa o diretor.  A realização do espetáculo é da Trocadilhos 1000 Produções Artísticas, da atriz Ana Beatriz Nogueira.


Ficha técnica
Espetáculo "Sra. Klein"
Texto: Nicholas Wright
Tradução e adaptação: Thereza Falcão
Direção: Victor Garcia Peralta
Elenco: Ana Beatriz Nogueira, Fernanda Vasconcellos e Kika Kalache
Cenário: Dina Salem Levy
Figurinos: Karen Brusttolin
Iluminação: Bernardo Lorga
Trilha sonora: Marcello H
Direção de movimento: Toni Rodrigues
Visagismo: Fernando Ocazione
Idealização: Ana Beatriz Nogueira e Eduardo Barata
Projeto gráfico: Alexandre de Castro
Direção de produção e assessoria de imprensa: Dobbs Scarpa
Realização: Trocadilhos 1000 Produções Artísticas  


Serviço
Espetáculo "Sra. Klein"
Reestreia dia04 de maio a 30 de junho
Teatro Bravos. Rua Coropé, 88, Pinheiros, São Paulo
Sabádos, às 21h00; domingos, às 19h00.
Ingressos: R$ 80,00 (mezanino), R$ 100,00 (plateia inferior) e R$ 120,00 (plateia premium).
Bilheteria: de terça à domingo das 13h às 19h ou até o início do último espetáculo.
Classificação: 14 anos
Duração: 90 minutos
Capacidade: 611
Acessibilidade: sim
Gênero drama/ suspense
Temporada: até 30 de junho

.: Regina Braga e Isabel Teixeira voltam com “São Paulo”, no Teatro Bravos


Grande sucesso de público e crítica, espetáculo teatral cheio de música, poesia, bom humor e histórias curiosas é uma celebração à cidade, sua gente e seus artistas. Esta é a última chance para ver Regina Braga em espetáculo que celebra São Paulo. Foto: Roberto Setton


Quem ainda não assistiu tem agora uma última chance de ver o espetáculo "São Paulo", estrelado por Regina Braga e dirigido por Isabel Teixeira.  O espetáculo poderá ser visto em todos os sábados e domingos de maio (de 4 a 26), na Sala Multiuso do Teatro Bravos (Complexo Aché Cultural, Rua Coropés, 88, Pinheiros). Ingressos já à venda online (https://bileto.sympla.com.br/event/93269) ou nas bilheterias do teatro.

Ao ver "São Paulo", o público descobre histórias encantadoras, garimpadas ao longo de anos, sobre uma cidade que assusta, desafia, acolhe, estimula e sempre surpreende. Dividindo o palco com Regina, um grupo músicos e atores formado por Xeina Barros (voz e percussão), Alfredo Castro (voz e percussão), Vitor Casagrande (voz, cavaquinho e bandolim) e Gustavo de Medeiros (voz e violão) traz à tona versos, contos e melodias que mostram uma cidade única, contraditória, misteriosa e muito divertida.

Desde a sua fundação, em 25 de janeiro de 1554, na área conhecida como Campos de Piratininga, entre os rios Anhangabaú e Tamanduateí, onde já existia o Pateo do Colégio, a cidade de São Paulo tem vivido contínuas transformações, sempre acolhendo quem chega, multiplicando sua diversidade e acelerando sua evolução. Esta cidade ocupa o papel de personagem principal do espetáculo, que reúne histórias deliciosas como o relato do Padre José de Anchieta sobre subir a serra do mar (a pé!), a visão poética de Itamar Assumpção sobre o Rio Tietê, a reflexão de Drauzio Varella sobre os passarinhos (bem-te-vis, tico-ticos, sanhaços, sabiás...) que, teimosos, ainda insistem em morar na cidade, e outras preciosidades escritas por ninguém menos que José Miguel Wisnik, Mario de Andrade, Oswald de Andrade, Paulo Prado, Castro Alves, Paulo Caruso, Guilherme de Almeida, Plínio Marcos, José Ramos Tinhorão, Alcântara Machado, German Lorca, Frei Gaspar da Madre de Deus, Carlos Augusto Calil, Paulo Bonfim e Pedro Corrêa do Lago.

A ideia do espetáculo começou a tomar forma há dez anos, estimulada pela leitura do livro A Capital da Solidão, de Roberto Pompeu de Toledo. “Com este livro, a minha relação com a cidade mudou, passou a ser mais amorosa, de afeto mesmo, buscando entender os lugares descritos no livro, como a forca que existia na Liberdade”, revela Regina, que chegou em São Paulo aos 18 anos de idade e, como ela mesma diz, “foi ficando”. São Paulo, uma cidade que nasceu isolada, escondida e assim permaneceu por quase quatro séculos.

Ao longo da peça, (re)descobrimos a transformação da pacata vila com o ciclo do café, que fomentou estradas de ferro e estimulou a imigração; a fundação da Faculdade de Direito no largo de São Francisco, que impactou definitivamente em sua vida cultural e de lazer; o crescimento da cidade para além dos rios Tietê e Pinheiros; o surgimento das periferias a partir dos anos 30 e sua imensa força braçal e cultural; o carnaval do jeito bem paulistano e suas primeiras escolas de samba...

“A evidente paixão de Regina pela cidade de São Paulo é contagiante, conduz o fio narrativo e envolve completamente quem assiste ao espetáculo”, afirma a diretora Isabel Teixeira. Este afeto e este encantamento motivaram uma extensa pesquisa sobre a cidade e o que se escreveu e se cantou sobre ela, com inúmeras ideias anotadas - uma a uma, ano após ano - em um caderninho. Um processo de construção narrativa realizado com as pessoas e para as pessoas, que foi incorporando referências que vieram à tona em uma série de leituras realizadas na Casa de Mario de Andrade, na Biblioteca Mario de Andrade, na Casa das Rosas e em oito exibições no YouTube.

A própria Regina, responsável pelo roteiro, organizou tudo sobre uma ampla mesa, peça central no processo de criação e que acabou sendo o principal elemento cenográfico na montagem teatral, em volta da qual casos e lembranças são compartilhados e ganham calor, cor e som, como acontece mesmo em uma acolhedora mesa de roda de samba, daquelas que adoramos em um boteco ou no quintal de casa. Entre as pérolas resgatadas, São Paulo, Chapadão da Glória (Silas de Oliveira e Joaci Santana), Samba Abstrato (Paulo Vanzolini), Viaduto de Santa Efigênia (Adoniran Barbosa), O Mundo (André Abujamra), No Sumaré (Chico César), Vira (Renato Teixeira), Persigo São Paulo (Itamar Assumpção), entre outras. “A Regina é uma artista muito completa: escreve, canta, produz, sempre muito viva e inquieta. Eu me reconheço nessa inquietação”, complementa Isabel.

E é por inquietação e afeto que Regina compartilha também algumas de suas lembranças da cidade, como as chegadas de trem na Estação da Sorocabana (como era conhecida a estação Júlio Prestes), os jardins floridos dos casarões da Av. Angélica, a elegância nas ruas, a garoa, as águas que sumiram embaixo do cimento, com os rios subterrâneos e retificados, a efervescência do centro da cidade e de teatros como o Maria Della Costa, o Arena e o Oficina, a Escola de Arte Dramática que funcionava onde hoje é a Pinacoteca, as - também teimosas! - árvores da cidade: ipês brancos, roxos, amarelos; flamboyants vermelhos, alaranjados; tipuanas; jacarandás mimosos; sibipirunas com flores amarelas que imitam canários... Uma cidade sempre viva, estimulante e aberta, como o próprio espetáculo, como seus próprios habitantes. Parafraseando Itamar Assumpção, não é (só) amor, é uma identificação absoluta. São Paulo é Regina, São Paulo somos nós.


Sinopse do espetáculo "São Paulo"
Espetáculo teatral que passeia pelos encantos, mistérios e fatos curiosos da cidade de São Paulo, sua formação, suas transformações, sua gente, suas contradições, sua força. A cidade de São Paulo como personagem principal que ganha vida em textos e músicas garimpados ao longo de uma extensa pesquisa, apresentados de forma divertida, leve e surpreendente.


Sobre a atriz Regina Braga
Atriz formada pela EAD – Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo (USP), Regina Braga recentemente deu vida à psicanalista Ana Virgínia, na novela "Um Lugar ao Sol", na Rede Globo, onde participou também de "Por Amor", "Mulheres Apaixonadas", "Ti-ti-ti", "A Lei do Amor" e da série "JK". Atuou em mais de trinta espetáculos teatrais, entre eles "Chiquinha Gonzaga, Ô Abre Alas", de Maria Adelaide Amaral; "Uma Relação Tão Delicada", de Loleh Bellon; "À Margem da Vida", de Tennessee Williams; "Um Porto para Elizabeth Bishop", de Marta Goes. Por esses espetáculos, recebeu os prêmios de melhor atriz do ano. Nos últimos anos, em parceria com Isabel Teixeira, apresentou "Desarticulações", de Silvia Molloy e "Agora Eu Vou Ficar Bonita", escrito por ela e Drauzio Varella. Regina também integrou o elenco da série "Alice", na HBO.


Isabel Teixeira
Atriz formada pela EAD, foi assistente de Regina Braga no espetáculo "Totatiando", com Zélia Duncan (2011), dirigiu "Desarticulações", com Regina Braga e texto de Sylvia Molloy (2013); "Tudo Esclarecido", show de Zélia Duncan (2013); "Animais na Pista", de Michelle Ferreira (2014); "Agora Eu Vou Ficar Bonita", com Regina Braga e Celso Sim, roteiro de Regina Braga e Drauzio Varella (2014); "Fim de Jogo", de Samuel Beckett, com Renato Borghi (2016); "Lovlovlov, Peça Única em Cinco Choques", (2016); e "A Mulher que Digita", de Carla Kinzo (2017). Como atriz, atuou em "Puzzle (A, B, C e D)", sob a direção de Felipe Hirsch (2014); e "E Se Elas Fossem Para Moscou?", cumprindo temporada ao redor do mundo até 2020. Foi contratada, como integrante da Cia. Vértice de Teatro, pelo Teatro Odeon de Paris e pelo Le Centquatre-Paris para atuar no espetáculo "Ítaca", de Christiane Jatahy, que estreou em Paris em abril de 2018. Ganhou o prêmio Shell de Melhor Atriz por "Rainha(s)" (2009). Em 2019, escreveu e dirigiu a peça "People vs People",  que estreou em novembro de 2019, em Curitiba. Fez parte do elenco da série "Desalma", de Ana Paula Maia, direção de Carlos Manga Junior, e da novela "Amor de Mãe", de Manuela Dias, direção de José Villamarin. Recentemente, chamou a atenção de todo o Brasil pelo seu desempenho como a personagem Maria Bruaca, na novela "Pantanal" (Rede Globo), com direção de Rogério Gomes, e como Helena no remake da novela "Elas por Elas" (Rede Globo).


Ficha técnica
Monólogo "São Paulo". Elenco: Regina Braga, Vitor Casagrande, Gustavo de Medeiros, Alfredo Castro e Xeina Barros | Direção: Isabel Teixeira | Assistente de direção: Aline Meyer | Roteiro: Regina Braga | Colaboração no roteiro: Isabel Teixeira, Aline Meyer, Vitor Casagrande, Alfredo Castro, Guilherme Girardi e Mônica Sucupira | Colaboração artística: Monique Gardenberg | Iluminação: Beto Bruel | Cenografia e Figurino: Simone Mina | Assistente de Cenografia: Vinicius Cardoso | Gravuras: ateliê Fora de Esquadro – Isabel Teixeira (a partir de arquivos antigos, acervo pessoal e fotos de German Lorca) | Projeto Gráfico: Alexandre Caetano e Júlia Gonçalves (Oré Design Studio) | Fotos: Roberto Setton | Vídeo: Gislaine Miyono e Michel Souza | Operação de som: Alexandre Martins/ Pedro Semeghini | Operador de luz: Taiguara Chagas | Assessoria de Imprensa: Fernando Sant’ Ana | Produção Executiva: Rick Nagash | Produtora-Chefe: Anayan Moretto | Realização: Ágora Produções Teatrais e Artísticas

Serviço
Monólogo "São Paulo".
Teatro Bravos - Sala Multiuso
Complexo Aché Cultural (Rua Coropés, 88 – Pinheiros, São Paulo - SP)
Última temporada: de 4 a 26 de maio de 2024
Sábados, às 20h. Domingos, às 18h.
Inteira R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia-entrada)
Horários da bilheteria: de terça a domingo, das 13h às 19h, ou até o início do último espetáculo.
Formas de pagamento aceitas na bilheteria: todos os cartões de crédito, débito e dinheiro. Não aceita cheques.
Vendas on-line: https://bileto.sympla.com.br/event/93269
Informações ao público: (11) 99008-4859
Duração: 90 minutos
Classificação: 12 anos
Capacidade: 176 lugares
Acesso para pessoas com mobilidade reduzida
Recomenda-se o uso de máscara durante todo o espetáculo.
Estacionamento no Complexo Aché Cultural: R$ 39,00 (por até três horas)

.: Livro narra detalhes da mais violenta revolta de escravizados no Brasil


Uma revolta de escravizados propositalmente apagada da história do Brasil é resgatada em detalhes em "Revolta de Carrancas: o Silêncio ao Redor", livro escrito por Joaci Pereira Furtado e publicado pela editora Madamu. A reconstituição dos fatos sangrentos ocorridos em 13 de maio de 1833, na zona rural do atual município de São Tomé das Letras, em Minas Gerais – então parte da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Carrancas –, é o objeto desse livro do historiador, no livro que tem ilustrações de Francisco Silva Neto e prefácio de Rodney William Eugênio.

Furtado, que é graduado em História pela Universidade Federal de Ouro Preto e mestre e doutor em História Social pela USP, conta que nunca ouvira falar dessa revolta até 2019, quando um primo jornalista a mencionou, além de revelar o parentesco dele com um dos empregados do barão de Alfenas, dono da fazenda Bela Cruz, onde o massacre aconteceu.

Com a curiosidade aguçada, ainda em 2019 Furtado passou a se informar sobre o motim. Foi assim que ele descobriu a pesquisa de Marcos Ferreira de Andrade, professor da Universidade Federal de São João del-Rei que em 1992 encontrou o processo judicial que sentenciou os revoltosos. Esse é o único documento que atesta e detalha o evento – atualmente interditado à consulta, devido ao precário estado de conservação.

De acordo com Furtado, o que mais choca é o silêncio sobre a Revolta de Carrancas. Apesar dos esforços de divulgação do professor Andrade, que já publicou livros e artigos a respeito, essa rebelião de pessoas escravizadas permanece desconhecidamdo grande público. Foi a partir das pesquisas de Andrade, pois, que Furtado escreveu "Revolta de Carrancas: o Silêncio ao Redor" – obra que resume e reflete sobre essa que foi a mais violenta insurreição de cativos no Brasil. E uma das mais desconhecidas.


A Revolta
Ocorrido no dia 13 de maio de 1833, o motim resultou na morte de dezesseis pessoas, das quais nove integravam a rica e influente família de Gabriel Francisco Junqueira (1782-1868), primeiro barão de Alfenas. A violência dos insurgentes – com requintes de crueldade, que incluía emasculação e decapitação das vítimas – não poupou nem crianças da casa grande, mobilizando dezenas de escravizados que explicitamente desejavam a eliminação física de seus senhores como forma de conquista da liberdade.

Liderada por Ventura Mina, escravizado africano de quem pouco se sabe, a Revolta de Carrancas terminou no mesmo dia, com a morte do líder em combate com as forças de repressão e com a prisão dos demais revoltosos. Dezessete amotinados foram  condenados à forca, na maior aplicação da pena de morte na história de sua vigência no Brasil. Nem mesmo a célebre Revolta dos Malês, em Salvador (BA), em 1835, teve tantos sentenciados à pena máxima.

A elite escravista ficou de tal modo chocada com a rebelião mineira que fez aprovar, no parlamento imperial, legislação ainda mais severa contra qualquer pessoa escravizada que atentasse contra a vida de seus senhores e familiares. Surge assim a “lei nefanda”, de 1835. Diante de tamanha violência, e principalmente do cuidadoso silêncio que a própria aristocracia fundiária da época ergueu sobre a insurreição, Joaci Pereira Furtado empenhou-se na escrita desse breve mas contundente texto, na expectativa de romper tal silêncio e popularizar a reflexão sobre os inúmeros significados da Revolta de Carrancas – cujas motivações ainda ecoam na sociedade brasileira.

Revolta de Carrancas: o silêncio ao redor é prefaciado pelo babalorixá e antropólogo Rodney William Eugênio, tem texto de orelha assinado pelo sociólogo Ricardo Antunes (Unicamp) e é ilustrado por Francisco Silva Neto, mestrando em Filosofia pela USP. A edição é bilíngue, com versão integral em inglês de Bruno Bortone Campos.

.: "E se Fôssemos Baleias?" mostra como é possível sonhar como contraposição


Dirigida por Fernanda Raquel e com dramaturgia de Victor Nóvoa, peça encerra a Trilogia do Acúmulo com crítica ao capitalismo de plataformas. Temporada estreia em 9 de maio no Sesc Pinheiros. Foto: Noelia Nájera


O coletivo A Digna apresenta o espetáculo "E se Fôssemos Baleias?", um olhar crítico sobre a mercantilização dos afetos e seu impacto nas relações humanas mediadas pelo mercado de dados. Com dramaturgia de Victor Nóvoa e direção de Fernanda Raquel, a peça estreia no Sesc Pinheiros em 9 de maio, permanecendo em cartaz até 15 de junho, com sessões quinta a sábado às 20h. Dia 30 de maio (feriado) haverá sessão às 18h.

O trabalho conclui a "Trilogia do Acúmulo", que questiona a lógica de eficiência e desempenho que captura os corpos e as relações sociais em "Verniz Náutico para Tufos de Cabelo" (2015), vencedor do Prêmio Aplauso Brasil de Melhor Dramaturgia em 2015, e "Insones" (2018), que teve sucesso de crítica e público em diversas cidades do estado de São Paulo.

A narrativa apresenta uma trabalhadora de um centro de distribuição de uma big tech, cuja rotina de 12 horas diárias é consumida pelo trabalho, deixando suas noites marcadas pela exaustão e insônia. Uma reviravolta ocorre quando ela finalmente consegue dormir e sonha que é uma baleia. Impactada profundamente por este sonho, comete um erro que resulta em sua demissão, desencadeando uma série de violências que a levam a perder as sensações do próprio corpo.

As atrizes Ana Vitória Bella e Helena Cardoso interpretam a protagonista juntas. A escolha de uma pessoa duplicada reflete a força representativa dessa personagem, que carrega elementos comuns a tantos trabalhadoras e trabalhadores atualmente. “O capitalismo de plataformas captura as nossas experiências de vida e as transforma em dados comercializáveis para grandes empresas. Tudo aquilo que sentimos, pensamos e desejamos se transforma em mercadoria. Não somos mais apenas consumidores, mas o próprio produto que é consumido”, explica o coletivo.

"A única personagem da peça, duplicada pela presença de duas atrizes – estratégia que nos ajuda a multiplicar as perspectivas – não consegue mais seguir com sua rotina diária depois de ter vivido a experiência de um sonho e percebe que a vida pode ser muito mais que a mera reprodução da máquina capitalista", completa a diretora Fernanda Raquel.

Essas novas dinâmicas sociais e de trabalho mudaram a forma como nos relacionamos social e politicamente. “Michel Foucault tem uma frase bem interessante sobre os corpos dóceis. Ele diz que quanto mais um corpo produz, menos ação política ele tem no mundo”, contextualiza A Digna. O conjunto de espetáculos é fruto de uma pesquisa de oito anos em parceria com a diretora e atriz Fernanda Raquel. E a peça que encerra a trilogia foca nas maneiras de se contrapor ao acúmulo capitalista a partir de elementos como a memória, o sonho e o tempo.  "Dirigir esta peça é poder ativar o sonho como uma tecnologia de transformação, um ato de resistência, que nos mova em direção a outros horizontes", fala Fernanda.

A encenação minimalista, com cenografia de Renan Marcondes e figurinos de Joana Porto, cria um universo poético, que destaca de forma sutil a transformação dos corpos, utilizando materiais que possam brincar com os efeitos luminosos. Além disso, a trilha sonora original, a cargo de João Nascimento, e a iluminação de Matheus Brant, desempenham papéis essenciais na criação deste universo onírico.

Este espetáculo foi contemplado pelo Edital Proac N.º 01/2023 – Teatro / Produção de Espetáculo Inédito do Governo do Estado de São Paulo, a Secretaria da Cultura e Economia Criativa  e o Programa de Ação Cultural – Proac, com realização do SescSP.


Ficha técnica
Espetáculo "E se Fôssemos Baleias?"
Idealização e realização: A Digna. Dramaturgia: Victor Nóvoa. Direção: Fernanda Raquel Elenco: Ana Vitória Bella e Helena Cardoso. Produção: Carol Vidotti. Trilha sonora original: João Nascimento. Direção de arte: Renan Marcondes. Iluminação: Matheus Brant. Figurinos: Joana Porto. Trilha sonora original: João Nascimento. Assessoria de imprensa: Adriana Balsanelli. Assistência de produção: Marô Zamaro. Assistência de figurino: Rogério Romualdo. Operação de som: Thiago Shin. Operação de luz: Matheus Brant. Colaboração poética: Maria Thaís.


Serviço
Espetáculo "E se Fôssemos Baleias?"
Estreia dia 9 de maio, quinta-feira, às 20h00.
Temporada: de 9 de maio a 15 de junho. Quinta a sábado, 20h00. Dia 30 de maio. Quinta, 18h00.
Duração: 65 minutos.
Classificação: 14 anos.
Sesc Pinheiros - Auditório - 3º andar
Rua Paes Leme, 195, Pinheiros
Ingressos: R$ 40,00 / R$ 20,00 / R$ 12,00

.: "Radical Optimism" de Dua Lipa, álbum que foi chamado de “felicidade pop”


Dua Lipa
acaba de lançar o aguardado álbum “Radical Optimism”. O novo projeto da artista traz 11 músicas, incluindo as estrondosas “Illusion” e “Training Season”, além do hit “Houdini”. “Eu compus esse álbum enquanto estava solteira”, diz Dua. “Sempre entrei no estúdio com alguma história engraçada e todas inspiraram músicas diferentes. Há uma honestidade que eu não tinha antes”, revela. Ao fazer o álbum, Dua trabalhou com uma equipe de colaboradores, incluindo Kevin Parker, do Tame Impala, Caroline Ailin, Danny L. Harle e Tobias Jesso Jr.

Sobre o projeto, a artista acrescenta ainda: “As origens e formas de trabalhar de todos combinaram muito bem, como amigos e musicalmente. Éramos muito abertos um com o outro e senti que naquela sala poderia ficar vulnerável e falar livremente sobre minhas experiências. A musicalidade disso parecia tão rica e emocionante, e eu queria mergulhar e fazer parte disso”.

Dua Lipa
 descreve “Radical Optimism” como um “pop psicodélico” e observa que há pausas musicais e uma mistura de sons diferentes. "Quando você ouve com os olhos fechados, abre um mundo muito visual”. O álbum foi inspirado na autodescoberta de Dua e fala da pura alegria e felicidade de ter clareza em situações que antes pareciam impossíveis de enfrentar. A Rolling Stone chamou o álbum de “felicidade pop”, ao mesmo tempo em que observou que o projeto é “único e totalmente Dua Lipa: pop dançante e confiante, cheio de frases espirituosas”.

No próximo sábado, 4 de maio, Dua retornará ao renomado programa de TV americano “Saturday Night Live”, onde terá dupla função como apresentadora e convidada musical da noite. A artista esteve no programa pela última vez em 2020, quando cantou “Don’t Start Now”, “Levitating” e fez sua estreia como Marjorie.

Dua Lipa anunciou recentemente a primeira série de datas da nova turnê, com shows em Berlim, Pula e Nimes, em junho, que já estão com ingressos esgotados. Além disso, a popstar fará sua estreia no Pyramid Stage, como atração principal da noite de sexta-feira, no Festival de Glastonbury deste ano, em 28 de junho, e fará um show no icônico Royal Albert Hall de Londres, no dia 17 de outubro, que também já esgotou os ingressos. Compre o álbum "Radical Optimism", de Dua Lipa, neste link.

"Radical Optimism" - Tracklist completa:

1. "End Of An Era"
2. "Houdini"
3. "Training Season"
4. "These Walls"
5. "Whatcha Doing"
6. "French Exit"
7. "Illusion"
8. "Falling Forever"
9. "Anything For Love"
10. "Maria"
11. "Happy For You"

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