quarta-feira, 8 de maio de 2024

.: "Planeta dos Macacos: O Reinado" estreia na Cineflix Cinemas de Santos!

Cena de "Planeta dos Macacos: O Reinado" que estreia na Cineflix Cinemas de Santos


A unidade Cineflix Cinemas Santos, localizada no Miramar Shopping, bairro Gonzaga, estreia o longa de ação "Planeta dos Macacos: O Reinado"Seguem em cartaz os sucessos de bilheteria como o longa de ação "O Dublê", a animação "Garfield: Fora de Casa" e "The Chosen: Os Escolhidos", o filme de ação bélica "Guerra Civil" e o drama de romance caótico "Rivais". Programe-se e confira detalhes abaixo! 

A pré-venda dos ingressos para o longa de ação "Furiosa", que estreia em 23 de maio, está aberta. Garanta os ingressos pela internet antecipadamente aqui: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN.

O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN.

Estreia da semana na Cineflix Santos

"Planeta dos Macacos: O Reinado" ("Kingdom of the Planet of the Apes "). Ingressos on-line neste linkGênero: ação, aventuraClassificação: 14 anos. Duração: 2h18. Ano: 2023. Idioma original: inglês. Distribuidora: 20th Century Studios. Direção: Wes Ball. Roteiro: Josh Friedman, Rick Jaffa, Patrick Aison, Amanda Silver. Elenco: Owen Teague, William H. Macy, Freya Allan, Kevin Durand, Peter MaconSinopse: O longa realiza um salto no tempo após a conclusão da Guerra pelo Planeta dos Macacos. Muitas sociedades de macacos cresceram desde quando César levou seu povo a um oásis, enquanto os humanos foram reduzidos a sobreviver e se esconder nas sombras.

Sala 3 (dublado) - De 9 a 15 de maio: 15h00
Sala 3 (legendado) - De 9 a 15 de maio: 18h00 - 21h00


Seguem em cartaz na Cineflix Santos


"Garfield: Fora de Casa" ("Garfield The Movie"). Ingressos on-line neste linkGênero: infantil, comédiaClassificação: livre. Duração: 1h41. Ano: 2024. Distribuidora: Sony Pictures Motion Picture Group. Direção: Mark Dindal. Roteiro: David Reynolds, Paul A. Kaplan, Mark Torgove. Dublagem original: Chris Pratt, Nicholas Hoult, Hannah Waddingham, Brett Goldstein, Cecily Strong, Bowen Yang e Luke Cinque-WhiteSinopse: Garfield tem um reencontro inesperado com seu pai, que estava há muito tempo desaparecido - um gato de rua todo desengonçado que atrai o filho para um assalto de alto risco. Confira os horários: neste link


"O Dublê" ("The Fall Guy"). Ingressos on-line neste linkGênero: ação, comédia, dramaClassificação: 14 anos. Duração: 2h05. Ano: 2024. Distribuidora: Universal Studios. Direção: David Leitch. Roteiro: Drew Pearce. Elenco: Ryan Gosling, Emily Blunt, Aaron Taylor-JohnsonSinopse: O dublê Colt Seavers volta à ação quando uma estrela de cinema desaparece de repente. À medida que o mistério se aprofunda, Colt se envolve em uma trama sinistra que o leva à beira de uma queda mais perigosa do que qualquer uma de suas acrobacias. Confira os horários: neste link

Trailer de "O Dublê"

"The Chosen: Os Escolhidos" ("The Chosen"). Ingressos on-line neste linkGênero: religiosoClassificação: 12 anos. Duração: 2h08. Ano: 2024. Distribuidora: Paris FilmesSinopse: Exibição dos episódios 3 e 4 da 4ª temporada da série The Chosen. Confira os horários: neste link



"Rivais" ("Challengers"). Ingressos on-line neste linkGênero: esporte, romance, dramaClassificação: 14 anos. Duração: 2h11. Ano: 2024. Idioma original: inglês. Distribuidora: Amazon MGM Studios, Warner Bros. Pictures. Direção: Luca Guadagnino. Roteiro: Justin Kuritzkes. Elenco: Zendaya, Josh O'Connor, Mike FaistSinopse: Um campeão de tênis do Grand Slam se vê do outro lado da rede do outrora promissor e agora esgotado Patrick, seu ex-melhor amigo e ex-namorado de sua esposa. Confira os horários: neste link

Trailer de "Rivais"



"Guerra Civil" ("Civil War"). Ingressos on-line neste linkGênero: drama bélico, açãoClassificação: 14 anos. Duração: 1h49. Ano: 2023. Idioma original: inglês. Distribuidora: A24, Diamond Films. Direção: Alex Garland. Roteiro: Alex Garland. Elenco: Kirsten Dunst, Wagner Moura, Cailee Spaeny, Stephen McKinley Henderson, Sonoya Mizuno, Nick OffermanSinopse: Num futuro próximo, uma equipe de jornalistas viaja pelos Estados Unidos durante uma guerra civil em rápida escalada que envolveu toda a nação. Confira os horários: neste link

Trailer de "Guerra Civil"


terça-feira, 7 de maio de 2024

.: Restaurado em 4K, "A Hora da Estrela" volta aos cinemas 39 anos depois


Depois de digitalizar e lançar "Durval Discos" de Anna Muylaert, a Sessão Vitrine Petrobras anuncia a digitalização, restauração em 4K e lançamento de um dos maiores clássicos do cinema nacional: "A Hora da Estrela", de Suzana Amaral, agraciado em 1985 com o Urso de Prata de Melhor atriz no Festival de Berlim, para a gigante atriz paraibana Marcélia Cartaxo. O filme estreia em 16 de maio nos cinemas.

O filme acompanha a jovem Macabéa, uma nordestina datilógrafa que encontra um namorado em São Paulo e sonha com a felicidade. A digitalização da obra aconteceu no Rio de Janeiro, aos cuidados de Débora Butruce, curadora e responsável pelos filmes de patrimônio do projeto. “Graças ao patrocínio da Petrobras é possível incluir filmes de patrimônio entre os lançamentos da Sessão Vitrine Petrobras, resgatando a memória do audiovisual nacional e favorecendo a formação de uma cultura cinematográfica baseada em referências brasileiras, ação essencial para a valorização do nosso cinema.”, afirma Silvia Cruz, criadora do projeto e sócia-fundadora da Vitrine Filmes.

Baseado em um dos livros mais vendidos e cultuados da autora Clarice Lispector, as novas gerações terão a oportunidade de assistir a sua adaptação nas telas grandes de todo o Brasil através desse projeto patrocinado pela Petrobras, que lança os filmes a preços acessíveis em pelo menos 20 cidades do país. Além de Marcélia Cartaxo, o filme também tem em seu elenco Fernanda Montenegro e é considerado um dos maiores clássicos do cinema nacional.

A Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) nomeou o filme como um dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos. Além do prêmio no Festival de Berlim, "A Hora da Estrela" foi o grande vencedor do Festival de Brasília de 1985, se destacando em seis categorias: melhor filme; melhor ediçã', feita por Idê Lacreta;'melhor fotografia, sendo o responsável Edgar Moura; melhor atri' para Marcélia Cartaxo e melhor ator. Depois de toda sua trajetória de sucesso, foi escolhido pela Embrafilme para representar o Brasil no Oscar de melhor filme estrangeiro em 1986. Compre o livro "A Hora da Estrela", de Clarice Lispector. neste link.

Sinopse de "A Hora da Estrela"
Macabéa é uma mulher nordestina que mal tem consciência de existir. Após perder uma velha tia, seu único elo com o mundo, ela viaja para São Paulo, onde aluga um quarto, se emprega como datilógrafa e gasta suas horas ouvindo a Rádio Relógio. Apaixona-se, então, por Olímpico de Jesus, um metalúrgico nordestino, que logo a trai com uma colega de trabalho. Desesperada, Macabéa consulta uma cartomante que lhe prevê um futuro luminoso, diferente do que a espera.  Garanta o seu exemplar de "A Hora da Estrela", escrito por Clarice Lispector. neste link.

Ficha técnica
Filme "A Hora da Estrela"
Direção: Suzana Amaral
Roteiro: Suzana Amaral e Alfredo Oroz
Baseado no romance homônimo de Clarice Lispector
Produção: Assunção Hernandes
Elenco: Marcélia Cartaxo, Tamara Taxman, Fernanda Montenegro, Umberto Magnani, José Dumont e Marcus Vinicius
País: Brasil
Ano: 1985
Duração: 96 minutos
Classificação: a confirmar
Distribuição: Sessão Vitrine Petrobras

Sobre a diretora
Suzana Amaral foi uma grande cineasta e roteirista brasileira. Conhecida por seu trabalho em "A Hora da Estrela", pelo qual venceu dois prêmios no Festival de Berlim, ela já acumulou duas indicações ao Grande Otelo, ambas na categoria de melhor roteiro adaptado, por “Uma Vida em Segredo” e “Hotel Atlântico”. A diretora faleceu em junho de 2020. 

Sobre o patrocínio
A Petrobras é uma empresa que tem como parte de sua história o apoio contínuo à Cultura, iniciado há mais de 40 anos. O Programa Petrobras Cultural contribui ativamente para o desenvolvimento do setor, por meio de seleções públicas e projetos convidados, mantendo presença e diálogo com a sociedade. Nessa trajetória, a retomada da parceria com o projeto Sessão Vitrine Petrobras marca uma nova fase do Programa, de apoio a grandes projetos. Além da Sessão Vitrine, a empresa está também presente no segmento audiovisual em projetos como a Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, na Mostra de Cinema de Gostoso no Rio Grande do Norte e no Festival de Cinema de Vitória. Em fevereiro foi lançado o Programa Petrobras Cultural – Novos Eixos, tornando o Programa mais robusto e atualizado quanto às dinâmicas do setor e de nossa sociedade.

Sobre a Sessão Vitrine Petrobras
A Sessão Vitrine Petrobras é um projeto inovador de distribuição coletiva de filmes brasileiros. Com um lançamento mensal, seu principal objetivo é a formação de público, promovendo a democratização do cinema nacional. Com ingressos a preços reduzidos, a Sessão Vitrine já alcançou 250 mil espectadores nos cinemas e conquistou diversos prêmios no Brasil. Possui uma rede de cinemas parceiros com mais de 20 cidades em, pelo menos, 15 estados e, através das plataformas digitais. A curadoria da Sessão Vitrine Petrobras é feita pela criadora do projeto e da Vitrine Filmes, Silvia Cruz, em parceria com a curadora Talita Arruda e Débora Butruce, esta responsável pelos filmes de patrimônio. A proposta curatorial do projeto é feita priorizando filmes brasileiros e coproduções internacionais que despertem interesse no público, seja pela inovação do seu processo criativo, pelo seu viés autoral ou pela sua qualidade e originalidade ao se posicionar propositadamente diante de aspectos da nossa cultura. A escolha dos filmes visa também abraçar temáticas, gêneros e propostas estéticas diferentes e produções de diversos estados brasileiros, proporcionando uma programação diversificada para o público em geral. Segundo Silvia Cruz, "depois de seis anos, a Petrobras volta a adotar a Sessão Vitrine. Isso representa a retomada do olhar das políticas públicas para a cultura brasileira. É um indício de um novo capítulo do cinema brasileiro representado pela Sessão Vitrine, um catalisador da diversidade formal e temática do cinema feito no Brasil".


Assista na Cineflix
Filmes de sucesso como "Guerra Civil" ("Civil War") são exibidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.

.: Vera Holtz e Guilherme Leme Garcia retomam Albert Camus no teatro


"O Estrangeiro - Reloaded" é um espetáculo apresentado pelo Ministério da Cultura, Governo Federal com patrocínio por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura - Lei Rouanet e Teatro Vivo. Uma adaptação do livro do escritor, jornalista e filósofo franco-argelino Albert Camus (1913-1960), Prêmio Nobel de Literatura em 1957, lançado em 1942. Foto: Gustavo Leme


Era Natal de 2008 na Dinamarca. Guilherme Leme Garcia e Vera Holtz conheceram juntos a versão da mais conhecida obra de Albert Camus adaptada pelo ator, diretor e amigo dinamarquês Morten Kirkskov. Guilherme já gostava do livro e ficou encantado com a possibilidade de levar "O Estrangeiro" aos palcos. Vera aceitou estrear na direção. Juntos, criaram a primeira montagem do clássico do escritor no Brasil.

O processo levou dois anos de maturação com leituras dramatizadas realizadas para amigos, críticos literários, diretores e público, no Rio e em São Paulo.  Após 15 anos da primeira e bem-sucedida montagem, sucesso de público e crítica, que circulou por quatro anos pelo Brasil e se encerrou no Festival de Edimburgo em 2012, Vera Holtz e Guilherme Leme Garcia, se juntam novamente para darem nova roupagem e emprestar novo olhar, remixado e recarregado de novos sentidos, à obra prima da literatura mundial. "O Estrangeiro - Reloades", de Albert Camus, volta aos palcos mostrando todo seu potencial contemporâneo repleto de existencialismo, humanismo e teatralidade a partir de 16 de maio, no Teatro Vivo.

Meursault, o personagem central de "O Estrangeiro", leva uma vida banal; recebe a notícia da morte da mãe, comete um crime, é preso, julgado, em meio à controversa relação entre o indivíduo e a lei, sendo assim mais um homem arrastado pela correnteza da vida e da história. Seu drama pode ser lido como o drama de qualquer pessoa, que se depara com o absurdo, ponto central da obra de Albert Camus.

Na trama, Meursault não encontra explicação nem consolo para o que acontece em sua trajetória, tudo acontece à sua revelia e nada faz o menor sentido. Ele não acha explicação na fé, religião ou ideologia, não tem onde se amparar. O que pode ser visto como uma vantagem: esse homem é livre, pode se fazer a si mesmo, sua vida está em aberto. Ele se depara, e se angustia, diante da liberdade e do absurdo, e quando descobre que essas duas condições são intrínsecas, finalmente encontra a paz.

“Quinze anos se passaram desde que desenhei Mersault na primeira montagem. Nesses anos tanta história se passou no mundo e na minha vida que é quase impossível pensar essa peça e esse personagem sem contar com tantos novos desafios que se apresentam frente ao nosso pensamento. Uma nova encenação se faz necessária para que a visualidade cênica venha cheia de vitalidade e atualidade, um Mersault ainda mais simples e ao mesmo tempo mais sofisticado se torna imprescindível para que eu possa pensar uma interpretação mais vertical e contundente”, diz Leme Garcia.

O conflito existencial do protagonista Mersault é parte da filosofia do absurdo de Camus tratada em seus ensaios "O Mito de Sísifo" (1942) e "O Homem Revoltado" (1951), tornando fundamental o entendimento da tese do absurdo de Camus para esta tentativa de compreender moral e eticamente o personagem Mersault e a obra "O Estrangeiro". O nome Meursault foi composto pensando na fonética francesa das palavras morte (mort) e sol (soleil). Mas, antes do Meursault de "O Estrangeiro", existiu Patrice Mersault, personagem de "A Morte Feliz", primeiro romance de Camus, que só foi lançado após a sua morte.

"O Estrangeiro", publicado em maio de 1942, em meio à Segunda Guerra Mundial, foi logo reconhecido como um divisor de águas na história da literatura, pois representava uma ruptura formal com o romance do século 19 e uma nova forma de apreender o mundo que sairia transformado após o final do conflito. Camus colocava seu leitor diante do absurdo da existência. Mas apesar do tema filosófico, a narrativa em nada se aparentava a um romance de tese.


Ficha técnica
Monólogo "O Estrangeiro - Reloaded"
Texto: Albert Camus
Adaptação: Morten Kirkskov
Tradução: Liane Lazoski
Direção: Vera Holtz
Performance: Guilherme Leme Garcia
Desenho de luz: Aline Santini
Figurino: João Pimenta
Movimento: Renata Melo
Trilha sonora: Zema Tämatchan
Identidade Visual: Roger Velloso
Fotos: Gustavo Leme
Assessoria de imprensa: Adriana Monteiro
Assistente de direção e Produção Executiva: Sofia Papo
Direção de produção: Sérgio Saboya


Serviço
Monólogo "O Estrangeiro - Reloaded"
De 16 de maio a 27 de Junho
Teatro Vivo - Avenida Doutor Chucri Zaidan, 2460 - Morumbi, São Paulo - São Paulo
Terças, quartas e quintas-feiras, às 20h00
Duração: 60 minutos
Classificação: 16 anos
Ingressos: R$120

O ingresso Preço Popular é válido para todos os clientes e segue o plano de democratização da Lei Rouanet, havendo uma cota deste valor promocional por sessão. O comprovante de meia entrada deverá ser apresentado na entrada do espetáculo.
Bilheteria: 11 3430-1524 - Funcionamento somente nos dias de peça duas horas antes da apresentação
Ponto de Venda Sem Taxa de Conveniência: Av. Dr. Chucri Zaidan, 2460 (antigo 860) – Morumbi
Estacionamento no local:Valor R$25 - Funcionamento: 2h antes da sessão até 30 minutos após o término da apresentação.
Importante: comprovante de meia entrada e de qualquer outro benefício de descontos deverá ser apresentado na entrada do teatro. A falta ou não apresentação de documento válido resultará no pagamento da diferença de valor do ingresso;
Não será permitida a entrada após o início do espetáculo. Não havendo a devolução do valor nem troca de ingressos para outro dia ou outra sessão;
Não será permitida a entrada no teatro portando, alimentos ou outras bebidas.
Teatro Vivo - Av. Chucri Zaidan, 2460 – Morumbi, São Paulo-SP

Meia-entrada
Estudantes - mediantes apresentação da Carteira de Identificação Estudantil (CIE) - Modelo único, emitida pelas entidades oficiais.
Professores e funcionários - das redes estadual e municipal de ensino de São Paulo mediante apresentação da Carteira Funcional ou Demonstrativo de Pagamento, acompanhado de documento oficial com foto.
Idosos - pessoas com idade superior a 60 anos mediante apresentação do documento de identidade oficial com foto.
Pessoas com necessidades especiais - mediante apresentação do Cartão de Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social da Pessoa com Deficiência, documento emitido pelo INSS ou holerite que comprove a aposentadoria, acompanhado de documento oficial com foto.

.: Seu vizinho é um serial killer? Livro revela os mistérios da mente assassina


Especialista brasileiro em criminologia, Rubens Correia Jr. assina "Serial Killers", livro sobre os caminhos sombrios da psique humana que desvenda o enigma da mente de um assassino em série. Lançamento da Matrix Editora, a obra apresenta uma combinação de psicologia forense, criminologia e estudos de casos arrepiantes, guiando o leitor pelos corredores sinistros da obsessão, da compulsão e da misteriosa gênese da intenção assassina.

Com o olhar atento aos fatores socioculturais que incubam essas mentes sombrias, o autor tece uma narrativa tão informativa quanto estarrecedora, e expõe as complexidades perturbadoras enraizadas na cabeça de um homicida. Seu objetivo é examinar passo a passo as particularidades do surgimento do conceito de homicídio em série e como ele foi estudado pelos diferentes especialistas.

O autor analisa as diversas facetas que envolvem esses casos, incluindo as diferenças subjetivas entre os respectivos autores. Por que e como matam? Como escolhem suas vítimas? Sentem remorso? São pessoas normais, comuns? Existe uma natureza criminosa? O livro tem o objetivo de aplacar a necessidade humana de entender os atos cruéis, torpes, selvagens e violentos que contestam a definição de uma sociedade civilizada, organizada e consensual, sem demonizar ou sacralizar indivíduos. Compre o livro "Serial Killers", de Rubens Correia Jr., neste link.


Trecho do livro
O estudo sobre serial killers ainda é tratado como um tabu, e grande parte da sociedade evita abordar o tema de maneira imparcial e científica. A sociedade prefere tachar tais sujeitos de monstros a aceitar que, inevitavelmente, uma parcela dos cidadãos vai cometer crimes bárbaros e aparentemente sem motivo. ("Serial Killers", p. 197)


Pode ser qualquer um
Para Rubens Correia Jr., os serial killers podem ser mais do que sujeitos desviados e brutalizados, mas representar um sintoma real de alguma falha na sociedade. O criminólogo psicanalista acredita não ser viável continuar tratando o fenômeno como uma anomalia isolada, ou um fato que somente atinge vilões monstruosos, pessoas anormais determinadas ou personagens de filmes, séries e livros.

O foco desse estudo não é apenas buscar as causas do fenômeno, e sim procurar descrever vários aspectos dos crimes, dos ofensores e das vítimas. Serial Killers apresenta elementos para que cada um forme sua própria convicção a respeito do fenômeno criminoso. “O leitor desconstruirá alguns mitos e falsas verdades sobre os assassinatos cometidos em série, questionará se há realmente um padrão nas condutas violentas ou se existe alguma possibilidade de prever tais ações e sairá de sua posição confortável para se aproximar dos serial killers”, destaca o autor.


Sobre o autor
Rubens Correia Jr.
é advogado, palestrante e criminólogo. Mestre em Ciências pela USP, professor de Pós-Graduação em Criminologia, Direito Penal, Criminal Profiling, Ciências Forenses e Psicologia Jurídica no IPEBJ/SP, UNIT/SE, ESP/MA, PUC/MG, UNIUBE/MG, FACTHUS/MG, dentre outras. Coordenador do Curso de Direito FACTHUS/MG. Escritor de livros na área de comportamento violento e tradutor de livros na área de psicanálise. Garanta o seu exemplar de "Serial Killers", escrito por Rubens Correia Jr., neste link. 

.: Tudo sobre a série "Duro na Queda", que inspirou o filme "O Dublê"


"Duro na Queda" ("The Fall Guy") é a série que inspirou o filme "O Dublê", estrelado por Ryan Gosling e Emily Blunt e em cartaz na rede Cineflix Cinemas. Transmitida do início ao fim nas tardes de domingo na TV Globo, de janeiro de 1983 até julho de 1989, e pela Record TV entre 1989 até 1991, a série fez muito sucesso ao contar a história de Colt Seavers, um dublê de filmes de ação que decide abandonar a carreira após um acidente durante uma gravação. Com a mudança de vida ele também deixa para trás o relacionamento que estava construindo com a assistente de câmera Jody. 

Dizem que "Hooper", filme de 1978 protagonizado por Burt Reynolds, inspirou a série de televisão norte-americana, que teve como produtor Glen A. Larson, o mesmo dos seriados "Magnum", "A Super Máquina" e "Battlestar Galactica". Produzida pela Universal e pela rede americana ABC, entre setembro de 1981 e maio de 1986, a série conta com 113 episódios em cinco temporadas.

No seriado, o Colt Seavers de Ryan Gosling era interpretado por Lee Majors, que faz uma participação especial em "O Dublê" e também foi o protagonista da série "O Homem de Seis Milhões de Dólares". Na televisão, Colt Seavers era caçador de recompensas nas horas vagas e contava com a ajuda do primo Howard Munson (Douglas Barr) em suas missões de campo, e pela cativante Jody Banks (Heather Thomas), que entregava os casos para Colt e Howard. As missões eram quase sempre proteger pessoas juradas de morte por quadrilhas, e caçada de criminosos fugitivos, por violação das regras de liberdade condicional.

Na primeira temporada, o chefe era Big Jack (Jo Ann Pflug). Na segunda temporada, foi Terri Shannon (Markie Post), que ficou até a penúltima temporada. Na quinta e última temporada, as missões eram entregues pela dupla Pearl Sperling (Nedra Volz) e Edmund Trench (Robert Downner). No Brasil, a caminhonete GMC Sierra marrom com as laterais douradas, com uma águia pintada no capô, que era logo da empresa de Colt chamada "Fall Guy" fez tanto sucesso que virou brinquedo. A indústria de brinquedos Glasslite fabricou a caminhonete em miniatura, além de outros itens para a série, como a Lamborghini Countach dourada de controle remoto e bonecos tipo "G.I. Joe" de Colt e Howard.

Nos episódios, Colt sempre esbarrava com astros conhecidos. Uma vez, ele fez as vezes de dublê de Farrah Fawcett, que era casada com Lee Majors na época. Outra vez, Colt esbarrou com Tom Selleck, que fazia o personagem-título da série "Magnum", que era feito na mesma época, onde foi satirizado justamente o personagem de Selleck. Em outra ocasião, Colt fez uma ponta no seriado "O Incrível Hulk", onde fez o papel de vilão, e acabou levando um soco do Hulk (interpretado por Lou Ferrigno), na gravação de sua participação. "Duro na Queda" foi uma das poucas séries que ainda não foram lançadas em DVD. 


Elenco
Lee Majors como Colt Seavers
Douglas Barr como Howard Munson
Heather Thomas como Jody Banks
Jo Ann Pflug como Big Jack
Markie Post como Terri Shannon
Nedra Volz como Pearl Sperling
Robert Donner como Edmund Trench


Dublagem brasileira
Colt Seavers - André Filho
Howard Munson - Ricardo Schnetzer
Jody Banks - Mirian Thereza


Assista na Cineflix
Filmes de sucesso como "O Dublê" ("The Fall Guy") são exibidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.

.: Peça teatral luso brasileira dirigida por Cássio Scapin terá só 4 apresentações


Luísa Ortigoso e Beto Coville da companhia Teatro Livre, de Portugal, protagonizam texto inédito de Cassio Junqueira e revelam lado humano de personagens pitorescos do nosso imaginário popular. Fotos: Daniel Fernandes e Sandra Cepinha


Uma coprodução Brasil-Portugal, o espetáculo "O Filho da Rainha e A Mãe do Rei" traz atores Luísa Ortigoso e Beto Covill, da companhia Teatro Livre, de Portugal, para a estreia inédita no Brasil. Com direção de Cassio Scapin e texto inédito de Cássio Junqueira, a montagem mergulha na complexa a relação entre mãe e filho para tratar de questões como hierarquia, poder, estado, nação e patriarcado. A peça também aborda temas como a dificuldade da mulher em ocupar lugares de poder, a luta por igualdade de direitos, as relações familiares permeadas por poder e dinheiro e a necessidade de superar os pais na hora de governar. As apresentações acontecem entre os dias 9 a 12 de maio, de quinta-feira a sábado, às 21h00, e domingo, às 19h00, no Teatro Alfredo Mesquita. 

Inspirado na vida de Dona Maria I e do seu filho Dom João VI, monarcas de Portugal e do Brasil colonial, o espetáculo O Filho da Rainha e A Mãe do Rei mergulha na complexa a relação entre mãe e filho para tratar de questões como hierarquia, poder, estado, nação e patriarcado. O texto propõe uma abordagem crítica, convidando o espectador a interpretar as personagens através de uma lente contemporânea destacando a relação entre mãe e filho, capaz de conectar de nobres a plebeus, antigos e contemporâneos. Além disso, o texto também vai abordar o lado humano, frágil e visceral encoberto pela pompa e pela caricatura dessas figuras tão pitorescas no nosso imaginário: a rainha louca e o rei comilão.

A dificuldade da mulher em ocupar lugares de poder em uma sociedade machista, a luta por igualdade de direitos, as relações familiares permeadas por poder e dinheiro e a necessidade de superar os pais na hora de governar são alguns dos temas que trazem diferentes vernizes a essa história de mãe e filho tão importantes para Portugal e o Brasil. Dona Maria I, conhecida como "a Rainha Louca", é uma das personagens históricas mais interessantes dos nossos países, conta o autor, que se inspirou na biografia da rainha, mas também nas histórias de outras mulheres para abordar a relação feminina com o poder. “Se uma mulher se impõe com mais energia, ainda é comum ser considerada louca”, diz Junqueira.

A encenação é calcada no entendimento do texto, explica Scapin. “É uma peça de relação, na qual os atores precisam oscilar da pessoa instituição para a pessoa humana. E essa dualidade que mistura e repele ao mesmo tempo é muito interessante de se ver no palco”, conta o diretor. A capacidade de discutir várias tramas em uma história atraiu Luísa Ortigoso. “Havia muitas camadas para desbravar: a mulher, a mãe, a rainha, a mulher no poder em um mundo de homens e para homens. Para mim, estas questões foram mais interessantes de trabalhar do que tentar um retrato realista da personagem”, conta a atriz portuguesa, que desembarca no Brasil pela segunda vez.

Para o ator Beto Coville, a humanização dos personagens provocou um grande sentimento de redenção e comoção, que ele espera ver refletidos no público.  Para construir seu D. João, ele buscou os conflitos psicológicos mais intrigantes, como o complexo de “patinho feio” por estar à sombra do irmão mais velho ou em um casamento sabidamente infeliz. Falar deste período histórico marcado pela vinda da corte portuguesa para o Brasil em um momento em que o fluxo migratório tem sido o contrário é outro ponto que pode despertar reflexão no público, espera Scapin. “É importante que as pessoas repensem a história e joguem luz sobre algumas questões que construíram o nosso presente, uma história que merece ser olhada de diversas maneiras, mas não apagada”.

A montagem partiu de um convite do ator Beto Coville, brasileiro radicado em Portugal, para Cássio Scapin, com quem já havia trabalhado na década de 1980. “Em 2020, dois anos antes das comemorações dos 200 anos da independência do Brasil, a nossa companhia de teatro daqui, Teatro Livre, resolveu fazer um espetáculo entre dois continentes, uma coprodução. Fornecemos os nossos pontos de vista e os livros, Dona Maria I -  A Rainha Louca, da Luisa Boléo e As Lágrimas de Dom João, de Alice Lázaro, para ser a base da peça”, conta.

Com apoio do Ministério da Cultura de Portugal, o espetáculo estreou no Palácio da Ajuda em 2022 e foi apresentado no Teatro Meridional em 2023. Agora, em parceria com os produtores Dani Angelotti e André Acioli, a Cia. Teatro Livre faz sua estreia no Brasil incentivada pelo programa de internacionalização do Ministério da Cultura com a DGArtes e apoio da Secretaria de Cultura do Município de São Paulo.

Sinopse de "O Filho da Rainha e A Mãe do Rei"
Uma mãe e um filho. Ela rainha e Ele que, não sendo primogênito, não nasceu para ser rei. O primogênito amado morreu. Agora, com o tempo, a idade e a vida, a cabeça da mãe rainha lembra apenas o que a mantém viva. E esse filho rei desabrocha, cresce e corta aos poucos o cordão real que o mantinha em segundo plano, assumindo o seu posto e construindo um reinado que deixou marca nos dois continentes onde foi soberano.


Ficha técnica
Espetáculo "O Filho da Rainha e A Mãe do Rei". Texto: Cássio Junqueira. Direção: Cássio Scapin. Elenco: Luísa Ortigoso e Beto Coville. Assistência de Direção: Inês Oneto. Cenografia: Eurico Lopes. Figurinos: Fábio Namatame. Música: Davide Zaccaria. Desenho de Luz: Pedro Santos. Fotos: Daniel Fernandes e Sandra Cepinha. Assessoria de Imprensa: Adriana Balsanelli. Designer Gráfico Portugal: André Vaz/ Innovdesigner. Produção Portugal: Helena Veloso e Nuno Pratas. Produção Brasil: André Acioli e Dani Angelotti. Realização: Teatro Livre e Cubo Produções.

Serviço
Espetáculo "O Filho da Rainha e A Mãe do Rei".  Estreia dia 9 de maio, quinta, às 21h no Teatro Alfredo Mesquita. Temporada: De 9 a 12 de maio de 2024 - Quinta a sábado, às 21h, e domingo, às 19h. Classificação: 10 anos. Duração: 60 minutos. Teatro Alfredo Mesquita - Av. Santos Dumont, 1770 – Santana/São Paulo. Ingressos: R$30 (inteira) e R$15 (meia-entrada). Vendas online: Sympla - https://www.sympla.com.br/produtor/ofilhodarainhaeamaedorei.Bilheteria presencial: 1 hora antes de cada sessão. Capacidade: 198 lugares. Acessibilidade: o Teatro é acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida na plateia.

.: Adriana Lunardi lança "Contos Céticos" na Janela Livraria nesta quarta-feira


Arte e literatura são fio condutor para os textos que compõem "Contos Céticos", obra voltada para as relações humanas que marca a volta de Adriana Lunardi  às livrarias. O novo livro da premiada escritora surge como uma ode à literatura e suas expansões artísticas ao abordar temas como o luto, o plágio, a infância e a velhice, entre outros. O elemento que une os nove contos e o pequeno texto de encerramento, chamado de “Nota do Destino”, é a aposta na ficção para dar fora e desafiar o indizível da subjetividade humana.

O livro será lançado no Rio de Janeiro nesta quarta-feira, dia 8 de maio, na Janela Livraria, no Jardim Botânico, a partir das 19h00. No dia 25 de maio, a autora participa em Paris do Clube de Leitura da Embaixada do Brasil, e no dia 30 de maio é a convidada do Quartier du Livre, com a chancela da Librairie Portugaise & Brésilienne

Premiada com o Açorianos, o prêmio da Biblioteca Nacional para Obras em Andamento, o Fumproarte e o Icatu de Artes, ela dedicava-se nos últimos tempos à escrita de roteiros de um seriado de televisão. Para este livro, reuniu contos inéditos e outros que haviam sido publicados esparsamente em jornais e antologias. “Eu me dei conta de que todas as personagens tinham um olhar cético, desencantado, de quem não acredita muito no que era dado por certo”, diz a escritora sobre o título do livro, acrescentando que a publicação marca uma redescoberta do que ela vinha fazendo. “O livro reflete uma despretensão da minha parte, e a valorização da ficção como aposta estética para o que eu vinha vivendo”.

Em seus nove contos e uma nota do destino, conhecemos crianças erráticas, idosos mais erráticos ainda, escritores vaidosos e autoflagelados, e vislumbramos o que chamam de "loucura que acomete gênios e artistas", mas sequer chegamos perto de tocá-la – é impossível. Olhamos no olho do mistério porque, em "Contos Céticos", não há quarta parede diante do luto, das últimas imagens que se tem de alguém. Tudo pode ser maculado. Uma criança, a literatura, Paris.

Mas o que torna "Contos Céticos" uma coletânea excepcional são as imagens extraordinárias que a autora é capaz de criar a partir de elementos triviais da existência. Sua narrativa fascinante não vem apenas de uma habilidade magistral, mas de sua uma profunda intimidade com a palavra. O fio condutor que atravessa os contos deste livro não se estica e não se pretende linear, prefere antes partir-se e buscar o remendo, fazer nós e novelos; sua natureza, no entanto, é inequívoca, e diz: estou aqui para fazer literatura. Compre o livro "Contos Céticos", de Adriana Lunardi, neste link.

Sobre o livro
“Nestes contos, Adriana Lunardi – distante de modismos e dona de um teto todo seu na literatura brasileira – faz da dúvida e da ironia instrumentos para vasculhar uma realidade que glossários, fármacos ou truques diversos já não parecem mais capaz de manejar. Afiada, ela nos confronta com o nosso ridículo, mas também revela o que temos de belo quando as luzes diminuem e a afetação se cansa: salva-se, então, ‘um quê de ternura, um arrepio de poema’.” – Adriana Lisboa


Sobre a autora
Adriana Lunardi é autora de "Vésperas" (2002), "Corpo Estranho" (2006) e "A Vendedora de Fósforos" (2011). Foi publicada em Portugal, França e Argentina, entre outros países. Recebeu os prêmios Açorianos, Biblioteca Nacional para Obras em Andamento, Fumproarte e Icatu de Artes. É coautora do seriado de TV "Ilha de Ferro" (Globo, 2019). Nasceu em Santa Catarina e vive no Rio de Janeiro. Garanta o seu exemplar de "Contos Céticos", escrito por Adriana Lunardi, neste link.

.: João Côrtes reestreia o monólogo "Invisível" no Teatro Itália Bandeirantes


Com texto de Moisés Bittencourt e direção de Fernando Gomes, a peça foi indicada ao prêmio de melhor ator e iluminação na FITA - Festa Internacional de Teatro de Angra dos Reis. Foto: divulgação

No Brasil, a taxa de feminicídio bateu recordes em 2023, com uma alta de 1,6% em relação ao do ano anterior. Pesquisas também mostram que nosso país é onde mais se mata pessoas LGBTQIAP+. Mas pouco se fala ainda sobre a violência abusiva em relacionamentos homossexuais. Abordando questões complexas que frequentemente são silenciadas, o monólogo “Invisível”, com texto de Moisés Bittencourt e direção de Fernando Gomes, reestreia nesta quarta-feira, dia 8 de maio, no Teatro Itália Bandeirantes. Em cena, o ator João Côrtes dá vida a Eduardo, cuja rotina é marcada por uma convivência tóxica e dolorosa com seu parceiro Michel – também interpretado por João. O espetáculo, que estreou na Festa Internacional de Teatro de Angra dos Reis (FITA) em 2023 (com indicações a melhor ator e iluminação), volta ao cartaz depois de elogiada temporada de janeiro a março de 2024, no Teatro Renaissance.

A peça aborda temas urgentes e atuais, levantando questões como a vergonha e o medo de denunciar abusadores, a falta de apoio das autoridades e a fragilidade da vítima em relações tóxicas. Com “Invisível”, Moisés Bittencourt desafia os espectadores a confrontarem temas desconfortáveis, mas inegavelmente relevantes, que muitas vezes são evitados nas conversas cotidianas. "A sociedade fecha os olhos para determinadas minorias. Estamos mostrando que essas pessoas existem, não são invisíveis, e estão no mesmo barco, seja trans, hetero, bissexual... Poderia ter me baseado em casais heterossexuais que sofreram abusos dentro de casa, porque o sentimento é universal”, reflete o autor Moisés Bittencourt.

Para o ator João Côrtes, que também pode ser visto na segunda temporada de “Encantados” (TV Globo), esta é uma oportunidade de mergulhar em território inexplorado em sua carreira: "É muito importante que a gente sempre coloque questões sociais no palco. Questões delicadas, questões que provoquem, questões que sejam tabus pra sociedade", conta João, em seu primeiro monólogo. Sua interpretação dá vida aos dilemas e angústias dos personagens, incitando debates e reflexões profundas sobre o comportamento humano e a necessidade urgente de mudança. “Fiz um trabalho de pesquisar minhas emoções e minhas dores. Apesar de não ter vivido um relacionamento abusivo, foi um processo de buscar abusos e sentimentos que eu vivi de qualquer maneira. Abuso é universal”, conta.

O monólogo não apenas denuncia a violência e o preconceito, mas também convida o público a uma jornada de autoconhecimento e empatia. "Teatro é um lugar de transformação", afirma o diretor Fernando Gomes, que tem mais de 35 anos trabalhando com o teatro: "Só tem sentido um espetáculo teatral quando consegue tocar as pessoas, transformar as pessoas de alguma forma". O autor complementa: “A dramaturgia exerce o serviço de indagar, questionar, mostrar fisicamente que o problema acontece. Teatro não é apenas para entreter, é para emocionar e para mudar. E 'Invisível' tem o poder de mudança”.


Sinopse do espetáculo "Invisível"
Eduardo vive um relacionamento abusivo com seu namorado Michel. A situação se agrava ainda mais quando decidem morar juntos. Eduardo, por muito tempo, sofreu calado violência física e psicológica provocadas por seu parceiro até que um dia decide denunciar, levando o caso às autoridades. O descaso e o preconceito, vindos de quem deveria protegê-lo, cria uma barreira, ainda maior, entre o grito de socorro e o medo de se expor. A violência, então, persiste fazendo com que Eduardo sobreviva a uma estatística, normalmente atribuída apenas às mulheres.


Sobre João Côrtes
Com quase dez anos de uma carreira sólida e bem-sucedida como ator, tendo feito projetos nacionais e internacionais, protagonizado campanhas publicitárias de sucesso, 10 longa-metragens, novelas, curtas, séries para canais fechados (HBO, Sony, GNT) e abertos (Multishow, Globo) e diversos espetáculos teatrais, João vem, nos últimos três anos, se firmando como roteirista, diretor e produtor.  Em 2018, escreveu o longa-metragem "Nas Mãos de Quem Me Leva", e em 2019 produziu e dirigiu o filme, de forma 100% independente. Ainda em 2019, escreveu o roteiro do curta-metragem LGBTQIA+ "Flush", o qual também estrelou como ator. Ambos os filmes foram premiados em festivais pelo mundo, incluindo prêmios de roteiro, direção e atuação. João segue desenvolvendo roteiros para todos os formatos de conteúdo, dirigindo, produzindo, além de continuar trabalhando como ator.


Sobre Moisés Bittencourt
Moisés Bittencourt tem em seu currículo aproximadamente 40 textos de teatro, sete roteiros para cinema e três roteiros para televisão, com trabalhos encenados no Rio de Janeiro e em outros estados do Brasil. Trabalhou 12 anos ao lado do autor, diretor, ator e cineasta Domingos Oliveira, exer­cendo as funções de assistente de direção e colaboração de roteiro para Teatro e TV. Atualmente Moisés Bittencourt está dirigindo um roteiro de sua autoria intitulado “A REGRA” com Charles Paraventi e Clarice Dersiê Luz

Sobre Fernando Gomes
Ator, produtor, administrador e diretor artístico, Fernando atua profissionalmente em teatro e cinema desde 1987. Trabalhou como ator com diretores e cineastas de renome nacional como Domingos Oliveira, Hamilton Vaz Pereira, Eduardo Wotzik, Breno Silveira, Pedro Vasconcellos, Claudio Torres, entre outros. No teatro produziu cerca de 40 espetáculos, como “Confissões de Adolescente” de Maria Mariana, “Confissões das Mulheres de Trinta”, de Priscilla Rozenbaum, Clarice Niskier e Maitê Proença, “Amores” e “Todo Mundo tem problemas sexuais”, de Domingos Oliveira, entre outros. Dirigiu a montagem portuguesa do espetáculo “Confissões de Adolescente”, a montagem baiana (em Salvador) de “Todo Mundo tem problemas sexuais”, de Domingos de Oliveira, e “Da Boca Pra Fora”, de Marcelo Rubens Paiva. Dirigiu, também, os atores Marcos Pasquim, Oscar Magrini e Leona Cavalli no espetáculo “E aí, comeu?” que esteve em cartaz no Rio de Janeiro e SP.  Atualmente, também é Diretor Artístico do Teatro das Artes e do Teatro dos Grandes Atores, ambos no Rio de Janeiro.


Ficha técnica
Monólogo "Invisível"}
Texto: Moisés Bittencourt
Direção e cenário: Fernando Gomes
Elenco: João Côrtes
Direção de movimento e preparação de ator: Ana Magdalena
Figurino: Clara Gomes
Visagismo: Matheus Pasticchi
Iluminação: Paulo César Medeiros
Trilha sonora: Moisés Bittencourt
Músicas: Ed Côrtes
Design gráfico: Rico Vilarouca
Direção de produção: Ricardo Fernandes


Serviço
Monólogo "Invisível"
Temporada: De 08/05 a 06/06
Teatro Itália Bandeirantes: Av. Ipiranga, 344 - República, São Paulo.
Telefone: (11) 32144579
Dias e horários: Quartas e quintas, às 20h
Ingressos: R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia-entrada
Duração: 65 minutos - sem intervalo
Classificação etária: 16 anos
Capacidade de público: 290 pessoas
Venda de ingressos: https://bileto.sympla.com.br/event/93744

segunda-feira, 6 de maio de 2024

.: Natércia Pontes e a Copacabana que você nunca leu em livro de contos


Idílica, caótica, nostálgica, improvável. Os contos reunidos no livro "Copacabana Dreams" escrito por Natércia Pontes mostram o bairro de Copacabana como você nunca viu. Lançada pela Companhia das Letras, esta nova edição do livro de estreia da autora do romance "Os Tais Caquinhos", com apresentação de Letrux e Arthur Braganti.

A quitinete onde este livro foi escrito - cravada entre a rua Tonelero e a Barata Ribeiro, no coração de Copacabana - serviu de pouso para uma jovem vinda de Fortaleza que desembarcou no Rio de Janeiro com olhos e ouvidos ávidos em busca de boas histórias. Aos 24 anos, tudo ao seu redor era fascinante: as vitrines, os sebos, as locadoras de vídeo, as lojas de peruca Lady, os bares, os inferninhos. As pochetes, a maquiagem derretida no calor, os chapéus escandalosos, os vestidos de elastano, o esmalte vermelho descascado, os frangos de padaria, os sanduíches gordurosos, o chope na pressão.

Entre a prosa e a poesia, o banal e o extraordinário, a crônica e a fotografia instantânea, "Copacabana Dreams", lançado originalmente em 2012, recebeu altos elogios da crítica e foi finalista do prêmio Jabuti na categoria contos. A nova edição do livro de estreia de Natércia Pontes traz de volta para as prateleiras seu olhar a um só tempo cômico e trágico, pop e lírico, amoroso e cruel, e pinta um retrato apaixonante de uma cidade. Compre o livro "Copacabana Dreams", de Natércia Pontes, neste link. 

O que disseram sobre o livro

"Tudo ali é pequeno, canhestro e vulgar - não fosse também perdidamente humano. Triste pra burro e belo, belíssimo. É essa a grandeza de 'Copacabana Dreams'." - Beatriz Bracher

"As situações, os cenários e os personagens de Copa nunca são menos do que tresloucados, e são tão fascinantes quanto inquietantes. Nada aqui é óbvio ou previsível. Não só a voz de Natércia é única: sua imaginação também não encontra paralelos." - Camila Von Holdefer

"Sem dormir, ela sonhava acordada e confabulava essas pérolas que viraram esse livro, que pra mim é puro deslumbre. Lembro de não querer que acabasse e, quando acabou, já reli de cara, tamanho assombro e frisson me causou." - Letrux

"'Copacabana Dreams' é um brinde embrulhado em celofane neon, um agrado dourado àqueles que já viraram vapor e podem passear por tudo que é lado." - Arthur Braganti


Sobre a autora

Natércia Pontes nasceu em 1980, em Fortaleza, viveu no Rio de Janeiro, onde fez faculdade de radialismo, e atualmente mora em São Paulo. É autora do romance "Os Tais Caquinhos" (Companhia das Letras, 2021) e de "Copacabana Dreams" (publicado originalmente pela Cosac Naify, em 2012, reeditado pela Companhia das Letras em 2024). Garanta o seu exemplar de "Copacabana Dreams" escrito por Natércia Pontes , neste link.

.: "Caio em Revista" traz para o teatro textos inéditos de Caio Fernando Abreu


Os textos que compõem o roteiro abordam a relação de Caio com a cidade de São Paulo, memórias da infância e da juventude, a visão crítica da sociedade e dos tipos urbanos que a compõem. Foto: Gilberto Perin


“Gentalha adora ruído e fica úmida com aquela britadeira que ocupa espaço dentro do seu cérebro sem permitir pensar. Aliás, gentalha que é gentalha pensa pouco ou quase nada. Mas, como fala muito, às vezes engana”. (Caio Fernando Abreu para a revista "AZ")

Espetáculo solo do ator Roberto Camargo, dirigido por Luís Artur Nunes, "Caio em Revista" põe em cena textos inéditos de Caio Fernando Abreu. Engraçadíssimos, com altas doses de ironia e sarcasmo, as crônicas publicadas em revistas, como a "Around", depois "AZ", sucessos editoriais de Joyce Pascowitch, fazem um retrato dos anos 80, com as suas questões sexuais, sociais e de mudança de comportamento. Dias 11, 18 e 25 de maio, sábados, às 17h00, no Teatro Viradalata.

As vidas de Roberto Camargo, Luís Artur Nunes e Caio Fernando Abreu se cruzaram definitivamente em Paris, no início dos anos 90, e os encontros se repetiram até a morte precoce do escritor em 1996, aos 47 anos. "A Maldição do Vale Negro", texto de Luíz Artur Nunes, em colaboração com Caio Fernando Abreu, recebeu o Prêmio Molière de melhor autor em 1988.  

A ideia do espetáculo "Caio em Revista" surgiu em uma homenagem para o escritor, quando Roberto Camargo, um dos fundadores da "Terça Insana", em meio aos textos mais densos e conhecidos de Caio trouxe “Bolero”, uma crônica escrita para a revista "AZ", editada por Joyce Pascowitch, que comandou uma revolução editorial nos anos 80, trazendo personagens e a efervescente cena cultural de São Paulo para as suas páginas e capas. Ao lado de Caio, trabalhavam para as suas publicações a fotógrafa Vania Toledo, o jornalista Antonio Bivar e o artista Guto Lacaz, que assinava a direção de arte e que agora, em "Caio em Revista" irá assinar o cenário e toda a parte gráfica.

Os textos que compõem o roteiro abordam a relação de Caio com a cidade de São Paulo, suas memórias da infância e da juventude, sua visão crítica da sociedade e dos tipos urbanos que a compõem, como o bar Ritz, a novela "Vale Tudo", a boite Madame Satã e as músicas de Rita Lee, Madonna e Chet Baker. Tudo isso temperado com a ironia fina e o humor cáustico e requintado que caracterizaram a vida e a obra do escritor, uma pessoa à frente do seu tempo, ligado em questões que só muito mais tarde viriam a ser discutidas.


“Sexo hoje em dia, para mim, é uma palavra envolta em brumas ainda mais densas do que as de Avalon. Um assunto pré-histórico, algo que as pessoas costumavam fazer umas com as outras antes que isso fosse considerado fatal.”
(Caio Fernando Abreu)


Em cena, Roberto será porta voz de Caio nos textos mais pessoais, falando em primeira pessoa sem qualquer tentativa de reproduzir as características físicas e vocais de Caio. Uma outra voz abarca dois heterônimos criados por Caio:  as colunistas Nadja de Lemos e Terezinha O’Connor, figuras femininas (dentro de uma estética “camp”, é claro), que fazem uma crônica dos tipos humanos e comportamentos da fauna urbana da São Paulo (ou de qualquer megalópole) dos anos 80, revelando uma percepção aguda a apontar um dedo (de longa unha vermelho-ciclâmen) para as idiossincrasias da sociedade alternativa da época.


“Naja é aquela pessoa que faz ou diz maldades com classe, elegância, charme, inteligência, sabedoria e humor. Uma najice dói feito ácido porque é verdadeiríssima.” (Caio Fernando Abreu)

Em "Caio em Revista" teremos um Caio Fernando Abreu um tanto diverso daquele intérprete das angústias e do mal-estar no mundo de sua geração. Roberto Camargo vestirá a roupa de um Caio memorialista e poético, de um Caio humorista e cronista, de um Caio cheio de graça e de luz.


Ficha técnica
Monólogo "Caio em Revista"
Textos: Caio Fernando Abreu
Roteiro e Atuação: Roberto Camargo
Direção: Luís Artur Nunes
Assistência de direção: Patrícia Vilela
Projeto gráfico: Guto Lacaz
Iluminação: Claudia de Bem
Figurino: Mareu Nitschke
Trilha Sonora: Roberto Camargo e Luís Artur Nunes
Edição de Trilha Sonora: André Omote
Direção de Produção: COLAATORES e Splendore Produções Produtor de Parcerias
Gênero: comédia
Indicação etária: 14 anos
Duração: 60 minutos

Serviço
Monólogo "Caio em Revista"
Temporada: dias 11, 18 e 25 de maio, sábados, às 17h00
Ingressos: R$ 80,00 | R$ 40,00
Bilheteria abre duas horas antes do espetáculo
Link para compra on-line: https://bileto.sympla.com.br/event/92820/d/250020
Teatro Viradalata | 240 lugares
Rua Apinajés, 1387 – Sumaré/São Paulo
Teatro com acessibilidade

.: "O Gato Subiu no Teclado": a história de um bichano que se transforma em poeta


Todo bichano é esperto, não? Com o andar elegante e suas patinhas inquietas, eles são capazes até de abrir uma torneira para beber água. Mas tem um gatinho, em especial, que se arriscou também em virar poeta. E sua história é contada em "O Gato Subiu no Teclado", escrito por Mariana Mesquita e com ilustração de Rafa Antón. Com uma abordagem criativa e divertida, a história mostra que para a literatura não há limites para imaginação e que o amor é capaz de extrair coisas inimagináveis.

"O Gato Subiu no Teclado", traz a história de um bichano que, despretensiosamente, começou a escrever poesias enquanto rolava pelo teclado. Seus passos leves e curiosos o levaram a explorar não apenas os telhados da vizinhança, mas também a literatura. Com um olhar curioso sobre o mundo, ele descobre que as palavras têm o poder de criar universos inteiros.

Ao colocar seus óculos e se olhar no espelho, ele se depara com uma visão surpreendente de si mesmo. Ali, diante do reflexo, ele se reconhece não apenas como um felino comum, mas como um ser capaz de ir além. Se vê um poeta em potencial, alguém que não se contenta em apenas observar o mundo, mas que deseja expressar sua essência por meio das palavras.

Motivado por essa revelação, o gato decide criar seus versos, mas sente que algo ainda lhe falta. Por mais que dominasse as técnicas e os ritmos poéticos - há referências até a versos do poeta português Fernando Pessoa -, o gato percebe que suas palavras careciam de emoção. Faltava-lhe o combustível essencial que fazia as palavras ganharem vida: o amor.

Foi então que o gato sentiu seu coração bater mais forte ao lembrar da gatinha da vizinha. Era algo sublime, pulsando em suas veias e inundando sua alma. Naquele instante, ele compreendeu que o verdadeiro motor da poesia era o sentimento puro e verdadeiro.

Com o amor e sua musa inspiradora, o gato finalmente encontrou a fonte de sua criatividade. Seus versos, agora impregnados de paixão, ganharam vida própria, fluindo livremente pelo teclado. Cada palavra era um reflexo de sua devoção pela gatinha da vizinha, um tributo à beleza e à profundidade do sentimento que os unia.

"O Gato Subiu no Teclado" não é apenas a história de um bichano que se transforma em poeta, mas também uma ode ao poder transformador do amor na arte. É uma celebração da criatividade e da imaginação, que nos lembra que, mesmo nos cantos mais inesperados, a beleza da poesia pode florescer. Compre o livro "O Gato Subiu no Teclado" neste link.

Sobre a autora
Mariana Mesquita
é uma artista multifacetada que emergiu no cenário do Rio de Janeiro nos anos 80. Iniciou como atriz no grupo Banduendes, "filho" do Asdrúbal Trouxe o Trombone, ela se destacou na fundação do Circo Voador, no Arpoador. Nos anos 90, expandiu sua atuação como assistente de direção e dirigiu peças notáveis, enquanto autografava obras como "Voluntários da Pátria" e "Solidão a Dois". Na TV, brilhou como roteirista em programas como "Malhação" e "A Grande Família", e em minisséries premiadas como Justiça. Sua contribuição literária para o público infantil inclui o Dicionário da Turma do Sítio e A Ilha de Malabares.


Sobre o ilustrador
Rafa Antón é natural da Galícia, Espanha, e já morou em Madri e Munique antes de estabelecer-se em São Paulo. Sua carreira está centrada na colaboração com produtoras de cinema e agências de publicidade, onde se destaca na criação de storyboards, animações e ilustrações diversas. Sua arte também se estende a revistas e obras de ficção, além de desenhos de personagens e projetos de animação. Garanta o seu exemplar de "O Gato Subiu no Teclado" neste link.

.: "O Vazio na Mala" guarda os segredos da 2ᵃ Guerra Mundial no Teatro Sesi-SP


Criado a partir da história de uma família sobrevivente do Holocausto, o espetáculo segue em cartaz no Teatro Sesi-SP até dia a 30 de junho. Foto: João Caldas

Entre ficção e realidade, o espetáculo "O Vazio na Mala" guarda os segredos  de uma família sobrevivente da Segunda Guerra Mundial. Criado a partir da história de uma família sobrevivente do Holocausto, o espetáculo segue em cartaz no Teatro Sesi-SP até dia a 30 de junho. Idealizado pela atriz Dinah Feldman, que também atua, tem texto de Nanna de Castro e direção de Kiko Marques. Com Emílio de Mello, Fábio Herdford e Noemi Marinho.

A partir de fatos verídicos mesclados a uma trama ficcionada, a história de uma família  sobrevivente do Holocausto - que imigrou da Alemanha para a China e em seguida fugiu da ocupação japonesa em Shangai, em 1941, vindo para o Brasil - é recuperada em "O Vazio na Mala". Inspirada e provocada pelo drama da perseguição nazista, a dramaturgia inédita cria uma ficção, atual, que desdobra inúmeros temas a partir do trauma familiar: as relações que se estabelecem pelo silêncio na família e na sociedade; e, também, como o afeto regenera feridas e aparece de maneiras inusitadas.

Em "O Vazio na Mala", o silêncio é um dos personagens principais, guardado e vigiado dentro de uma mala. Esta mala antiga, um objeto aparentemente sem importância, foi testemunha dos horrores que tentam esconder dentro dela. E nessa busca pelo vazio, que ali jaz, é que a história se revela. Concepção e idealização de Dinah Feldman, texto de Nanna de Castro e direção de Kiko Marques. No elenco, Noemi Marinho, Emílio de Mello, Fabio Herford e Dinah Feldman. Compõem a equipe Gregory Slivar (trilha sonora), Márcio Medina (cenário), João Pimenta (figurinos), Louise Helène (visagismo) Wagner Pinto (luz), André Grynwask (videomapping) e Marcela Horta (direção de produção). A temporada conta com interpretação em Libras e sessões com audiodescrição aos sábados e domingos.


Idealização e texto
A atriz Dinah Feldman idealizou o espetáculo ao tomar conhecimento, por meio do depoimento em vídeo do primo William Jedwab, dos fatos ocorridos com pais e avós dele. De valor narrativo, os dados fornecidos na gravação e uma mala de couro surrada vinda da Segunda Guerra (contendo documentos em alemão e chinês), trazida pelos parentes, contam a trajetória e o drama dos Jedwab. Hoje são documentos preservados e guardados no Museu Judaico de São Paulo.

À saga da família, junta-se a ficção em torno da curiosidade sobre o conteúdo de uma velha mala de couro. A ideia de montar a peça nasceu paralelamente ao trabalho de Dinah no núcleo Educação e Participação do Museu Judaico de São Paulo, quando conviveu por um ano com a mala, exposta no local depois de doada pelo primo. Nas visitas guiadas, a atriz contava a história do objeto. “Falando da mala, fui desenvolvendo o projeto do espetáculo”, diz, informando que ela e o primo logo escolheram Nanna de Castro para escrever o texto.

Em "O Vazio na Mala", Samuel (Emílio de Mello), renomado jornalista de guerra, retorna ao Brasil em 2005 para vender o apartamento dos pais, fechado desde a morte deles, há mais de cinco anos. Porém, ao mergulhar nas memórias familiares, ele se depara com conflitos e segredos. A avó, Esther (Noemi Marinho), guarda numa mala fechada os relatos e documentos da fuga da Alemanha nazista. Em meio a revelações sobre o passado violento de seu pai, Franz (Fabio Herford), a cuidadora Ruth (Dinah Feldman) surge como elo de afeto e uma força propulsora do encontro entre Samuel e Esther e das transformações necessárias a cada um. Baseada em eventos reais, "O Vazio na Mala" explora temas universais como família, ciclos e a busca por significado.


Sobre a montagem – por Kiko Marques
A encenação de Kiko Marques é centrada nas atuações, no poder das palavras, na qualidade ao mesmo tempo particular e pública daquilo que está sendo contado e também na comunhão desses fatores com o cenário, figurinos, luz, som e projeções.  “Contamos uma história criada a partir de um fato real, e que trazemos ao espectador na forma de uma visita aos protagonistas dessa história, um encontro com suas vidas particulares e seus dramas mais íntimos”.  Kiko pretende levar o espectador a ser testemunha e cúmplice dessas vidas e suas trajetórias. “Pra isso os apresentamos à intimidade das personagens, às suas casas, aos quartos de sua infância, seus hábitos, suas roupas”. Ao mesmo tempo, a proposta é centrada na perspectiva ampla dessa história que nasce no holocausto, da fuga de uma mulher judia à perseguição nazista durante a Segunda Guerra Mundial, história de uma sobrevivente ao projeto nazista de extermínio em massa de seres humanos. 


“Em cena temos as casas de Esther e Franz, mãe sobrevivente e filho já morto, que aparece na forma de espectro/memória; Sami, neto de Esther e filho de Franz, que chega para visitar ao mesmo tempo a avó e suas memórias de infância; e uma mala fechada onde Esther pretendeu aprisionar sua história, como sua memória que se esvai. Também temos um céu de malas por sobre nosso mundo e nossa mala particular. Um céu de histórias iguais a dela. Temos as duas casas, espelhadas, onde a ação acontece, e que se separam à medida que as memórias se encarnam e o vazio se instaura; temos a segunda guerra e a perseguição que são projetadas nas paredes dessas casas, como balas e bombas a corroer não mais a matéria presente, mas a perspectiva do futuro.”

 
Sobre o texto de Nanna de Castro
Nanna de Castro foi uma das pessoas entrevistadas por Dinah e William quando selecionavam quem escreveria o texto. Da história ouvida por ela, o ponto considerado marcante da trama, “o que tocou minha alma” - foi a relação entre pai e filho. De forma intuitiva e emocional, a autora logo imaginou o resgate dessa relação danificada. “Propus o caminho e William topou”, conta, lembrando do frio na barriga ao imaginar “andar pela história de uma família, pelos meandros afetivos das relações”.

Para escrever o texto, Nanna baseou-se também em entrevistas que fez com pessoas da família de William – a irmã, os amigos do pai, uma tia. “Aprofundei-me em pesquisas no Museu Judaico, estudei histórias similares e li alguns livros, entre eles 'A Garota Alemã', de Armando Lucas Correa; 'Maus, a História de um Sobrevivente', de Art Spiegelman, e 'Ten Green Bottles', de Vivian Kaplan”, conta, observando que a peça tem um lugar quase de uma constelação familiar. “De alguma forma, o teatro tem o poder de revistar a ligação de pai e filho e trazer para um lugar mais saudável”, finaliza.
 

Sobre a cenografia de Marcio Medina
A velha mala de couro – com os segredos e as memórias de uma história de vida - foi o objeto que inspirou e norteou a cenografia de Marcio Medina. Para reproduzir o passado de duas gerações - o quarto de Esther (Noemi Marinho) e do seu filho Franz (Fábio Herford) – o cenógrafo concebeu dois quadrantes espelhados com objetos e mobiliário. O fundo do palco abriga um grande telão de papel - como uma antiga carta -, emoldurado com palavras e fragmentos de frases em hebraico, chinês etc.

Medina explica que as peças retratam o que resta de memória no cérebro e alma de Esther e servem de superfície para inúmeras projeções de lembranças e fatos passados. “Os quadrantes pouco a pouco deslizam para as coxias, deixando o palco nu, deserto. Como o apagamento da mente, fica o nada absoluto. Várias malas ocupam todo o espaço aéreo do palco. Iluminadas, revelam em seu conteúdo imagens de vários grupos perseguidos pelos nazistas na segunda guerra”, explica. “Uma mala pode transportar uma história de sobrevivência, resguardada e reduzida por um apagamento de memória da personagem Esther, de 92 anos. São histórias, objetos e documentos consumidos pela luta e manutenção de uma família”, finaliza Marcio.

 
Sobre o figurino de João Pimenta
O figurinista João Pimenta inverteu seu processo de trabalho na construção do figurino dos personagens. Depois de receber o briefing do diretor Kiko Marques, solicitando “uma roupa casual, do cotidiano”, o criativo logo partiu para a criação das peças. Pelo que absorveu, começou a desenvolver as roupas antes mesmo de ter o texto finalizado e de saber o perfil, as características dos personagens - quem era essa família - mãe, pai,  cuidadora e filho. “Minha proposta com o Kiko foi fazer este caminho inverso - criar o figurino e depois encaixá-lo na necessidade do espetáculo. A gente costuma dizer que na moda a roupa é a segunda pele e que no figurino ela é a primeira pele, a casca do personagem”. Pimenta considera positivo o processo pois permite que o elenco ensaie com as roupas desde o começo e não em uma etapa mais adiante. “Assim, o ator já pode sentir o personagem. E a ideia agora é ir ajustando até finalizar”.

Uma única cor foi concebida para todas as peças - o cinza e suas várias tonalidades. No design, a proposta de mesclar referências de várias não define tempo nenhum. Todas as roupas foram confeccionadas em tecido de alfaiataria, como risca de giz, lã fria, cinza mescla. Para dar a ideia de uma roupa com história, o figurino passou por um tratamento de envelhecimento, menos na roupa do filho. Um vestido em tecido de gola fechada transmite a austeridade demandada pela personagem Esther. Desgastado, o figurino do pai – “uma roupa de ficar em casa” – é formado por camiseta regata, roupão e chinelo. Já o da cuidadora, em tom mais claro, tem fluidez e passa o conceito de um anjo. Camisa e calça social, o do filho jornalista é mais elegante e atual.

 
Sobre a trilha sonora de Gregory Slivar
O universo da música judaica e suas variadas matizes são o foco da pesquisa de Gregory Slivar, autor da trilha sonora. “Com a ajuda de Dinah Feldman, entrevistamos pessoas ligadas à música deste contexto cultural, como músicos de Klezmer, cantores e pesquisadores, bem como também assistimos reuniões em sinagogas. Para além dessas pesquisas, ainda estou experimentando como me apropriar deste material a fim de poder colaborar com a história da peça”, conta Gregory. Uma vez imerso neste universo, Greg pretende usá-lo como inspiração para suas composições. “As músicas irão aparecer como traços de memória e ligações entre os recortes de espaço e tempo da peça”.  Slivar explica que as vozes serão um elemento sonoro de lembrança e, remetendo aos conjuntos tradicionais, uma base instrumental será usada para realizar a costura das cenas. “Penso na trilha como este caminho entre o subjetivo destas personagens, suas buscas de um lugar de pertencimento, a fuga dos traumas e seus ritos de cura”.

 
Serviço
Espetáculo "O Vazio na Mala"
Culturas em Movimento – coletivo artístico e produção cultural
Drama, adulto, 90 minutos. Recomendado para maiores de 14 anos
Centro Cultural Fiesp. Teatro do Sesi - São Paulo. Av Paulista, 1313
Dramaturgia: Nanna de Castro. Direção: Kiko Marques. Elenco: Dinah Feldman, Fábio Herford, Emílio de Mello e Noemi Marinho
Temporada - De quinta a sábado, às 20h00. Domingo, às 19h00
Até dia 30 de junho, de quinta a sábado, às 20h00, e domingo, às 19h00
Libras e audiodescrição: sábados e domingos
Debates: um domingo por mês
Gratuito, tem que fazer agendamento pelo site do Sesi
 
Oficina: “Ler Dramaturgia” - com Silvia Gomez
Dias 06, 13, 20 e 27 de maio, das 19h30 às 21h30
Sobre a oficina - Ler para escrever. Escrever como modo de ler. Partindo da inspiração de que “a invenção literária é, na verdade, um trabalho da memória”, como afirmou o escritor Jorge Luis Borges, esta jornada de encontros é dedicada a quem se interessa em aprofundar o olhar para a leitura de peças teatrais e suas especificidades: estrutura, imagens, repetições, oposições, tensão e interesse.
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